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O AUTOR.
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k SUA PREZADA ESPOSA
O AUTOR.
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J. PINTO E SILYA
TQRIETAS
(LEITURA PARA PRINCIPIANTES)
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ODra approvada pelo Governo do Estado de S. Paulo :
e adopfada em todas as suas escolas
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casa Espíndola — Rua Direita, 14-A
SÃO PAULO
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HISTORIETAS
u 0 VENDEDOR DE OVOS
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ÍMASSAVA todos os dias por
iMBá uma rua um italiano a gri-
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ri !plpÍP tar: «Ovo gordo! Ovo gordo
freguez!»
i. 0 negociante da esquina, desejando
ti corrigir a linguagem do vendedor de
óvos, falou-lhe: «Olá, amigo, não se
diz ovo gordo, mas sim fresco, po
r\^; dre, etc.; gordo é que não se pode
&
dizer.»
0 italiano tomou nota do que ou
m vira, e, no dia seguinte, veiu gritando:
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•5S
■ ífÊ «Ovo podre, freguez! Ovo podre, ba
m rato, freguez!»
d. Foi necessário o negociante corri-
:
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gir de novo a linguagem do pobre
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HISTORIETAS 7
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e o coitado ainda não tinha vendido
um só ovo!
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8 HISTORIETAS
0 MALFAZEJO
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HISTORIETAS 11
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12 HISTORIETAS
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0 ASSEIO
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í i um pouco de sopa, e não tratou de
laval-o.
s No dia seguinte o vestido estava
todo roido pelos ratos.
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HISTORIETAS 9
:
sabendo que elle tinha sido um mal
fazejo.
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Felizmente se emendou e nunca
:
mais judiou dos animaes. :
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10 HISTORIETAS
0 SABIÁ
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HISTORIETAS 15
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16 HISTORIETAS
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í: OS POMBINHOS
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|i&j|OIS alegres pombinhos anda
vam viajando. Eram duas
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$ o aves formosas, as mais for
mosas do pombal onde nasceram.
r
Ao atravessarem uma montanha,
cahiu sobre elles um feroz gavião,
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HISTOF TETAS 13
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14 HISTORIETAS
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0 MACACO E 0 RABECÃO
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IR HISTORIETAS
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0 ENTERRO
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ragUCTOR era ainda muito novo,
5lWÍf> mas já andava na escola.
flilpíP Um dia, logo ao sahir da
i
aula, viu passar um enterro. Notou
t que todos os homens, que iam acom
panhando o morto, traziam os seus
1 chapéos nas mãos.
5
f
Quando Victor chegou a sua casa,
i
pediu á mamãe que lhe explicasse qual
a razão por que os homens, que acom
panham um morto, vão de cabeça des
’
i coberta.
Então sua mãe lhe disse que fa
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zem isso em signal de respeito, que
:
os vivos devem tributar aos mortos.
Desde essa vez, quando Victor via
'
S
passar um enterro, inclinava-se e tirava
lií seu chapéozinho, mui respeitosamente.
!
HISTORIETAS 19
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20 historietas
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OS PASSARINHOS :
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JR&IL-OS alegres, em bando >
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nervosos, leves voando
pelas campinas além.
São elles meigos cantores,
que primeiro erguem louvores
:,m• : á luz do sol que já vem.
V
: Como creanças inquietas
r,
—aves do lar predilectas,
5í
:
passando a vida a folgar—
eil-os em franca alegria,
desde os albores do dia,
de ramo em ramo a saltar.
Têm tanto amor aos filhinhos,
!
que roubar-lh’os, coitadinhos,
; é matal-os de afflicção • • •
!
HISTORIETAS 21
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22 HISTORIETAS
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A FIEIRA
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V:
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^g^RISTIDES ganhou um pião
Pgl|| e Miguel, outro.
3 Faltavam-lhes as fieiras.
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í Sua mãe deu-lhes uma, muito bo
i
nita e comprida, para ser dividida
r entre os dois.
■
í
Era só cortar o cordel ao meio, e
cada um delles ficaria com a sua fieira.
13 Si haviam de fazer isso, não; cada
ii
lii qual queria a fieira toda para si.
iH Começa a luta: puxa daqui, puxa
: dalli, de repente o cordel se parte e...
bumba! lá se vão os dois meninos
■
:
de costas ao chão.
! A mãe ficou tão zangada, por causa
da briga, que lhes tomou as fieiras'
y
HISTORIETAS 23
.
0 CÀVALLO e o burro
l!
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ar*"|iERTO cavallo, todo dado a
! espirituoso, querendo zombar
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** dum burro, disse-lhe:
— Ó compadre, para que queres
umas orelhas tão grandes, tão com
: pridas ?
f
— Para com ellas poder tapar bem
os ouvidos, e assim não ouvir as to
lices dos bobos, respondeu-lhe o burro.
O cavallo, envergonhado com a
>
;• resposta, metten a viola no sacco, e
foi-se embora, muito depressa.
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HISTORIETAS 25
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0 GATO e o tico-tico
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HTSTORrETAS 27
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28 HISTORIETAS
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A MÃEZINHA
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t [*UIZINHA é filha unica de
BWm, paes muito ricos. Ella, porém,
não se orgulha por isso.
Um domingo, depois da missa, sua
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30 HISTORIETAS
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língua de palio e ieio
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HISTORIETAS 31
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m meninos estavam maltra-
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ií j tando um pobre sapo.
Chiquinho approximou-se
delles e disse-lhes:
— Não façam isso; deixem o in-
b nocente animalzinho, que não faz mal
a ninguém
f.
— Ora, não seja bobo, tornou-lhe
um dos meninos.
t
—Não seja tolo, disse-lhe outro
menino.
; — Bobos são vocês... Si soubes
1 sem a utilidade que têm esses ani-
maes, estou certo, não os maltratariam.
j — Para que servem elles? pergun
■
34 HISTORIETAS
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t •' radiante, ■
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1 um disco doirado,
: de luz scintillante.
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Mil raios fulguram
:
no prado virente;
as aves murmuram
i um canto innocente.
í- Saúdam a aurora,
Ui
;; risonha a hrilhar,
Iíí e vão, sem demora,
nos campos' voar.
: ;
: 0 orvalho nas flores
gentis e cheirosas,
li! desata em fulgores,
w as folhas mimosas.
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HISTORIETAS 35
•%
Oh! quanta belleza!
que doce harmonia!
Oh! quanta grandeza,
aos raios do dia!
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36 HISTORIETAS
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1:
: 0 DIA DE FINADOS
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JgcABEIS o que vem a ser dia
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HISTORIETAS 37
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38 HISTORIETAS
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$ A vem o sol apparecendo por
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sobre o monte. Parece uma
: * bola de oiro pendurada no
E céo. As nuvens, que lhe ficam ao re
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dor, assemelham-se a rendas doiradas.
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t Pelo campo as florinhas abrem as
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corollas perfumosas, para receberem
íf os seus quentes raios. As gottas de
orvalho, que as cobrem, brilham como
outras tantas pedrinhas preciosas.
Is Que belleza!
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A passarada sai pela campina fora,
n entoando hymnos festivos ao astro que
aquece os ninhos, onde se acham os
i seus filhotes.
Todos os animaes saúdam conten
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tes o sol bemfazejo, que começa o seu
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HISTOKHtTAS 39
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Saudemol-o também, levantando-
nos cedo, para contemplarmos o seu
nascimento.
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40 HISTORIETAS
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0 INCORRIGÍVEL
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gSÍÍyEBASl IAO foi expulso da
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42 HISTORIETAS
OS DIAS FERIADOS
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semana passada houve tres
HBp.) dias seguidos feriados, na es-
cola onde Antonico aprendia.
Que fez elle durante esses dias?
Não passou o tempo todo a brin
!
r car, não. Preparou primeiramente as
Vi lições novas; depois recordou tudo
! : quanto já tinha aprendido.
i. No primeiro dia de aula, depois das
,
ferias, compareceram todos os alumnos.
O professor, então, lhes falou as
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sim: «Vocês tiveram tempo de sóbra
para estudar, durante a semana que
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passou. Vou, hoje, portanto, fazer uma
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f!: especie de sabbatina das lições expli
i cadas. Darei um prêmio áquelle que
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mostrar mais applicação.»
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HISTORIETAS 43
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44 HTSTORTF.TAS
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0 MORCEGO
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Albertinho, logo que viu o morcego,
ficou muito alegre e poz-se a gritar:
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í! «Mamãe, ó mamãe, venha pegar aquelle
'< passalinho pala mim!»
1
Augusto, ao ouvir isto, começou a
!
zombar do irmãozinho e a chamar-lhe
i! bobo.
í: Fernando não gostou do procedi
mento de Augusto, e reprehendeu-o
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assim: «Bobos são aquelles que, em
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HISTORIETAS 45
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46 HISTORIETAS
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IpAURO veiu, hontem, da es-
: cola, muito zangado, por causa
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da chuva que lhe tinha mo
ii lhado os livros.
Logo que chegou a casa disse a
*
sua mãe:
11- —Mamãe, não seria melhor que
• nunca chovesse? A chuva é uma coisa
r , tão ruim!. • •
u*; —Não digas isto, filho. É a chuva
Ri'
: Ri que faz as plantas hrotarem e produ
zirem alimentos para nós e para todos
1 :
i;
os animaes. Si não fosse ella, as plan
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tações morreriam e os animaes tam
bém succumbiriam á fome. E nós?
Nós, da mesma fórma, morreriamos,
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porque não teriamos o que comer.
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»• HISTORIETAS 47
:
Mauro prestou muita attenção ás
palavras de sua mãe. Dahi em diante,
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48 HISTORIETAS
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; 0 BULIÇOSO
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Lf NHO tinha o mau cos-
de bulir em tudo o que
f:
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4 Sua mãe sempre o reprehendia, mas
í|
: ; qual! o Pedrinho não se emendava.
í': t Na cozinha estava armada uma
\í ratoeira, dessas de dentes. Pedrinho
í! cai na tolice de ir bulir no pedaço
i de toucinho, que nella se achava, como
fc isca, para caçar um rato.
:
•t.
Foi só o menino encostar o dedo
no toucinho e a ratoeira fechar-se ra-
Í
qjidamente.
v Ha sala de jantar sua mãe ouviu
ii-
I !:• ' o ruido e correu, dizendo: «Arre! que
«í agora segurei o bicho; vamos vêr esse
Ii :i ratão! • • .»
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HISTORIETAS 49
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AS ANDORINHAS
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$ HISTORIETAS 51
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52 HISTORIETAS
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 AMBIÇÃO
ü JE menino ambicioso era o
W. Arthur! Queria tudo para si
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í e nunca ficava satisfeito!
Um domingo seu tio lhe deu li
': •
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cença para apanhar algumas ameixas
i8!
no quintal.
r- Que faz Arthur?
lí ii Arranja um sacco, sóbe á amei-
- xeira, enche de ameixas, primeiro to
I dos os bolsos, e depois começa a en
\: cher o sacco. Este já estava cheio até
I.
á bocca, mas o ambicioso menino aper
: •:
tava as ameixas, para vêr si cabiam
i mais.
Tanto fez que o sacco se furou e
e lá se foram todas as ameixas ao
14 chão, e rolaram por um rego de aguas
snjas, que por alli passava.
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HISTORIETAS 53 -
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Arthur não poude aproveitar as a
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todo o seu trabalho, e tudo isso por
causa da sua louca ambição.
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54 HISTORIETAS
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0 LADRÃO
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HISTORIETAS 55
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- Como acabou tristemente sea, mas
esse infeliz homem, e tudo p !:
da preguiça de trabalhar I :
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I 56 HISTORIETAS
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NEGLIGENCIA
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ISIUNCA devemos deixar para
araanhã o que pudermos fa-
(P: zer hoje.
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Narcizo chorou muito, e muito se
arrependeu da sua negligencia, mas !
!
já tarde.
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58 HISTORIETAS
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FORÇA DE VONTADE
i:
EI de ficar com boa letra, hei
fím- de escrever bem,» dizia Raul,
}■ i copiando, já pela quinta vez,
I uma mesma escripta.
r Raul ia muito bem na escola em
m
!: i todas as matérias, mas não podia
mna
i
fazer progresso em calligraphia. Por
m isso, todos os dias, quando voltava
! ?• da aula, escrevia seis, oito, dez e mais
tí
f vezes a mesma coisa. Tanto escreveu,
que, a final, conseguiu ficar com boa
!l letra.
m Um bello dia o nosso Raul apre
•! sentou ao professor uma escripta, como
ainda não tinha apparecido melhor na
! !p
escola.
0 professor, que já sabia do es
I forço que Raul empregava para escre-
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HISTORIETAS 59 j :
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60 HISTORIETAS
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0 CUMPRIMENTO DA PALAVRA
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I• Ite^AULO possnia um lindo ca-
\V-\
-Hi |UBÉ sal de coelhos.
7 Seu primo Annibal dese
í java muito obter esses coelhos, e offe-
I! íií
j: g|! receu por elles dois mil réis.
í;:i' Entraram os meninos em negocio,
e Annibal disse i
l!
d?
•' —Bem, Paulo; guarda-me os coe
i ••. lhos, que no fim do mez virei bus-
; pi cal-os. Até lá não m’os vendas a outra .
It .
! fí
pessoa.
—Não ha duvida; fica tranquillo,
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■
Annibal.
A
PT No dia seguinte appareceu Julio,
>
que veiu offerecer tres mil réis pelos
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li coelhos.
m «Sinto muito não te poder ven-
del-os, Julio, porque já dei minha
m b
i
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r
HISTORIETAS 61
\
i
I i.
;
os coelhos; offereceu por elles até
cinco mil réis, mas nada conseguiu, -
II .
porque Paulo preferiu deixar de ga
nhar mais, a faltar com sua palavra. ■;
íi
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I,
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62 HISTORIETAS
! MÁ COMPANHIA
III
M
■ pRA João zinho um
dÜÉ menino.
excellente
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i[i
i Desde essa vez Joãozinho nunca
mais quiz saber de andar em compa
nhia de Julio. Fugia não só deste, como
I :
dos meninos maus como o Julio.
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64 HISTORIETAS
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■ lARI0, um §'ran(^e falador,
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m§ comprazia-se em zombar dos
seus collegas pobres.
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;!í Havia na sua escola um menino
!I!Í
: ;
! muito pobre, que, no inverno, não po
! dendo comprar um sobretudo, vestiu
Aí o casaco do pae.
SI 0 casaco tinha sido concertado por
f5r
!.T; 4
:; sua mãe, mas ficou algum tanio com
! prido.
> ; Estavam os meninos reunidos no
li recreio, quando Mario se chega ao pé
• :: do seu collega pobre e, zombando, lhe
gr*
!| i diz:
: —Quando chegará o dia em que
t te resolverás a cortar o rabo dessa
casaca, José?
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HISTORIETAS 65
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! 66 HISTORIETAS
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0 TUIM E 0 GATO
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verde tuim
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gJS contente vivia
3 r em uma gaiola,
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que do alto pendia.
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*Um gato querendo,
Ji por força, o pegar,
um dia o convida
I:
1 í 11:
- l í p’ra irem brincar.
m
i Por isso daqui
:
não hei de descer.
v tííj Caminha, que ainda
í
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| í| t j não me has de comer.»
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§ í;
vil ; ■I
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*»
HISTORIETAS 67
0 gato se foi,
p’ra longe a miar; ■
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o verde tuim
se poz a cantar.
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j * 68 HISTORIETAS
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0 D0RM1NH0C0
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i dia seguinte, era preciso sua mãe ir
tiral-o á força do leito, sem o que o
mI
menino era bem capaz de dormir o
É|!
mk
dia inteiro.
Os raios brilhantes do sol penetra
i
vam pelas frestas da janella, illumi-
;i
nando o seu aposento, mas qual! Octa
íi
viano acordava-se, voltava-se para outro
ii lado e... tornava a roncar.
Síí «Olha, meu filho,» disse-lhe sua mãe
uma noite, «amanhã, bem cedo, vamos
m passear no sitio do vovô; si não te acor
i ll; ti!. dares, ficarás em casa com os criados;
3 Mi eu não irei te despertar.»
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HISTORIETAS 69
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! \ 0 CÉGO
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ií;
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I MF OJE Lulú foi muito cedo para
ir a escola. Pouco antes de ter
chegado a uma esquina da<
■
s i i
' e executou-a immediatamente. Abriu a
sua bolsinha de couro, tirou de dentro
delia o lanche e deu-o ao pobre. Este
4. II
« agradeceu muito a Lulú e foi-se con-
,
ll!i!
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HISTORIETAS 71
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i;íi «.
menino voltou da escola, ella o abra Ii:
çou e o beijou, feliz por ter um filhi- V.
nho tão bom e caridoso, i
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IV 72 HISTORIETAS
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0 TRABALHO
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í r ti lTÍlTffM homem morreu, deixando a
im cada nm de seus filhos—
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Joaquim e José, um rico 'po
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1 mar carregado de frutos.
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: Joaquim, o mais velho, colheu to
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11 íi. dos os frutos e vendeu-os mnito bem
I i vendidos. Emquanto teve dinheiro, não
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se lembrou do pomar que recebera.
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José também fez a sua colheita.
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f: Vendeu os frutos, mas nunca deixou
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de tratar do seu pomar. Limpava-o
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* sempre, e sempre adubava a terra.
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■ j ;. Chegou o tempo de nova colheita.
\ • No pomar abandonado não havia quasi
1 ji' frutos. No outro as arvores estavam
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’• ! vergando ao peso delles.
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i Joaquim ficou muito triste, e só
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nou o pomar. Tratava-o com carinho ii
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e todos os annos colhia muita fruta. U
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74 HISTORIETAS
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[M caçador ia indo por uma
estrada. De repente avista um
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primeira arvore que encontra á beira
do caminho.
A onça já estava péga-não-péga o
1 ;í f: pobre cão. 0 homem aponta a espin
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HISTORIETAS 75
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76 HISTORIETAS
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m pousada e alguma coisa para comer.
Dizia elle que estava muito fatigado
e que tinha muita fome.
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HISTORIETAS 77 •I
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78 HISTORIETAS
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PRIMEIRO AS OBRIGÃÇOES ■ ■ ■
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RNESTO estava preparando
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ir; as suas lições, quando entra
ram seus priminhos, com um
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bonito papagaio de papel, e convida-
9 ram-n-o para empinal-o.
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brincar. Lá chegando porém, ficou
11 í 5; : muito desapontado e triste, porque os
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primos já se tinham retirado.
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«Não faz mal,» disse Ernesto, «antes
■iji- ú:
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V' deixar de brincar, do que ir para a
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ii! escola sem saber as lições. Nunca hei
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HISTORIETAS 79 ;
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de dar este desgosto ao meu bom pro
fessor. Primeiro as obrigações, depois i
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os brinquedos.» !I
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80 HISTORIETAS
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conder no seu ninho. í
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82 HISTORIETAS
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fíi IHK Na curvatura do monte
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•h resurge a esphera do dia.
! A terra inteira palpita,
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na terra tudo se agita
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HISTORIETAS 83 .!
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Como se expande a Natura
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em graças, dons e ternura, ;.
por toda a parte a brilhar! ;
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liv-l A BÍCYCLETÂ
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■ LA cidade de S. Paulo morava
D. Amélia, que tinha um filho
chamado Juvenal. Este meni
no já estava na escola, havia muito
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.• ' tempo. Como, porém, era muito vadio,
íyj.Á . ;
I nada sabia.
:à I ;ií- A avó de Juvenal residia em Santos,
ítini. ' e estimava muito a seu netinho. Um
t é :i
íl:!' dia escreveu a D. Amélia, dizendo-lhe
que mandasse o menino lhe dirigir
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uma cartinha. Disse mais que, si a
3 L .
Illiíil ' cartinha estivesse bem escripta, elle
I!"!; ganharia uma bicycleta.
ü Juvenal ficou muito triste e até
. tt-i chorou, por não poder ganhar a bicycle
ta. Não sabia ainda escrever uma só
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palavra!
i i 1 Desde ahi, porém, se tornou estudio
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so. Em pouco tempo poude escrever uma
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HISTORIETAS 85 ‘
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* 86 HISTORIETAS
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A PACA E 0 CACHORRO DO MATTO
i í:!
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1 paca e o cachorro do matto
lllll brigaram, tornando-se bastan
te inimigos. E a paca teve ra
li
li;
! • zão, porque o chachorro do matto lhe fez
’ muito mal, comendo-lhe um filhinho.
1 :i IP Certo dia o cachorro do matto cahiu
P numa armadilha feita de madeira. Por
;h : mais esforços que fizesse, não poude
!í
|f ! fugir, e ficou muito triste, pensando na
dura sórte que o esperava.
I : A paca, que nessa occasião por alli
:
m passava, condoeu-se da sorte do seu ini
migo. Approximou-se da armadilha, e,
i Ü
como sabe roer muito bem, em breve
1 Sii. • : roeu alguns paus da prisão, e soltou o
I cachorro do matto, que começou a agra
i.
ip b decer-lhe o beneficio. «Não é necessário
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i ::: agradecer», diz-lhe a paca; «é dever de
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HISTORIETAS 87
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tranquillo, em companhia do seu bem- \
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90 HISTORIETAS
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: A CALUMNIA
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jjÉPpjl mentira é um vicio muito feio,
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5jl|||B porém a calumnia é a men-
tira mais baixa, mais horri-
vel que se possa imaginar.
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A calumnia é própria sómente dos
Lí corações de pedra, isto é, daquelles
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HISTORIETAS 91
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Mais tarde todos os meninos da i
escola souberam que Godofredo fora _
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: O SAPO E O RATO
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J 1 r M rato tinha escondido uns
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gEgjg» bichinhos debaixo dumas fo-
•! !
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lhas seccas, para comel-os
t í; quando tivesse fome.
m Compadre sapo encontrou-os e pa-
•i!'!
> Ip pou-os todos, muito satisfeito.
il; Quando o rato veiu procurar o ali
B mento guardado, zangou-se por não
m i
achal-o. Soube que foi o sapo quem
comeu os bichinhos e jurou vingar-se
U:
' delle. Convidou-o para um passeio.
;iíi;
í: Ao atravessarem uma ponte, sobre um
t'!,í
i rio, o rato dá um empurrão no sapo.
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", í ■
I Este cai na agua, más logo dalli sai
muito fresquinho, fazendo caçoada do
i:
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v seu companheiro.
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HISTORIETAS 93 :i
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94 HISTORIETAS
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0 rato ficou bastante desapontado
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Julgava que o sapo não sabia nadar,
íi e o que elle queria era afogal-o.
\Í «i
0 sapo perdoou ao rato o mal que
í . este lhe quiz fazer. Dahi em deante
li ficaram muito amigos.
a
:i: 0 rato, por sua vez, envergonhado
pela generosidade do sapo, arrepen
jlfi 1
deu-se muito da má acção que tinha
praticàdo. Prometteu nunca mais fazer
mal . aos outros.
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HISTORIETAS 95
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A PREGUIÇA
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WÈÊt preguiça é um grande mal.
Vejamos o que aconteceu i
!
i a um menino preguiçoso.
Elle estava empregado numa li ;
i
vraria. Era elle quem abria e quem
fechava a casa, todos os dias, ! i
Uma noite sahiu da livraria, á hora
de costume. Já tinha dado alguns pas I
!
sos, quando se lembrou de que havia
deixado a chave na fechadura.
!
Si havia de voltar e tirar a chave, •
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96 HISTORIETAS
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Quando o menino chegou, elle o
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: : despediu, dizendo-lhe que não preci
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' sava de empregados que deixavam as
[ lojas abandonadas.
m,; I
O menino voltou para casa, muito
triste e, quando contou a sua mãe a
i
razão por que tinha sido despedido,
i..itj ella ainda o reprehendeu, dizendo que
o patrão tinha procedido muito bem.
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HISTORIETAS 97
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I OS HISTORIETAS
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A CREANCA 't
íi ■ ^S||REANÇA quorida,
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■■ xl§Pif risonha florinha,
do campo da vida ■
inquieta avezinha;
I •! aurora nascente,
no mundo a brilhar,
. p/*f. na quadra innocente
i
do rir e lolgar;
!
p escrinio sagrado
de graça e de amor }
perfume emanado
i i;‘
de candida flor,
/»•
:
u escuta; os teus hymnos
são cantos dos céos,
>!§i!
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que sóbem, divinos,
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lá junto de Deus.
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HISTORIETAS 99 .
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100 HISTORIETAS
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A GALLINHA INVEJOSA
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/IA gallinha muito invejosa
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tt. fernal.
E a gallinha continuava sempre o
seu co-co-ro-cô, cada vez mais espre
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mido, cada vez mais desafinado.
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HISTORIETAS 101 :
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0 senhor do terreiro—um gallo
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carijó, de esporas longas e afiadas,
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achou que aquillo era um desaforo,
t e, chegando-se ao pé da gallinha, per
;! guntou-lhe: «Minha senhora, faça-me o
'!■
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HISTORIETAS 103
0 RELOGIO QUEBRADO
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0 Apesar de se achar sózinho,
fez toda a sorte de diabruras. Andou
por cima das mesas, pintou caretas i f
i
nas lousas, etc., etc. Afinal tantas fez, !
i
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dimento. Além disso, reflectindo no mal
«
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que ia causar aos seus collegas in-
nocentes, lévantou-se, resoluto, e disse: •i
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104 HISTORIETAS
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- 106 HISTORIETAS
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j|j|j |M pobre bobo ia indo, muito
§ quieto, por uma rua. Uns mo-
:
’• leques começaram a atirar-lhe
íü pedras e a gritar: «Ó joão Bobo, ó
1 João Bobo!»
,!
:
Uma pedra já lhe havia ferido o
i!' nariz, e da ferida corria um fio de
sangue.
U infeliz começou então a chorar
I que causava dó.
;
Nisto passa um menino e diz aos
i
■?
moleques: «Não façam assim; não se
jam maus!»
n
Os moleques avançam para o me
.
nino, com o fim de o maltratarem,
iíí quando passa um homem e grita-lhes:
II « Alto lá! 0 primeiro que se atrever
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HISTORIETAS 107
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-í 108 HISTORIETAS
1.
a pôr as mãos neste menino, tomará
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uma grande sóva. E puxem, seus mal
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criados ! »
ÍM Os garotos deram de fugir, a toda
. carreira. 0 homem, voltando-se para
:!
o menino, disse-lhe: «Bravo! Muito'
hem, meu filho; praticaste uma bel-
lissima acção. Continua a proceder
li sempre assim. Desta fórma também
sempre acharás defensores dos teus
$! actos, e virás a ser um homem esti
mado de todos.» E retirou-se.
O menino continuou o seu cami
H nho, muito satisfeito pelo que aca
bava de fazer.
í.
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I 4 4 TSV
!• 1
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HISTORIETAS 109
c::;
HENRIQUE
\S r.
|pgENRIQUE, um menino que
contava apenas oito annos,
i 'BpÉ* estava na sala de visitas, pre
parando a sua lição de leitura. De re
pente ouviu palmas no corredor.
i
Immediaíamente fechou o livro e
foi ver quem hatia.
Era um homem que lhe perguntou:
—0 Sr. Fernando está em casa?
0 Sr. Fernando era o pae de Hen-
nque. ;
—Está, sim, senhor, respondeu Hen
rique. Faça o favor de entrar; eu já
vou chamal-o.
:
0 homem entrou e Henrique, apre b
sentando-lhe uma cadeira, disse-lhe:- ■i
.
«0 senhor tenha a bondade de sen-
li
110 HISTORIETAS
í
:
tar-se e esperar ura pouco.» E correu
a chamar o pae.
Quando o pae de Henrique appa-
receu, ficou muito alegre e abraçou
o homem, que era um seu amigo a
quem já havia muitos annos que não
I
! via.
A primeira pergunta que a visita
fez ao Sr. Fernando, foi:
•! —Quem é este menino tão bem
! educado, que aqui me recebeu, Fer
:
nando ?
.
—É meu: filho, respondeu o pae
1!
de Henrique, não cabendo em si de
I'
H
contente.
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:■
ü homem tinha gostado immensa-
i
; mente da maneira delicada e atten-
ciosa por que Henrique o recebera.
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112 HISTORIETAS
OS PECEGOS
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114 HISTORIETAS
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HISTORIETAS 115
MARGARIDA
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I
116 HISTORIETAS
k
Mas qual! A mãe não só não lhe
. perdoou, como lhe deu muitas vara
das.
A pobre Margarida sahiu chorando
e foi abraçar o irmâozinho, que lam
bem chorava de susto.
«Não chores, meu querido irmão»,
dizia Margarida, soluçando e beijando
a creança. E, abraçando sempre o ir-
j mãozinho, continuava: Não importa;
;
fui castigada, mas te salvei!»
i
i Que bello coração o desta boa me
ninai
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HISTORIETAS 117
I
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118 HISTORIETAS
)
0 MENTIROSO
illíyíUE menino mentiroso o Al
V fredo! E estava tão habituado
a mentir, que era um horror!
i
Já o fazia mesmo, sem que desse por
í
: isso.
Uma vez seu pae trouxe para casa
nma gaiola doirada, onde vinha um
lmdo canario. Collocou-a, com muito
cuidado, sobre a mesa de jantar.
U canario começou a cantar tão
bem e tão -alto, que era um prazer
ouvil-o. Alfredo—muito amante de pas
sarinhos, veiu correndo lá do fundo
do quintal. Vinha risonho, radiante de
;
alegria.
Quando entrou na sala de jantar,
seu pae, fingindo ignorar donde tinha
vindo o canario, perguntou-lhe:
I
HISTORIETAS 119
I
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120 HISTORIETAS
I
— !)c quem é este passarinho tão
bonito, Alfredo?
O menino reflectiu um pouco e
respondeu:
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i —E meu, papae.
—Ah!. E quem t.’o deu, meu
filho?
!
!
—Foi o primo Luizinho quem m’o
trouxe, hoje, tornou o Alfredo, ficando
algum tanto corado.
—Rasta, disse-lhe o pae, severa
mente. Eu ia fazer-te presente deste
canario. Como acabas, porém, de pro
var que és um refinado mentiroso, fi
carás sem elle.
E foi-se embora, levando a gaiola >
sem se importar com as lagrimas e
rogos de Alfredo.
O menino arrependeu-se da men
tira, mas já tarde.
HISTORIETAS 121
C'
NENÊ E OS CARNEIROS
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122 HISTORIETAS
HISTORIETAS 123
I
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124 HISTORIETAS
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A VELHA E 0 MACACO
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11|MA velhinha possuía um ma-
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■ mIBR caco chamado Venturoso.
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! Era noite. A velha estava
na cozinha, frigindo uns bolinhos, para
■
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126 HISTORIETAS
:
A velha corre a saber o que tinha
! acontecido e dá com Venturoso lá
num canto da cozinha, a coçar-se todo,
arregalando e piscando os olhos, e
; lambendo as mãos.
r
A mulher riu-se muito do macaco,
:
e quando foi lhe dar um bolinho,
s: elle sahiu correndo e foi se esconder
lá no fundo do quintal.
E não quiz saber de dormir em
h
. casa essa noite.
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HISTORIETAS 12ü
0 PINTASILGO
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Quando voltou, ai delle! o ninho ■
130 HISTORIETAS
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132 HISTORIETAS
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HISTORIETAS • 133
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0 homem sem caracter está collo-
=
cado abaixo dos animaes brutos; 6 um
ser que merece o despreso das pes
soas de bem.
Todos podem ter bom caracter,
praticando sempre acções puras. Não
quer isto dizer que é sem bom cara
cter aquelle que, involuntariamente,
commette uma falta. Não: é proprio
do homem errar. Todo aquelle, porém 5
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HISTORIETAS ' . 135
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UM MENINO DE CARACTER !
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HISTORIETAS 137
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138 HISTORIETAS
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A TRISTEZA DE CARLITO
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; rfÉORQUE yens assim tão triste
i llpl da escola? Porque choras,
meu amor?
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—Ah! mamãe! Si soubesses o que
aconteceu!...
I —Fala, meu filho. Que foi?... Que
foi que aconteceu?
.—0 professor, hoje, entrou na es
cola muito triste, muito abatido. Em
seguida abraçou, um por um, a todos
i os seus discipulos, despedindo-se dei-
les, com as lagrimas nos olhos. Ah!
Não houve um só alumno que não
> i chorasse nesse momento! Coitado! E
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tão bondoso, mas anda tão doente,
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. que não póde mais continuar a edu
car-nos!
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HISTORIETAS 139
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140 HISTORIETAS
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E os soluços interrompiam as pa
lavras do bom Carlito.
—Chora, meu filho. Tens razão em
tf chorar. Perder um bom mestre como
o teu, é quasi o mesmo que perder
'! um pae.
'ii.
\ 0 meigo Carlito nunca se esquecia
do seu estimado professor. ía sempre
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visital-o. Um dia voltou para casa
com o coração a transbordar de ale
gria. 0 mestre lhe dissera que já es
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! tava melhor e que, brevemente, iria
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continuar as suas lições.
' Carlito passou todo esse dia muito
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contente. Á noite sonhou que já se
achava na escola, respondendo ás per
i guntas do seu querido professor.
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: HISTORIETAS 141
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0 PINTASILGO E 0 PAPA-CAPIM
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:Í 142 HISTORIETAS
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o ninho do pintasilgo. ?
0 orgulhoso passaro quasi que h
também foi, nesse momento, levado \j
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j pela ventania.
i !&•—- Com muito esforço, porém, salvou-
- se e viu-se obrigado a ir pedir aga
■
em seu ninho.
Tão grande acto de generosidade
serviu de proveitosa lição ao orgu
lhoso pintasilgo, que nunca mais quiz
!
ridicularizar os seus companheiros. f
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HISTORIETAS 143
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* 144 HISTORIETAS
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0 PRESENTE DE GUILHERME
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■BUILHERME era o melhor
m alumno da escola, tanto em
I.
applicação, como em compor
tamento. ií
Como um dia estivesse na aula mui
V
to triste, o mestre chamou-o e disse-lhe:
—Que é isso, Guilherme? Porque
estás tão triste meu filho?
—Ah! professor! Mamãe faz annos,
hoje, e eu nada tenho para lhe dar!
i
Sou tão pobre!...
E começou a chorar.
—Comp nada tens?! Então um
bom menino como tu, não ha de ter
um presente para offerecer a sua mae? i
-
Olha: toma esta folha de papel e es
1 creve ahi uma historia bem bonita.
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HISTORIETAS 145
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146 HISTORIETAS
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«Leva agora este presente a tua
mãe, Guilherme, e verás como ella fi
cará satisfeita», disse o professor, en
!•• ;; tregando-lhe a escripta, em cuja mar
!í gem se via, a tinta vermelha:—Optirna
i com louvor.
0 menino tomou o papel, guardou-o
:
- com muito cuidado e, quando chegou
a casa, disse a sua mamãe: «Aqui
I!
está o presente dos teus annos.» E
entregou-lhe o papel.
i: A mãe de Guilherme leu a histo
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ria e, em seguida, abraçando e bei
jando o filho, disse-lhe: «Assim todas
:
as mães recebessem, no dia de seus
- annos, presentes preciosos como este!»
Guilherme chorou outra vez, mas
então chorou de contentamento.
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HISTORIETAS 147
0 PATO E A CEGONHA
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148 HISTORIETAS
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A PRIMAVERA,, t
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,|á®ÍjfeH! como são bellas V
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Kn as flores de agora! •-
Tem brilhos de estrellas,
têm risos, de aurora!-
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ha^utos suaves;
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são notas divinas
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Gentis borboletas, •J
I de bellos fulgores, v.l
adejam, inquietas,
* • por cima das flores....
Saudemos, contentes,
a quadra florida, »« I
que aos campos virentes
i. dá luz e dá vida.
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HISTORIETAS 151
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A
Pa;iius
O vcncíedor de óvos 6
O malfazejo................... S_
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O sabiá........................ 10 '
O asseio ........................ 12
O macaco e o rabecão 14
'
■
Os pombinhos .... 16
O enterro...................
Os passarinhos (poesia)-^ 4 4" ^± ± V t
A fieira ................... 22
O cavallo e o burro 24
O gato e o tico-tico 26
«9> ;
A mãezinha .... 2S í
Lingua de Palmo e Meio 30 1
O sapo............................ . 32
O dia (poesia) 4-4. J_ -I-4- 4- +- +34
O dia de finados 36
O sol................... 340/
\
O incorrigível . .
Os dias feriados . 42
O morcego . . . 44!
A chuva .... 46 \
O buliçoso . . . 48 '
?
As andorinhas (poesia) -f- f -f* 4- f -h 4"\+- ?P \
A ambição................................................................................. Ü2 s. ..
O ladrão 54 ^ . > :
Negligencia........................ 56 .
Força de vontade . . . •. 58 - :■
O cumprimento da palavra 60
Má companhia................... 62 J
O falador............................ 64
O tuim! e 0 gato (poesia)4 66
O dorminhoco........................................................................ , 68
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IV Pa*i*3>
■ L O cégo.........................................
; O trabalho............................................
i TC
72
<*r -S
O cao reconhecido............................. 74 :
A ingratidão................................. . 76
.
f .^Primeiro as obrigações . . . . ; 78 .
Esperteza dum rato........................ 30
: O amanhecer (poesia )f 4. 4- 32
/ 1 A bicycleta......................................
A. pacaj e 0 cachorro do matto .
S4
36
■ O mendigo .................................. S5
hy\
iL A calumnia . . , ........................ 9G
O sapo e 0 rato . ................... 92 c- ’
? A preguiça . .................................. 95 hx
ITA í A' creança (poesia)^/-f f. V +* f -*f V- *
A gallinha invejosa.....................................................
O relogio quebrado..................................................... .
9S
100
103
,-r^
!■*
V •
O bobo ............................................................................. 106 ..Vt
^ Henrique................... *................................................. 109 ££ -
\ j; Os pecegos................................................................... 112*
iv ^Margarida........................................................................ 115
1 mentiroso . ........................ ...................................... 118
( I ”í v° , ,Nenê e os carneiros..................................................... . 12!
1 • > A Velha e 0 macaco..................................................... 124
) */As ovelhas (poesia)./- ............................. 127
I ' Jf O pintasilgò................................................................... 129
i Vo -caracter........................................................................ 132
ií JUm menino de caracter................................................ 135
/ A tristeza de Carlito................... «....................... 13S
► I
O pintasilgò e 0 papa-capim.................................. . 141
K
í
rf Qy presente de Guilherme...................................... . . 144 r
s1 ■
LJ.s (jr pato; e a cegonha.....................................................
A primavera (poesia)^ ^ £ 4-........................
147
150-
1
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