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Nº 46
Data (páginas internas): 02 de outubro de
1996
ÍNDICE DE ASSUNTOS
ADIn: Pertinência Temática
Auxílio Moradia e Regime Único
Cabimento de ADIn
Coação Irresistível: Júri
Competência Normativa - I, II e III
Competência para Julgamento de HC
Convenção 158 da OIT
Custas em Ação Penal Pública
Entidade de Previdência Privada
Fundo de Previdência e Direito Adquirido
Imunidade e Papel Fotográfico
IPI e ICMS: Base de Cálculo
Isenção e Anterioridade
Nulidade Inocorrente
Penas Acessórias
Utilização de Títulos no PND
PLENÁRIO
Auxílio Moradia e Regime Único
Indeferido mandado de segurança impetrado
por servidores do Banco Central contra ato do Tribunal
de Contas da União que determinara o cancelamento
de vantagem remuneratória consistente no pagamento
pela autarquia de parte do valor do aluguel dos
imóveis por eles ocupados. O Tribunal considerou tal
vantagem incompatível com o regime jurídico único a
que se submetem os servidores do Banco Central, por
força do disposto no art. 39 da CF (“A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
no âmbito de sua competência regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das
fundações públicas”). Precedente citado: ADIn 449-
DF (Pleno, 29.08.96). Vencidos os Ministros Marco
Aurélio e Carlos Velloso. MS 21.852-DF, rel. Min.
Octavio Gallotti, 18.09.96. *
Cabimento de ADIn
Não estando o STF vinculado, na ação direta de
inconstitucionalidade, à argumentação deduzida pelo
autor, a indicação como norma de parâmetro de
preceito constitucional revogado não impede o
conhecimento da ação, que pode vir a ser julgada
procedente por outro fundamento. Hipótese à qual não
se aplica a orientação jurisprudencial que não admite
ação direta de inconstitucionalidade fundada em norma
de constituição revogada. Com esse entendimento, o
Tribunal afastou, por unanimidade, a preliminar de não
conhecimento inicialmente suscitada pelo relator, no
julgamento de medida cautelar, afinal indeferida, em
ação direta movida pelo PMDB contra o art. 1º, I, “e”,
e § 2º, da LC 64/90, contestados em face do § 9º do
art. 14 da CF, na redação anterior à Emenda
Constitucional de Revisão nº 4/94. Na parte em que
sustentava a inconstitucionalidade das Súmulas 8 e 12
do TSE, a ação não foi conhecida, ao argumento de
que súmula de jurisprudência não possui caráter
normativo. Precedente citado: ADIn 594-DF (RTJ
151/20). ADIn 1.493-DF, rel. Min. Sydney Sanches,
26.09.96.
PRIMEIRA TURMA
Coação Irresistível: Júri
Deferido habeas corpus impetrado contra
acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito
Santo que anulara decisão absolutória proferida pelo
Tribunal do Júri por julgar que a tese então acolhida
haver sido o crime praticado sob coação moral
irresistível exigiria a identificação do terceiro
responsável pela coação. A Turma entendeu que a falta
dessa identificação não enseja a nulidade dos quesitos
concernentes à referida excludente de culpabilidade.
Precedentes citados: HC 53508-PR (RTJ 76/435); HC
57374-SC (RTJ 93/1071). HC 73.080-ES, rel. Min.
Moreira Alves, 24.09.96.
Penas Acessórias
As penas acessórias previstas no § 2º do art.
1º do DL 201/67 (perda do cargo e inabilitação, pelo
prazo de 5 anos, para o exercício de cargo ou função
pública, eletivo ou de nomeação) não foram revogadas
pela nova parte geral do Código Penal (Lei 7204/84),
que aboliu as penas acessórias, transformando a
proibição do exercício de cargo, função ou atividade
pública e de mandato eletivo em pena substitutiva da
privativa de liberdade (CP, art. 44, c/c art. 47, I) e a
perda de cargo, função pública ou mandato eletivo em
efeito não automático da condenação (CP, art. 92, I, e
par. único). Cuidando-se de lei especial com disciplina
própria, aplica-se o disposto na parte final do art. 12 do
CP (“As regras gerais deste código aplicam-se aos
fatos incriminados por lei especial, se esta não
dispuser de modo diverso.”). HC 74.362-GO, rel. Min.
Moreira Alves, 24.09.96.
Competência Normativa - I
Examinando pela primeira vez o alcance do §
2º do art. 114 da CF (“Recusando-se qualquer das
partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos
respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo,
podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e
condições, respeitadas as disposições convencionais e
legais mínimas de proteção ao trabalho.”), a Turma
entendeu que a Justiça do Trabalho, no exercício dessa
competência, pode criar obrigações para as partes
envolvidas no dissídio, desde que atue no vazio
deixado pelo legislador e não se sobreponha ou
contrarie a legislação em vigor, sendo-lhe vedado
estabelecer normas ou condições vedadas pela
Constituição ou dispor sobre matéria cuja disciplina
seja reservada pela Constituição ao domínio da lei
formal.
Competência Normativa - II
Baseando-se em tais premissas, a Turma
declarou a invalidade das seguintes cláusulas,
constantes de sentença normativa confirmada pelo
TST:
a) piso salarial nunca inferior ao salário
mínimo acrescido de 20%. Entendeu-se que haveria,
aí, vinculação ao salário mínimo, vedada pelo art. 7º,
IV, da CF;
b) garantia de emprego por 90 dias a partir da
data de publicação da decisão proferida no dissídio.
Essa cláusula ofenderia o art. 7º, I e III, da CF, de cuja
interpretação se extrai que a estabilidade no emprego,
para os trabalhadores urbanos e rurais, está restrita,
desde a entrada em vigor da Carta de 1988, às
hipóteses previstas no art. 10, II, do ADCT;
c) 60 dias de aviso-prévio para todos os
demitidos sem justa causa. Essa matéria, tendo sido
colocada pelo art. 7º, XXI, da CF, sob reserva de lei
formal, não poderia ser objeto de disciplina baixada
pela Justiça do Trabalho (vencidos os Ministros Celso
de Mello e Ilmar Galvão); e
d) antecipação para o mês de junho do
pagamento da primeira parcela do 13º salário.
Entendeu-se que essa cláusula não poderia sobrepor-se
à previsão da Lei 4749/65, que faculta ao empregador
o pagamento dessa parcela até o mês de novembro
(vencido o Min. Ilmar Galvão).
SEGUNDA TURMA
Competência para Julgamento de HC
No Estado do Rio de Janeiro, compete ao
Tribunal de Justiça o julgamento de habeas corpus
impetrado contra coação alegadamente exercida por
Promotor de Justiça. Entendimento que decorre tanto
da Constituição local (art. 158, IV, f ), quanto do
modelo adotado pela CF, na qual “o princípio reitor é
conferir a competência originária para o habeas
corpus ao Tribunal a que caiba julgar os crimes de
que seja acusada a autoridade coatora”. Precedente
citado: RE 141209-SP (RTJ 140/683). Recurso
extraordinário conhecido e provido, para que o
Tribunal a quo prossiga no julgamento do habeas
corpus. RE 187.725-RJ, rel. Min. Néri da Silveira,
27.09.96.
Nulidade Inocorrente
O réu que, estando preso, não comparece à
audiência de instrução por haver sido dispensado a
pedido de seu próprio defensor, não pode pretender
extrair desse fato qualquer nulidade processual, tendo
em vista o que estabelece o art. 565 do CPP
(“Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que
haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou
referente a formalidades cuja observância só à parte
contrária interesse.”). Precedente citado: HC 57938-
PE (RTJ 95/565). HC 74.288-SP, rel. Min. Néri da
Silveira, 27.09.96.
Isenção e Anterioridade
Revogada a isenção, o tributo volta a ser
imediatamente exigível, sendo impertinente a
invocação do princípio da anterioridade (CF, art. 150,
III, b). Precedentes citados: RMS 13947-SP (RTJ
39/64); RMS 14473-SP (RTJ 34/111); RMS 14174-SP
(RTJ 33/177; RE 57567-SP (RTJ 35/249); RE 97482-
RS (DJ de 17.02.82). RE 204.062-ES, rel. Min.
Carlos Velloso, 27.09.96.
C L I P P I N G DO D J
27 de setembro de 1996
ADIn N. 791-2
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 147, § 3º, DA
CONSTITUIÇÃO DE RONDÔNIA, PELO QUAL FORAM
ASSEGURADAS AOS DELEGADOS DE POLÍCIA AS
GARANTIAS, VEDAÇÕES E VENCIMENTOS DOS MEMBROS
DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
Norma que se choca com a orientação assentada pelo STF,
na ADI nº 171-MG, acerca do correto sentido do art. 241, em
combinação com o art. 135, da Constituição Federal.
Incompatibilidade que, todavia, reside tão-somente na parte
do texto impugnado que se inicia pela expressão "...sendo que" e vai
até o final do dispositivo.
Ação direta julgada parcialmente procedente.
EXTRADICAO N. 573-1
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: EXTRADIÇÃO REQUERIDA PELA ITÁLIA.
SÚDITO ITALIANO COM ORDEM DE CUSTÓDIA CAUTELAR
EXPEDIDA POR JUIZ INSTRUTOR DO TRIBUNAL DE ROMA.
CRIMES DE ASSOCIAÇÃO EM QUADRILHA COM
FINALIDADE DE TRÁFICO E DUAS TENTATIVAS DE
IMPORTAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES PARA A
ITÁLIA: UMA DO BRASIL, ONDE A DROGA FOI
APREENDIDA, E OUTRA DA COLÔMBIA, COM APREENSÃO
OCORRIDA EM LONDRES.
Pedido devidamente formalizado.
Processo crime instaurado pela Justiça Brasileira
relativamente ao tráfico da cocaína aqui apreendida, circunstância
impeditiva da extradição (art. 77, V, da Lei nº 6.815/80).
Competência da Justiça italiana para o crime de associação
em quadrilha, verificado na Itália, e para o de tentativa de
importação da substância entorpecente apreendida na Inglaterra, em
relação aos quais inexistem persecuções penais instauradas no
Brasil.
Prescrição não verificada em relação aos demais crimes de
competência da Justiça italiana.
Extradição parcialmente deferida.
HC N. 72737-9
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Habeas corpus.
- Improcedência da alegação de erro quanto à capitulação
legal do crime. No caso, não há que se falar em ocorrência do
princípio da absorção pelo simples fato de que o ora paciente sequer
iniciou a execução de qualquer dos crimes tipificados nos incisos I e
II do artigo 50 da Lei 6.766/79. Interpretação desses dispositivos
legais.
- Os atos praticados pelo ora paciente - apresentação de
documentos falsos para registro em Cartório Imobiliário -
configuram apenas o crime capitulado no artigo 304 do Código
Penal (uso de documentos falsos), e por configurarem esse delito
não podem ser considerados, por causa da mera intenção do ora
paciente de praticar posteriormente crime previsto na Lei 6.766/79,
como simples atos insusceptíveis de punição, por serem
preparatórios deste.
- Afastada essa alegação, fica prejudicado o segundo
fundamento deste writ: o de que, acolhida a nulidade invocada,
ocorreria a prescrição da pretensão punitiva, em face da proibição da
reformatio in peius, a impedir a majoração da pena imposta ainda
que nula.
Habeas corpus indeferido.
HC N. 74017-1
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Habeas Corpus impetrado contra acórdão que,
em 13-12-95, sem pedir manifestação do Ministério Público sobre a
admissibilidade da suspensão do processo prevista no art. 89 da Lei
nº 9.099-95, em vigor desde 27-11-95, confirmou a sentença de 19-
6-95, que condenara o paciente a 15 dias de detenção e 50 dias
multa, por infringência do art. 330 do Código Penal.
Efeito retroativo das medidas despenalizadoras instituídas
pela citada Lei nº 9.099 (Precedente do Plenário: Inquérito nº 1.055,
D.J. de 24-5-96).
Pedido deferido para, anulados o acórdão e a sentença,
determinar-se a remessa dos autos da ação penal ao Tribunal
Especial Criminal, para a aplicação, no que for cabível, do disposto
nos artigos 76 e 89 da Lei nº 9.099-95.
HC N. 74132-1
RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: (...)
1. Não compete originariamente, ao S.T.F., mas, sim, ao Juízo
de Execução Criminal, examinar pedidos de comutação de pena,
como, aliás, decorre do disposto no art. 66, III, "f", da Lei nº 7.210,
de 11.07.1984, e previsto está, ademais, no próprio Decreto
presidencial (1.645/95), ou seja, no § 6º de seu artigo 10.
2. Assim, a impetração só pode ser conhecida pelo S.T.F., no
ponto em que objetiva o afastamento dos efeitos concretos, para o
paciente, do disposto no inc. III do art. 7º do Decreto nº 1.645, de
1995, que exclui dos benefícios coletivos de indulto e da comutação
de pena "os condenados pelos crimes referidos na Lei nº 8.072, de
6.9.1994, ainda que cometidos anteriormente a sua vigência".
3. Mas, no ponto, em que conhecido, o pedido é de ser
indeferido.
4. Com efeito, precedentes do Plenário e das Turmas têm
proclamado que os Decretos com benefícios coletivos de indulto e
comutação podem favorecer os condenados por certos delitos e
excluir os condenados por outros.
5. Essa exclusão pode fazer-se com a simples referência aos
crimes que a lei classifica como hediondos (Lei nº 8.072, de 1990).
6. A alusão, no Decreto presidencial de indulto e comutação
de penas, aos crimes hediondos, assim considerados na Lei nº 8.072,
de 25.07.1990, modificada pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994, foi uma
forma simplificada de referir-se a cada um deles (inclusive o de
latrocínio), para excluí-los todos do benefício, o que, nem por isso,
significou aplicação retroativa desse diploma legal.
7. Precedentes.
8. "H.C." conhecido, em parte, mas, nessa parte, indeferido.
SE N. 5066-9
RELATOR: MIN. MAURICIO CORREA
EMENTA: (...)
1. Casamento realizado no Brasil e aqui domiciliado o casal
desde antes da união até a presente data, e não tendo havido eleição
de foro estrangeiro, com a concordância de ambos, é incompetente
para decretar o divórcio perante as leis brasileiras o juiz norte-
americano, ainda que desta nacionalidade seja um dos cônjuges.
2. É nula a citação realizada no Brasil de acordo com as leis
norte-americanas, mediante notificação remetida por cartório de
registro de títulos e documentos, redigida em língua estrangeira.
3. Não se homologa sentença estrangeira sem
prova do seu trânsito em julgado: Súmula 420.
4. Homologação indeferida.
RE N. 167787-2 (EDcl-EDiv-AgRg-EDcl)
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Recurso extraordinário. Embargos de
divergência. Embargos de declaração. 2. Inocorrência de omissão,
contradição ou dúvida. 3. Não cabem embargos de declaração, com
caráter infringente do julgado. 4. Já decidida a questão no acórdão
embargado, os embargos de declaração, que pretendem reiterá-la,
revestem-se de índole infringente e protelatória, o que não é de
admitir-se. 5. É necessário que as partes compreendam que o direito
de recorrer assegurado na ordem jurídica tem limite definido na lei;
além desse limite, não é possível pretender avançar, sob pena de
caracterizar-se postura não-civil. 6. Hipótese em que o Tribunal
rejeita os embargos de declaração e determina a imediata execução
do acórdão, fazendo-se as comunicações devidas à Justiça Eleitoral,
independentemente de publicação de acórdão.
RE N. 190289-2 (EDcl)
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: (...)
Em sede de recurso extraordinário não cabe a alegação de
insuficiência do traslado do agravo de instrumento, principalmente
quando se está diante de recurso cuja temporaneidade se encontra
devidamente comprovada pelos elementos dos autos.
O provimento do agravo de instrumento ou a determinação
para que subam os autos ao Supremo Tribunal Federal não impede o
Relator de examinar, no momento próprio, os requisitos pertinentes
à admissibilidade do recurso denegado, dentre os quais a
tempestividade (RI/STF, art. 316). (...)
RE N. 140195-8
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DE
SANTA CATARINA. PENA DE LICENCIAMENTO APLICADA
SUMARIAMENTE, SEM OPORTUNIDADE DO EXERCÍCIO DA
AMPLA DEFESA. ALEGADA AFRONTA AOS INCS. LIV E LV
DO ART. 5º DA CONSTITUIÇÃO.
A Constituição vigente instituiu, em prol dos acusados em
geral, a garantia do contraditório e da plenitude de defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes. O ato administrativo punitivo
praticado com ofensa a essa garantia é visceralmente nulo.
Não-conhecimento do recurso.
RE N. 157017-2
RELATOR: MIN. MAURICIO CORREA
EMENTA: (...)
1. A jurisprudência da Corte é no sentido de que ao
conhecimento e julgamento do recurso extraordinário é
imprescindível a ciência da motivação do acórdão recorrido, salvo se
a ausência dela é o fundamento da irresignação extrema. Assim, se a
decisão recorrida apenas se reporta à fundamentação de precedente
do Tribunal "a quo", não se conhece do extraordinário se o
recorrente não opôs embargos de declaração nem fez prova do teor
do precedente invocado.
2. Portanto, duas são as oportunidades facultadas ao
recorrente para a juntada do inteiro teor do precedente citado no
julgado recorrido: a primeira, por meio da oposição de embargos
declaratórios perante o Tribunal de origem; a segunda, por ocasião
da interposição do recurso extraordinário, quando se faz a prova do
aresto plenário que declarou a inconstitucionalidade da norma, que é
fundamento do acórdão dissentido.
3. Decisão proferida pelo Plenário do Tribunal de origem, que
declarou a inconstitucionalidade da norma. Juntada do precedente a
que fez remissão o julgado, quando o recurso extraordinário já se
encontra nesta Corte. Impossibilidade. À parte recorrente competia
compelir ao Tribunal, via dos embargos de declaração, a suprir a
omissão quanto aos fundamentos da decisão impugnada, ou fazer a
prova do inteiro teor desse precedente, por ocasião da interposição
do extraordinário, sendo tardia a complementação do recurso quando
esse já se acha neste Tribunal.
4. Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 171888-9
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ISS. ISENÇÃO PREVISTA NO ART. 11 DO
DECRETO-LEI Nº 406/68.
Benefício fiscal que, no caso, por não haver sido
confirmado ou revogado, por lei municipal, encontrava-se, em face
da norma do art. 41, § 1º, do ADCT, em plena vigência quando do
lançamento fiscal impugnado pela recorrida, o qual, assim, é de ser
tido por indevido.
Precedentes das duas Turmas do Supremo Tribunal Federal.
Recurso Extraordinário não conhecido.
RE N. 181832-8
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: PIS. PRAZO DE RECOLHIMENTO.
ALTERAÇÃO PELA LEI Nº 8.218, DE 29.08.91. ALEGADA
CONTRARIEDADE AOS ARTS. 145, II E 195, § 6º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (...)
Improcedência da alegação de que, nos termos do art. 195,
§ 6º, da Constituição, a lei em referência só teria aplicação sobre
fatos geradores ocorridos após o término do prazo estabelecido pela
norma. A regra legislativa que se limita simplesmente a mudar o
prazo de recolhimento da obrigação tributária, sem qualquer outra
repercussão, não se submete ao princípio da anterioridade.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 189736-8
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Aposentadoria dos titulares das serventias de
notas e registros. Aplicação a eles da aposentadoria compulsória
prevista no artigo 40, II, da Constituição Federal.
- Há pouco, o Plenário desta Corte, por maioria de votos, ao julgar o
RE 178.236, relator o Sr. Ministro Octavio Gallotti, decidiu que os
titulares das serventias de notas e registros estão sujeitos à
aposentadoria compulsória prevista no artigo 40, II, da Constituição
Federal. Entendeu a maioria deste Tribunal, em síntese, que o
sentido do artigo 236 da Carta Magna foi o de tolher, sem mesmo
reverter, a oficialização dos cartórios de notas e registros, em
contraste com a estatização estabelecida para as serventias do foro
judicial pelo art. 31 do ADCT; ademais, pelas características desses
serviços (inclusive pelo pagamento por emolumentos que são taxas)
e pelas exigências feitas pelo artigo 236 da Carta Magna (assim, o
concurso público de provas e títulos para provimento e o concurso
de remoção), os titulares dessas serventias são servidores públicos
em sentido amplo, aplicando-se-lhes o preceito constitucional
relativo à aposentadoria compulsória determinada pelo citado artigo
40, II, da Constituição Federal.
- Dessa decisão não diverge o acórdão recorrido.
Recurso extraordinário conhecido pela letra "c" do inciso III do
artigo 102 da Constituição, mas não provido.
RE N. 198904-1
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE PORTO
ALEGRE. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE LOCALIZAÇÃO E
FUNCIONAMENTO. ESCRITÓRIO DE ADVOGADO.
CONSTITUCIONALIDADE.
O Supremo Tribunal Federal tem sistematicamente
reconhecido a legitimidade da exigência, anualmente renovável,
pelas Municipalidades, da taxa em referência, pelo exercício do
poder de polícia, não podendo o contribuinte furtar-se à sua
incidência sob alegação de que o ente público não exerce a
fiscalização devida, não dispondo sequer de órgão incumbido desse
mister.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
RE N. 148867-1
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: PENHORA. IMÓVEL RESIDENCIAL. LEI Nº 8.009,
DE 29.03.90. APLICAÇÃO NO TEMPO. ART. 5º, INC. XXXVI,
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
A incidência da Lei nº 8.009/90 às execuções em curso,
invalidando o ato executório constringente do imóvel residencial, ao
torná-lo impenhorável, não ofendeu direito adquirido do credor.
Direito dessa espécie é que não pode ser alcançado pela lei nova,
não aqueles que, por índole, são sujeitos às mutações, como o que,
para o exequente, resulta da penhora, que, verdade, é ato inicial da
execução, sujeito a modificações que podem resultar em sua
ampliação ou redução, mas também na substituição de seu objeto.
Precedentes do Plenário do Supremo Tribunal Federal.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 193569-3 (AgRg)
RELATOR: MIN. MAURICIO CORREA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 32,
CONVERTIDA NA LEI 7.730/89. CADERNETA DE POUPANÇA.
DIREITO A SUPLEMENTAÇÃO DOS RENDIMENTOS.
Para dissentir do aresto proferido, que reconheceu o direito
a suplementação dos rendimentos de caderneta de poupança,
creditados a menor por força da MP 32 (Lei nº 7.730/89), tem-se,
antes, de examinar se a nova sistemática de cálculos dos
rendimentos atinge ou não os depósitos feitos anteriormente à edição
da norma, o que é inadmissível nesta instância recursal.
Agravo regimental improvido.
T R A N S C R I Ç Õ E
S