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CMCG AE1/2016 – LÍNGUA PORTUGUESA 8º ANO DO ENS.

FUND 1ª CHAMADA 01 Visto:


Assinado por:
GABARITO TC Cláudio
Ten Aline Ferreira

QUESTÃO ÚNICA (52 escores)

COMPREENSÃO TEXTUAL E ANÁLISE LINGUÍSTICA

Leia o texto abaixo para responder aos itens 01 a 07.

TEXTO I

A VOLTA

Da janela do trem, o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus olhos se
enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação — a mesma do seu tempo, não mudou nada — e
respira fundo. Até o cheiro é o mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não tem mais cheiro de carvão
porque o trem agora é elétrico. E o chefe da estação, será possível? Ainda é o mesmo. Fora a careca,
5 os bigodes brancos, as rugas e o corpo encurvado pela idade, não mudou nada.
O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé, guiando-se por
suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A prefeitura. Até o vendedor de
bilhetes na frente do Clube Comercial parece o mesmo.
— Você não tinha um cachorro?
10 — O Cusca? Morreu, ih, faz vinte anos.
O homem sabe que subindo a Rua Quinze vai dar num cinema. O Elite. Sobe a Rua Quinze. O
cinema ainda existe. Mas mudou de nome. Agora é o Rex. Do lado tem uma confeitaria. Ah, os doces
da infância... Ele entra na confeitaria. Tudo igual. Fora o balcão de fórmica, tudo igual. Ou muito se
engana ou o dono ainda é o mesmo.
15 — Seu Adolfo, certo?
— Lupércio.
— Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava ao lado de uma
farmácia.
— Qual delas, a Progresso, a Tem Tudo ou a Moderna?
20 — Qual é a mais antiga?
— A Moderna.
— Então é essa.
— Fica na Rua Voluntários da Pátria.
Claro. A velha Voluntários. Sua casa está lá intacta. Ele sente vontade de chorar. A cor era
25 outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado uma das janelas. Mas não havia dúvida,
era a casa da sua infância. Bateu na porta. A mulher que abriu lhe parecia vagamente familiar.
Seria...
— Titia?
— Puluca!
30 — Bem, meu nome é...
— Todos chamavam você de Puluca. Entre.
Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou por parentes
de que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se levantou e disse que precisava
ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em Riachinho. Só viera matar a saudade. A tia parecia
35 intrigada.
— Riachinho, Puluca?
— É, por quê?
— Você vai para Riachinho?
Ele não entendeu.
40 — Eu estou em Riachinho.
— Não, não. Riachinho é a próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis.
— Então eu desci na estação errada!
Durante alguns minutos, os dois ficaram se olhando em silêncio. Finalmente a velha pergunta:
— Como é mesmo o seu nome?
45 Mas ele estava na rua, atordoado. E agora? Não sabia como voltar para a estação, naquela
cidade estranha.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996, p.16-8.)

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VERDADEIRO OU FALSO

(05 escores)

COLOQUE UM “V” NO RETÂNGULO À ESQUERDA, QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO


VERDADEIRO.COLOQUE UM “F”, QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO FALSO.

01. O texto I é uma crônica de Luis Fernando Veríssimo. A respeito desse gênero textual, podemos
afirmar que (05 escores)

V F narra acontecimentos do passado, como forma de rememorar o tempo distante.

V F é um gênero, predominantemente, descritivo.

V F aborda temas do cotidiano.

V F apresenta sempre traços de humor.

V F apresenta uma linguagem informal.

DÊ O QUE SE PEDE

(12 escores)

02. No texto I, qual é o tempo de duração da história? O que marca esse tempo? (02 escores)

A história dura algumas horas√, desde a chegada do protagonista à cidadezinha, até o


anoitecer do mesmo dia. √___________________________________________________

03. Na crônica do texto I, há o emprego do discurso direto. O que o emprego desse discurso confere à
narrativa? (02 escores)

O emprego do discurso direto confere à narrativa mais dinamismo√ e aproxima a narrativa


à realidade do leitor√._______________________________________________________

04. Que tipo de narrador está presente no texto? Justifique sua resposta e explique que recurso
gramatical o faz identificar esse tipo de narrador. (03 escores)

O narrador é observador√, pois ele não participa da história√. O recurso gramatical é o


emprego de verbos e pronomes em 3ª pessoa√.___________________________________

05. No trecho “Sua casa está lá intacta”, qual é e como se classifica o predicado? Justifique a classificação
do predicado. (03 escores)

O predicado da oração é “está lá intacta” √ e classifica-se como predicado nominal√, pois


tem como núcleo o predicativo do sujeito“intacta”√._______________________________

06. Explique o emprego do singular na conjugação do verbo destacado em: “ — O Cusca? Morreu, ih, faz
vinte anos.” (01 escore)

O verbo está no singular porque indica tempo decorrido, o que o torna impessoal√._______

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07. Releia o seguinte trecho, retirado do texto:

“ — Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava ao lado de uma farmácia.
— Qual delas, a Progresso, a Tem Tudo ou a Moderna?
— Qual é a mais antiga?
— A Moderna.”

Os termos destacados podem ser considerados uma frase. Explique por quê. (01 escore)

Os termos formam uma frase (nominal) por ter, no contexto, sentido completo. √________

Leia o texto a seguir para responder aos itens 08 a 12.

TEXTO II

DA ESCURIDÃO PARA O COLORIDO

Tristeza! É o que sinto quando abro meus olhos e vejo a mais terrível escuridão, que não
cessa. O único remédio é fechá-los e deixar-me levar pelas lembranças.
Lembro-me como se fosse ontem: bem cedinho, o sol não havia nem acordado ainda, eu já
estava na estrada da minha cidade, Santa Branca, que nem asfaltada era, pura terra, com uma
5 brochura e alguns lápis dentro de uma sacolinha de arroz — pois nossa vida era difícil e papai só
ganhava o suficiente para não morrermos de fome e frio. Enquanto caminhava, a poeira batia em
meus olhos e os fazia ficar cheios d’água.
Eu ia cantarolando que nem um sabiá, até chegar à escola Barão de Santa Branca, hoje bem
conhecida na cidade e antigamente a única. Recordo-me de que lá havia um muro para meninos e
10 meninas não ficarem misturados. Bobagem! Ai de nós se tentássemos olhar para elas… A régua
cantava na palma de nossas mãos, parecia que os professores sentiam prazer em fazer isso, eram
rígidos demais.
Assim que saíamos da escola, eu e meus amigos íamos nadar atrás da fábrica de trigo, que
hoje não existe mais — nem a fábrica, nem as águas limpas. Depois íamos jogar bola atrás do
15 mercado municipal, onde hoje é o posto de saúde. Ficávamos parecendo tatus, a terra grudava nas
roupas e na pele molhada. Depois disso, dávamos mais um pulo na cachoeira, pois se chegássemos
assim em casa, a vara de amora era o presente para nossas pernas.
O mais engraçado era ver D. Dolores dirigindo. Se surgia uma nuvem de poeira, podíamos ter
a certeza de que era ela com seu Chevrolet. Afinal, era a única mulher de Santa Branca que dirigia.
20 Não posso me esquecer dos cortejos: a cidade inteira seguindo um caixão, sem saber quem
estava dentro. Havia uma banda que tocava para o defunto, e ele tinha direito até a foto. Dá para
acreditar nisso? Mamãe me dizia para não dar risadas nem ir ver o rosto do morto, principalmente se
fosse gente ruim, senão ele poderia voltar para assombrar. O sino da delegacia tocava pontualmente
às vinte e uma horas para todos se recolherem, era uma época bem perigosa. De noite, a cidade era
25 iluminada por lampião de querosene — isso a deixava mais sombria.
Foi minha melhor época, mas hoje sou velho, e a cegueira tomou conta dos meus olhos.
Tenho saudade do colorido que hoje só vejo em minha mente, através das lembranças do
passado. Escuridão é o que eu vejo, mas jamais sairá de mim a magia de recordar.

(SILVA, Évelin Cristina Nascimento. Texto baseado em entrevista feita com o sr. Sarkis Ramos Alwan, 41 anos. Olimpíada
de Língua Portuguesa. Disponível em: <http://textoemmovimento.blogspot.com.br/2014/07/interpretacao-78-ano-da-escuridao-
para.html >. Acesso em: 07 mar. 2016.)

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DÊ O QUE SE PEDE

(08 escores)

08. Qual é o foco narrativo do texto II? (01 escore)

O texto foi escrito em 1ª pessoa√.______________________________________________

09. Na infância do narrador, houve mais momentos felizes ou tristes? Transcreva, do texto, o trecho que
justifica sua resposta. (02 escores)

Na infância do narrador, houve mais momentos felizes√, como podemos constatar no trecho
“…Foi minha melhor época [...]” (linha 26) √_____________________________________

10. No trecho “Não posso me esquecer dos cortejos” (linha 20) , qual é o sujeito da oração e como ele se
classifica? (02 escores)

O sujeito da oração é “Eu” √ e classifica-se como sujeito oculto (desinencial; elíptico) √.___

11. Por que o narrador achava uma bobagem a existência de um muro na escola, para separar os
meninos das meninas? (02 escores)

Para o narrador, mesmo não existindo o muro, os meninos não se atreviam a olhar para as
meninas√, pois seriam castigados nas mãos com réguas√.__________________________

12. Retire do texto o trecho em que o narrador cita uma triste transformação ocorrida no ambiente de sua
infância. (01 escore)

“... eu e meus amigos íamos nadar atrás da fábrica de trigo, que hoje não existe mais —
nem a fábrica, nem as águas limpas.” (linhas 13 e 14) √____________________________

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Leia o texto III para responder aos itens 13 e 14.

TEXTO III

A MORENINHA

Lá perto de casa
tinha uma moreninha
que toda a tardezinha
ia com a lata
na fonte buscar água.

Morena, moreninha
um dia não passou.
Morena, moreninha
que caminho te levou?

Perguntei pela moreninha,


os passos da moreninha
o caminho que andou.
Insisti, com muita espera,
toda a tarde na janela,
moreninha não passou.
Nunca mais passou.

Toda a tarde
tá faltando uma lata d'água lá na fonte.
Toda a tarde
tá faltando uma lata d'água subindo a rua.

Tempo comeu tempo


anoitou, dia-diou,
vento soprou vento
e o verão desinvernou.

Era tão doce o riso


da moreninha que eu sou cantor
era tão grande o mundo
que a moreninha desencantou.
E este tempo de hoje em dia
que te deu assim ao tempo
não teve tempo pra ver
que era tempo de te olhar.
[...]

(Disponível em: <https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/1260001/>. Acesso em: 8 mar. 2016.)

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DÊ O QUE SE PEDE

(03 escores)

13. Para o eu lírico (voz do poema, equivalente ao narrador), o que representa a falta da lata d'água?
(01 escore)

A falta da lata d'água representa a ausência da moreninha, que não mais passa perto da
casa dele√.________________________________________________________________

14. Explique o valor semântico (significado) da 5ª estrofe do poema: “Tempo comeu tempo / anoitou, dia-
diou, / vento soprou vento / e o verão desinvernou.” (02 escores)

O verso significa que o dia e a noite passaram, o tempo passou √ e a estação também
mudou√.__________________________________________________________________

Leia o texto a seguir para responder aos itens 15 e 16.

TEXTO IV

COMO UMA ONDA

Nada do que foi será


De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa,
tudo sempre passará.

A vida vem em ondas,


como um mar
Num indo e vindo infinito.

Tudo que se vê não é


Igual ao que a gente
viu há um segundo
tudo muda o tempo todo
no mundo.

Não adianta fugir


Nem mentir
pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
[…]

(Disponível em: <http:m..mus.br/lulu-santos/47132/>. Acesso em: 10 mar. 2016.)

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DÊ O QUE SE PEDE

(03 escores)

15. Que relação o eu lírico estabelece entre a onda do mar e a vida? (01 escore)

Assim como a onda do mar, a vida faz um constante movimento de ir e vir√.____________

16. Classifique o sujeito da oração “Há tanta vida lá fora” (quarto verso da última estrofe) e justifique sua
resposta. (02 escores)

Trata-se de uma oração sem sujeito√, pois o verbo haver foi empregado com o sentido de
existir (verbo impessoal)√.___________________________________________________

Leia o texto a seguir para responder aos itens 17 a 19.

TEXTO V

NAQUELA MESA

Jacob Bandolim
Naquela mesa ele sentava sempre
e me dizia sempre o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias,
que hoje na memória eu guardo e sei de cor.
Naquela mesa ele juntava gente
e contava contente o que fez de manhã.
E nos seus olhos era tanto brilho,
que mais que seu filho,
eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto


uma mesa num canto, uma casa e um jardim.
Se eu soubesse o quanto dói a vida,
essa dor tão doída não doía assim.
Agora resta uma mesa na sala,
e hoje ninguém mais fala do seu bandolim.

Naquela mesa tá faltando ele,


e a saudade dele tá doendo em mim.
[…]

(Disponível em: <https://www.letras.mus.br/nelson-goncalves/47663/>. Acesso em: 8 mar. 2016.)

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DÊ O QUE SE PEDE

(06 escores)

17. O que, para o compositor, torna “aquela mesa” um objeto especial da casa? (02 escores)

Era o local onde o pai reunia os filhos para dar conselhos√ e contar histórias√.__________

18. Após a morte do pai, “aquela mesa” passou a ser um móvel comum? Justifique sua resposta e
comprove com um verso do texto. (03 escores)

Após a morte do pai, a mesa continuou sendo especial para o filho, √ pois trazia a
lembrança do pai, √ como é possível notar no verso “Naquela mesa tá faltando ele”
(penúltimo verso da terceira estrofe)√.__________________________________________

19. Transcreva um verso em que foi empregada a linguagem coloquial. (01 escore)

No verso “Naquela mesa tá faltando ele”, √ há emprego de linguagem coloquial._________

Leia o fragmento a seguir para responder ao item 20.

TEXTO VI

Lembro-me com saudade daquele jogo. O time estava concentrado para a partida decisiva da
competição. A maioria dos jogadores estava (1) pronta para entrar em campo, quando o técnico entrou
no vestiário e deu uma notícia desagradável:
— Um bando de baderneiros destruiu (2) parte das arquibancadas e o jogo terá seu início
atrasado em duas horas.
— Mas já deu (3) cinco horas no meu relógio, o jogo vai começar muito tarde, contestou o craque
do time.
[…]
(Texto de autoria dos professores de Língua portuguesa do 8º ano)

DÊ O QUE SE PEDE

(03 escores)

20. Após a leitura do fragmento de texto, reescreva as palavras destacadas, na ordem em que
aparecem, corrigindo-as somente se estiverem em desacordo com a concordância verbal.
(03 escores)

(1) estava. √______________________________________________________________

(2) destruiu. √_____________________________________________________________

(3) deram. √______________________________________________________________

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GABARITO TC Cláudio
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Leia a tira a seguir para responder aos itens 21 e 22.

TEXTO VII

(Disponível em: <https://tirasdidaticas.wordpress.com/>. Acesso em: 08 mar. 2016.)

DÊ O QUE SE PEDE

(04 escores)

21. Uma das personagens da tirinha reproduz, de forma diferente, o que as outras falam. Justifique por
que isso ocorre. (02 escores)

As gírias mudam de geração em geração√ e, com o tempo, elas perdem seu sentido√._____

22. Quanto à predicação, como se classifica o verbo do primeiro quadrinho? Justifique sua resposta.
(02 escores)

O verbo é transitivo indireto√, pois necessita de um complemento para que tenha sentido
completo√.________________________________________________________________

Leia o texto VII para responder aos itens 23 a 26.

TEXTO VIII

Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de convir em
que no Brasil colônia, essencialmente rural, com a ojeriza1 que lhe notaram os nossos historiadores pela
vida das cidades — simples pontos de comércio ou de festividades religiosas —, estas não podiam exercer
maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle normativo, por séculos
“voou com as suas próprias asas”.
(CUNHA, Celso. In: A Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira. Disponível em: <http:www.cnsg-
pi.com.br/simulado/provas/ano2_07_11.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016.)
VOCABULÁRIO:
1
Ojeriza: aversão, antipatia.

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MÚLTIPLA ESCOLHA

(04 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.

23. Segundo o texto, os historiadores

( A ) tinham ojeriza pelo Brasil colônia.


( B ) observavam um rígido controle sobre a língua falada.
( C ) consideravam o Brasil colônia essencialmente rural.
( D ) observavam a ojeriza que a vida nas cidades causava.
( E ) consideravam o campo mais importante que as cidades.

24. Para o narrador,


( A ) as festas religiosas têm importância para a evolução da língua falada.
( B ) a vida do campo, no Brasil colônia, prevalecia sobre a vida das cidades.
( C ) a evolução da língua falada dependia em parte dos pontos de comércio.
( D ) a evolução da língua falada independe da condição de Brasil colônia.
( E ) a situação do Brasil na época impedia a evolução da língua falada.

25. A língua falada, conforme o texto VIII, “voou com as suas próprias asas”, porque

(A) as cidades eram pontos de festividades religiosas.


(B) o Brasil se distanciava linguisticamente de Portugal.
(C) faltavam universidades nos centros urbanos.
( D ) não se seguiam normas linguísticas.
(E) durante séculos, o controle normativo foi relaxado, por ser o Brasil uma colônia portuguesa.

26. Segundo o texto VIII, a população do Brasil colônia

( A ) preferia a vida do campo à vida da cidade.


( B ) preferia a vida da cidade à vida do campo.
( C ) não tinha preferência quanto à vida do campo ou à da cidade.
( D ) preferia a vida em Portugal, mas procurava adaptar-se à situação.
( E ) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no campo.

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Leia o texto a seguir para responder aos itens 27 a 30.

TEXTO IX

Toda saudade é a presença da ausência de alguém, de algum lugar, de algo enfim. Súbito o não
toma forma de sim como se a escuridão se pusesse a luzir1. Da própria ausência de luz o clarão se
produz, o sol na solidão. Toda saudade é um capuz transparente que veda e ao mesmo tempo traz a visão
do que não se pode ver porque se deixou pra trás, mas que se guardou no coração.

(GIL, Gilberto. Disponível em: <http://escrevelido.blogspot.com.br>. Acesso em: 08 mar. 2016.)


Vocabulário:
1
Luzir: emitir luz, irradiar claridade.

MÚLTIPLA ESCOLHA

(04 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.

27. A expressão “presença da ausência” (linha 1) significa ausência

( A ) doce.
( B ) amarga.
( C ) sentida.
( D ) indiferente.
( E ) enriquecedora.

28. Para o enunciador, a saudade é algo que

( A ) leva ao desespero.
( B ) se suporta somente com fé.
( C ) ninguém deseja.
( D ) transmite coisas boas.
( E ) ilude as pessoas.

29. Segundo o texto,

( A ) as pessoas sentem saudade de outras pessoas, e não de coisas.


( B ) as coisas ruins podem transformar-se em coisas boas.
( C ) as coisas boas podem transformar-se em coisas ruins.
( D ) a saudade, como um capuz, não nos permite ver com clareza a situação que vivemos.
( E ) a saudade, como um capuz, não nos deixa perceber coisas que ficaram em nosso passado.

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30. Segundo o texto, o que se guarda no coração é o(a)

( A ) saudade.
( B ) clarão.
( C ) que se deixou para trás.
( D ) visão.
( E ) que não se pode ver.

Construção de respostas completas, correção gramatical e/ou apresentação da prova: 0,5 ponto.

FIM DA PROVA

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