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A modernidade refere-se ao conjunto de experiências compartilhada no tempo e espaço por

um indivíduo e pelos outros. O ser moderno denota vivenciar em um espaço dicotômico, o


qual ao mesmo tempo pode trazer alegrias, poder, crescimento, inovações, transformações
das coisas ao redor, mas também pode levar ao fim ou a destruição tudo que o indivíduo sabe,
conhece, tem e é.

A modernidade pode ser vista enquanto um fator de unificação da humanidade, anulando as


diferenças, como religiões, fronteiras, nacionalidades, mas ao mesmo tempo ela provoca a
desunião. É uma unidade conflituosa que insere a todos em um espaço de contradições e
constantes mudanças.

Muitos aspectos influenciam e marcam a experiência da modernidade: inovações


tecnológicas, a produção de novos espaços em função destas; novas formas de poder, bem
como transformações nos modos de viver; explosões demográficas; crescimento urbano;
surgimento dos sistemas de comunicação em massa que garantem uma integração cada vez
maior entre os indivíduos e sociedades; Estados Nacionais que detém mais poder; movimentos
de massa melhor organizados; um mercado internacional capitalista mais influente e flutuante

Durante o século XX dá-se o nome de modernização os processos sociais que mantém esse
espaço de contradições e mudanças contínuas, fazendo com que este permaneça numa
condição quase que permanente de formação.

Berman divide a modernidade em três período históricos: do início do século XVI até o fim do
século XVIII, no qual as pessoas estão começando a experimentar a vida moderna e a
experiência do ser moderno, sem, contudo, compreender exatamente o que significa isso; do
final do século XVIII até o final do século XIX, marcado pelas grandes ondas revolucionárias,
tem-se o sentimento de viver em uma era de transformações tanto a nível político-social como
pessoal e, de maneira similar, ainda existe o sentimento e a percepção do que significa viver
em um mundo que ainda não é essencialmente moderno. Esse sentimento de viver em dois
mundos diferentes e dicotômicos dá gestação as ideias de modernismo e modernização; o
terceiro período tem início no século XX no qual o mundo todo é englobado pelo processo de
modernização ao tempo que o modernismo enquanto um novo tipo de cultura produz
significativa influência na arte e no imaginário social.

Deve-se ter em mente que essa expansão da experiência moderna a nível global acompanha
uma fragmentação das pessoas que passam a vivenciar esse “ser moderno”, na medida que
estas experiências serão diferentes, com cada pessoa se utilizando de uma linguagem e
codificações próprias. A modernidade, assim, termina seguindo por múltiplos caminhos,
perdendo sua capacidade de garantir e dar sentido a vida das pessoas.

Além disso, destaca-se que a Modernidade no século XIX pode ser caracterizada por alguns
aspectos que, de certa forma, indicarão o ritmo no qual essa experiência encontra-se
permitindo assim identifica-la. Aspectos como as novas paisagens modificadas por essa nova
experiência moderna, ferrovias, fábricas, engenhos a vapor, zonas industriais, crescente
urbanização, novos meios de comunicação, como telégrafo, telefone. Estados nacionais que
detém um maior poder, movimentos sociais que se colocam contrários a essa modernização
imposta de cima para baixo e um mercado internacional cada vez mais integrado. Os
modernistas dessa época se sentem acuados, da mesma forma que são fascinados por essa
experiência.

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