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Alternativas
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
A água como fonte energética...................................................................................................... 9
Capítulo 1
Energia e a água................................................................................................................... 9
Capítulo 2
Energia hidrelétrica........................................................................................................... 15
Unidade iI
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil.......................................................... 26
Capítulo 1
Usinas hidrelétricas no mundo........................................................................................ 26
Capítulo 2
Usinas hidrelétricas no Brasil........................................................................................... 34
Capítulo 3
Legislação e os impactos ambientais das Hidrelétricas................................................. 44
Unidade IIi
Outras Fontes Alternativas............................................................................................................. 59
Capítulo 1
Fontes alternativas de energia existentes........................................................................ 59
Referências................................................................................................................................... 81
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Atualmente, a discussão sobre a questão energética mundial é cada vez maior, sendo
uma das principais razões as constantes crises no preço do barril de petróleo e a ameaça
de escassez cada vez mais latente dessa fonte não renovável. Somando-se a isso, as
questões ambientais e a diminuição da emissão de gases de efeito estufa incentivam a
cada dia mais as pesquisas e estudos para o desenvolvimento de alternativas de produção
de combustíveis e energias que sejam renováveis, a partir de matérias orgânicas de
origem animal e vegetal, a partir da força das águas, como nas hidrelétricas, a partir da
força dos ventos, como a energia eólica, ou a partir da luz solar, entre outras formas.
Neste sentido, o Brasil se destaca, uma vez que apresenta um diferencial em relação
a outros países, pois possui um potencial grande de desenvolvimento das energias
renováveis. Sua biodiversidade, localização no globo e extensão territorial já fazem do
Brasil uma grande potência no uso da energia hidrelétrica – o principal recurso da
matriz energética nacional – além do potencial de desenvolvimento de energia solar e
eólica em regiões específicas.
Mas o potencial para energias renováveis hoje também depende de alternativas cujo
impacto ambiental seja minimizado ao máximo, por isso, há a crescente alternativa
por investimentos em Pequenas Centrais Hidrelétricas e outras fontes alternativas
que, além de apresentarem boa eficiência energética, sejam ambientalmente viáveis de
instalação.
Bons estudos!
Objetivos
»» Descrever em detalhes o processo de geração de energia hidrelétrica, seus
pontenciais em todo o mundo e suas vantagens ambientais.
7
»» Indicar quais os tipos, os potenciais e o que já existe relativo ao
desenvolvimento de energias alternativas, no Brasil e no mundo.
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A água como Unidade I
fonte energética
Ao tratarmos de energia, é preciso identificar, antes de mais nada, quais são as principais
fontes e quais são as características destas. A partir disso, é possível compreender
a matriz energética de cada localidade, baseada na viabilidade de exploração, sua
geografia, transporte e consumo de cada uma destas fontes.
Capítulo 1
Energia e a água
Desde sempre o homem busca produzir algum tipo de energia. No início, os ancestrais
dominaram o fogo, depois domesticou e passou a utilizar a força dos animais,
posteriormente passando a usar recursos naturais como a água e o vento, para gerar
energia através das rodas d’água e dos moinhos.
Atualmente, sabe-se que o consumo per capita de energia cresce mais do que o
aumento populacional (Herzog e Gianini, 2011). Essa dependência, além de garantir o
desenvolvimento socioeconômico, também traz conforto e segurança para a população,
oferecendo subsídios para a melhoria da qualidade de vida. Em contrapartida, o consumo
excessivo de fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral,
9
UNIDADE I │ A água como fonte energética
Essas fontes podem ser utilizadas para gerar eletricidade, calor ou para a produção de
combustíveis líquidos utilizados em transportes, por exemplo.
Além disso, as novas fontes renováveis têm sido utilizadas como forma de reduzir as
diferenças regionais no que diz respeito ao acesso à energia. Apesar de seus elevados
custos, se comparados com os das fontes tradicionais, as novas fontes renováveis podem
se tornar competitivas em comunidades isoladas (COSTA; PRATES, 2005).
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A água como fonte energética │ UNIDADE I
A água também é uma das poucas fontes para produção de energia que não contribui
para o aquecimento global. É, também renovável, pois, pelos efeitos da energia solar e
da força da gravidade, do estado líquido a água transforma-se em vapor que se condensa
em nuvens, que retornam à superfície terrestre sob a forma de chuva.
Do volume total de água do planeta, cerca de 97% está nos oceanos. Apesar disso, a força
das marés ainda não é utilizada em escala comercial para a produção de energia elétrica.
Da água doce restante, apenas aquela que flui por aproveitamentos com acentuados
desníveis e/ou grande vazão pode ser utilizada nas usinas hidrelétricas – características
necessárias para a produção da energia mecânica que movimenta as turbinas das usinas
– ou seja, só é usada uma pequena parte de toda a água doce.
Nos últimos 30 anos a oferta de energia hidrelétrica aumentou em apenas dois locais
do mundo: Ásia, em particular na China, e América Latina, em função do Brasil, país
em que a hidreletricidade responde pela maior parte da produção da energia elétrica
(ANEEL, 2008).
Nos países desenvolvidos, não houve crescimento visto, devido a intensa exploração de
todos os seus potenciais hídricos – uma vez que exploram esses potenciais há séculos.
São notáveis as taxas de aproveitamento da França, Alemanha, Japão, Noruega, Estados
Unidos e Suécia, em contraste com as baixas taxas observadas em países da África, Ásia
e América do Sul. Mesmo nessas últimas regiões, a expansão não ocorreu na velocidade
prevista. Entre os fatores, está a pressão ambiental contra a construção de usinas de
grande porte em algumas regiões, por exemplo. O principal argumento contrário à
construção das hidrelétricas é o impacto provocado sobre o modo de vida da população,
flora e fauna locais, pela formação de grandes lagos ou reservatórios, aumento do nível
dos rios ou alterações em seu curso após o represamento (ANEEL, 2008).
A água no Brasil
O Brasil possui uma situação confortável, em termos globais, quanto aos seus recursos
hídricos. A disponibilidade hídrica per capita, determinada a partir de valores totalizados
para o País, indica uma situação satisfatória quando comparada aos valores de muitos
países.
11
UNIDADE I │ A água como fonte energética
Paraguai e Uruguai) e as outras cinco por um grupo de bacias menores, como pode
ser visualizado na Figura 1:
A bacia Amazônica sozinha possui mais de 8% do total dos recursos hídricos mundiais
e mais de 36% dos recursos da América do Sul. Isso mostra a importância dessa bacia
para o país e para o mundo, sendo uma região estratégica tanto politicamente quanto
ambientalmente.
12
A água como fonte energética │ UNIDADE I
Figura 2. Distribuição dos recursos hídricos, da superfície e da população total no país (%).
Além da disponibilidade real de água, o seu uso para abastecimento também é desigual
em todo o país. Na região sudeste, cerca de 70,5% dos domicílios são atendidos por
redes de abastecimento, enquanto que nas regiões norte, o serviço alcança apenas
44,3% dos domicílios (ESMERALDO, 2010).
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UNIDADE I │ A água como fonte energética
»» Energia Maremotriz
Nós vamos falar mais dessas alternativas no último capítulo dessa apostila!
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Capítulo 2
Energia hidrelétrica
O que é?
A energia das águas existe graças à irradiação solar e à energia potencial gravitacional.
O sol e a força da gravidade geram a evaporação, a condensação e a precipitação da
água sobre a superfície da Terra.
Podemos dizer então que a energia hidrelétrica é a energia gerada pelo aproveitamento
do fluxo das águas. Para que se consiga isso, é necessário integrar a vazão do rio, a
quantidade de água disponível em determinado período de tempo e os desníveis do
relevo, sejam eles naturais, como as quedas d’água, ou criados artificialmente.
Para isso, é necessário construir uma usina que compreenda equipamentos para
a geração dessa energia, além de um reservatório de acordo com a necessidade de
acúmulo de água.
No mesmo período, no Brasil, ainda no reinado de D. Pedro II, foi construída a primeira
hidrelétrica do país em Diamantina, utilizando as águas do Ribeirão do Inferno, afluente
do rio Jequitinhonha, com 0,5 MW (megawatt) de potência e linha de transmissão de
dois quilômetros.
15
UNIDADE I │ A água como fonte energética
16
A água como fonte energética │ UNIDADE I
<https://www.youtube.com/watch?v=3xshEp2AIBY>.
17
UNIDADE I │ A água como fonte energética
Fonte: <http://jie.itaipu.gov.br/sites/default/files/u39/20151122AM9144.jpg>.
18
A água como fonte energética │ UNIDADE I
19
UNIDADE I │ A água como fonte energética
Nesse tipo de usina, o reservatório pode ter uma dimensão reduzida, uma vez que é
aproveitada a força da correnteza dos rios sem precisar estocar grandes quantidades
de água. Assim, nos períodos de cheia, a usina produz muita energia e nos períodos de
seca, a produção de energia fica reduzida.
Embora a produção de energia elétrica fique em função quase que total das vazões dos
rios, muitos afirmam que esta seja uma alternativa ambientalmente menos impactante.
Há vantagens como o fato da não necessidade de grandes quedas d’água e de relevos
mais acidentados, podendo, muitas vezes, ser instalado em locais mais planos.
Por essa razão, por exemplo, que há diversos projetos para construção de usinas a fio
d’água na região amazônica, região que, por ser plana, não favorece o represamento e
não possui grandes quedas d’água, além de ser extremamente sensível do ponto de vista
ambiental, mas que, segundo especialistas, apresenta um grande potencial de geração
de energia.
O fato é que, em geral, usinas a fio d’água têm baixos fatores de capacidade, razão entre
a energia gerada ao longo do ano – em geral, medida em MWh/ano (magawatt-hora
por ano) – pela energia máxima que poderia ser gerada no sistema. Sendo que em
termos de equivalência, 1 MWh é igual a 1.000.000 Wh ou 3,6×109 joules.
Muitas vezes, o que ocorre é a instalação de várias usinas em um mesmo curso hídrico,
que atuam de forma integrada. Usinas localizadas a montante podem usar seus
reservatórios para regular o fluxo de água utilizado pelas usinas localizadas a jusante.
20
A água como fonte energética │ UNIDADE I
A usina binacional Itaipu, por exemplo, por ser a última a jusante da Bacia do Rio
Paraná, é considerada como a fio d’água.
Os grandes reservatórios, além de propiciarem o controle das cheias dos rios, podem
também permitir o aproveitamento dos múltiplos usos da água, como abastecimento
das cidades, irrigação, piscicultura, recreação, transporte fluvial e outros.
Utilizando uma turbina reversível, a usina pode bombear a água de volta para o
reservatório superior. Isto é feito nos horários fora de pico (durante a madrugada e
finais de semana, por exemplo). Em resumo, o segundo reservatório preenche o
reservatório superior. Ao bombear a água de volta para o reservatório superior, a usina
tem mais água para gerar eletricidade durante os horários de pico de consumo. A Figura
8 apresenta um esquema de usina reversível:
21
UNIDADE I │ A água como fonte energética
22
A água como fonte energética │ UNIDADE I
CGH
As Centrais Geradoras Hidrelétricas são usinas com potência instalada de até 1.000 kW
(1 MW).
Geralmente, elas são construídas para a exploração de energia hidrelétrica para uso
próprio por indústrias que apresentam alto consumo de energia. Os excedentes são
vendidos para o Sistema Interligado Nacional, mas o total deste tipo de geração no total
do país não chega a 1%. Santa Catarina é o Estado que mais apresenta CGH’s, seguido
de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
PCH
Por meio da Lei no 13.097 de 19 de janeiro de 2015, foi definido que os aproveitamentos
com características de Pequena Central Hidrelétrica são aqueles que têm potência
superior a 3.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW, destinados à produção
independente, autoprodução ou produção independente autônoma, com área do
reservatório inferior a 3,0 km2. Admite-se, contudo, que um aproveitamento possa
ainda ser considerado com características de PCH mesmo sem atender a limitação
da área do reservatório, respeitados, sempre, os limites de potência e modalidade de
exploração.
Dependendo do local de projeto da PCH, pode-se reservar a água por uma das duas
formas para gerar energia, ou através de um grande volume de água que cai de uma
23
UNIDADE I │ A água como fonte energética
distância curta, ou a partir de uma pequena quantidade de água que cai por uma longa
distância (IEA, 1998).
Muitos acreditam que as PCH’s é um dos métodos ambientalmente mais corretos para
a geração de energia, por não ter baixa emissão de gases de efeito estufa, por exemplo,
comparando-se com os demais recursos de energia. Entretanto, as PCH’s não são
totalmente isentas de problemas ambientais ((MARI JUNIOR et al, 2003).
UHE
Transmissão
Para interligar toda essa geração de energia, há o SIN – Sistema Interligado Nacional,
um sistema de controla toda a produção e transmissão de energia do país, englobando
todas as regiões brasileiras. O SIN é responsável pelo suprimento de energia a 96,6% do
território nacional. Os 3,4% restantes constituem-se de sistemas isolados localizados
na Região Norte do país que dispõem de sistemas hidrotérmicos e/ou térmicos locais.
Todas as empresas privadas, mistas e públicas que compõem o SIN são fiscalizadas
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e pelo Operador Nacional do
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A água como fonte energética │ UNIDADE I
Sistema Elétrico (ONS), órgãos responsáveis pelo controle, regulação e fiscalização das
operações relacionadas à geração, transmissão e comercialização de energia elétrica em
território brasileiro.
<http://www.epe.gov.br/Documents/Mapa_EPE_2015.pdf>.
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Geração
de energia Unidade iI
Hidrelétrica no
Mundo e no Brasil
Capítulo 1
Usinas hidrelétricas no mundo
O uso da energia vinda da água é antigo, desde o uso das rodas d’água para geração de
energia mecânica.
26
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Cerca de 16,6% da produção de eletricidade no mundo em 2014 foi gerada por usinas
hidrelétricas, o que representou aproximadamente 73% da eletricidade gerada por
fontes renováveis (REN21, 2015 citado por TOLMASQUIM, 2016).
300
250
200
GW
150
100
50
0
China Brasil Estados UnidosCanadá Rússia Índia
Fonte: Adaptado de TOLMASQUIM, 2016.
27
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Esse crescimento nessas regiões estava estagnado nas últimas décadas, uma vez
que as formas de instalação dessas usinas hidrelétricas estavam sendo questionadas
especialmente em relação aos impactos ambientais e para as populações afetadas pelas
barragens.
Uma das principais razões para esse novo crescimento da energia hidrelétrica em todo
mundo é a diminuição de emissão dos gases de efeito estufa, principalmente nos países
em que o potencial hidrelétrico já foi quase totalmente explorado (como é o caso de
alguns países europeus e Estados Unidos), ou o potencial é reduzido com relação à
demanda a ser atendida (como é o caso da China, dentre outros). Mas é preciso lembrar
que, o crescimento do uso dessa fonte, pelo fato dela poder ser intermitente, também
28
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Em países com potencial hidrelétrico reduzido ou inexistente ou nos que esse potencial
já foi praticamente todo explorado, uma maior participação de fontes renováveis
intermitentes pode ser viabilizada através de intercâmbios com países vizinhos
que dispõem de potenciais hidrelétricos superiores às suas próprias demandas. Na
Noruega, por exemplo, em que há uma intensa participação desse tipo de energia, é
exportada parte desta para a Dinamarca, país que apesar de ter a maior participação de
energia eólica na matriz energética em todo o mundo, necessita ainda da importação
de energia. A Islândia, com exploração de energia geotérmica e hidrelétrica, também
analisa a questão da exportação de eletricidade para outros países da Europa.
29
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Segundo PENA (2016), estas são atualmente as dez maiores usinas hidrelétricas do
mundo, em capacidade de produção de eletricidade:
A Usina de Três Gargantas, localizada no Rio Yang Tsé, além de ser a maior hidrelétrica
do planeta, exerce funções como o controle de enchentes e facilitação do transporte
hidroviário na região, em uma das obras mais controversas ambientalmente, pelo fato
de ser considerada de alto impacto ambiental.
Até 2012, essa era a maior usina hidrelétrica do mundo. Por ser localizada em uma
região fronteiriça, é uma hidrelétrica binacional, sendo utilizada pelo Brasil e pelo
Paraguai. Apesar de superada em tamanho pela Usina de Três Gargantas, a gigante
brasileira muitas vezes a supera em energia gerada. Em dezembro de 2016, por exemplo,
a geração chegou a 98.800.319 milhões de megawatts-hora (G1, 2016).
A Usina de Belo Monte, embora ainda não esteja com suas obras totalmente concluídas,
pretende ser, além da maior usina hidrelétrica totalmente brasileira, a segunda da
América Latina, projetada para ter uma potência instalada de 11.233MW, mas deve
operar apenas com 4.500MW, em razão do reservatório reduzido de que irá dispor. A
construção da usina chama atenção para os impactos em torno da sua localização e das
suas obras que afetam áreas indígenas, de ribeirinhos tradicionais e grandes áreas de
Floresta Amazônica.
30
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
A Usina Hidrelétrica de Grand Coulee foi construída em 1974, e por muitos anos foi a
maior do mundo. Possui uma barragem de 1,6km de largura e o dobro da altura das
Cataratas do Niágara.
Sua longa construção iniciou em 1956 e só foi conluída em 1972. Sua utilização principal
é abastecer as centrais produtoras de alumínio.
Foi construída no início dos anos 1970 e é a maior do Canadá. É considerada a maior
hidrelétrica subterrânea do mundo.
31
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Fonte: <http://mundoengenharia.com.br/monstrosdaengenharia/wp-content/uploads/sites/41/2016/02/mosingenieros-china-
presa-tres-gargantas-640.jpg>.
A usina foi idealizada por Mao Tse-tung, um político, teórico, líder comunista,
revolucionário e arquiteto chinês, ainda nos anos 50 para acabar com o déficit
energético de Xangai, mas a usina só começou a ser construída em 1993 e
suas obras foram finalizadas em 2006. Apesar disso, a represa sempre recebeu
32
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
33
Capítulo 2
Usinas hidrelétricas no Brasil
34
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
A criação da Eletrobrás, apenas em1962, veio enfim para consolidar essa política
desenvolvimentista do setor energético, com um Estado fortalecido e investimentos
pesados em construções de usinas de grande porte.
Durante a década de 70, sob a atmosfera do milagre brasileiro o Brasil iniciou a construção
de enormes usinas, onde se destacam Itaipu e Tucuruí. Essa fase foi caracterizada pelo
modelo denominado “desenvolvimentista”, em que as hidrelétricas foram criadas para
amenizar a demanda por energia, gerada pela indústria que despontava em todo o país,
e como fonte de geração de novos empregos, mas não se questionando os impactos
causados pelas obras.
A retomada surgiu aos poucos no início dos anos 2000, com a negociação das dívidas e
mudanças em leis que permitiram uma maior participação do capital privado, além de
uma nova postura de consciência ecológica refletida nas leis de licenciamento ambiental
para empreendimentos de energia.
35
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Na década de 1940, para atender a demanda de energia na capital Rio de Janeiro, foi
construída no rio Paraíba do Sul a Usina Ilha dos Pombos, com barragem que possuía
as maiores comportas de concreto do mundo à época.
Foto 3. Vista da barragem da Usina Hidrelétrica Ilha dos Pombos, no rio Paraíba do Sul, município de Carmo (RJ).
Fonte: <http://www.memoriadaeletricidade.com.br/>.
36
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Ainda na década de 1950, a Usina de Paulo Afonso I foi concluída e, em 1961, entrou em
funcionamento a Paulo Afonso II.
Em 1966, foram reunidas as centrais elétricas do Rio Pardo CHERP as usinas elétricas
de Paranapanema (USEIPA) e as centrais elétricas de Urubupunbá (CELUSA), para
formar as centrais elétricas de São Paulo (CESPE).
A Usina de Tucuruí merece destaque, uma vez que o objetivo de aproveitar o potencial
do rio Tocantins surgiu ainda no final da década de 1950, e sua construção seguiu
durante toda a década de 1960, sendo concluída em partes apenas em 1975, no auge da
ditadura militar, que no período implantou no sul do Estado do Pará o Projeto Grande
Carajás, visando o desenvolvimento da Amazônia Oriental através da atividade minero
metalúrgica e de projetos agropecuário-florestais. E para a consolidação desse projeto,
a Usina de Tucuruí tornava-se ponto decisivo para geração de energia para essa região.
Construída em duas etapas, Tucuruí tem capacidade instalada de 8.370 MW. As obras
da primeira casa de força — com 12 unidades geradoras de 350 MW, duas auxiliares de
22,5 MW e potência instalada de 4.245 MW – foram concluídas em 1992. Entre 1998 e
2006, houve outra expansão da usina, com a construção de uma segunda casa de força,
com com 11 unidades geradoras de 375 MW e potência instada total de 4.125 MW.
Com altos investimentos, a Usina chegou a empregar mais de sete mil trabalhadores no
auge de sua construção.
37
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Ainda durante o período militar, foi construída a Usina de Sobradinho, próximo das
cidades de Juazeiro, na Bahia e Petrolina, Pernambuco. A Usina começou a funcionar
em 1982, com um grande reservatório plurianual, de cerca de 320 km de extensão e
4.214 km2, é considerado um dos maiores lagos artificiais do mundo, sendo necessário
para isso a realocação de vilarejos inteiros, o que causou grande impacto social.
Ainda nos anos 1980, mais precisamente em 1988, entrou em funcionamento parcial
outra usina no norte do país, a Usina Hidrelétrica de Balbina. Ela foi construída para
ajudar a suprir a demanda de energia da região Norte, uma vez que até a década de 1970,
Manaus ainda era abastecida por Termelétricas que queimavam petróleo. Entretanto,
com a chamada Crise do Petróleo a partir de 1973, o governo acreditou ser necessário a
construção de outra usina capaz e suprir essa demanda de energia e substituir a fonte
de produção.
O local escolhido foi o Rio Uatumã, no meio da Floresta Amazônica. Entretanto, com
o pequeno reservatório que o rio foi capaz de formar, os custos de geração de energia
Hidrelétrica em Balbina foram altíssimos, o que tornou o projeto uma grande tragédia
econômica, só não superando a tragédia ambiental causada. Veremos isso mais adiante.
Nas últimas décadas, os novos projetos de Usinas Hidrelétricas do país não são mais
pensados em funcionar com reservatórios plurianuais, com grandes áreas de reserva de
água, sendo a questão ambiental a principal causa dessa tendência. Estrategicamente,
os projetos atuais de construção de usinas hidrelétricas na região Amazônica, por
exemplo, como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, são realizados a fio d’água – até
mesmo devido ao relevo plano que favorece esse tipo de projeto – o que tornam as áreas
vulneráveis à sazonalidade dos rios e a produção de energia mais baixa na estação seca,
fazendo com que o rendimento dessa energia seja, muitas vezes, questionado.
Como decorrência disso, o uso de geração termelétrica tem sido mais intenso nos últimos
anos, mesmo para períodos com precipitação pluvial próxima à média histórica.
38
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
O Brasil é o país com maior potencial hidrelétrico, num total de 260 mil MW. De
acordo com o Plano Nacional de Energia 2030, o potencial ainda a aproveitar é de
cerca de 126.000 MW. Desse total, mais de 70% estão nas bacias do Amazonas e do
Tocantins/Araguaia. A Figura 9 indica o potencial hidrelétrico por região hidrográfica
(2016).
Assim, é possível afirmar que a maioria das grandes centrais hidrelétricas brasileiras
localiza-se nas bacias do São Francisco e, principalmente, do Paraná, particularmente
nas sub-bacias do Paranaíba, Grande e Iguaçu, apesar da existência de unidades
importantes na região Norte. Os potenciais da região Sul, Sudeste e Nordeste já estão,
portanto, quase integralmente explorados.
39
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Em relação à produção de energia vinda desse potencial, a evolução ao longo das últimas
décadas, a partir dos anos 1970, indica um crescimento praticamente constante, embora
os anos 1980 e 1990 destacaram-se por uma desaceleração na construção de usinas,
conforme já vimos anteriormente.
Quando comparamos com outras fontes renováveis de energia, podemos ver que a
produção de energia hidrelétrica, diferentemente das demais, mantém um crescimento
linear e praticamente constante desde os anos 1970, com poucos períodos de oscilações
e quedas na produção.
Gráfico 3. Produção de energia primária por fontes renováveis (1970-2015). Unidade: 10³ tep.
A partir de 2010 podemos ver que há uma tendência de queda na produção hidrelétrica,
que coincide com o crescimento de outras alternativas de fontes renováveis de geração
de energia. Podemos atribuir essa tendência tanto aos estímulos governamentais para
o crescimento de fontes como a biomassa, eólica e solar quanto pelas dificuldades
ambientais que envolvem o licenciamento das usinas hidrelétricas, ainda que sejam
PCH’s e a fio d’água, que possuem menores impactos ambientais quando comparadas
às grandes UHE’s.
40
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Fonte: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm>.
0,02
6,2
17,4
9,0
1,2
66,1
Fonte: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm>.
41
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
No de Usinas Capacidade
Rio
Instaladas Instalada (kW)
Tocantins - PA 1 8.535.000
São Francisco - AL 6 7.441.601
Grande - MG 12 7.203.500
Paraná - PR 2 7.000.085
Madeira - RO 2 6.900.760
São Francisco - BA 7 6.809.501
Iguaçu - PR 5 6.674.000
Paraná - MS 4 6.544.038
Paraná - SP 3 6.535.200
Paranaíba - GO 5 5.640.802
Grande - SP 7 5.217.400
Paranaíba - MG 4 4.982.800
São Francisco - SE 1 3.162.000
Tocantins - TO 4 2.731.450
Paranapanema - SP 11 2.398.156
Uruguai - SC 2 2.305.000
Uruguai - RS 2 2.305.000
Paranapanema - PR 8 2.184.700
Xingu - PA 1 1.988.683
Tietê - SP 11 1.906.224
OBS: Para os Rios que fazem a divisa de Estado do Brasil, a potência está
quantificada para ambos os Estados.
Fonte: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/Rio.asp>.
42
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Podemos destacar os rios das regiões Sul e Sudeste, que estão entre os que apresentam
a maior capacidade instalada e também o maior número de usinas em operação,
especialmente as UHE’s construídas no início a expansão energética, conforme vimos
anteriormente.
43
Capítulo 3
Legislação e os impactos ambientais
das Hidrelétricas
Nesse capítulo são descritas algumas bases legais do Brasil relacionadas aos
aproveitamentos hidrelétricos e o uso dos recursos hídricos. É importante conhecermos
os processos legais que fizeram avançar essa fonte como matriz energética e, dessa
forma, compreender como as políticas públicas e leis priorizaram esse desenvolvimento
ante às demais fontes de energia.
Código das Águas (Decreto no 24.643, de 10 de julho de 1934): estabelecia como águas
públicas de uso comum as correntes, canais, lagos e lagoas navegáveis ou flutuáveis.
O domínio dessas águas fora dividido entre a União, os Estados e os Municípios,
posteriormente redefinido, pela Constituição Federal de 1988, apenas entre a União e
os Estados. As quedas d’água e outras fontes de energia hidráulica foram definidas no
Código como bens imóveis não integrantes das terras em que se encontravam.
»» salubridade pública;
»» navegação;
»» irrigação;
Constituição Federal (1988): Art.20: estão entre os bens da União os lagos, rios e
quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou
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Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Lei no 9.984/2000: determina que para licitar a concessão ou autorizar o uso de potencial
de energia hidráulica em corpo de água de domínio da União, a Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL deverá promover, junto à ANA, a prévia obtenção de declaração
de reserva de disponibilidade hídrica33. Quando o potencial hidráulico localizar-se em
corpo de água de domínio dos Estados ou do Distrito Federal, a declaração de reserva
de disponibilidade hídrica será obtida em articulação com a respectiva entidade gestora
de recursos hídricos
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UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Cabe lembrar quais as licenças ambientais necessárias nas várias etapas de implantação
de novos empreendimentos hidrelétricos:
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Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Por ser renovável e contínua, é também uma fonte confiável de energia, claro que,
quando bem estudada sua implantação e preservadas as águas nas quais estiver
localizada a usina.
Há também uma certa flexibilidade de locais para a instalação de usinas, que podem
ser dimensionadas de acordo com o relevo, o ambiente, a vazão do rio, entre outras
características, sendo possível projetar desde grandes UHE’s para geração de energia em
grande escala, até PCH’s, que causam menores impactos ambientais (MARI JUNIOR,
A., et al., 2013).
Muitos afirmam que os reservatórios das usinas podem promover uma série de serviços
não energéticos, como controle de cheias, irrigação, suprimento de água para consumo
humano, recreação e serviços de navegação. No entanto, esses múltiplos usos da água
podem, muitas vezes, gerar conflitos e impor restrições à operação hidrelétrica.
Se pensarmos nas grandes usinas, o custo de implantação é alto, pois são necessários
muitos estudos prévios à implantação, uma vez que erros de projeção podem gerar
grandes prejuízos. Além disso, novos aproveitamentos hidrelétricos estão cada vez
mais distantes dos grandes centros de consumo, o que resulta na necessidade de
investimentos adicionais em linhas de transmissão para escoamento da produção de
eletricidade (TOLMASQUIMM, 2016).
47
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Entretanto, um fator negativo relacionado das PCH’s está o alto custo da energia gerada,
uma vez que, se operam à fio d’água, estão sujeitas às regulações da sazonalidade hídrica.
Custos econômicos
Grande parte dos custos de uma usina estão nas obras civis, como a construção de
barragem, diques, vertedouros, infraestrutura de acesso etc., e o fornecimento e
montagem dos equipamentos eletromecânicos, como turbinas, geradores, comportas,
guindastes etc. Entretanto, deve-se destacar os custos cada vez mais elevados relacionados
às ações de mitigação de impactos socioambientais associados à implantação do projeto
hidrelétrico, como por exemplo, a aquisição de terrenos e benfeitorias, relocações de
infraestrutura e população e programas socioambientais, como limpeza do reservatório,
conservação da fauna e flora e apoio a comunidades indígenas e tradicionais.
48
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Aspectos sociais
É importante lembrar que não existe geração de energia sem impactos socioambientais
e, por isso, os estudos para se escolher a melhor solução de aproveitamento do
potencial são tão importantes. Além disso, mitigar tais impactos geram custos que,
posteriormente, são repassados na produção da energia e, consequentemente, também
para o consumidor final.
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UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Por essas razões, especialmente o avanço tecnológico do setor que diminui os custos
produtivos, faz desse tipo de geração destaque na expansão da matriz elétrica nacional.
Impactos ambientais
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Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
A alteração do ambiente lótico para lêntico pode causar uma maior retenção dos
sedimentos e alterar as espécies de peixes e outros seres vivos que habitam os rios.
Dessa forma, é importante um bom projeto de desmobilização dessa mão de obra com
o fim das obras, para que a pressão sobre todos os equipamentos públicos diminua e
parte dessa população retorne para seus locais de origem, uma vez que, com a operação
das usinas, poucos empregos são gerados em relação à etapa anterior, de obras para a
implantação.
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UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Esses impactos já descritos se aplicam com maior cuidado também aos povos e
comunidades tradicionais e indígenas. Suas particularidades socioculturais e históricas
devem ser consideradas pontualmente nos estudos ambientais, uma vez que estes
são mais sensíveis aos impactos causados por um empreendimento de grande porte,
por exemplo. No geral, essas populações são mais dependentes e ligadas aos recursos
naturais e qualquer alteração no ciclo natural de vida destes pode causar interferências
irreversíveis em seus modos de vida tradicional.
A usina de Belo Monte foi inaugurada este ano, pouco depois de surgirem
denúncias de corrupção nas obras (...).Estima-se que a região de Altamira, no
oeste do Pará, tenha recebido quase cem mil pessoas, desde o começo das
obras de Belo Monte. Com a parte de engenharia civil da obra quase no fim, pelo
menos 22 mil trabalhadores já foram demitidos. Com a cidade vazia, quem vive
de comércio e serviços sente os impactos dessas demissões.
A situação também é difícil para os ribeirinhos do rio Xingu. Quem vive da pesca,
reclama da escassez de peixes na região da hidrelétrica (...). O crescimento da
violência é outro problema atribuído à obra de Belo Monte. Os últimos dados
de homicídios colocam Altamira como a quinta cidade onde mais se mata no
Brasil. A Norte Energia, responsável pelas obras da usina, fez um convênio com o
estado do Pará e investiu R$ 100 milhões em segurança. A nova penitenciária vai
ficar pronta em setembro, seis anos depois do começo da barragem.”
Leia a matéria completa em: <http://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2016/07/usina-de-
belo-monte-causa-impactos-ambientais-e-sociais-em-altamira-pa.html>.
Como impacto positivo está o incremento das receitas locais, com a arrecadação de
impostos como o ISS (imposto Sobre Serviço), além do pagamento da Compensação
Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de Energia
Elétrica (CFURH).
Cabe salientar também que, embora as PCH’s causem menores impactos ambientais,
conforme já vimos, eles existirão e precisam ser mensurados quando ocorrem esses
estudos.
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Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Fonte: <http://www.reporter-am.com.br/wp-content/uploads/2016/03/balbina.jpg>.
Construída antes das Leis que exigem a realização de Estudos e Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/Rima) como pré-requisito para o início da obra, esses estudos foram
53
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
Fonte: <http://www.brasil247.com/images/cache/1000x357/crop/images%7Ccms-image-000474197.jpg>.
54
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
55
UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
socioambientais, além das falhas por parte do governo em fiscalizar, exigir e colaborar
com as ações e obrigações das empresas e construtoras. A falta de planejamento e de
diálogo com as comunidades causam enormes prejuízos e consequências, especialmente
para as comunidades atingidas do entorno.
O grande fluxo migratório de pessoas para a construção é, sem dúvida, o maior impacto.
O crescimento das cidades no entorno, em um curto período de tempo, pressiona
os equipamentos de saúde, habitação e saneamento básico de uma forma na qual os
governos não conseguem suprir as novas demandas. A interferência desses projetos
no modo de vida tradicional de indígenas, quilombolas e ribeirinhos, são dificilmente
mensurados.
56
Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil │ UNIDADE II
Figura 10. Hidrelétricas criaram lagoas próximo às nascentes do rio Araguari, o que diminuiu seu volume e
<http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2015/07/fim-da-pororoca-em-rio-do-
amapa-e-irreversivel-avaliam-especialistas.html>.
O MAB é um movimento organizado em todo o país no fim da década de 1970, que luta
por direitos às populações atingidas por barragens e protesta contra as barragens que
geram grandes impactos ambientais.
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UNIDADE II │ Geração de energia Hidrelétrica no Mundo e no Brasil
A expulsão dessas populações para áreas dentro dos municípios, gerando inclusive a
formação de favelas, fez com que o MAB se organizasse e lutasse por mais direitos
para os atingidos, até hoje estando presente nas discussões e protestos contrários à
implantação de Usinas, como as da bacia Amazônica, por exemplo.
58
Outras Fontes Unidade IIi
Alternativas
Embora o aproveitamento hidrelétrico seja uma das alternativas mais limpas, pelo fato
da água ser um bem renovável, há questões relacionadas às dificuldades e limitações
hídricas de muitos locais, que impedem a exploração desse tipo de fonte. Além disso,
os impactos ambientais com a construção dessas usinas estão a cada dia mais sendo
apontados e questionados pela população.
Dessa forma, o mundo passou a investir também em outras fontes limpas e renováveis de
energia, tais como as geradas pelo sol, pelo vento, por resíduos, entre outras alternativas.
O desafio agora do setor energético em todo o mundo é tornar essas alternativas viáveis
economicamente e exploráveis nos locais potencialmente geradores.
Capítulo 1
Fontes alternativas de energia existentes
Nessa busca por fontes alternativas de energia, o Brasil apresenta grande diferencial
em relação a outros países. Já vimos que a energia hidrelétrica é a principal fonte
renovável do país, beneficiado por características geográficas que permitiram o seu
desenvolvimento. Mas além da energia hidrelétrica, o país tem grande potencial para
o desenvolvimento de outras fontes alternativas de energia, graças a diversas outras
características que aumentam esse potencial.
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UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
É bom relembrar que as fontes de energia renováveis são aquelas que podem ser
aproveitadas ao longo do tempo, sem que haja a possibilidade de seu esgotamento, pois
surgem de ciclos naturais que se regeneram de uma forma cíclica, em uma escala de
tempo reduzida, que permite seu uso intermitentemente.
Vamos ver a seguir quais são essas fontes alternativas, suas vantagens e desvantagens
de implantação.
Energia eólica
É a energia cinética das massas de ar (ventos) provocadas pelo aquecimento desigual na
superfície da Terra e captada por aerogeradores. É uma grande alternativa energética em
diversos países, pois é abundante na natureza e produz energia a preços relativamente
competitivos. Seu aproveitamento ocorre com a conversão dessa energia cinética –
através de turbinas eólicas ou aerogeradores – em eletricidade (FILIPE et al 2010).
Desde o início da década de 1990 o setor de energia eólica está apresentando um rápido
crescimento em todo o mundo, especialmente na Europa e, atualmente, nos países em
desenvolvimento, como o Brasil e a Índia.
O potencial eólico de uma região depende de condições ideais de dois fatores: velocidade
e regime de ventos, isso é, a quantidade e constância destes. Para determinar se uma
região é boa para esse tipo de geração, são necessários muitos estudos e análises das
condições locais.
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Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
disso são considerados aproveitáveis. Ainda assim, esse potencial corresponde a cerca
de quatro vezes o consumo mundial de eletricidade (FILIPE et al, 2010).
Em relação à sua instalação, pode ser colocada em terra firme ou à certa distância da
costa (offshore).
É importante lembrar que quanto maior for a distância da costa, mais caro fica o
transporte dessa eletricidade, portanto, o parque não pode ser muito distante das áreas
em terra firme.
61
UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
Com isso, a tendência é o aumento cada vez maior da tecnologia eólica, e o mesmo
ocorre em outras fontes de energia limpa. Em 2005, por exemplo, apenas 55 países
adotavam algum tipo de incentivo às fontes renováveis, enquanto no início de 2011 tais
políticas estavam presentes em 118 países (SIMAS, 2013).
62
Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
»» Aves: algumas aves podem morrer por impacto com as pás das turbinas,
por isso, não é recomendável a instalação destas em áreas de rotas de
migração de aves, em áreas de reprodução e de proteção ambiental.
63
UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
Energia solar
Proveniente do sol, ou seja, utiliza os raios solares para gerar energia. É importante
lembrar que o sol é a fonte de energia primária mais abundante do nosso planeta.
Pode-se afirmar que praticamente todas as outras fontes de energia são formas de
manifestação da energia solar, uma vez que a biomassa (fotossíntese), a eólica (ventos)
e a hidráulica (evaporação) necessitam do calor para ocorrer.
Figura 11. Mapa da energia solar recebida ao nível do solo nas diferentes regiões da Terra. Valores em kWh/
m2/dia.
Como podemos ver, a incidência solar no Brasil é alta, variando entre o amarelo e
o vermelho no mapa, o que indica ser uma das regiões de maior incidência solar no
mundo.
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Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
A energia solar pode ter diferentes formas de aproveitamento. Ela pode ser utilizada
para o aquecimento de ambientes, de água e para a produção de eletricidade. Para o
uso doméstico como aquecedor de água, por exemplo, é possível reduzir o consumo de
energia em até 70% com o uso dessa fonte. Para a conversão direta em energia elétrica
são utilizados materiais como os painéis fotovoltaicos ou equipamentos heliogeradores.
Apesar de existir em abundância, a tecnologia para conversão em energia elétrica ainda
é de alto custo, se comparado à outras fontes de energia, entretanto estas tem sido
aprimoradas e estão se tornando cada vez mais acessíveis.
Fonte: <http://www.portalsolar.com.br/usina-solar.html>.
65
UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
No mundo, a demanda por painéis fotovoltaicos tem crescido a uma taxa de 35% ao
ano. Isto fez com que o custo da energia solar fotovoltaica subisse, já que as indústrias
de placas solares não conseguem acompanhar a demanda. Entretanto, conforme se
aumenta a demanda por essas placas, a tendência é aumentar a sua produção e, ai sim,
os custos diminuírem significativamente.
O nordeste brasileiro é a região de maior radiação solar do Brasil, com média anual
comparável às melhores regiões do mundo, com destaque para o Vale do São Francisco,
Piauí, oeste da Bahia, além de Mato Grosso do Sul, leste de Goiás. Mas, embora seja uma
energia considerada limpa, o país ainda está se adaptando no processo de licenciamento
ambiental para implantar de forma eficiente os parques solares.
Os parques solares tendem a ser construídos em locais afastados das grandes cidades,
geralmente no meio rural ou próximo a cidades de pequeno porte, pois isso diminui a
chance de interações com grandes áreas urbanas densamente ocupadas.
A estimativa é que, até 2018, o Brasil esteja entre os 20 países com maior geração de
energia solar, considerando a potência já contratada e a expansão do setor. O Plano
Decenal de Expansão de Energia (PDE 2024) estima que a capacidade instalada de
geração solar chegue a 8.300 MW em 2024 e os estudos para o planejamento do setor
elétrico em 2050 estimam que 18% dos domicílios no Brasil contarão com geração
fotovoltaica (8,6 TWh), ou 13% da demanda total de eletricidade residencial (PORTAL
BRASIL, 2016).
Biomassa
A utilização como combustível pode ser feita tanto de forma bruta quanto através de
seus derivados. Madeira, produtos e resíduos agrícolas, resíduos florestais, excrementos
animais, carvão vegetal, álcool, óleos animais e vegetais são formas de biomassa
utilizadas como combustível (PACHECO, 2006).
66
Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
Fonte: <https://flic.kr/p/o5FzQJ>.
Vegetais 2 Animais
4
5
Combustíveis Decompositores
67
UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
O uso de biomassa como fonte de energia elétrica tem sido crescente principalmente em
sistemas de cogeração, processo onde são geradas duas formas de energia, sendo mais
comum a cogeração de energia elétrica e térmica, o que ocorre em geral nos setores
industriais.
68
Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
Ele pode ser utilizado para fazer funcionar motores de veículos ou para produzir energia
elétrica. Possui vantagens significativas em relação à gasolina como combustível
automotivo, por ser menos poluente e criado a partir de fonte renovável. Por isso, no
Brasil é um combustível bastante utilizado, inclusive sendo misturado à gasolina para a
venda final, devido ao seu menor custo.
69
UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
Há uma questão importante, porém, que envolve a produção de soja no país. Estima-se
que, atualmente, cerca de 75% das emissões de gases do efeito estufa são provenientes
das mudanças de uso da terra, e a principal causa disso são as queimadas que ocorrem,
especialmente, no cerrado e nas bordas da floresta amazônica, geralmente para dar
lugar à pastagens ou à plantações de soja. Hoje, a expansão da área plantada com soja
é uma das principais causas do desmatamento das florestas do estado do Mato Grosso,
por exemplo, e da Amazônia como um todo (BERMANN, 2007). Por esse motivo, é
preciso reconsiderar a questão do biodiesel e seus benefícios para a emissão de gases
do efeito estufa, quando este é feito a partir da soja.
Biogás
A composição do biogás é difícil de ser definida, podendo variar de acordo com o tipo
e a quantidade de biomassa empregada e o tipo de tratamento anaeróbico que sofre.
Contudo, em linhas gerais, o biogás é uma mistura gasosa composta principalmente
por (CETESB, 2016):
70
Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
metro cúbico. Esse poder calorífico pode chegar a 12.000 kcal por metro cúbico se
eliminado todo o gás carbônico da mistura (DEGANUTTI et al., 2002).
O biogás pode ser utilizado diretamente, purificado ou ainda após o seu armazenamento,
dependendo do seu potencial de uso. Os principais empregos do biogás são:
Podemos ver que os diferentes usos variam de acordo com o tipo de beneficiamento
do biogás. Basicamente, o uso para a produção de energia térmica e elétrica possuem
custos mais baixos, uma vez que o biogás precisa apenas de um motor para conversão
de energia. Já os usos como energia veicular, por exemplo, necessitam de purificação e
tecnologias mais complexas, o que pode aumentar o seu custo final de uso.
71
UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
Grande parte dos projetos brasileiros estão localizados na região sudeste, seguido da
região sul e nordeste. Nesta última região, aliás, há grande interesse e investimento
em pesquisas, devido a temperatura da região que potencializam a ação das bactérias,
produzindo assim uma maior quantidade de biogás. Segundo SOARES (2011),
a implantação de biodigestores nessa região, em pequenas propriedades rurais
aproveitando os dejetos de bovinos ou suínos poderia ser uma forma de trazer benefícios
econômicos para as pessoas que vivem no local (a partir da utilização do biogás em
fogões domésticos, lampiões, geladeiras e/ou combustível, por exemplo), além dos
benefícios ambientais de minimizar a emissão de gás metano na atmosfera.
O fenômeno das marés, resultado das forças gravitacionais exercidas pelo Sol e pela Lua,
possui um ciclo previsível de maré alta e baixa (SILVA, 2012). Condições específicas
de determinadas regiões litorâneas, como a forma da costa, seu leito marinho, bem
como a existência de baías e estuários podem provocar grandes variações de nível entre
as marés, além de elevadas correntes, que podem ser aproveitadas para a geração de
energia elétrica (TAVARES, 2005).
A energia obtida pelas ondas funciona a partir do movimento destas, que movimenta
uma turbina contida numa câmara de ar, produzindo energia mecânica que, ao passar
por um gerador, se transforma em energia elétrica. Há também a tecnologia que move
para cima e para baixo (de acordo com a onda) um cilindro, que produz a energia
mecânica.
A energia gerada pelas marés – também chamada de maremotriz - é obtida por meio do
aproveitamento da energia proveniente do desnível das marés. Para que essa energia
seja revertida em eletricidade, é necessária a construção de barragens, diques, eclusas
(permitindo a entrada e saída de água) e unidades geradoras de energia. Quando a
maré enche a água entra e fica armazenada no dique; ao baixar a maré, a água sai pelo
dique como em qualquer outra barragem.
O sistema funciona como em uma usina hidrelétrica. Mas nesse caso, as barragens
são construídas próximas ao mar, e os diques são responsáveis pela captação de água
durante a alta da maré. A água é armazenada e, em seguida, é liberada durante a baixa
da maré, passando por uma turbina que gera energia elétrica.
72
Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
Parece uma tecnologia recente, porém, a força das marés tem sido aproveitada desde o
século XI, quando era utilizada na Europa para movimentar pequenos moinhos.
Fonte: <http://www.duniverso.com.br/wp-content/uploads/2014/02/usina-maremotriz-pecem-brasil-02.jpg>.
Essa é uma boa alternativa para a produção de eletricidade, visto que a energia das
marés é uma fonte limpa e renovável. No entanto, é importante destacar que poucas
localidades apresentam características propícias para a obtenção desse tipo de energia,
visto que são necessárias marés e correntes fortes. Além disso, são necessárias marés
e correntes fortes, e um desnível de maré de mais de 7 metros, aproximadamente
(FRANCISCO, 2016).
Outras questões que torna essa geração pouco viável são os altos investimentos e o baixo
aproveitamento energético. Em termos de eficiência energética, esse tipo de energia
ainda não é viável no Brasil, embora haja projetos e pesquisas no setor.
Geotérmica
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UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
Embora haja evolução nas pesquisas de exploração desse tipo de energia, a utilização
desta para a geração de energia elétrica é lenta e se caracterizou pela construção
de pequeno número de unidades em poucos países. No Brasil, foi identificado um
potencial para sistemas de alta temperatura geotérmica, embora esse potencial pareça
estar restrito às ilhas atlânticas de Fernando de Noronha e Trindade. Por outro lado,
segundo os autores, recursos de baixa temperatura (< 90◦ C) foram identificados no
Brasil em número significativo, sendo que a maior parte dos recursos geotérmicos está
localizada no centro-oeste do Brasil (nos estados de Goiás e Mato Grosso) e no sul (no
estado de Santa Catarina) (ARBOIT et al, 2013).
74
Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
Figura 14. Fontes de Energia Renováveis complementares à Matriz Energética Pré-Existente no Brasil.
75
UNIDADE III │ Outras Fontes Alternativas
Fácil transporte.
Aquecimento;
Geração de eletricidade;
Pode ser utilizado nas formas gasosa e A construção de gasodutos e metaneiros
Gás Natural Combustível para veículos, caldeiras líquida; (navios especiais) para o transporte e a
e fornos; distribuição requer alto investimento.
Grande número de reservas existentes.
Matéria-prima de derivados da
indústria petroquímica.
Inundação de grandes áreas e
deslocamento de população residente; a
Não emite poluentes; construção das usinas é cara e demorada;
Hidrelétrica Produção de energia elétrica. Produção controlada; Fonte limitada pela natureza e o regime
de água/chuva;
Não interfere no efeito estufa.
Danos ambientais às áreas da represa/
vidas marinhas.
Fonte infinita; Exige investimentos para armazenamento
e transmissão da energia;
Menor custo de implantação;
Limitação geográfica para a implantação;
Produção de energia elétrica; Não poluente;
Eólica Dependência total do clima;
Movimentação de moinhos. Não ocupa áreas de produção de
alimentos; Produz poluição sonora e impactos na
avifauna; Pode haver interferência em
Menor custo de implantação. transmissões de rádio e TV.
76
Outras Fontes Alternativas │ UNIDADE III
Conforme pode ser visto, as fontes não renováveis apresentam algumas vantagens,
se comparado às fontes renováveis, especialmente no que tange o custo de geração
de energia, muitas vezes, considerada mais barata. Mas isso ocorre por uma questão
importante: a tecnologia para a geração das fontes não renováveis já existe há muito
tempo.
Os custos de extração dessas fontes são altos! Elas só são mais viáveis devido a
quantidade de extração e por essa evolução da tecnologia.
Já as fontes não renováveis não apresentam custos para a sua extração. O Sol e o vento,
que geram energia solar e eólica são gratuitos e disponíveis infinitamente na natureza.
Entretanto, é a geração de energia a partir dessas fontes que ainda apresenta um custo
alto, pois essa é uma tecnologia mais recente, em pleno desenvolvimento. Isso quer dizer
que, conforme se desenvolve, os custos de produção ficam mais baixos, aumentando o
uso dessas fontes, o que abaixa ainda mais os valores de produção.
77
Para (não) Finalizar
Tabela 7. Percentual de produção de energia hidráulica e consumo final de energia elétrica (1970 – 2015).
Consumo final - eletricidade (%) 5,5 10,1 14,7 16,6 16,6 17,2
Ao mesmo tempo, dada a crescente demanda por energia elétrica no país, a construção
de novas usinas se delineia como necessária para os avanços econômicos e aumento da
oferta de empregos.
Uma das principais dificuldades está relacionada aos dispositivos legais e normativos
que regem a situação das populações mais vulneráveis, como indígenas, ribeirinhos e
quilombolas. A Convenção no 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT é o
principal instrumento e referência de proteção e salvaguarda dessas populações. A falta
de regulamentação mais profunda sobre a exploração dos recursos hídricos em terras
indígenas, por exemplo, que trata o §3o do artigo 231 da Constituição Federal de 1988,
deixa lacunas para o real nível de aprofundamento nas consultas à essas comunidades
para a implantação de usinas hidrelétricas e a forma de compensação às comunidades
afetadas provoca conflitos constantes.
79
Para (Não) Finalizar
de licenciamento cada vez mais complexo e incerto, podendo, muitas vezes, tornar os
projetos inviáveis.
Embora de custos mais altos, essas fontes alternativas poderiam exercer importante
função de gerar energia de forma combinada, aproveitando os períodos secos, por
exemplo, em que as usinas hidrelétricas produzem menos energia, para intensificar a
geração dessas outras fontes.
80
Referências
CETESB. Biogás – Definição. São Paulo: CETESB, 2016. Disponível em: <http://
biogas.cetesb.sp.gov.br/biogas/definicao/>. Acesso em: 20 de julho de 2016.
81
Referências
em: <http://www.geodinamica.com.br/livro-do-professor/os_impactos_sociais_
sobradinho.pdf>. Acessado em: 15 de outubro de 2016.
82
Referências
83
Referências
PORTAL BRASIL. Brasil é o quarto país em que energia eólica mais cresce no
mundo. Matéria On-line publicada em: 15 de janeiro de 2016. Disponível em: <http://
www.brasil.gov.br/infraestrutura/2016/01/brasil-e-um-dos-principais-geradores-de-
energia-eolica-do-mundo>. Acesso em: 24 de maio de 2016.
PORTAL BRASIL. Brasil estará entre os 20 países com maior geração solar
em 2018. Matéria On-line. Publicado: 3/1/2016. Disponível em: <http://www.brasil.
gov.br/infraestrutura/2016/01/brasil-estara-entre-os-20-paises-com-maior-geracao-
solar-em-2018>. Acesso em: 22 de maio de 2016.
84
Referências
REVE - Revista Eólica y del Vehículo Eléctrico. Offshore wind power: 630 MW
London Array wind farm with 175 wind turbines. Publicação on-line de 4 de
julho de 2015. Disponível em: <http://www.evwind.es/2015/07/04/offshore-wind-
power-630-mw-london-array-wind-farm-with-175-wind-turbines/53165>. Acessado
em: 13 de junho de 2015.
85
Referências
TUCCI, C.E.M. Hidrologia: ciência e aplicação. 2. ed., Porto Alegre. Rio Grande do Sul
(RS). Editora Universidade. 2000. 943p.
86