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Resumo: Em meio a um cenário competitivo cada vez mais acirrado, ao longo dos últimos
anos as empresas brasileiras têm buscado cada vez mais atingir níveis elevados de
produtividade e competitividade, utilizando diversas metodologias de programas de
qualidade, entre as quais pode-se destacar o modelo referencial japonês do TPM –Total
Productive Maintenance. A preocupação básica tem sido com a utilização do TPM para
melhorar a eficiência dos ativos, mediante a redução de quebras de máquinas, melhor
utilização dos equipamentos disponíveis e redução de perdas nas diversas fases e áreas dos
processos produtivos. No presente trabalho, efetuou-se uma revisão bibliográfica da restrita
literatura disponível sobre o tema e uma coleta de informações sobre o atual estágio da
utilização desse modelo no Brasil. Para tal propósito, em primeiro lugar, buscou-se
descrever a origem do modelo no Japão, país que iniciou a sua aplicação entre as empresas
do setor automotivo, em empresas ligadas ao grupo Toyota, abordando-se posteriormente
como o TPM tem se desenvolvido no mundo e no Brasil, nos diferentes setores empresariais.
Palavras-chave: TPM; Qualidade; Competitividade.
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Conforme o mesmo autor “existem três fortes razões para a popularidade do uso do
TPM no Japão: o alcance de expressivos resultados fora de série nas operações, a melhoria do
ambiente de fábrica e a possibilidade de obter o PM Distinguished Plant Prize (PM Prize)”,
outorgado anualmente pelo Japan Institute Plant Of Maintenance (JIPM) para as empresas
que se destacam na utilização da metodologia do TPM.
Conforme informação de Murase (2006), o JIPM, detentor das origens da metodologia
do TPM, no momento, em seu site, tem se dedicado aos seguintes objetivos: pesquisar e
analisar o progresso do TPM; pesquisar a crescente utilização das etiquetas de Identificação
de Rádio Freqüência (RFID) e a proliferação de sensores no ambiente industrial; acompanhar
o desenvolvimento da Maintenance Optimum Strategic Management System (MOSMS); e,
desenvolver pesquisas sobre segurança e acidentes.
2. O TPM no mundo
O progresso econômico japonês, nas décadas de 70 e 80, motivou o interesse crescente
pela utilização de técnicas de produtividade, como o TPM, nos Estados Unidos, Europa, Ásia
e até mesmo na América do Sul e no Brasil.
Em novembro de 1991, o JIPM realizou o primeiro Congresso Mundial de TPM, em
Tokyo, com a participação de mais de 700 pessoas, que representavam mais de 100
companhias de 22 diferentes países. Entre os participantes, 150 eram de países estrangeiros e
29 eram norte-americanos, conforme relataram Robinson e Ginder (1995, p.17).
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3. O TPM no Brasil
O Brasil também tem demonstrado grande interesse pela utilização da metodologia,
desde a primeira visita do Prof. Seiichi Nakajima, em 1986, cujo objetivo era realizar
palestras na cidade de São Paulo. Isso pode ser observado pelas candidaturas de algumas
empresas brasileiras ao prêmio TPM Awards do JIPM ao longo da década de 90, o que denota
a disseminação da utilização do TPM por empresas brasileiras de diversos estados e nos mais
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Conforme Ribeiro (2004, p. 62) “No Brasil, muitas empresas vêm adotando o TPM,
tendo como base alguns princípios de trabalho em equipe e autonomia, bem como uma
abordagem de melhoria contínua para prevenir quebras”. O autor também assinala que
“algumas empresas instaladas no Brasil têm o processo de implantação consolidado, inclusive
com algumas reconhecidas pelo prêmio da JIPM. São elas: Yamaha, GM, Alcoa, Pirelli
Cabos, Pirelli Pneus, Andréas Stihl, Alumar, Texaco do Brasil, FIAT, Copene, Ford, Azaléia,
Marcopolo, Multibras, Editora Abril, Votorantin Celulose e Papel, Eletronorte, Gessy Lever,
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Tabela 2 – Número de empresas premiadas pelo JIPM (Excelência em TPM-2005) – Ranking por países
4. Conclusão
Como se pode notar, o TPM é uma técnica que vem se disseminando entre as
empresas brasileiras desde a década de noventa e tem representado uma ferramenta na busca
de patamares de excelência e competitividade.
Apesar disso, ainda é pequena a utilização do TPM entre as empresas nacionais e sua
prática tem sido impulsionada especialmente pelas empresas multinacionais, que trazem para
o país modelos de programas de qualidade adotados globalmente em suas operações. Isso se
evidencia pelos dados obtidos junto ao JIPM no processo do TPM Awards do ano passado, no
qual o Brasil ocupou apenas na 13ª posição no ranking dos 24 países que tiveram empresas
reconhecidas, com apenas duas plantas de empresas multinacionais (Unilever de Goiânia e
Tetra Pak de Monte Mor) entre as 120 premiadas.
O crescente interesse pelo tema, por parte de algumas universidades brasileiras, nos
anos recentes, poderá propiciar, num momento futuro, a utilização desse modelo referencial
por um maior número de empresas. O fato do JIPM não ter, no momento, representantes no
país, também tem sido um obstáculo para uma disseminação mais rápida das técnicas do
TPM.
Pôde-se perceber, durante a pesquisa, que o TPM tem sido implementado em todo o
território brasileiro, especialmente no Estado de São Paulo, onde se concentram as indústrias.
Como sugestão para futuros estudos, poderiam ser desenvolvidas pesquisas no sentido
de identificar as adaptações que as empresas brasileiras têm feito na metodologia do TPM,
para adaptação à cultura organizacional nacional.
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