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O autor Luiz Bonz Junior, no livro: Notas sobre a comoriência relata sobre vários aspectos do

assunto, em outros países como: França e Alemanha e o papel do Direito Romano.

“O direito francês, positivado no "Code Napoleón", inspirou-se no direito romano para construir
um sistema quase completo de presunções de proeminência, deduzidas da força da idade e do
sexo, quando o contrário não decorra das circunstâncias do fato. (Pp 246) ”. No direito alemão
bem cedo se cogitou da aplicação extensiva da regra aos falecimentos ocasionados por fatos
secundários, mas oriundos de um único acontecimento, como no caso do incêndio e
desabamento de um mesmo prédio, quando os mortos podem se verificar por queimaduras e
por esmagamento. E a literalidade do preceito contido no artigo 20 do Código Civil alemão não
impediu que se desse, posteriormente, maior compreensão à regra da comoriência, até o ponto
de abranger a hipótese da morte de duas ou mais pessoas ocorrida em lugares e
acontecimentos distintos, desde que a prova da proeminência não se fizesse satisfatória (Pp
252-253).

É abordado a historicidade através do Direito Romano “No Direito Romano vigia a aplicação
genérica da regra de Marciano, também atribuída por alguns a Justiniano, segundo a qual
aquele que invocava direito fundado na precedência, em um mesmo acontecimento funesto, da
morte de uma pessoa sobre outra, devia fazer prova da alegação, sob pena de ser pronunciada
a simultaneidade dos óbices (P246).

No artigo do site Conjur, PARADOXO DA LEGISLAÇÃO Comoriência afasta herança por


representação, elaborado pelas Dra (s): Renata Rivelli e Fabiane Teixeira, aborda de forma clara e
objetiva as relações de comoriência e sucessões no Brasil a partir, da visão de outros autores e traz vários
aspectos importantes como: o direito de representação: “conforme disposição do artigo 1.851, do
CC, consiste no chamamento de parentes do falecido a suceder em seus direitos, caso
estivesse vivo. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do
falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse” E sobre a
comoriência e herança entre mortos e em caso de não possibilidade de identificação do exato
momento da morte dos comorientes: “Não existe possibilidade de se transmitir a herança a
mortos, haja vista que com a morte não existe mais pessoa natural. Com efeito, somente as
pessoas podem titularizar direitos e, tendo perdido a personalidade com a morte, impossível
receber a propriedade desse acervo patrimonial deixado pelo “de cujus.No caso da
comoriência, como não se consegue identificar quem faleceu primeiro, sendo os indivíduos
considerados simultaneamente mortos, não cabe direito sucessório entre comorientes, vale
dizer, comorientes não são herdeiros entre si. ”

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