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ALQUIMIA E HERMETISMO

Como do Oriente asiático tem chegado as doutrinas cabalísticas,


do Egito e da tradição hermética (de Hermes Trismegisto ou
Thoth, o fundador, tradicional dos mistérios egípcios) faz-se
originar a Alquimia (palavra árabe que parece significar "a
Substância"), daqueles que se auto denominavam verdadeiros
filósofos.

O significado comum e familiar do adjetivo hermético pode nos


dar uma idéia do sigilo por meio do qual os alquimistas
costumavam ocultar a verdadeira natureza de suas misteriosas
pesquisas. Não devemos portanto estranhar se a maioria das
pessoas segue acreditando, ainda hoje, que os principais
objetivos dos alquimistas foram os de enriquecer-se por meio da
pedra filosofal, que deveria converter o chumbo em ouro puro, e
alongar notavelmente a duração de sua existência, livrando-se,
ao mesmo tempo, das enfermidades por intermédio de um elixir
e de uma milagrosa panacéia.

Nessa mística lápis philosophorum, entretanto, nós os maçons


não podemos deixar de reconhecer uma particular encarnação,
um estado de pureza, refinamento e perfeição da mesma pedra
em cujo trabalho principalmente consiste nosso labor. Quando
refletimos sobre o segredo simbólico, no qual, à nossa
semelhança, envolviam seus trabalhos para ocultá-los aos
profanos da Arte, não podemos ter a menor dúvida de que, além
dessas finalidades materiais, que justificavam para os curiosos
suas ocupações, os reais esforços de todos os verdadeiros
alquimistas foram dirigidos para objetivos essencialmente
espirituais.
A pedra filosofal não pode ser pois, nada senão o conhecimento
da Verdade, que sempre exerce uma influência transmutadora e
enobrecedora sobre a mente que a contempla e se reforma à sua
imagem e semelhança. Unicamente por meio desse
conhecimento, que é realização espiritual, podem converter-se
as imperfeições, as paixões e as qualidades mais baixas e vis dos
homens naquela perfeição ideal da qual o ouro é símbolo mais
adequado.

Com esta chave é relativamente fácil para nós entendermos a


misteriosa linguagem que os alquimistas utilizam em suas obras,
e como a própria personalidade do homem é o athanor, mantido
ao calor constante de um ardor duradouro, onde devem
desenvolver-se todas as operações.

O parentesco entre o simbolismo alquímico e o maçônico aparece


com bastante clareza no desenho que reproduzimos, extraído de
uma ilustração da obra de Basílio Valentin sobre o modo de fazer
o ouro oculto dos filósofos, igualmente adotado por outros
autores.

A Grande Obra dos alquimistas, e aquela que procuramos em


nossos simbólicos trabalhos, apresentam, efetivamente, uma
idêntica finalidade comum a todas as escolas iniciáticas, seja no
significado místico da realização individual, como numa
iluminada e bem dirigida ação social, que tem por objetivo o
aprimoramento do meio e a elevação, o bem e o progresso
efetivo da humanidade.
Fonte: Sociedade das Ciências Antigas

Colaboração: Renato Burity Oliveira

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