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CMCG AE3/2013 – PORTUGUÊS 1º ANO DO ENS.

MÉDIO 1ª CHAMADA 01 Visto:


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ALUNO N°: NOME: TURMA: Ten Sirley/
Profª Londina

QUESTÃO ÚNICA (35 escores)

COMPETÊNCIAS LEITORAS, ESCRITORAS E ANÁLISE LINGUÍSTICA

Leia o texto I para responder aos itens de 01 a 04.

Texto I

Remendo no Mais Médicos


O Estado de S.Paulo

As mudanças que o governo quer introduzir no seu polêmico programa Mais Médicos — destinado a
aumentar o número desses profissionais, em especial nas regiões mais carentes do País —, como
resposta às duras críticas que ele vem recebendo desde que foi lançado, só complicam as coisas. Não
poderiam ser mais infelizes as medidas com as quais o ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
pretende dar consistência a um programa que, como ficou claro desde o início, foi formulado
canhestramente por pessoas que parecem não entender suficientemente do assunto.
De acordo com uma delas, instituições privadas de ensino que estiverem dispostas a fazer doações
ao Sistema Único de Saúde (SUS), na forma de investimentos, tanto em prédios como em
equipamentos, terão maiores facilidades que seus concorrentes na abertura de novas Faculdades de
Medicina. Pesará nesse caso também o preço das mensalidades a serem cobradas dos alunos.
Com essa fórmula, aparentemente engenhosa, o governo pretende ao mesmo tempo fortalecer o
SUS e atingir a sua ambiciosa meta de criar 11.447 novas vagas em cursos de Medicina, em 60
municípios, até 2017 - 7.832 em instituições privadas e 3.615 em universidades federais.
O ministro não vê problemas em fazer aquela troca de doações por vagas, desde que se garanta a
qualidade dos novos cursos, porque a seu ver os donos das instituições privadas ganham muito com a
utilização da rede de hospitais e ambulatórios do SUS, onde se faz a formação prática de seus
estudantes.
As coisas não são exatamente como pretende o ministro. Ele se esquece de que hospital do SUS
não é hospital-escola, ou seja, não é nele que se faz aquela formação. Logo, as faculdades privadas não
ganham nem perdem com o SUS. Portanto, se fizerem alguma doação, não será porque se julgam
devedoras do governo, mas porque isso vale a pena pelas facilidades que receberão em troca.
Em vez de ajudar a melhorar as relações do governo com as entidades representativas dos
médicos a respeito do Mais Médicos, essa medida tende a piorá-las, a julgar pela reação do Conselho
Federal de Medicina (CFM). Segundo seu vice-presidente, Carlos Vital, ela é "um equívoco na sua
essência", porque o Brasil já possui número suficiente de médicos. "Hoje o número disponível de vagas
já é mais do que suficiente para a projeção do crescimento demográfico. É uma irresponsabilidade abrir
vagas nos cursos médicos quando se deveria qualificar a formação profissional", diz ele.
Em outras palavras, precisamos mesmo é de médicos mais qualificados. Quanto ao critério do
custo das mensalidades, Vital adverte que pode criar um "balcão de negócios", no qual terá preferência
para abrir novos cursos quem oferecer o menor preço. Nem sempre alto custo garante boa qualidade,
argumenta. Ele pode vir acompanhado de má qualidade.
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A outra medida anunciada por Mercadante é igualmente polêmica — a transformação em
residência médica dos dois anos que os estudantes de Medicina terão de trabalhar obrigatoriamente no
SUS, pagos com uma bolsa do Ministério da Educação, depois de concluído os seis anos do curso. O que
levou o governo a isso foi a péssima repercussão na classe médica tanto daquele trabalho compulsório
como da extensão em mais dois anos do curso de Medicina, segundo a proposta original. Contabilizar
esse tempo como residência seria uma forma de resolver o problema, se ele fosse assim tão simples.
A primeira pergunta que o ministro Mercadante terá de responder, quando oferecer detalhes de
sua proposta, é como essa residência poderá ser feita na rede do SUS, se os seus não são hospitais-
escola. Residência não se faz em qualquer hospital. E os cinco hospitais universitários que ele promete
construir não poderão, evidentemente, cumprir esse papel, porque suas vagas nem de longe serão
suficientes.
Esse é mais um remendo que reforça a impressão de que o Mais Médicos resultou de uma
lamentável improvisação pela qual se poderá pagar caro.

(Disponível em: http: O Estado de São Paulo.//www.estadao.com.br/noticias/impresso,remendo-no-mais-medicos-


1057427,0.htm. Acesso em 01 ago 2013.
VOCABULÁRIO
Canhestramente: desajeitadamente.

MÚLTIPLA ESCOLHA

(19 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.

01. O articulista aponta que uma das causas de o programa Mais Médicos não obter êxito é (são)

(A) as críticas negativas que a sociedade está fazendo a esse projeto.

( B ) o fato de o programa ser elaborado por pessoas não especializadas no assunto.

(C) a falta de adesão das regiões mais carentes do país.

( D ) as mudanças constantes feitas no programa, sem definir de uma vez por todas seu
funcionamento.

(E) que esse programa está sendo elaborado pelo ministro da Educação, Aloísio Mercadante.

02. Para atingir a meta ambiciosa de se criar 11.447 novas vagas no curso de Medicina, o governo tentará
a seguinte negociação:

(A) investirá em novos prédios e equipamentos em instituições privadas.

(B) aumentará os preços das mensalidades cobradas aos alunos na universidade.

(C) fortalecerá o SUS em 60 municípios do interior, atraindo médicos.

( D ) oferecerá vagas de medicina a instituições privadas em troca de doações.

(E) deixará que as instituições privadas usem a rede do SUS para formar novos médicos.

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03. Conforme o editorial, a falha principal do programa Mais Médicos é

(A) dar facilidades para as instituições particulares abrirem seus cursos.

(B) dificultar a relação entre os médicos e o governo.

( C ) não investir em qualificação de médicos, que já existem em número suficiente.

( D ) elevar em demasia o custo das mensalidades, desmotivando a procura de vagas por Medicina.

(E) criar um “balcão de negócios”, oferecendo menor preço e qualidade duvidosa no curso de
Medicina.

04. Na conclusão do texto I, é possível perceber que o editorialista

( A ) aponta que o programa já teve outras falhas e que não está sendo bem planejado.

(B) esclarece que o programa está tendo um alto custo para o Governo.

(C) expõe que os problemas relacionados ao programa são só uma impressão.

( D ) argumenta que a improvisação resultou num remendo oneroso aos cofres públicos.

(E) não acredita que o programa possa oferecer um número suficiente de hospitais-escolas.

Observe a charge abaixo para responder ao item 05.

Disponível em: www.revistacartum.com.br. Acesso em: 02 ago. 2013.

05. Os verbos convocar e invocar são derivados do latim, vocare, chamar, e têm o seguinte sentido:
convocar (v.t.): 1. chamar, convidar para uma reunião.
invocar (v.t.): 1. suplicar, apelar. 2. Bras. Gír. Irritar alguém, antipatizar, embirrar.

Levando em conta a linguagem verbal e a não verbal da charge, é correto afirmar que

(A) todos os jogadores expressam satisfação por terem sido convidados a participar de um
campeonato.
(B) Ronaldinho Gaúcho está intrigado por ter sido intimado a participar da Copa das
Confederações.
(C) o prefixo in- em “invocado” tem sentido de “dentro”, ou seja, Ronaldinho foi especialmente
convocado para participar da Copa das Confederações.
( D ) o termo “invocado” foi usado no sentido de apelo, revelando que Ronaldinho implorou para ser
escolhido para participar da Copa das Confederações.
( E ) o termo “invocado” deriva do verbo “invocar” e, no contexto empregado, toma o
sentido de “aborrecido”.

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Leia o quadrinho abaixo para responder o item 06.

LAERTE. Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em 02 ago. 2013.

06. (ENEM) Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua
interlocutora?

(A) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.

(B) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.

(C) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico.

( D ) Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.

( E ) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor.

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Leia o cartum abaixo para responder o item 07.

Disponível em www.revistacartum.com.br. Acesso em 02 ago. 2013.


07. O cartum ironiza a (o)

(A) resposta inadequada do aluno à pergunta da professora.

(B) reforma ortográfica sofrida pelo nosso idioma.

( C ) falta de preocupação do poder público para com a Educação.

( D ) despreparo do profissional de educação ao ministrar conteúdos em sala de aula.

(E) ausência de participação da maioria dos alunos nas aulas.

Leia o cartum abaixo e responda o item 08.

08. Para criticar a possível aprovação de um novo imposto pelos deputados, o cartunista adotou como
estratégias
( A ) polissemia das palavras e onomatopeia.

( B ) traços caricaturais e eufemismo.

(C) paradoxo e repetição de palavras.

( D ) metonímia e metáfora.

(E) exagero e prosopopeia.

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Leia o cartum abaixo e responda o item 09.

Disponível em www.revistacartum.com.br. Acesso em 02 ago. 2013.

09. É correto afirmar que o cartum visa a

(A) apoiar a atitude dos alunos e propor a liberação geral da frequência às aulas.

( B ) enaltecer a escola brasileira e homenagear o trabalho docente.

(C) indicar a deflagração de uma greve e incentivar a adesão a ela.

( D ) recriminar os alunos e declarar apoio à política educacional.

( E ) criticar a situação atual do ensino e denunciar a evasão escolar.

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Leia as informações no quadro abaixo para responder aos itens 10 e 11.

(Disponível em: http://www.blogtemposmodernos.com.br/2009/11/charge-de-estatistica-maneiras-de.html. Acesso em


05/ago/2013.)

10. O termo enriquecer, usado no título do gráfico para chamar a atenção do leitor, usa o mesmo
processo de formação de palavra que

( A ) entediadas.

(B) manicômio.

(C) incompreensíveis.

( D ) aposentadoria.

(E) invejável.

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11. Em “A morte do jovem guitarrista causou comoção em todo o mundo” o termo destacado é formado
pelo processo de

(A) derivação sufixal.

( B ) derivação regressiva.

(C) derivação imprópria.

( D ) derivação parassintética.

(E) composição por aglutinação.

12. (ENEM) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já
lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a
denominação de intertextualidade.

Leia os seguintes textos:

I.Quando nasci, um anjo torto


Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser "gauche" na vida
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma
poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)

II. Quando nasci veio um anjo safado


O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São
Paulo: Cia das Letras, 1989)

III. Quando nasci um anjo esbelto


Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de


Andrade, por

( A ) reiteração de imagens.

(B) oposição de ideias.

(C) falta de criatividade.

( D ) negação dos versos.

(E) ausência de recursos.

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13. (ENEM) Nesta tira de Maurício de Sousa, publicada em 1972, o autor toma como referência os versos
iniciais da "Canção do Exílio" de Antônio Gonçalves Dias (1823-1864). Ao se apropriar de tais versos,
o cachorro Bidu provoca um processo de ruptura que desencadeia o elemento central de humor do
episódio. Aponte o item que contém a informação mais conveniente acerca desse processo de ruptura:

( A ) dá-se no campo morfológico, com o trocadilho Corinthians x Palmeiras.

(B) dá-se no campo sintático, com uma frase de situação (compreendida em um contexto
comunicativo específico).

(C) dá-se no campo fonológico, pelas onomatopeias do cachorro Bidu.

( D ) dá-se no campo morfológico, com o trocadilho Corinthians x time.

(E) dá-se no campo sintático, pela ausência de conectivos oracionais.

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14. (ENEM) Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX,
tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros.

1 2

3 4
Sobre a temática dos “Retirantes”, Portinari também escreveu o seguinte poema:
(....)
Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando, remelento
(....)
(PORTINARI, Cândido. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.)

Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema.

(A) 1e2

(B) 1e3

(C) 2e3

(D) 3e4

(E) 2e4

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15. (ENEM) Observe a charge abaixo, que satiriza o comportamento dos participantes de uma entrevista
coletiva por causa do que fazem, do que falam e do ambiente em que se encontram.

Considerando-se os elementos da charge, conclui-se que ela

(A) defende, em teoria, o desmatamento.

(B) valoriza a transparência pública.

(C) destaca a atuação dos ambientalistas.

( D ) ironiza o comportamento da imprensa.

( E ) critica a ineficácia das políticas.

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Leia os textos V e VI a seguir e responda ao item 16.

Texto V

No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
Tinha uma pedra no meio
do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
[...]

ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000. (fragmento).

Texto VI

16. (ENEM) A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que

(A) o texto V perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em
quadrinho.
(B) o texto VI pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica
do texto V.
( C ) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao
mesmo gênero.
( D ) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram
elaborados com finalidades distintas.
( E ) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como
pertencentes ao mesmo gênero.

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Leia o texto VII e responda ao item 17.

TEXTO VII
Paris, filho do rei de Tróia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento
conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o
oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados
um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite,
os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a
invasão. Daí surgiu a expressão “presente de grego”.
DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

17. Em “Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira”, o sujeito e o
predicado são respectivamente.

(A) sujeito indeterminado e predicado verbal.

(B) sujeito simples e predicado verbo - nominal.

( C ) sujeito elíptico “os gregos” e predicado verbal.

( D ) sujeito indeterminado e predicado nominal.

(E) sujeito elíptico “os gregos” e predicado verbo-nominal.

Leia os textos VIII e IX e responda ao item 18.


Texto VIII

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
(...)

ANDRADE, C. D. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympo, 1971 (fragmento).

Texto IX
As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra no rio: cada pedra
é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão
passando as águas no tempo (...) A lavadeira e a pedra formam um ente
especial, que se divide e se reúne ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa
uma canção, percebe-se que nova pedra a acompanha em surdina...
(...)

ANDRADE, C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, Caderno B. 17/7/1979 (fragmento).

18 (ENEM) Com base na leitura dos textos, é possível estabelecer uma relação entre forma e conteúdo da
palavra “pedra”, por meio da qual se observa

( A ) o emprego, em ambos os textos, do sentido conotativo da palavra “pedra”.


(B) a identidade de significação, já que nos dois textos, “pedra” significa empecilho.
(C) a personificação de “pedra” que, em ambos os textos, adquire características animadas.
( D ) o predomínio, no primeiro texto, do sentido denotativo de “pedra” como matéria mineral
sólida e dura.
( E ) a utilização, no segundo texto, do significado de “pedra” como dificuldade materializada por
um objeto.

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19. Leia o anúncio abaixo e identifique a afirmação correta a respeito dele:

(A) O sujeito de “Venha” é indeterminado, assim como o de “fizeram”, porque esses verbos se
encontram na terceira pessoa.

(B) Se o primeiro verbo estivesse no plural (“Venham”), não haveria mais imperativo e o sujeito
seria indeterminado.

(C) O sujeito de “Venha” é a expressão “ver na Bienal a arte”.

( D ) O sujeito de “Venha” é desinencial (você); e o sujeito de “fizeram” é composto,


sendo os núcleos Dali e Schwitters.

(E) O sujeito de fizeram é “a arte”.

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DÊ O QUE SE PEDE

(16 escores)

20. Poemas concretos são aqueles cuja construção se baseia na utilização de recursos visuais, sonoros e
gráficos. Leia o poema concreto abaixo, de autoria do poeta e compositor Arnaldo Antunes, e responda
aos subitens propostos.

O poema está organizado em duas partes ou duas estrofes não convencionais, cada uma com o
formato de um círculo. Observe as palavras e expressões que formam o círculo da esquerda, lidas no
sentido horário: gera, degenera, já era, regenera. Sabendo que o verbo gerar origina-se da forma
latina generare, responda.

a) As palavras gerar, degenerar e regenerar podem ser consideradas cognatas entre si? Por quê?
(02 escores)
As três palavras são cognatas√ porque apresentam o mesmo radical, a forma latina
“generare”. √______________________________________________________________

b) Que figura de linguagem se verifica na oposição entre degenar e regenerar? (01 escore)

A figura de linguagem que se verifica na oposição entre as palavras é a antítese. √_______

c) Que palavra do círculo do poema mantem com a expressão já era o mesmo tipo de oposição? Que
sentido podemos, então, atribuir a essas duas palavras no contexto? (03 escores)

A palavra que mantém oposição com o já era é a palavra gera. √ A palavra gera tem o
sentido de nascimento, de vida √ enquanto que a palavra já era, em oposição, traz sentido
de morte. √_______________________________________________________________

d) Da forma latina generare, criaram-se outras palavras como “degenerar” e “regenerar”. Aponte,
respectivamente, o processo de formação de palavras responsável pela criação desses dois vocábulos.
(02 escores)

O processo de formação responsável pela criação dos vocábulos são: degenerar – derivação
prefixal; √ regenerar – derivação prefixal. √_____________________________________

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Leia os textos abaixo para responder às questões 21 e 22.

TEXTO VII

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal
que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os
mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e
não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me
aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se
ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando
vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como
menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com
as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face;
agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois,
permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.

(I Coríntios 13, In: Bíblia de Jeresulém, São Paulo:Paulus,2008)

TEXTO VIII

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Camões, Luiz Vaz de, Soneto 11. Disponível em < www.jornaldepoesia.jor.br> Acessado em:22, agosto,2013)

TEXTO XI

Monte Castelo

Ainda que eu falasse


A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
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É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem-querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

(RUSSO, Renato. Monte Castelo, In: As quatro estações,Brasília:EMI, 1989.)

21. Comparando-se o texto II ao texto III percebe-se que ambos abordam o mesmo tema, porém com
aspectos distintos. Que tema é esse? E com quais aspectos ele é abordado em cada texto?
(03 escores)

Os textos VIII e IX falam sobre o amor√. Porém o texto VIII fala do amor divino √e o
texto IX fala sobre o amor carnal√._________________________________________

22. Renato Russo utiliza, em Monte Castelo, um recurso discursivo fundamental para a construção do
sentido do texto. Que recurso discursivo é esse? Explique por que tal recurso é fundamental para a
construção do sentido de Monte Castelo. (03 escores)

O recurso discursivo utilizado por Renato Russo em Monte Castelo é a intertextualidade


implícita do texto bíblico e do texto de Camões √. Tal recurso é fundamental para a
construção do sentido do texto, porque a música também fala sobre o amor√. O eu lírico
apresenta as duas formas de amor descritas no texto bíblico e no poema de Camões, o
amor divino e o amor carnal√, como se estivesse refletindo sobre o que é esse
sentimento.______________________________________________________________

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CMCG AE3/2013 – PORTUGUÊS 1º ANO DO ENS. MÉDIO 1ª CHAMADA 18 Visto:
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ALUNO N°: NOME: TURMA: Ten Sirley/
Profª Londina

Leia o trecho de poema de Cecília Meireles:

Chovem duas chuvas:


de água e de jasmins
por estes jardins
de flores e nuvens. (...)

(MEIRELES, Cecília. Chovem duas chuvas. Disponível em < www.jornaldepoesia.jor.br > Acessado em 10, agosto, 2013)

23. Indique o sujeito da oração que compõe o poema e justifique o emprego do verbo no plural.
(02 escores)
O verbo “chovem”, neste caso, foi utilizado no sentido figurado, por isso possui sujeito
classificado como simples√ (“duas chuvas”) e concorda com ele, sendo empregado no
plural √.

Correção gramatical e/ou apresentação da prova: 0,2 ponto.

FIM DA PROVA

SSAA / STE / CMCG 2013

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