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Poesia de cordel

LITERATURA
Prof. Gustavo
Poesia de Cordel:
Origens

 Surgiu através da literatura popular e da


oralidade.
 O folheto nordestino é uma criação impressa,
embora tenha sido influenciado pelas narrativas
tradicionais orais.
 A produção da literatura popular brasileira não foi
denominada literatura de cordel, e sim de folhetos,
“romance” ou “livrinho”.
Características

 Narração sempre de uma história, seja ela real


ou não;
 Discurso em linguagem coloquial, cotidiana;
 Difundido de forma impressa;
 Tom humorístico;
 Retrata fatos da vida cotidiana da cidade ou
da região.
O Cordel no Brasil

 A literatura de cordel chegou ao Brasil logo nos


primeiros séculos do descobrimento.
 A partir do século XIX surgiram os primeiros folhetos
de autoria de poetas brasileiros na região Nordeste
do Brasil.
 A rima, o ritmo, as repetições e a musicalidade
favorecem a memorização, sendo então um traço
marcante do cordel brasileiro.
Cordel no Brasil

O paraibano Leandro Gomes de


Barros é considerado o primeiro
autor popular a imprimir e
vender histórias em versos na
forma de folheto, o que ocorreu
por volta de 1890.
Cordel: uma narrativa ritmada

 O verso representa a intimidade da poesia


com a música.
A rima: musicalidade e memorização

 A rima: coincidência de dois sons finais das


palavras (não confundir com letras), a partir
da vogal da sílaba tônica delas.
Posições da rima na estrofe

 Rimas alternadas: os versos que rimam alternam-se,


ou seja, há um verso entre os rimantes (ABAB).
 Rimas emparelhadas: um verso rima imediatamente
com seu sucessor (AABB).
 Rimas intercaladas ou interpoladas: há dois versos
entre os que rimam. Estes versos internos podem
rimar ou não entre si. (ABBA)
“A realidade da vida”
Patativa do Assaré

Rico, orgulhoso, profano, (A) Rimas alternadas


reflita no bem comum. (B)
veja os direitos humano, (A)
as razões de cada um. (B)
Da nossa vida terrena, (C) Rimas emparelhadas
dessa vida tão pequena, (C)
a beleza não destrua. (D)
O direito do banqueiro (E) Rimas intercaladas
é o direito do trapeiro (E)
que apanha os trapo na rua. (D)
Posições da rima na estrofe

 Rimas encadeadas: a segunda palavra do par


de rimas não aparece no fim do verso
seguinte, mas no interior:
Não sei se eu saberia
Chegar até o fim do dia sem você.
(Zélia Duncan)
Posições da rima na estrofe

* Outros tamanhos de estrofes (de dois versos -


dístico; de três versos - terceto; de quatro versos -
quarteto; de cinco versos - quinteto; de seis
versos - sextilhas; de oito versos - oitavas; de
nove versos - nona; de dez versos - décimas)
organizam suas rimas variando essa classificação.
 A estrofe de seis versos (sextilha) é a mais
utilizada pelos poetas de cordel.
Rima e Modernidade

 É importante denominar o verso que não tem


rima. Chama-se verso branco, muito comum
no século XX, com a modernização da leitura e
a influência da prosa na escrita poética.
A poesia ritmada: a métrica

 Determinante do ritmo e do tom na leitura.


 É a medição do tamanho dos versos, tendo
como unidade de contagem a sílaba poética.
 Sílaba poética: diferencia-se da sílaba que
aprendemos a separar no ensino fundamental
porque se trata de uma sílaba pronunciável
diferente do que você aprendeu ao separar
sílabas escritas.
Regra de contagem de sílabas
poéticas de um verso:

Não/ há/ quem/ vi/ va/ no/ mun/ do 7 sílabas


Que/ não/ de/ se/ je/ go/ zar/. 7 sílabas
Des/ de o/ ve/ lho à/ cri/ an/ ci/ nha 7 sílabas
(Casamento e divórcio da lagartixa)

O verso de 7 sílabas é o mais utilizado nos poemas


de cordel.
Classificação dos versos quanto à
métrica

 Verso de uma sílaba poética: monossílabo


 Verso de duas sílabas poéticas: dissílabo
 Verso de quatro sílabas poéticas: tetrassílabo
 Verso de cinco sílabas poéticas: pentassílabo ou redondilha menor
 Verso de seis sílabas poéticas: hexassílabo
 Verso de sete sílabas poéticas: heptassílabo ou redondilha maior
 Verso de dez sílabas poéticas: decassílabo
 Verso de doze sílabas poéticas: dodecassílabo ou alexandrino
O verso heptassílabo é o mais utilizado no cordel.

*Obs.: Redondilha é o nome dado, a partir do século XVI, aos versos de cinco ou sete sílabas — a
chamada medida velha. Aos de cinco sílabas dá-se o nome de redondilha menor e aos de sete
sílabas, de redondilha maior.

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