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Vou dar o argumento definitivo aqui no tópico.

Estão falando das estatísticas, elas são muito


boas, mas elas apenas mostram aspectos a posteriori dos crimes. Existem fundamentos
econômicos que permitem demonstrar que a tendência é que haja menos crimes com o
armamento geral, mas a estatística per se não garante nada. Vamos supor a hipótese de que
havia 30.000 assassinatos com armas parcialmente liberadas e que agora há 50.000 mortes com
armas proibidas. Poderia acontecer dos lobbistas direitistas armamentistas estarem contratando
bandidos para matarem pessoas e disso eles extrairiam a estatística que com armas há menos
violência. Essa hipótese é bem absurda, estou falando apenas como exercício de imaginação (ou
não, a esquerda já fez cada coisa para conseguir estatísticas falsas). Um especialista na arte de
enrolar ou uma pessoa que já foi muito alienada pela ideologia desarmamentista pode
argumentar que existem infinitos motivos que poderiam levar ao aumento da violência em que
seja o desarmamento em si mesmo. Em suma, estou dizendo que para uma pessoa razoável, o
argumento de que as mortes aumentaram 20.000 por causa do desarmamento é um argumento
muito bom, mas para uma pessoa doutrinada, não é.

Bom, antes de dar o argumento que considero o principal, gostaria de apresentar o argumento
econômico a priori para vocês usarem.

1- A vida é um bem muito importante, sem ela você não faz mais nada.

2- No empreendimento de matar uma pessoa, a possível vítima, por estar correndo o risco de
perder um bem muito valioso, fará de tudo para evitar sua morte.

3- O potencial assassino, com o possível risco de morrer evitaria correr o risco de perder o seu
bem mais valioso

4- A possível vítima estando garantidamente (ou quase com certeza) desarmada produz menos
risco de reagir e matar o assassinato

5- Ou seja, somente os assassinos que estarão dispostos a perderem suas vidas correrão o risco
de matar numa sociedade armada.

Esse é o argumento praxeológico. Ou econômico, como preferir. Se você analisar bem ele, você
já pode rebater outros argumentos desarmamentistas como o de assassinatos por motivos
fúteis. Ora, se não há nenhum risco econômico para o potencial assassino e ele também for
imoral, ele com certeza não pensará muito antes de matar. É verdade que se as pessoas mais
éticas, mesmo se todo mundo preferisse viver sem armas, teria poucas mortes. Mas caso as
pessoas fossem imorais, a possibilidade de se defender garantem que elas evitarão cometer o
mal.
Enfim, agora quero apresentar o argumento apodítico para a liberdade de se armar. Eu acho que
esse é o argumento principal pois a discussão gira em torno de um problema de ética e direito.
As pessoas cada vez mais são utilitaristas, mas eu particularmente acho isso uma falácia ética.
Economia é economia e direito é direito. Se houvesse alguma regra ética que impedisse as
pessoas de se armarem, mesmo que morressem mais, continuaria proibido. Se a liberação das
armas resultasse em mais armas, mas fosse regra ética, então dane-se as mortes a mais.

O meu argumento requer o reconhecimento de duas regras de ética normativa:

1 - o que vale para um tem que valer para todos

2 - o ser humano é um fim em si mesmo, não apenas um meio

Essas regras estão presentes em quase qualquer sistema de ética, ao menos declaradamente. A
primeira regra provavelmente é de concordância universal. Poucos concordaram em dizer que há
grupos privilegiados e outros não. Quando uma pessoa defende o privilégio desse grupo,
geralmente ela faz em dissonância cognitiva em relação a essa regra. Ela não consegue
relacionar os dois argumentos. Outra possibilidade é essa pessoa estar defendendo seu grupo
preferido para privilegiar na malícia. Ou seja, ela está ganhando alguma coisa com essa
corrupção moral. A segunda regra significa muitas coisas. Significa que o ser humano age
voluntariamente. Também significa que as pessoas não devem ser forçadas a agir contra sua
vontade. Essa regra é mais polêmica. Ela é pouco falada e pode apresentar alguns problemas. Os
seres humanos tem alguns deveres básicos é claro, mesmo que for contra a vontade dele, ele
deve seguir esses deveres, mas no geral a regra se refere ao execício de liberdade. A pessoa não
pode ser forçada a dar sua vida à outra contra sua vontade por exemplo, ela não é obrigada a
fazer uma doação para uma outra pessoa que esteja precisando de um rim. Mas de certa forma
as pessoas reconhecem essa regra. Ela também não é parte essencial do meu argumento, é
apenas para rebater alguns contra-argumentos específicos.

Enfim...

1 - Todas as pessoas têm o mesmo direito


2 - As pessoas não deveriam ter o direito de poderem portar armas

3 - Mas para colocar isso em prática, é necessário que alguma pessoa armada venha e force
outra pessoa a se desarmar

4- Logo é impossível que a regra de não se permitir o porte de armas seja uma regra ética válida,
pois é impossível que estender esse dever a todos

O argumento é bem simples. Para impedir que alguém se arme, é preciso estar armado! Se você
for tentar tirar a arma do cara com uma faca, ele vai te fuzilar, é muito simples! A máxima ética
não pode ser apenas uma afirmação formal, ela tem que ter significado prático e material.
Inicialmente a máxima de que "todos devem se desarmar" parece válida, mas vemos que é
impossível colocar isso na prática, pois para se colocar em prática, alguém teria que se armar e
isso contradiria a afirmação inicial.

Agora sobre um segundo aspecto. Quando você argumenta que as armas deveriam ser
legalizadas, vai vir alguém dizendo que nem todo mundo poderá se armar, pois armas são caras
e os pobres ficarão desprotegidos. Bom, poderíamos dar muitos argumentos econômicos que a
legalização populariza as armas e abaixa os preços dela, mas vou analisar de um ponto de vista
ético. A afirmação implicitamente assume que todos deveriam estar armados em ato. Bom,
como falei, agora vem a segunda regra de ética normativa. Algumas pessoas podem ter a
preferência de não se armarem mesmo tendo condições, então, além de não atacar a nossa
norma estabelecida de potencial armamento, a pessoa ainda propõe que se viole uma

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