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Diferença de Comportamento e
Diferença de Intervenção
Formador(a): Dias
Maio 2015
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ÍNDICE
Conteúdo
OBJECTIVOS GERAIS DO MANUAL............................................................................................................3
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO MANUAL...................................................................................................3
Diferença – delimitação e problematização................................................................................................5
Diferenças existentes na educação/ formação............................................................................................9
O acesso à educação.....................................................................................................................................9
As trajetórias escolares................................................................................................................................10
Diferenças de género e a escola................................................................................................................11
Outras diferenças no contexto escolar......................................................................................................13
Diferenças no acesso ao trabalho - públicos com necessidades especiais...................................................15
Jovens............................................................................................................................................................16
Desempregados de longa duração.............................................................................................................16
Pessoas com baixas qualificações..............................................................................................................17
Mulheres........................................................................................................................................................21
Discriminação positiva em Portugal e outros países................................................................................22
Toxicodependentes e ex-toxicodependentes............................................................................................24
Pessoas com deficiência..............................................................................................................................27
Estratégias e estruturas de apoio a consultar:..........................................................................................29
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................29
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OBJECTIVOS GERAIS DO MANUAL
o Numa sociedade cada vez mais competitiva e individualista, pretende-se que os formandos
tenham a capacidade de mobilizar os conhecimentos necessários, em contexto profissional,
para resolverem os conflitos que possam surgir. Compreender as diferenças e semelhanças
entre as diferentes culturas nos vários contextos de atuação em que venham a estar inseridos
e compreender-se a si próprio é o caminho para o desenvolvimento de relações interpessoais
produtivas.
MODALIDADE DE FORMAÇÃO
Sistema de aprendizagem.
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
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INTRODUÇÃO
Vivemos numa sociedade onde nos deparamos com diferentes tipos de pessoas, que todos os dias
enfrentam dificuldades, devido à ignorância e preconceito, em contornar os obstáculos que encontram pela
frente. Mas qual de nós já parou na rua para ajudar um cego atravessar para outro lado da rua? Ou parou e deu
um pouco de atenção a um idoso? Será que os transportes públicos já estão devidamente equipados para
transportar portadores de deficiência? As escolas têm o que é necessário para integra-los no meio social e
prepara-los para serem ativos na sociedade? Quantas empresas dão oportunidade de emprego a um ex-
toxicodependente ou a um antigo recluso? Homens e mulheres têm as mesmas oportunidades no emprego?
A vida em sociedade, implica um conjunto de regras e normas que são praticadas por todos os indivíduos
porque é uma “condição” para a aceitação de cada indivíduo pelos restantes. Quando surge um elemento num
grupo ou mesmo até um grupo, que tenha caraterísticas diferentes será visto como um grupo diferente na
sociedade porque não possui as mesmas características como um dito um grupo normal.
A diferença pode levar muitas vezes ao isolamento, impede o bem-estar, a participação social e
comunitária. Conviver com alguém significa ter que lidar com as diferenças. Não existem no mundo duas pessoas
iguais, portanto as diferenças surgem a cada instante. “Respeito o outro, desde que ele pense, sinta e aja como
eu”, pode soar como um terrível discurso, de alguém extremamente rígido, dogmático, mas infelizmente, parece
ser o fundamento, ainda, de muitas ações quotidianas. Uma das perguntas que fazemos a nós próprios é: Quem
é o outro? É aquele que não sou eu, aquele que é diferente de mim, aquele que me mostra que nem tudo é
como eu imagino que seja. É tão bom quando nos aproximamos de alguém que pensa como nós, que acredita no
que acreditamos. Mas ao mesmo tempo é incómodo encontrarmos alguém que nos mostre o quanto estamos
iludidos com vários aspetos; o quanto os projetos que estamos a elaborar não encontram um auxílio na
realidade. Para alguns, o que se coloca como diferente daquilo que “sou”, traz impedimentos, objeções à minha
maneira de ser. A negação é uma forma muito comum de se lidar com a diferença.
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Diferença – delimitação e problematização
Todo ser humano é diferente. Cada um de nós é reconhecível como um indivíduo, inicialmente
e, mais superficialmente, pela nossa aparência física. Contudo, a nossa singularidade como seres
humanos individuais envolve, não apenas, sermos distinguíveis dos outros, mas também sermos
diferentes no nosso comportamento, personalidade, gostos e
antipatias, talentos, género e nacionalidade.
Um dos problemas mais difíceis de lidar que surgem da nossa condição humana, é a nossa
tendência de definir outras pessoas em termos meramente negativos, e de ver todo o grupo ao qual
pertencem como inferior. Isto levou à ideologia e à prática de classificar as pessoas em grupos
distintos e homogéneos, com base em critérios tais como, cor da pele, idioma, religião, ou herança
genética ou cultural. Por este processo, os povos do mundo são classificados em hierarquias fixas de
imutáveis características desejáveis ou indesejáveis, que são usadas para definir e rotular todas as
pessoas de um tal ou qual grupo.
A raça humana tem uma longa história de intolerância à diferença. Ao longo de todo
esse tempo, ser rotulado de “diferente” tem sido sinónimo de ser visto como inferior, indesejável,
apartado e, assim, apropriado apenas para a servidão, a escravidão ou a eliminação.
Em todo o mundo, as mulheres raramente têm igualdade com os homens, os portadores de
deficiências ainda tentam garantir os seus direitos, e os homossexuais ainda são discriminados em
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todas as sociedades. No final do século XX, atrocidades cometidas em Sudão, Ruanda, Bósnia, Kosovo
e Timor Leste, demonstraram até onde os seres humanos ainda estão prontos a ir, para negar aos
outros o direito de serem diferentes. Dentre as muitas lições aprendidas no século XX,
respeitar o direito dos outros de serem diferentes não foi uma delas.
Os ideais da igualdade surgem num contexto histórico preciso e correspondem a uma nova
conceção de justiça que funda e organiza as sociedades modernas. Como esclarecem Fitoussi e
Rosanvallon (1997): “A igualdade é um projeto, um princípio de organização que estrutura o devir de
uma sociedade. […]O princípio de igualdade […] é um movimento através do qual a sociedade procura
libertar, ainda que parcialmente, os indivíduos da sua história para lhes permitir enfrentar melhor o seu
futuro, abrindo-lhes um leque de escolhas que certas circunstâncias do seu passado restringiram em
demasia. A ideia de igualdade instaura um combate contra o determinismo, a explicação linear do
futuro pelo passado.” Historicamente, no debate dos princípios orientadores dos sistemas públicos de
ensino passou-se da ideia inicial de igualdade à de equidade e a de igualdade de oportunidades foi
dando lugar à de igualdade de resultados.
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uniformidade, a sempre o “mesmo”, à “mesmice”. Reconhecer a diferença é questionar os
conceitos homogéneos, estáveis e permanentes que excluem o ou a diferente. As certezas
que foram socialmente construídas devem se fragilizar e desvanecer. Para tanto, é preciso
desconstruir, pluralizar, (re) significar, reinventar identidades e subjetividades, saberes, valores,
convicções, horizonte de sentidos. Somos obrigados a assumir o múltiplo, o plural, o diferente, o
híbrido, na sociedade como um todo. Falar sobre diferença de comportamento não pode ser só um
exercício de perceber os diferentes, de tolerar o “outro”. Antes de tolerar, respeitar e admitir a
diferença é preciso explicar como essa diferença é produzida e quais são jogos de poder estabelecido
por ela.
A diversidade biológica pode ser um produto da natureza, mas o mesmo não se pode dizer
sobre a diversidade cultural, pois, de acordo com autor, a diversidade cultural não é um ponto de
origem, ela é em vez disso um processo conduzido pelas relações de poderes constitutivos da
sociedade que estabelece “outro” diferente do
“eu” e “eu” diferente do “outro” como uma forma
de exclusão e marginalização. Uma ação pedagógica
realmente pautada na diversidade cultural deve ter
como principio uma política curricular da identidade e da
diferença.
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Ser diferente não é ter sempre gostos e opiniões diferentes de todos, é ter simplesmente a
sua própria opinião, independente de ser comum, ou não.
Quando nascemos somos é através do processo de socialização que nos tornamos parte da
sociedade. É através deste processo que o sujeito aprende os elementos socioculturais do seu meio, a
socialização torna possível a manutenção da sociedade e a transmissão da sua cultura de geração em
geração. A cultura e a sociedade encontram-se em cada indivíduo, mesmo quando esse indivíduo
explicitamente refuta algumas das suas normas de conduta. A socialização é, portanto, a assimilação
de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna
membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria. É um processo
contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente
pela "imitação" para se tornar mais sociável. O processo de socialização inicia-se, contudo, após o
nascimento, e através, primeiramente, da família ou outros agentes próximos, da escola, dos meios de
comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas,
atores, atletas, super-heróis, etc.
Somos, portanto, seres incompletos e inacabados. Trazemos connosco todo um conjunto
potencial de capacidades e de competências que esperam a situação adequada para surgirem e
desenvolverem-se. Isto permite que cada um de nós se vá construindo e definindo, tornando-se um
indivíduo, um ser único.
Deste modo é impossível fugir à diferença: a diferença está em nós e em todos os outros.
A diferença surge como algo inevitável.
No entanto, a vida em sociedade implica regras e normas, que terão de ser praticados por
todos os elementos dessa sociedade porque é uma "condição" para a aceitação de cada indivíduo pelos
restantes. Neste sentido a própria sociedade quase que anula a individualidade e promove a unidade
de atitudes e comportamentos. Devido a esta "unidade", alguém ou algum grupo que surja com
características diferentes será tendencialmente visto como diferente do grupo da sociedade, adotando
o conjunto da sociedade uma perspetiva negativa em relação às diferenças apresentadas pelo
indivíduo ou grupo.
Direito à diferença
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O direito à diferença só se trata de um verdadeiro direito se exercido num plano de
igualdade. Sem essa igualdade, a diferença rapidamente se transforma em discriminação. Cumpre ao
Estado criar as condições para que essa igualdade se verifique, e cabe-o fazer independentemente de
se verificarem eventuais consensos sociais acerca de determinada matéria decisivamente implicada na
sua realização. Com efeito, a sua ação mostra-se plenamente legitimada pelos valores que
comunitariamente foram erigidos à condição fundamental de constitucionais e pela densificação que
lhes é dada. Hoje temos várias organizações, fundações, associações e outras entidades que procuram
difundir a informação e legislação para salvaguardar situações como a falta das acessibilidades, a
desigualdade no acesso ao trabalho, entre outras situações.
O acesso à educação
A escola tem o tempo da escrita (Terrail, 2002), mas só se associa ao desígnio da igualdade de
oportunidades com o advento da construção da escola pública. Condorcet, um dos mais acérrimos
promotores da estatização da escola, defende, em 1792, que a escola deve permitir a “qualquer
criança, em função das suas próprias capacidades, chegar à melhor situação social possível, onde os
critérios de seleção e de orientação são por isso intrínsecos à personalidade do aluno e não sofrem o
efeito da origem social” (Van Haecht, 2001: 13).
As decisões dos poderes públicos foram centradas em garantir as condições de acesso e de
frequência da escola pública, instituindo a gratuitidade do ensino e, posteriormente, a sua
obrigatoriedade. A primeira preocupação não foi propriamente a de criar condições para a igualdade de
oportunidades, mas a de garantir o acesso de todos à instrução elementar. De facto, todos têm acesso
à escola pública e, portanto, concretizar a escolaridade obrigatória, no entanto, vão-se colocando
questões como: as crianças não têm os mesmos recursos disponíveis, não aprendem todas da mesma
forma, não têm todas o mesmo apoio (ajuda nos estudos fora do contexto escolar), etc.
Apesar de todos acederem à escola, segundo alguns estudos, a escola vem potenciar a
desigualdade de oportunidades. Isto é, os governos adotaram uma nova perspetiva, que consistiu num
deslocamento da lógica de igualdade para uma lógica de equidade: a distribuição de recursos deve ser
diferenciada em função das necessidades também diferenciadas. Se, quando acedem à escola, os
próprios alunos são portadores de diferentes condições de apreenderem o que a escola lhes
proporciona, torna-se necessário dar mais aos que estão, à partida, menos munidos para responder às
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exigências escolares, de modo a igualar as condições de obtenção de resultados e estes serem
dependentes exclusivamente do mérito de cada um. No entanto, até que ponto os apoios escolares
(subsídios) concedidos às famílias desfavorecidas vêm colmatar essas desigualdades? A resposta é que
não vêm! Globalmente, os efeitos das políticas de discriminação positiva no contexto escolar não têm
produzido os resultados esperados e têm mesmo sido assinalados alguns efeitos perversos. Melhora o
ambiente escolar mas não melhora os resultados.
As trajetórias escolares
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social dos alunos mais desfavorecidos não ser o mais propicio ao sucesso escolar, assistimos à
tentativa de mobilidade social através da escola.
A natureza das desigualdades de géneros na educação sofreu alterações profundas nas últimas
décadas, e, no que respeita aos resultados escolares, tornou-se mais complexa. Além da injustiça que
todos os estereótipos de género representam, a diferença de géneros na educação pode, também,
afetar negativamente o crescimento económico e a inclusão social. Por exemplo, as mulheres, por um
lado, continuam a ser uma minoria no domínio da matemática, da ciência e da tecnologia; por outro
lado, os dados mostram que há uma grande probabilidade de os rapazes se posicionarem
entre os que apresentam um aproveitamento escolar mais baixo em leitura.
Estes dois exemplos mostram que as diferenças de géneros na educação
devem ser tidas em conta na elaboração de políticas e estratégias que
visem a melhoria dos resultados escolares.
Mas o que é isto de “diferença de género” ou “diferença entre sexos”? Não é a mesma coisa?
Não!
São muitos os investigadores que tentaram identificar e diferenciar o significado dos termos
“sexo” e “género”, para compreender o impacto da biologia e de outros fatores no comportamento
humano. Estas diligências são exemplificadas pelas duas tentativas de definição que abaixo se
apresentam.
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enquanto grupo, tem menos acesso a recursos, as oportunidades e a tomada de decisões que os
homens (Desprez-Bouanchaud et al. 1987, pp. 20-21).
Resumindo, o género é apenas um dos fatores que influencia o aproveitamento escolar nas
diferentes disciplinas. O estatuto socioeconómico é, também, um fator muito importante: neste
sentido, é fundamental ter em conta o contexto familiar, além do género, quando se presta apoio a
alunos com baixo aproveitamento escolar.
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se de um espaço comum partilhado por pessoas diferentes (diferentes na educação familiar, costumes,
gostos, valores, no corpo, no cabelo, etc…) que nem sempre se compreendem, são criadas rivalidades
e originados conflitos, está presente o preconceito e a discriminação. É importante aprender a lidar
com a diferença e respeitar o outro.
Nem sempre as crianças estão preparadas para lidar com o diferente, o incomum, por exemplo,
com um deficiente motor. As crianças devem compreender que situações de deficiência são normais,
infelizmente, ocorrem e devem ser vistas não com repulsa.
As crianças com necessidades educativas especiais, por exemplo, também precisam de um
acompanhamento diferenciado, além de que, é importante explicar aos pares que devem de respeitar
estas crianças. Pois as crianças que têm necessidades educativas especiais (dislexia, autismo,
hiperatividade, etc…), sempre que possível, beneficiando de apoio, devem de partilhar o “espaço
escola” com todas as outras crianças. É importante integrar e não excluir.
O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos,
sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas
escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos
vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos,
através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de
utilização de recursos e de uma cooperação com as várias comunidades. É preciso, portanto, um
conjunto de apoios e serviços para satisfazer as necessidades especiais dentro da escola.”
“…as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente das suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem incluir as crianças deficientes ou
sobredotadas, as crianças de rua, e as que trabalham, as de populações nómadas ou remontas; as de
minorias étnicas e linguísticas e as que pertencem a áreas ou grupos desfavorecidos ou
marginalizados.”
UNESCO (1994) Declaração de Salamanca e Enquadramento da Acção na Área das
Necessidades Educativas Especiais, Lisboa: Instituto de Inovação Educacional
O homem é capaz de transformar a sociedade tendo como base a história da sua própria
civilização, do seu desenvolvimento, contradições e identidade cultural. Cabe à escola como
instituição que produz e reproduz a nossa sociedade, trazer para o seu quotidiano o
exercício de cidadania consciente em face de diversidade cultural. Mudar mentalidades,
superar o preconceito e combater atitudes discriminatórias são finalidades que envolvem lidar com
valores de reconhecimento e respeito mútuo, o que é tarefa para a sociedade como um todo. A
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escola tem um papel crucial a desempenhar neste processo. Em primeiro lugar porque é espaço em
que existe convivência entre crianças de origens e níveis socioeconómicos diferentes, com costumes e
dogmas religiosos diferentes daqueles que cada um conhece. Em segundo, porque é um dos lugares
onde são ensinadas as regras do espaço público para o
convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar,
porque a escola apresenta à criança conhecimentos
sistematizados sobre o país e o mundo.
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Pensar no indivíduo, significa vinculá-lo a um grupo, sendo este portador de seus códigos,
valores, tradições, costumes e a cultura contextual. Nesta perspetiva, a escola propícia o encontro
destes indivíduos e possibilita trocas muito intensas.
A aprendizagem nasce do encontro de pessoas diferentes. Cada uma delas é singular,
única e, portanto, portadora, em parte do conhecimento, da cultura e da experiência coletiva das
comunidades às quais pertence. A partir desta situação, a função da escola é de atender estas
diferenças percebendo o aluno como centro do processo educativo. Pensamentos estereotipados
devem dar lugar a um outro caminho, permeado pela tolerância, que possibilita o reconhecimento do
outro na construção do conhecimento. Cabe à escola promover o desenvolvimento dos alunos nos
aspetos: cognitivos, sociais e emocionais. Neste processo, tanto alunos como educadores tornam-se
responsáveis com relação aos objetivos a serem atingidos.
Jovens
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Por isso mais do que nunca os jovens não poderão alhear-se da vida político-económica do País
onde estão inseridos e não estando presentes com as suas ideias, arriscam-se a perder oportunidades
para exprimir os seus desejos, os seus direitos e fazerem valer as suas opiniões.
Através de associações de jovens, em debates abertos à sociedade civil, torna-se indispensável
que eles participem de uma forma ativa, podendo assim sensibilizar quem exerce cargos de poder e
chamar a atenção para problemas prementes como a falta de emprego e sobretudo a falta de
oportunidades de poderem desempenhar aquilo que realmente gostam e para o que foram
preparados nos cursos que escolheram.
É frequente encontrarmos pessoas licenciadas nesta ou naquela área e estarem a desempenhar
funções que nada tem a ver com o curso que possuem.
Numa sociedade que se quer dinâmica e diversificada, com exigências de excelência, ser
competente é fundamental na área em que se exerce a vida profissional.
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Cessação de atividade por conta própria, determinada por causas manifestamente não
imputáveis ao trabalhador.
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abordagem ao problema financeiro entrecruza-se com a análise do campo económico. As medidas de
austeridade afetam a atividade económica, mas a superação dos défices orçamentais e do
endividamento externo estão dependentes do crescimento da economia portuguesa. A este
nível emergem normalmente dois conceitos quase mágicos: “exportações” e “produtividade”. Como
fazer a economia portuguesa crescer? “Aumentando as exportações e a produtividade”. Porquê?
“Porque o país importa mais do que exporta e além disso tem uma baixa produtividade” (e, já agora,
“leis laborais muito rígidas”). Importa, no entanto, sublinhar que a pertinência dessa lógica de
pensamento é aplicável tanto a Portugal como à maior parte (totalidade?) dos países do mundo. De
facto, a relevância do equilíbrio da balança comercial e a melhoria da qualidade/quantidade do
trabalho produzido são verdades que antes de o ser já o eram.
O aumento do desemprego nos últimos dois anos parece assim ter incidido
sobretudo em dois grandes grupos de trabalhadores: um primeiro mais velho e com
qualificações escolares baixas ou muito baixas; um outro composto por ativos mais jovens e
com qualificações intermédias. Este diagnóstico, que é aproximativo e não esgota o conjunto de
variáveis de caracterização sociográfica passíveis de serem convocadas para este tipo de análise,
permite identificar problemas específicos que se colocam ao mercado de trabalho e à economia
portuguesa. De facto, um país que não quer assentar as vantagens comparativas da sua economia nos
baixos custos da mão-de-obra disponível necessita de elevar de forma muito decisiva o perfil escolar
da população ativa. Além de a mão-de-obra em Portugal ser comparativamente desqualificada ao nível
das suas habilitações formais, os dados disponíveis indicam que os níveis de literacia da população
portuguesa com menores qualificações escolares se situam bastante abaixo dos valores médios
registados nos países da OCDE para as populações que detêm esse tipo de perfil habilitacional. Ou
seja, estamos perante um tipo de mão-de-obra pouco preparada para fazer face a desafios laborais
mais complexos e exigentes. Apesar de as competências e os níveis de literacia serem variáveis entre a
população que tem baixas qualificações escolares, não há dúvida de que a situação de desemprego
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dos ativos que têm este tipo de perfil se deve sobretudo à sua falta de preparação para a produção de
bens e serviços a preços comparativamente vantajosos. Este é o principal problema estrutural da
economia portuguesa que, sendo muito anterior à crise financeira e económica, foi por ela potenciado
e evidenciado.
Não é também novidade o facto de a taxa de desemprego dos que concluíram no máximo o
ensino secundário/pós-secundário ser superior ao valor desse indicador para o total da população
ativa. Os níveis de escolarização secundária ou pós-secundária da população ativa
portuguesa afiguram-se bastante baixos no contexto dos países da União Europeia. E, no
mercado de trabalho interno, o número de trabalhadores com este tipo de habilitação
escolar é bastante reduzido. Como explicar então que o número de desempregados com
qualificações intermédias tenha aumentado quase 85% em dois anos e apresente uma
taxa de desemprego a aproximar-se dos 12%? Duas hipóteses de resposta podem ser
sumariamente avançadas.
Embora nos últimos anos se tenha procurado inverter esta tendência, a verdade é que o
principal roteiro para a frequência do ensino secundário em Portugal – mesmo para os alunos que não
planeiam prosseguir os estudos terciários – têm sido os cursos científico-humanísticos. Até que ponto a
destituição de competências profissionais específicas da maior parte da população com habilitações
escolares intermédias pode explicar uma hipotética desadequação deste tipo de mão-de-obra face às
competências laborais exigidas no mercado de trabalho? Mas, por outro lado, não poderá este
fenómeno estar também associado à incapacidade de aproveitamento das competências detidas pelos
trabalhadores com qualificações intermédias por parte de empregadores que apresentam eles próprios
níveis de escolaridade abaixo do verificado para o total da população empregada?
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Para ser competitivo com países que não assentam a sua economia nos baixos
salários e na desregulação das relações laborais, Portugal tem de garantir que a sua população ativa
disponha do conhecimento e das competências necessárias ao aumento do volume e qualidade dos
seus produtos e serviços. A melhoria das competências formalmente atribuídas e dos níveis de literacia
de empregados e empregadores é a principal estratégia para o país criar emprego numa economia
global que se estrutura e evolui a partir do conhecimento. Os vários tipos de incentivo dados às
empresas e a aposta em sectores que potenciem os recursos naturais do país são fatores importantes
para se pensar as suas estratégias de desenvolvimento económico. Mas sem o aumento das
habilitações formais e das competências da população empregada atualmente e da que integrará no
futuro o mercado de trabalho qualquer estratégia política nessa área será insustentável.
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econômico. Em qualquer contexto em que estiver inserido o portador de necessidades especiais, tais
fatores não devem ser desconsiderados.
Mulheres
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O princípio aplica-se ao acesso a todos os tipos e níveis de orientação profissional, formação
profissional, formação profissional avançada e reconversão profissional.
No entanto, a igualdade
entre homens e mulheres não se
constrói de um dia para o outro,
esta é também uma questão
cultural, de certa forma é preciso
mudar mentalidades.
A CITE – Comissão para
Igualdade no Trabalho e no
emprego – é o mecanismo
nacional público para a igualdade
no trabalho e no emprego desde
logo integra na sua visão, missão
e valores o princípio da integração da dimensão de género, prosseguindo nas suas atribuições a
igualdade e a não discriminação no mundo laboral, a proteção da parentalidade e a conciliação entre a
vida familiar e profissional. Está portanto ao serviço dos trabalhadores e das trabalhadoras e das
entidades empregadoras sendo estes os seus destinatários finais, o que, naturalmente, obriga, a que
também proceda à concretização destas mesmas obrigações no seio da sua organização.
Em Portugal existe legislação que visa discriminar positivamente alguns grupos considerados
desfavorecidos, de modo a promover uma maior igualdade de oportunidades.
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Vejamos dois exemplos.
A Lei da Paridade, de 2006, estabelece que nas listas de candidatos deve haver pelo menos
33% de mulheres. A Lei da Paridade tem sido cumprida pelos partidos portugueses? Tem sido
cumprida pela maior parte dos partidos, exceto em eleições autárquicas (em que cada partido tem de
apresentar muitas dezenas de listas). Contudo, isso não significa que cada partido tenha 33% de
mulheres deputadas – pois muitas das mulheres são candidatas em lugares não elegíveis.
As cotas raciais estão cristalizadas em países com forte desigualdade social e tensão racial, caso da
África do Sul e da Índia. Tratamentos preferenciais e reservas de vagas existem em Israel, na China,
na Austrália, nas Ilhas Fiji, no Canadá, no Paquistão, na Nova Zelândia e nos Estados sucessores da
União Soviética. Em Israel, medidas especiais foram adotadas para acolher os falashas, judeus de
origem etíope. Na Alemanha e na Nigéria existem ações afirmativas para as mulheres; na Colômbia
para os de origem indígena; no Canadá para indígenas, mulheres e negros. Em Portugal há reserva de
vagas em universidades para estudantes oriundos das antigas colónias portuguesas da África. Na África
do Sul a Constituição de 1996 determina a utilização das políticas de ação afirmativa para garantia de
acesso às diversas instâncias para os negros vítimas do regime do apartheid.
Toxicodependentes e ex-toxicodependentes
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privação é o sofrimento físico e psíquico de um toxicodependente, na ausência da droga, é aquilo a
que é comum chamar a ressaca.
Toxicodependente é todo o indivíduo, dependente da droga que necessita de a tomar para não
sofrer com o síndroma de privação. Os sintomas são: dores musculares insuportáveis, transpiração
intensa, ansiedade, agitação, confusão, pensamento obsessivo sobre a droga.
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reabsorção. Alucinogénios como o LSD e a mescalina interatuam com o neurotransmissor serotonina. A
lista é muito longa e o melhor conhecimento das funções da sinapse permite determinar a ação de
muitas drogas.
Há vários tipos de drogas: drogas lícitas são aquelas que são permitidas por lei, ou seja, de um
modo geral estão acessíveis a qualquer indivíduo que seja maior de idade e podem ser adquiridas no
comércio legal.
Drogas ilícitas são todas aquelas substâncias cuja comercialização é proibida por lei, também
são conhecidas como “drogas pesadas”, por causarem grande dependência.
As drogas ilícitas mais consumidas pelos portugueses são: haxixe, marijuana, heroína, cocaína,
crack, ecstasy e anfetaminas.
As drogas podem ser fumadas, mascadas, inaladas ou consumidas sob a forma de comprimidos e
/ou injetadas. A mais perigosa forma de administração é a injetada por originar dependência mais
rapidamente; ter maior ocorrência de engano na dose, que pode ser fatal, visto que entra diretamente
no sangue, na circulação; a troca de seringas é muito vulgar (uma seringa dá para todos) com
consequências sobre a saúde, devido à contração de doenças como as hepatites, sida e outras
infeções.
As causas da toxicodependência podem ser diversas, portanto, não existe uma só causa, existem
várias: instabilidade familiar, influência do meio onde vive, influência dos amigos e pares, problemas
económicos, fases de crescimento em que os jovens estão mais influenciáveis (curiosidade e espírito
de aventura), ver a droga como uma solução.
PRINCIPAIS RISCOS:
Morte súbita, por a droga ser falsificada ou por ser uma dose excessiva.
Contração de doenças graves: sida, hepatite, pneumonia, infeções graves nos locais onde se
picam.
A utilização obriga ao consumo de doses cada vez mais maiores, mais caras.
Perda da noção da realidade: delírios – podem estar a atravessar uma estrada convencido que
está no meio do campo.
Perda de capacidades intelectuais: memória, aprendizagem, decisão.
Alterações físicas: prisão de ventre e perda da menstruação nas raparigas.
Diminuição do desejo sexual.
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Tendência para o isolamento da família e do grupo inicial de amigos. As novas amizades
assentam no consumo da droga.
Criminalidade: pequenos delitos para arranjar dinheiro para o consumo.
A maioria das pessoas com problemas de consumo de álcool e drogas trabalha. Alguns trabalham
de forma "especial", mas trabalham. Por vezes a sua família está desorganizada e os "amigos" vivem
também no mundo da droga. O trabalho acaba por ser a única ponte com o mundo da vida sem
drogas. Por isso, encontrar estas pessoas em contexto profissional é uma oportunidade para ajudar.
Como? Não fingindo que não vemos ou que não é nada connosco (a tal responsabilidade).
Fazer o quê? Ser humano no trabalho é o princípio. Não devemos estar no trabalho como
meros instrumentos ou peças da engrenagem. Devemos ser humanos e tratar os outros como seres
humanos. Estar atento a todos os colegas, em especial aos desadaptados, aos que parecem não estar
bem. Dar a mão. Às vezes basta um pouco de atenção, uma palavra, uma ajuda. Não piorar as coisas
com "bocas" ou ignorando certas pessoas. Quando estamos seguros que há colegas com problemas,
confrontar abertamente. Dizer-lhes que sabemos do seu problema e motivá-los para se tratarem.
Transmitir a esses colegas confiança na sua recuperação e não os pôr de lado quando eles voltam
depois de uma "cura".
Mas o desafio maior que se pode lançar ao mundo do trabalho é a prevenção. Devemos procurar
informação. Devemos formar-nos. Divulgar informação no seio da empresa. Falar destas coisas,
organizar um grupo de discussão e de gestão do problema na empresa, na Comissão de Trabalhadores
ou no Sindicato. Procurar consultores especializados que ajudem o nosso grupo a funcionar e a
produzir trabalho. Contactar organizações especializadas em prevenção e em tratamento. Propor que a
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empresa clarifique a sua política nesta área. Propor à empresa a organização de ações de informação e
de formação para os trabalhadores.
No campo das medidas práticas, para que seja facilitada a entrada, a continuidade e a
eficiência do portador de deficiência no mercado de trabalho, é indispensável a eliminação de uma
série de barreiras de acessibilidade. Não só os prédios públicos e privados devem adequar-se às
necessidades dos deficientes, com colocação, por exemplo, de rampas para cadeiras de rodas, painéis
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em braille nos elevadores e adaptação de banheiros, mas também as páginas na Internet devem ser
produzidas de maneira a possibilitar o acesso por parte da minoria deficiente.
Não é difícil tornar uma página acessível a portadores de deficiência. Basta tomar medidas
simples, como a descrição de imagens, a sonorização de códigos que precisem ser digitados, a
apresentação, em Libras, de mensagens faladas e o emprego de formatos simples.
É função estatal garantir o cumprimento das leis já existentes, o seu aprimoramento e a criação
de novos dispositivos que visem a diminuir o número de portadores de necessidades especiais que
vivem às custas do Estado, de parentes ou da caridade pública. É fundamental, também, que as
escolas especializadas não sejam depósitos de deficientes e que a inclusão na escola regular seja feita
de forma responsável, justa e não paternalista. Não adianta apenas garantir ao deficiente uma vaga na
escola comum; é preciso garantir a ele ensino de qualidade e condições de estudo compatíveis com
suas características.
Assim, com cada grupo fazendo sua parte, certamente teremos, em poucos anos, a
oportunidade de ver uma melhoria notável no padrão de vida das pessoas portadoras de necessidades
especiais, impulsionada pelas melhores oportunidades e condições de trabalho.
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IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional
CIG – Comissão para a cidadania e igualdade de género
SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
IDT – Instituto da Droga e Toxicodependência
DGRI – Direção Geral de Reinserção Social
ABRAÇO - Instituição Particular de Solidariedade Social e Organização Não-Governamental de
Desenvolvimento, sem fins lucrativos, que presta serviços na área da problemática do VIH/SIDA.
APD – Associação Portuguesa de Deficientes
BIBLIOGRAFIA
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