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y lQ
lQ lQ
y lQ
lQ
lQ
lQ
t = f (a + ∆x) Q
Q l
Q Q
γ l
Q
f (a + ∆x) − f (a)
t
Q
γ : y = f (x)
b P
f (a) P
θ θQ ∆x
a s x θ θQ
a s = a + ∆x x
por
José Adonai Pereira Seixas
Maceió-2010
4 Aplicações da Derivada 41
4.1 Taxa de Variação – Cinemática . . . . . . . . . 42
4.2 Variação das Funções . . . . . . . . . . . . . . . 43
Conteúdo 4.2.1 Teoremas Fundamentais . . . . . . . . . 43
4.2.2 Funções Monótonas . . . . . . . . . . . 45
4.3 Máximos e Mı́nimos . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.4 Regras de L’Hospital . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.6 Sugestões & Respostas . . . . . . . . . . . . . . 54
Referências Bibliográficas 55
1 Funções e Gráficos 1
1.1 Funções Trigonométricas . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Sugestões & Respostas . . . . . . . . . . . . . . 10
2 Limite e Continuidade 11
2.1 Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Limites Laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3 Limites Infinitos e no Infinito . . . . . . . . . . 18
2.4 Funções Contı́nuas . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.5 Operações com Funções Contı́nuas . . . . . . 22
2.6 Limites Trigonométricos Fundamentais . . . . 23
2.8 Sugestões & Respostas . . . . . . . . . . . . . . 25
3 Derivadas 26
3.1 A Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2 A Função Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3 Regras de Derivação . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Derivadas de Funções Elementares . . . . . . 31
3.5 A Regra da Cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.6 Derivadas de Ordem Superior . . . . . . . . . . 37
3.7 Derivação Implı́cita . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.9 Sugestões & Respostas . . . . . . . . . . . . . . 39
UFAL – EAD – Cálculo 1
J. Adonai
Parte 1: Funções e Gráficos
Objetivos Especı́ficos
Objetivo Geral
Maceió-2010
Funções e Gráficos (J. Adonai) -2
Por exemplo, na figura 1, vemos que f é crescente no intervalo [x0 , b]. Vale observar que uma lei do tipo y = c, onde c é uma constante,
É possı́vel desenvolver ferramentas que permitem esboçar G(f ) também representa uma função afim. Seu gráfico é uma reta horizontal,
com precisão. Uma delas é a derivada de uma função, que estudaremos paralela ao eixo-x e passando por y = c. A imagem dessa função é o
em aulas futuras. Por enquanto, nos limitaremos a esboçar, em alguns conjunto {c}. Uma equação do tipo x = c representa uma reta vertical,
casos grosseiramente, alguns gráficos de funções relativamente simples. passando por x = c, mas não representa uma função (y = f (x)). Por
quê?
Exemplo 1.2. [Função Afim] Dadas as constantes a, b ∈ R, consi-
dere a função f (x) = ax + b, x variando em R. Em outras palavras, 1-1 Exercı́cio
Resposta
f : R −− −→
−− R Esboce os gráficos das funções afins abaixo, des-
. tacando os pontos onde elas furam os eixos co-
x −−−−−→ y = f (x) = ax + b
ordenados.
Funções deste tipo são chamadas funções afins. No caso, b = 0, ficamos
com f (x) = ax, que são as funções lineares de R em R. Assim (a) y = x + 1, x ∈ R.
(b) y = −x, x ∈ R.
G(f ) = {(x, y) ∈ R2 ; y = ax + b}.
(c) y = 2x, x ∈ R.
Portanto, esboçar o gráfico de f , significa desenhar todas as duplas da (d) y = −2x + 2, x ∈ [−2, 2].
forma (x, y), onde y = ax + b e x percorrendo os números reais. Vimos,
em Geometria Analı́tica, que as soluções de y − ax − b = 0 é uma
reta. Portanto, o gráfico procurado é esta reta. Posto isto, basta dois Exemplo 1.3. [Função quadrática] Seja
pontos para desenhar o gráfico de f . Um modo simples de fazer isto
f (x) = ax2 + bx + c,
é fazer x = 0, que dá y = b e x = 1, que produz y = a + b. Assim,
traçando a reta que passa por P = (0, b) e Q = (1, a + b), temos a figura onde a, b, c ∈ R, a 6= 0, são constantes. No nosso curso de Geometria
desejada. Abaixo vemos o gráfico de f , representando o caso geral, e o Analı́tica, vimos que
caso particular, linear, y = x, x variando em todo R. y = ax2 + bx + c
y descreve uma parábola com reta diretriz paralela ao eixo-x e eixo para-
y
lelo ao eixo-y. Assim, podemos esboçar o gráfico de f a partir de três
pontos escolhidos com certo cuidado. A escolha destes pontos depende
essencialmente do discriminante, 4 = b2 −4ac. Inicialmente, calculamos
Q
a+b
1
o ponto do gráfico que é o vértice da parábola, que é dado por
b
−b −b −b −4
1 x V =( , f ( )) = ( , ).
1 x
2a 2a 2a 4a
Figura 2: O gráfco de y = ax + b Figura 3: O gráfco de y = x Os outros dois pontos, digamos Q1 e Q2 , podem ser escolhidos com
abscissas x1 e x2 simétricas com relação à abscisa de V . Quando ∆ > 0,
Funções e Gráficos (J. Adonai) -4
x1 e x2 podem ser as raı́zes de f , isto é, Q1 = (x1 , 0) e Q2 = (x2 , 0), prévio da forma do gráfico de uma função? Bem, o que fazemos é esco-
onde √ √ lher alguns valores para a variável x, calcular o valor de f nestes pontos,
−b − 4 −b + 4 marcar as duplas (x, f (x)) obtidas e a seguir construir uma poligonal
x1 = e x2 = .
2a 2a ligando tais duplas, obtendo assim uma grosseira aproximação para a
y y y curva y = f (x). À medida que escolhemos mais pontos melhoramos a
aproximação poligonal e, portanto, nos aproximamos cada vez mais da
4
forma correta da curva.
∆<0
y
∆>0
∆
− 4a
1
x0
x0 x x1 x2 x −1 1 2 x
∆
− 4a
1-2 Exercı́cio f : R −→ R, y
Resposta
Esboce os gráficos e descreva as imagens das se- dada por f (x) = x3 . Como não co-
guintes funções quadráticas. Indique os inter- nhecemos esta função, para desenhar
valos onde as funções crescem e decrescem. (Atente para o domı́nio, o seu gráfico tabelamos alguns valores
em cada caso.) e, a partir deles, obtemos um primeiro
(a) y = x2 , 1 ≤ x ≤ 2. esboço. Depois, deixamos a intuição
x
(b) y = −x2 + 1, −2 ≤ x ≤ 2. trabalhar.
(c) y = x2 + 3x, x ∈ R. x −1 − 23 − 13 0 1
3
2
3
1
(d) y = x2 − 3x + 2, x ∈ R. 8
y −1 − 27 1
− 27 0 1
27
8
27
1
Para o esboço dos gráficos, nos exemplos acima, tivemos o auxı́lio Ao lado, vemos parte da curva y = x3 ,
de alguns conhecimentos obtidos em Geometria Analı́tica quando estu- que corresponde ao intervalo [−1, 1].
damos retas e cônicas. O que fazer quando não temos um conhecimento
Funções e Gráficos (J. Adonai) -5
Observe que a imagem desta função coincidem com conjunto dos números x < 0, temos y = −x. A seguir vemos a curva y = |x| e uma tabela com
reais, isto é, I(f ) = R. Outra observação que podemos fazer é que f as- alguns valores de f .
sume valores negativos para x negativo, valores positivos para x positivo
e, finalmente, que ela é uma função crescente. x |x|
y
∗
Exemplo 1.5. Indicando por R o conjunto dos números reais dife- −4 4
rentes de zero, definimos a função recı́proco, f : R∗ −→ R∗ , dada por −3 3
y = f (x) = x1 . Tabelando alguns valores e em seguida localizando os −2 2
pontos no plano cartesiano, obtemos um esboço do gráfico de f . −1 1
y
x y 0 0
−5 − 15 1 1
−4 − 14 2 2 x
−3 − 13 3 3
−2 − 12 4 4
−1 −1
x
1 1 Exemplo 1.7. Podemos construir novas funções a partir da colagem
1 de outras funções conhecidas. No que segue, usaremos uma função
2 2
3 1 quadrática e uma afim para construir uma nova, cujo gráfico é um arco
3
1 de parábola colado a um segmento de reta. De fato, defina f : R −→ R
4 4 por
1
5 5 2
−x + 2x, se x ≤ 2
Convém observar neste ponto que a curva acima é uma hipérbole. De f (x) =
x − 1, se x > 2.
fato, os argumento que usamos ao girar uma cônica (veja o exercı́cio 4.12 y
do curso de Geometria Analı́tica), mostram facilmente que a rotação de Portanto, para x abaixo de 2, temos
45o no sentido anti-horário em torno da origem da hipérbole equilátera y = f (x) é um arco da parábola
2
x2
2
− y2 = 1 produz a hipérbole xy = 1, que é exatamente a curva y = x1 .
y = −x2 + 2x
Exemplo 1.6. [Valor Absoluto] Considere f : R −→ [0, +∞), defi-
nida por f (x) = |x|, onde |x| é o valor absoluto de x e para x maior do que 2, obtemos a x
x, se x ≥ 0 reta
|x| = y = x − 1.
−x, se x < 0.
Este é outro exemplo que podemos desenhar a curva y = f (x) a partir Como sabemos esboçar parábolas e re-
do nosso conhecimento de retas, pois para x ≥ 0, temos y = x e para tas, fica fácil desenhar y = f (x).
Funções e Gráficos (J. Adonai) -6
Exemplo 1.8. A função maior inteiro, indicada por [ ] : R −→ R, é Uma famı́lia de funções que desempenha papel de grande re-
definida por levância no Cálculo é a das funções trigonométricas que introduziremos
[x] = maior inteiro ≤ x. agora.
B
x
t>0
sen t
O cos t A = (1, 0) x
t<0
t tem comprimento π/2, que é um quarto do comprimento de S 1 . Logo, Na figura a seguir, vemos desenhado o arco de comprimento π/6,
B = (0, 1) e, portanto, cos π2 = 0 e sen π2 = 1. Discussão semelhante que divide o primeiro quadrante do cı́rculo S 1 em três arcos de com-
pode ser feita para o sen, obtendo sen t ≥ 0, para t ∈ [0, π] e sen t < 0, primento π/6. Portanto, o ângulo BOB 0 deve medir 30◦ . Donde con-
para t ∈ (π, 2π). y
Agora, dado t ∈ R, t > 0, contamos quantas vezes 2π cabe em
t, no caso t > 0, ou quantas vezes −2π cabe em t, se t < 0, isto é,
procuramos o inteiro m tal que t = 2mπ + t0 , onde t0 ∈ [−2π, 2π] B
e definimos cos t = cos t0 e sen t = sen t0 . Convém observar que isto
1 t= π
equivale a pensar num cordão de comprimento t, prendê-lo por uma 2
√
30◦
6
B0 A = (1, 0) x
extremidade ao ponto A e enrolá-lo sobre S 1 , no sentido anti-horário, O
2
3
t cos t sen t
cluı́mos que o triângulo 4OB 0 B é retângulo e o ângulo OBB 0 mede 60◦ .
0 1 0 y Logo, cos π6 e sen π6 são, respectivamente, a altura e a metade o lado de
√
π 3 1 um triângulo equilátero de aresta 1. Portanto,
6 2 2
√ √
π 1 3
B π 3 π 1
3
√
2 2
√
cos = e sen = .
π 2 2 √ t= π
6 2 6 2
2 4
4 2 2 2 45◦
√
O leitor atento, agora, deve observar que, da mesma figura, decorre que
π B0 A = (1, 0) x
2
0 1 O
2
2
√
π 1 π 3
π −1 0 cos = e sen = .
3 2 3 2
3π
2
0 −1 A partir da definição, obtemos a seguinte identidade fundamental.
2π 1 0
Proposição 1.9. Dado t ∈ R, então (cos t)2 + (sen t)2 = 1.
A seguir, mostraremos como calcular o seno e o cosseno de π/4 e
π/6. Na figura acima, vemos desenhado o arco de comprimento π/4, que Demonstração. De fato, temos que B = (cos t, sen t) e B ∈ S 1 , que
divide o primeiro quadrante do cı́rculo S 1 em dois arcos de comprimento tem equação x2 + y 2 = 1. Logo, cos2 t + sen2 t = 1.
π/4. Portanto, o ângulo BOB 0 deve medir 45◦ . Donde concluı́mos que o
triângulo 4OB 0 B é retângulo e isósceles, e seus catetos são cos t e sen t, Agora enunciamos algumas propriedades notáveis das funções sen
com cos t = sen t. Como a hipotenusa mede 1, segue-se que 2 cos2 t = 1 e cos.
e, portanto, Proposição 1.10. Dados s, t ∈ R e m ∈ Z, valem as seguintes propri-
π π √
cos = sen = 2/2. edades.
4 4
Funções e Gráficos (J. Adonai) -8
(i) cos(−s) = cos s. o que dá (v). Para (vi), usamos (iv) juntamente com cos( π2 ) = 0 e
sen( π2 ) = 1:
(ii) cos(s + 2mπ) = cos s.
π π π
cos( − s) = cos( ) cos s + sen( ) sen s = sen s.
(iii) cos(s + t) = cos s cos t − sen s sen t. 2 2 2
(iv) cos(s − t) = cos s cos t + sen s sen t. Para (ix), simplesmente escrevemos
−t
cos(s − t) = cos(s + (−t)) D = (cos t, − sen t)
Vejamos, agora, os gráficos do sen e do cos. Notamos que o sen determine todos os valores possı́veis para a e b.
cresce no intervalo [0, π2 ], onde seus valores variam de sen 0 = 0 até
sen π2 = 1. Então começa a decrescer em [ π2 , 3π
2
], onde atinge 0 em π e
começa a atingir valores negativos no intervalo aberto (π, 2π). Final- 1-6 Exercı́cio
Resposta
y y
Dado x ∈ (− π2 , π2 ), definimos a tangente de x
por tg x = sen x
cos x
e a secante de x por sec x =
1
cos x
.
x x
(a) Mostre que 1 + (tg x)2 = (sec x)2 .
2 tg x
(b) Se x ∈ (− π4 , π4 ), mostre que tg 2x = 1−(tg x)2
Figura 16-(a): y = sen x Figura 16-(b): y = cos x
y v
Parte 1
Sugestões & Respostas
y−1
x−1 u
1-1 Voltar
1-3 Voltar
Objetivo Geral
Maceió-2010
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 12
A noção de limite de funções constitui a base do Cálculo Diferen- absoluto da diferença entre eles, isto é, dados s, t ∈ R, a distância entre
cial. Neste parte, estudaremos este conceito, aproveitando, inicialmente, eles é d(s, t) = |s−t|. Portanto, antes de estudarmo limite, é conveniente
o lado intuitivo e culminando com uma definição de limite mais elabo- estalecermos logo as propriedades básicas do valor absoluto.
rada.
Já que falamos em intuição, considere um objeto móvel que se Proposição 2.1. Dados s, t, u ∈ R e > 0, temos que
desloca, ao longo de uma reta, no sentido de um ponto P fixado à sua
frente, distante, digamos 1.000 metros. Suponha que, por alguma razão, (i) |s| ≥ 0, e |s| = 0 se, e somente se, s = 0;
a cada segundo, contado a partir de agora, o objeto percorre a metade
da distância entre ele e o ponto P . Para ser mais claro, por exemplo, (ii) |st| = |s||t|;
no primeiro segundo ele percorre 500 metros, no segundo segundo ele
(iii) |s + t| ≤ |s| + |t|;
percorre 250 metros, no terceiro segundo ele percorre mais 125 metros,
t=0 s t=1 s t=2 s P (iv) ||s| − |t|| ≤ |s − t|;
Exemplo 2.2. Vamos considerar a função f : R −→ R definida por É claro que se x = 2, f (x) = 3, mas isto não importa agora. O que
importa, isto sim, é que valores próximos de 2 produzem para f valores
y = f (x) = 2x − 1. y próximos de 3. Generalizando os argumentos acima, imagine que quere-
mos fazer as distâncias dos valores de f (x) a 3 bem pequenas. Já fizemos
Podemos obter valores de y tão menores do que 0.1 e 0.001, considerando x em um intervalo adequado.
próximos de 3 quanto quisermos, bas- Agora vamos fazê-las menores que > 0, uma distâcia arbitrária, que
tando para isso tomarmos valores de x imaginamos bem pequena. O problema é então: determinar um número
suficientemente próximos de 2. Vamos real δ > 0 tal que
descobrir para que valores de x, perto
de 2, vale:
|x − 2| < δ ⇒ |f (x) − 3| < .
x
2, 9 < y < 3, 1.
ou
Temos:
2 − δ < x < 2 + δ ⇒ 3 − < f (x) = 2x − 1 < 3 + .
2, 9 < y < 3, 1 ⇒ 2, 9 < 2x − 1 < 3, 1 ⇒ 1, 95 < x < 2, 05. Partindo de
Logo, 3 − < 2x − 1 < 3 + ,
deduzimos que
3 − 0, 1 < y < 3 + 0, 1 para 2 − 0, 05 < x < 2 + 0, 05,
2 − /2 < x < 2 + /2.
ou seja,
Podemos, portanto, escolher δ = /2. De fato,
−0, 1 < f (x) − 3 < 0, 1 quando − 0, 05 < x − 2 < 2 + 0, 05.
2 − /2 < x < 2 + /2 ⇒ 4 − < 2x < 4 + ⇒ 3 − < f (x) < 3 + .
Usando o valor absoluto, isto é o mesmo que,
Logo, para cada > 0 dado, existe por exemplo δ = de modo que:
|f (x) − 3| < 0, 1 quando |x − 2| < 0, 05. 2
Portanto, a distância de f (x) a 3 fica menor do que 0, 1, se consideramos 2 − δ < x < 2 + δ =⇒ 3 − < f (x) < 3 + .
os x que distam de 2 menos de 0.05. Agora vamos ver se é possı́vel
tornar os valores de f um pouco mais próximos de 3. Vamos fazer suas ou, usando o valor absoluto,
distâncias a 3 menores do que 0.001, isto é, |(2x − 1) − 3| < 0.001, ou
2, 99 < 2x − 1 < 3, 01. Um cálculo simples mostra que isto é possı́vel, |x − 2| < δ =⇒ |f (x) − 3| < .
se 2 − 0, 005 < x < 2 + 0, 005, ou |x − 2| < 0, 005. Portanto,
Este resultado pode ser escrito assim: limx→2 f (x) = 3, o limite de f
|x − 2| < 0, 005 ⇒ |f (x) − 3| < 0, 01. quando x tende a 1 é 3.
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 14
Exemplo 2.3. Considere a função g definida em R − {2} por Exemplo 2.4. Consideremos h : R −→ R definida por
(2x − 1)(x − 2) (2x − 1)(x − 2)
g(x) = . , se x 6= 2
h(x) = x − 2
x−2 5, se x = 2
Como x−2 = 1, sempre que x 6= 2, vemos que g coincide com f , do
x−2 Note que a diferença entre h e g, do exemplo anterior, é que conhecemos
exemplo anterior, em seu domı́nio R − {2}. Portanto, seu limte em
o valor de h em x = 2. Temos limx→2 h(x) = 3, mas h(2) = 5, e,
x = 2 existe e deve ser 3, isto é: limx→2 g(x) = 3.
portanto, limx→2 h(x) 6= f (2).
y
y
x+1 lim (x + 1) 6 3
Exemplo 2.12. limx→5 = x→5 = = .
x−1 lim (x − 1) 4 2
x→5
Exemplo 2.13.
x2 − 1 (x − 1)(x + 1)
lim = lim = lim (x + 1) = 2.
x→1 x − 1 x→1 (x − 1) x→1
2-2 Exercı́cio
Resposta
Calcule os seguintes limites.
x2 +x−1 x
(a) limx→0 x2 +1
.
2 −4
(b) limx→2 xx−2 .
x3 −8
(c) limx→2 x−2 .
30 −1030
(d) limx→10 x x−10 . Notamos que, quando x se aproxima de 1 pela direita, f (x) se apro-
(e) xn −an
limx→a x−a , onde n ∈ N. xima de 1/2 e quando x se aproxima de 1 pela esquerda, f (x) se
aproxima de zero. Neste caso, dizemos que não existe limx→1 f (x).
Entretanto, podemos falar nos limites laterais:
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 17
de f em x = 1 é 1/2;
√
y= x−4
(ii) limx→1− f (x) = 0, e diremos que o limite à esquerda de f em
x = 1 é 0.
Observamos que à medida que x cresce, atingindo cada vez mais valores x
positivos, os valores de f se aproximam, e se mantêm próximos de zero.
Este fato será indicado por 1
y = (x−1)(x−2)
lim f (x) = 0,
x→+∞
o que leremos: o limite de f (x) quando x tende a mais infinito é zero. Observe que
Analogamente, à medida que x decresce, assumindo valores negativos,
os valores de f se aproximam, e se mantêm próximos de zero. Este fato (i) limx→+∞ g(x) = 0.
será indicado por
(ii) limx→−∞ g(x) = 0.
lim f (x) = 0,
x→−∞
(iii) limx→1− g(x) = +∞.
o que leremos: o limite de f (x) quando x tende a menos infinito é zero.
Ainda olhando para o gráfico de f , agora para valores de x perto (iv) limx→1+ g(x) = −∞.
de zero com x > 0, notamos que f atinge valores cada vez maiores.
Representaremos isto, escrevendo: (v) limx→2− g(x) = +∞.
lim f (x) = +∞. (vi) limx→2+ g(x) = +∞.
x→0+
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 19
Definição 2.21. Seja f definida em algum conjunto D contendo um se para cada número real M > 0 dado arbitrariamente, existe um
intervalo aberto (a, c), para algum c > a. Diremos que o limite número δ > 0, que pode depender de M , tal que para x ∈ I com
à direita de f em x = a é mais infinito, o que será denotado por,
limx→a+ f (x) = +∞, se a − δ < x < a + δ e x 6= a =⇒ f (x) > M.
∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que a < x < a + δ =⇒ f (x) > M. Em outras palavras
Definição 2.23. Seja f definida em algum conjunto D contendo um Definição 2.26. Dada a função f definida num conjunto D con-
intervalo aberto (a, c), para algum c > a. Diremos que o limite à tendo um intervalo do tipo [a, +∞) dizemos que o limite de f (x)
direita de f em x = a é menos infinito, o que será denotado por, quando x tende a +∞ é L, e escreveremos
limx→a+ f (x) = −∞, se
lim f (x) = L,
x→+∞
∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que a < x < a + δ =⇒ f (x) < −M.
se para cada número real > 0 dado arbitrariamente, existe um
número N > 0, que pode depender de , tal que para x ∈ D com
Definição 2.24. Seja f definida em algum conjunto D contendo um
intervalo aberto (b, a), para algum b < a. Diremos que o limite à N < x =⇒ L − < f (x) < L + .
esquerda de f em x = a é menos infinito, o que será denotado por,
limx→a+ f (x) = +∞, se Em outras palavras
∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que a − δ < x < a =⇒ f (x) < −M. ∀ > 0, ∃ N > 0 tal que x ∈ D e N < x =⇒ |f (x) − L| < .
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 20
Definição 2.27. Dada a função f definida num conjunto D con- 2-3 Exercı́cio
Resposta
tendo um intervalo do tipo (−∞, a] dizemos que o limite de f (x) Calcule os seguintes limites no infinito.
quando x tende a −∞ é L, e escreveremos x3 +x−1
(a) limx→+∞ x2 +1
.
lim f (x) = L, x2 −4
x→−∞
(b) limx→+∞ 2x2 +2 .
(c) limx→+∞ p(x)
q(x)
, onde
se para cada número real > 0 dado arbitrariamente, existe um
número N > 0, que pode depender de , tal que para x ∈ D com
p(x) = an xn + an−1 xn−1 + an−2 xn−2 + · · · + a0
x < −N =⇒ L − < f (x) < L + .
e
Em outras palavras q(x) = bn xn + bn−1 xn−1 + bn−2 xn−2 + · · · + b0
são dois polinômios de grau n.
∀ > 0, ∃ N > 0 tal que x ∈ D e x < −N =⇒ |f (x) − L| < .
Agora, convidamos o leitor para definir limx→±+∞ f (x) = ±∞. 2.4 Funções Contı́nuas
Comecemos examinando os dois gráficos abaixo. Inicialmente,
1 − x2 , se x < 1 consideremos o gráfico de
Exemplo 2.28. Para a função f (x) = , temos
x, se x > 1
3
x − 1, se − 1 ≤ x ≤ 2
f (x) =
4x + 1, se 2 < x ≤ 4
lim f (x) = −∞ e lim f (x) = +∞ .
x→−∞ x→+∞ y
x
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 21
(iv) h(x) = 2x , x ∈ R.
x Vejamos os gráficos de r e h.
y
√
Definição 2.29. Uma função f : I −→ R definida no intervalo I é y= x
kg(y) − g(b)k = kg(f (x)) − g(f (a))k = k(g ◦ f )(x) − (g ◦ f )(a)k < .
(iii)
1
: D −− −→
−− R Em resumo, temos que
f
1 1
x −−−−−→ (x) = , x ∈ D, kx − ak < δ =⇒ k(g ◦ f )(x) − (g ◦ f )(a)k < ,
f f (x)
se f (x) 6= 0, para todo x ∈ I. isto é, g ◦ f é contı́nua em a.
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 23
Exemplo 2.34. A função h(x) = (g ◦ f )(x) = g(f (x)) = 2cos x é con- posto que f é o quociente de funções contı́nuas, e, nos pontos onde os
tinua porque é a composta de g(x) = 2x com f (x) = cos x que são limites foram avaliados,o denominador x não se anula. Mas, e em x = 0,
sen x
contı́nuas. Em particular, limx→0 h(x) = 2. De fato, x
tem limite? Consideremos a seguinte a tabela.
sen x 1 2
limπ f (x) = lim = π = ,
x→ 2 π x 2
π
x→
2
sen x
lim f (x) = lim = 0,
x→π x→π x √ √ É isso mesmo que ocorre, ou seja, temos o seguinte teorema.
2
sen x 2 2
limπ f (x) = limπ = π2 = ,
x→ 4 x→ 4 x 4
π Teorema 2.35.
sen x
sen x lim = 1.
lim f (x) = lim = sen 1, x→0 x
x→1 x→1 x
Limite e Continuidade (J. Adonai) - 24
Demonstração. Na figura ao lado, vemos o arco x, seu seno e sua Demonstração. Começamos observando que
π
tangente. Notamos inicialmente que para 0 < x < , temos
2 cos x − 1 cos( x2 + x2 ) − 1 cos2 ( x2 ) − sen2 ( x2 ) − 1
= =
x x x
sen x < x < tan x. sen2 ( x2 ) sen2 ( x2 )
= −2 =− x
Dividindo por sen x (sen x > 0), obte- x 2
mos tg x
Logo, podemos escrever
x 1 sen x x
1< < .
sen x cos x cos x − 1 sen u
Como limx→0 1 = 1 e = − sen u ,
x u
1 onde u = x2 . Portanto,
lim = 1,
x→0 cos x
cos x − 1 sen u sen u
concluı́mos que lim = − lim sen u = lim sen u lim = 0 · 1 = 0.
x x→0 x u→0 u u→0 u→0 u
lim+ =1
x→0 sen x
e, portanto, y
sen x
lim+ = 1.
x→0 x
y = cos x
x−1
Para concluir, observe que para x < 0, temos 1
y= x
2-4 Voltar
(a) a = 0.
(b) a = 1.
2-5 Voltar
(a) Observe que D é determinado por x2 − 1 ≥ 0. Logo, D√ =
Parte 2 (−∞, −1]∪[1, −∞). h = g◦f , onde f (x) = x2 −1 e g(x) = x.
√
Sugestões & Respostas (b) D = [−1, 1]. h = g ◦ f , onde f (x) = 1 − x2 e g(x) = x.
2-6 Voltar
tg x 1 sen x
(a) Escreva x
= cos x x
.
Objetivo Geral
Maceió-2010
Derivadas (J. Adonai) - 27
A derivada é um conceito matemático, que teve origem nos pro- ângulo θQ que ela faz com o eixo-x, isto é,
blemas geométricos clássicos de tangência, que se aplica sempre que
t−b
queremos medir a rapidez com que um certo fenômeno acontece. Por- iQ = tg θQ = .
tanto, ele é aplicável na Fı́sica, quando queremos medir a velocidade s−a
de um partı́cula; na Biologia, quando queremos medir o crescimento de Agora é só fazer Q caminhar para P , ou, equivalentemente, fazer s
uma determinada população; na Quı́mica, quando queremos medir a tender para a e t tender para b, e esperar que o limite
velocidade numa reação quı́mica; em Engenharia, quando queremos es-
t−b
tudar deformações; em Economia e Finanças, ela aparece como o custo lim in = lim tg θQ = lim
marginal.
t→b
s→a
t→b
s→a
t→b
s→a
s−a
Podemos motivar a construção da derivada, a partir da noção exista, caso no qual deve coincindir com a inclinação da tangente l, a
intuitiva que temos de reta tangente a uma curva em um ponto. É saber tg θ, onde θ é o ângulo que l faz com eixo-x.
exatamente isto que faremos. Dada uma curva γ e um ponto P nela, Agora, vamos adaptar tudo isto ao caso em que γ é um gráfico,
a reta tangente em P é a reta que contém P sobre a qual a curva isto é, uma curva y = f (x), para x variando em um intervalo I. Neste
tende a deitar-se. Claro que esta é uma forma carinhosa de se falar y lQ
Q l
Q Q ∆x
γ Q θ θQ
a s = a + ∆x x
t
Q
b P caso, P = (a, b) = (a, f (a)) e o ponto móvel Q é dado por
3.1 A Derivada
f (1 + ∆x) Q
Bem, agora chegou o momento mais esperado: vamos definir deri-
vada de f (x) no ponto a. É simples. Ela é a inclinação da reta tangente
à curva y = f (x) no ponto (a, f (a)), isto é, ela é o limite dado na
equação (E1 ) , página 27. Mais precisamente, temos a seguinte de-
finição.
1 + ∆x
x
Observação 3.4. Escrevendo ∆y = f (a + ∆x) − f (a), podemos es- Este quociente não tem limite quando x tende a zero, porque o seu limite
crever à direita é 1, e o seu limite à esquerda é −1. Logo, a função y = |x|
x
dy ∆y não tem derivada no ponto a = 0, como já havı́amos previsto. Tudo se
f 0 (a) = (a) = lim .
dx ∆x→0 ∆x
passa como se tivéssemos duas tangentes em (0, 0): uma pela direita, a
Observação 3.5. Devido à sua importância dentro do Cálculo, o quo- reta y = x, e a outra pela direita, a rteta y = −x. Entretanto, em todo
ciente usado na definição de derivada ponto x = a 6= 0, a derivada de y = |x| existe e e dada por
∆y f (a + ∆x) − f (a) f (x) − f (a) 0 1, se a > 0
= = , f (a) =
∆x ∆x x−a −1, se a < 0,
definido para ∆x 6= 0 (ou para x 6= a), recebe um nome especial: quo- como o leitor pode verificar facilmente.
ciente de Newton de f em torno de x = a.
Observação 3.8. Se uma função admite derivada num ponto a, então
2
Exemplo 3.6. Retomemos f (x) = x , como no exemplo 3.1 . Naquele seu gráfico admite uma reta tangente no ponto (a, f (a)) e, portanto,
exemplo vimos que deve ser “suave” próximo desse ponto, Um gráfico “anguloso” em um
ponto implica a não existência da reta tangente e, portanto, da deri-
f (a + ∆x) − f (a) f (x) − f (a) vada da função na abscissa do ponto correspondente. A existência da
lim = lim = 2a.
∆x→0 ∆x x→a x−a reta tangente em um ponto da curva também mostra que a curva não
pode ter salto aı́: ela deve ser contı́nua. Este é o conteúdo do próximo
Portanto, f 0 (a) = 2a, em qualquer a. Portanto, podemos dizer que
teorema.
f (x) = x2 é uma função derivável em R. Observe√que, em√particular,
f 0 (1) = 2, f 0 (−1) = −2, f 0 (3) = 6, f 0 (5) = 10 e f 0 ( 2) = 2 2.
Teorema 3.9. Se f : I −→ R tem derivada em x = a, então ela é
contı́nua aı́.
y
Exemplo 3.7. Seja
Demonstração. Temos que
x, se x ≥ 0
y = f (x) = |x| = f (x) − f (a)
−x, se x < 0, f 0 (a) = lim .
x→a x−a
cujo gráfico, vemos ao lado. Como
vemos na figura, o ponto P = (0, 0) x
Mostremos, agora, que limx→a (f (x) − f (a)) = 0. Com efeito, de
da curva y = |x|, não pode admitir
f (x) − f (a)
uma reta tangente bem definida. Isto f (x) − f (a) = · (x − a)
revela que a derivada de |x| não existe em x = 0. De fato, o quociente x−a
de Newton de |x| em torno de x = 0 é dado por vem que
lim (f (x) − f (a)) = f 0 (a) · 0 = 0,
f (x) − f (0) |x| 1, se x > 0 x→a
= = como querı́amos.
x−0 x −1, se x < 0.
Derivadas (J. Adonai) - 30
Observação 3.10. A recı́proca dessa proposição é falsa. No exem- que é a equação da reta procurada.
plo 3.7 , vimos que a função f (x) = |x| não tem derivada em x = 0. y
f 0 : I −−
−→
−− R y = x3
f (x + ∆x) − f (x) .
x −−−−−→ y 0 = f 0 (x) = lim
∆x→0 ∆x
3.3 Regras de Derivação
2
Exemplo 3.11. Seja a função f (x) = x , definida em R. Como vimos Esta seção comporá um teorema que estabelece as propriedades
no exemplo 3.6 , para cada a, f 0 (a) = 2a. Logo, podemos escrever operatórias da derivada.
f 0 (x) = 2x que é a função derivada de f (x) = x2 .
3
Teorema 3.13. [Operações com Derivadas] Se f, g : I ⊂ R −→ Rn
Exemplo 3.12. Seja a função f (x) = x , definida em R. Calculemos são funções deriváveis em x ∈ I, enta valem as seguintes propriedades:
a derivada de f (x) num ponto qualquer x. Temos
(iv) (f + g)0 (x) = f 0 (x) + g 0 (x).
f (x + ∆x) − f (x)
f 0 (x) = lim
∆x→0 ∆x (v) (f g)0 (x) = f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x).
(x + ∆x)3 − x3
= lim f f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x)
∆x→0 ∆x (vi) ( )0 (x) = .
x + 3x2 ∆x + 3x(∆x)2 + (∆x)3 − x3
3 g (g(x))2
= lim
∆x→0 ∆x Demonstração. Vejamos a prova de (i). Notemos, inicialmente, que
2 2 2
= lim [3x + 3x∆x + (∆x) ] = 3x . existem os limites
∆x→0
f (x + ∆x) − f (x)
Portanto, f 0 (x) = 3x2 , x ∈ R, é a função derivada de f (x) = x3 . Em f 0 (x) = lim
∆x→0 ∆x
particular, se queremos obter a reta tangente da curva y = x3 no ponto
e
A = (2, 8), basta calcular f 0 (2) = 3(2)2 = 12, e escrever g(x + ∆x) − g(x)
g 0 (x) = lim .
∆x→0 ∆x
y = 8 + 12(x − 2) = 12x − 16,
Derivadas (J. Adonai) - 31
Logo,
1 1 g(x + ∆x) − g(x)
(f + g)(x + ∆x) − (f + g)(x) f (x + ∆x) − f (x) =− .
lim = lim + g(x + ∆x) g(x) ∆x
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
Portanto,
g(x + ∆x) − g(x)
+ lim 0
∆x→0 ∆x 1 1 1 g(x + ∆x) − g(x) g 0 (x)
(x) = − lim =− .
= f 0 (x) + g 0 (x). g ∆x→0 g(x + ∆x) g(x) ∆x (g(x))2
Para (ii), escrevemos o quociente de Newton A passagem para o caso geral segue-se agora de (ii). De fato,
Demonstração. Seja ∆y
Logo, = 0, e isto implica que
∆x
Sn = 1 + r + r2 + · · · + rn−1 . ∆y
f 0 (x) = lim = lim 0 = 0,
∆x→0 ∆x ∆x→0
Logo,
rSn = r + r2 + r3 + · · · + rn como querı́amos.
e, portanto, √
Proposição 3.16. [Derivadas de xn e n
x]
dxn
Sn − rSn = 1 + r + r2 + · · · + rn−1 − r − r2 − r3 − · · · − rn = 1 − rn . (i) Se n ∈ N, então dx
= nxn−1 , x ∈ R.
dx−n
Donde, (ii) Se n ∈ N, então dx
= −nx−n−1 , x 6= 0.
√ 1
1 − rn = (1 − r)Sn = (1 − r)(1 + r + r2 + · · · + rn−1 ), (iii) dnx
= √
1
n−1 ou, equivalentemente, dx n 1
= n1 x n −1 .
dx n( n x) dx
o que prova (i). Para provar (ii), vamos supor b 6= 0, definir r = a/b
Demonstração. Escrevendo f (x) = xn , temos que
e usar (i). Assim
a n a a a 2 a n−1 f (x + ∆x) − f (x) = (x + ∆x)n − xn
(1 − ) = (1 − )(1 + + + ··· + ).
b b b b b
= ∆x((x + ∆x)n + (x + ∆x)n−1 x + · · · + xn−1 ),
Multiplicando ambos os membros por bn , segue-se (ii). Agora, usando (ii),
vem que onde usamos o item (ii) do lema 3.14 . Logo,
√ n √ n √ √ √ n−1 ∆y
= (x + ∆x)n + (x + ∆x)n−1 x + · · · + xn−1 .
n n n
b−a= b − n
a = b− an
b +
∆x
√ n−2 √ √ n−1
+
n
b n
a··· + n
a , Daı́ vem que
∆y
f 0 (x) = lim = nxn−1 ,
∆x→0 ∆x
o que prova (iii) e termina o lema. n
ou, dx
dx
= nxn−1 , o que prova (i). Para (ii), notamos que x−n = x1n .
Proposição 3.15. [Derivada de uma função constante] Dado um Logo, usando o item (iii) do teorema 3.13 ,
número real c, a função constante y = f (x) = c, x ∈ R, tem derivada
nula em todo x ∈ R. dx−n d x1n nxn−1
= = − n 2 = −nxn−1 x−2n = −nx−n−1 .
Demonstração. Temos que o numerador do quociente de Newton é dx dx (x )
√
∆y = f (x + ∆x) − f (x) = c − c = 0. Agora, escrevendo r(x) = n x, tomando x > 0 e ∆x de modo que
x + ∆x > 0, temos que, usando o item (iii) do lema 3.14 ,
Derivadas (J. Adonai) - 33
∆x
r(x + ∆x) − r(x) = √ n−1 √ n−2 √ √ n−1 3-2 Exercı́cio
n n
x + ∆x + x + ∆x n
x + · · · + ( n x) Resposta √
Calcular derivada de y = 3 x em x = 8. Ache,
e, portanto,
também, a reta tangente da curva em (8, 2).
1 Faça figuras.
r0 (x) = lim √ n−1 √ n−2 √ √ n−1
∆x→0 n n
x + ∆x + x + ∆x n
x + · · · + ( n x)
1 3-3 Exercı́cio
= √ n−1 ,
n
n ( x) Sugestão
Considere y = f (x) = 2x3 + 5x2 − 4x + 4.
e está terminada a proposição. (a) Calcule f 0 (0) e f 0 (2).
√ (b) Determine a onde a reta tangente de y = f (x) em (a, f (a)) é
Observação 3.17. Quando n √ é um número
√ ı́mpar, a função n
x está
paralela ao eixo-x.
definida, também, para x < 0: x = − −x. Portanto, a fórmula que
n n
Observação 3.18. Os itens (i), (ii) e (iii) da proposição 3.16 mos- Demonstração. Seja y = f (x) = sen x. Temos que
tram que para derivar uma potência de x, basta “baixar” esta potência
r
e substituı́-la por ela menos um: dx
dx
= rxr−1 , onde r é um inteiro ou f (x + ∆x) − f (x) = sen(x + ∆x) − sen x
uma fração do tipo 1/n. Veremos oportunamente que esta regra se es-
tende para qualquer potência racional (proposição 3.30 ), ou mesmo = sen x cos ∆x + sen ∆x cos x − sen x
irracional. = sen x(cos(∆x) − 1) + sen(∆x) cos(x).
Exemplo 3.19. Logo,
(i) f (x) = 7 =⇒ f 0 (x) = 0. ∆y sen x(cos ∆x − 1) + sen ∆x cos x cos ∆x − 1 sen ∆x
= = sen x + cos x.
∆x ∆x ∆x ∆x
(ii) f (x) = x2 =⇒ f 0 (x) = 2x.
Como
(iii) f (x) = x5 =⇒ f 0 (x) = 5x4 . sen ∆x cos ∆x − 1
lim =1 e lim =0
√ 1
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
1 3
(iv) f (x) = 4
x =⇒ f 0 (x) = dx 4
dx
= 41 x 4 −1 = 14 x− 4 = 1 1
4 x 34
= 1
4 (√
1
4x 3
. (veja os teoremas 2.35 e 2.36 ), segue-se que
)
(v) f (x) = x5 + 2x2 − x + 7 =⇒ f 0 (x) = 5x4 + 2x − 1. ∆y
f 0 (x) = lim = cos x.
∆x→0 ∆x
(vi) f (x) = x−4 =⇒ f 0 (x) = −4x−4−1 = 4x−5 .
Derivadas (J. Adonai) - 34
Exemplo 3.26. Considere h(x) = (x5 + 1)50 . Vamos calcular h0 (1). Exemplo 3.29.
Uma solução, bem trabalhosa, seria expandir h, obtendo um polinômio
(i) Se f (x) = x2 sen x, então f 0 (x) = 2x sen x + x2 cos x.
de grau 250, e depois calcular sua derivada. Não faremos assim: usare-
mos a regra da cadeia. Para isto sejam (ii) Se f (x) = tg(x) = sen x
, então
cos x
Retomemos, agora, o exemplo 3.22 . Agora podemos estender, para uma potência racional qualquer, a
Exemplo 3.27. Seja g(y) = sen(y) e f (x) = 3x + 1, então regra de derivação de uma potência de x, conforme observação 3.18 .
Proposição 3.30. Se r ∈ Q , e y = xr , x > 0, então
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g(3x + 1) = sen(3x + 1).
dy dx r
A derivada de g ◦ f em um ponto x é dada por = = rxr−1 .
dx dx
(g ◦ f )0 (x) = sen0 (3x + 1)(3x + 1)0 = 3 cos(3x + 1). p
Demonstração. Considere r = q
> 0, p, q ∈ Z, q 6= 0, e escreva
h(x) = xr . Temos que
Podemos reobter (veja o exercı́cio 3-4 ) a derivada do cosseno a
1 1
partir da derivada do seno junto com a regra da cadeia. h(x) = (xp ) q = (x q )p .
d cos x
Proposição 3.28. [Derivada da função cosseno] = − sen x. 1
dx
Logo, h = g ◦ f , onde g(y) = y q , y > 0 e f (x) = xp , x > 0. É claro
Demonstração. Seja f (x) = cos x. Temos que f (x) = sen(x + π2 ). que g e f são deriváveis. Usando a regra da cadeia (teorema 3.23 ),
Logo, usando a regra da cadeia (teorema 3.23 ), temos que vem que h é derivável e
π π π 1 p 1q −1 p−1 p pq −1
f 0 (x) = sen0 (x + )(x + )0 = cos(x + ) = − sen x. h0 (x) = g 0 (f (x))f 0 (x) = (x ) px = x .
2 2 2 q q
Derivadas (J. Adonai) - 37
dn y
Exemplo 3.32. Se y = p(x) é um polinômio de grau m, então dxn
= 0,
3-6 Exercı́cio dm y
para n > m e dx m = m!.
Solução
Derive as seguintes potências.
√ 2
d y
(a) f (x) = ( x)3 . Exemplo 3.33. Se y = sen x, então dx 2 = − sen x = −y. Também, se
2
d z
3
(b) f (t) = tg(1 + t 2 ). z = cos x, então dx2 = − cos x = −z. Logo, as funções sen x e cos x são
d2 y
soluções da equação dx 2 + y = 0. (Uma equação que envolve funções e
estamos usando y = f (x). Assim: f 00 (x) = (f 0 )0 (x). As funções que estudamos até aqui foram descritas expressando-se
uma variáve, a dependente, explicitamente em termos de outra, a inde-
Função 1a derivada 2a derivada pendente. Neste caso, dizemos que a função é definida explicitamente.
f : I −− −→
−− R f 0 : I1 −− −→
−
− R f 00 : I2 −− −→
−
− R Por exemplo, √
x −−−−−→ f (x) x −−−−−→ f 0 (x) x −−−−−→ f 00 (x) y = x3 + 1 ou y = x sen x
ou, em geral, y = f (x). Algumas funções, entretanto, são definidas
Procedendo de modo análogo, teremos, então, a terceira, a quarta,
implicitamente por uma relação envolvendo x e y, tal como
a quinta derivadas, etc. de f. A derivada de ordem n de f será indicada
dn y
por f (n) , ou por dx n . Temos, portanto, que
x2 + y 2 = 25 (E3 )
0
f (n) (x) = f (n−1) (x),
ou mesmo
definida, claro, onde a derivada de ordem n − 1 for derivável. x3 + y 3 = 6xy. (E4 )
Exemplo 3.31. Se f (x) = 5x3 − 2x2 − 1, então f 0 (x) = 15x2 − 4x, Em alguns casos é possı́vel resolver uma equação para y como uma
f 00 (x) = 30x − 4, f 000 (x) = 30 e f (n) (x) = 0 se n ≥ 4. função explicita (ou várias funções) de x. Por exemplo, se resolvermos
Derivadas (J. Adonai) - 38
a equação ( (E3 ) ) para y, poderemos explicitar y como função de x de admitindo y como função de x, que
duas formas: √ d 2 d 2 d
y = f (x) = 25 − x2 , x ∈ [−5, 5], x + y = 25 = 0
dx dx dx
ou √ Lembrando que y é uma função de x e usando a regra da cadeia, ou a
y = g(x) = − 25 − x2 , x ∈ [−5, 5].
regra da derivação de um produto, temos
Portanto, f g são funções definidas implicitamente pela equação ( (E3 ) ).
d 2 dy
Os gráficos de f e g são os semicı́rculos superior e inferior do cı́rculo y = 2y .
dx dx
x2 + y 2 = 25.
dy dy
y y y Assim, 2x + 2y dx = 0 e, portanto, dx = − xy . No ponto (3, 4), temos
dy
x = 3 e y = 4. Logo, dx = − 34 . A reta tangente ao cı́rculo em (3, 4) é
y = f (x)
portanto:
3
5 y − 4 = − (x − 3) ou 3x + 4y = 25.
−5 5 4
−5 5 x
x x
dy
Exemplo 3.35. Se x3 + y 3 − 6xy = 0, vamos encontrar dx para x = 3,
p
supondo que y é função de x e que vale 3 em x = 3. Depois, va-
x2 + y 2 = 25 5 − x2
mos encontrar a reta tangente ao fólio de Descartes x3 + y 3 − 6xy = 0
p
y = g(x) = 5 − x2 y = g(x) = −
x+y =6
Donde,
dy 2y − x2
= 2 Parte 3
dx y − 2x
Para x = 3 e y = 3, temos Sugestões & Respostas
dy 2 · 3 − 32
= 2 = −1
dx 3 −2·3
que estudamos no exemplo 3.35 . ∆y cos x(cos ∆x − 1) − sen x sen ∆x cos ∆x − 1 sen ∆x
= = cos x −sen x .
√ ∆x ∆x ∆x ∆x
3 (−1− 5)
(a) Mostre que o ponto P = (3, 2
)é um ponto do fólio. Como
3 3 sen ∆x cos ∆x − 1
(b) Suponha que x + y − 6xy = 0 define implicitamente y como lim =1 e lim =0
função de x em torno do ponto P . Calcule dx dy
para x = 3 e ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
√
3 (−1− 5) (veja os teoremas 2.35 e 2.36 ), segue-se que
y= 2
.
(c) Qual a inclinação da reta tangente ao fólio de Descartes em P ? ∆y
f 0 (x) = lim = − sen x.
∆x→0 ∆x
Sugestões & Respostas (J. Adonai) - 40
3-5 Voltar
(a) h0 (t) = −500t(1 − t2 )249 .
(b) h0 (t) = 2t sec2 (1 + t2 ).
(c) h0 (x) = −2x sen(x2 ) cos(cos(x2 )).
3-6 Voltar
3 3 1 √
(a) Temos que f (x) = x 2 . Logo, f 0 (x) = 23 x 2 −1 = 32 x 2 = 32 x.
(b) Usando a regra da cadeia,
√ 3
2
3 3
3 t sec(1 + t 2)
Objetivo Geral
Maceió-2010
Aplicações da Derivada (J. Adonai) - 42
Um aplicação notável da derivada é o cálculo das retas tangentes A aceleração da partı́cula no tempo t0 , a(t0 ), é definida como
de um gráfico. Afinal, ela foi introduzida assim. Nesta parte do curso sendo a segunda derivada de S neste tempo, isto é,
abordaremos outras aplicações importantes deste conceito.
dv d2 S
a(t0 ) = S 00 (t0 ) = v 0 (t0 ) =
(s0 ) = 2 (t0 ).
4.1 Taxa de Variação – Cinemática dt dt
Exemplo 4.1. Uma partı́cula em movimento obedece à equação horária
Classicamente, o quociente de Newton (Parte 3, observação 3.5) S(t) = t2 + t (t medido segundos (s) e S em metros (m)). Vamos de-
terminar a sua velocidade no instante t = 1 s. A velocidade em um
∆y f (a + ∆x) − f (a) instante t qualquer é v(t) = S 0 (t) = dS = 2t + 1. Em particular, no
= dt
∆x ∆x instante t = 1 s, ela será igual v(1) = 3 m/s. A aceleração da partı́cula
2
é constante e vale ddtS2 = 2 m/s2 .
é, também, chamado taxa de variação média de f no intervalo entre a
e a + ∆x. O seu limite, quando ∆x tende a zero, que é a derivada de f
em x = a, sob este ponto de vista é chamado taxa de variação ou taxa
4-1 Exercı́cio
de crescimento de f no ponto x = a. Em Fı́sica, quando a função, que Resposta
depende do tempo t, descreve a posição de uma particula, estas taxas Calcule a velocidade e a aceleração da partı́cula
recebem nomes especiais, como veremos a seguir. com função horária S no tempo t0 , onde S e t0
Consideremos um partı́cula se movendo ao longo de uma linha são como abaixo.
reta, que identificaremos com R, t0 um instante fixado e t = t0 + ∆t um (a) S(t) = 1 + t + 3t3 , t0 = 0 s.
instante posterior a t0 no movimento da partı́cula. Se S(t), a função
(b) S(t) = 1 + t2 + sen(t − 1), t0 = 1 s.
horária da partı́cula, dá o deslocamento da partı́cula em um instante t,
a velocidade média entre t0 e t, vm , é definida por (c) S(t) = 1 + t2 + sen(t − 1), t0 = 1 s.
(d) S(t) = 1 + t2 + cos(t − 1), t0 = 1 s.
∆S S(t) − S(t0 ) S(t0 + ∆t) − S(t0 )
vm = = = .
∆t t − t0 ∆t
Demonstração. Na figura a seguir, mostramos o gráfico de y = f (x), Demonstração. Temos que f (b) − f (a) = f 0 (c)(b − a), para algum
x ∈ [a, b] e a reta l que passa pelos pontos A = (a, f (a)) e B = (b, f (b), c ∈ (a, b). Agora, como f (a) − f (b) = 0, vem que f 0 (c)(b − a) = 0 e,
cuja declividade, claro, é dada por portanto, devemos ter f 0 (c) = 0.
y
s
l Exemplo 4.6. Neste exemplo, vamos determinar o valor de c do teo-
B rema do valor médio, para y
l
P
f (x) = x2 , x ∈ [−1, 2].
α
a c b x
B, tem declividade 1 e sua equação é
y = x + 2.
f (b) − f (a)
tg α = ,
b−a Portanto, c deve satisfazer a equação
x
onde α é o ângulo que l faz com o eixo OX. Agora imaginamos dentre 0
f (c) = 2c = 1,
as retas paralelas a l, uma reta, digamos s, que seja tangente à curva
y = f (x), e indiquemos por P = (c, f (c)) o ponto de tangência. Logo, cuja solução é c = 21 . A reta tangente s tem equação y = x − 41 .
s tem declividade igual a f 0 (c), como vimos na subseção 3.1 . Por
outro lado, como s é paralela a l suas declividades devem coincidir,
isto é, 4-6 Exercı́cio
f (b) − f (a) Resposta
f 0 (c) = tg α = , Considere y = f (x) = x3 , x ∈ R.
b−a
e, portanto, f (b) − f (a) = f 0 (c)(b − a), o que prova o teorema. (a) Determine os valores de c determinados pelo teorema do valor
médio para f entre −1 e 1.
Observação 4.4. Nos textos mais avançados de Análise Real, obtém- (b) Determine os pontos da curva y = x3 onde as tangentes são para-
se inicialmente o conhecido teorema de Rolle e, a partir dele, prova-se lelas ao segmento de reta que liga (−1, −1) a (1, 1).
o teorema do valor médio. O ponto de vista geométrico que adotamos
permite obter o teorema do valor médio sem fazer referência àquele Vimos anteriormente que as funções constantes têm derivada nula.
teorema. O que faremos a seguir é obter o teorema de Rolle como Agora podemos provar a recı́proca deste fato, para funções definidas em
conseqüência do teorema do valor médio. Vejamos. intervalos.
Corolário 4.5. [Teorema de Rolle] Seja f : [a, b] −→ R uma fun-
ção contı́nua no intervalo fechado [a, b] e derivável no intervalo aberto Corolário 4.7. Seja f : I −→ R uma função derivável no intervalo
(a, b). Se f (a) = f (b), então, existe c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0. aberto I. Se f 0 (x) = 0, para todo x ∈ I, então f é constante.
Aplicações da Derivada (J. Adonai) - 45
h(x) = (f (b) − f (a))g(x) − (g(b) − g(a))f (x). Exemplo 4.10. A função f (x) = 3x − 1 é estritamente crescente em
R. A função g(x) = x2 é estritamente crescente em [0, ∞) e decrescente
(a) Verifique que h(a) = h(b). em (−∞, 0]. Olhando atentamente para a parábola y = x2 , vemos
(b) Conclua que existe c ∈ (a, b) tal que h0 (c) = 0. Portanto, para que suas tangentes ao longo do intervalo (0, +∞), onde ela cresce, têm
este c, vale: inclinações positivas, enquanto que ao longo de (−∞, 0), onde decresce,
suas tangentes têm inclinações negativas. Isto equivale dizer que g 0 > 0
(f (b) − f (a))g 0 (c) = (g(b) − g(a))f 0 (c). em (0, +∞), onde g é crescente, e que g 0 < 0 em (−∞, 0), ode g é
Aplicações da Derivada (J. Adonai) - 46
decrescente. Isto motiva o seguinte resultado. Proposição 4.13. Seja f : I −→ R derivável no intervalo I. Temos
y que
y
(i) Se f 0 > 0 em I, então f é estritamente crescente.
x
(iii) Se f 0 < 0 em I, então f é estritamente decrescente.
(i) Se f é crescente, então f 0 (x) ≥ 0, para todo x ∈ I. Exemplo 4.14. Neste ponto, retomamos a função f (x) = x3 , definida
(ii) Se f é decrescente, então f 0 (x) ≤ 0, para todo x ∈ I. em R e observamos que sua derivada 3x2 > 0 em R − {0}. Portanto, f
é y
Demonstração. Provaremos (i). Seja a ∈ I. Temos que estritamente crescente aı́. Há uma
diferença notável na forma entre os y = x3
(i) Se f 00 ≥ 0 em I, então a curva y = f (x) tem concavidade voltada (vi) f 0 (2/3) = −7/3 < 0 e f 0 (x) > 0 para x grande. Logo, ao
para cima. longo de [ 32 , +∞), f se comporta como na situção (i) da pro-
posição 4.15 .
(ii) Se f 00 ≤ 0 em I, então a curva y = f (x) tem concavidade voltada
para baixo. (vii) f 0 (2/3) = −7/3 < 0 e f 0 (x) < 0 para x perto do −∞. Logo,
ao longo de (−∞, 32 ), f se comporta como na situação (ii) da
Demonstração. Para (i), basta observar que f 0 é crescente, e, para o
caso (ii), que f 0 é decrescente. (Veja figuras que seguem.) proposição 4.15 .
√
(viii) As raı́zes de f√0 são x1 = 2−3 7 , que é negativa e maior do que
−1, e x2 = 2+3 7 , que está entre 1 e 2.
y f 00 > 0 y
f 0 (x1 ) > f 0 (x2 )
(ix) f é crescente antes de x1 e depois de x2 , posto que aı́ f 0 > 0.
y 00 > 0
Exemplo 4.16. Neste exemplo vamos esboçar o gráfico de f (x) = x3 − x1 x2
x
2x2 − x + 2, x ∈ R. Para isto, vamos estudar os sinais de f 0 e f 00 . Temos
y 00 < 0
que f 0 (x) = 3x2 − 4x − 1 e f 00 (x) = 6x − 4. Vamos coletar algumas
informações básicas.
(i) limx→−∞ = −∞.
y = x3 − 2x2 − x + 2
4.3 Máximos e Mı́nimos Exemplo 4.20. Visando generalizar a situação do exemplo anterior,
vamos estudar um polinômio da forma p(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e
Seja f : I −→ R uma função definida em I, e seja x0 um ponto b
c são constantes com a > 0. Neste caso, veremos que x0 = − 2a é ponto
de I. Chamamos de vizinhaça de x0 em I a um intervalo aberto δ
de mı́nimo global de p, com valor mı́nimo global dado por f (x0 ) = − 4a ,
2
J = (x0 − δ, x0 + δ) ⊂ I, onde ∆ = b − 4ac é o conhecido discriminante de p. Temos que
b c
onde δ é um número real positivo. p(x) = ax2 + bx + c = a(x2 + 2 x + )
2a a
2 b b2 b2 c
Definição 4.17. Dizemos que x0 é um = a(x + 2 x + 2 − 2 + )
2a 4a 4a a
ponto de máximo local de f se existir y b 2 b2 c
uma vizinhaça J de x0 em I tal que: = a((x + ) − 2 − )
f (x0 )
2a 4a a
b 2 b2 − 4ac b ∆
x ∈ J ⇒ f (x) ≤ f (x0 ) = a(x + ) − = a(x + )2 − .
2a 4a 2a 4a
Neste caso, o valor de f (x0 ) é chamado Note que na passagem da primeira para a segunda igualdades, simples-
de máximo local de f . Quando J = I, mente completamos quadrados, como fazemos para obter as raı́zes de
x0 − δ x0 x0 + δ x
diremos que x0 é ponto de máximo glo- um polinômio do segundo grau, lembra? Assim, ficamos com
bal de f , e que f (x0 ) é o valor máximo
b 2 ∆ ∆
de f . p(x) = a(x + ) − ≤ − = p(x0 ), (E1 )
2a 4a 4a
b b 2
onde, x0 = − 2a , porque (x + 2a ) se anula em x0 . Em particular,
Definição 4.18. Dizemos que x0 é um b 2 ∆
podemos reobter as raı́zes de p. De p(x) = a(x + 2a ) − 4a , segue-se que
y
ponto de mı́nimo local de f se existir p(x) = 0 se, e somente se, x = x1 , ou x = x2 , onde
uma vizinhaça J de x0 em I tal que: √ √
−b + ∆ −b − ∆
x1 = e x2 = .
x ∈ J ⇒ f (x) ≥ f (x0 ) 2a 2a
f (x0 )
Neste caso, o valor de f (x0 ) é chamado É claro que se ∆ < 0, teremos recorrer aos números complexos. A figura
de mı́nimo local de f . Quando J = I, x0 − δ x 0 x0 + δ x
a seguir ilustra a situação.
diremos que x0 é ponto de mı́nimo glo- y y
∆
∆>0
− 4a
x0
Exemplo 4.19. x0 = 0 é ponto de mı́nimo global de f (x) = x2 , x ∈ R. x0 x ∆
− 4a
x1 x2 x
O valor mı́nimo de f é f (0) = 0. De fato, 0 = f (0) ≤ x2 , para todo
x ∈ R. Figura 51: y = ax2 + bx + c, a > 0
Aplicações da Derivada (J. Adonai) - 49
Como caso particular, p(x) = x2 − 6x + 10 tem valor mı́nimo global 1, Proposição 4.22. Seja f : I −→ R definida no intervalo I e derivável
atingido em x0 = − 62 = 3. em x0 ∈ I. Se x0 é um ponto extremo de f , isto é, x0 é um ponto de
máximo ou de mı́nimo (local ou global), e x0 não é uma das extremidades
Neste ponto, é conveniente observar que a derivada de p, de I, então x0 é um ponto crı́tico de f .
p0 (x) = 2ax + b, Demonstração. Vamos supor que x0 é um ponto de mı́nimo local.
Então, existe δ > 0 tal que
se anula em x0 = −b/2a, como era de se esperar, a partir da figura 51
acima, posto que em (x0 , p(x0 )) a reta tangente é paralela ao eixo OX. f (x0 ) ≤ f (x), ∀ x ∈ (x0 − δ, x0 + δ).
Este fato não é mera coincidência deste exemplo, como veremos na
proposição 4.22 , a seguir. Logo,
f (x) − f (x0 )
≥ 0, se x0 < x < x0 + δ
4-11 Exercı́cio x − x0
Sugestão f (x) − f (x0 )
≤ 0, se x0 − δ < x < x0 .
x − x0
(a) Estudar p(x) = ax2 + bx + c, para o caso a < 0, e mostrar que Portanto,
b
x0 = − 2a é o ponto de máximo global de p com valor máximo f (x) − f (x0 )
correspondente dado por f (x0 ) = − 4a ∆
. f 0 (x0 ) = lim ≥0
x→a x−a
(b) Determine dois números reais x e y tais que x + y = 2 e o produto (x > x0 )
p = xy seja o maior possı́vel. e
f (x) − f (x0 )
(c) Um fazendeiro deseja construir um pasto na forma retangular, cuja f 0 (x0 ) = lim ≤ 0,
x→a x−a
cerca deve medir 4 Km. Determine os lados da cerca para que o (x < x0 )
pasto envolva a maior área possı́vel.
e, portanto, f 0 (x0 ) = 0.
Definição 4.21. Seja f : I −→ R definida no intervalo I e derivável Observação 4.23. A recı́proca da proposição acima não é verdadeira,
em x0 ∈ I. Diremos que x0 é um ponto critico de f , se f 0 (x0 ) = 0. como mostra o exemplof (x) = x3 , que tem x0 = 0 como ponto crı́tico,
mas este ponto não de máximo nem de mı́nimo.
serão locais. Como pontos extremos são pontos crı́ticos, vamos procurar Exemplo 4.26. Vamos otimizar a função
inicialmente os pontos crı́ticos de f . Como f 0 (x) = 3x2 − 3, vem que
f (x) = x3 − 3x + 4
os únicos pontos crı́ticos de f são x1 = 1 e x2 = −1. Para entender o
comportamento de f em x1 , vamos expandi-la em torno de x1 , onde f do exemplo anterior, só que restrita ao intervalo [−1, 3], isto é, vamos
vale 2, isto é, f (1) = 2. O truque consiste em escrever x = (x − 1) + 1 calcular seus valores máximo e mı́nimo globais, os quais existem de
e calcular acordo com o teorema de Weierstrass. Sejam xM e xm pontos de [−1, 3]
onde tais valores extremos globais ocorrem. Se um deles não é extre-
f (x) = f ((x − 1) + 1) = (x − 1)3 + 3(x − 1)2 + 2 midade de [−1, 3], então deve ser ponto crı́tico de f . Como os pontos
crı́ticos de f (em R) são −1 e 1, vem que xm e xM devem pertencer ao
= f (1) + (x − 1)2 (x + 2). conjunto {−1, 1, 3}. Calculando os valores de f (x) para x ∈ {−1, 1, 3},
y temos que
Logo,
f (−1) = 6, f (1) = 2 e f (3) = 22.
f (x) − f (1) = f (x) − 2 Portanto, o valor máximo de f restrita a [−1, 3] é 22, atingido em xM =
2
= (x − 1) (x + 2) ≥ 0, 3, e o valor máximo é 2, atingido em xm = 1.
Exemplo 4.27. Vamos agora fazer uma aplicação prática. Vamos su-
se x > −2. Como x1 = 1 ∈ (−2, +∞),
x por que temos em mãos um folha quadrada de papelão medindo l m de
vemos que x1 é ponto de mı́nimo local
lado. Com esta folha pretendemos construir uma caixa, de base qua-
de f . A figura ao lado destaca a região
drada, sem tampa, recortando em cada canto um pequeno quadrado.
onde x1 = 1 minimiza f . Como
A caixa deve ter volume máximo. A figura 53 exibe a situação, onde
exercı́cio, o leitor deve expandir f em torno de x1 = −1 e concluir que
os quadrados retirados têm aresta x. Portanto, indicando o volume da
f (−1) − f (x) = 6 − f (x) ≥ 0, caixa de altura x por V , teremos
V (x) = x(l − 2x)2 ,
se x < 1, sendo, portanto, x1 ponto de máximo local de f .
medido, claro, em m3 . É esta a função que queremos otimizar. Qual o
O teorema mais importante, no que diz respeito à existência de domı́nio de V ? É a primeira pergunta que devemos fazer. A resposta
máximo e mı́nimo, é o teorema de Weierstrass, o qual admitiremos sem é simples: o menor valor que x pode assumir é zero, quando a caixa
prova. tem altura zero, e, neste caso, V = 0. O maior valor que x pode
assumir é l/2, dando uma caixa de largura zero, e volume também nulo.
Teorema 4.25. [Teorema de Weierstrass] Se f : [a, b] −→ R é con- Portanto, devemos considerar V definida no intervalo fechado [0, l/2].
tı́nua no intervalo fechado [a, b], então existem xm , xM ∈ [a, b] tais que Seja xM ∈ [0, l/2] um ponto onde V máximo, o qual existe, pois V é
contı́nua. Logo, ou xM ∈ {0, l/2} ou xM pertence ao intervalo aberto
f (xm ) ≤ f (x) ≤ f (xM ), ∀x ∈ [a, b].
(0, l/2). Como V se anula em 0 e l/2, vem que xM ∈ (0, l/2) e, portanto,
Assim, xm e xM são, respectivamente pontos de mı́nimo e máximo glo- V 0 (xM ) = 0. Resolvendo
bais de f . V 0 (x) = −8lx + l2 + 12x2 = 0,
Aplicações da Derivada (J. Adonai) - 51
obtemos x = l/2 ∈
/ (0, l/2) ou x = l/6. Portanto, xM = l/6, e o volume e isto implica que A deve ter um valor minimo global. Este valor deve
máximo é ser atingido em um ponto r0 > 0 que é ponto crı́tico de A, isto é,
2 A0 (r0 ) = 0. Mas
V (l/6) = l3 m3 .
27 −8
A0 (r) = 2 + 4 π r,
r
l
o que dá
13
2
r0 = m ' 0, 860254 m.
y l
π
x 6
l − 2x 2l
x 3
y
Portanto, o raio e a altura do tanque devem ser
13 31
l l3 2 4 2
26 y = V (x)x(l − 2x)2 r0 = m e h= 2 =2 m = 2r0 .
π πr0 π
y
l l x
6 2
r0
Figura 53
2r0
Exemplo 4.28. Vamos agora construir um tanque cilı́ndrico (fechado) 8 + 2πr 2
y = A(r) = r
y y
f 0 (x1 ) > f 0 (x2 ) Estamos agora em condições de explicar as regras de L’Hospital,
f 00 > 0
referentes ao cálculo de limites sob a forma indeterminada 00 .
f 00 < 0
Teorema 4.31. [Regra de L’Hospital] Sejam f e g duas funções
contı́nuas em x = a. Se g 0 (x) 6= 0, para x em um pequeno intervalo em
0 (x)
x1 c x2 x x1 x2 x torno de a, f (a) = g (a) = 0 e limx→a fg0 (x) existe, então fg tem limite
em x = a e vale
(i) Mı́nimo local (ii) Máximo local
f (x) f 0 (x)
lim = lim 0 .
x→a g (x) x→a g (x)
em (c, f (c)) paralela ao eixo-x. Portanto, é bastante natural se esperar
Aplicações da Derivada (J. Adonai) - 53
Demonstração. Pelo teorema anterior, para cada x 6= a e suficien- Observação 4.34. O que usamos a cima foi a seguinte extensão da00re-
temente próximo de a (para termos g 0 (x) 6= 0) existe c ∈ (a, x) tal gra de L’Hospital: Se f (a) = g (a) = 0, f 0 (a) = g 0 (a) = 0 e limx→a fg00 (x)
(x)
f 0 (c) f 0 (x)
lim = lim . 4-16 Exercı́cio
x→a g 0 (c) x→a g 0 (x)
Sugestão
Portanto, Verifique os seguintes limites.
0 0
f (x) f (c) f (x) (a) limx→0 1−cos x
= 0.
lim = lim 0 = lim 0 . sen x
x→a g (x) x→a g (c) x→a g (x) x+cos x+sen x
(b) limx→0 sen x+cos x
= 1.
x 2
(c) limx→0 = 2.
Exemplo 4.32. Vamos usar a regra de L’Hospital para calcular 1−cos x
x−sen x
1 + sen x − cos x (d) limx→0 x3
= 61 .
lim . (e) limx→0 tg x−x
= 13 .
x→0 sen x x3
tg x−x
Note que f (x) = 1 + sen x − cos x e g(x) = sen x ambas tendem a zero (f) limx→0 x(1−cos x)
= 23 .
quando x tende a zero. Logo, (g) limx→0 x−sen x
= 12 .
tg x−x
1 − sen x − cos x − cos x + sen x −1 + 0
lim = lim = lim = −1.
x→0 sen x x→0 cos x x→0 1
Observação 4.35. Vale observar que a regra de L’Hospital se aplica
Exemplo 4.33. Às vezes precisamos calcular mais derivadas para re- quando a = +∞ ou a = −∞. Por exemplo, se a = +∞ colocamos
solver a indeterminação, como veremos agora, no cálculo de 1
x = e aplicamos a regra:
1 + x + sen x − cos x t
lim .
x→0 sen2 x
1 0 1 −1
Note que f (x) = 1 + x + sen x − cos x e g(x) = sen2 x e sua derivadas f f
f (x) t t t2 f 0 (x)
f 0 (x) e g 0 (x) tendem a zero quando x tende a zero. Logo, aplicando a lim = lim+ = lim+ = lim 0 .
0 (x) x→+∞ g (x) t→0 1 t→0 1 −1 x→+∞ g (x)
regra de L’Hospital para fg0 (x) , obtemos g g 0
t t t2
1 + x − sen x − cos x 1 − cos x + sen x
lim 2 = lim Observação 4.36. A regra de L’Hospital também se aplica às formas
x→0 sen x x→0 2 sen x cos x ±∞
indeterminadas ±∞ .
sen x + cos x 1
= lim 2 2 =
x→0 2 cos x − 2 sen x 2
Sugestões & Respostas (J. Adonai) - 54
4-2 Voltar A altura máxima é atingida quando a velocidade se anula, (b) Use o teorema de Rolle.
0
isto é, S (t) = −gt + 10 = 0. O que acontece para t = 10 m/s.
10 50
g 4-9 Voltar 0. Na realidade, f 2 − g 2 é constante e igual a 0.
Logo, a altura procurada é S( g ) = 2 + g ' 7.10204 m.
4-10 Voltar
4-3 Voltar Indique por A(t) a área da superfı́cie da bola. Assim,
A(t) = 4π(R(t))2 . Portanto, dA(t) dt
= 8πR(t) dR(t)
dt
. Portanto, a y
64 = x2 + y 2 x
y 00 < 0
e
dx
(t0 ) = 1.
dt 8
4-11 Voltar
Logo,
dx dy (a) Comece com a equação (E1 ) do exemplo 4.20 notando que,
x +y = 0.
dt dt 3 agora, a < 0.
dy
√
Agora verifque que (t )
dt 0
= −3/ 55 m/s, o que indica que o topo (b) Escreva p = x(2 − x) = −x2 + 2x que é um polinômio do
está descendo. segundo grau, como no item anterior, com a = −1, b = 2
Referências Bibliográficas (J. Adonai) - 55
4-14 Voltar Maximize A = xy sabendo que x + y é constante. [1] George B. Thomas Jr., Cálculo, Volume 1. Ao Livro Técnico
4-15 Voltar Escreva l = 4x + r e, portanto, a soma das áreas A vale S.A., Rio de Janeiro, 1974.
A = x2 + πr2 , que em função de r fica [2] Geraldo Ávila, Cálculo Diferencial e Integral, Volume 1. Editora
l2 π2 Universidade de Brası́lia, Brası́lia, 1978.
lπr
A(r) = − + π+ r2 .
16 4 4
[3] Richard Courant, Cálculo Diferencial e Integral (tradução de
l Alberto Nunes Serrão e Ruy Honório Bacelar), volume 1, Editora
O domı́nio desta função é o intervalo 0 ≤ r ≤ ,
que significa que
2π
com r = 0 fazemos apenas um quadrado, e com r = 2πl fazemos Globo, Rio de Janeiro (1966).
apenas um cı́rculo. Note que temos um polinômio de segundo
grau com coeficiente lı́der positivo. [4] Serge Lang, Cálculo, Volume 1. ao Livro Técnico S.A., Rio de
l2 l Janeiro, 1971.
(a) O mı́nimo de A é 16+4 π
e ocorre no ponto crı́tico r0 = 2 (4+π) .
O arame deve ser cortado em 2πr0 .
(b) Como se trata de um polinômio do segundo grau com coefi-
ciente a > 0, o máximo (que existe) deve ocorrer em um dos
l2 2
extremos do intervalo [0, 2πl ]. Como A(0) = 16 < A( 2πl ) = 4l π ,
2
vem que a área máxima é A( 2πl ) = 4l π e todo arame deve ser
usado para o cı́rculo.
4-16 Voltar
tg x−x tg x−x x2
(f) Note que x(1−cos x)
= x3 1−cos x
. Agora, use a regra de
L’Hospital.