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ManualPraticoDeCalculoDeFrete PDF
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Apresentação:
Eng. Antonio Lauro Valdivia Neto
Especialista em transportes; Engenheiro de Transportes, pós-graduado e Mestre em Administração de
Empresas. Corresponsável técnico pelo site Guia do TRC, sócio da RLV Soluções Empresariais,
colunista da Revista “O Carreteiro”, Professor Universitário;. Assessor técnico da Associação
Nacional do Transporte de Cargas – NTC, membro da Câmara Temática Veicular do DENATRAN,
membro da Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI) da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) e membro do Conselho Estadual para Diminuição dos Acidentes de Trânsito e
Transporte (CEDATT) do Governo do estado de São Paulo.
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MANUAL PRÁTICO DE CÁLCULO DE FRETE Eng. Lauro Valdivia & Eng. Roberto Valdivia
INTRODUÇÃO
Na ânsia de pegar serviço, muitos esquecem de analisar o próprio valor do frete. Assim,
acabam por ignorar boa parte dos custos, tendo muitas vezes prejuízos e estragando o
mercado todo, pois desta forma o preço do frete diminui cada vez mais para todos que
atuam neste setor.
O profissional de transporte precisa ter consciência que não é só quem oferece frete que tem
o poder de ditar preços. Já é hora do fornecedor do serviço de frete equilibrar esta balança,
negociando melhores preços e fazendo com que o frete recebido retome cada vez mais a
sua função: viabilizar o negócio com lucro e rentabilidade.
Afinal é o lucro que gera os recursos necessários para o investimento nas melhorias e
crescimento da empresa.
Certa vez, em um restaurante de beira de estrada, dois grandes amigos jogavam conversa
fora na mesa após a janta. Os dois estavam envolvidos com o setor de transporte sendo José
um motorista autônomo e Augusto era funcionário de uma grande empresa transportadora.
Em dado momento da conversa, a discussão passou a ser os fretes praticados e os gastos
que o caminhão dava, pois a grosso modo ambos concordavam que as despesas do veículo
eram grandes, tanto para José que possuía veículo próprio quanto para a empresa de
Augusto que possuía uma frota razoável de caminhões. Assim, ambos resolveram levantar o
quanto deveria custar ter e manter um caminhão e, ainda verificar se o frete recebido era
suficiente para cobrir todos os custos.
Ambos tinham um caminhão parecido, ou seja, um caminhão do tipo truck (3 eixos).
Como primeiro passo, eles resolveram listar todos os gastos que eles imaginavam que um
caminhão tinha.
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MANUAL PRÁTICO DE CÁLCULO DE FRETE Eng. Lauro Valdivia & Eng. Roberto Valdivia
Lavagem Licenciamento
Num primeiro momento, José ficou até contente, pois a lista não era tão grande quanto ele
imaginava. Mas ai, Augusto, com cara de dúvida, questionou se realmente seriam só estes os
custos de um caminhão. E resolveram então, que ambos tentariam levantar com seus
conhecidos os possíveis custos que poderiam estar faltando. E, em um próximo encontro
eles examinariam o resultado.
Alguns dias depois, no novo encontro, José e Augusto analisaram o resultado de seus
esforços. E, uma nova lista surgiu:
E, até umas tais de, remuneração de capital e depreciação do veículo, que um colega do
Augusto disse que também eram custos do veículo. E para esclarecer a José, Augusto pediu
ao seu colega, que escrevesse uma explicação sobre estes dois custos que ele não conhecia,
mas que seu colega afirmava que existiam e eram muito importantes.
Depreciação do veículo
Depreciação é o nome que se dá a perda de valor do caminhão à medida que este fica mais
velho. Ou seja, com o passar do tempo o caminhão adquirido vai ficando cada vez mais
velho e, além disso, são lançados caminhões novos mais avançados, seguros e econômicos.
E, portanto, para você trocar o seu caminhão por um mais novo de igual categoria é
necessário que você pague a diferença de valor entre ambos. E, é justamente esta diferença
de valor que é considerada como um dos custos do veículo: o custo de depreciação do
veículo.
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Este é um custo importante, pois se você não o considera, quer dizer que não terá nunca
dinheiro para trocar o caminhão por um mais novo. E, desta forma, o dono do veículo teria
que trabalhar com o caminhão até que este ficasse tão velho a ponto de não rodar mais. E, ai
só lhe sobraria duas opções: recorrer ao banco para financiar um novo caminhão ou mudar
de negócio.
Remuneração de capital
Quando você ou a empresa tira o dinheiro de uma caderneta de poupança, por exemplo,
deixa de receber os juros deste dinheiro. Como para adquirir um caminhão é necessário ter
certa quantia de dinheiro, dinheiro este que, antes de se investir na compra do caminhão,
estava rendendo no banco, e deixa de render com a compra do caminhão. Portanto, nada
mais justo que o caminhão “pague” o valor que você estava recebendo do banco, e é este
valor que se chama remuneração do capital investido.
Mesmo porque, se você não tiver o dinheiro e recorrer a um financiamento para comprar um
caminhão, quem lhe emprestar o dinheiro irá cobrar juros da quantia emprestada. E, você
terá que faturar o suficiente com o caminhão para pagar estes juros também.
Lista dos Custos
Convencidos sobre a importância da remuneração do capital e a depreciação, os dois amigos
resolveram montar um quadro com todos os valores necessários para calcular o custo
operacional de um caminhão.
Preço do caminhão mais novo
Preço do caminhão usado
Taxa de juro anual
Quantidade de anos de utilização do caminhão
Total gasto com Licenciamento, IPVA e Seguro Obrigatório
Valor para assegurar o caminhão por um ano
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Mas nesta nova lista, José percebeu que alguns custos, apesar de serem do caminhão, sua
ocorrência variava. Alguns custos variavam com a quilometragem e outros com o tempo. E,
então José sugeriu que fosse feita uma classificação:
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+ NOVO USADO
Observe o raciocínio utilizado: tem-se um caminhão ano 2010 que será substituído por
outro, 3 anos mais novo. Isto quer dizer que, para trocar o caminhão por outro, 3 anos mais
novo, deve-se dispor de R$ 42.300,00, ou seja, deve-se guardar R$ 14.100,00 por ano (
42.300,00 3), ou R$ 1.175,00 por mês (14.100,00 12 meses de um ano).
Remuneração de capital - investido no caminhão
No caso da remuneração de capital também se calcula um valor mensal por se tratar de um
intervalo de tempo que as pessoas e as empresas estão mais acostumadas. Exemplo:
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Montante 24
12.462,00 24 = R$ 519,25 (valor de remuneração de capital mensal)
Exemplo:
ANUAL Parcelas MENSAIS
12
Licenciamento R$ 60,00 R$ 5,00
12
Seguro Obrigatório R$ 240,00 R$ 20,00
12
IPVA R$ 3.600,00 R$ 300,00
12
Taxa Vistoria de Tacógrafo R$ 84,00 R$ 7,00
Despachante R$ 60,00 12
R$ 5,00
TOTAL R$ 337,00
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Lembre-se sempre que os custos fixos estão ligados ao tempo, portanto, sua
variação será proporcional ao tempo gasto na execução do serviço de
transporte. É prático ter o valor do custo fixo por dia e por hora:
Custo fixo por dia = Custo fixo mensal ÷ Dias efetivamente trabalhados pelo veículo
(média/mês)
Exemplo: o veículo trabalha em média 21 dias por mês (está média é resultado dos dias
trabalhados por mês pela frota toda da empresa, caso o mesmo faça parte desta frota,
considerando os doze meses do ano).
R$ 3.269,83 ÷ 21 = R$ 155,71
Custo fixo por hora = Custo fixo por dia dividido pelas horas trabalhadas em média por dia.
Exemplo: o veículo trabalha 12 horas por dia.
R$ 155,71 ÷ 12 = R$ 12,98
Manutenção =
gasto
24.000
R$ 0,240 por km
km 100.000
Combustível
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Este é o custo que ninguém esquece e o mais fácil de calcular, pois, basta dividir o preço do
litro de combustível pela média de consumo alcançada pelo seu caminhão. Exemplo:
Combustível =
$litro
2,80
R$ 0,824 por km
média 3,4
Pneus
Apesar de ser um custo fácil de calcular, a obtenção dos dados utilizados em seu
cálculo requer um bom controle por parte do dono do caminhão. Saber quanto
dura um pneu novo e cada uma das recapagens é um trabalho que exige cuidado,
empenho e dedicação, pois um descuido nas anotações pode por tudo a perder. O
cálculo é feito dividindo-se o preço pago pelo pneu novo mais as recapagens, pela
quilometragem que os pneus durarem considerando todas as suas vidas (novo mais
recapes). Exemplo:
Pneus =
gasto
km
Gasto:
[Preço pneu Novo] + [Quantidade média de Recapes] X [Preço da Recapagem]
Tudo vezes o total de pneus utilizados pelo veículo
Km:
[Durabilidade dos pneus Novos] + [Qde média de Recapes] X [Durabilidade média da
Recapagem]
Exemplo:
Preços Durabilidade
Pneu novo: R$ 1.000,00 90.000 km
Recapagem: R$ 420,00 80.000 km
Média de recapes por pneu: 2,5
Quantidade de pneus do veículo: 10
Gasto:
( R$ 1.000,00 + 2,5 x R$ 420,00 ) x 10 = R$ 20.500,00
Km:
90.000 + 2,5 x 80.000 = 290.000 km
Pneus =
gasto
20.500,00
R$ 0,071 por km
km 290.000
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Lubrificantes =
gasto
18x13,50
R$ 0,024 por km
km 10.000
Lavagem
Para este item deve-se determinar o número de vezes que o caminhão é lavado
em média por mês (lavagem completa) e verificar a quilometragem média rodada
por mês, e por fim ligar para um posto e perguntar o preço de uma lavagem, caso não se
tenha o custo da lavagem própria. E, também neste caso, se divide o gasto com a média de
lavagens do mês pelos quilômetros rodados em média por mês, obtendo-se assim, o custo
por quilômetro de lavagem. Exemplo:
Lavagem =
gasto
2,2 x120,00
R$ 0,044 por km
km 6.000
Desta forma, fazendo a somatória dos valores se apura custo total variável de cada
quilometro que o caminhão roda.
Manutenção R$ 0,240
Combustível R$ 0,824
Pneus R$ 0,071
Lubrificantes R$ 0,024
Lavagens R$ 0,044
Total do custo por km R$ 1,203 por km.
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Pedágios
Refeições
Chapa
Entre outras
E foi assim que eles trataram as despesas administrativas, José procurou levantar as despesas
de um ano de cada um dos itens e as dividiu por 12. Ele tomou este cuidado, pois se pegasse
a despesas de alguns poucos meses, por exemplo, poderia haver algum gasto alto ou baixo
demais, o que poderia mascarar o resultado. Já com dados de um ano, estes poucos valores
atípicos são diluídos juntamente com os demais meses.
Com mais este cálculo faltava a José determinar os impostos pagos e uma diária que
cobrisse as despesas de viagem: café, almoço, janta e repouso. Já que os pedágios são
reembolsados e o custo de borracharia entrou como custo de manutenção.
Como definir uma diária de viagem?
José estabeleceu os seguintes valores para compor a diária:
Impostos
Agora só ficam faltando os impostos devidos.
Sob este aspecto os autônomos também levam vantagem, por ter, basicamente três
impostos a recolher:
IR
Sest/Senat
INSS - autônomo
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Custos do veículo
Fixo mensal R$ 3.081,25
Variável por km R$ 1,203
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Estes são valores utilizados para a comparação de fretes oferecidos, sendo que neste caso o
lucro será a diferença entre o frete oferecido e o calculado por estes valores. Veja o exemplo
mais a abaixo.
Com mais 15% de lucro:
Neste segundo caso, os valores são utilizados quando se dá o preço do frete a alguém ou se
utiliza para mondar uma tabela de frete. Desta forma o lucro será o do percentual embutido
de 15 %.
E, com uma cara de satisfação José concluiu que não era tão difícil assim calcular um frete.
Como teste José utilizou o último frete que recebeu.
Frete recebido .................. R$ 2.450,00
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Custo do Tempo = Duração Serviço x Custo DIA = 4,0 dias x 243,67 = R$ 974,68
Custo Quilômetro
Custo km = Distância x Custo km = 900 km x 1,271 = R$ 1.144, 05
Km R$ 1,511
Preço do Tempo
Preço do Tempo = Duração Serviço x Preço do DIA = 4,0 dias x 289,59 = R$ 1.158,35
Preço Quilômetro
Preço km = Distância x Preço km = 900 km x 1,511 = R$ 1.359,63
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Ambos chegaram à mesma conclusão: trabalhar como motorista empregado, como Augusto,
não era tão ruim, pois, seu salário era de R$ 1.800,00 e ele ainda tinha férias, décimo terceiro
salário e o fundo de garantia.
Sem se conformar José foi verificar aonde ia todo o dinheiro recebido, pois ele tinha a
impressão de que deveria sobrar muito mais do que as contas indicavam.
Demonstrativo
Depreciação do veículo R$ 213,64
Remuneração de capital investido R$ 94,41
Licenc., seg. obrigatório, IPVA etc R$ 61,27
Seguro do Veículo R$ 190,91
Manutenção R$ 216,00
Combustível R$ 741,18
Pneus R$ 63,62
Lubrificantes R$ 21,87
Lavagens R$ 39,60
Despesas Administrativas R$ 75,82
Diária (viagem) R$ 286,00
Impostos sobre o preço cobrado R$ 114,41
Total dos Custos R$ 2.118,72
Margem de Lucro R$ 331,28
Valor Recebido R$ 2.450,00
O demonstrativo acabou mostrando que o transporte é uma atividade que, para os que não
o conhecem bem, é aparentemente “muito” lucrativo. Isto ocorre porque boa parte dos
custos não é paga durante a prestação do serviço (viagem), o que acaba por iludir os
desavisados.
Assim, quase metade (48%) do valor recebido não sai do bolso do dono do caminhão
durante o mês que o serviço de transporte foi realizado. E, muitos acabam achando que
como sobrou no bolso é lucro e, caso fosse verdade seria realmente um lucro excepcional.
Mas a realidade mostra que o lucro é de 13,5%, portanto muito abaixo dos 48% imaginado.
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Demonstrativo
Depreciação do veículo R$ 213,64 Não se PAGA
Remuneração de capital investido R$ 94,41 Não se PAGA
Licenc., seg. obrigatório, IPVA etc R$ 61,27 Não se PAGA
Seguro do Veículo R$ 190,91 Não se PAGA
Manutenção R$ 216,00 Não se PAGA
Combustível R$ 741,18
Pneus R$ 63,62 Não se PAGA
Lubrificantes R$ 21,87
Lavagens R$ 39,60
Despesas Administrativas R$ 75,82
Diária (viagem) R$ 286,00
Impostos sobre o preço cobrado R$ 114,41
Total dos Custos R$ 2.118,72
Margem de Lucro R$ 331,28 Não se PAGA
Valor Recebido R$ 2.450,00 R$ 1.171,12 48%
Estes cálculos permitiram que José e Augusto tirassem algumas conclusões importantes com
relação ao frete recebido.
Outras conclusões que os dois amigos chegaram
1. Que o lucro que eles pensavam que José estava tendo inicialmente, era bem maior
que o seu lucro real apurado de R$ 331,28, uma diferença creditada aos custos já
pagos (Ex. IPVA) ou a pagar (Ex. depreciação).
2. Que se ele recebesse menos de R$ 2.118,72 de frete nesta viagem ele teria prejuízo.
3. Que existem custos e despesas em transporte que não são imediatas ou visíveis, mas
que existem e são altas, como por exemplo: a depreciação, os gastos com pneus, a
própria manutenção do veículo, e etc.
4. Há despesas que são pagas adiantadas e precisam ser recuperadas ao longo do
tempo, como é o caso do licenciamento, IPVA, seguro obrigatório, etc.
5. Que existem vários tipos de custos: os ligados ao veículo, os administrativos, os que
variam com a quilometragem rodada, os que variam com o tempo, etc.
Mas será que o transporte de carga por caminhão é um bom negócio? Ou seja: Será que este
lucro é bom?
Para saber se um negócio é bom, é preciso compara-lo a outros. Uma forma simples de se
verificar é comparar o dinheiro investido no caminhão com o rendimento da poupança, por
exemplo. Entretanto não podemos esquecer que só porque o negócio hoje não está bom
que ele nunca o foi ou não poderá melhorar.
Alem disso, muito do sucesso de um negócio está ligado a forma de administra-lo, ou seja,
está nas mãos do próprio proprietário. E este deve gerir o negócio caminhão de forma
racional:
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Para definir os custos dos encargos Augusto conversou longamente com o pessoal de
Recursos Humanos da empresa onde ele trabalha. A conversa resultou em um quadro com
encargos sociais:
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Equipe Embarcada
Motorista
Salário Base -
INSS 20,00%
FGTS 8,00%
SEST 1,50%
SENAT 1,00%
Grupo A
INCRA 0,20%
Sebrae 0,60%
Salário educação 2,50%
Seguro acidente do trabalho 3,00%
Impostos
PCMSO -
Férias 8,33%
1/3 Férias 2,78%
Grupo B
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os do José, parecia que o amigo não tinha este tipo de custo (administrativo).
Só a lista dos custos era enorme:
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Usando a sua “grande” influência Augusto conseguiu levantar boa parte dos custos
administrativos da sua empresa, para que eles pudessem prosseguir em sua empreitada. São
elas:
DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE TERMINAIS
Total das Despesas Administrativas = 504.353,30
SALÁRIOS, ORDENADOS E HONORÁRIOS DA DIRETORIA 233.634,98 IMPOSTOS E TAXAS 29.976,44
01 - Salário-base do Pessoal Administ. e de Terminais 84.029,00 01 - IPTU 1.918,10
02 - Encargos Sociais 52.097,98 02 - IOF 16.583,50
03 - Honorários de Diretoria 35.120,00 03 - Multas 7.948,84
04 - Participação nos Lucros 36.332,00 04 - Outros Impostos e taxas 3.526,00
05 - Benefícios 26.056,00
ALUGUÉIS 57.631,73 DEPRECIAÇÕES e REMUNERAÇÕES 27.989,00
01 - Aluguéis de Áreas (Armazém.Ofic.Administ.Estac.) 52.482,17 01 - De máquinas e equipamentos 24.029,00
02 - Aluguéis de Equipamentos 5.149,56 02 - De móveis e utensílios 3.960,00
TARIFAS PÚBLICAS 41.443,51 OUTROS CUSTOS 56.492,00
Depois de analisar os prós e os contras de cada opção de rateio e tomando alguns cuidados
para não prejudicar alguma rota ou operação, sobrecarregando as mesmas com excesso de
custos indiretos.
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Eles concluíram que a opção mais simples e prática seria a do faturamento. E, assim, com o
faturamento médio e as despesas médias eles fizeram o cálculo:
Faturamento médio mensal = R$ 3.462.000,00
Despesas administrativas médias mensais = R$ 504.353,30
504.353,30
= = 14,6%
3.462.000,00
Contudo, como se optou pelo rateio das despesas administrativas pelo faturamento, deve-se
incluir o percentual de participação na somatória.
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Demonstrativo
Depreciação do veículo R$ 160,23 3,8%
Remuneração de capital investido R$ 70,81 1,7%
Licenc., seg. obrigatório, IPVA etc R$ 45,95 1,1%
Seguro do Veículo R$ 143,18 3,4%
Mão de Obra de Motorista R$ 804,99 19,3%
Manutenção R$ 216,00 5,2%
Combustível R$ 741,18 17,8%
Pneus R$ 63,62 1,5%
Lubrificantes R$ 21,87 0,5%
Lavagens R$ 39,60 0,9%
Despesas de viagem - Pedágios R$ 125,00 3,0%
Despesas de Viagem - Diárias motoristas R$ 105,00 2,5%
Despesas Administrativas e de Terminais R$ 608,18 14,6%
Impostos R$ 402,85 9,7%
Margem de Lucro R$ 626,20 15,0%
R$ 4.174,66 100,0%
Seguindo o mesmo raciocínio deduziram que poderiam montar uma tabela de frete da
seguinte forma:
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Mas, ambos ficaram ainda com uma dúvida: será que as transportadoras só tinham estes
custos?
Onde está o custo das indenizações pagas por extravios e avarias de carga? Por exemplo.
E o custo com as devoluções e reentregas de cargas?
Onde está contemplado o custo com o gerenciamento de risco?
Foi neste momento que eles resolveram chamar mais um conhecido transportador, Sr
Roberto, para uma conversa, com a intenção de esclarecer as dúvidas que surgiram.
Na conversa o Roberto explicou que tudo que eles haviam calculado, de forma correta, se
referia a apenas um dos componentes tarifários da tabela de frete de uma transportadora.
Contudo, quando envolve uma empresa, com todas as responsabilidades e riscos imputados
a ela, por lei ou pelo mercado, deve-se acrescentar mais três ou quatro componentes
tarifários:
1. Frete-peso
2. Taxa de Despacho
3. Frete-valor
4. GRIS
5. Tabela de Generalidades
1. Frete-peso
Destina-se a remunerar os custos de Transferência (operação rodoviária) bem como as
Despesas Administrativas e de Terminais (DAT), impostos e margem de lucro. O frete deve
ser calculado para uma cubagem mínima determinada, em geral entre 200 e 300 kg/m³.
Seu valor, como foi demonstrado até agora em R$/viagem, R$/unidade de transporte ou, em
alguns casos, em R$/despacho, variável com o peso da carga e a distância percorrida.
Sr Roberto também os ensinou a fazer o fracionamento do frete quando a carga for
fracionada (pequenos pacotes), ou seja, estamos falando de cargas com peso bem abaixo de
uma tonelada:
O modelo apresentado foi o seguinte:
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[Frete Tonelada]
Frete Fracionado = ------------------------ x [Peso Máximo do Pacote] x [FatorFracionamento]
1.000
Peso (kg) Até de 1 a 10 kg de 11 a 20 kg de 21 a 30 kg de 31 a 50 kg de 51 a 70 kg de 71 a 100 kg de 101 a 150 kg de 151 a 200 kg acima de 200 kg
Fator de
3,25 2,30 1,75 1,40 1,25 1,12 1,05 1,00 1,00
Fracionamento
Por exemplo, para a primeira faixa de 1 a 10 kilos fica para a rota São Paulo – Rio de Janeiro:
Frete Tonelada = R$ 310,53 (da tabela)
Peso Máximo do Pacote = 10 kilos
FatorFracionamento = 3,25
Frete Fracionado = 310,53 / 1.000 x 10 x 3,25
Frete Fracionado = R$ 10,09
E, assim deve ser feito para as demais faixas.
Peso (kg) Até de 1 a 10 kg de 11 a 20 kg de 21 a 30 kg de 31 a 50 kg de 51 a 70 kg de 71 a 100 kg de 101 a 150 kg de 151 a 200 kg acima de 200 kg
Fator de
3,25 2,30 1,75 1,40 1,25 1,12 1,05 1,00 1,00
Fracionamento
Frete R$ 10,09 R$ 14,28 R$ 16,30 R$ 21,74 R$ 27,17 R$ 34,78 R$ 48,91 R$ 62,11 R$ 0,31
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A partir do momento em que o transportador retira a carga na sua origem e fica de posse
dela até a sua efetiva entrega no destino - durante todo este período tudo que acontecer
com a carga é de sua responsabilidade.
Este componente, representado por percentual (%) sobre o valor da carga constante da Nota
Fiscal e variável com a distância a ser percorrida, destina-se a cobrir os custos com o seguro
obrigatório do transportador rodoviário de carga, RCTR-C (Decreto-Lei nº 73/66, art. 20,
“m”; e no Decreto nº 61.867/67, art. 10) e das instalações, além da administração deste e
demais seguros, bem como as despesas com indenizações de mercadorias não cobertas por
seguros (avarias de manuseio, violações, extravios, greves, motim, atos de vandalismos,
furtos simples, roubos nos depósitos, água de chuva, etc.) e os custos da mão de obra
utilizada nestas atividades.
Como o valor deste componente depende do valor da mercadoria, sua cobrança é feita em
percentual do valor da Nota Fiscal da mercadoria transportada. E, vai depender ainda, do
tipo de carga, da embalagem da mesma, das condições da rota, da distância a ser percorrida,
entre outras. De forma geral se adota valores compreendidos 0,15% a 1,2%.
Tabela de Frete valor sugerida pela NTC – Associação Nacional de Transporte de Carga
Faixa Alíquota
1 a 250 km 0,30%
251 a 500 km 0,40%
501 a 1.000 km 0,60%
1.001 a 1.500 km 0,70%
1.501 a 2.000 km 0,80%
2.001 a 2.600 km 0,90%
2.601 a 3.000 km 1,00%
3.001 a 3.400 km 1,10%
acima de 3.400 km 1,20%
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IMPORTANTE: Sempre que o texto abaixo fizer referência a “frete original”, deve-se
entender como a somatória dos componentes tarifários: frete peso, frete valor, GRIS e a taxa
de despacho.
Algumas generalidades são comuns a todos os tipos de transportes (lotação, fracionada,
frigorificada, química, contêiner, carga viva, etc), com pequenos ajustes. São elas:
1. CUBAGEM
Entende-se por densidade de carga (peso/volume), o valor obtido dividindo-se o peso da
carga, em quilogramas pelo seu volume em metros cúbicos (= comprimento X largura X
altura, todos em metros).
Cargas de baixa densidade (leves), que lotem a carroceria antes de completar o limite de
peso, devem sofrer acréscimo no frete-peso.
A forma de cobrança está na conversão do peso real para o “Peso Cubado”, em valor
equivalente em quilo, para cálculo sobre o frete peso.
2. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS
A devolução da mercadoria para a origem gera custos equivalentes ou maiores (dependendo
da rota ou região) ao do transporte para o destino. Portanto, deve-se cobrar adicionalmente
um novo frete, com o mesmo valor do frete original, para executar a devolução.
Por razões logísticas de frequência e rotas, recomenda-se a adoção de um novo prazo para
execução das atividades de devolução de mercadorias. A prática de mercado nestes casos é
a adoção do dobro do prazo original.
O valor a ser cobrado é o mesmo valor do frete original, acrescido do ICMS gerado.
3. ESTADIA DO VEÍCULO
Todas as vezes que o tempo de imobilização do veículo for superior aos prazos estipulados
em lei ou contrato, deve-se cobrar uma taxa adicional para o ressarcimento deste tempo
gasto a mais.
Esta taxa tem como base o custo fixo do veículo e a mão de obra utilizada na operação,
portanto, os valores são diferentes por tipo de veículo.
A cobrança deve ter como base o valor específico por tipo de veículo / dia ou hora (toco,
truck, conjunto carreta/cavalo e carreta) aplicado a partir da quinta hora da apresentação do
veículo no para a carga ou a descarga da mercadoria.
4. TAXA DE DIFICULDADE NA ENTREGA – TDE
Destina-se a ressarcir o transportador pelos custos adicionais sempre que a entrega for
dificultada por um ou mais dos seguintes fatores: 1) Recusa da mão de obra da
transportadora; 2) Recebimento por ordem de chegada, independentemente da quantidade;
3) Recebimento precário, que gere longas filas e tempo excessivo na descarga; 4) Exigência
de separação de itens no recebimento; 5) Exigência de tripulação superior à do veículo para
carga e descarga; 6) Disposições contratuais que agravem o custo operacional.
A aplicação da TDE não deve excluir a cobrança da estadia, pois suas finalidades são
diferentes.
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A cobrança deve ser feita em percentual do frete original, normalmente acima de 40%.
5. TAXA DE RESTRIÇÃO AO TRÂNSITO – TRT
Destina-se a ressarcir o transportador pelos custos adicionais sempre que a coleta e/ou a
entrega for realizada em Municípios que possuam algum tipo de restrição à circulação de
veículos de transporte de carga e/ou à própria atividade de carga e descarga. Incluem-se
nesta generalidade as restrições impostas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,
Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Belém e outras que vierem a adotar medidas
semelhantes. Para centros importantes e complexos como São Paulo e Rio de Janeiro, onde
as restrições são muito severas, e consequentemente diminuem muito a produtividade dos
veículos, a TRT deve ser agravada para compensar os maiores custos.
Forma de cobrança: percentual do frete original.
6. TAXA DE FIEL DEPOSITÁRIO - TFD
Destina-se a ressarcir o transportador pelo período de permanência da carga em áreas de
operação de transporte motivado por entraves fiscais que geram apreensões de mercadorias
pela Secretaria da Fazenda, nomeando o transportador como Fiel Depositário (por definição:
auxiliar da justiça, cabendo-lhe a preservação e a guarda dos bens que lhe foram confiados).
Deve ser cobrada a partir do 1º dia corrido, a contar, da data de envio do aviso aos
responsáveis.
Forma de cobrança: percentual do valor da mercadoria ao dia, acrescida de Frete Valor e
GRIS.
7. ESCOLTA ARMADA
Nos serviços de transporte cuja carga exija escolta armada terrestre deverá ser cobrado um
valor por hora e por veículo utilizado, como forma de ressarcimentos dos custos envolvidos
nesta operação, assim como, todas as despesas decorrentes da sua administração.
A forma de cobrança sugerida é um valor por veículo/hora.
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Sempre que, por responsabilidade do usuário, a entrega não puder ser concretizada na
primeira tentativa, deverá ser cobrada a segunda entrega e as seguintes. O valor deste
serviço tem como base o custo correspondente à distância de ida e volta entre o
estabelecimento de destino e o polo ou terminal da transportadora mais próxima.
Observa-se, que o mercado convencionou a cobrança de um acréscimo de 50% do frete
original para o ressarcimento deste serviço.
Forma de cobrança: percentual do frete original.
3. PEDÁGIO
O parágrafo 4º do artigo 2º da Lei 10.209, de 23 de março do 2.001, determina o rateio do
custo do pedágio no caso de transporte de cargas fracionadas. A NTC apresenta em seu site
um detalhamento de cálculo para o fracionamento da mesma.
Forma de cobrança: valor fixado por 100 kg ou fração.
4. TAXA DE ADMINISTRAÇÃO SEFAZ – TAS
Tem como função ressarcir os custos administrativos dos transportadores decorrentes dos
entraves fiscais e das exigências burocráticas.
Forma de cobrança: valor fixo por conhecimento emitido
Generalidades da carga fracionada cuja atuação se dá na região Amazônica
1. TAXA DE REDESPACHO FLUVIAL – TRF
Aplicada a cargas com destino às regiões onde se utiliza o transporte fluvial como
complemento. O valor cobrado é para ressarcir frete fluvial para atendimento do interior
destes estados.
Forma de cobrança: percentual do valor da mercadoria.
2. SEGURO FLUVIAL (origem/destino em Manaus - AM)
Esta taxa se destina às cargas com destino ou origem no estado do Amazonas, para ressarcir
as despesas extras com o seguro especial da carga em quanto esta estiver em vias aquáticas
(balsa).
Forma de cobrança: percentual do valor da mercadoria.
3. TAXA DE ADMINISTRAÇÃO DA SUFRAMA
Esta taxa se destina a ressarcir o transportador das despesas decorrentes dos tramites
burocráticos que envolvem a SUFRAMA, tais como: despachantes, preparação e
acompanhamento das documentações junto aos órgãos competentes,
recebimento/envio/troca de arquivos eletrônicos.
Forma de cobrança: valor fixo por conhecimento emitido.
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Frete para o transporte de uma carga de 110 kg, valor de R$ 580,00, com as seguintes
dimensões: largura de 60 cm, por 110 cm de comprimento e 75 cm de altura. A coleta da
mesma deve ser em São Paulo com agendamento e a entrega é em local com restrição ao
tráfego de caminhões na cidade do Rio de Janeiro.
O frete é composto a princípio pelos componentes tarifários:
1. Frete peso
2. Taxa de Despacho
3. Frete valor
4. GRIS
5. Generalidades: TRT e Taxa de Agendamento
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É importante destacar que sempre que o valor calculado for inferior ao mínimo exigido,
deve-se aplicar a cobrança do valor mínimo definido. Observar os valores mínimos de cada
cobrança é fundamental para que a rentabilidade do negócio seja mantida.
Neste exemplo, há também a solicitação de um serviço adicional, ou seja, o agendamento da
coleta, assim, a cobrança deve ser feita com base em um percentual, neste caso adotou-se
20% sobre o frete total de R$ 90,40.
Agendamento = [custo-peso + despacho + custo-valor] x [percentual de Agendamento]
Agendamento = 90,40 x 20%
Agendamento = R$ 18,08
A operação de transporte de cargas fracionadas é a única em que a lei permite que se cubra
o pedágio do dono da carga, pois, quando a carga é lotação o embarcador da carga é que
deve pagar diretamente o pedágio. Assim, neste exemplo deve se calcular o valor a ser
cobrado de pedágio em função das frações de 100 quilos.
Nº frações de 100 kg = 148,5 ÷ 100 = 1,485 = 2 frações
Taxa adotada para a cobrança da fração de 100 kg para o pedágio será de R$ 4,50:
Taxa de Pedágio = [Nº frações] x [Taxa] = 2 x 4,50
Taxa de Pedágio = R$ 9,00
Conclusão o valor que deve ser cobrado por este serviço é composto de seis parcelas, sendo:
três componentes tarifários, dois generalidades e um serviço adicional:
1. Custo peso = R$ 48,91
2. Despacho = R$ 37,44
3. Custo valor = R$ 2,32
4. GRIS = R$ 1,74
5. TRT = R$ 13,56
6. Agendamento = R$ 18,08
7. Pedágios = R$ 9,00
A somatória é igual ao frete total do serviço, que neste caso resultou em R$ 131,05.
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SERVIÇOS ADICIONAIS
Atividades extras que não são atribuições do serviço de transporte, mas que são solicitadas
pelos clientes, ou oferecidos pelas transportadoras como complemento, têm seu custo
próprio e deve ser cobradas de forma complementar ao frete. As mais comuns são:
1. SERVIÇO DE UNITIZAÇÃO OU PALETIZAÇÃO DE CARGA
O serviço de montagem de paletes ou unitização de carga pelo transportador deve ser
cobrado à parte. Observa-se que este serviço não contempla o fornecimento do palete pelo
prestador do serviço.
Forma de cobrança: por palete padrão PBR de 1,00x1,20m manuseado/montado ou unidade
montada.
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Fim da Estória
Augusto, por outro lado, contou que mostrou a seu chefe as contas e as conclusões que
ambos chegaram e além de receber elogios, recebeu uma promoção: foi incumbido de
ensinar aos demais motoristas o que os dois haviam aprendido.
É sempre bom lembrar que um bom frete não é tudo, pois ele é apenas parte do problema.
O negócio transporte depende também dos custos, e da quantidade produzida. Assim, não
adianta conseguir um frete muito bom se este for o único do mês. A receita ótima e o lucro
vêm do equilíbrio entre frete cobrado e a quantidade de serviços realizados.
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Cursos em Video:
- Como Calcular Custos e Fretes
Este vídeo apresenta de forma detalhada e didática os principais conceitos, métodos e
ferramentas para o cálculo de forma bastante prática do custo operacional dos principais
veículos de transporte rodoviário. Você aprenderá a montar a planilha de custos de
qualquer tipo de veículo: automóveis, caminhões, ônibus, empilhadeiras e equipamentos
diversos.
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Depreciação do veículo
PREÇO DO CAMINHÃO VALOR DO CAMINHÃO Resultado 1 Constante 1 CUSTO MESNSAL DE
(1)
MAIS NOVO USADO DEPRECIAÇÃO
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MAIS NOVO USADO ANUAL DE REMUNERAÇÃO
(4)
)
DE MANUTENÇÃO
Combustível
PREÇO DO LITRO CONSUMO MÉDIO EM km/l CUSTO POR KM
(5)
DO COMBUSTÍVEL DE COMBUSTÍVEL
Pneus
Preço Durabilidade em km
Pneu novo
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1ª recapagem
2ª recapagem
3ª recapagem
Total
(6)
DO CAMINHÃO DE PNEUS
(7)
DE ÓLEO de motor EM KM DE PNEUS
Lavagem
QUANTIDADE DE PREÇO DE CADA QUILOMETRAGEM CUSTO POR KM
(8)
MANUTENÇÃO (4)
COMBUSTÍVEL (5)
PNEUS (6)
LUBIFICANTES (7)
LAVAGEM (8)
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Diária (viagem)
+
CÁLCULO DO MARK UP
Comissão de venda
Somatória Total (F) MARK UP =
(MKP)
Lembre-se que junto com os impostos pode ser somada as despesas administrativas,
desde que a mesma esteja em percentual do faturamento. E, caso o objetivo seja
calcular o frete a ser cobrado deve-se incluir também a margem de lucro,
CUSTO DA VIAGEM
CÁLCULO DA DIFERENÇA
Frete Recebido Diferença
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Custo da viagem
(D)
=
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QUADRO RESUMO
Fixo mensal
Depreciação do caminhão (1)
Remuneração de capital (2)
Licenc., seg. obrigatório, IPVA, etc
(3)
Variável por km
Manutenção (4)
Combustível
(5) Pneus
(6)
Lubrificantes (7)
Lavagens (8)
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