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PLANEJAMENTO COMO PRÁTICA EDUCATIVA

Danilo Gandin

O texto foi escrito para uma época cerceada por constantes mudanças em
todas as áreas. Destinado a área educacional, permite que o leitor faça uma
profunda reflexão sobre o planejamento, não só na área educacional, mas,
sobretudo na relação de si mesmo com o mundo, propondo o planejamento como
"um processo de crescimento humano e não apenas técnica para melhorar as
ações".
Ressalta a importância de um plano, destacando no primeiro capítulo as
principais etapas do planejamento: 1. ELABORAÇÃO; 2. EXECUÇÃO; 3.
AVALIAÇÃO.
Traz uma análise dos termos eficiência e eficácia, propondo aprofundar a
reflexão sobre o que é ser eficiente e o lugar da palavra eficaz, deixando claro que
o planejamento ajuda a alcançar a eficiência e que visa a eficácia. Sendo que fazer
bem as coisas configura-se em eficiência e eficácia é fazer as coisas que realmente
importa.
Destaca que o planejamento como processo educativo propõe a
participação, a democracia e a libertação entre os indivíduos que conduzem os
processos educacionais, sendo a tarefa vital do planejamento a vida e a técnica
para o bem estar do homem e da sociedade.
No ato de planejar, as diferentes equipes analisam a realidade e tem a
oportunidade de descobrir os principais pontos comuns a todos, realizando
comparações com outras experiências do grupo questionando as diferentes práticas
e ações, avaliando os processos e realizando opções por caminhos e práticas
diferenciadas, visando a constante melhoria dos processos.
Algumas definições sobre o ato de planejar são apresentadas, destacando-se
que
"planejar é transformar a realidade na direção escolhida”, “planejar é dar
certeza e precisão à própria ação” planejar é realizar um conjunto orgânico de
ações, proposto para aproximar uma realidade a um ideal” e "planejar é realizar o
que é importante - essencial - e, além disso, sobreviver... se isso for essencial -
importante". ( Gadin, pag. 20)
Na sequência, propõe que se descreva o que se intenciona a fim de que se
identifique e se deixe claro:
1. O que se quer alcançar? Supõe a busca de um posicionamento acerca do
homem e da sociedade e sua relação com a educação no aspecto político e
pedagógico.
2. A que distância se está daquilo que se quer alcançar com as ações do
planejamento? Propõe realizar um diagnóstico da realidade, tendo como parâmetro
onde se quer chegar.
3. O que se deve fazer para alcançar o que se quer: quais as atividades e
ações? Nessa etapa, observa-se o que se tem feito e propõe-se o desenho da
programação que poderá conduzir as ações rumo ao que se pretende alcançar.
No cenário educacional deve-se propor uma profunda reflexão sobre o
planejamento como parte fundamental em todo o seu processo, para que
elaboradores e executores possam compreender sua eficiência e eficácia.
A reflexão sobre o homem e a sociedade é uma ferramenta essencial para a
definição de homem e sociedade que queremos construir. Devendo-se saber para
que e para que se deve planejar.
No texto seguinte, cujo tema é modelo de plano, Gandin propõe um modelo
de plano que tem como pano de fundo a importância e funcionalidade do plano,
devendo ser a fase de elaboração o momento de se pensar em tudo o que é
necessário para que este funcione a contento devendo-se seguir como roteiro três
aspectos fundamentais:
O MARCO REFERENCIAL, sendo a principal referência para as demais etapas
do planejamento escolar, se subdivide propondo a análise e o desenvolvimento dos
marcos situacional, doutrinal e operativo.
O MARCO SITUACIONAL Propicia reflexão, análise e discussão sobre a
realidade escolar frente às mudanças existentes na sociedade, que por sua vez está
inserida em um mundo globalizado. Possibilita pensar o mundo em todos os
aspectos e ver-se enquanto grupo e indivíduo agindo no mundo. O principal
questionamento a ser analisado e debatido pelo grupo com a participação de cada
componente envolvido com a ação educacional gira em torno de: qual a realidade
global a que estamos inseridos?
O MARCO DOUTRINAL - propõe análise e discussão sobre os objetivos a
serem alcançados, através de reflexão sobre o que se pretende alcançar no
contexto inserido, identificando crenças e valores comuns, ideais, a forma de ver
o mundo, a filosofia educacional que defendem, a forma de atuação frente aos
desafios, bem como a intenção dos componentes em relação ao trabalho que
realizam.
O ARCO OPERATIVO - a equipe deverá elaborar as ações que favorecerão o
desenvolvimento do plano para que os objetivos propostos sejam alcançados.
Analisar e responder como deve ser a ação da equipe para buscar o que se
pretende alcançar?
Nessa fase propõe-se que se definam os métodos e técnicas a serem
utilizados de forma comum, por todos os envolvidos. É a fase em que se decide o
que se deverá fazer e se assume de forma coletiva e comprometida como se deverá
realizar cada uma das ações.
Segundo Paulo Freire, o diagnóstico propõe o pensar a prática,
dimensionando e analisando o que foi feito e os resultados que foram alcançados
no desenvolvimento das ações.
Nesse ponto, alerta-se para que se tenha bem claro o que se pretende
alcançar e aponta, a partir dos resultados, os elementos que precisam ser
retrabalhados, mantidos ou simplesmente eliminados do processo.
A programação exige que se coloque em prática mecanismos e técnicas
administrativo-pedagógico que possa favorecer o desenvolvimento de cada ação,
bem como o desenvolvimento individual e coletivo dos elementos do grupo.
Todos os elementos precisam estar conectados, favorecendo o
desenvolvimento dos indivíduos, visando a realização do planejamento.

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