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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.731/2014...................................................)
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escorregar e cair no fundo do tanque devido às condições precárias de uso, haja vista que
o balde disponibilizado não tinha alça de transporte.
Deve ficar esclarecido que o local designado para a realização da faxina é de
difícil acesso, sem ventilação, pouquíssima luminosidade, sendo este extremamente
confinado.
Insta dizer que o material disponibilizado foi designado para a retirada de
resíduos que a bomba de SLOP não consegue eliminar.
No momento em que o balde chocou ao solo, o representado foi atingido por
uma pequena quantidade de resíduo de soda cáustica, vindo assim a ultrapassar o óculos
de proteção devido a ausência do fornecimento pelo empregador da máscara de proteção,
conforme resta provado no laudo pericial.
Imediatamente o representado se deslocou para seu camarote, enquanto que
simultaneamente o marinheiro de convés Sr. Alexandre Saraiva de Araújo Neto, solicitou
atendimento médico para o representado junto à enfermaria do navio, que prestou os
primeiros socorros.
Quando o navio atracou no local designado, Maceió, a capitania dos portos
compareceu no navio que após fotografar o local do fato, encaminhou o representado
para o atendimento médico pelo agente Osman Sávio e a enfermeira Andreia Fernandes
(ASA).
Após o referido procedimento, o representado foi encaminhado para bordo do
navio com destino de desembarque em Pernambuco, sendo que apenas neste momento
disponibilizado contato direto com o comandante do navio.
Na instrução foram juntados os documentos de fls. 218/220.
Em alegações finais, manifestaram-se as partes.
É o Relatório.
De tudo o que consta nos presentes autos, verifica-se que a causa
determinantes do fato da navegação, caracterizado pelo acidente de trabalho a bordo de
N/M, foi a desatenção da própria vítima.
O conjunto probatório foi uníssono no sentido de que a própria vítima foi o
responsável pelo acidente, ao segurar o balde com produto químico pela borda ao invés
de usar a alça, expondo-se a risco, que infelizmente lhe causou lesões nos olhos.
A perícia, o relatório do encarregado do inquérito e o próprio depoimento do
representado corroboram as acusações da exordial.
Diante do exposto, deve ser julgada procedente a representação,
responsabilizando-se o representado, contudo deixando de aplicar pena, pelas lesões que
a vítima já sofrera.
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.731/2014...................................................)
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Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: ferimento em tripulante a bordo de N/M; b)
quanto à causa determinante: descuido da própria vítima; e c) decisão: julgar o fato da
navegação, como decorrente da imprudência do representado, condenando-o. Deixando-
se de aplicar pena ou pagar custas, por ter já sofrido com os próprios atos, nas formas dos
artigos 15, alínea “e” e 143, da Lei nº 2.180/54.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 04 de setembro de 2018.
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Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2018.11.22 11:13:14 -02'00'