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Faculdade de Engenharia Química de Lorena

FAENQUIL

FA
E N Q U IL
Departamento de Engenharia Química
DEQUI

QUÍMICA ORGÂNICA II
A N O TA Ç Õ E S D E A U L A S
Profª Drª Jayne Carlos de Souza Barboza
e
Professor MSc Carlos Roberto de Oliveira Almeida
2003/2004
Química Orgânica II

Por
Profª Drª Jayne Carlos de Souza Barbosa
(jayne@dequi.faenquil.br)
e
Prof. MSc Carlos Roberto de Oliveira Almeida
(croa@dequi.faenquil.br)

Digitação e Edição
Darcisa Miguel
(darcisa@bol.com.br)
e
Gerson P. dos Santos
(oldfriend@uol.com.br)

Diagramação, Edição de Arte, Capa e Produção Gráfica


Gerson P. dos Santos

Revisão de Texto
Prof. MSc Carlos Roberto de Oliveira Almeida
ÍNDICE

Capítulo 1 HALETOS DE ACILA....................................................3


Processos de obtenção ...............................................................3
Propriedades Químicas..............................................................12
Capítulo 2 ANIDRIDOS.................................................................48
Métodos de obtenção.................................................................48
Propriedades Químicas..............................................................55
Capítulo 3 ÉSTERES.......................... Erro! Indicador não definido.
Métodos de obtenção....................... Erro! Indicador não definido.
Propriedades Químicas dos ÉsteresErro! Indicador não
definido.
Noções de Síntese Orgânica ........... Erro! Indicador não definido.
Acetato de Amila............................... Erro! Indicador não definido.
Síntese do Ftalato de Dimetila ........ Erro! Indicador não definido.
Capítulo 4 AMIDAS............................. Erro! Indicador não definido.
Processos de obtenção ................... Erro! Indicador não definido.
Propriedades Químicas das AmidasErro! Indicador não
definido.
Noções de Síntese Orgânica ........... Erro! Indicador não definido.
Benzamida......................................... Erro! Indicador não definido.
Capítulo 5 AMINAS............................. Erro! Indicador não definido.
Métodos de obtenção....................... Erro! Indicador não definido.
Propriedade das aminas .................. Erro! Indicador não definido.
Aminas Aromáticas (Aril Aminas) ... Erro! Indicador não definido.
Alquilação ......................................... Erro! Indicador não definido.
Teste de Hinsberg ............................ Erro! Indicador não definido.
Noções de Síntese Orgânica ........... Erro! Indicador não definido.
Síntese da 2, 4, 6 Tribromo Anilina . Erro! Indicador não definido.
Capítulo 6 FENÓIS ............................. Erro! Indicador não definido.
Substituição no anel......................... Erro! Indicador não definido.
Fenóis – Obtenção e Propriedades Erro! Indicador não definido.
Capítulo 7 SAIS DE DIAZÔNIO / AZO COMPOSTOS .............Erro!
Indicador não definido.
Propriedades Químicas.................... Erro! Indicador não definido.
Reações de copulação..................... Erro! Indicador não definido.
Capítulo 8 ÁCIDOS SULFÔNICOS ALIFÁTICOSErro! Indicador
não definido.
Métodos de obtenção....................... Erro! Indicador não definido.
Propriedades físicas ........................ Erro! Indicador não definido.
Propriedades químicas .................... Erro! Indicador não definido.
Ácidos Sulfônicos Aromáticos........ Erro! Indicador não definido.
Propriedades Físicas ....................... Erro! Indicador não definido.
Propriedades Químicas.................... Erro! Indicador não definido.
Capítulo 9 HIDROXI E CETOÁCIDOS Erro! Indicador não definido.
Hidroxiácidos Alifáticos................... Erro! Indicador não definido.
Hidroxiácidos Aromáticos ............... Erro! Indicador não definido.
Aldoácidos ........................................ Erro! Indicador não definido.
α Cetoácidos ..................................... Erro! Indicador não definido.
β-Cetoácidos ..................................... Erro! Indicador não definido.
Métodos de obtenção....................... Erro! Indicador não definido.
Lactonas............................................ Erro! Indicador não definido.
Referências Bibliográficas
1 - BARBOSA, Luiz Cláudio de Almeida. Química Orgânica. Editora UFV.
Viçosa, 2000.

2 - BRESLOW, Ronald. Mecanismos de Racciones Orgánicas. Barcelona.


Editorial Reverté S/A, 1.978.

3 - CAMPOS, Marcello M. Fundamentos de Química Orgânica. São Paulo.


Editora Edgard Blücher, 1.997.

4 - DURST, H. D. Química Orgânica Experimental. Barcelona. Editorial


Reverté S/A, 1.985.

5 - GONÇALVES, Daniel; WAL, Eduardo, ALMEIDA, Roberto P. Química


Orgânica Experimental. Rio de Janeiro. Editora McGraw Hill, 1.988.

6 - HENDRICKSON, James B., CRAM, Donald J. Organic Chemistry.


Tóquio. Editora McGraw Hill KogerKushe, 1.980.

7 - MORRISON, Robert T. e BOYD, Robert N. Química Orgânica. Lisboa.


Fundação Calouste Gulbenkian, 1.995.

8 - QUINOÁ, Emílio e RIGUERA, Ricardo. Questões e Exercícios de


Química Orgânica. São Paulo. Makron Books do Brasil Editora
Ltda, 1996.

9 - REUSCH, Willian H. Química Orgânica. São Paulo. Editora McGraw


Hill, 1.979.

10 - SAUNDERS J., WILLIAM H. Reações Iônicas Alifáticas. São Paulo.


Editora Edgard Blücher, 1.979.

11 - SOARES, Bluma G. e outros. Química Orgânica: Teoria e Técnicas de


Purificação, Identificação de Compostos Orgânicos. Rio de
Janeiro. Editora Guanabara, 1.988.

12 - SOLOMONS, T. W. Grahan. Química Orgânica 1. Rio de Janeiro.


Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1.996.

13 - SOLOMONS, Graham & FRYHLE, Graig. Química Orgânica. LTC -


Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Rio de Janeiro, 2001.

14 - STEWART, Ross. A Investigação das Reações Orgânicas. São Paulo.


Editora Edgard Blücher Ltda, 1.968.

1
15 - STOCK, Leon M. Reações de Substituição Aromáticas. São Paulo.
Editora Edgard Blücher Ltda, 1.968.

2
CAPÍTULO 1
HALETOS DE ACILA

Processos de obtenção

1) Reação de ácidos orgânicos com tricloreto de fósforo ou


pentacloreto de fósforo
A reação com tricloreto de fósforo leva à formação de ácido
fosforoso e do haleto de ácido correspondente.

O O
3 R C + PCl3 3 R C + H3PO3
OH Cl

O Cl
R C + P Cl R C O Pcl2 + Cl
OH Cl
O H

O
Cl + R C O Pcl2 R C + HOPCl2
Cl
O H

O HO
R C + P Cl R C O POHCl + Cl
O H Cl
O H

O
Cl + R C O POHCl R C + P(OH)2 Cl
Cl
O H

O HO
R C + P Cl R C O P (OH)2 + Cl
O H HO
O H

3
O
Cl + R C O P(OH)2 R C + P(OH)3
Cl
H3PO3
O H

PCl5

2 P C l
5 PCl6 + PCl4

Cl
O Cl
R C + PCl4 R C O P
OH Cl
O H Cl

P C l
6 PCl5 + Cl

Cl
Cl O
R C O P + Cl R C + HO PCl4
Cl Cl
O H Cl

Cl Cl
Cl
HO P HO P Cl + Cl

Cl
Cl Cl

Cl

H O P Cl O PCl3 + H

Cl

H + Cl H C l

 Representar a reação do ácido butanóico com o tricloreto de fósforo


indicando as etapas do mecanismo:

4
O Cl
C C C C + P Cl C C C C O PCl2 + Cl
OH Cl
O H

O
Cl + C C C C O PCl2 C C C C + HO PCl2
Cl
O H

O HO OH
C C C C + P Cl C C C C O P + Cl
OH Cl Cl
O H

OH O
C C C C O P + Cl C C C C + P(OH) 2 Cl
Cl Cl
O H

O HO
C C C C + P OH C C C C O P(OH)2 + Cl
OH Cl
O H

O
C l + C C C C O P(OH)2 C C C C + P(OH)3
Cl
O H H3PO3

Reação global:
O O
3C C C C + PCl3 3C C C C + H3PO3
OH Cl

 Representar as etapas do processo que permitem obter cloreto de


metil propanoila:

O
C C C
Cl
C

5
O Cl
C C C + P Cl C C C O PCl2 + Cl
OH Cl
C C O H

O
C C C O PCl2 Cl C C C + POHCl2
Cl
C O H C

O HO
C C C + P Cl C C C O POHCl + Cl
OH Cl
Cl C O H

O
C C C O POHCl + Cl C C C + P(OH) 2 Cl
Cl
C O H C

O HO
C C C + P OH C C C O P(OH)2 + Cl
OH Cl
C C O H

O
C C C O P(OH)2 + Cl C C C + P(OH)3
Cl
H3PO3
C O H C

 Representar as etapas do mecanismo da reação do ácido propanóico


com PCl5.

2 PCl5 PCl6 + PCl4

O
C C C + PCl4 C C C O PCl4
OH
O H

6
PCl6 PCl5 + Cl

O
C C C O PCl4 + Cl C C C + HO PCl4
Cl
O H

Cl
Cl Cl
HO P HO P Cl + Cl
Cl Cl
Cl

+
HO PCl3 H + O PCl3

+
H + Cl HCl

O O
C C C + PC l 5 C C C + O PC l 3 + HC l
OH Cl

2) Reação do ácido carboxílico com cloreto de tionila (SOCl2)


Nesse processo forma-se o haleto de acila correspondente, SO2 e
HCl, ambos gasosos.
A 1ª etapa é um ataque nucleófilo do oxigênio da hidroxila do
ácido ao enxofre, formando-se um intermediário instável.

Cl Cl O
O O
R C + Sδ+ R C O S Cl
O Cl
O H
H

A fase seguinte é a eliminação da base Cl , que irá atacar o

7
carbono da carbonila da estrutura I
formando o haleto de acila
correspondente, HCl e SO2.

O
O O
R C O S + Cl R C + HOSOCl
Cl Cl
H

H O
S O HCl + SO2
Cl

 A reação do ácido propanóico com cloreto de tionila leva a formação


de um haleto de acila. Represente as etapas dessa reação.

Cl Cl O
O
C C C + S C C C O S Cl
OH
Cl
O O H

O O
C C C O S + Cl C C C + HO SOCl
Cl Cl
O H

H O
S O HCl + SO2
Cl

 Numa experiência misturamos 1000g de ácido acético com quantidade


suficiente de SOCl2. Pede-se:
a) A massa de SOCl2 necessária;
b) A massa de haleto de acila obtida;

8
c) Os volumes de HCl e SO2 obtidos, nas CNTP.

O O
C C + SOCl2 C C + HCl + SO2
OH Cl

60g 119g 78,5g 36,5g 64g

1000g 1983,33g 1308,33g 608,33g 1066,66g

SOCl2 necessário Haleto de acetila

(C) VHCl 36,5g  22,4L

608,33g  373,33L

VSO2 = VHCl nHCl = nSO2 VSO2 = 373,33L

3) Reação de Ésteres e Sais de Ácidos Carboxílicos com


PCl3
O mecanismo destas preparações é o mesmo do primeiro método.
A reação de sais com PCl3 é utilizada para obter haletos de acila α, β
insaturados. Já a reação com ésteres é utilizada para obter qualquer tipo
de haleto de acila. As reações gerais são as seguintes:

O O
Sais R C C C + PCl3 R C C C
H H + H H
O Na Cl

O O
Ésteres R C + PCl3 R C
O R Cl

 Representar as etapas da reação do PCl3 com:


a) Penteno 2 ato de sódio;
b) Butanoato de Etila.
C
O Cl
C C C C C + P Cl C C C C O PCl2 + Cl
O Na Cl
Na+
O

9
Cl

C C C C C O PCl 2 + Cl C C C C C O PCl 2

O O

C C C C C + Na OPCl 2

Cl

_
O Cl
O
C C C C C + P Cl C C C C C O
-
PO Na + Cl
+

O Na
Cl O Na

Simplificando as etapas posteriores:

O Na
O
C C C C C O PO Na + Cl C C C C C + P Cl
Cl
Na +
O O Na

- +
O Na
- +
O O Na
- +
C C C C C + P O Na C C C C C O P -
+ Cl
+
O Na +
O Na
Cl O Na

+
O Na
O
+
C C C C C O P (ONa)2 + Cl C C C C C + P O Na
Cl -
+
Na O Na
O
+ -3
Na3 PO3

4) Reação de cloretos de acila com HF, HI, HBr


Nessas reações ocorre um ataque nucleofílico da base fluoreto,
brometo ou iodeto ao carbono da carbonila.

10
O
O O
R C + F R C Cl R C + Cl
Cl F
F

O O
R C + HI R C + HCl
Cl I

Alguns autores sugerem o seguinte mecanismo:

HF H + F

O OH
R C + H R C
Cl Cl

OH
OH OH
R C + F R C Cl R C + Cl
Cl F
F

OH O
R C + Cl HCl + R C
F F

 Qual o produto formado na reação do cloreto de hexanoila com HBr? O


rendimento dessa reação é alto ou baixo?

+
H Br H + Br

O
O
C C C C C C + Br C C C C C C Cl
δ+ Cl
Br

O
C C C C C C + Cl
Br

11
+
Cl + H H Cl

5) Reações de cloreto de Benzoila com ácidos orgânicos


Os dois reagentes não são voláteis, por isto esse processo tem
interesse quando o haleto de acila formado for volátil.

O O O O
C6H5 C + R C C6H5 C + R C
Cl OH OH Cl
volátil;
maior rendimento.

 Explique como se prepara cloreto de formila através desse processo.

O
H C ácido fórmico
OH

O O O O
C6H5 C + H C C6H5 C + H C
Cl OH OH Cl

PROPRIEDADES QUÍMICAS

1) Hidrólise e Alcóolise
Tanto a hidrólise quanto a alcoólise envolvem três etapas:
1ª etapa: ataque nucleofílico do oxigênio da água ou do álcool ao
Carbono da Carbonila.
2ª etapa: eliminação da base cloreto.
3ª etapa: A base cloreto retira um próton do oxigênio do ácido.

Obs: Esta é uma reação SN2

12
O O
H
R C + O R C OH2
H
Cl Cl

O
O O
R C OH2 R C + Cl HCl + R C
OH2 OH
Cl

 Qual o produto final formado na reação do cloreto de acetila com


etanol?

O O
H H
H3C C + O H3C C O
C CH3 C CH3
H2 H2
Cl Cl

O
H O
H3 C C O H3 C C + Cl
C CH3 O C C
Cl H2 H

O
HCl + H3 C C
O C C

acetato de etila

Obs: A reação de cloretos de acilas aromáticos com água ou


álcool ocorre por um processo SN1, porque o cátion carbonium formado
estabiliza-se por ressonância. Por isso a 1ª etapa da hidrólise ou
alcoólise de um haleto de acila aromático é a formação do cátion
carbonium.

13
O O

H2O
C Cl C + Cl

C C O C C O C C O

C C C C C C C C C

C C C C C C

C C O

C C C

C C

 Complete a equação química entre o cloreto de benzila e a água.

O O

H2O
C Cl C + Cl

O O
H
C + O C OH2
H

O O
C + Cl HCl + C
OH2 OH

ácido benzóico

 Explique como podemos obter:


a) benzoato de butila;
b) butanoato de isopropila.
a)

O O
butanol
C C + Cl
Cl

14
O O
C + O C C C C C
H O C C C C
H

O
C O
O C C C C + Cl HCl + C
H
O C C C C

b) A reação do cloreto de butanoila com isopropanol ocorre segundo um


mecanismo SN2:

O
O
C C C C + HO C C R C O C C
H
Cl
C Cl C

O
C
R C O C C R C + Cl
H
O C C
Cl C
H C

C O
R C + Cl HCl + R C
O C C O C C
H

C C

Exercício: A alcoólise do cloreto de paranitrobenzoila é rápida enquanto


que a alcoólise do cloreto parametil benzoila é lenta. Explique.
R

O H

Cl
C NO2
O
-I

15
O grupo NO2 é eletroatraente (efeito –I), o que causa uma
diminuição da densidade eletrônica do carbono de carbonila, que passa a
atrair com mais intensidade o oxigênio do álcool: reação rápida.
Também devido à maior estabilidade do estado de transição, o
que torna a reação mais rápida (Moura Campos).
R

O H

Cl
C CH3
O +I

Já o grupo metil é eletronrepelente (efeito +I), esse efeito causará


um aumento de densidade eletrônica da carbonila, que não atrairá com
tanta intensidade o oxigênio do álcool: reação lenta.

2) Reação com água oxigenada


Nesse caso formam-se compostos chamados perácidos, que são
mais reativos que os ácidos comuns, e por isso mesmo utilizados em
sínteses orgânicas.

H O H O
O
R C + O OH R C O OH R C O OH + Cl
H
Cl
Cl

HCl + Perácido
R C O OH

 Como podemos obter parácido butanóico através da reação do H2O2


com um haleto de acila?

16
H O
O
C C C C + O OH C C C C O OH
Cl
Cl H

O
O
C C C C O OH + Cl C C C C + HCl
H O OH

3) Reações do benzeno em presença de AlCl3


A 1ª etapa é a formação da espécie eletrófila:
O O
O
R C Cl + AlCl3 R C Cl AlCl3 R C + AlCl4

A 2ª etapa: ataque eletrofílico ao benzeno, com formação de um


cátion que é estabilizado por ressonância.

R C H
O

+ C R

A 3ª etapa: eliminação do cátion H+ e formação de um estrutura


aromática e estável.

O
O
C R
R C H

+
H +

4ª etapa: Recuperação do catalisador

+
H + AlCl4 HCl + AlCl3

A butil fenil cetona tem por fórmula:

17
O

C C C C C Explique sua síntese.

O
O
C C C C C + AlCl3 C C C C C Cl AlCl3
Cl

C C C C C + AlCl4

O O H

C C C C C + C C C C C

O H O

+
C C C C C C C C C C + H

+
H + AlCl4 HCl + AlCl3

4) Redução com H2/Pd


1ª etapa: Cisão heterolítica do hidrogênio

Pd +
H H H + H

2ª etapa: Ataque nucleófilo do ânion hidreto formado:

O
O O
R C + H R C H R C + Cl
Cl H
Cl

+
H + Cl HCl

18
Alguns autores sugerem que a primeira etapa deste mecanismo

seria uma adição eletrofílica do H :

OH
O

R C + H R C Cl

Cl

Segue-se um ataque nucleofílico da base H


Obs: se utilizarmos hidrogênio em excesso obteremos como
produto final um álcool.

OH
O
Pd
R C + H R CH2

H
H

A redução do cloreto do 2 metil pentanoila com H2/Pd leva à


formação de uma mistura contendo álcool e um aldeído. Identifique-os:

Pd
H H H+ + H

δ
- O
O
-
C C C C C - + H C C C C C H
δ
+ δ
Cl
C C Cl

O
C C C C C + Cl
H
C

+
Cl + H HCl

19
OH
O
C C C C C + H C C C C CH 2
H
C H C
2 metil-pentanol 1

Obs: O melhor método para obter aldeídos é a síntese Reissert-


Fischer.
Trata-se da reação de um haleto de acila com cianeto de potássio
e quinolina.

H H Cl
+ CN +
N K N N
CN CN

R C Cl R C Cl R C O

O O

O
H2O O
+ + R C +NH3
H C
N H
CN N
OH

R C O

2 carboxi quinolina aldeído


H

 Como podemos sintetizar hexanal através da síntese de Reissert-


Fischer?

N
quinolina

20
+ CN H
K
N N
CN
C C C C C C O

− Cl
δ
O
C C C C C C
+
δ Cl

H
+ Cl
N
CN

C C C C C C O

O O
H
H 2O
H
+ C + C C C C C C + NH3
N N
CN
OH H
C C C C C C O

2 carboxi quinolina hexanal

O
Obs: A transformação do grupo “CN” no grupo C ocorre
OH
em meio a uma solução aquosa ácida (HCl).

+
+H

R C N R C NH + OH2

R C NH R C NH2 R C NH2

OH2 B OH OH

Há autores que sugerem que primeiro ocorre a protonação e em


seguida o rompimento da ligação:

21
R C NH + B H B + R C NH

H O H OH

R C NH 2 R C NH2 R C NH2

OH OH OH

O
R C NH2 + B R C amida + HB (pode ser neutralizado)
NH2
OH

O
O
R C + OH2 R C NH2
NH2
OH2

O O
R C + NH2 NH3 + R C ácido orgânico
OH2 (pode ser OH
neutralizado)

 Esquematize a hidrólise em meio ácido do cianeto de isopropila.

C C

C C N + H C C NH + OH2

C C

C OH2 C OH C OH

C C NH + B C C NH2 C C NH2 B


C 3º C C

22
C
O
C C + HB (pode ser neutralizado)
NH2
C

C C O
O
C C + OH2 C C OH2
NH2
C C NH2

C C
O O
C C + NH2 C C + NH3 (pode ser neutralizado)
OH2 OH
C C

H2C N N
5) Reação com Diazometano
H2C N N

O
O
R C + H2C N N R C C N N
Cl H2
Cl

O H O H O

R C C N N + Cl R C C N N N2 + R C CH

H H
O
R C R C C O R C C O

CH "cetenas"
(migração)

Exemplo: Reação de hidrólise das cetenas:

23
H

R C C O + OH2 R C C O

OH2

H H
O
R C C O R C C
OH
OH2 H

+ água ácido
cetena +R OH éster

+ NH3 amidas

 A reação do cloreto de propanoila com azometano forma uma cetena.


Represente as reações dessa cetena com:
a) H2O;
b) Propanol 2;
c) NH3.

δ− O
O

C C C + C N N C C C Cl
δ+ H2
Cl
H2 C N N

Ver a seqüência proposta na página 23!

Reações da cetena formada (etil cetena: C C C C O ):

a) H2O

24
O

C C C C O + OH2 C C C C O C C C C
δ
OH2
OH2

H
O
C C C C ácido butanóico
OH
H

b) Propanol 2
C O C
H
C C C C O + O C C C C C C O C C
H

O C O C
C C C C C C C C butanoato de
isopropila
O C C O C C
H H
B
pode ser uma
molécula de álcool

25
c) NH3

O H
O
C C C C O + NH3 C C C C C C C C
NH3
NH3
H B
O (pode ser o NH3)
C C C C
NH2
H

 Os haletos de acila reagem com etóxido de sódio, amoníaco, aminas e


acetato de sódio seguindo o mecanismo tradicional.

+
1) Etóxido de sódio H3C C O Na
H2

O
O O _
+
R C + O C C R C O C C R C + Na Cl
Cl Na+ O C C
Cl Éster

2) Amoníaco (NH3)

O
O O
R C + NH3 R C NH3 R C + Cl
Cl NH3
Cl

O
R C + HCl (pode ser neutralizado)
NH2
amida

3) Amina (R  NH2)

26
O
O O
R C + N R R C N R R C + Cl
Cl H2 H2 N R
Cl H2

O
HCl + R C
N R amida substituída
H

O
4) Acetato de sódio H3C C
+
O Na

O O
O O
R C + C CH3 R C O C CH3
Cl O
Na
+ Cl

O
R C
+ -
O + Na Cl
H3C C anidrido
O

Exercícios
Obtenção de Haletos de Acila
Explique a reação do PCl3 com butanoato de Etila.
Cl
O
C C C C + P Cl C C C C O PCl2 + Cl
O C C
Cl
O C C

O
C C C C O PCl2 + Cl C C C C +C C O PCl2
Cl

O C C

27
O Cl Cl

C C C C + P O C C C C C C O P + Cl

O C C Cl O C C O C C

Cl
O
C C C C O P + Cl C C C C + P O C C 2 Cl
Cl
O C C
O C C

O C C O

C C C C + P O C C

O C C Cl

C C C C O PO C C 2 + Cl

O C C

C C C C O P O C C 2 + Cl C C C C + P O C C
3

Cl
O C C

 Representar as equações, com os respectivos nomes, que envolvem


as seguintes espécies químicas.

A) Cloreto de Benzoila e etóxido de sódio.

O
O
C + O C C C O C C
+
Cl Na
Cl

O
+
C + Na Cl
O C C
benzoato de etila

B) Cloreto de acetila e acetato de sódio.

28
O O O
O
H3C C + C CH3 H3C C O C CH3
Cl
O Cl
+
Na

anidrido acético
O
H3C C O
+
O C + Na Cl
CH3

C) Cloreto de 2 metil butanoila e amoníaco.

O
O
C C C C + NH3 C C C C NH3
Cl
C C Cl

O O
C C C C + Cl HCl + C C C C amida
NH3 NH2
C C
2 metil butanoamida

D) Cloreto de 2 etil pentanoila e dietil amina.

O
O C C C C

C C C C C + N H C C C C C N H

Cl C C C C
C C Cl

C C

O O

C C C C C C C
C C Cl HCl + C C C C C

N H N
C N , N - dietil C
C C 2 etil C C
C pentanoamida C

9) Reações de Brometos de acila com agentes nucleófilos


Uma reação química irá ocorrer com facilidade quando formar bases ou
ácidos fracos. Nas reações de brometos de acila, forma-se a base :Br-
29
que é uma base fraquíssima. Por isso os brometos de acila dão reações
fáceis e quantitativas, sendo usados para obter amidas, ácidos, ésteres,
anidridos e amidas substituídas em laboratório.

O
O
R C + Nu R C Nu
Br
Br

O
O

R C Nu R C + Br

Nu
Br

Composto orgânico formado


NH3 amida

OH2 ácido

HOR éster
Nu
O C R anidrido

H2N R amida substituída

 Qual o produto formado na hidrólise do brometo de hexanodiíla?


O
O
O
C C + OH2 C C OH2 C C
Br
OH2
C C Br C
+ 2 Br
C C O C
O
O
C C + OH2 C C OH2 C C
Br
Br OH2

30
O
C C
OH
C
+ 2HBr
C
O
C C
OH

ácido hexanodióico

 Explique a seguinte transformação:


O
H2 H2
AlCl 3
C C C

Cl

R 1 hidrindona
O

O O

R C C C Cl + AlCl3 R C C C Cl AlCl3

R C C C + AlCl4

C C Mecanismo +
C +H
tradicional
C O
C

+ -
H + A lCl 4 HCl + A lCl 3

 Idem para as seguintes transformações:

31
O
AlCl3
C C C C
1) ∆
Cl

O
α tetralona

O
C C C C AlCl3
C C C C Cl AlCl3

Cl
O

O
C C C C + AlCl4

C
C
C C +
+H
C
C
C
C O
O

+
H + AlCl4 AlCl3 + HCl

O
O
O
C 1) PCl 3
C
AlCl 3 2) AlCl 3
2) + O
rend. 85% rend. 100%
O
C
C
HO O
O ácido α
antraquinona
anidrido Benzoil benzóico
ftálico

O O O

C C C

O + AlCl3 O AlCl3

C C C O AlCl3

O O O

32
O O
H

C C

C O AlCl3 C O AlCl3
O
O

O
O

C
C
+
+ H

C O AlCl3
C OH

O
O

O
O

C
C

+ PCl3

C Cl
C OH

O
O

O O

C C

+ AlCl3

C Cl C Cl A lCl 3

O
O

33
O
O

C
C

+
+ AlCl4 +H

C C

O O

+
AlCl4 + H HCl + AlCl3

10) Reação com aromáticos


A 1ª etapa da reação de um haleto de acila com um composto
aromático qualquer é a formação de um cátion, com o auxílio de ácido de
Lewis (AlCl3, FeCl3, BF3)
A reação do cloreto de acetila com benzeno é lenta, com etil
benzeno é rápida, enquanto que com o nitro benzeno a reação é muito
lenta. Em qualquer dos três casos a etapa inicial dessas reações é a
formação do cátion carbonium.

O O
O
C C + AlCl3 C C Cl C C + AlCl4
Cl

O
O
C C
O C C H

+
+ C C +H
L acetofenona

34
C C C

C C C
H
O
C C C C
+
+ C C +H
MR
O O

NO2 1 etil 2 acetil Benzeno


NO2 NO2
O
O O
+
C C H +
+ C C C C
ML

1 nitro 3 acetil Benzeno


H

 Existem grupos de átomos que aumentam a velocidade das reações


(ativantes orto-para), enquanto que existem outros grupos de átomos que
diminuem a velocidade (desativantes meta e desativantes o, p).
Ativantes o, p NH2 CH3 (alquil)

OH OCH3

O
Desativantes m: NO2 C SO3H
H
O
C CN C R
OH
O
Desativantes o, p: halogênios

por exemplo:

CH 3 CH 3 CH 3 CH 3 CH 3

O O O O O

δ− δ−
1)

δ−

35
O O O O O O O O

N N N N

2)

O O

N NO 2

δ+ δ+

δ+

Em (I) um cátion A+ irá se ligar nos carbonos nas posições o, p


porque estes têm uma densidade eletrônica maior.
Em (II) um cátion A+ terá a possibilidade de se ligar nos carbonos
da posição meta.
Obs: Os halogênios deveriam ser ativantes o, p porque as formas
canônicas de um haleto orgânico aromático são as seguintes:

Cl Cl Cl Cl + Cl

− −
δ δ


δ

Os halogênios por serem muito eletronegativos, não cedem seus


elétrons com facilidade para a ressonância. Por isso as posições o, p não
ficam com densidade eletrônica elevada, não atraindo com intensidade o
reagente E+: a velocidade de reação é pequena, nas posições o, p.

Exemplo: A reação do fenol com cloreto de acetila forma dois


produtos isômeros. Quais são e qual se forma em maior quantidade?

36
OH OH

O
δ− 1)
δ−
33%
+ C CH3
p - acetil fenol
δ−

C CH3

o probabilidade : 2/3
O
p probabilidade : 1/3

OH 66%
o - acetil fenol
2)
C CH3

 A reação do isopentil benzeno com cloreto de acetila forma 10% de um


orto derivado e 90% do para derivado. Porque isso ocorre?
C

C
C C C C

C C C C 1)

O 90%

+ C CH3

C CH3

C C C C
10%
2)
C CH3

O grupo isopentil é muito volumoso e dificulta o acesso do


reagente eletrofílico aos carbonos da posição orto: difícil a reação, pouco
produto.

11) Halogenação de Brometos de acila

37
Reação de Hell-Volhard-Zelinsky
Os hidrogênios dos carbonos vizinhos ao carbono da carbonila
são chamados de hidrogênios ácidos, pois devido à eletronegatividade
do oxigênio ou de outros grupos, estão fracamente ligados ao carbono α.
Dissolvendo-se bromo, um solvente polar, ele se dissocia
segundo a equação:

+
Br Br Br + Br

A base brometo formada retira com facilidade o hidrogênio ácido


do brometo de acila dando origem a HBr e a um ânion de carbono.

O O
H H
R C
α C + Br R C C + HBr
H Br Br

A última etapa é a adição do cátion Br (bromônio) ao ânion


carbonium.

O O
H +
H
R C C + Br R C C
Br Br
Br

 Explique a transformação do ácido pentanóico no brometo de α bromo


pentanoila.
O O
3 C C C C C + PBr3 3 C C C C C + H3PO3
OH Br

O O
C C C Cα C + Br HBr + C C C C C
Br Br
H

38
O O
C C C C C + Br C C C C C
Br Br
Br

12) Compostos de Grignard


Os haletos de acila ao reagirem com compostos de Grignard dão
origem às cetonas correspondentes.

δ+
MgCl O MgCl
O
R C + δ− C C R C Cl
Cl
C C C

O Mg Cl O Mg Cl

R C Cl Cl + R C

C C C C

C C

+
δ O
OMgCl

R C + Cl R C C C + MgCl 2

C C C

 Identifique a cetona formada na reação do cloreto de acetila com


cloreto de propil magnésio, dissolvido em éter.

39
O Mg Cl O Mg Cl
O
C C + Mg Cl C C Cl C C + Cl
Cl
C C C

C C C

C C C

O MgCl O

C C + Cl Mg Cl2 + C C C C C

C Pentanona 2

Obs: Se utilizarmos excesso do composto de Grignard e fizermos


a hidrólise do composto obtido, formar-se-á um ácool terciário.

O O Mg Cl
+ −
δ δ
C C + Mg Cl C C C C C + HOH

C C C

C C C

C C C

OH

C C C C C + Mg (OH) C l
cloreto monobásico
C de magnésio

C
4 metil heptanol 4

40
13) reação do Fosgênio (COCl2)

1) Com álcool

O O
Cl
H
C O + O C C C O C C C O C C + Cl
H H
Cl Cl Cl
Cl

C O C C + HCl

Cl

O O

C O C C + O C C Cl C O C C
H
Cl O C C
H

O O

C O C C + Cl HCl + C C O C O C C

dietil carbonato
HO C C

2) Com amina

Cl O O

C O + N R Cl C N R Cl C N R + Cl
H2 H2 H2
Cl Cl

O O

Cl C N R + N R Cl C N R + R NH3
H2 H2 H

+
R NH3 + Cl R NH3+ Cl

41
O O

+
Cl C N R + R NH2 Cl C N R NH3
H

+
O C N R + Cl + R NH3 R NH3 Cl

Isocianato

Æ Os isocianatos são utilizados em sínteses orgânicas para obter


amidas derivadas do ácido carbônico ou ainda ésteres dessas amidas.

R N C O + N R R N C N R
H2 H2

R N C N R
H H N, N' dialquil carbamida

Æ Os isocianatos também reagem com álcoois dando origem a


compostos genericamente chamados “carbamatos de éster”
Estes compostos também recebem o nome de “uretanos”.

O O

R N C O + O R R N C O R R N C O R
H H H

uretanos
Β

A reação do fosgênio com propil amina leva à formação de um


isocianato. Represente os mecanismos desse isocianato com:
a) propanol 2;
b) dietil amina;
c) água.

42
O
Cl

C O + N C C C Cl C N C C C
H2 H2
Cl
Cl

Cl + C N C C C + N C C C C C C NH3] Cl
H2 H2
Cl

O
O
H3
C N C C C + N C C C N C C C + Cl C
H H2
N C C C
Cl

Cl + O C N C C C + Cl HCl C C C NH3] Cl

Isocianato de propila

+
a) C C C N C O + O C C C C C N C O C C
H H

C C

O O

C C C N C O C C C C C N C O C C
H H

C C
Β
carbamato de N-Propil Isopropila

C C O C C

b) C C C N C O + N C C C C C N C N C C
H H

C C O
C C
N, N dietil
C C C N C N C C C C C N C N N' Propil
H H carbamida
C C
B

c) C C C N C O + OH2 C C C N C OH2

43
O
O

C C C N C OH2 C C C N C ácido N-Propil


H metanóico
OH
B

Obs: Por um processo semelhante pode obter-se o isotiocianato de


fenila. Esse composto reage facilmente com amoníaco, dando origem à
fenil tiouréia.
S

Ph N C S + NH 3 Ph N C S Ph N C NH3

NH 3
B

Ph N C NH2
H

 A reação da anilina com cloreto de acetila leva à formação da


acetanilida.

O
O

N + C CH3 N C CH3
H2 H2
Cl
Cl

O
O

N C + Cl HCl + N C CH3
H2 H
CH3

 A acetanilida e seus derivados têm propriedades analgésicas e


antipiréticas.

44
Exercícios

1) Identifique com mecanismos, os produtos formados nas reações


orgânicas:
a - ácido 2 metil butanóico e PBr3;
b - ácido 3 isopropil pentanodióico e PCl3;
c - ácido metil propanóico e PCl5;
d - ácido 3 metil butanodióico e PCl5;
e - metil propanoato de sódio e PCl3;
f - pentanodiato de potássio e PCl3;
g - butanodiato de etila e PCl3;
h - tereftalato de butila e PCl3;

2) A reação do ácido tereftálico (benzeno dicarboxílico 1,4) com cloreto


de tionila (SOCl2) forma vários produtos. Identifique-os, com
mecanismos.

3) A hidrólise do cloreto de acetila forma um HX e um ácido orgânico.


Para a preparação de 750 L de solução 7,5 N contendo este ácido
orgânico, pede-se:
a - o mecanismo;
b - as massas das espécies envolvidas.

4) A alcoólise do brometo de pentanodiila com etanol origina um ácido


halogenídrico e um éster, com E=92%. Para a obtenção de 1000 L
deste éster (d = 1,078 g/mL), pede-se:
a - o mecanismo;
b - as massas das espécies envolvidas.

5) Explique porque a alcoólise do cloreto de p-nitro benzoila é rápida


enquanto a alcoólise do cloreto de p-metil benzoila é lenta.

6) 1500 L de benzeno (d = 0,854 g/mL) foram postos a reagir com cloreto


de benzoila /AlCl3, originando um HX e uma cetona aromática. Com R
= 85%, pede-se:
a - o mecanismo;
b - as massas das espécies envolvidas.

7) A reação do iodeto de 3 hidroxi pentanodiila com excesso de H2 / Pt


forma um triálcool com E = 82%. Para a fabricação de 2000 L deste
álcool (d = 1,065 g/mL), pede-se:

45
a - o mecanismo;
b - as massas das espécies envolvidas.

8) Identifique, com mecanismos, os compostos formados nos


procedimentos:
a - iodeto de pentanoila e etóxido de sódio;
b - iodeto de butanodiila e excesso de NH3;
c - fluoreto de metil propanoila e anilina (fenil amina).

9) Num certo procedimento foram colocados a reagir 500 L de solução


2M de cloreto de pentanoila com 400 L de solução 3N de acetato de
sódio, havendo formação de 2 produtos. Pede-se:
a - o mecanismo;
b - a massa do reagente em excesso e a N da solução em relação
a esta espécie;
c - as massas das espécies envolvidas.

10) A reação “Hell-Volhard-Zelinsky” ocorre entre um haleto de acila e


Br2. Identifique, com mecanismos, as espécies formadas na reação do
brometo de hexanodiila com excesso de Br2.

11) Ao reagirmos 500 Kg de fluoreto de propanoila com fluoreto de etil


magnésio obtemos um sal e uma cetona com R = 93%. Pede-se:
a - o mecanismo;
b - as massas das espécies envolvidas.

12) A reação do fosgênio (COCl2, 94% de pureza) com excesso de


propanol 1 forma um HX e um éster, com E = 79%. Para a obtenção de
700 Kg deste éster, pede-se:
a - o mecanismo;
b - as massas das espécies envolvidas.

13) O álcool comum é uma mistura azeotrópica contendo 96% de etanol e


4% de água, em volume. Pois bem, uma certa indústria colocou a
reagir 3000 L de cloreto de pentanodiila (d = 1,140 g / mL) com 3000 L
desse álcool hidratado. Supondo-se que toda a água presente neste
álcool tenha sido consumida, pede-se:
a - os mecanismos;
b - a massa do reagente em excesso;
c - as massas das espécies envolvidas.
dados: d do etanol = 0,854 g/mL; d da água = 0,9983 g/mL

46
14) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação entre
as seguintes espécies:
a - fenol e cloreto de acetila/AlCl3 (proporção 1:1 e em excesso);
b - ácido benzóico e brometo de acetila /FeBr3 (proporção 1:1 e
em excesso).
15)
NO 2 NO 2 NO 2
O

CH 3 CH 2 CCI Cl 2 /A lCl 3
A lCl 3

Cl

O O

 Com relação à seqüência de procedimentos acima representados,


pede-se:
a) os mecanismos;
b) Para a preparação de 5000 L do produto final (massa específica
1,075 g/mL), calcule as massas de todas as espécies envolvidas. (E da 1ª
etapa = 91%; E da 2ª etapa = 96%);
c) a massa total de AlCl3 necessária (utilizada na proporção de
0,005% em relação às massas dos reagentes na 1ª etapa e 0,003% na 2ª
etapa).

Fonte de consulta:
Quinoá, Emílio e Riguera, Ricardo. Questões e Exercícios de
Química Orgânica. Makron Books do Brasil Editora Ltda. S. Paulo, 1996.

47
CAPÍTULO 2
ANIDRIDOS

Métodos de obtenção

1) Ácidos e P2O5
A fase inicial dessa desidratação é um ataque nucleófilo do
oxigênio da hidroxila ao átomo de fósforo. Forma-se um cátion acílio
que
irá reagir com outra molécula de ácido: forma-se uma estrutura que perde
um próton dando origem ao anidrido.

O O O O O
O O
R C + P O P R C O P O P R C
O H
H
O O O O

O O O O O O
+
-H
R C + O C R R C O C R R C O C R
H H

O O O O

+ +
HO P O P +H H2O P O P P2O5 + H2O

O O O O

 Explique como podemos obter anidrido butanóico através desse


processo.

O O O O O
O
C C C C + P O P C C C C O P O P
H
O
H O O O O

ácido butanóico

48
O
O
O
+
C C C C + O C C C C C C C C O C C C C -H
H H

O O

C C C C O C C C C
anidrido butanóico

 Represente a reação de desidratação do ácido pentanodióico


(glutárico).

O O O

O O O C C O P O P
H
C C
OH + P O P C O O
C O
O O O C C
C C OH
OH

O
O O
C C C C
C C
+
C C -H O
OH C
OH
C C C C
C C
O O
O
anidrido
pentanodióico (glutárico)

2) Ácidos com Anidrido Acético


É uma reação de dupla troca entre o ácido orgânico e o anidrido
acético. Tem interesse prático quando o anidrido obtido tiver ponto de
ebulição maior que o ácido acético porque com aquecimento o ácido
acético destila.

49
O
O O O
C C O
O
O + HO C R C C O C R C C
H OH + C C
C C
O
O
O R C
C C
O
O

O C C

C C + O

OH R C

Repete-se o processo, com a formação de outro mol de ácido


acético e um mol do anidrido.

R C

R C

 Num laboratório temos ácido benzóico e ácido acético. Explicar como


podemos obter:
a) Anidrido Benzóico;
b) Anidrido Acético
Sugestão:
1º - obter anidrido acético com P2O5
2º - obter o anidrido benzóico através de reação do ácido benzóico com
anidrido acético.
Ácido Acético

50
O O O O O
O O

C C + P O P C C O P O P C C
H
O
H O O O O

O O O O O
O
+
-H
C C + O C C C C O C C C C O C C
H H
anidrido acético

OH
+ O
O
C
C C O
veja O
O + 2C C
mecanismo na pág. 46 C
C C OH
O ácido acético
O
anidrido benzóico

3) Reação de Haletos de Acila com Piridina e água (ou H2S)

O O
O

N + C R N C R N C R + Cl

Cl
Cl

N
O O
+
O C + OH2 + R C -H R C
(HCl)
N OH2 OH
R

51
N O O
O

R C + C O + R C O C R
H
OH
R N

O O
+
-H
R C O C R + Cl
N

 Tendo como produtos iniciais piridina, H2O e um haleto de acila,


explicar a obtenção do anidrido pentanóico.

O
O

N + C C C C C N C C C C C

Cl cloreto de pentanoila
piridina Cl

O
O

N C C C C C + OH2 N + C C C C C

OH2

O
+
-H
C C C C C ácido pentanóico + Cl
OH N

O O

C C C C C N + C C C C C N

O
H

52
O O
+
-H anidrido pentanóico
+ C C C C C C C C C C

OH O

C C C C C C C C C C

O O

4) Reação de haleto de acila com sais orgânicos


A reação ocorre a temperatura ambiente.

O O O O
O O
R C + C R R C O C R R C O C R + Cl
Cl O
+
Na Cl

+ + -
Na + Cl Na Cl

 Represente as etapas da reação do cloreto de hexanodiila com:


a) Piridina e H2O;
b) Acetato de Sódio

C C C N
O
a) C C C + N C O Cl
Cl
C C C N
O
C C + N Cl
Cl

O
O
C C C N + OH2 N + C C C
OH2
C O C
O
C C N C C
N

53
O O
O
-H
+ C C C C C C
C C C
+
O
-H
OH C OH C C C
C
O O
C C anidrido
C C hexanodióico
N O

O O O
b) C C C C C C + C C
Cl Cl O
+
Na

O O O O

C C O C C C C C O C C
+ +
Na Na
Cl Cl

O O O O

+ -
2 Na Cl + C C O C C C C C O C C

5) Ceteno com ácidos


Este é o principal método utilizado para obter anidridos mistos.

O O O O O
+
δ
H2 C C O + C R H2C C O C R H 3C C O C R
H
O
H
H β 1º
β

 Utilizando-se do ceteno como produto inicial, representar a reação da


obtenção do anidrido 2-metil butano acético.

54
C O O C O O C
O

H2C C O + C C H2C C O C C H3C C O C C


H
O
H C 1º C C
H B B

C C C

Propriedades Químicas
Reações de hidrólise, alcoólise e a amonólise. Todas essas
reações ocorrem segundo mecanismos semelhantes, havendo formação
de ácidos, ésteres e amidas.
a) Hidrólise

O
O
O R C OH2 R C
δ+
R C OH2 O
O + OH2 O 2R C
R C OH
O R C O O
R C
O

55
b) Alcoólise
O
O
O R C O R R C
R C H
O R
O + O R O H
H
R C
O R C O O

R C O

O O
R C + R C
O R OH
éster
ácido carboxílico

c) Amonólise

O
O
O R C NH3 R C NH3
R C NH3
O + NH3 O
R C
O O
R C O
R C
O

O O O
NH4 + C R R C + R C
O O NH4 NH2
sal de amida
amônia

d) Aminólise

O R C N R
R C H2
O
O + N R O R C
R C H2
N R
O R C O H2

O
R C
O

56
O
R C O
N R + R C
H OH
amida substituída

e) Reação com Éter (R  O  R / AlCl3)


O O O
1) R C R C R C
O + A l Cl 3 O A lCl3 O A l Cl 3
R C R C
+
O O
O
R C

O
R
O R O
2) R C + O R C O R C + R
R O R
R éster

f) Reação com aromáticos (AlCl3)


O O
O
1) R C R C
R C
O + AlCl3 O AlCl3 O AlCl3
R C
R C
O O +
O
R C

2) + C R O C R O C R

H
+H

cetona
aromática

g) Anidrido Acético e Ácido Salicílico


Serve para obter o Ácido Acetil Salicílico.
A primeira etapa é um ataque nucleofílico do oxigênio da hidroxila
ao carbono da carbonila. A segunda etapa é a eliminação da base
acetato.
A terceira etapa é a formação do ácido acético e do AAS.

57
O
O
C
C O
O OH
OH
C CH3
O C CH3
O + O H
H C CH3
O
O

O C CH3

O O
C C
OH OH
O
O C O C CH3 AAS
H
C
O
O O
H3C C H3C C
O OH

Obs: O AAS é um sólido e o ácido acético um líquido. Por


destilação separa-se o ácido acético e obtém-se o AAS, sólido, que tem
aspecto branco cristalino.
Se o produto utilizado inicialmente fosse o benzeno, quais as
etapas necessárias para sintetizar o AAS?
Um processo semelhante é utilizado para transformar a morfina
em heroína.

HO O
heroína
O
H3C C O
C CH3
H2
O C CH2 + O
O
C CH3 O
N N
O
H3C C O
CH3 CH3
HO

morfina O

+ 2H3C C

OH

h) Aminólise
Anidridos aromáticos reagem facilmente com aminas primárias ou

58
secundárias, formando as amidas correspondentes.

O O

O O C N R O C N R
O C H2 H2
H2
O + N R O
O C O
O
O C O
O C O

metil
O O
ácido
O C + O C benzóico (sólido)
N R OH
H

N - metil
benzamida

i) Reação do Furano com anidrido Acético em presença de BF3.


A primeira etapa é a geração do cátion, que irá causar um ataque
eletrofílico ao furano, que é um composto aromático.
O
O O C C
H3C C C C O BF3 +
O + BF3 O BF3
H3C C C C O
ácido de H3C C
O Lewis O

O
H
H
H
+ C CH3
O O C CH3

+
H + C CH3
O
O

O O
H + H3C C BF3 + H3C C
O BF3 OH

59
O ácido fenil metanóico dá origem, em certas condições, ao
anidrido benzóico, que reage com a etil, propil amina, dando origem a
uma amida disubstituída. Explique essa transformação.

O O O O O
O
C + P O P C O P O P
H
O
H O O O O

O O O
O
C -H
C + C O C
O
H
anidrido benzóico

O O
C C O O
C O C
+ N C C C C O C

C C NH

C C C

C C C O

C C N C
H
O O

+ C + C

OH N C C C
C O
ácido N - Etil
benzóico N - Propil C
O Benzamida
C

Exercícios

1) Represente com mecanismos , a desidratação do ácido 3 metil


pentanóico, em presença de P2O5.

2) Idem para o ácido 3 metil pentanodióico.

3) Sob certas condições, anidrido acético reage com ácido hexanóico


originando um novo ácido e um novo anidrido. Represente, com
mecanismos, esta transformação.

60
4) Ao reagirmos brometo de butanoila/piridina com água, obtemos um
anidrido e HX. Para a obtenção de 2,5 ton. deste anidrido, supondo-se
E = 91%, pede-se:

a - o mecanismo;

b - as massas das espécies envolvidas.

5) Numa certa preparação colocamos a reagir propanoato de potássio e


brometo de pentanoila, havendo a formação de um sal e de um
anidrido assimétrico. Para o aproveitamento de 50 tambores
contendo solução aquosa a 25% em massa (d = 1,19 g/mL) de
propanoato de sódio, pede-se, supondo-se E = 74%:

a - o mecanismo;

b - as massas das espécies envolvidas.

6) Ao reagirmos a butil cetena com ácido butanóico, obtemos um


anidrido assimétrico, com R = 86%. Para a obtenção de 50 tambores
contendo uma solução etérea a 18% em massa (d = 1,11 g/mL) desse
anidrido, pede-se:

a - o mecanismo;

b - a massa de butil cetena necessária;

c - A massa de ácido butanóico necessária (5% maior que a


teoricamente necessária).

7) Represente, com mecanismos, as reações do anidrido 2,3 dietil


pentanóico e do anidrido 2,3 dietil pentanodióico com:
a - água (hidrólise);
b - butanol 1 (alcoólise);
c - amoníaco ( amonólise);
d - benzil amina (aminólise).

8) Represente, com mecanismos, os produtos formados quando


colocamos a reagir o éter comum com anidrido benzóico (fenil
metanóico/ BCl3.)

9) Ao reagirmos o benzeno com excesso de anidrido propanóico/AlCl3


obtemos dois produtos. Identifique-os, com mecanismos.

10) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do


anidrido butanóico/FeBr3 com o “FURANO”.

61
NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA
ANIDRIDO SUCCÍNICO

1) Reagentes
ácido succínico – 20,0 g
anidrido acético – 30,0 mL

2) Substâncias complementares
éter etílico

3) Técnica
Em um balão de 250 ml colocar 20,0 g de ácido succínico e 30,0
mL de anidrido acético.
Ligar um refrigerante de refluxo e aquecer durante 1 hora. Esfriar e
colocar em geladeira durante 12 horas. Filtrar em buchner.
Lavar com éter e dessecar em estufa entre 100/150°C.
Recristalizar, utilizando uma mistura de álcool/água.

4) Reação
O O

O O H3C C H2C C O
calor
C CH2 CH2 C + O O + 2H3C C

HO OH H3C C H2C C OH

O O

5) Rendimento do processo
70/75%

6) Constantes Físicas
Cristais com forma de prismas orto rômbicos; PF = 119,6°C; PE = 261°C;
pouco solúvel em éter etílico e água; solúvel em clorofórmio, tetracloreto
de carbono e álcool etílico.

62
Questões propostas

1) Represente o mecanismo deste procedimento.


2) Existe reagente em excesso? Quanto?
3) Quais as massas de produtos obtidas neste procedimento?
4) Quais as massas de reagentes necessárias para produzir 750 kg de
anidrido succínico, dentro das proporções estequiométricas?
5) Quais as massas de reagentes necessárias para produzir 750 kg de
anidrido succínico, dentro das proporções do processo?
6) Qual a finalidade do refrigerante de refluxo?
7) Qual o tempo provável da reação?
8) Por que se coloca em geladeira por 12 horas?
9) De que modo o anidrido succínico é separado?
10) Para que serve a lavagem com éter?
11) Como podemos fazer uma avaliação do grau de pureza do anidrido
succínico produzido?

12) O O O

C C
AlCl3 , CS2 Conc. H2SO4
+ O

C HOOC

O O
Anidrido α − benz oy lbenz óic anthr aquinone
Ftálico acid 85% 100 %

Durante um certo procedimento envolvendo as seqüências


acima, um engenheiro químico verificou o surgimento de 500 kg do ácido
alfa benzoil benzóico. Pede-se então:
a- os mecanismos;
b – a massa de antraquinona obtida;
c – as massas dos reagentes necessários (grau de pureza do benzeno =
97%; do anidrido ftálico = 95%).

Fonte de Consulta:
Hendrickson, James B e CRAM, Donald J.
Organic Chemistry. McGraw Hill KogaKusha
Ltda. Tokyo, 1980

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