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Toxicologia Geral 01 PDF
Toxicologia Geral 01 PDF
Continuada a Distância
Curso de
Toxicologia Geral
Aluno:
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos
na Bibliografia Consultada.
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MÓDULO I
Temida por todos, a Toxicologia foi considerada até o século XIX como a “ciência dos
venenos”. Seu conhecimento, restrito a alguns estudiosos, relacionava-se à traição, medo
e morte, pois esse conhecimento pouco era empregado em benefício da humanidade.
O envolvimento da substância química na existência humana, como uma arma, fez
a Toxicologia desenvolver-se inicialmente pelo aspecto legal, dada a necessidade da
identificação do toxicante nas vítimas suspeitadas de assassinato ou de suicídio.
Esse fato pode explicar porque o estudo da Toxicologia esteve no mundo inteiro
restrito aos Cursos de Graduação em Farmácia. Com um currículo abrangendo matérias
de Química e Farmacologia, o farmacêutico, através das análises toxicológicas em
material biológico, pode identificar e quantificar o toxicante, seus produtos de
biotransformação e, adicionalmente, as alterações bioquímicas por ele causadas. Essas
informações tornaram-se vitais para a emissão de laudos periciais, quando a causa mortis
apontava para uma suspeita de intoxicação.
A Biologia, a Fisiologia, a Farmacologia, a Bioquímica, a Genética, a Química, a
Matemática, a Física e a Estatística são algumas das ciências necessárias ao
desenvolvimento da Moderna Toxicologia. Com um escopo de atuação abrangente, essa
denominação da Toxicologia neste último século pode ser definida como “a ciência que
estabelece condições seguras de exposição às substâncias químicas”. A avaliação do
trinômio risco x segurança x benefício na exposição a substâncias químicas, dá a certeza
da possibilidade dessa convivência, através do estudo do xenobiótico e de seu
mecanismo de ação no organismo, como ferramenta imprescindível à prevenção da
intoxicação.
TOXICOLOGIA é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações
de substâncias químicas com o organismo. A toxicologia abrange uma vasta área do
conhecimento, onde atuam profissionais de diversas formações: Química Toxicológica,
Toxicologia Farmacológica, Clínica, Forense, Ocupacional, Veterinária, Ambiental
(Ecotoxicologia), Aplicada a Alimentos, Genética, Analítica, Experimental e outras áreas.
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Divisões da Toxicologia
Toxicologia possui ramos definidos que contribuem para esclarecer a natureza da ação
sob o ponto de vista celular, molecular e bioquímico.
Aspectos da Toxicologia
Com base nos estudos dos três ramos da Toxicologia, torna-se possível identificar
aspectos que determinam a finalidade da abordagem ao problema e a sua possível
resolução.
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Aspecto preventivo – Através do reconhecimento dos riscos que uma dada
substância oferece, podem estabelecer padrões de segurança em relação à exposição. É
o mais importante aspecto da Toxicologia, pois determina os meios de relação segura
com substâncias químicas por extrapolação, hipóteses ou fatos, à luz dos conhecimentos
existentes, com vistas à prevenção da intoxicação. Como exemplos podem ser citados: o
estabelecimento de prazos de carência na aplicação de praguicidas nas lavouras até que
o alimento chegue à mesa do consumidor; o controle da atmosfera nas grandes cidades;
o estabelecimento de concentrações máximas permitidas de aditivos e contaminantes de
alimentos; o controle terapêutico de medicamentos de uso prolongado, entre outros.
Áreas da Toxicologia
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ser estudada em mais de uma área, dependendo da finalidade do seu uso. É o caso de
um determinado agrotóxico: durante sua síntese pode ocorrer um problema relativo à
exposição ocupacional nos trabalhadores na indústria e, posteriormente, quando da
aplicação na lavoura. Uma vez expandido no ambiente, o mesmo agrotóxico, ao
contaminar o solo, ar e água, transforma-se num agente a ser estudado sob o ponto de
vista ambiental. Como resíduo no alimento, o agrotóxico em questão deverá ser estudado
nessa área específica.
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Indiretos – são resultantes da adição de substâncias químicas durante as fases de
produção, de processamento ou de embalagem e estocagem. A ocorrência destes
aditivos no alimento é o maior problema em Toxicologia Alimentar. Sem padrões de
segurança definidos, vários aditivos colocados no alimento, geralmente com propósitos
tecnológicos e sem controle de qualidade para sua ocorrência segura à mesa do
consumidor, podem reunir vários contaminantes e representar um risco toxicológico de
proporções ignoradas.
Entre estes, estão os antibióticos para prevenção e controle de doenças em
animais, os promotores de crescimento, os praguicidas, os metais pesados, os
radioisótopos e outros agentes contaminantes que, com a possibilidade de interações no
alimento ou no organismo, pode resultar em efeitos nocivos inesperados e não
diagnosticados.
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Naturais – quando a própria natureza eleva as concentrações de poluentes na
atmosfera, por exemplo, através do ciclo do nitrogênio, o qual, resultante da combustão
interna de um motor, pode sofrer oxidação na atmosfera, absorver raios ultravioleta e
produzir átomos de oxigênio ativados capazes de iniciar uma seqüência complexa de
reações que conduzem à formação de componentes irritantes como ozônio, aldeídos,
nitratos de alquila, etc. Outros contaminantes naturais se originam de fontes de minérios
radiativos, vulcões, degradação biológica de florestas, crescimento de algas tóxicas em
águas marinhas, entre outros.
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baixas concentrações em longo prazo são bem pouco conhecidos, sobretudo devido à
diversificação das pessoas expostas que incluem crianças, idosos, pessoas com
patologias diversas. Daí a dificuldade de relacionar causa/efeito para esses
contaminantes e a complexidade da monitorização da saúde da população exposta.
Os padrões de segurança em Toxicologia Ambiental baseiam-se na avaliação do
risco para estabelecer as concentrações seguras da exposição.
São eles:
CME: Concentração Máxima de Emissão – concentração máxima de poluentes que
pode ser emitida por uma fonte qualquer.
CMI: Concentração Máxima de Imissão – concentração máxima do poluente que
pode entrar em contato com o homem sem que haja prejuízo a sua saúde, a curto e longo
prazos.
Para a CME, estabelecem Limites de Tolerância (LT) em partes por milhão (ppm),
partes por bilhão (ppb) ou em microgramas por metro cúbico (μg/m3). Para a CMI, são
estabelecidos Limites de Tolerância Biológicos, os quais são obtidos através de
Indicadores Biológicos de Exposição (IBEs).
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propriedades químicas e toxicológicas do agente e a sua presença em determinado local
de trabalho ou em determinado produto industrial.
Limite de Tolerância (LT): Concentração máxima que uma dada substância pode
alcançar no ambiente de trabalho sem que isso represente um dano à saúde do
trabalhador. Os limites de tolerância estão relacionados apenas à via respiratória sem
considerar outras vias de penetração e não contabiliza a exposição extralaboral.
Sob o ponto de vista da monitorização da saúde, a observação apenas destes
limites no ambiente de trabalho é insatisfatória, porquanto não contempla os indivíduos
suscetíveis, hábitos individuais e a somatória de exposições por outras vias de introdução.
Para complementar os dados obtidos na monitorização ambiental são necessários o
estabelecimento de limites biológicos para a identificação de diferenças individuais.
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Limites de Tolerância Biológica (LTB): É a quantidade limite do xenobiótico ou seu
produto de biotransformação encontrada em material biológico (ar exalado, urina,
sangue), bem como alterações bioquímicas e fisiológicas decorrentes da exposição a
determinado agente tóxico, sem que haja o aparecimento de sinais clínicos de intoxicação
ou efeitos irreversíveis.
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Dependência: Ocorre quando o medicamento passa a fazer parte do
funcionamento do sistema biológico. Neste caso, o organismo muitas vezes necessita do
medicamento para se manter vivo ou desempenhar uma função. Ex: a dependência
farmacológica a opiáceos como morfina e heroína ou a etanol e a anfetamínicos.
Interações: Resulta na utilização simultânea de dois ou mais medicamentos,
podendo haver neutralização dos efeitos esperados, ou ainda, uma adição ou potenciação
de efeitos, levando a um quadro variável de intoxicação.
Em Toxicologia de Medicamentos é muito importante a observação e a definição
dos termos: Meia-vida biológica, Biodisponibilidade, Dose-resposta, Dose terapêutica,
Margem de segurança, Dose tóxica, Dose letal, com vistas à consecução de resultados
terapêuticos satisfatórios e à prevenção do aparecimento de efeitos tóxicos.
Um dos instrumentos mais valiosos de que se dispõe para assegurar uma terapia
com máxima eficácia e efeitos tóxicos mínimos, em casos de tratamentos prolongados, é
a monitorização terapêutica. Desta forma, torna-se possível, ao prescrever uma dose,
medir sua concentração no local de ação e, conseqüentemente, prever a intensidade do
efeito. Os fármacos comumente monitorados são: anticonvulsivantes, antineoplásicos,
cardioativos, antibióticos, analépticos, neurolépticos.
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o fármaco e o organismo e a interação deste com o meio ambiente. Para isso, classifica-
se a farmacodependência, dentro de hipóteses etiológicas, em 3 grupos:
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- VENENO: Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns
autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com função
de autodefesa ou predação.
- TOXICIDADE: Capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar
efeitos nocivos em organismos vivos. O efeito tóxico é geralmente proporcional à
concentração do agente tóxico em nível do sítio de ação (tecido alvo).
- AÇÃO TÓXICA: Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as
estruturas teciduais.
- DL 50: (Dose Letal 50%) ou dose letal média de uma substância expressa o grau
de toxicidade aguda de substâncias químicas. Correspondem às doses que
provavelmente matam 50% dos animais de um lote utilizados para experiência.
São valores calculados estatisticamente a partir de dados obtidos
experimentalmente. Com base nas DL50 de várias substâncias, são estabelecidas
classes toxicológicas de produtos químicos e farmacológicos, no entanto, para se
dizer se uma substância é tóxica ou inócua para o ser humano, devemos também
optar por critérios que avaliem se uma substância oferece Risco ou Perigo para um
determinado sistema biológico, para um determinado indivíduo ou para a saúde
pública.
- ANTÍDOTO: Agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias.
- INTOXICAÇÃO: É um processo patológico causado por substâncias endógenas ou
exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico, conseqüente das alterações
bioquímicas no organismo. Processo é evidenciado por sinais e sintomas ou
mediante dados laboratoriais.
- INTOXICAÇÃO AGUDA: Decorre de um único contato (dose única-potência da
droga) ou múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o agente tóxico, num
período de tempo aproximado de 24 horas. Os efeitos surgem de imediato ou no
decorrer de alguns dias, no máximo duas semanas. Estuda a relação
dose/resposta que conduz ao cálculo da DL50.
- INTOXICAÇÃO SUB-AGUDA OU SUB-CRÔNICA: Exposições repetidas a
substâncias químicas – caracterizam estudos de dose/resposta após
administrações repetidas.
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- INTOXICAÇÃO CRÔNICA: Resulta efeito tóxico após exposição prolongada a
doses cumulativas do toxicante ou agente tóxico, num período prolongado,
geralmente maior de três meses a anos.
- FASES DA INTOXICAÇÃO: O processo de INTOXICAÇÃO pode ser desdobrado,
para fins didáticos, em quatro fases:
♦ Fase de Exposição: É a fase em que as superfícies externa ou interna
do organismo entram em contato com o toxicante. Importante considerar
nesta fase a via de introdução, a freqüência e a duração da exposição,
as propriedades físico-químicas, assim como a dose ou a concentração
do xenobiótico e a susceptibilidade individual.
♦ Fase de Toxicocinética: Inclui todos os processos envolvidos na
relação entre a disponibilidade química e a concentração do fármaco nos
diferentes tecidos do organismo. Intervêm nesta fase a absorção, a
distribuição, o armazenamento, a biotransformação e a excreção das
substâncias químicas. As propriedades físico-químicas dos toxicantes
determinam o grau de acesso aos órgãos-alvos, assim como a
velocidade de sua eliminação do organismo.
♦ Fase de Toxicodinâmica: Compreende a interação entre as moléculas
do toxicante e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos e,
conseqüentemente, o aparecimento de desequilíbrio homeostático.
♦ Fase Clínica: É a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou
ainda, alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas,
caracterizando os efeitos nocivos provocados pela interação do toxicante
com o organismo.
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envolvidos); Efeito Sinérgico (efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente
em separado); Potencialização (o efeito de um agente é aumentado quando em
combinação com outro agente); Antagonismo (o efeito de um agente é diminuído,
inativado ou eliminado quando se combina com outro agente).
CONDUTAS DE EMERGÊNCIA
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PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS ESPECÍFICOS:
9 DIMINUIR EXPOSIÇÃO AO TÓXICO
1. DESCONTAMINAÇÃO:
EXPOSIÇÃO RESPIRATÓRIA:
9 Remover a vítima do ambiente contaminado
9 Ventilação e oxigenação
EXPOSIÇÃO OCULAR:
9 Eversão da pálpebra
9 Irrigação com água ou soro fisiológico (20 minutos no mínimo)
9 Neutralização química contra-indicada
EXPOSIÇÃO CUTÂNEA:
9 Retirar as roupas e acessórios contaminados
9 Lavar o paciente com sabonete e água corrente, por 15 a 20 minutos
9 Atenção para áreas de depósito (unhas, orelhas, genitália, nariz)
EXPOSIÇÃO ORAL:
DESCONTAMINAÇÃO GASTROINTESTINAL:
1. EMESE
VANTAGENS:
9 Realizável no local do acidente
9 Procedimento rápido
9 Tempo de latência curto
9 Remoção de partículas grandes
CONTRA-INDICAÇÕES:
9 Crianças menores de 6 meses
9 Pacientes com depressão do sistema nervoso central
9 Presença de convulsões e agitação psicomotora
9 Ingestão de cáusticos
9 Ingestão de derivados de petróleo e hidrocarbonetos
MEDIDAS PROVOCADORAS DE EMESE:
9 Estímulo físico
9 Estímulo químico
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A. Solução emetizante aniônica
(detergente de cozinha neutro)
B. Xarope de ipeca
C. apomorfina
A. SOLUÇÃO EMETIZANTE ANIÔNICA:
9 Mecanismo de ação
- Irritante gástrico local
9 Latência de cinco minutos
9 posologia
- Administração oral
- 20ml diluída em 200ml água (morna)
9 Efeitos adversos
- Dor abdominal
- Diarréia
B. XAROPE DE IPECA
Cephaellis ipecacuanha ou C.acuminata
9 Mecanismo de ação
- Irritante gástrico local
- Emético de ação central
9 Latência de vinte minutos
9 Administração oral
9 Efeitos adversos
- Vômitos incoercíveis
- Diarréia
- Arritmias cardíacas
- convulsões
C. APOMORFINA
9 Mecanismo de ação
- Emético de ação central
9 Latência de cinco minutos
9 Administração subcutânea
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9 Efeitos adversos
- Depressão respiratória
- Depressão neurológica
- Hipotensão
2. LAVAGEM GÁSTRICA
INDICAÇÕES:
9 Pacientes com depressão SNC
9 Ingestão de tóxicos potentes
9 Ingestão de tóxicos que provocam sintomatologia grave e imediata
CONTRA-INDICAÇÕES:
Absolutas:
9 Ingestão de substâncias cáusticas
9 Ácidos ou bases fortes
Relativas:
9 Paciente com depressão de SNC (sem entubação prévia)
9 Paciente agitado ou apresentando convulsões (sem entubação prévia)
9 Ingestão de derivados de petróleo
PROCEDIMENTO
9 Avaliar permeabilidade de vias aéreas, entubar se necessário
9 Posição: decúbito lateral esquerdo
9 Sonda nasogástrica calibrosa (n0 18-22 adultos; 8-12 crianças)
9 Conferir se posição correta da sonda
9 Retirar primeiro líquido drenável sem diluir (reservar amostra para análise no lab-cci se
necessário)
9 Infundir sf 0,9% (5-6ml/kg - máximo de 200ml para adultos e 100ml para crianças, para
cada infusão)
9 Retirar volume infundido
9 Repetir até retorno límpido
COMPLICAÇÕES:
9 Aspiração pulmonar
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9 Perfuração esofágica
9 Sangramento nasal
9 Distúrbio hidroeletrolítico
3. CARVÃO ATIVADO
Pirólise de material orgânico obtido a partir da polpa da madeira
Mecanismo de ação:
9 Adsorção de substâncias no T.G.I.
9
1g pode adsorver mais de 1m2
Ligam-se ao carvão:
- Substâncias lipofílicas e não ionizadas
Substâncias mal adsorvidas:
9 Ácidos e álcalis
9 Cianeto
9 Etanol
9 Lítio
9 Sulfato ferroso
9 Derivados de petróleo
Posologia
9 Administração oral ou por s.n.g.
9 Dose: 1g/kl ( máximo 50g)
9 Diluição em 200 ml de água
Eficácia
9 Depende do tempo decorrido da ingestão
Efeitos adversos
9 Náuseas e vômitos
9 Obstrução gastrointestinal
9 Constipação
9 Fezes enegrecidas
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9 Pneumonite por aspiração
CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA
Mecanismo de ação:
• Mecanismo fisiológico para reabsorção de sais biliares (94%)
• Conduta: carvão ativado seriado
• Via oral ou pela SNG
Posologia:
9 Dose: 15-20g adultos; 250mg/kl crianças
9 1h após administração do carvão ativado
Precauções de uso:
9 Doenças cardiovasculares
9 Doenças renais
9 Distúrbios hidroeletrolíticos
Contra-indicações:
9 Íleo adinâmico
9 Obstrução intestinal
9 Diarréia
ALGUNS ANTÍDOTOS
ANTÍDOTO: produto químico que diminui e neutraliza a ação de um agente tóxico, ou
opõe-se a seus efeitos.
ANTAGONISTA: antídoto que age por competição, pelo mesmo receptor no sítio de ação,
com o agente tóxico.
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ALGUNS EXEMPLOS DE ANTÍDOTOS:
9 Pralidoxima: inseticidas organofosforados (IOP)
9 Atropina: IOP, Carbamatos
9 EDTA: Pb, Cd, Cu, Zn
9 Etanol: metanol, etilenoglicol
9 Azul de metileno: metahemoglobinizantes
9 N-acetilcisteína: paracetamol
9 Flumazenil: benzodiazepínicos
9 Vitamina K: cumarínicos
9 CARVÃO ATIVADO
9 SORO ANTIVENENO
SOROS DISPONÍVEIS NO CCI:
1. SORO ANTI-VENENO:
- ANTI-BOTRÓPICO (SAB)
- ANTI-CROTÁLICO (SAC)
- ANTI-BOTRÓPICOCROTÁLICO (SABC)
- ANTI-ARACNÍDICO (SAA)
- ANTI-ELAPÍDICO (SAE)
- ANTI-ESCORPIÔNICO (SAEs)
- ANTI-LONOMIA
2. VACINA E SORO ANTI-RÁBICO (VAR E SAR)
CLASSIFICAÇÃO E N0 DE AMPOLAS
ACIDENTE LEVE MODERADO GRAVE
Coritalus 5 10 20
Micrurus ? ? 10
Phoneutria * 2–4 5 - 10
Losxoceles * 5 10
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SORO ANTIVENENO
INDICAÇÕES E DOSES:
PROCEDIMENTOS:
9 Duas venóclises periféricas calibrosas
9 Paciente em repouso absoluto
9 Soroterapia na sala de emergência
9 Comunicar médico do P.S. (antes)
9 Preparo para prevenção de reações adversas (acidente ofídico ou loxoscélico)
9 Infusão lenta (20-60 minutos) vigilância constante do paciente, durante e uma hora
após a soroterapia.
REAÇÕES ADVERSAS:
9 urticárias
9 tosse
9 epigastralgia
9 tremores
9 náuseas
9 dispnéia
rash cutâneo
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9 vômitos
9 hipotensão
9 arritmias
O PROBLEMA
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organofosforado SHARADAM, inicialmente utilizado como arma de guerra, deu-se início à
grande disseminação dessas substâncias na Agricultura.
A partir dos anos 60, Os agrotóxicos, passam a serem amplamente difundidos.
Basicamente podemos classificar os efeitos dos agrotóxicos em agudos e crônicos, sendo
estes últimos ainda pouco pesquisados, embora devastadores para o organismo. Há pelo
menos 50 agrotóxicos que são potencialmente carcinogênicos para o ser humano. Outros
efeitos são neurotoxidade retardada, lesões no Sistema Nervoso Central - SNC, redução
de fertilidade, reações alérgicas, formação de catarata, evidências de mutagenicidade,
lesões no fígado, efeitos teratogênicos entre outros, compõem o quadro de
morbimortalidade dos expostos aos agrotóxicos.
As principais lesões apresentadas, pelos expostos a ação direta ou indireta dos
agrotóxicos, geralmente utilizados na agricultura irrigada, segundo o médico Dr. Flávio
Zambrone, do Centro de Intoxicação da UNICAMP, estão relacionadas abaixo:
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Pneumonite e fibrose pulmonar Herbicida paraquat (Gramoxone)
Diminuição das defesas orgânicas pela Fungicidas trifenil-estânicos
diminuição dos linfócitos
imunologicamente competentes
(produtores de anticorpos)
Reações de hipersensibilidade Inseticidas piretróides
(urticárias, alergia, asma)
Teratogênese Fungicidas mercuriais
Dioxina presente no herbicida 2,4,5-T
Mutagênese Herbicida dinitro-orto-cresol
Herbicida trifluralina
Inseticida organoclorado
Inseticida organofosforado
Carcinogênese Diversos inseticidas, acaricidas,
fungicidas, herbicidas e reguladores de
crescimento.
A falta de informação parece ser o maior efeito dos agrotóxicos sobre o meio
ambiente. Desenvolvidos para terem ação biocida, são potencialmente danosos para
todos os organismos vivos, todavia, sua toxidade e comportamento no ambiente varia
muito. Esses efeitos podem ser crônicos quando interferem na expectativa de vida,
crescimento, fisiologia, comportamento e reprodução dos organismos e/ou ecológicos
quando interferem na disponibilidade de alimentos, de habitats e na biodiversidade,
incluindo os efeitos sobre os inimigos naturais das pragas e a resistência induzida aos
próprios agrotóxicos. Sabe-se que há interferência dos agrotóxicos sobre a dinâmica dos
ecossistemas, como nos processos de quebra da matéria orgânica e de respiração do
solo, ciclo de nutrientes e eutrofização de águas. Pouco se conhece, entretanto sobre o
comportamento final e os processos de degradação desses produtos no meio ambiente.
Os dados de contaminação ambiental que mais parece preocupar a opinião pública nos
países desenvolvidos são as contaminações do ar do solo e principalmente das águas.
Há evidencias que algumas substâncias são transportadas a grandes distâncias
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pela volatilização, retornando junto com a precipitação, contaminando áreas não tratadas,
tendo sido detectadas até em solos urbanos. A maior parte dos agrotóxicos utilizados
acabam atingindo o solo e as águas principalmente pela deriva na aplicação, controle de
ervas daninhas, lavagem das folhas tratadas, lixiviação, erosão, aplicação direta em
águas para controles de vetores de doenças, resíduos de embalagens vazias, lavagens
de equipamentos de aplicação e efluentes de indústrias de agrotóxicos.
Um levantamento nacional realizado pela Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos (EPA) concluiu que aproximadamente 10,4% dos 94.600 reservatórios
comunitários de água e 4,2% dos 10.500.000 poços domésticos da Zona Rural
apresentam presença de resíduos de agrotóxicos, sendo que 0,6% acima dos limites
permitidos (Garcia, 1996). No Brasil, praticamente não há vigilância dos sistemas
aquáticos, nem monitoramento ou tratamento de águas de consumo para detectar e/ou
eliminar agrotóxicos, sendo muito provável que tenhamos o mesmo problema ampliado.
No Estado do Paraná, no período de 1976 a 1984, de 1825 amostras de água colhidas
nos rios, sem finalidades estatísticas, mas para atender a outros fins, a SUREHMA
(Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente) constatou que 84%
apresentaram resíduos e 78% ainda estava contaminada depois dos tratamentos
convencionais de água.
Nos sistemas aquáticos estão inclusos os peixes, um recurso natural dos mais
importantes, pois está intimamente ligado à sobrevivência do homem, sendo por muitas
vezes a principal fonte de alimento de determinadas populações. A conservação deste
recurso depende de técnicas de manejo adequadas que garantam a reprodução das
espécies e a proteção dos alevinos, além da fiscalização eficiente do cumprimento da
legislação em vigor e da educação ambiental. A fauna ictiológica reclama a mesma
proteção que as florestas, os animais silvestres e os campos agricultáveis, afinal os
produtos oriundos destes ambientes, tornar-se-ão alimentos humanos, e, caso estejam
contaminados com agrotóxicos trarão reflexos irreversíveis ao bem estar e a qualidade de
vida das populações consumidoras.
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INSETICIDAS
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- Broncoespasmo, dificuldade respiratória, aumento da secreção brônquica,
rinorréia, cianose, edema pulmonar não cardiogênico, tosse, dor torácica;
- Lacrimejamento, salivação, sudorese;
- Incontinência urinária;
- Bradicardia, hipotensão, raramente fibrilação atrial.
Síndrome Intermediária:
Polineuropatia Tardia:
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formigamento, reflexos diminuídos e um quadro caracterizado por incoordenação
motora, hipertonia ou espasticidade, reflexos exageradamente aumentados e tremores
(síndrome de liberação extrapiramidal – parkinsonismo). A recuperação é variável.
Esse quadro não tem relação com a inibição das colinesterases e relaciona-se com
exposições a alguns OF.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:
Na exposição dérmica, fazer descontaminação, lavando áreas atingidas com água fria e
sabão neutro, por 20 a 30 minutos, pode-se usar solução de bicarbonato – os fosforados
são instáveis em meio alcalino, com atenção especial a cabelos, unhas e dobras
cutâneas, não esfregar a pele com força. Na exposição ocular, lavar com água ou
solução salina morna, durante 15 a 20 min., pode ser usado colírio anestésico
previamente para facilitar procedimento. Na ingestão, descontaminar o trato
gastrointestinal com lavagem gástrica até 4 a 6 horas após, entubado o paciente, não
provocar vômitos pelo risco de aspiração de derivados de petróleo (solventes utilizados
nos inseticidas) e que podem evoluir para pneumonite química. Uso de Carvão Ativado,
com laxativos como sulfato de sódio ou hidróxido de magnésio (para evitar constipação
intestinal pelo uso do carvão). Não usar laxantes oleosos leite ou alimentos gordurosos,
pois aumentam absorção – agentes tóxicos são lipossolúveis. Em todos os casos a partir
de moderada gravidade, usar diazepam EV para controlar fasciculações musculares e
convulsões. Bicarbonato EV para corrigir a acidose metabólica (a correção do bicarbonato
sérico deve ser plena). Controle hidroeletrolítico. Avaliar funções renal e hepática.
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Contra-indicado: teofilina, aminofilina, morfina, reserpina e fenotiazínicos: podem
aumentar a depressão central, colaborar para inibição da colinesterase ou provocar
arritmias cardíacas.
DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
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Adultos: 1 a 2g EV a cada 4 ou 6 h,
diluída em 150
ml de SF,em 30min. (não exceder
200mg/min).Crianças: 20a40mg/Kg de
peso, EV, a cada 4 ou 6h, diluída em
SF, em 30 min.(não exceder
4mg/Kg/min). Manutenção por 48h ou
mais (preferir infusão contínua
a doses repetidas) enquanto
presentes s/s e AChe menor 50% do
basal.
Descontaminação cutâneo-mucosa;
suporte
e manutenção do estado geral.
OBSERVAÇÕES:
ATROPINA bloqueia efeitos da acetilcolina nos receptores muscarínicos e a
PRALIDOXIMA (Contrathion®) reverte a colinesterase. Até o momento, o Contrathion®
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não deve ser usado em intoxicações por inseticidas carbamatos, pois não atuam na
colinesterase carbamila e o processo inibitório reverte espontaneamente. Doses
sugeridas de atropina podem ser aumentadas ou reduzidas se necessário, garantindo um
estado de atropinização moderada com o objetivo de eliminar a secreção pulmonar e o
broncoespasmo, otimizando a função respiratória e como conseqüência, haverá melhora
no estado de agitação e taquicardia. Quando se administra em conjunto atropina e
pralidoxima, as doses necessárias do anticolinérgico passam a ser bem menor: por
mecanismos de ação diferentes, os dois fármacos associados produzem efeitos
sinérgicos. A pralidoxima não substitui a atropina.
3. Eletromiografia
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PROGNÓSTICO: Morte usualmente por insuficiência respiratória devido fraqueza
muscular e depressão respiratória do SNC, agravados por broncoconstricção e excessiva
secreção brônquica (efeitos muscarínicos).
INSETICIDAS ORGANOCLORADOS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
- Náuseas, vômitos, diarréia;
- Fraqueza, entorpecimento de extremidades;
- Apreensão, excitabilidade, desorientação;
- Contrações palpebrais, tremores musculares, convulsões generalizadas, podendo
evoluir para coma e depressão respiratória, acidose metabólica, arritmias.
- Pneumonite química se produtos com solventes derivados do petróleo.
TRATAMENTO:
- Assistência respiratória, Diazepam para convulsões, monitorização cardíaca por 6 a 8
horas;
- Medidas de descontaminação: cutânea, gástrica quando pertinente ( Lavagem Gástrica
com Carvão Ativado em doses repetidas (recirculação entero-hepática), se ingestão
pequena, só CA, sem LG, catárticos salinos. Não induzir vômitos pelo risco de convulsão
e aspiração.
Medidas de suporte: corrigir distúrbios hidroeletrolíticos, propanolol para arritmias
ventriculares.
- Avaliação hepática, renal, hematológica, 48 a 72 horas após quadro agudo.
- Para eliminação, não são efetivas, diálise, diurese forçada e hemoperfusão, devido
grande volume de distribuição.
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Contra-indicados: alimentos lipídicos, catárticos oleosos (aumentam absorção) e
simpaticomiméticos (risco de arritmias).
HEXACLOROCICLOEXANO
Nome técnico ou comum: HCH, antes BHC. O isômero gama é o lindane. Além de
inseticidas ocorre também em sabões e loções escabicidas. Nome comercial – Nedax.
DDT – DICLORODIFENILTRICLOROETANO
Outros nomes: anofex, cesarex, neocid etc. Pó sólido branco cristalino, de PF 108,9 graus.
O produto técnico é um pó sólido de cor creme, formado por diversos isômeros e
impurezas de fabricação. É praticamente insolúvel em água e solúvel na maioria dos
solventes orgânicos. Sintetizado em 1873, sendo as propriedades descobertas por Paul
Muller em 1939. É altamente persistente no meio. Seu uso é proibido na maioria dos
países, ficando restrito a áreas endêmicas de malária. Foi introduzido como pesticida na
metade dos anos 40. Possue solubilidade em água extremamente baixa e uma elevada
solubilidade em gorduras. Após a absorção concentra-se no tecido adiposo, o que provoca
uma proteção, pois diminui sua concentração no sítio de ação tóxica, o sistema nervoso
central. Atravessa com extrema facilidade a barreira placentária, e sua concentração no
feto é igual à da mãe exposta. Pela sua degradação lenta, produz o fenômeno de
bioamplificação, ou seja, uma série de organismos da cadeia alimentar acumula
quantidades crescentes do inseticida em seus tecidos gordurosos a cada nível trófico mais
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elevado. Por último, espécies no topo da cadeia acabam sendo adversamente afetados.
Por exemplo, a população de aves comedoras de peixes pode decair. O declínio é
atribuído à diminuição da espessura da casca dos ovos.
INDUÇÃO ENZIMÁTICA
METOXICLOR
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Nome técnico ou comum: metoxicloro, metoxi-DDT, DMDT e marlate. Nome químico: 2,2-
bis(p-metoxifenil) l,l,l-tricloroetano. Sólido em forma de escamas cinzas, praticamente
insolúvel em água, pouco solúvel nos álcoois e bastante solúvel na maioria dos solventes
orgânicos. Baixa toxicidade, pequena meia-vida biológica, sendo por isso um substituto
natural do DDT, especialmente no controle de insetos de frutas e de vegetais comestíveis.
É também utilizado em forragens.
CLOROBENZILATO
DIFOCOL
Nome técnico ou comum: difocol, kelthane, acarin, mitigan etc. Nome químico: 2,2-bis-
(clorofenil)-l,l,l-tricoloroetanol. O produto puro é sólido incolor, com ponto de fusão de 78,5-
79,5 graus, sendo insolúvem na água e solúvel na maioria dos solventes orgânicos. O
produto técnico é um óleo viscoso de coloração marrom.
HEPTACLOR
Nome técnico ou comum: heptacloro, heptagran, ceresol, dinox, arbinex 30TN, basaklor,
heptaclorane, heptasol, heptox, rhodiaclor, velsicol 104 etc. Tem aspecto de cera,
fundindo-se entre 46 e 74 graus. Puro é um sólido cristalino, com pf de 95 graus.
Praticamente insolúvel em água e solúvel em solventes orgânicos. Usado quase
exclusivamente como formicida. Em alguns países é usado unicamente no controle de
térmitas no tratamento da madeira. Altamente persistente no meio, sendo oxidado a
epóxido ou epoxiheptacloro. Isolado do clordane técnico em 1946.
CLORDANE
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Nome técnico ou comum: clordano, octacloro, chloridan, chlortox, toxichlor, aspon, belt,
topichlor, topiclor, sydane, termex, synclor etc. Líquido escuro de aspecto xaroposo.
Mistura complexa de compostos clorados. Utilizado como inseticida em culturas de arroz,
sementes oleaginosas, cana-de-açúcar e em frutíferas. Em solução oleosa é usado quase
que exclusivamente no controle de térmitas.
ALDRIN
Nome técnico ou comum: aldrin, aldrex, toxadrin, HHDN etc. Quando puro é um sólido
cristalino com pf de 104-104,5 graus. O produto de grau técnico é uma substância de
coloração pardacente. Praticamente insolúvel na água e solúvel em solventes orgânicos,
estável em meio alcalino e também em meio ácido em pH superiro a 3. Altamente
persistente no ambientes. Tem sido extensivamente usado como inseticida, especialmente
como formicida, concentrado (40g/100g). No Brasil seu uso é rigorosamente restringido.
DIELDRIN
ENDRIN
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nas culturas de algodão e cereais, e no combate ao gafanhoto e ratos silvestres em
pomares. Todavia, o seu uso está proibido em diversos países, inclusive no Brasil.
ENDOSULFAN
Nome técnico ou comum: endosulfan, tiodan, malix, ciclodan etc. Mistura de dois
estereoisômeros, o alfaendosulfan, e o betaendosulfan. O produto técnico contém de 90%
a 95% da mistura dos dois isômeros. É um sólido cristalino de cor marrom, com odor de
dióxido de enxofre, tem um pf de 70-100 graus. É estável à ação da luz, solar, pouco
estável com ácidos e bastante instável à ação dos álcalis. É insolúvel na água e
moderadamente solúvel na maioria dos solventes orgânicos. É um inseticida de amplo
espectro, sendo utilizado no combate às pragas de culturas como o café, chá, algodão
arroz, milho, sorgo, cítricas e hortaliças.
DODECACLORO
Nome técnico ou comum: dodecacloro, Mirex. Sólido cristalino branco, insolúvel em água e
solúvel em solventes orgânicos. Utilizado como formicida sob a forma de iscas atrativas
em com máximas de 0,3 %. Seu uso é severamente restrito, sendo substituído por outros
compostos como, por exemplo, a sulfluramida.
CLORDECONA
Nome técnico ou comum: Clordecone, kepone etc. É obtido pela substituição de um átomo
de cloro por um oxigênio, resultando em um grupo cetona no dodecacloro. Assim é um
produto de oxidação do Mirex. O produto técnico, no estado sólido, contém cerca de 90 %
do composto puro. É pouco solúvel na água, pouco solúvel em acetona e solúvel em
benzeno e hexano. A clordecona é utilizada como inseticida em hortaliças. O principal
metabólito da clordecona é a clordecona álcool, que aparece na bile como conjugado com
ácido glicurônico. A principal rota de excreção é pelas fezes. Colestiramina administrada a
pacientes intoxicados eleva de 3 a 18 vezes a excreção fecal da clordecona, diminui os
T1/2 no sangue de 140 a 80 dias, e aumenta a velocidade de recuperação das
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manifestações tóxicas. Apenas 5 a 10% da clordecona excretada pela bile aparece nas
fezes, o que indica extensiva reabsorção intestinal. Clordecona em leite de vaca pode ser
uma fonte de exposição humana.
TOXAFENO
INSETICIDAS PIRETRÓIDES
MECANISMO DE AÇÃO:
Alergênicos. Também atuam nos canais de sódio da membrana das células nervosas,
alterando a despolarização e a condução do impulso nervoso (estimulam o SNC e em
doses altas podem produzir lesões duradouras ou permanentes no sistema nervoso
periférico).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Dermatite de contato, urticária; secreção nasal aumentada
(irritação de vias aéreas), broncoespasmo; irritação ocular, lesão de córnea; em casos de
intoxicação grave: manifestações neurológicas como hiperexcitabilidade, parestesia e
convulsões.
TRATAMENTO: Medidas de descontaminação – pele: água e sabão; olhos: soro
fisiológico ou água durante 15 minutos; digestiva: carvão ativado, catártico. Anti-
histamínicos, broncodilatadores, corticóides, anti-convulsivantes (Diazepam) Em casos de
hipersensibilidade severa, tratamento imediato: manter respiração, adrenalina, anti-
histamínicos, corticóides, fluídos EV. Medidas de suporte.
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FUNGICIDAS
Captan: Pouco tóxico utilizado para tratamento de sementes para plantio. Observado
efeito teratogênico em animais de laboratório.
Hexaclorobenzeno: Pode causar lesões de pele tipo acne (cloroacne), além de uma
patologia grave, a porfiria cutânea tardia.
HERBICIDAS
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diminuindo o nível de emprego na zona rural. Seus principais representantes e produtos
mais utilizados são:
Dipiridilos: Entre os herbicidas dipiridilos, o Paraquat (Gramoxone) é extremamente
tóxico se ingerido (ação rápida); ingestão de volumes superiores a 50 ml é
sistematicamente fatal. No sentido de prevenir o uso para tentativas de suicídio, a
preparação comercial contém substâncias nauseantes e que conferem odor desagradável
ao produto.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Lesão inicial: irritação grave das mucosas; lesão tardia: após 4 a 14 dias, começa a haver
alterações proliferativas e irreversíveis no epitélio pulmonar; seqüelas: insuficiência
respiratória, insuficiência renal, lesões hepáticas. A absorção dérmica é mínima. Contato
com olhos pode provocar inflamação da córnea e conjuntiva. Contato freqüente com a
mucosa nasal pode determinar sangramento. A ingestão de Paraquat causa desconforto
gastrointestinal em algumas horas. O início dos sintomas respiratórios e a morte podem
ser retardados por vários dias. Os casos de evolução fatal podem ser divididos em três
tipos:
1. Intoxicação aguda fulminante, após absorção maciça, ocorrendo óbito por uma
combinação de edema pulmonar, oligúria, insuficiência hepática, adrenal e distúrbios
bioquímicos.
3. Fibrose pulmonar tardia iniciando após quatro dias e podendo evoluir por várias
semanas normalmente culminando com óbito por insuficiência respiratória.
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respiratória, se necessário. A administração excessiva de O2 pode agravar a lesão
pulmonar. Não existe antídoto específico para o Paraquat.
Glifosato: Ex: Round-up. Absorção oral – 36%, eliminação – 99% em 7 dias. Adulto com
ingesta a partir de 0,5 ml/Kg da formulação comercial necessita avaliação e monitorização
hospitalar. Dose de 25 ml tem causado lesões gastro-esofágicas. Não tem ação inibitória
de colinesterase.
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bicarbonato de sódio a 5%, demulcentes e óleo de rícino (dissolve os fenóis e retarda a
absorção), carvão ativado.
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RATICIDAS ANTI-COAGULANTES – Cumarínicos e derivados da indandiona:
USOS: Raticidas, medicamentos.
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ESTRICNINA
USOS: Medicamentos homeopáticos. Seu uso como raticida é proibido, embora haja
distribuição clandestina.
ARSÊNICO
USOS: Proibido atualmente, utilizado como raticida de distribuição clandestina. Algumas
medicações homeopáticas podem conter arsênico.
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Gosto metálico, queimação na boca, esôfago e estômago,
gastrite ou gastroenterite hemorrágica, diarréia profusa e dolorosa, desidratação.
Irritabilidade, sonolência, delírio, espasmos musculares, tontura, tremores, paralisia,
convulsões, coma. Insuficiência renal aguda. Necrose hepática. Choque hipovolêmico e
cardiogênico. Óbito pode sobrevir entre 24h a 4 dias. Exposição por inalação causa dano
agudo em vias respiratórias, conjuntivas e pele.
USOS: Seu uso como raticida é restrito a situações muito especiais. Uso comercial é
proibido.
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com intoxicação por fluoracetato. Distúrbio de ritmo cardíaco é comum apenas após a
fase convulsiva. Pulso alternado, longas seqüências de batimentos ectópicos
(freqüentemente multifocal) e taquicardia ventricular podem evoluir para fibrilação
ventricular e morte.
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