Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nadiá P. Ferreira - Psicanálise e Nosso Tempo PDF
Nadiá P. Ferreira - Psicanálise e Nosso Tempo PDF
Organização e seleção
de
Nadiá Paulo Ferreira
Marina Machado Rodrigues
Rio de Janeiro
2002
EDITORA
ÁGORA DA ILHA
2 Nadiá P. Ferreira & Marina M. Rodrigues
FICHA CATALOGRÁFICA
Sumário
Psicanálise
Nosso tempo
Mário Bruno
Nosso tempo... É preciso acreditar nele...................................61
Cláudio de Sá Capuano
História de um coração roubado............................................77
A nossa pátria é a Língua Portuguesa...................................79
Psicanálise e Nosso Tempo 7
Darcília Simões
Língua Portuguesa vira balcão de bobagens..........................85
PSICANÁLISE
Psicanálise e Nosso Tempo 11
simbólico não há vazio ou pleno, mas sim vazio e pleno. É assim que,
quando o psicanalista fala, surge sempre algo inesperado que, por um
lado, pode espantar nosso senso comum, mas, por outro, pode trazer
um salutar apaziguamento íntimo.
Nestes brevíssimos e selecionados artigos, Nadiá Paulo Ferreira
consegue estabelecer um verdadeiro diálogo com o leitor (aliás, bem
à maneira como Freud costumava fazer), um diálogo cuja caracterís-
tica primordial é a de que os temas surgem a partir do dia-a-dia que o
próprio leitor está vivendo: o leitor se reconhece naquelas questões e
acompanha seu texto como se ela falasse dele próprio. (Assim como
o sultão Schariar é levado a ouvir Scherazade posto que, nas maravi-
lhosas histórias que contava nas mil e uma noites, era da tradição
dele que ela falava...)
Captando os eventos desse mundo complexo no qual estamos
mergulhados e muitas vezes, por isso mesmo, sem condições de exer-
cer nosso discernimento, o texto de Nadiá aborda constantemente o
problema da segregação das mulheres e das minorias, o logro embu-
tido nos ideais aprisionantes (como os da ciência), que só afastam o
sujeito de si mesmo numa busca desenfreada de algo ilusório.
Assim é que, quando o psicanalista fala, tomam a palavra sujeitos
sufocados e marginalizados milenarmente pela exclusão e pelo racis-
mo... pelo abandono e pela violência... Aqui, o estilo de Nadiá revela
uma surpresa para o leitor, pois ela consegue em poucas linhas recor-
tar temas pungentes a partir da visão psicanalítica e trazer inúmeros
ensinamentos pontuais. Relembro que, para Lacan, a psicanálise é
uma prática puntiforme, seu esclarecimento interpretativo incide sem-
pre sobre determinados pontos e jamais de forma generalizante...
Como a palavra do psicanalista é uma palavra preciosa, fruto de
uma escuta e de uma elaboração que ele tem do mundo no qual vive,
quando o psicanalista fala devemos escutá-lo... E escutar a fala, ao
mesmo tempo incisiva e poética, de Nadiá Paulo Ferreira é algo que
enriquece nossa forma de abordar os problemas da contemporaneidade.
Psicanálise e Nosso Tempo 13
As mulheres e a violência I
Nadiá Paulo Ferreira
As mulheres e a violência II
A coisa chamada mulher
Nadiá Paulo Ferreira
zendo com que só existam como mães. Para isto, é preciso também
tapar suas bocas. Sob a insígnia da proteção, os homens encontra-
ram artifícios não só para proibir o gozo sexual às mulheres, mas
também para se prevenirem do insondável que vela o gozo femini-
no. Trata-se de uma estratégia para negar, simultaneamente, o ser
sexuado das mulheres e um gozo suplementar, que não passa pelo
corpo, mas sim pela fala.
Não há opressão sem reação dos oprimidos. As mulheres foram à
luta. Não há dúvida de que, em relação a um passado próximo, pode-
mos dizer que foram feitas algumas conquistas. Mas por outro lado,
as mulheres ainda não se libertaram do império do gozo masculino.
O movimento feminista, o que considero pura ironia, em Nome-da-
igualdade colocou na pauta de suas lutas a reivindicação ao gozo sexu-
al, um dos anseios da grande maioria das mulheres. E assim, em vez da
liberdade de trânsito, passando pelo gozo masculino, as feministas
levantaram bandeiras para que as mulheres se tornassem homens. E os
homens, assustados e perplexos, feminilizaram-se. As descobertas ci-
entíficas possibilitaram também uma vingança: a exclusão dos homens
da vida das mulheres. Falta ainda encontrar a via para que haja na
cultura — será que isto é possível? — lugar para a diversidade de um
gozo singular e enigmático que escapa ao gozo masculino.
Psicanálise e Nosso Tempo 19
Quem não sabe que o amor tem muitas faces? A mais conheci-
da de todas é o sentimento da paixão. Um olhar, uma voz, um
sorriso... Alguma coisa da ordem do encantamento captura o apai-
xonado. Trata-se de um amor sofrido, cujo desenlace é sempre a
frustração, porque o apaixonado quer ser amado do jeito que ima-
gina que deveria ser amado.
Bem, existe outra modalidade de amor, parecida com a paixão,
na medida em que coloca em cena o fascínio. É o amor de transfe-
rência. Um pouco diferente da paixão, esse associa o amor à su-
posição de saber. Chamo atenção para o fato de que não disse
reconhecimento, mas suposição de um saber. O que se supõe que
o outro saiba? A verdade. De quem? Do próprio sujeito. Uma
espécie de segredo sobre si mesmo que será revelado pelo outro.
Este amor, que é condição e obstáculo do tratamento analítico,
acontece em outras formas de relações sociais, como por exem-
plo, entre aluno e professor. Alguns se apegam ao amor de trans-
ferência para criticar o tratamento psicanalítico. Aqui, justamente
aqui, se inscreve a ética da psicanálise, cuja prática depende, ex-
clusivamente, do desejo do analista. Não se trata das aspirações
de quem ocupa o lugar de analista. Absolutamente não. Mas de
um desejo que se sustenta no relançamento do desejo. Dito de ou-
tra maneira: o ser humano sofre e paga um preço muito caro, toda
vez que renuncia ao mais próprio de si. O desejo do analista apos-
ta que todo falante é um ser desejante. A direção de um tratamento
analítico, sustentado por este desejo, se dirige para o despertar do
sujeito. Não se trata nem de alimentar, nem de recusar o amor de
transferência, mas sim de não exacerbá-lo, introduzindo o equívo-
co e redirecionando a demanda, a fim de que este amor caia por
terra e junto com ele a suposição de saber.
Só quando isto acontece, o sujeito se torna um viajante, não
esquecendo de que tem um tempo de passagem pelo mundo e um
limite que demarca o impossível.
Psicanálise e Nosso Tempo 23
A escolha de Rogéria
Nadiá Paulo Ferreira
O mandamento impossível
Nadiá Paulo Ferreira
Não faz ainda cinqüenta anos, tudo que estava ligado, explicita-
mente, ao sexo tinha que ser mantido em segredo. Não se falava de
sexo, cochichava-se entre risadinhas nervosas e olhares maliciosos.
A virgindade era o grande tabu que assombrava as mulheres, assim
como a iniciação sexual dos homens tinha que ser feita com prosti-
tutas. Quanto mais reprimida, mais a sexualidade transpirava pelos
poros: criança que ficava escondida muito quietinha estava fazendo
“besteira”; menino e menina juntos exigiam atenção redobrada, se
estivessem brincando de médico, aí, nem se fala, era “coisa feia” na
certa. Hoje, basta ligar o computador e escolher de ninfetas e ninfetos
a qualquer perversãozinha preferida ao olhar. O pavor ao vírus da
AIDS veio inclusive facilitar o sexo sem toques, bastando discar
um número para que uma voz se torne objeto de um gozo sexual que
dispensa o parceiro.
Freud, no texto “Moral sexual civilizada e doenças nervosas
modernas”, 1907, frisa com todas as letras que as imposições cul-
turais em relação ao sexo são a causa de um mal-estar na civiliza-
ção, já que as renúncias e os sacrifícios exigidos aos homens e às
mulheres não são poucos. Sem dúvida, a moral sexual de uma
determinada época indica as coordenadas das aflições e dos sofri-
mentos humanos. Mas o que se modificam são os valores e não a
imposição categórica de uma moral. Justamente por isto, Freud
pôde falar de “doença nervosa moderna” assim como nós, hoje,
podemos falar de subjetividade contemporânea.
Se a moral do século XIX abriu um campo fértil para as neu-
roses, será que a moral de nossos dias possibilita a multiplicação
da perversão? Não podemos negar que o progresso do capitalismo
erigiu um apelo ao gozo, que se substancializa no comércio prós-
pero e lucrativo da industrialização do sexo. Para onde caminha-
mos? Esta é a questão que deixo para você, leitor, pensar.
44 Nadiá P. Ferreira & Marina M. Rodrigues
Amor cortês I
O que é o amor cortês
Nadiá Paulo Ferreira
Amor cortês II
O que é o verdadeiro amor
Nadiá Paulo Ferreira
Amor cortês IV
O jogo sexual do trovador
Nadiá Paulo Ferreira
Amor Cortês V
Os prazeres preliminares
Nadiá Paulo Ferreira
Melanie Klein I
A guerra de Klein X Freud
Nadiá Paulo Ferreira
Melanie Klein II
Golpe de mestre de Klein
Nadiá Paulo Ferreira
Melanie Klein IV
Excesso de realidade
Nadiá Paulo Ferreira
Melanie Klein V
A escuridão de um garoto
Nadiá Paulo Ferreira
Melanie Klein VI
Diferença entre Lingüística e Psicanálise
Nadiá Paulo Ferreira
1
Os nomes são fictícios.
2
Agalma em grego significa ornamento, enfeite. Jacques Lacan, no
Seminário 8, A transferência, publicado por Jorge Zahar, em 1992,
comentando um dos episódios de O Banquete de Platão, que é a chega-
da inesperada de Alcebíades, define agalma como jóia, objeto precio-
so, ou seja, como alguma coisa que remete para uma riqueza interior.
É exatamente neste sentido que uso o termo agalma.
Psicanálise e Nosso Tempo 59
NOSSO TEMPO
Psicanálise e Nosso Tempo 61
Do ancião ao labrego
Cláudia Maria Amorim
Nostalgia do progresso
Cláudio de Sá Capuano
cas dos bancos, o choque entre o velho e o novo é ainda mais gritante,
como constata prontamente a fila de jovens impacientes.
Mas os velhos de hoje, que muitas vezes rejeitam um mínimo do
que a evolução tecnológica pode oferecer, formam um grupo que
aos poucos vai desaparecendo. Os idosos de amanhã são hoje crian-
ças que na sua maioria tomam contato muito cedo com boa parte do
que o progresso tecnológico tem a oferecer. Tento imaginar que sen-
sação o próximo século deixará nos idosos dos seu últimos anos. Os
idosos, nossos netos ou bisnetos, os velhos do final do século XXI.
Psicanálise e Nosso Tempo 85
Teatro vivo
Iremar Maciel de Brito
O cantador de embolada
Iremar Maciel de Brito
pelos Reis Católicos, nos fins do século XV, fora relegada à comu-
nicação oral, à desprestigiada condição de “fala de labregos”, isto
é, de rudes campesinos. Ressurge como língua literária, escrita, no
século XIX, na poesia de Rosalía de Castro, Curros Enríquez e
Eduardo Pondal. Juntamente com todos os demais componentes da
identificação desse povo, é novamente abafada pela ditadura de
Franco, a partir de 1936. Mas novamente ressurge das cinzas, qual
fênix, para o que muito contribuíram os emigrados, que lutaram no
exílio - principalmente em Cuba e na Argentina - por dotar a terra-
mãe inclusive de símbolos próprios, como a bandeira e o hino.
Hoje, solucionados os problemas econômicos e políticos cau-
sadores da diáspora, podemos identificar os galegos não apenas
como um povo trabalhador e hospitaleiro, mas um povo que tem
uma língua oficialmente reconhecida, falada e escrita a par do
castelhano na Comunidade Autônoma da Galiza, dotada de cultura
própria e rica, dentro do mosaico cultural que é atualmente a
Espanha. Além do mais, a capital compostelana vem readquirindo
o seu prestígio religioso e místico, sendo muitos os que têm percor-
rido o Caminho de Santiago e registrado em livros a sua experiên-
cia, dos quais o exemplo mais assombroso é, sem dúvida, Paulo
Coelho, campeão internacional de vendas. Porque, diríamos para
concluir, com o poeta galego Miguel Anxo Fernán-Vello, “o camiño
é un silencio na alma como un vidro, / delicada substancia de sécu-
los e olvido / frente à morte que foxe desta luz entrañada, / deste
mar, desta terra, deste regreso à vida”.
Psicanálise e Nosso Tempo 97
nas uma das mais belas e abrangentes vistas da cidade, com o seu
gracioso casario limitado pelo rio Tejo, mas uma possibilidade de evo-
carmos o passado medieval a partir da observação das suas ruínas. E se
fazem presentes as agruras dos cercos de que foi vítima, outrora. Pri-
meiramente, imaginamos o cerco comandado por Afonso Henriques à
Lisboa dos mouros nos primórdios da nacionalidade portuguesa, hoje
revivido de forma irônica pelo prêmio Nobel de literatura, José Saramago,
no romance História do cerco de Lisboa, de 1989.
Em seguida, acorre à nossa memória a heróica resistência dos
portugueses verdadeiros, segundo o insigne cronista-mor Fernão
Lopes, ao cerco do rei de Castela. Vencidos os inimigos, acometidos
os seus principais pela peste, a cidade firma-se no seu papel de forte
esteio e coluna de Portugal, no dizer do cronista. E D. João, Mestre
de Avis, inaugura uma nova dinastia, que realizou a gesta da Expan-
são, que nos deu origem.
A Expo 98, Feira Mundial centrada no comércio e em eventos
culturais, realizada com o apoio do Mercado Comum Europeu, co-
incidiu com os 500 anos de descoberta do caminho marítimo para
as Índias. E a cidade, tornada então Capital Cultural da Europa,
recebeu inúmeros visitantes, numa rememoração dos áureos tem-
pos manuelinos, em que atraía as atenções pelo cosmopolitismo e
pelo fausto da corte real.
Enfim, se Lisboa é hoje assaltada por legiões de imigrantes que se
acotovelam nos bairros de lata, semelhantes às nossas favelas, ou in-
festam os seus bons ares com o odor nefasto dos seus excrementos; se
já não é tão segura e limpa como há poucos anos, no entanto ainda
continua sendo um “jardim da Europa à beira-mar plantado”, à espera
de que lhe colhamos as flores.
Psicanálise e Nosso Tempo 99
ção e de cultura, as doenças, etc, onde estão os que são pagos com o
suado dinheiro dos trabalhadores assalariados, através de impostos
exorbitantes e mal administrados?... De que têm medo, se esta guerra
do Brasil de hoje é ainda mais “santa” do que a que se praticava nos
tempos do rei-trovador?...
As trevas com que tantos caracterizaram a Idade Média não se
dissiparam, após tantos séculos. Pestes, fomes e violentações de toda
ordem continuam a assolar o nosso belo planeta azul. Até quando?...
Psicanálise e Nosso Tempo 101
“A juventude já não lê”. Essa frase ouvida hoje aos quatro cantos,
talvez esvaziada da exclamação com que se ensimesmavam os mestres
de outrora, revela a constatação realista dos professores de literatura
que insistem ainda na emoção de passar aos alunos globalizados a pai-
xão pela leitura de romances e (por que não?) de poesia.
Se nos adolescentes o desinteresse se justifica pelo apelo imbatí-
vel da imagem do vídeo e do ritmo alucinante das discotecas, nos
jovens estudantes das faculdades de letras, o descaso pela leitura se
transforma em sintoma de distorção vocacional. Num país assolado
por graves problemas econômicos e sociais - onde o desemprego é um
fator iminente para cada jovem que entra na universidade - escolher a
literatura como opção de carreira poderia significar a vitória do so-
nho sobre a crua realidade da sobrevivência, ou, melhor ainda, a bus-
ca heróica da realização existencial em detrimento do sedutor prestí-
gio social advindo de outras carreiras mais promissoras financeira-
mente. Entretanto, o que se constata é que a corrida por essa última
opção há muito mutila a verdade da vocação, debilitada por anos de
descompromisso dos governos com a cultura e a educação.
A escolha pela literatura já se despojou, assim, de seus méritos
salutares de amor às artes. A disputa pelo mercado de trabalho seguro
e promissor é verdadeira e exige preparo, conhecimento e poder com-
petitivo. Nela não há lugar para todos. E os que sobram, os que não
alcançaram o pódio ou não tiveram ânimo suficiente para enfrentar a
competição, onde ficam? Acomodam-se onde a procura é menor, onde
antes habitavam os sonhadores, os artesãos da existência, os caçadores
da liberdade: as faculdades de letras, entre outras de prestígio também
desvalido. Mas, por estarem fora de lugar, marcham na contramão dos
poucos que ainda buscam, errantes, o seu sonho de realização através
das páginas que insistem em serem escritas.
Buscar saídas que tranqüilizem os professores de literatura em
relação à gradativa extinção do leitor do futuro faz parte de um
complexo questionamento, que abrange a ineficácia dos modelos
educacionais superados diante da velocidade dos tempos. Tal velo-
cidade parece não permitir o paciente exercício da leitura, feito atra-
vés do olhar que percorre cada linha da esquerda para a direita,
enquanto a imaginação tece sua teia de labirintos e sonhos, sem
104 Nadiá P. Ferreira & Marina M. Rodrigues
faz quando tem vontade, casa e descasa quando lhe convém e, sobretu-
do, pensa que descarta a infelicidade no momento certo, como se fosse
a dona da história.
Psicanálise e Nosso Tempo 107
Polícia
Marina Machado Rodrigues
Chic a valer
Marina Machado Rodrigues
Todas as Marias
Marina Machado Rodrigues
Velho já era?
Marina Machado Rodrigues
a voz do índio se calou. Não apenas no Brasil, mas nas demais colô-
nias portuguesas. Em Angola e Moçambique, por exemplo, a voz
dos nativos tem sido negada e em muitas delas os efeitos negativos da
colônia se fazem presentes através de guerras e lutas territoriais.
Será necessário que se passem mais 500 anos para que a história
seja assumida em sua totalidade e seu desenrolar plenamente escrito?
Psicanálise e Nosso Tempo 129
Mal-estar na escola
Sérgio Nazar David
EDITORA
ÁGORA DA ILHA
Psicanálise e Nosso Tempo 3
4 Nadiá P. Ferreira & Marina M. Rodrigues
10 Nadiá P. Ferreira & Marina M. Rodrigues
60 Nadiá P. Ferreira & Marina M. Rodrigues
64 Nadiá P. Ferreira & Marina M. Rodrigues
Psicanálise e Nosso Tempo 135