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Joaçaba
2015
DARLI MATEUS PIVETTA
Joaçaba
2015
DARLI MATEUS PIVETTA
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profª. Maiara Foiato
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
_________________________________________________
Profª. MSc. Angela Zamboni Piovesan
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
_________________________________________________
Profª. MSc. Jhulis Marina Carelli
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
Dedico este trabalho a minha família por todo
incentivo, paciência e amor em todos os
momentos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por permitir que pela fé se concretizasse mais esta realização.
A minha mãe, que com muito suor e sacrifício viabiliza minha graduação e acredita em
mim e na minha capacidade.
A minha orientadora, Professora Maiara Foiato, pela competência na orientação e por
sempre estar disponível e acessível, orientando de forma concisa, rápida e profissional.
Agradeço a todos que, direta ou indiretamente colaboraram e torceram pela realização
deste trabalho.
E finalmente, ao Juliano Roque Duarte, cujo apoio e dedicação extremos, foram a base
de motivação para chegar ao fim.
“Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não
terão outra escolha senão acreditar com você.”
(Cynthia Kersey)
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 17
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 18
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 18
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 18
1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 20
2.1 ARGAMASSA ESTABILIZADA.................................................................... 20
2.1.1 Breve histórico das argamassas industrializadas e estabilizadas ............... 21
2.1.2 Aplicações ........................................................................................................ 21
2.1.3 Vantagens e desvantagens .............................................................................. 22
2.2 MATERIAIS CONSTITUINTES DA ARGAMASSA ESTABILIZADA ...... 23
2.2.1 Cimento Portland ............................................................................................ 23
2.2.1.1 Hidratação do cimento Portland........................................................................ 24
2.2.1.1.1 Hidratação do silicato tricálcico – C3S ............................................................. 25
2.2.1.1.2 Hidratação do silicato dicálcico – C2S .............................................................. 27
2.2.1.1.3 Hidratação do aluminato tricálcico – C3A ........................................................ 28
2.2.1.1.4 Hidratação do Ferroaluminato tetracálcico – C4AF......................................... 28
2.2.1.1.5 Principais sólidos na pasta de cimento hidratada ............................................. 28
2.2.1.2 Tempo de pega do cimento Portland ................................................................ 29
2.2.2 Cal hidratada................................................................................................... 30
2.2.3 Agregado miúdo .............................................................................................. 30
2.2.4 Água de amassamento .................................................................................... 31
2.2.5 Aditivo estabilizador de hidratação - AEH .................................................. 31
2.2.5.1 EcoTec Mix ....................................................................................................... 32
2.3 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DAS ARGAMASSAS .............. 33
2.3.1 Propriedades no estado fresco ....................................................................... 34
2.3.1.1 Massa específica e teor de ar incorporado ........................................................ 34
2.3.1.2 Trabalhabilidade e consistência ........................................................................ 34
2.3.2 Propriedades no estado endurecido .............................................................. 36
2.3.2.1 Resistência mecânica ........................................................................................ 36
2.3.2.2 Absorção por capilaridade ................................................................................ 37
2.4 ESTUDOS JÁ REALIZADOS COM ARGAMASSA ESTABILIZADA ....... 38
3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 40
3.1 MATERIAIS ..................................................................................................... 40
3.1.1 Aglomerantes ................................................................................................... 40
3.1.1.1 Cimento Portland .............................................................................................. 40
3.1.1.2 Cal hidratada ..................................................................................................... 41
3.1.2 Areia natural ................................................................................................... 42
3.1.2.1 Determinação da composição granulométrica do agregado miúdo .................. 42
3.1.2.2 Determinação da massa específica do agregado miúdo .................................... 44
3.1.2.3 Determinação da massa unitária e do inchamento do agregado miúdo ............ 46
3.1.3 Aditivo estabilizador de hidratação .............................................................. 48
3.1.4 Água de amassamento .................................................................................... 49
3.2 DEFINIÇÃO DO TRAÇO PADRÃO .............................................................. 49
3.2.1 Determinação da relação água/cimento (a/c) ............................................... 49
3.2.2 Determinação do teor de AEH ....................................................................... 51
3.3 MÉTODOS DE ENSAIOS ............................................................................... 51
3.3.1 Determinação do tempo de início de pega .................................................... 51
3.3.2 Determinação do índice de consistência ........................................................ 53
3.3.3 Determinação da densidade de massa no estado fresco .............................. 54
3.3.4 Moldagem dos corpos de prova ..................................................................... 57
3.3.5 Resistência à tração na flexão e compressão axial ....................................... 58
3.3.6 Determinação da absorção de água por capilaridade ................................. 59
3.4 NOMENCLATURA ADOTADA .................................................................... 60
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................ 62
4.1 PROPRIEDADES NO ESTADO FRESCO ..................................................... 62
4.1.1 Tempo de início de pega ................................................................................. 62
4.1.2 Consistência das argamassas ao longo do tempo de utilização ................... 64
4.1.3 Densidade de massa e teor de ar incorporado no estado fresco ................. 66
4.2 PROPRIEDADES NO ESTADO ENDURECIDO .......................................... 67
4.2.1 Resistência à tração na flexão ........................................................................ 67
4.2.2 Resistência à compressão axial ...................................................................... 70
4.2.3 Absorção por capilaridade ............................................................................. 73
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 76
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 77
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 78
APÊNDICES... ........................................................................................................................ 81
APÊNDICE A – MASSA ESPECÍFICA DA CAL ................................................................. 82
APÊNDICE B – CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO MIÚDO ..................................... 83
APÊNDICE C – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NA FLEXÃO E COMPRESSÃO AXIAL .... 85
APÊNDICE D – ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE ...................................... 87
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.2 Aplicações
Algumas vantagens conquistadas pelo uso desde tipo de argamassa segundo Matos e
Prudêncio (2013), são:
Entretanto, Matos e Prudêncio (2013) apontam algumas desvantagens que o uso deste
tipo de argamassa traz em relação às argamassas mistas de cal e cimento, tais como:
A função dos cimentos em mistura com a água é aglomerar partículas e liga-las pela
formação de produtos hidratados com desenvolvimento de resistência mecânica e, após
endurecimento resistir a sua ação, daí a denominação de ligante hidráulico. Essa reação com a
água denomina-se reação de hidratação, com formação de produtos hidratados a partir de
produtos que se transformam incorporando a sua estrutura cristalina íons OH-. Os ligantes
inicialmente dissolvem-se até a saturação, e ao reagir com a água formam compostos insolúveis
responsáveis pelos fenômenos subsequentes (ISAIA, 2011).
Mehta e Monteiro (2008) propõem dois mecanismos de hidratação do cimento Portland,
que são a hidratação por dissolução-precipitação, que visa a uma completa reorganização dos
constituintes dos compostos originais durante a hidratação do cimento, e o mecanismo
topoquímico ou hidratação no estado sólido do cimento, onde as reações acontecem diretamente
na superfície dos compostos do cimento anidro sem que os compostos entrem em solução. Estes
dois mecanismos expostos são aceitos, pois a partir de estudos de microscopia eletrônica de
25
A hidratação do C3S no cimento Portland produz uma família dos silicatos de cálcio
hidratados que são estruturalmente semelhantes, mas variam amplamente na relação
cálcio/sílica e no teor de água quimicamente combinada (MEHTA; MONTEIRO, 2008). Na
interação do C3S com a água há a considerar sua dissolução, a precipitação do C-S-H (silicato
de cálcio hidratado) e a precipitação da portlandita (ISAIA, 2011).
A evolução da cinética de hidratação do C3S é ilustrada pela curva de liberação do calor
de reação, determinado com calorímetro isotérmico, juntamente com a variação da
concentração de cálcio (Ilustração 2), na qual se observam cinco períodos distintos: I-período
de pré-indução, II- período de indução, III-período de aceleração, IV-período de desaceleração
e V- período de reação lenta (ISAIA, 2011).
26
Ilustração 2: Representação esquemática da liberação de calor (A) e a concentração de Ca2+ em solução (B)
Segundo Zozula (2009) a hidratação do C2S ocorre de forma mais lenta, de forma muito
similar ao C3S, porém a taxa de liberação de calor é menor.
Como a alta área superficial específica e, consequentemente, a propriedade adesiva da
pasta de cimento hidratada se devem essencialmente à formação de silicato de cálcio hidratado,
e sabendo-se que se tem produções médias na hidratação do C3S de 61% de C-S-H e 39% de
hidróxido de cálcio, enquanto a hidratação do C2S produz 82% de C-S-H e 18% de hidróxido
de cálcio, espera-se que a resistência final do cimento Portland de alto teor de C3S seja menor
do que o cimento de alto teor de C2S. Além disso, se a durabilidade de uma pasta de cimento
endurecida em águas ácidas e sulfatadas é reduzida pela presença de hidróxido de cálcio, pode-
se esperar que o cimento contendo uma alta proporção de C2S será mais durável a ambientes
ácidos e sulfatados se comparado a cimentos contendo uma alta proporção de C3S (MEHTA;
MONTEIRO, 2008).
28
Geralmente, a reatividade da fase ferrita é, de certa forma, mais lenta do que a de C 3A,
mas cresce com o aumento do teor de alumina e com a diminuição da temperatura de formação
durante o processo de clinquerização (METHA; MONTEIRO, 2008).
Em relação aos outros compostos do cimento, o C4AF recebe pouca atenção, com
ressalvas à sua hidratação e características físico-mecânicas. Possivelmente o ferroaluminato
tetracálcico e o aluminato tricálcico comportam-se de formas similares. O C4AF é conhecido
por possuir a mesma sequência de rendimento que os produtos do C3A. A gipsita é capaz de
retardar, com maior eficiência, a hidratação do C4AF que o C3A (ZOZULA, 2009).
Conforme Mehta e Monteiro (2008), a fase C-S-H compõe entre 50 e 60% do volume
de sólidos em uma pasta de cimento que está completamente hidratada, sendo a fase mais
importante, que determina as propriedades da pasta.
29
Segundo Costa (2008) o agregado é um material granular que atua nas argamassas como
elemento inerte. Geralmente o que é inserido na mistura é areia e algum cascalho em menor
percentagem.
31
melhora a trabalhabilidade;
reduz a quantidade de água de amassamento;
aumenta o rendimento da argamassa;
possibilita o bombeamento da argamassa.
Estado Endurecido:
As principais características das argamassas fazem referência direta às funções que estas
devem desempenhar. Segundo Cincotto et al. (1995), deve-se esperar que as argamassas
cumpram determinados requisitos de acordo com o estado em que se encontram, no período da
preparação, no qual a argamassa se encontra em estado fresco e no período após a aplicação,
desde o seu endurecimento até o período de uso da edificação, onde o material encontra-se em
estado endurecido.
34
Com relação à consistência, Hermann e Rocha (2013), apontam o teor de água, a forma
e a textura dos grãos dos agregados, assim como a granulometria fatores que afetam esta
propriedade.
Outra observação interessante é que as argamassas com relação água/cimento mais
baixa apresentam maior velocidade de endurecimento do que aqueles com relação água/cimento
mais alta, já que as partículas de cimento ficam mais próximas e se estabelece mais rapidamente
um sistema contínuo de formação do gel. Com relação ao grau de diluição da pasta de cimento,
pode ocorrer que uma argamassa de relação água/cimento muito baixa e com alto teor de
cimento apresente um retrocesso de resistência. Possivelmente isso seria consequência de
tensões induzidas pela retração, uma vez que a restrição oferecida pelo agregado causaria
fissuração da pasta de cimento ou perda de aderência entre pasta e agregado (HANAI, 1992).
A consistência é a propriedade da argamassa relacionada à trabalhabilidade, que pode
ser definida através de um índice. A NBR 13276 (ABNT, 2005) estabelece o método para
determinação do índice de consistência da argamassa, que apresenta a metodologia de ensaio
utilizando a mesa de consistência (flow table).
Alguns aspectos interferem nessa propriedade, como as características dos materiais
constituintes da argamassa e o traço utilizado. A presença da cal e de aditivos incorporadores
de ar, por exemplo, melhoram essa propriedade até um determinado limite (HERMANN;
ROCHA, 2013).
Carasek (2010) propõe a classificação das argamassas, segundo sua consistência,
conforme a Ilustração 3:
36
Para Sabbatini et al. (2013) a resistência mecânica depende do consumo e natureza dos
agregados e aglomerantes da argamassa empregada e da técnica de execução que busca a
compactação da argamassa durante a sua aplicação e acabamento.
Dubaj (2000) aponta alguns fatores que influenciam na resistência mecânica dos
revestimentos e na sua evolução, tais como:
A absorção capilar age no sentido de succionar a água da superfície para o interior dos
poros do material. Quando um material se aproxima do ponto de saturação, a absorção
devido à capilaridade se aproxima do zero. A água absorvida dessa maneira não tem
a tendência de se deslocar para dentro ou para fora, a menos que uma força diferencial
externa seja introduzida (gravidade, pressão do vento).
Como todos dos materiais de construção possuem uma estrutura descontínua, entre seus
cristais ou células podem apresentar pequenos poros que por si só, podem se tornar contínuos
e formar verdadeiros tubos ou planos capilares (VERÇOZA, 1983).
A NBR 15259 (ABNT, 2005) especifica o ensaio para a determinação da absorção por
capilaridade e a determinação do coeficiente de capilaridade.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Serão apresentados neste capítulo os materiais que foram utilizados para a realização
desta pesquisa juntamente com a metodologia empregada para obtenção dos resultados e
objetivos finais. Todas as fotografias, tabelas e gráficos demonstrados no decorrer deste
capítulo que não tenham referencias de fonte são de propriedade do autor em ocasião.
Como mencionado anteriormente, este trabalho tem como objetivo pesquisar a
influência de diferentes teores de aditivos estabilizador de hidratação em algumas das
propriedades de argamassas de revestimento. Para isto, foi necessário o uso de um método
experimental, caracterizado pela manipulação direta das variáveis relacionadas ao objeto de
estudo, através da criação de situações de controle.
Os ensaios de controle tecnológico foram realizados no Laboratório de Materiais da
Unoesc, localizada em Joaçaba – Santa Catarina, que ocorreram de forma direta, precisa e
sistemática, tendo como base normas técnicas específicas para cada ensaio realizado. Através
dos fenômenos observados, os dados foram organizados em planilhas, sendo posteriormente
analisados e interpretados.
3.1 MATERIAIS
3.1.1 Aglomerantes
Para os traços selecionados, utilizou-se dois aglomerantes: cimento e cal hidratada. Para
garantir que esses materiais não sofressem interferência do ambiente, evitando que os mesmos
absorvessem umidade e aglomerassem, antes da sua utilização, foram transferidos dos sacos
originais para sacos plásticos, sendo devidamente identificados.
O cimento utilizado para a confecção das argamassas foi o cimento Portland composto
CP II-Z-32, da marca Votorantim. A massa específica e a massa unitária foram fornecidas pelo
41
Na confecção das argamassas em estudo foi utilizada a cal hidratada CH III, da marca
Hidra. A massa específica foi determinada em laboratório, seguindo as diretrizes da NBR NM
23 (ABNT, 2001).
O primeiro passo para este ensaio foi encher com querosene (líquido não reagente) dois
frascos de Le Chatelier com o auxílio de um funil, até o nível compreendido entre as marcas 0
e 1cm³. Fez-se a secagem do interior dos frascos acima do nível do líquido e colocou-os em
banho de água, por aproximadamente 30 minutos, a fim de equalizar a temperatura do
querosene com a água. Passado este tempo, registrou-se a primeira leitura do volume, com
aproximação de 0,1cm³.
Feito isto, pesou-se uma quantidade de material suficiente para o deslocamento do
líquido no intervalo entre as marcas 18 e 24cm³ e introduziu-o em pequenas porções no frasco,
com o auxílio de um funil e uma espátula, tendo o máximo de cuidado para que o material não
ficasse aderido nas paredes internas do recipiente. Após este processo o frasco foi tampado e
girado suavemente em posição inclinada até que não subissem mais bolhas de ar para superfície
do líquido. Esperou-se mais 30 minutos para total decantação dos finos e registrou-se a segunda
leitura do volume, com aproximação de 0,1cm³ (Fotografia 1).
A massa específica, cujo o valor encontrado foi de 2,38g/cm³, foi determinada utilizando
a equação a seguir:
𝑚
ρ= (1)
𝑉2−𝑉1
Onde:
ρ é a massa específica do material em g/cm³;
𝑚 é a massa material ensaiado, em gramas;
𝑉1 é o volume inicial, em cm³;
𝑉2 é o volume final, em cm³.
Como agregado miúdo foi utilizada a areia natural, cujas características foram definidas
em laboratório. Os ensaios de caraterização do material, demostrados a seguir, tiveram o
objetivo de dar maior precisão e confiabilidade aos cálculos e testes realizados na pesquisa com
argamassa estabilizada.
utilizou-se peneiras da série normal, com abertura da malha de 4,75mm, 2,36mm, 1,18mm,
0,60mm, 0,30mm e 0,15mm, devidamente limpas e um fundo para o encaixe na base.
0
(%) Retida Acumulada
20
40
60
80
100
0,1 1 10
Diâmetro das Particulas (mm)
Zona útil inferior Zona ótima inferior
Zona ótima superior Zona útil superior
Amostra
A amostra utilizada para o ensaio, ficou parcialmente dentro dos limites granulométricos
estipulados pela NBR 7211 (ABNT, 2009). Todavia, o presente projeto de pesquisa, tem por
objetivo representar as argamassas confeccionadas nas obras da região de Joaçaba, as quais são
dosadas com materiais semelhantes a este, assim, validando a sua aplicação.
(a) (b)
(a) (b)
46
Após esse intervalo, o frasco foi completado com água novamente até a marca de
referência e determinada a massa total do conjunto (recipiente + amostra + água).
O agregado miúdo foi removido dos frascos cuidadosamente e armazenado em
bandejas. As amostras foram secas em estufa à 105+5°C até a massa constante, por
aproximadamente 24 horas. Por fim, registrou-se a massa do agregado seco.
O agregado ensaiado possui massa específica e massa específica aparente do agregado
SSS de 2,63g/cm³, massa específica aparente do agregado seco de 2,64g/cm³ e absorção de
0,14%. Os dados obtidos durante todo o ensaio estão demonstrados no Apêndice B.
A massa unitária do agregado miúdo foi definida juntamente com a realização do ensaio
de inchamento da areia. Todo o procedimento foi executado conforme as recomendações da
NBR 6467 (ABNT, 2009).
Para a determinação da massa unitária foi necessário a secagem do material em estufa
por aproximadamente 24 horas e o conhecimento do volume de um recipiente.
Devido o recipiente selecionado apresentar deformações, para maior confiabilidade de
dados, foram aferidos três diâmetros e três alturas, com auxílio de um paquímetro digital, sendo
que o valor utilizado para cálculos foi a média das três dimensões. O volume encontrado do
recipiente pelas médias foi de 99,11cm³. Feito isso, registrou-se a massa recipiente vazio.
Em seguida, encheu-se o recipiente com o agregado, despejando-o a uma altura de mais
ou menos 12cm, até transbordar. Então, com uma régua de aço foi rasada a superfície no nível
das bordas superiores do recipiente (Fotografia 5) e determinada a massa do conjunto
(recipiente + agregado). Foi refeito o ensaio para aferir os valores obtidos. A média da massa
unitária seca encontrada foi de 1,53g/cm³.
Os dados obtidos durante todo o ensaio para a determinação da massa unitária seca,
estão demonstrados no Apêndice B.
Para a determinação do inchamento, a areia natural utilizada no ensaio anterior foi posta
em uma bandeja e adicionou-se 0,5% de água. Homogeneizou-se cuidadosamente o material
úmido manualmente (Fotografia 6a) e realizou-se o mesmo procedimento executado
anteriormente para a determinação da massa unitária, contudo, agora úmida.
Fez-se o mesmo processo para os teores de umidade de 1%, 2%, 3%, 4%, 5%, 7%, 9%
e 12%. Para verificar a umidade existente na areia duas pequenas amostras foram coletadas de
cada teor de água adicionado e dispostas em cápsulas metálicas (Fotografia 6b), onde as
mesmas foram pesadas e posteriormente secas em estufa na temperatura de 105 ±5ºC, até
constância de massa.
Passadas 24 horas, retirou-se as cápsulas da estufa e registrou-se a massa de cada
conjunto (cápsula + agregado seco), para poder ser determinada a real umidade utilizada e o
coeficiente de inchamento.
Fotografia 6: Ensaio de inchamento da areia a) mistura do agregado úmido e b) cápsulas com amostra úmida
(a) (b)
A água utilizada para realização dos ensaios e confecção das argamassas foi oriunda da
rede de distribuição pública da cidade de Joaçaba - SC, isenta de contaminações.
Para a confecção das argamassas, foram utilizados dois traços padrão, um denominado
de rico na proporção em volume de 1:2:6 e um denominado de pobre na proporção em volume
de 1:2:10. A seleção desses traços, deu-se devido a sua grande utilização na região de Joaçaba,
para revestimentos de paredes e tetos.
proporções a fim de se obter o consumo de água respectivo para o traço, repousou-se por 60
segundos a mistura, para raspagem com espátula do material aderido à pá e à cuba, para então
fazer a mistura final em velocidade alta por 60 segundos.
Logo após a homogeneização, realizou-se o ensaio de consistência da argamassa,
denominado de flow table, de modo a se obter um espalhamento próximo a 23±1cm, valor este
aferido com um paquímetro digital (Fotografia 9). O ensaio foi realizado conforme
recomendações da NBR 13276 (ABNT, 2005).
Executado o ensaio, registrou-se a massa do recipiente mais a água que não foi utilizada
na pasta, determinando assim, a quantidade de água consumida e por consequência o fator a/c.
Repetiu-se o processo para o traço com proporção de 1:2:10 (cimento: cal hidratada:
areia natural).
A Tabela 3 apresenta as massas, o espalhamento e a relação a/c atingida.
Fotografia 11: Leituras de tempo de início de pega Fotografia 12: Tampo de vidro
Não foi verificado o tempo de fim de pega, uma vez que o intuito era apenas a
confirmação da estabilização das argamassas aditivadas.
Fotografia 13: Ensaio de consistência: a) preenchimento do molde com argamassa e b) espalhamento da amostra
sobre a mesa para índice de consistência
(b)
(a)
cuidado em não encostar a espátula no fundo do recipiente e nas posteriores foi aplicada
somente com força necessária para penetrar na superfície da camada imediatamente inferior.
Após a execução e adensamento de cada camada, efetuou-se três quedas do recipiente
com uma altura aproximada de 3cm, eliminando assim, todos os vazios entre a argamassa e a
parede do recipiente. O rasamento foi realizado com uma espátula em duas passadas ortogonais
entre si, fazendo movimentos de vai-e-vem, com inclinação de 45º em relação a superfície do
molde.
Posteriormente a eliminação de qualquer partícula aderida na parede externa do
recipiente, pesou-se e registrou-se a massa do molde com a argamassa (Fotografia 14b).
(a) (b)
𝑚𝑐 − 𝑚𝑣
𝑑= 1000 (2)
𝑉𝑟
Onde:
𝑚𝑐 é a massa do recipiente cilíndrico contendo a argamassa de ensaio, em gramas;
𝑚𝑣 é a massa do recipiente cilíndrico vazio, em gramas;
𝑉𝑟 é o volume do recipiente cilíndrico, em centímetros cúbicos.
𝑑
𝐴 = 100 (1 − ) (3)
𝑑𝑡
Onde:
𝑑 é o valor de densidade de massa da argamassa, em g/cm³;
𝑑𝑡 é o valor da densidade de massa teórica da argamassa, em g/cm³, sem vazios.
1000 − 𝑎𝑟
𝐶𝑐 =
1 𝑝 𝑞 𝑎𝑑 𝑎 (4)
⁄
𝛾𝑐 + 𝛾𝑝 + 𝛾𝑞 + 𝛾𝑎𝑑 + 𝑐
𝐶𝑝 = 𝐶𝑐 ∗ 𝑝 (5)
𝐶𝑞 = 𝐶𝑐 ∗ 𝑞 (6)
𝐶𝑎 = 𝐶𝑐 ∗ 𝑎 (7)
𝐶𝑎𝑑 = 𝐶𝑐 ∗ 𝑎𝑑 (8)
Onde:
𝑎𝑟 é o teor de ar (%)
𝑝 é o traço de cal
57
𝑞 é o traço de areia
𝑎 é o traço de água
𝑎𝑑 é o traço de aditivo
𝛾𝑐 é a massa específica do cimento (g/cm³)
𝛾𝑝 é a massa específica da cal (g/cm³)
𝛾𝑞 é a massa específica aparente da areia (g/cm³)
𝛾𝑎𝑑 é a massa específica do aditivo (g/cm³)
𝑎⁄ é a relação água/cimento
𝑐
Para fins de avaliação das propriedades no estado endurecido das amostras produzidas,
logo após o preparo, foram moldados seis corpos de prova para cada traço, com dimensões de
4x4x16cm conforme as recomendações da NBR 13279 (ABNT, 2005). Destes, 3 foram
destinados ao ensaio de resistência à tração na flexão e compressão axial, e 3 para absorção por
capilaridade.
Passadas 24 e 48 horas da produção das argamassas estabilizadas, foram moldados mais
três corpos de prova, a fim de aferir possíveis variações na resistência à tração e à compressão
causadas pelo uso do AEH. Estas argamassas, foram mantidas em potes tampados, atribuídos
apenas para este fim.
Após o preparo da argamassa, com o molde fixo à mesa de adensamento, foi introduzido
em cada compartimento do molde uma porção de argamassa, sendo realizado o espalhamento
com um soquete, formando uma camada uniforme. Em seguida aplicou-se 30 quedas através
da mesa de adensamento, para a remoção máxima de vazios (Fotografia 15a).
Feito isso, introduziu-se a segunda camada de argamassa em cada compartimento e
realizou-se novamente a distribuição e adensamento da mesma. Rasou-se a superfície do molde
com o auxílio de uma régua metálica em movimento de vai-e-vem.
Os corpos de prova permaneceram por 48 ±24 horas nos moldes, envolvidos com
plástico filme, em temperatura de 23 ±2ºC e umidade relativa do ar de 60 ±5% (Fotografia 15b).
Passado este período, desmoldou-se e condicionou-os a cura ambiente por 24 dias, sendo que
posteriormente, por engano, foram levados à saturação, imergindo-os em água, até completar o
tempo para rompimento. Portanto, o procedimento ficou em desacordo com a norma, sendo
minimizado o efeito, rompendo todos os corpos de prova na mesma condição.
58
Fotografia 15: Moldagem dos corpos de prova: a) execução da primeira camada e b) corpos de prova moldados
(a) (b)
Após o período de cura dos corpos de prova, os mesmos foram posicionados nos
dispositivos de apoio do equipamento de ensaio (prensa), de modo que a face rasada não ficasse
em contato com os dispositivos de apoio e nem com o dispositivo de carga. Aplicou-se carga
até a ruptura dos mesmos.
Primeiramente os prismas foram ensaiados à tração na flexão (Fotografia 16a), onde o
rompimento se deu exatamente no centro do corpo de prova, resultando em duas metades, as
quais foram posicionadas novamente na prensa, para o ensaio à compressão (Fotografia 16b).
(a) (b)
1,5𝐹𝑓𝐿
𝑅𝑓 = (9)
40³
Onde:
𝑅𝑓 é a resistência à tração na flexão, em MPa;
𝐹𝑓 é a carga aplicada verticalmente no centro do prisma, em N;
L é a distância entre os suportes, em milímetros.
𝐹𝑐
𝑅𝑐 = (10)
1600
Onde:
𝑅𝑐 é a resistência a compressão, em Mpa;
𝐹𝑐 é a carga máxima aplicada, em N;
1600 é a área da seção considerada quadrada no dispositivo de carga 40x40mm, em
mm².
O ensaio foi realizado seguindo exatamente todas as especificações da NBR 13279
(ABNT, 2005).
Neste ensaio foram utilizados três corpos de prova, moldados após a produção das
argamassas, de acordo com a NBR 13279 (ABNT, 2005). Estes, foram curados a temperatura
ambiente e ensaiados aos 28 dias de idade.
Primeiramente lixou-se as superfícies dos prismas com o auxílio de uma lixa e com um
pincel removeu-se todas as partículas soltas. Determinou-se a massa inicial (m0), em gramas,
de todos os corpos de prova. Na sequência, posicionou-os com a face quadrada sobre uma
bandeja metálica (recipiente utilizado para o ensaio). O nível da água permaneceu constante de
5 ±1mm acima da face em contato com a água, evitando a molhagem de outras partes.
60
A partir da colocação dos corpos de prova na água, determinou-se a massa dos prismas,
em gramas, aos 10 minutos (m10) e aos 90 minutos (m90) de ensaio. Antes das pesagens os
corpos de provas foram previamente secos com pano úmido (Fotografias 17a e 17b).
Fotografia 17: Ensaio de absorção por capilaridade: a) corpos de prova aos 10 minutos de ensaio e b) corpos de
prova aos 90 minutos de ensaio
(a) (b)
𝑚𝑡 − 𝑚0
𝐴𝑡 = (11)
16
Onde:
𝐴𝑡 é a absorção de água por capilaridade para cada tempo, em gramas por centímetros
quadrados;
𝑚𝑡 é a massa do corpo de prova em cada tempo, em gramas;
𝑚0 é a massa inicial do corpo de prova, em gramas;
𝑡 corresponde aos tempos de 10 min, e 90 min, em segundos;
16 é a área do corpo de prova, em centímetros quadrados.
Para melhor compreensão, a partir da Tabela 5 foi gerado o Gráfico 3, onde se pode ter
um melhor parâmetro de comparação entre valores no que diz respeito aos tempos de início de
pega.
63
40
Tempo (h)
32 27:10
23:45
24
16
5:55 6:35
8
0
A B A24 B24 A48 B48
Amostras
Conforme GRACE (2014), o aditivo EcoTec Mix foi desenvolvido para estabilizar e
plastificar argamassas. Sendo assim, as misturas que receberam o aditivo obtiveram
espalhamentos iniciais maiores, configurando uma diferença de 5cm das convencionais.
O Gráfico 4 apresenta a perda de espalhamento das argamassas produzidas.
30
Consistência (cm)
25
A
20 B
15 A24
B24
10
A48
5 B48
0
0 10 20 30 40 50
Tempo (h)
65
Fotografia 18: Comparação visual entre o traço A48 (a) e o traço B48 (b)
5
2030
4 4,35
2020
3 2011
3,11 3,07 3,09 2010
2003 2,86
2
2000
1 1990
0 1980
A B A24 B24 A48 B48
Amostras
água/cimento. Como consequência, esta mistura adquiriu pouca coesão e resistência, já que teor
de ar no traço é aproximadamente 13% maior.
Com base nos dados obtidos, foi possível observar também, que de forma geral, as
argamassas estabilizadas apresentaram densidade de massa superior que as convencionais, ou
seja, a quantidade de ar incorporado foi menor. Em conformidade com as descrições de GRACE
(2014), o aditivo utilizado além de estabilizar as argamassas, proporcionou plasticidade,
havendo uma maior conformação dos grãos, influenciando de maneira positiva na diminuição
de vazios nas misturas. Sendo assim, a interação do desareante presente na composição do
aditivo, com os materiais presentes nos traços, resultou em um bom desempenho.
A amostra A48, não atingiu a massa específica das demais argamassas estabilizadas,
podendo este fato ter ocorrido, por alguma falha no adensamento durante a realização do ensaio.
Com os valores obtidos no ensaio, foi possível determinar também, o consumo de cada
componente das argamassas utilizadas em kg/m³ (Tabela 7).
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
A A24 A48 B B24 B48
Resistência 0,31 0,43 0,51 0,17 0,25 0,22
Para as amostras moldadas logo após a confecção das misturas, pode-se observar, que
em ambos os traços, ocorreu um acréscimo de resistência nas argamassas onde houve a inserção
do aditivo estabilizador de hidratação. Para a amostra A24, o aumento chegou a 27,9% e para
o traço A48, o acréscimo foi de 39,2%. Já a amostra B24 obteve um aumento de 32% e o traço
B48 um acréscimo de 22,7%. A amostra B48 teve um acréscimo de resistência menor que a
amostra B24 possivelmente por algum erro de moldagem, fazendo com que o volume de vazios
fosse maior, refletindo na diminuição da resistência.
No geral, as argamassas de traço 1:2:10 obtiveram valores inferiores as de traço 1:2:6.
Podendo isso ter ocorrido devido à pouca coesão entre os componentes das argamassas, uma
vez que o consumo de cimento foi inferior. Além disso, por possuir relação água/cimento mais
elevada, o traço 1:2:10 possuía mais vazios incorporados, o que contribuiu para a perda de
resistência à tração.
Foi possível observar também, que pelo fato das argamassas de traço 1:2:10 possuírem
muita areia em sua composição, elas apresentaram um aspecto esfarelado, com pouca aderência
na pasta de cimento e cal, facilitando o rompimento prematuro das amostras.
69
Após 24 e 48 horas da confecção das argamassas, foram moldados mais três corpos de
prova para cada traço aditivado, a fim de avaliar possíveis interferências que o aditivo poderia
provocar ao longo do tempo de utilização. A seguir, o Gráfico 7 demonstra uma comparação
entre as resistências à tração do traço 1:2:6, com amostras moldadas após o preparo das misturas
e amostras moldadas anteriormente ao tempo de início de pega.
Gráfico 7: Influência do tempo nas resistências à tração das argamassas aditivadas de traço 1:2:6
0,70
Resistência à tração na flexão (MPa)
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
A24 (0h) AP24 (24h) A48 (0h) AP48 (48h)
Resistência 0,43 0,23 0,51 0,27
Gráfico 8: Influência do tempo nas resistências à tração das argamassas aditivadas de traço 1:2:10
Resistência à tração na flexão (MPa) 0,35
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
B24 (0h) BP24 (24h) B48 (0h) BP48 (48h)
Resistência 0,25 0,10 0,22 0,08
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
A A24 A48 B B24 B48
Resistência 1,84 2,78 2,79 0,84 1,06 1,21
Gráfico 10: Influência do tempo nas resistências à compressão das argamassas aditivadas de traço 1:2:6
Resistência à compressão axial (MPa) 3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
A24 (0h) AP24 (24h) A48 (0h) AP48 (48h)
Resistência 2,78 1,81 2,79 1,72
Da mesma forma que houve uma queda nas resistências à tração na flexão, houve um
decréscimo nas resistências à compressão axial. Nas argamassas moldadas antes do tempo de
início de pega, a redução chegou a 34,9% para a amostra AP24 e 38,3% para o traço AP48. Os
valores obtidos com a influência do tempo de utilização, ficaram próximos aos valores da
resistência a compressão da amostra A. As misturas haviam perdido plasticidade no momento
da moldagem e resultaram em características parecidas da amostra padrão.
O Gráfico 11 a seguir, demonstra a mesma comparação feita anteriormente, porém com
o traço 1:2:10.
Gráfico 11: Influência do tempo nas resistências à compressão das argamassas aditivadas de traço 1:2:10
1,60
Resistência à compressão axial (MPa)
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
B24 (0h) BP24 (24h) B48 (0h) BP48 (48h)
Resistência 1,06 0,67 1,21 0,67
De acordo com o Gráfico 11, houveram quedas mais expressivas nas resistências à
compressão para as argamassas de traço 1:2:10 do que para as de traço 1:2:6. Os decréscimos
73
alcançaram 36,7% para a amostra BP24, e 44,6% para o traço BP48. Desta forma, os resultados
obtidos, não chegaram aos valores atingidos pela amostra B.
Além da influência da perda de consistência que prejudicou a moldagem dos corpos de
prova, uma outra possível causa, que demandaria investigação, seria verificar se o aditivo
estabilizador, apesar de retardar as reações de hidratação, não está permitindo que uma pequena
parte do cimento esteja reagindo, mesmo durante o tempo de manutenção da trabalhabilidade
da argamassa, provocando assim a quebra de cristas já formados, resultando em uma baixa
resistência.
Visto isto, o proporcionamento dos materiais influenciou nas propriedades das
argamassas, tanto no estado fresco como endurecido. O baixo consumo de cimento relacionada
a uma elevada relação água/cimento contribuiu para o enfraquecimento das amostras de traço
1:2:10, gerando argamassas mais porosas.
1,97 1,9
2,00 1,76
1,41 1,33
1,50
0,94
1,00 0,71 0,76 0,74
0,57 0,57
0,50
0,00
A A24 A48 B B24 B48
Amostras
Absorção 10 min (g/cm²) Absorção 90 min (g/cm²)
74
2,5 2,5
2 2
1,5 1,5
1 1
0,5 0,5
0 0
A A24 A48 B B24 B48
Amostras
5 CONCLUSÃO
De maneira a prosseguir com este estudo, seguem algumas sugestões para trabalhos
futuros com o uso de aditivo estabilizador de hidratação:
REFERÊNCIAS
AOKI, Jorge. Início e fim de pega. Qual a utilidade?. 2010. Disponível em:
<http://www.cimentoitambe.com.br/inicio-e-fim-de-pega-qual-a-utilidade/>. Acesso em: 18
de set. 2015.
______. NBR 7211- Agregados para concreto - Especificação. Rio de Janeiro, 2009.
HARTMANN, C.; JEKNAVORIAN, A.; SILVA, D.; BENINI, H. Aditivos químicos para
concretos e cimentos. In: ISAIA, G. C. (Ed.) Concreto: Ciência e Tecnologia. Ipsis Gráfica e
Editora, São Paulo, 2011.
ISAIA, Geraldo Cechella. Concreto: ciência e tecnologia. 1. ed. São Paulo: Ibracon, 2011.
80
NETO, Artur. M.; ANDRADE Daniela. C. de; SOTO, Nicolle. T. A. Estudo das
propriedades e viabilidade técnica da argamassa estabilizada. 2010. 127 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação) – Curso Superior de Engenharia da Produção. Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
APÊNDICES
82