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Apostila sobre Derivada

Conteúdo

1 Introdução 3

1.1 Inclinação da Reta Secante e Inclinação da Reta Tangente . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 A Derivada 8

2.1 Interpretação geométrica da derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.2 Interpretação física da derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.3 Função Derivável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.4 Representações da Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.5 Derivada & Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3 Regras de derivação 14

3.1 Derivada da Constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.2 Derivada da Constante multiplicada por uma função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.3 Derivada da Soma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.4 Derivada da Subtração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.5 Derivada da Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.6 Derivada do Produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.7 Derivada do Quociente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.8 Derivada das funções trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.9 Derivada da função composta - Regra da Cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3.10 Derivada das Funções Logarítmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.11 Derivada das Funções Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

4 Tabela de Derivadas 36

1
Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

5 Derivadas de Ordem Superior 37

6 Derivação Implícita 40

7 Pontos de máximo e de mínimo 43

7.1 Extremos Relativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

7.2 Teste da Derivada Primeira (TDP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

7.3 Concavidade e Ponto de Inflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

7.4 Teste da Derivada Segunda (TDS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

7.5 Extremos Absolutos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

8 L’Hosplital 67

Profs. Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga 2


Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

1 Introdução

1.1 Inclinação da Reta Secante e Inclinação da Reta Tangente

Sejam os pontos P (x0 , f (x0 )) e Q(x0 + h, f (x0 + h)) pertencentes a curva y = f (x). E seja r uma

reta secante a esta curva que liga os ponto P e Q, conforme figura abaixo.

Qualquer reta que passa por dois ponto de uma curva é chamada de reta secante, assim, a reta r

através de P e Q é uma reta secante a curva y = f (x).

Observe que o segmento P Q da reta secante, é a hipotenusa do triangulo retângulo P QA. Assim,

a inclinação (coeficiente angular) da reta secante pode ser determinada pelo cálculo da tangente do
QA cat. oposto
ângulo α no triângulo P QA, isto é: tan(α) = = . E neste caso o cateto oposto é
PA cat. adjacente
dado por f (x0 + h) − f (x0 ) e o cateto adjacente é dado por (x0 + h) − x0 = h. Portanto a inclinação
f (x0 + h) − f (x0 )
(coeficiente angular) da reta secante por P e Q é dada por: mP Q = tan(α) = .
h
Quando (x0 +h) → x0 , equivale a dizer que h → 0, então o ponto Q move-se na curva aproximando-

se do ponto P que é fixo, consequentemente, a reta secante por P e Q se torna a reta tangente a curva

no ponto P . Ou seja, se a inclinação mP Q da reta secante por P e Q tender a um limite quando

(x0 + h) → x0 , então este limite será a inclinação mT da reta tangente em P .


f (x0 + h) − f (x0 )
A inclinação (coeficiente angular) da reta tangente é dada por: mT = lim .
h→0 h

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Segue abaixo, uma sequência de figuras representando o ponto Q se movendo na curva y = f (x) se

aproximando do ponto P .

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Definição 1.1. Seja f uma função contínua em x0 . A reta tangente ao gráfico de f no ponto

P (x0 , f (x0 )) é:

• (a) a reta que passa por P dada por y − y0 = mT (x − x0 ) , onde y0 = f (x0 ) tendo
f (x0 + h) − f (x0 )
inclinação mT dada por: mT = lim se este limite existir.
h→0 h

f (x0 + h) − f (x0 )
• (b) a reta x = x0 se lim = ±∞.
h→0 h
OBS: Se (a) ou (b) não são válidos então não existe a reta tangente à curva nesse ponto.

Exemplo: 1.1. Ache a equação da reta tangente ao gráfico da função definida por f (x) = x2 no ponto

P (2, f (2)).

Solução:

A equação da reta é dada por y − y0 = mT (x − x0 ), onde mT é a inclinação da reta e y0 = f (x0 ).

Precisamos encontrar a inclinação da reta tangente ao gráfico no ponto P (2, f (2)), sabemos que
f (x0 + h) − f (x0 )
mT = lim e o problema nos informa que f (x) = x2 e x0 = 2, então vamos calcular
h→0 h
f (2) e f (2 + h):

f (2) = 22 = 4 e f (2 + h) = (2 + h)2 = 4 + 4h + h2

Assim:
f (2 + h) − f (2) (4 + 4h + h2 ) − 4 4h + h2 h(4 + h)
mT = lim = lim = lim = lim ⇒
h→0 h h→0 h h→0 h h→0 h

mT = lim (4 + h) = 4 + 0 = 4 ⇒ mT = 4
h→0

Logo,

y − y0 = mT (x − x0 )

y − 4 = mT (x − 2)

y − 4 = 4(x − 2)

y = 4x − 8 + 4

y = 4x − 4 → equação da reta tangente

à curva f (x) = x2 no ponto P (2, 4)

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Exemplo: 1.2. Velocidade média x Velocidade instantânea

Um objeto move-se em uma linha reta de tal forma que, após t horas, ele está a f (t) = 3t2 + t

quilômetros de sua posição inicial. Pede-se:

1. Encontre a velocidade média do objeto no intervalo de tempo [1, 3].

Solução:

Intervalo de tempo decorrido é “tempo final” - “tempo inicial”: ∆t = tF − t0 = 3 − 1 = 2.


f (t0 + ∆t) − f (t0 )
A velocidade média é dada por: V m = .
∆t
Sabemos que f (t) = 3t2 + t.

Vamos calcular as imagens de t0 = 1 e tF = 3:

f (1) = 3(1)2 + 1 = 4 e f (3) = 3(3)2 + 3 = 30 .

Assim teremos:
f (1 + 2) − f (1) f (3) − f (1) 30 − 4 26
Vm= ⇒ Vm= ⇒ Vm= = ⇒ Vm = 13km/h
2 2 2 2

2. Ache a velocidade instantânea em t = 1h.

Solução:
f (1 + ∆t) − f (1)
Velocidade instantânea em t = 1h é dada por: Vi = lim .
∆t→0 ∆t

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Como

f (1 + ∆t) = 3(1 + ∆t)2 + (1 + ∆t) ⇒ f (1 + ∆t) = 3(1 + 2∆t + ∆t2 ) + 1 + ∆t ⇒

f (1 + ∆t) = 3 + 6∆t + 3∆t2 + 1 + ∆t ⇒ f (1 + ∆t) = 4 + 7∆t + 3∆t2

e f (1) = 4 , temos:
f (1 + ∆t) − f (1)
Vi = lim
∆t→0 ∆t
(4 + 7∆t + 3∆t2 ) − 4
V i = lim =
∆t→0 ∆t
7∆t + 3∆t2
Vi = lim =
∆t→0 ∆t
∆t(7 + 3∆t)
Vi = lim =
∆t→0 ∆t
Vi = lim (7 + 3∆t) = 7 + 0 ⇒ Vi = 7km/h quando t = 1h.
∆t→0

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2 A Derivada
f (x0 + h) − f (x0 )
Na sessão anterior, mostramos que, se o limite lim existir, então podemos
h→0 h
interpretá-lo ou como a inclinação da reta tangente à curva y = f (x) no ponto x = x0 ou como a

taxa de variação instantânea de y em relação a x em x = x0 . Este limite possui a seguinte notação:

f (x0 + h) − f (x0 )
f ′ (x0 ) = lim .
h→0 h

Podemos pensar em f ′ (que se lê “f linha”) como uma função cuja entrada é x0 e saída é o número

f ′ (x0 ) que representa ou a inclinação da reta tangente a y = f (x) em x = x0 , ou a taxa de variação

instantânea de y em relação a x em x = x0 .

Definição 2.1. A derivada de uma função f em relação a x é uma função denotada por f ′ ,

tal que seu valor em qualquer número x do domínio da f seja dado por

f (x + h) − f (x)
f ′ (x) = lim ,
h→0 h

ou
f (x + ∆x) − f (x)
f ′ (x) = lim ,
∆x→0 ∆x

se esse limite existir.

Exemplo: 2.1. Sendo f (x) = x2 , calcular f ′ (x) usando a definição 2.1:

f (x + h) − f (x)
f ′ (x) = lim
h→0 h
Como

f (x + h) = (x + h)2 = x2 + 2xh + h2

então,
(x2 + 2xh + h2 ) − x2 2xh + h2 h(2x + h)
lim = lim = lim = lim (2x + h) = 2x.
h→0 h h→0 h h→0 h h→0

Logo: f ′ (x) = 2x.

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1
Exemplo: 2.2. Vamos calcular a derivada da função f (x) = usando a definição 2.1:
x
1 1 x − (x + h) x−x−h
f (x + h) − f (x) −
x(x + h) x(x + h)
f ′ (x) = lim = lim x + h x = lim = lim ⇒
h→0 h h→0 h h→0 h h→0 h

−h
x(x + h) −h 1 1 1 1 1
f ′ (x) = lim = lim · = lim − =− =− =− 2
h→0 h h→0 x(x + h) h h→0 x(x + h) x(x + 0) x·x x
1
Assim: f 1(x) = − 2
x
Quando queremos tratar da derivada da função no ponto x = x0 , temos a seguinte definição:

Definição 2.2. A derivada de uma função y = f (x) em um número x0 denotada por f ′ (x0 ),

é dada por:
f (x) − f (x0 )
f ′ (x0 ) = lim
x→x0 x − x0

ou

f (x0 + h) − f (x0 )
f ′ (x0 ) = lim ,
h→0 h

(desde que este limite exista).

Definição 2.3. Uma função é derivável em x0 se e somente se existe f ′ (x0 ).

1
Exemplo: 2.3. Dada a função f (x) = , verifique se existe a derivada em x = 0.
x

Solução:
1
Já sabemos, pelo exemplo 2.2, que f ′ (x) = − .
x2
1
A função f (x) = não é derivável em x = 0.
x
1
Por que: f ′ (0) = “− 2 ” e não existe divisão por 0.
0

2.1 Interpretação geométrica da derivada

Geometricamente a derivada de uma função num ponto representa a declividade da reta tangente

à curva neste ponto.

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A reta tangente a y = f (x) em a, f (a) é a reta que passa em a, f (a) cuja inclinação é igual a
 

f ′ (a), a derivada de f em a. A equação desta reta é dada por:

y − f (a) = f ′ (a)(x − a).

2.2 Interpretação física da derivada

A derivada f ′ (a) é a taxa de variação instantânea de y = f (x) em relação a x quando x = a.

As taxas de variação ocorrem em diversas aplicações:

• Um biólogo pode estar interessado na taxa de variação com que a quantidade de bactérias de

uma colônia muda com o tempo.

• Um engenheiro pode estar interessado na taxa de variação que o comprimento de um cabo de

metal muda com a temperatura.

• Um economista pode estar interessado na taxa de variação com que os custos de uma produção

mudam com a quantidade do produto que está sendo produzido.

• Um médico pode estar interessado na taxa de variação com que o raio de uma artéria muda a

concentração de álcool na corrente sanguínea.

Exemplo: 2.4. Encontre, usando a definição 2.1, a derivada das seguintes funções:

1. f (x) = 3x2

• Solução:
3(x + h)2 − 3x2 3(x2 + 2xh + h2 ) − 3x2
f ′ (x) = lim = lim ⇒
h→0 h h→0 h

6xh + 3h2 h(6x + 3h)


f ′ (x) = lim = lim = lim (6x + 3h) = 6x
h→0 h h→0 h h→0

f ′ (x) = 6x

2. f (x) = x2 + 1

• Solução:
(x + h)2 + 1 − (x2 + 1) x2 + 2xh + h2 + 1 − x2 − 1
f ′ (x) = lim = lim ⇒
h→0 h h→0 h

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2xh + h2 h(2x + h)
f ′ (x) = lim = lim ⇒
h→0 h h→0 h

f ′ (x) = lim 2x + h = 2x
h→0

f ′ (x) = 2x

3. f (x) = 4

• Solução:
4−4 0
f ′ (x) = lim = lim = lim 0 = 0
h→0 h h→0 h h→0

f ′ (x) = 0

2.3 Função Derivável

Definição 2.4. Uma função é derivável se e somente se existir f ′ (x) para todo x ∈ D(f ).

• Derivadas Laterais

* Derivada à direita:
f (x + h) − f (x)
f+′ (x) = lim .
h→0+ h

* Derivada à esquerda:
f (x + h) − f (x)
f−′ (x) = lim .
h→0− h

2.4 Representações da Derivada

Seja y = f (x), então sua derivada pode ser representada por:

df dy d
f ′ (x), y ′ , , , Dxf, (f (x))
dx dx dx

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2.5 Derivada & Continuidade

Teorema 2.1. Se uma função f for derivável em x = x1 então f será contínua em x1 .

Observações:

• OBS(1): A recíproca deste teorema não é verdadeira; ou seja, f pode ser contínua em x1 e não

ser derivável em x = x1 .

Exemplo: 2.5. f (x) = |x|

f é contínua em x = 0 mas a f ′ não existe em x = 0.

• OBS(2): Uma função f é derivável em x1 se e somente se existe f ′ (x1 ).

• OBS(3): Uma função f é derivável se e somente se existir f ′ (x) para todo x ∈ Dom(f )

Uma função pode deixar de ser derivável em x1 por uma das seguintes razões:

1. A função f é descontínua em x1 .

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2. A função f é contínua em x1 e o gráfico de f tem uma reta tangente vertical.



ex:f (x) = 3
x

3. A função f é contínua em x1 e o gráfico da função não tem uma reta tangente no ponto x = x1

(o gráfico apresenta uma quina (“bico”) em x = x1 ).

(a) (b)

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3 Regras de derivação

3.1 Derivada da Constante

Regra 1. A derivada de uma função c constante é 0, isto é, se c é um número real qualquer, então:

f (x) = c, f ′ (x) = 0, para todo c ∈ R

ou
d
f (x) = c, (c) = 0 para todo c ∈ R.
dx

Exemplo: 3.1. Calcule as derivadas:

d d d d √
(5) = 0, (100) = 0, (5) = 0, (− 2) = 0
dx dx dx dx

3.2 Derivada da Constante multiplicada por uma função

Regra 2. Seja c ∈ R constante e y = f (x) um função em x, então


d d
(c · f (x)) = c · (f (x))
dx dx

Exemplo: 3.2. Calcule a derivada de y = 5x2 :


 
dy d d 2
= (5x2 ) = 5 (x ) = 5(2x) = 10x
dx dx dx

3.3 Derivada da Soma

Regra 3. Se f e g são deriváveis, então:


d  d  d 
f (x) + g(x) = f (x) + g(x)
dx dx dx

Exemplo: 3.3. Calcule a derivada de f (x) = x2 + 1

df d 2 d 2 d
= (x + 1) = (x ) + (1) = 2x + 0 = 2x.
dx dx dx dx

3.4 Derivada da Subtração

Regra 4. Se f e g são deriváveis, então:


d  d  d 
f (x) − g(x) = f (x) − g(x)
dx dx dx

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3.5 Derivada da Potência

Regra 5. f (x) = xn , n ∈ Q, então f ′ (x) = n · x(n−1)

Exemplo: 3.4. Calcule as derivadas das seguintes funções:

1. Se f (x) = x2 então f ′ (x) = 2x(2−1) = 2x1 = 2x.


 
2. Se f (x) = 6x3 então f ′ (x) = 6 3x(3−1) = 6(3x2 ) = 18x2 .

5
3. Se f (x) = precisamos reescrever a função da seguinte forma: f (x) = 5 · x−3 , então:
x3
  15
f ′ (x) = 5 − 3x(−3−1) = 5(−3x−4 ) = −15x−4 = − 4 .
x

Exemplo: 3.5. Calcule a derivada da função: f (x) = 6x3 + x2 − 1

• Solução:

 
f ′ (x) = 6 3x(3−1) + 2x(2−1) − 0 = 18x2 + 2x

√ √
a b
Exemplo: 3.6. Calcule a derivada da função: y = x (Sugestão: utilize xb = x a )

√ 1
Primeiro vamos reescrever a função: y = x = x2

• Solução:

1 1 1 1 1 1
y ′ = x( 2 −1) = x− 2 = 1 = √
2 2 2x 2 2 x

Exemplo: 3.7. Calcule a derivada da função: y = 3x4 − 6x2 + x

• Solução:

y ′ = 3(4x(4−1) ) − 6(2x(2−1) ) + 1x(1−1) = 12x3 − 12x + 1


 n
1 1 1
Exemplo: 3.8. Calcule a derivada da função: f (x) = (Sugestão: utilize n = = x−n )
x x x
1
Primeiro vamos reescrever a função: f (x) = = x−1
x

• Solução:

1
f ′ (x) = −1x(−1−1) = −1x−2 = −
x2

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3 2
Exemplo: 3.9. Calcule a derivada da função: f (x) = x2 +
x
2
Primeiro vamos reescrever a função: f (x) = x 3 + 2x−1

• Solução:

2 2 2 1 2 2 2 2
f ′ (x) = x( 3 −1) + 2(−1)x(−1−1) = x− 3 − 2x−2 = 1 − 2
= √
3
− 2
3 3 3x 3 x 3 x x
4
Exemplo: 3.10. Calcule a derivada da função: y =
x3

Primeiro vamos reescrever a função da seguinte forma: y = 4x−3

• Solução:

12
y ′ = 4(−3x(−3−1) ) = −12x−4 = −
x4

3.6 Derivada do Produto

Regra 6. Se f e g são funções deriváveis, então:

d d d
(f · g)(x) = f (x) · (g(x)) + (f (x)) · g(x)
dx dx dx

ou

(f · g)′ (x) = f (x) · g ′ (x) + f ′ (x) · g(x)

Exemplo: 3.11. Encontre a derivada da função y = x2 (3x + 1).

• Solução:

dy Ou, na notação y ′ :
Na notação :
dx
dy d  2  ′
= x (3x + 1) ⇒ y ′ = x2 (3x + 1) ⇒

dx dx   
dy 2 d d 2 ′
=x (3x + 1) + (3x + 1) (x ) ⇒ y ′ = x2 (3x + 1)′ + (3x + 1) x2 ⇒
dx dx dx
dy
= x2 [3] + (3x + 1) [2x] ⇒ y ′ = x2 (3) + (3x + 1) (2x) ⇒
dx
dy
= 3x2 + (6x2 + 2x) ⇒ y ′ = 3x2 + (6x2 + 2x) ⇒
dx
dy
= 9x2 + 2x y ′ = 9x2 + 2x
dx

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d √
Exemplo: 3.12. Encontre (x x).
dx

• Solução:

dy Ou, na notação y ′ :
Na notação :
dx
dy d √ √ d √ ′ √
=x· ( x) + x · (x) ⇒ y ′ = x · ( x) + x · (x)′ ⇒
dx dx dx
dy d  1 √
 1 ′ √
=x· x2 + 1 · x ⇒ y′ = x · x 2 + 1 · x ⇒
dx dx

 
√ 1 ( 1 −1)
 
dy 1 ( 1 −1) ′
y =x· ·x + x⇒
=x· ·x 2 + x⇒ 2
2
dx 2

 
√ 1 −1
 
dy 1 −1 ′
=x· ·x 2 + x⇒ y =x· ·x 2 + x⇒
dx 2 2
dy 1 1 √ 1 1 √
= · x(1− 2 ) + x ⇒ y ′ = · x(1− 2 ) + x ⇒
dx 2 2
dy 1 1 √ 1 1 √
= · x2 + x ⇒ y′ = · x 2 + x ⇒
dx 2 2
√ √ √ √
dy x √ 3 x x √ 3 x
= + x= . ′
y = + x= .
dx 2 2 2 2
√ √
dy 3 x 3 x
Logo: = Logo: y =′
dx 2 2

3.7 Derivada do Quociente

f
Regra 7. Se f e g são funções deriváveis, é derivável e
g

  g(x) d f (x) − f (x) d g(x)


d f (x) dx dx
=
dx g(x) (g(x))2

ou
′
g(x)f ′ (x) − f (x)g ′ (x)

f (x)
=
g(x) (g(x))2
2x
Exemplo: 3.13. Encontre a derivada da função f (x) = .
4 − 5x

• Solução:
(4 − 5x)(2x)′ − 2x(4 − 5x)′ (4 − 5x)2 − 2x(−5) 8 − 10x + 10x
f ′ (x) = 2
= 2
=
(4 − 5x) (4 − 5x) (4 − 5x)2
8
Logo, f ′ (x) =
(4 − 5x)2

(2x − 5)
Exemplo: 3.14. Sendo h(x) = , encontre h′ (x).
3x2

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

• Solução:
3x2 (2x − 5)′ − (2x − 5)(3x2 )′ 6x2 − (2x − 5)(6x)
h′ (x) = = ⇒
(3x2 )2 9x4
6x2 − 12x2 + 30x −6x2 + 30x −2x + 10
h′ (x) = 4
= 4
=
9x 9x 3x3
−2x + 10
Logo, h′ (x) =
3x3

3.8 Derivada das funções trigonométricas

Regra 8. Sendo f (x) = sen(x)

d
(sen(x)) = cos(x) ou f ′ (x) = cos(x)
dx

• Prova: Sendo f (x) = sen(x), calcule f ′ (x).


d sen(x + h) − sen(x)
f ′ (x) = (sen(x)) = lim ⇒
dx h→0 h
Aplicando a identidade trigonométrica sen(a + b) = sen(a) cos(b) + sen(b) cos(a) temos:

sen(x) cos(h) + cos(x) sen(h) − sen(x) cos(x) sen(h) − sen(x)(1 − cos(h))


f ′ (x) = lim = lim ⇒
h→0 h h→0 h

cos(x) sen(h) 1 − cos(h) sen(h) 1 − cos(h)


f ′ (x) = lim − lim = cos(x) lim − lim ⇒
h→0 h h→0 h h→0 h h→0 h
sen(h) 1 − cos(h)
E sabendo que lim = 1 e lim = 0 , temos:
h→0 h h→0 h
f ′ (x) = cos(x) · 1 + 0 = cos(x)

Portanto a derivada de f (x) = sen(x) é f ′ (x) = cos(x)

Regra 9. Sendo f (x) = cos(x)

d
(cos(x)) = − sen(x) ou f ′ (x) = − sen(x)
dx

• Prova: Sendo f (x) = cos(x), calcule f ′ (x).


d cos(x + h) − cos(x)
f ′ (x) = (cos(x)) = lim ⇒
dx h→0 h
Lembrando que cos(a + b) = cos(a) cos(b) − sen(a) sen(b) temos
cos(x) cos(h) − sen(x) sen(h) − cos(x)
f ′ (x) = lim ⇒
h→0 h

− sen(x) sen(h) − cos(x) 1 − cos(h)
f ′ (x) = lim ⇒
h→0 h

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada


− sen(x) sen(h) cos(x) 1 − cos(h)
f ′ (x)
= lim − lim ⇒
h→0 h h→0 h

′ sen(h) 1 − cos(h)
f (x) = − sen(x) · lim − cos(x) · lim ⇒
h→0 h h→0 h

sen(h) 1 − cos(h)
Mas, lim = 1 e lim = 0 , então:
h→0 h h→0 h
f ′ (x) = − sen(x) · 1 − cos(x) · 0 = − sen(x)

Portanto a derivada de f (x) = cos(x) é f ′ (x) = − sen(x)

Regra 10. Sendo f (x) = tan(x)

d
(tan(x)) = sec2 (x) ou f ′ (x) = sec2 (x)
dx

• Prova: Sendo f (x) = tan(x), calcule f ′ (x).


sen(x)
f (x) = tan(x) =
cos(x)
Calculando a derivada da tan(x) pela regra do quociente (regra 7), obtemos:
cos(x). [sen(x)]′ − sen(x) [cos(x)]′
f ′ (x) = ⇒
[cos(x)]2


cos(x) · cos(x) − sen(x) − sen(x)
f (x) = ⇒
cos2 (x)
cos2 (x) + sen2 (x)
f ′ (x) = ⇒
cos2 (x)
Lembrando da identidade trigonométrica cos2 (x) + sen2 (x) = 1 , temos
1
f ′ (x) = = sec2 (x)
cos2 (x)
Portanto a derivada de f (x) = tan(x) é f ′ (x) = sec2 (x)

Regra 11. Sendo f (x) = cot(x)

d
cot(x) = − cossec2 (x) ou f ′ (x) = − cossec2 (x)

dx

• Prova: Sendo f (x) = cot(x), calcule f ′ (x).


cos(x)
f (x) = cot(x) =
sen(x)
Calculando a derivada da cot(x) pela regra do quociente (regra 7), obtemos:
sen(x). [cos(x)]′ − cos(x) [sen(x)]′
f ′ (x) = ⇒
[sen(x)]2
sen(x).(− sen(x)) − cos(x) cos(x)
f ′ (x) = ⇒
sen2 (x)

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

− sen2 (x) − cos2 (x) sen2 (x) + cos2 (x)


f ′ (x) = = − ⇒
sen2 (x) sen( x)
Lembrando da identidade trigonométrica sen2 (x) + cos2 (x) = 1 , temos
−1
f ′ (x) = = − cossec2 (x)
sen2 (x)
Portanto a derivada de f (x) = cot(x) é f ′ (x) = − cossec2 (x)

Regra 12. Sendo f (x) = sec(x)

d
(sec(x)) = sec(x) tan(x) ou f ′ (x) = sec(x) tan(x)
dx
• Prova: Sendo f (x) = sec(x), calcule f ′ (x).
1
f (x) = sec(x) =
cos(x)
Calculando a derivada da cot(x) pela regra do quociente (regra 7), obtemos:
cos(x) · (1)′ − 1 · [cos(x)]′
f ′ (x) = ⇒
[cos(x)]2
cos(x) · (0) − 1 · (− sen(x))
f ′ (x) = ⇒
cos2 (x)
sen(x) sen(x) 1
f ′ (x) = = · ⇒
cos2 (x) cos(x) cos(x)
sen(x) 1
Lembrando das identidades trigonométricas tan(x) = e sec(x) = temos
cos(x) cos(x)
f ′ (x) = tan(x) · sec(x).

Portanto a derivada de f (x) = sec(x) é f ′ (x) = sec(x) tan(x).

Regra 13. Sendo f (x) = cossec(x)

d
(cossec(x)) = − cossec(x) cot(x) ou f ′ (x) = − cossec(x) cot(x)
dx
• Prova: Sendo f (x) = cossec(x), calcule f ′ (x).
1
f (x) = cossec(x) =
sen(x)
Calculando a derivada da cossec(x) pela regra do quociente (regra 7), obtemos:
sen(x) · (1)′ − 1 · [sen(x)]′
f ′ (x) = ⇒
[sen(x)]2
sen(x) · (0) − 1 · cos(x)
f ′ (x) = ⇒
sen2 (x)
cos(x) cos(x) 1
f ′ (x) = − 2
=− · ⇒
sen (x) sen(x) sen(x)
cos(x) 1
Lembrando das identidades trigonométricas cot(x) = e cossec(x) = temos
sen(x) sen(x)
f ′ (x) = cot(x) · cossec(x). Portanto a derivada de f (x) = cossec(x) é f ′ (x) = − cossec(x) cot(x).

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

3.9 Derivada da função composta - Regra da Cadeia

Regra 14. Se a função g for derivável em x e a função f for derivável em g(x), então a função

composta f ◦ g será derivável em x e

dh i dh i d
(f ◦ g)(x) = f g(x) · g(x)
dx dx dx

ou
h i′
(f ◦ g)(x) = f ′ g(x) · g ′ (x).


Ainda, se y = f g(x) e chamando u = g(x) então y = f (u) assim temos:




dy dy du
= ·
dx du dx

ou

y ′ = f ′ (u) · u′

Exemplo: 3.15. Calcule a derivada de f (x) = sen(x3 + 4x2 ):

• Solução:

Chamaremos u = x3 + 4x2 , lembrando que u = g(x). Sendo assim, teremos:

y = sen(u)

y ′ = [sen(u)]′ · u′

y ′ = cos(u) · u′

Mas como u = x3 + 4x2 , temos que u′ = 3x2 + 8x. Então:

y ′ = cos(u) · u′ = cos(u) · (3x2 + 8x)

E retornando para a variável x na função, temos:


h i
y ′ = cos(x3 + 4x2 ) (3x2 + 8x)

Exemplo: 3.16. Calcule a derivada de f (x) = (3x + 4x3 )10 :

• Solução:

Chamaremos u = 3x + 4x3 lembrando u = g(x). Sendo assim, teremos

y = u10
′
y ′ = u10 · u′

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

y ′ = 10 · u9 · u′

Mas como u = 3x + 4x3 , temos que u′ = 3 + 12x2 . Então:

y ′ = 10 · u9 · (3 + 12x2 )

E retornando para a variável x na função e fazendo as simplificações adequadas, temos:

y ′ = (30 + 120x2 ) · (3x + 4x3 )9


Exemplo: 3.17. Calcule a derivada de f (x) = 2x − 5:

• Solução:

Chamaremos u = 2x − 5, lembrando que u = g(x). Sendo assim, teremos


√ 1
y= u = u2
 1 ′
y ′ = u 2 · u′
 
1 1
y′ = · u 2 −1 · u′
2
Mas sendo u = 2x − 5, temos que u′ = 2. Então:
1 −1
y′ = ·u 2 ·2
2
1 1
y′ = 1 = √
u2 u
E retornando para a variável x na função e fazendo as simplificações adequadas, temos:
1
y′ = √ .
2x − 5
p
Exemplo: 3.18. Calcule a derivada de f (x) =
3
x2 − 3:

• Solução:

Reescrevendo f (x) = 3
x2 − 3 = (x2 − 3)1/3

Tomando u = x2 − 3, lembrando que u = g(x). Sendo assim, teremos


 1 ′
f ′ (x) = u 3 · u′ ⇒
 
1 1
f ′ (x) = · u 3 −1 · u′ ⇒
3
1 2
f ′ (x) = · (x2 − 3)− 3 · (x2 − 3)′ ⇒
3
1 1
f ′ (x) = · · 2x ⇒
3 (x2 − 3) 23
2x
f ′ (x) = p
3 (x2 − 3)2
3

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

2
Exemplo: 3.19. Calcule a derivada de y = :
(x2 − 5)3

• Solução:

Chamaremos u = x2 − 5, lembrando que u = g(x). Sendo assim, teremos


2
y= = 2u−3
u3
y ′ = (2u−3 )′ · u′

y ′ = [2 · (−3) · u−4 ] · u′

Mas como u = x2 − 5, temos que u′ = 2x. Então:

y ′ = −6 · u−4 · (2x)

E retornando para a variável x na função e fazendo as simplificações adequadas, temos:

y ′ = −6 · (x2 − 5)−4 · (2x)


1
y ′ = −12x ·
(x2 − 5)4
−12x
y′ = 2
(x − 5)4

2x − 5
Exemplo: 3.20. Calcule a derivada de y = :
4

• Solução:

Chamaremos u = 2x − 5, lembrando que u = g(x). Sendo assim, teremos



u u1/2
y= =
4 4
!′
u1/2 1 ′
y′ = · u′ = · u1/2 · u′
4 4
 
1 1 1/2−1
y′ = · ·u · u′
4 2
 
′ 1 1 −1/2
y = · u · u′
4 2

Mas sendo u = 2x − 5, temos que u′ = 2. Então:


 
′ 1 1 −1/2
y = · u ·2
4 2
   
′ 1 1 1 1 1
y = · 1/2
= · √ = √
4 u 4 u 4 u

E retornando para a variável x na função temos:


1
y′ = p
4 (2x − 5)

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

(2x + 3)4
Exemplo: 3.21. Calcule a derivada de f (x) = :
7x

• Solução:

Calculando a derivada pela Regra do quociente (regra 7), teremos:


′
(2x + 3)4 · 7x − (2x + 3)4 · (7x)′

y′ =
(7x)2
′
(2x + 3)4 · 7x − (2x + 3)4 · 7

y′ =
(7x)2
′
Observe que não conseguimos calcular (2x + 3)4 diretamente. Sendo assim, precisamos calcular


essa derivada pela Regra da Cadeia (regra 14), para então continuarmos resolvendo a derivada da f .

Chamaremos h(x) = (2x + 3)4 e calcularemos sua derivada:


′
h′ (x) = (2x + 3)4 · (2x + 3)′


h′ (x) = 4(2x + 3)3 · (2x + 3)′

h′ (x) = 4(2x + 3)3 · 2

h′ (x) = 8(2x + 3)3

Agora que temos a derivada que faltava, podemos retornar o cálculo da derivada da função f (x).

Tínhamos:

4 ′ · (7x) − 7(2x + 3)4


 
(2x + 3)
y′ =
(7x)2
Agora, temos:
[8(2x + 3)3 ] · (7x) − 7(2x + 3)4
y′ =
49x2
56x(2x + 3)3 − 7(2x + 3)4
y′ = ,→ simplificando por 7
49x2
8x(2x + 3)3 − (2x + 3)4
y′ = ,→ colocando (2x + 3) em evidência
7x2
h i
(2x + 3)3 8x − (2x + 3)
y′ =
7x2
(2x + 3)3 (6x − 3)
y′ =
7x2
 4
2x + 3
Exemplo: 3.22. Calcule a derivada de y = :
7x

• Solução:
 
2x + 3
Chamaremos u = lembrando que u = g(x). Sendo assim, teremos:
7x

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

 4
2x + 3
y= = u4
7x

y ′ = (u4 )′ · u′ = 4u3 · u′

2x + 3 ′ 2x + 3 ′
 3    
2x + 3
y′ =4 · ,→ Aplicando a derivada do quociente (regra 7) em
7x 7x 7x

3 
(2x + 3)′ · (7x) − (2x + 3) · (7x)′
 
2x + 3
y′ = 4 ·
7x (7x)2

 3  
2x + 3 2 · (7x) − (2x + 3) · 7
y′ =4 ·
7x (7x)2

 3  
2x + 3 14x − (14x + 21)
y′ =4 ·
7x (7x)2

 3  
2x + 3 −21
y′ =4 ·
7x (7x)2

4(2x + 3)3
 
−21
y′ = ·
(7x)3 (7x)2

4(2x + 3)3 (−21)


y′ =
(7x)3 (7x)2

−84(2x + 3)3
y′ =
(7x)5

√ 
Exemplo: 3.23. Calcule a derivada de y = cos x2 + 1 :

• Solução:

Chamaremos u = x2 + 1 lembrando que u = g(x). Sendo assim, teremos

y = cos(u)

Calculando sua derivada pela regra da cadeia,


 ′
y′ = cos(u) · u′

y ′ = − sen(u) · u′
√  √ ′
y ′ = − sen x2 + 1 · x2 + 1
√ ′
Neste passo, vamos recorrer mais uma vez a regra da cadeia (regra 14) para encontrar x2 + 1 .

Chamaremos v = x2 + 1, lembrando que v = h(x). Sendo assim, teremos

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

√  √

y ′ = − sen x2 + 1 · ( v ) · v ′

√   1 ′
y ′ = − sen x2 + 1 · v 2 · v ′

√  1 1 
y′ = − sen 2
x +1 · v − 2 · (x2 + 1)′
2

√  1 1 
y′ = − sen 2
x +1 · · · (2x)
2 v 12

√  1
y ′ = − sen x2 + 1 · x · √ ,→ Voltando para x:
v
√  x
y ′ = − sen x2 + 1 · √
x2 + 1
√ 
−x · sen x2 + 1
y′ = √
x2 + 1

3.10 Derivada das Funções Logarítmicas

Regra 15. Sendo f (x) = ln x

d 1 1
(ln x) = ou f ′ (x) =
dx x x

Prova: y = ln x → y ′ =?

d ln(x + h) − ln x
y′ = (ln x) = lim ,→ Aplicando a propriedade dos logaritmos:
dx h→0 h
 
′ 1 x+h
y = lim ln ⇒
h→0 h x
 
′ 1 h
y = lim ln 1 +
h→0 h x

h
Seja v = , então h = v · x e h → 0 equivale a v → 0. Assim
x
  
′ 1
y = lim ln(1 + v) ⇒
v→0 v·x
 
′ 1 1
y = lim ln(1 + v) ⇒
x v→0 v

1 h i1/v
y′ = lim ln(1 + v) ⇒
x v→0
1 h i
y ′ = ln lim (1 + v)1/v ⇒
x v→0

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

1 1
Seja agora, u =, então v = e v → 0 equivale a u → ±∞. Assim:
v u
1 ui
 
1 h
y ′ = ln lim 1+ ,→ Segundo Limite Fundamental
x u→±∞ u

1
y′ = ln[e] ⇒
x
1
y′ =
x

Regra 16. Sendo f (x) = logb x

d 1 1
(logb )(x) = ou f ′ (x) =
dx x ln b x ln b

• Prova: Sendo f (x) = logb x, calcule f ′ (x).

d
f ′ (x) = (logb x) ,→ Aplicando a mudança de base dos logaritmos:
dx
 
d ln x
f ′ (x) = ⇒
dx ln b

1 d
f ′ (x) = · (ln x) ,→ Aplicando a regra da derivada de y = ln x (regra 15):
ln b dx

1 1 1
f ′ (x) = · ⇒ f ′ (x) =
ln b x x ln b

1
Logo temos que a derivada de f (x) = logb x é f ′ (x) =
x ln b

Exemplo: 3.24. Calcule a derivada de y = ln(3x4 + 2x2 )

• Solução:

Seja u = (3x4 + 2x2 ) então u′ = 12x3 + 4x.

y ′ = (ln u)′ · u′

1 ′
y′ = ·u
u

1
y′ = · (12x3 + 4x)
3x4 + 2x2

12x3 + 4x
y′ =
3x4 + 2x2

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Exemplo: 3.25. Calcule a derivada de y = ln(sen x)

• Solução:

Seja u = sen x então u′ = cos x.

y ′ = (ln u)′ · u′

1 ′
y′ = ·u
u

1
y′ = · (cos x)
sen x

cos x
y′ = ⇒ y ′ = cot(x)
sen x

Exemplo: 3.26. Calcule a derivada de y = ln(x2 + 2x)

• Solução:

Seja u = x2 + 2x então u′ = 2x + 2.

y ′ = (ln u)′ · u′

1 ′
y′ = ·u
u

1
y′ = · (2x + 2)
x2 + 2x

2x + 2
y′ =
x2 + 2x
√ 
Exemplo: 3.27. Calcule a derivada de y = ln x2 − 5x3

• Solução:

Tomando u = x2 − 5x3

y ′ = (ln u)′ · u′

1 ′
y′ = ·u
u

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

1
y′ = √ · u′
x2 − 5x3


Como u = x2 − 5x3 , para encontrar u′ , vamos recorrer mais uma vez a regra da cadeia (regra

14). Chamaremos v = x2 − 5x3 , sendo v = h(x). Sendo assim, teremos


1 √ ′
y′ = √ · ( v) · v ′
2
x − 5x 3

1  1 ′
y′ = √ · v 2 · (x2 − 5x3 )′
x2 − 5x3
 
1 1 −1
y′ =√ · v 2 · (2x − 15x2 )
x − 5x3
2 2
 
1 1 1
y′ = √ · · · (2x − 15x2 )
x − 5x3
2 2 v 12

1 1
y′ = √ · (2x − 15x2 ) · 1
2
x − 5x 3
2v 2

2x − 15x2 1
y′ = √ · 1 ,→ Retornando a variável x teremos:
2 3
x − 5x 2v 2

2x − 15x2
y′ = √ √
2 x2 − 5x3 · x2 − 5x3

2x − 15x2
y′ = √ 2
2 x2 − 5x3

2x − 15x2
y′ = ,→ Colocando x em evidência no numerador e no denominador.
2(x2 − 5x3 )

x(2 − 15x)
y′ =
2x(x − 5x2 )

(2 − 15x)
y′ =
2(x − 5x2 )

2 − 15x
Portanto, y ′ = .
2(x − 5x2 )

3.11 Derivada das Funções Exponenciais

Regra 17. Sendo f (x) = ex

d x
(e ) = ex ou f ′ (x) = ex
dx

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

• Prova

d x ex+h − ex
y′ = (e ) = lim ,→ Aplicando regra da potência:
dx h→0 h

ex · eh − ex
y ′ = lim ,→ Colocando ex em evidência:
h→0 h

ex · (eh − 1)
y ′ = lim
h→0 h

eh − 1
y ′ = ex · lim ,→ Terceiro Limite Fundamental.
h→0 h

y ′ = ex · ln e ⇒ y ′ = ex .

Regra 18. Sendo f (x) = ax

d x
(a ) = ax · ln a ou f ′ (x) = ax · ln a
dx

• Prova

d x ax+h − ax
y′ = (a ) = lim ,→ Aplicando regra da potência:
dx h→0 h

ax · ah − ax
y ′ = lim ,→ Colocando ax em evidência:
h→0 h

ax · (ah − 1)
y ′ = lim
h→0 h

ah − 1
y ′ = ax · lim ,→ Terceiro Limite Fundamental.
h→0 h

y ′ = ax · ln a.

2 +x
Exemplo: 3.28. Calcule a derivada de y = e3x :

• Solução:

Chamaremos u = 3x2 + x, sendo u = g(x). Sendo assim, teremos

y = eu

Calculando sua derivada pela regra da cadeia,

y ′ = (eu )′ · u′

y ′ = eu · u′ ,→ Voltando para a variável x para calcular u′

2 +x)
y ′ = e(3x · (3x2 + x)′

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

2 +x)
y ′ = e(3x · (6x + 1)
2 +x
y ′ = (6x + 1) · e3x

2 +3
Exemplo: 3.29. Calcule a derivada de y = ex :

• Solução:

Chamaremos u=x2 + 3 sendo u = g(x). Sendo assim, teremos

y = eu

Calculando sua derivada pela regra da cadeia,

y ′ = (eu )′ · u′

y ′ = eu · u′

2 +3)
y ′ = e(x · (x2 + 3)′ ,→ Voltando para a variável x para calcular u′

2 +3)
y ′ = e(x · (2x)

2 +3
y ′ = 2x ex

Exemplo: 3.30. Calcule a derivada de y = esen(2x+4) :

• Solução:

Chamaremos u = sen(2x + 4) sendo u = g(x). Sendo assim, teremos

y = eu

Calculando sua derivada pela regra da cadeia,

y ′ = (eu )′ · u′

y ′ = eu · u′ ,→ Voltando para a variável x para calcular u′

y ′ = eu · [sen(2x + 4)]′

Vamos recorrer mais uma vez a regra da cadeia para calcular a derivada de sen(2x + 4). Chama-

remos v = 2x + 4 lembrando que v = h(x). Assim teremos:

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y ′ = eu · [sen(v)]′ · v ′ ,→ Voltando para a variável x para calcula v ′

y ′ = eu · cos(v) · (2x + 4)′

y ′ = eu · cos(v) · (2)

Substituindo v = 2x + 4 e u = sen(2x + 4), temos

y ′ = esen(2x+4) · cos(2x + 4) · (2)

Portanto: y ′ = 2 cos(2x + 4) · esen(2x+4)


Exemplo: 3.31. Calcule a derivada de y = e x:

• Solução:

Chamaremos x de u, sendo u = g(x). Sendo assim, teremos

y = eu

Calculando sua derivada pela regra da cadeia,

y ′ = eu · u′


y ′ = eu · ( x)′

 1 ′
y ′ = eu · x 2

 
1 −1
y′ = eu · ·x 2
2
 
1 1
y′ = eu · ·
2 x 21

1 1
y ′ = eu · ·√
2 x

eu
y′ = √
2 x

Substituindo u na expressão,

e x
y′ = √
2 x

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Exemplo: 3.32. Calcule a derivada de y = e x2 −5 :

• Solução:

Chamaremos u = x2 − 5 sendo u = g(x). Sendo assim, teremos

y = eu

Calculando sua derivada pela regra da cadeia,

y ′ = eu · u′


y ′ = eu · ( x2 − 5)′


Vamos recorrer mais uma vez a regra da cadeia para calcular a derivada de x2 − 5. Chamaremos

v = x2 − 5, sendo v = h(x). Assim teremos:


√ ′
y ′ = eu · ( v ) · v ′

 1 ′
y ′ = eu · v 2 · (x2 − 5)′

 
1 −1
y′ = eu · ·v 2 · (2x)
2
 
1
y′ = eu · 1 · (2x)
2v 2

1
y ′ = 2x · eu · √
2 v


Substituindo v = x2 − 5 e u = x2 − 5, temos
√ 1
y ′ = 2x · e x2 −5 · √
2 x2 − 5

2
2x · e x −5
y′ = √
2 x2 − 5

2
x · e x −5
y′ = √
x2 − 5

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Exemplo: 3.33. Calcule a derivada de y = x2 · e3x

• Solução:

Precisamos aplicar a regra do produto (regra 6) e a regra da cadeia (regra 14), assim teremos:

y′ = (x2 )′ · e3x + x2 · (e3x )′

y′ = 2x · e3x + x2 · e3x · (3x)′

y′ = 2x · e3x + x2 · e3x · 3

y′ = 2x · e3x + 3x2 · e3x

y′ = xe3x · (2 + 3x)

Exemplo: 3.34. Calcule a derivada de y = ln cos2 (4x + 1) :




• Solução:

Precisamos aplicar a regra da cadeia mais de uma vez. Vamos começar fazendo: u = cos2 (4x + 1):
′
y′ = ln(u)
1
y′ = · u′ ,→ Voltando para x.
u
1 h i′
y′ = · cos2 (4x + 1)
cos2 (4x + 1)
" #′
1  2
y′ = 2
· cos(4x + 1) ,→ Agora, vamos tomar t = cos(4x + 1).
cos (4x + 1)
1 h i′
y′ = · t2
cos2 (4x + 1)
1 h i
y′ = 2
· 2 · t2−1 · t′
cos (4x + 1)
1 h i
y′ = 2
· 2t · t′ ,→ Voltando para x.
cos (4x + 1)
1 h i  ′
y′ = 2
· 2 cos(4x + 1) · cos(4x + 1) ,→ Tomando, v = 4x + 1.
cos (4x + 1)
1 h i  ′
y′ = 2
· 2 cos(4x + 1) · cos(v)
cos (4x + 1)
1 h i  
y′ = 2
· 2 cos(4x + 1) · − sen(v) · v′
cos (4x + 1)
1 h i  
y′ = 2
· 2 cos(4x + 1) · − sen(v) · 4 ,→ Voltar para x.
cos (4x + 1)
1  
y′ = 2
· 2 cos(4x + 1) · − sen(4x + 1) · 4
cos (4x + 1)

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−8 · sen(4x + 1) · cos(4x + 1)
y′ =
cos2 (4x + 1)

sen(4x + 1)
y ′ = −8 · = −8 tan(4x + 1)
cos(4x + 1)

OBS: Todas as regras de derivação apresentadas acima, foram descritas para y = f (x). Mas

podemos ampliar estas regras e generalizar para y = f (u) onde u = g(x).

Por exemplo, a regra da derivada da função logarítmica (regra 15) foi escrita em termos de x:

d 1 1
se f (x) = ln x então (ln x) = , ou, f ′ (x) = .
dx x x

Esta mesma regra, pode ser reescrita em termos de u, já aplicando a regra da cadeia (regra 14) ou

seja f (u) = ln u onde u = g(x), assim teremos:

d 1 du 1
Se f (u) = ln u então (ln u) = · ou f ′ (u) = · u′ .
dx u dx u

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4 Tabela de Derivadas

Sejam u = f (x) e v = g(x) funções da variável x e c ∈ R e n ∈ Q∗ constantes.

y=u y ′ = u′

y =c·u y ′ = c · u′

y =u±v y ′ = u′ ± v ′

y = un y ′ = n · un−1 · u′ , n ̸= 1

y =u·v y ′ = u′ · v + v ′ · u
u u′ · v − v ′ · u
y= y′ =
v v2
y = au y ′ = au (ln a)u′ , (a > 0, a ̸= 1)

y = eu y ′ = eu u′
u′
y = logb u y′ =
u · ln b
1
y = ln u y ′ = u′
u
y = uv y ′ = vuv−1 u′ + uv (ln u)v ′

y = sen u y ′ = u′ cos u

y = cos u y ′ = −u′ sen u

y = tan u y ′ = u′ sec2 u

y = cot u y ′ = −u′ cossec2 u

y = sec u y ′ = u′ sec u · tan u

y = cossec u y ′ = −u′ cossec u · cot u


u′
y = arcsin u y′ = √
1 − u2
−u′
y = arccos u y′ = √
1 − u2
u′
y = arctan u y′ = √
1 + u2
−u′
y = arccot u y′ = √
1 + u2
u′
y = arcsec u, |u| ≥ 1 y′ = √ , |u| > 1
|u| u2 − 1
−u′
y = arccsc u, |u| ≥ 1 y′ = √ , |u| > 1
|u| u2 − 1

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5 Derivadas de Ordem Superior

Derivadas Sucessivas.

Dada uma função f , a sua derivada, se existir, é a função f ′ chamada derivada primeira ou derivada

de primeira ordem de f .

Como f ′ também é uma função, a sua derivada, se existir, é a função f ′′ chamada derivada segunda

ou derivada de segunda ordem de f .

Como f ′′ também é uma função, a sua derivada, se existir, é a função f ′′′ chamada derivada terceira

ou derivada de terceira ordem de f .

E assim sucessivamente.

Notações:

df
f ′, , Dx f
dx

d2 f
f ′′ , , Dx2 f
dx2

d3 f
f ′′′ , , Dx3 f
dx3

d4 f
f 4, , Dx4 f
dx4

..
.

dn f
f n, , Dxn f
dxn

Exemplo: 5.1. Calcule a derivada segunda de f (x) = x5 − 2x4 + x3 − 2x2 .

• Solução:
′
f ′ (x) = x5 − 2x4 + x3 − 2x2 = 5x4 − 8x3 + 3x2 − 4x
′
f ′′ (x) = 5x4 − 8x3 + 3x2 − 4x = 20x3 − 24x2 + 6x − 4

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Exemplo: 5.2. Encontre f ′′′ (x) para f (x) = 3x4 + 5x3 − x.

• Solução:
′
f ′ (x) = 3x4 + 5x3 − x = 12x3 + 15x2 − 1
′
f ′′ (x) = 12x3 + 15x2 − 1 = 36x2 + 30x
′
f ′′′ (x) = 36x2 + 30x = 72x + 30

Exemplo: 5.3. Encontre f ′′ (x) para f (x) =


p
(7x + 1)3

• Solução:

p
f (x) = (7x + 1)3 = (7x + 1)3/2

 ′ 3 21 21 √
f ′ (x) = (7x + 1)3/2 = · (7x + 1)3/2−1 · 7 = · (7x + 1)1/2 = · 7x + 1
2 2 2
 21 ′  
21 1 147 147 1
f ′′ (x) = · (7x + 1) 1/2
= · · (7x + 1) 1/2−1
·7 = · (7x + 1)−1/2 = ·√
2 2 2 4 4 7x + 1

Exemplo: 5.4. Encontre f (10) (x) para f (x) = sen(x).

• Solução:

f ′ (x) = cos(x) ⇔ f (5) (x) ⇔ f (9) (x)

f ′′ (x) = − sen(x) ⇔ f (6) (x) ⇔ f (10) (x)

f ′′′ (x) = − cos(x) ⇔ f (7) (x)

f (4) (x) = sen(x) ⇔ f (8) (x)

Portanto, f (10) (x) = − sen(x).

Observe que as derivadas sucessivas de f (x) = sen(x) ocorrem em um ciclo de comprimento 4 e, em

particular, f (n) = sen(x) sempre que n for múltiplo de 4.

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Exemplo: 5.5. Encontre f n (x) para f (x) = ex

• Solução:

f (x) = ex

f ′ (x) = ex

f ′′ (x) = ex

f ′′′ (x) = ex
.. ..
. .

f n (x) = ex

Observe que as derivadas sucessivas de f (x) = ex são sempre iguais a ex , então f n (x) = ex para

todo n.

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6 Derivação Implícita

Derivar implicitamente uma relação significa encontrar a lei da derivada de todas as funções que

estão implícitas nesta relação. O processo de derivação implícita consiste em:

1. Derivar os dois lados da igualdade em relação a x.

2. Aplicar as regras de derivação estudadas lembrando que y = f (x)

3. Isolar y ′

Exemplo: 6.1. Encontre a derivada implícita de y 2 + x2 = 25

• Solução:

Não é possível escrever y em função de x explicitamente, pois encontramos duas funções.


y1 = + 25 − x2



y 2 + x2 = 25 ⇒ y = ± 25 − x2



y2 = − 25 − x2

Então precisamos aplicar o processo de derivação implícita em y 2 + x2 = 25.

d 2 d
(y + x2 ) = (25) ,→ Derivar os dois lados da igualdade em relação a x.
dx dx

2y.y ′ + 2x = 0 ,→ Aplicar as regras de derivação estudadas lembrando que y = f (x)

2y.y ′ = −2x

−2x
y′ = ,→ Isolar y ′
2y
−x
y′ =
y

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Assim, para achar a derivada de y1 é só substituir y1 na expressão encontrada acima para a derivação

implícita :

√ −x
• y1 = + 25 − x2 derivada de y1 ⇒ y1′ = √
25 − x2
1/2
Observe que, se tivéssemos aplicado as regras y1 = + 25 − x2
√ 1 −1/2
de derivação diretamente em y1 = + 25 − x2 o y1′ = 25 − x2 · (−2x)
2
−x
resultado seria o mesmo: y1′ = √
25 − x2

Para achar a derivada de y2 é só substituir y2 na expressão encontrada para a derivação implícita :

√ −x x
• y2 = − 25 − x2 derivada de y2 ⇒ y2′ = √ ⇒ y2′ = √
− 25 − x 2 25 − x2
1/2
Observe que, se tivéssemos aplicado as regras y21 = − 25 − x2
√ 1 h −1/2 i
de derivação diretamente em y2 = − 25 − x2 o y2′ = · − 25 − x2 · (−2x)
2
x
resultado seria o mesmo: y2′ = √
25 − x2

Com este exemplo, fica claro que derivar implicitamente uma relação significa encontrar a lei da

derivada de todas as funções que estão implícitas numa relação, sem precisar calcular a

derivada de cada função individualmente.

Exemplo: 6.2. Encontre y ′ para x5 + y 3 + xy = 3x2 + 1

• Solução:

d 5 d
(x + y 3 + xy) = (3x2 + 1) ,→ Derivar os dois lados da igualdade em relação a x.
dx dx

5x4 + 3y 2 · y ′ + y + xy ′ = 6x ,→ Aplicar as regras de derivação estudadas lembrar que y = f (x).

3y 2 · y ′ + xy ′ = 6x − 5x4 − y

y ′ (3y 2 + x) = 6x − 5x4 − y ,→ Isolar y ′

6x − 5x4 − y
y′ =
3y 2 + x

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Exemplo: 6.3. Encontrar y ′ para x5 + y 5 − 5xy = 0

• Solução:

d 5 d
(x + y 5 − 5xy) = 0 ,→ Derivar os dois lados da igualdade em relação a x.
dx dx

d 5 d 5 d d
(x ) + (y ) − (5xy) = 0
dx dx dx dx

5x4 + 5y 4 · y ′ − 5 · y + 5x · y ′ = 0 Aplicar as regras de derivação estudadas lembrar que y = f (x).



,→

5y 4 · y ′ − 5x · y ′ + 5x4 − 5y=0

y ′ (5y 4 − 5x) = 5y − 5x4 ,→ Isolar y ′

5y − 5x4
y′ =
5y 4 − 5x

y − x4
y′ =
y4 − x

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7 Pontos de máximo e de mínimo

Seja o gráfico abaixo a representação da temperatura em função do tempo de uma determinada

região durante um ano.

Figura 1: Temperatura em função do tempo de uma determinada região durante um ano.

1. Qual a maior temperatura atingida durante o ano?

2. Quando ocorreu a maior temperatura durante todo o ano?

3. Qual a maior temperatura atingida no último trimestre do ano?

4. Quando ocorreu a maior temperatura no último trimestre do ano?

5. Qual é a menor temperatura atingida durante o ano?

6. Quando ocorreu a menor temperatura durante todo o ano?

7. Qual a menor temperatura atingida no último trimestre do ano?

8. Quando ocorreu a menor temperatura no último trimestre do ano?

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• Respostas:

1. A maior temperatura atingida durante o ano foi de T = 30°C (Valor Máximo/Máximo Absoluto).

2. A maior temperatura durante todo o ano ocorreu no mês de Janeiro, t = 1 (no 1º mês).

3. A maior temperatura atingida no último trimestre foi de T = 25°C (Valor Máximo relativo/Máximo

Relativo).

4. A maior temperatura no último trimestre ocorreu no mês de outubro, t = 10 (no 10º mês).

(Extremo relativo em t = 10)

5. A menor temperatura atingida durante o ano foi de T = 10°C (Valor Mínimo/Mínimo Absoluto)

6. A menor temperatura durante todo o ano ocorreu no mês de junho, t = 6 (no 6º mês)

7. A menor temperatura atingida no último trimestre foi de T = 15°C (Valor Mínimo rela-

tivo/Mínimo Relativo).

8. A menor temperatura no último trimestre ocorreu no mês de dezembro, t = 12 (no 12º

mês).(Extremo relativo em t = 12)

Os valores de máximo e mínimo são valores extremos da função.

Observe que a figura 1 mostra um gráfico em que apresenta 5 pontos na qual a função tem valores

extremos em seu domínio [0, 12]. O mínimo absoluto da função ocorre em t = 6 embora em t = 12 o

valor da função seja menor do que em qualquer outro ponto próximo (isto é, durante o quarto trimestre

do ano). A função é crescente quando se aproxima de t = 10 e depois passa a decrescer a medida que

t se aproxima de t = 12, tornando f (10) um máximo local, (maior temperatura atingida no último

trimestre). A função atinge seu máximo absoluto em t = 1.

Assim podemos definir extremos locais (relativos) (Definição 7.1 e Definição 7.2 ) e também pode-

mos definir máximos ou mínimos absolutos (globais) (Definição 7.5 e Definição 7.6).

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7.1 Extremos Relativos

Definição 7.1. A função f terá um valor de máximo relativo em x0 , se existir um inter-

valo aberto contendo x0 , no qual f (x) seja definida, tal que f (x0 ) ≥ f (x) para todo x nesse

intervalo.

Definição 7.2. A função f terá um valor de mínimo relativo em x0 , no qual f (x) esteja

definida, tal que f (x0 ) ≤ f (x) para todo x do intervalo.

Quando f tiver um máximo ou um mínimo relativo em x0 , dizemos que f tem um extremo

relativo em x0 .

Os extremos relativos ocorrem em pontos nos quais o gráfico da função tem retas tangentes hori-

zontais ou em pontos onde a função não é diferenciável.

Definição 7.3. Se c for um número do domínio da f e se f ′ (c) = 0 ou f ′ (c) não existir,

então c será chamado de ponto crítico de f .

Exemplo: 7.1. Observe o gráfico da função f abaixo.

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Na figura do exemplo (7.1), os pontos x1 , x2 , x3 , x4 e x5 são pontos críticos. Desses, x1 , x3 , x4 e x5

são pontos nos quais o gráfico da função tem retas tangentes horizontais. E x2 é um ponto onde a

função não é diferenciável.

Teorema 7.1. Seja f (x) definida para todos os valores no intervalo aberto (a, b) contendo c.

Se f tiver um extremo relativo em c, onde a < c < b, então x = c é um ponto crítico de f ;

assim ou f ′ (c) = 0 ou f ′ (c) não existe.

O Teorema 7.1 afirma que os pontos críticos de uma função constituem a coleção completa dos

candidatos a extremos relativos do interior do domínio da função.

Observação 1: Uma função pode ter um ponto crítico num número c e f ′ (c) não existir.

Exemplo: 7.2. f (x) =| x |

• Solução:

Não existe f ′ (0).

x = 0 é ponto crítico de f .

y = 0 é mínimo absoluto.

x = 0 é extremos relativo de f .

P (0, 0) é ponto de mínimo da função.

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Observação 2: O número c pode ser um ponto crítico sem ser extremo relativo.

Exemplo: 7.3. Seja f (x) = (x − 1)3 . Ache os pontos críticos de f e determine se são extremos

relativos ou não. Faça um esboço do gráfico.

• Solução:

Como a f é uma função polinomial, sabemos que

existe f ′ para todo x ∈ R. Assim, para achar os

pontos críticos precisamos apenas determinar os

valores de x tais que f ′ (x) = 0.

Assim:

f ′ (x) = 3(x − 1)2

f ′ (x) = 0 ⇒ 3(x − 1)2 = 0 ⇒


Ampliando a escala do gráfico para visualizar me-
(x − 1)2 = 0 ⇒ x − 1 = 0 ⇒ x = 1
lhor o que acontece na vizinhança de x = 1,
Portanto, x = 1 é ponto crítico de f .

Calculando a imagem de x = 1 temos: f (1) = 0

mas f (1, 15) = 0 e f (0, 86) = 0.

Sendo assim, x = 1 é ponto crítico de f mas não

é um extremo relativo.

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7.2 Teste da Derivada Primeira (TDP)

O Sinal da derivada primeira de uma função nos fornece informações importantes sobre os intervalos

de crescimento e decrescimento da f conforme o Teorema abaixo.

Teorema 7.2. Sinal da Derivada Primeira

Seja f uma função contínua no intervalo fechado [a, b] e derivável no intervalo aberto (a, b):

i)Se f ′ (x) > 0 ∀x ∈ (a, b) então f será crescente em (a, b);

ii)Se f ′ (x) < 0 ∀x ∈ (a, b) então f será decrescente em (a, b).

iii) Se f ′ (x) = 0 ∀x ∈ (a, b) então f será constante em (a, b).

Exemplo: 7.4. Seja f (x) = x2 − 2x − 3, determine os intervalos de crescimento e decrescimento da

desta função.

• Solução:

Calculando a derivada da f temos: Abaixo, o gráfico da f e da f ′ em um mesmo

f ′ (x) = 2x − 2 sistema de eixos para ilustrar melhor os intervalos

Vamos encontrar o valor de x onde a f ′ é nula: de crescimento e decrescimento da função.

f ′ (x) = 0 ⇒ 2x − 2 = 0 ⇒ x = 1 ⇒ f ′ (1) = 0.

Assim, temos que o eixo x está dividido em dois

subintervalos: (−∞, 1] e [1, +∞).

Precisamos testar o sinal da derivada primeira em

cada um destes intervalos. Vamos escolher valores

arbitrários em cada intervalo.

* Escolhendo x = 0 ∈ (−∞, 1):

f ′ (0) = 2 · 0 − 2 = −2 < 0 ⇒

⇒ f é decrescente em (−∞, 1).

* Escolhendo x = 2 ∈ (1, +∞):

f ′ (2) = 2 · 2 − 2 = 2 > 0 ⇒

⇒ f é crescente em (1, +∞).

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Já sabemos que se f ′ (c) = 0 então c é um ponto crítico de f (consequência da Definição 7.3),

e o Teorema 7.2 nos informa a relação entre o sinal da derivada e os intervalos de crescimento e

decrescimento da função. Isso nos leva a um teste que detecta a presença e a natureza de valores

extremos locais em funções deriváveis, que é dado pelo Teorema 7.3, anunciado a seguir.

Teorema 7.3. Teste da Derivada Primeira (TDP): Seja f uma função contínua em

todos os pontos do intervalo aberto (a, b) contendo o número c e supondo que f ′ (x) existe em

todos os pontos (a, b) exceto possivelmente em c. Seja c um ponto crítico de f (x).

i) Se f ′ (x) muda de sinal de positivo para negativo em c, então f (c) é máximo relativo.

ii) Se f ′ (x) muda de sinal de negativo para positivo em c, então f (c) é mínimo relativo.

iii) Se f ′ (x) não muda de sinal em c, então f (c) não é extremo.

O TDP (Teorema 7.3) nos diz que o padrão de sinal de f ′ revela o comportamento de f nos pontos

críticos e entre eles, como resume as tabelas a seguir.

c c

f ′ (x) + − f ′ (x) − +

↗ ↘ ↘ ↗
f (x) f (x)
crescente decrescente decrescente crescente

ponto crítico ponto crítico

f tem máximo local em c f tem mínimo local em c

c c

f ′ (x) + + f ′ (x) − −

↗ ↗ ↘ ↘
f (x) f (x)
crescente crescente decrescente decrescente

ponto crítico ponto crítico

f não tem extremo local em c f não tem extremo local em c

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Este teste é muito útil e poderia ter sido aplicado no Exemplo 7.3 para concluir direto que x = 1

é ponto crítico de f (x) = (x − 1)3 mas não é um extremo relativo. Veja o exemplo a seguir.

Exemplo: 7.5. Seja f (x) = (x − 1)3 . Ache os pontos críticos de f e determine, através do TDP

(Teorema 7.3) se são extremos relativos ou não.

• Solução:

Já encontramos no exemplo Exemplo 7.3 que x = 1 é ponto crítico ,→ Candidatos a extremo

relativo.

Assim, temos que o eixo x está dividido em dois subintervalos: (−∞, 1] e [1, +∞).

Para aplicar o TDP, precisamos testar o sinal da derivada primeira em cada um destes intervalos.

* f ′ (x) = 3(x − 1)2

* Escolhendo x = 0 ∈ (−∞, 1): f ′ (0) = 3 · (0 − 1)2 = 3 > 0 ⇒ f é crescente em (−∞, 1).

* Escolhendo x = 2 ∈ (1, +∞): f ′ (2) = 3 · (2 − 1)2 = 3 > 0 ⇒ f é crescente em (1, +∞).

Assim, o que encontramos aplicando o TDP está resumido na tabela abaixo:

x=1

f ′ (x) + +

↗ ↗
f (x)
crescente crescente

ponto crítico

f não tem extremo local em x = 1

Portanto, x = 1 é apenas ponto crítico e não é extremo relativo em f (x) = (x − 1)3 .

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Exemplo: 7.6. Analise os pontos críticos de: f (x) = x3 − 27x − 20 e identifique os intervalos onde

f é crescente e decrescente.

• Solução:

1º Encontrando os Pontos Críticos:

Como f é uma função polinomial, sabemos que existe f ′ para todo x ∈ R. Assim, para achar os

pontos críticos precisamos apenas determinar os valores de x tais que f ′ (x) = 0.

f (x) = x3 − 27x − 20 ⇒ f ′ (x) = 3x2 − 27



f ′ (x) = 0 ⇒ x2 = 9 ⇒ x = ± 9 ⇒ x = ±3

Pontos críticos: x = −3 e x = 3 ,→ Candidatos a extremos relativos.

2º Encontrando os Intervalos de Crescimento e Decrescimento:

Como x = −3 e x = 3 são os pontos críticos da f , temos que o eixo x está dividido em três

subintervalos (três partes): (−∞, −3], [−3, 3] e [3, +∞).

Para aplicar o TDP (Teorema 7.3), precisamos testar o sinal da derivada primeira em cada um

destes intervalos.

* Escolhendo x = −4 ∈ (−∞, −3):

f ′ (−4) = 3 · (−4)2 − 27 = 21 > 0 ⇒ f é crescente em (−∞, −3).

* Escolhendo x = 0 ∈ (−3, 3):

f ′ (0) = 3 · 02 − 27 = −27 < 0 ⇒ f é decrescente em (−3, 3).

* Escolhendo x = 4 ∈ (3, +∞):

f ′ (4) = 3 · 42 − 27 = 21 > 0 ⇒ f é crescente em (3, +∞).

Assim, o que encontramos aplicando o TDP está resumido na tabela abaixo:

−3 3

(−∞, −3) (−3, 3) (3, +∞)

f ′ (x) + − +

↗ ↘ ↗
f (x)
crescente decrescente crescente

ponto crítico ponto crítico

máximo local em −3 mínimo local em 3

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

3º Encontrando o Ponto de Máximo:

Lembrando que: “Valor Máximo = f (onde ocorre máximo local)"

Para achar o valor máximo da f precisamos voltar a lei da função e calcular a imagem de x = −3.

f (−3) = (−3)3 − 27 · (−3) − 20 = −27 + 81 − 20 = 34 ⇒ Pmax (−3, 34) ,→ Ponto de Máximo

4º Encontrando o Ponto de Mínimo:

Como: “Valor Mínimo = f (onde ocorre mínimo local)"

Para achar o valor mínimo da f precisamos voltar a lei da função e calcular a imagem de x = 3.

f (3) = (3)3 − 27 · (3) − 20 = 27 − 81 − 20 = −74 ⇒ Pmin (3, −74) ,→ Ponto de Mínimo

Observe os pontos de máximo e mínimo no gráfico acima.

Exemplo: 7.7. Dada a função f (x) = x3 − 6x2 + 9x + 1, ache os extremos relativos de f aplicando

TDP. Determine os intervalos de crescimento e decrescimento da função..

• Solução:

1º Encontrando os Pontos Críticos:

Como a f é uma função polinomial, sabemos que existe f ′ para todo x ∈ R. Assim, para achar os

pontos críticos precisamos apenas determinar os valores de x tais que f ′ (x) = 0.

f (x) = x3 − 6x2 + 9x + 1 ⇒ f ′ (x) = 3x2 − 12x + 9

f ′ (x) = 0 ⇒ 3x2 − 12x + 9 = 0


p √ √
12 ±(−12)2 − 4 · 3 · 9 12 ± 144 − 108 12 ± 36
⇒x= ⇒x= ⇒x= ⇒
2·3 6 6

12 ± 6 x1 = 1

x= ⇒ ,→ Pontos crítico candidatos a extremos relativos.
6 
x = 3
2

2º Encontrando os Intervalos de Crescimento e Decrescimento:

Como x = 1 e x = 3 são os pontos críticos da f , temos que o eixo x está dividido em três

subintervalos: (−∞, 1], [1, 3] e [3, +∞).

Para aplicar o TDP (Teorema 7.3), precisamos testar o sinal da derivada primeira em cada um

destes intervalos. Novamente, vamos escolher valores arbitrários em cada intervalo.

* Escolhendo x = 0 ∈ (−∞, 1):

f ′ (0) = 3 · 02 − 12 · 0 + 9 = 9 > 0 ⇒ f é crescente em (−∞, 1).

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* Escolhendo x = 2 ∈ (1, 3):

f ′ (2) = 3 · 22 − 12 · 2 + 9 = −3 < 0 ⇒ f é decrescente em (1, 3).

* Escolhendo x = 4 ∈ (3, +∞):

f ′ (4) = 3 · (4)2 − 12 · 4 + 9 = 9 > 0 ⇒ f é crescente em (3, +∞).

Assim, o que encontramos aplicando o TDP está resumido na tabela abaixo:

1 3

(−∞, 1) (1, 3) (3, +∞)

f ′ (x) + − +

↗ ↘ ↗
f (x)
crescente decrescente crescente

ponto crítico ponto crítico

máximo local em 1 mínimo local em 3

3º Encontrando o Ponto de Máximo:

Lembrando que: “Valor Máximo = f (onde ocorre máximo local)"

Para achar o valor máximo da f precisamos voltar a lei da função e calcular a imagem de x = 1.

f (1) = 13 − 6 · 12 + 9 · 1 + 1 = 5 ⇒ Pmax (1, 5) ,→ Ponto de Máximo

4º Encontrando o Ponto de Mínimo:

Como: “Valor Mínimo = f (onde ocorre mínimo local)"

Para achar o valor mínimo da f precisamos voltar a lei da função e calcular a imagem de x = 3.

f (3) = 3 · 32 − 12 · 3 + 9 = 1⇒ Pmin (3, 1) ,→ Ponto de Mínimo

Observe os pontos de máximo e mínimo no gráfico acima.

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x2 − 4, se x ≤ 3

Exemplo: 7.8. Dada a função f (x) = ache os extremos relativos de f aplicando
 8 − x,se x > 3

TDP. Determine os intervalos de crescimento e decrescimento da função.

• Solução:

1º Encontrando os Pontos Críticos:

Observe que esta função é definida por partes. Assim, para achar os pontos críticos da f ,

precisamos determinar os valores de x tais que f ′ (x) = 0 ou f ′ (x) não existe.

Como a lei da f muda em x = 3, precisamos investigar se x = 3 é ponto crítico, isto é, determinar

se a derivada existe em x = 3. Então vamos calcular as derivadas laterais.

* Para x < 3, temos f (x) = x2 − 4 vamos calcular a derivada da função neste intervalo e a

derivada à esquerda em x = 3, representada por f−′ (3).

f (x) = x2 − 4 ⇒ f ′ (x) = 2x

f ′ (x) = 0 ⇒ 2x = 0 ⇒ x = 0 ,→ Ponto crítico candidato a extremo relativo.

f−′ (3) = 2 · 3 = 6 ,→ Valor da derivada à esquerda em x = 3.

* Para x > 3, temos f (x) = 8 − x vamos calcular a derivada da função neste intervalo e a

derivada à direita em x = 3, representada por f+′ (3).

f (x) = 8 − x ⇒ f ′ (x) = −1

f ′ (x) = 0 ⇒ −1 ̸= 0 ⇒ ∄x tal que f ′ (x) = 0 ,→ Não tem ponto crítico no intervalo x > 3.

f+′ (3) = −1 ,→ Valor da derivada à direita em x = 3.

* Para x = 3.

Como f−′ (3) ̸= f+′ (3), então a derivada não existe em x = 3.

Portanto, ∄f ′ (3) ⇒ x = 3 ,→ Ponto crítico candidato a extremo relativo.

2º Encontrando os Intervalos de Crescimento e Decrescimento:

Como x = 0 e x = 3 são pontos críticos da f , temos que o eixo x está dividido em três

subintervalos: (−∞, 0], [0, 3] e [3, +∞).

Vamos aplicar o TDP (Teorema 7.3), testando o sinal da derivada primeira em cada um destes

intervalos.

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* Escolhendo x = −1 ∈ (−∞, 0):

f ′ (−1) = 2 · (−1) = −2 < 0 ⇒ f é decrescente em (−∞, 0).

* Escolhendo x = 1 ∈ (0, 3):

f ′ (1) = 2 · (1) = 2 > 0 ⇒ f é crescente em (0, 3).

* Escolhendo x = 4 ∈ (3, +∞):

f ′ (4) = −1 < 0 ⇒ f é decrescente em (0, 3).

Assim, o que encontramos aplicando o TDP está resumido na tabela abaixo:

0 3

(−∞, 0) (0, 3) (3, +∞)

f ′ (x) − + −

↘ ↗ ↘
f (x)
decrescente crescente decrescente

ponto crítico ponto crítico

mínimo local em 0 máximo local em 3

Podemos perceber que o gráfico apresenta uma quina (“bico”) em x = 3, o que comprova que a

derivada em x = 3 não existe .

3º Encontrando o Ponto de Máximo:

Lembrando que: “Valor Máximo = f (onde ocorre máximo local)"

Para achar o valor máximo da f precisamos voltar a lei da função e calcular a imagem de x = 3.

f (3) = 32 − 4 = 5 ⇒ Pmax (3, 5) ,→ Ponto de Máximo

4º Encontrando o Ponto de Mínimo:

Como: “Valor Mínimo = f (onde ocorre mínimo local)"

Para achar o valor mínimo da f precisamos voltar a lei da função e calcular a imagem de x = 0.

f (0) = 02 − 4 = −4 ⇒ Pmin (0, −4) ,→ Ponto de Mínimo.

Observe os pontos de máximo e mínimo no gráfico acima.

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7.3 Concavidade e Ponto de Inflexão

Vamos ver agora a relação do sinal da derivada segunda com o comportamento da concavidade do

gráfico da f (se a concavidade é voltada para cima ou para baixo).

Teorema 7.4. Seja f uma função duas vezes derivável em algum intervalo aberto I. Então:

i) Se f ′′ (x) > 0 para cada valor de x em I então o gráfico da f é côncavo para cima em I.

ii) Se f ′′ (x) < 0 para cada valor de x em I então o gráfico da f é côncavo para baixo em I.

Definição 7.4. O ponto (c, f (c)) será um ponto de inflexão do gráfico de uma função

contínua f se existir um intervalo (a, b) contendo c tal que uma das seguintes situações ocorra:

i) f é côncavo para cima em (a, c) e côncavo para baixo em (c, b)(ou seja, o gráfico é côncavo

para cima e passa a ser côncavo para baixo em c).

ii) f é côncavo para baixo em (a, c) e côncavo para cima em (c, b)(ou seja, o gráfico é côncavo

para baixo e passa a ser côncavo para cima em c).

Exemplo: 7.9. Dada a função f (x) = x3 −6x2 +9x+1 determine os intervalos onde f tem concavidade

voltada para baixo e/ou para cima.

• Solução:

Vamos calcular as derivada segunda desta função para determinar os intervalos nos quais a f é

côncava para cima e côncava para baixo.

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

f (x) = x3 − 6x2 + 9x + 1 ⇒ f ′ (x) = 3x2 − 12x + 9 ⇒ f ′′ (x) = 6x − 12

Determinando onde f ′′ (x) = 0


12
f ′′ (x) = 0 ⇒ 6x − 12 = 0 ⇒ x = =2
6
Como f ′′ (2) = 0 então temos que o eixo x está dividido em dois subintervalos: (−∞, 2) e (2, +∞).

Vamos testar o sinal da f ′′ em cada um destes intervalos para aplicar o Teorema 7.4.

* Escolhendo x = 0 ∈ (−∞, 2) ⇒

f ′′ (0) = 6 · 0 − 12 = −12 < 0 ⇒ então o gráfico da f é côncavo para baixo em (−∞, 2).

* Escolhendo x = 3 ∈ (2, +∞) ⇒

f ′′ (3) = 6 · 3 − 12 = 6 > 0 ⇒ então o gráfico da f é côncavo para cima em (2, +∞).

Como o gráfico da função é côncavo para baixo e passa a ser côncavo para cima em x = 2, de acordo

com a Definição 7.4, temos que Pi (2, 3) é o ponto de inflexão da f , já que f (2) = 23 −6·22 +9·2+1 = 3.

Vamos voltar a discutir a função do Exemplo 7.3.

Exemplo: 7.10. Dada a função f (x) = (x − 1)3 determine os intervalos onde f tem concavidade

voltada para baixo e/ou para cima.

• Solução:

Vamos calcular as derivada segunda desta função para determinar os intervalos nos quais a f é

côncava para cima e côncava para baixo.

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

f (x) = (x − 1)3 ⇒ f ′ (x) = 3(x − 1)2 ⇒ f ′′ (x) = 6(x − 1)

Determinando onde f ′′ (x) = 0

f ′′ (x) = 0 ⇒ 6(x − 1) = 0 ⇒ x = 1 ,→ Candidato a Ponto de Inflexão.

Como f ′′ (1) = 0 então temos que o eixo x está dividido em dois subintervalos: (−∞, 1] e [1, +∞).

Vamos testar o sinal da f ′′ em cada um destes intervalos para aplicar o Teorema 7.4.

* Escolhendo x = 0 ∈ (−∞, 1) ⇒

f ′′ (0) = 6 · (0 − 1) = −6 < 0 ⇒ gráfico da f é côncavo para baixo em (−∞, 1).

* Escolhendo x = 2 ∈ (1, +∞) ⇒

f ′′ (2) = 6 · (2 − 1) = 6 > 0 ⇒ gráfico da f é côncavo para cima em (1, +∞).

Como o gráfico da função é côncavo para baixo e passa a ser côncavo para cima em x = 1, temos que

Pi (1, 0) é ponto de inflexão da f .

Ao resolver o Exemplo 7.3, vimos que x = 1 é também ponto crítico da f . E ainda, ao resolver o

Exemplo 7.5 concluímos que x = 1 não é extremo relativo da f .

Portanto, para f (x) = (x − 1)3 temos que:

* P (1, 0) é ponto crítico.

* P (1, 0) não é extremo relativo.

* P (1, 0) é ponto de inflexão.

Há outro teste para extremos relativos que baseia-se na relação do sinal da derivada segunda no

ponto crítico na qual f ′ (x0 ) = 0. Este teste chama-se Teste da Derivada Segunda e é enunciado pelo

Teorema 7.5 a seguir.

Profs. Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga 58


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7.4 Teste da Derivada Segunda (TDS)

Teorema 7.5. Teste da Derivada Segunda(TDS): Seja c um ponto crítico de uma função

f , na qual f ′ (c) = 0 e suponhamos que f ′ existe para todos os valores de x em algum intervalo

aberto contendo c. Se f ′′ (c) existe e:

i)f ′′ (c) < 0 então f (c) é máximo relativo.

ii)f ′′ (c) > 0 então f (c) é mínimo relativo.

iii)f ′′ (c) = 0 nada podemos afirmar.

4x3
Exemplo: 7.11. Dada a função f (x) = x4 + − 4x2 , aplicar o TDS (Teorema 7.5) para achar o
3
máximo e o mínimo de f .

• Solução:

Como a f é uma função polinomial, sabemos que existe f ′ para todo x ∈ R.

* Vamos calcular as derivadas primeira e segunda desta função.


4x3
f (x) = x4 + − 4x2 ⇒ f ′ (x) = 4x3 + 4x2 − 8x ⇒ f ′′ (x) = 12x2 + 8x − 8
3
* Vamos achar os pontos críticos: determinar os valores de x tais que f ′ (x) = 0.

f ′ (x) = 0 ⇒ 4x3 + 4x2 − 8x=0 ⇒ 4x · (x2 + x − 2) = 0 ⇒ 4x = 0 ou x2 + x − 2 = 0

4x = 0 ⇒ x=0 ,→ Primeiro Ponto crítico candidato a extremo relativo.


p √
−1 ± 1 − 4 · (−2) −1 ± 9
x2
+x−2=0 ⇒ x= ⇒x= ⇒
 2 2

−1 ± 3  x1 = 1

⇒x= ⇒ ,→ Pontos crítico candidatos a extremos relativos.
2 x = −2

2

Portanto, f tem três pontos críticos: x = 0 ou x = 1 ou x = −2 que são candidatos a

extremos relativos.

* Aplicar o TDS (Teorema 7.5) significa testar o sinal da derivada segunda nos pontos críticos.

◦ x = 0 ⇒ f ′′ (0) = 12 · 02 + 8 · 0 − 8 = −8 < 0 ⇒ f (0) é máximo relativo

Como f (0) = 0, então temos que A(0, 0) é ponto de máximo

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

◦ x = 1 ⇒ f ′′ (1) = 12 · 12 + 8 · 1 − 8 = 12 > 0 ⇒ f (1) é mínimo relativo.


 
4 −5 −5
Como f (1) = 1 + − 4 = então temos que B 1, é ponto de mínimo.
3 3 3

◦ x = −2 ⇒ f ′′ (−2) = 12 · (−2)2 + 8 · (−2) − 8 = 24 > 0 ⇒ f (−2) é mínimo relativo.

4 · (−2)3
 
−32 −32
Como f (−2) = (−2)4 + 2
− 4 · (−2) = , então temos que C 1, é
3 3 3
ponto de mínimo.

Observe os pontos de máximo e mínimo relativos no gráfico abaixo.

7.5 Extremos Absolutos

A partir da derivada de uma função podemos localizar e identificar valores extremos e com isso

podemos resolver uma série de problemas de otimização, encontrando assim uma maneira ótima (a

melhor) de fazer algo em relação a uma determinada situação. A determinação de valores de mínimo

e de máximo é uma das aplicações mais importantes da derivada.

Um máximo absoluto também é um máximo local. Sendo o maior valor de todos, é também

o maior valor em sua vizinhança imediata. Assim, uma lista com todos os máximos locais incluirá

automaticamente o máximo absoluto, se houver. De modo análogo, uma lista com todos os mínimos

locais incluirá automaticamente o mínimo absoluto, se houver.

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Definição 7.5. A função f terá um valor máximo absoluto se existir algum número x0 no

domínio tal que f (x0 ) ≥ f (x) ∀x ∈ D(f ). Assim: f (x0 ) é máximo absoluto e x0 é ponto de

máximo.

Definição 7.6. A função f terá um valor mínimo absoluto se existir algum número x0 no

domínio tal que f (x0 ) ≤ f (x) ∀x ∈ D(f ). Assim: f (x) é mínimo absoluto e x0 é ponto de

mínimo.


x+1 se − 5 ≤ x < 1


Exemplo: 7.12. Dada a função, f (x) = , determine, se existirem, os
x2 − 6x + 7 se 1 ≤ x ≤ 4

pontos críticos e valores extremos (absolutos e locais). Faça um esboço do gráfico.

• Solução: D(f ) = [−5, 4].

Para achar os pontos críticos precisamos determinar os valores de x ∈ (−5, 4) tais que f ′ (x) = 0 ou

f ′ (x) não existe.

* Para −5 < x < 1 temos f (x) = x + 1. Vamos calcular a derivada da função neste intervalo e a

derivada à esquerda em x = 1 (onde a função muda de lei).

f (x) = x + 1 ⇒ f ′ (x) = 1

f ′ (x) = 0 ⇒ 1 ̸= 0 ⇒ ∄x tal que f ′ (x) = 0 ,→ Não tem ponto crítico no intervalo −5 < x < 1.

f−′ (1) = 1 ,→ Valor da derivada à esquerda em x = 1.

* Para 1 < x < 4 temos f (x) = x2 − 6x + 7. Vamos calcular a derivada da função neste intervalo e a

derivada à direita em x = 1 (onde a função muda de lei).

f ′ (x) = 0 ⇒ f ′ (x) = 2x − 6

f ′ (x) = 0 ⇒ 2x − 6 = 0 ⇒ x = 3. ,→ Ponto crítico candidato a extremo relativo.

f+′ (1) = 2 · 1 − 6 = −4 ,→ Valor da derivada à direita em x = 1.

* Para x = 1 temos: f−′ (1) = 1 ̸= f+′ (1) = −4, então a derivada não existe em x = 1.

,→ ∄f ′ (1) ⇒ x = 1 ,→ Ponto crítico candidato a extremo relativo.

Profs. Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga 61


Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Observando o gráfico da função, podemos concluir

que o valor de máximo absoluto de f em [−5, 4] é

2 e ocorre em x = 1; o valor de mínimo absoluto

de f em [−5, 4] é −4 e ocorre em x = −5.

Note que f possui um valor de máximo relativo

em x = 4 e tem um valor de mínimo relativo em

x = 3.

Então, podemos concluir que :

x = 1 é onde ocorre o valor de máximo absoluto.


P1 (1, 2) ponto de máximo absoluto.
y = 2 é o valor de máximo absoluto.

x = −5 é onde ocorre o valor de mínimo absoluto.


P2 (−5, −4) ponto de mínimo absoluto.
y = −4 é o valor de mínimo absoluto.

x = 3 é onde ocorre o valor de mínimo relativo.


P3 (3, −2) ponto de mínimo relativo.
y = −2 é o valor de mínimo relativo.

x = 4 é onde ocorre o valor de máximo relativo.


P4 (4, −1) ponto de máximo relativo.
y = −1 é o valor de máximo relativo.

Observe que, os únicos pontos do domínio em que uma função contínua em um intervalo fechado

pode assumir valores extremos são os pontos críticos e as extremidades do domínio da f . Assim,

podemos enunciar o Teorema do Valor Extremo (Teorema 7.6).

Teorema 7.6. Teorema do Valor Extremo: Se a função f for contínua no intervalo

fechado [a, b], então f terá um valor de máximo absoluto e um valor de mínimo absoluto em

[a, b].

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Procedimento para encontrar os Extremos Absolutos e Valores Absolutos

de uma função contínua f em um intervalo fechado [a, b].

1. Encontre os pontos críticos de f em (a, b).

2. Encontre o valor de f em todos os pontos críticos e nos extremos do intervalo, isto é,

em x = a e x = b.

3. O maior entre os valores do passo 2, é o valor máximo absoluto de f em [a, b], e o menor

é o mínimo absoluto.

Exemplo: 7.13. Encontre os valores máximo(s) e mínimo(s) absolutos da função

f (x) = 2x3 − 15x2 + 36x no intervalo [1, 5].

• Solução:

Seguindo o passo a passo dado.

1. Encontrar os pontos críticos de f em (1, 5).

Como f é uma função polinomial, sabemos que existe f ′ para todo x ∈ (1, 5). Assim, para achar

os pontos críticos precisamos apenas determinar os valores de x ∈ (1, 5) tais que f ′ (x) = 0.

f ′ (x) = 6x2 − 30x + 36

f ′ (x) = 0 ⇒ 6x2 − 30x + 36 = 0

x1 = 2 e x2 = 3 (pontos críticos, candidatos a extremos da função.)

2. Encontrar o valor de f em todos os pontos críticos e nos extremos 1 e 5.

f (1) = 2 · 13 − 15 · 12 + 36 · 1 = 23 (menor valor)

f (2) = 2 · 23 − 15 · 22 + 36 · 2 = 28

f (3) = 2 · 33 − 15 · 32 + 36 · 3 = 27

f (5) = 2 · 53 − 15 · 52 + 36 · 5 = 55 (maior valor)

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3. Comparar os valores do passo 2. O maior valor é o máximo absoluto de

f em [a, b], e o menor é o mínimo absoluto.

x = 1 é onde ocorre o valor de mínimo absoluto.


P1 (1, 23) ponto de mínimo absoluto.
y = 23 é o valor mínimo absoluto.

x = 5 é onde ocorre o valor de máximo absoluto.


P2 (5, 55) ponto de máximo absoluto.
y = 55 é o valor de máximo absoluto.

Teorema 7.7. Teorema de Rolle Seja f derivável no intervalo aberto (a, b) e contínua no

intervalo fechado [a, b]. Se f (a) = 0 e f (b) = 0. Então há, pelo menos um ponto c em (a, b)

tal que f ′ (c) = 0.

Este teorema afirma que, se o gráfico da uma função diferenciável cruza o eixo x em dois pontos,

a e b, então entre eles deve existir pelo menos um ponto onde a reta tangente é horizontal.

Exemplo: 7.14. Encontre os pontos do gráfico da função f (x) = 4x3 − 9x que interceptam o eixo x

e confirme que f ′ (c) = 0 em algum ponto c entre os pontos que cruzam o eixo x.

• Solução:

f (x) = 4x3 − 9x ⇒ f ′ (x) = 12x2 − 9 e D(f ′ ) = R.

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

Como D(f ′ ) = R então f é contínua em R, incluindo qualquer intervalo fechado [a, b]. (Consequência

do Teorema 2.1).

1) Precisamos encontrar os pontos do gráfico que interceptam o eixo x, ou seja, determinar os valores

onde a f é nula.

f (x) = 0 ⇒ 4x3 − 9x = 0 ⇒ x(4x2 − 9) = 0 ⇒ x = 0 ou (4x2 − 9) = 0

r
9 9 3
4x2 −9=0 ⇒ 4x2 =9⇒ x2 = ⇒| x |= ⇒x=±
4 4 2

3 3
Então, f (x) = 0 para x = − , x = 0 e x = .
2 2

2) Vamos encontrar os referidos intervalos [a, b] do Teorema de Rolle (Teorema 7.7).

   
3 3
Os intervalos − , 0 e 0, são os intervalos fechados [a, b] do Teorema de Rolle.
2 2
   
3 3
Assim existe o ponto c1 ∈ − , 0 e o ponto c2 ∈ 0, tais que f ′ (c1 ) = 0 e f ′ (c2 ) = 0.
2 2

3) Confirmar que f ′ (c1 ) = 0 em algum ponto


 
3
c1 ∈ − , 0 e que f ′ (c2 ) = 0 em algum ponto
 2
3
c2 ∈ 0, .
2

Como f ′ (x) = 12x2 − 9, temos que:


9 3
f ′ (c) = 0 ⇒ 12c2 − 9 = 0 ⇒ c2 = = ⇒
r √ 12 4
3 3
| c |= →c=±
4 2

Portanto:
√   √  
− 3 3 3 3
c1 = ∈ − , 0 e c2 = ∈ 0, .
2 2 2 2

Teorema 7.8. Teorema do Valor Médio: Seja f contínua num intervalo fechado [a, b] e

derivável no intervalo aberto (a, b). Então existe pelo menos um ponto m em (a, b) tal que:

f (b) − f (a)
f ′ (m) =
b−a

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

O Teorema 7.8 afirma que, entre dois pontos A(a, f (a)) e B(b, f (b)) quaisquer do gráfico de uma

função diferenciável f , existe pelo menos um ponto onde a reta tangente ao gráfico é paralela à reta

secante que passa por A e B, conforme figura abaixo.

Observe que a inclinação da reta secante que passa por A(a, f (a)) e B(b, f (b)) é dada por:

f (b) − f (a)
msec =
b−a

e que a inclinação da reta tangente em c é f ′ (c) (vale lembrar que retas não-verticais paralelas possuem

a mesma inclinação).

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

8 L’Hosplital

Os limites que levam as vezes levam às formas indeterminadas podem ser calculados por cancela-

mento, rearranjo dos termos ou outras manipulações algébricas.

A regra de L’Hospital nos permite usar as derivadas para avaliar os limites que, de outro modo,

conduziriam a forma indeterminada.

Teorema 8.1. Sejam f e g funções deriváveis e g ′ (x) ̸= 0.

f (x) 0 ∞ f ′ (x)
Se lim assume a forma indeterminada ou em x = a então, se lim ′ existir
x→a g(x) 0 ∞ x→a g (x)

f (x)
(finito ou infinito), então lim existirá e:
x→a g(x)

f (x) f ′ (x)
lim = lim ′ .
x→a g(x) x→a g (x)

f
Observe que para aplicar a regra de L’Hospital a no quociente , precisamos dividir a derivada de
g
f
f pela derivada de g. Não caia na armadilha de tomar a derivada de . O quociente a ser utilizado
 ′ g
f′ f
na aplicação do L’Hospital é ′ e não .
g g

1 − x + ln x
Exemplo: 8.1. Calcule lim .
x→1 x3 − 3x + 2

• Solução:

1 − x + ln x 1−1+0 0
lim 3
= = ,→ indeterminação
x→1 x − 3x + 2 1−3+2 0

Aplicando L’Hospital:

1 − x + ln x L′ H −1 + 1/x L′ H −1/x2 −1
lim 3
= lim 2
= lim =
x→1 x − 3x + 2 x→1 3x − 3 x→1 6x 6

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Disciplina de Cálculo 1 Apostila sobre Derivada

sen2 x − 8x
Exemplo: 8.2. Calcule lim .
x→0 e2x − 1

• Solução:

sen2 x − 8x 0
lim 2x
= ,→ indeterminação
x→0 e −1 0

Aplicando L’Hosplital:

sen2 x − 8x L′ H 2(sen x)(cos x) − 8 −8


lim 2x
= lim 2x
= = −4
x→0 e −1 x→0 2e 2

e5x − 1
Exemplo: 8.3. Calcule lim
x→0 ln(2x + 1)

• Solução:

e5x − 1 0
lim = ,→ indeterminação
x→0 ln(2x + 1) 0

Aplicando L’Hosplital:

e5x − 1 L′ H 5e5x 5·1 5


lim = lim = =
x→0 ln(2x + 1) x→0 2 2 2
2x + 1 1

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