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Sobre Avaliação Psicológica

Etapas (Siqueira e Oliveira, 2011):


1. Recebimento da demanda (solicitação,
queixa, pedido, motive, etc.);
2. Caracterização do objeto de estudo
(indivíduo, grupo ou organização);
3. Análise da demanda (esclarecimento sobre o
fenômeno psicológico a ser avaliado e
levantamento inicial de hipóteses;
4. Definição do objeto da avaliação;
5. Definição do tipo de avaliação a ser
utilizada;
6. Elaboração do planejamento técnico
(estabelecimento de um método e escolha das
estratégias mais adequadas – entrevistas,
observação, testes psicológicos, dinâmica de
grupos, etc.);
7. Enquadramento/contrato de trabalho;
8. Aplicação do plano estabelecido;
9. Levantamento, análise e interpretação dos
dados obtidos a partir das diferentes técnicas;
10. Integração dos resultados dos
instrumentos e técnicas;
11. Elaboração do enquadramento teórico
conclusivo aos resultados analisados;
12. Elaboração de síntese conclusiva do
processo de avaliação e elaboração de
documento conclusivo de avaliação
realizada;
13. Escolha de procedimentos para a
devolução dos resultados;
14. Devolução dos resultados.

 Resolução 007/2003 – o documento decorrente


da avaliação psicológica deve se basear
exclusivamente em técnicas psicológicas
(entrevistas, testes, observações, dinâmicas de
grupo, escuta, intervenções verbais);
 Resolução 002/2003: Propósitos mais comuns
para uso de testes:
o Descrição: analisar ou interpretar os
resultados do instrumento para entender
as forças e fraquezas de um indivíduo;
o Classificação diagnóstica: analisar ou
descrever o resultado do instrumento em
relação a um sistema taxonômico
específico para se chegar a um
diagnóstico;
o Predição: relatar ou interpretar os
resultados do teste considerando-se para
prever outros aspectos e características do
comportamento de indivíduos ou grupos;
o Planejamento de intervenções: utilizar
os resultados do instrumento para avaliar
quão apropriadas são as diferentes
intervenções e a sua eficácia para o público
alvo em questão;
o Acompanhamento: usar os resultados do
instrumento para monitorar características
psicológicas ao longo do tempo.

 Dallos (2010) descrê quatro dimensões da


observação:
o Testagem teoria/exploratória, que tem
por objetivo testar uma teoria através da
observação daquilo que as pessoas fazem
em diferentes contextos;
o Testagem experimental/naturalista,
que contrasta a observação realizada em
condições experimentais, com vários tipos
de controle, visando oferecer explicações
causais (chamada naturalística); a
observação em condições “naturais”
também busca descrever comportamentos
não como talvez ocorressem nos estudos
laboratoriais;
o Testagem estruturada/não
estruturada, que mostra que na
observação está em jogo o quanto a
mesma parte de um elenco de
comportamentos específicos aa serem
observados (unidades maiores: um
episódio interativo ou tipos distintos de
ações como solidariedade ou hostilidade;
ou aspectos mais discretos como
expressões ou alterações de humor) ou o
quanto se inicia sem haver estruturas
claras para se observar os comportamentos
das pessoas ou quaisquer acontecimentos
e as possíveis características, ações,
sequências serão parte de uma estrutura
(roteiro) a ser desenvolvida com o andar da
pesquisa;
o Observador participante/não
participante, que se refere a atitude do
observador em relação ao observado.

 PESQUISAR: Inventário Cumulativo sobre


Estimulação Ambiental (ICEA), que é uma
escala de observação sistematizada cujo
objetivo é avaliar as condições de estimulação
oferecidas por ambientes para crianças dos
primeiros meses aos seis anos; como ele
avaliam-se pessoas, objetos, espaço físico,
móveis, dentre outros elementos, que podem
influenciar o desenvolvimento da criança em
áreas como linguagem, socialização e
motricidade, por exemplo.
 Krug e Seminotti (2010) indicam critérios a se
atentar na interpretação da hora do jogo
com crianças:
o Manifestações de desejos da criança que
podem ser percebidos;
o Como interage com o avaliador;
o Seus sentimentos;
o Suas defesas;
o Tipos de ansiedades, etc.

 Mackinon, Michels e Buckley (2008) indicam


observar na entrevista aspectos de
conteúdo (tanto verbais como não verbais,
incongruências, gírias, jargões, comunicação
muito formal ou coloquial, etc.) e de processo
(forma como se narram os fatos, como solitária,
sedutora, arrogante, evasiva, seguindo uma
linha lógica na narrativa ou mudando de tópicos
com frequência, por exemplo);
 Quanto à entrevista de anamnese, Tavares
(200) sugere que a entrevista busca por
aspectos diagnósticos, através de elementos
sindrômicos (por exemplo, sinais de
sentimento de culpa e de humor deprimido, que
pode sevar à hipótese de transtorno de humor)
e psicodinâmicos (modo particular de
funcionamento do sujeito);
 A entrevista de anamnese deve conter:
o Dados demográficos (nome, idade, estado
civil, condição socioeconômica, etc.);
o Razões para a solicitação da avaliação e
quem a solicitou;
o História pregressa e atual;
o História psicológica passada e condições
psicológicas;
o Histórico de tratamentos médicos e
psicológicos;

 Na produção de documentos psicológicos, deve-


se rubricar todas as laudas, exceto a última (em
que constará a assinatura do profissional), e se
faz interessante numerar as páginas, visando
também a preservação da autenticidade do
documento;
 Declaração
o Deve conter: (a) nome e sobrenome do
solicitante), (b) especificidade da
finalidade, (c) registro das informações
solicitadas em relação ao atendimento, (d)
registro do local e data de expedição da
declaração e (e) assinatura do psicólogo
acima de sua identificação ou carimbo.
o Modelo:

Wagner Witt Teixeira Nascimento


Psicólogo (CRP 12/10.952), solicitado pelo Sr. Xxxx
Yyyyy Zzzz, para fins de comprovação.

Declaro que o Sr. Xxxx Yyyy Zzzz compareceu à


Secretaria Municipal de Educação de São João
Batista, no dia XX de Aaaaa de 2018, para
atendimento decorrente do acompanhamento
referente ao filho Aaaa Yyyy Zzzz. O atendimento
teve duração de XXhYYmin.

São João Batista, XX de Aaaa de 2018.

______________________
Wagner Witt Teixeira Nascimento
Psicólogo
CRP 12/10.952
 Atestado
o Visa: (a) justificar faltas ou impedimentos,
(b) justificar aptidão ou não para atividades
específicas, e (c) solicitar afastamento ou
dispensa;
o Deve conter: (a)registro do nome e
sobrenome do cliente, (b) finalidade do
documento, (c) registro da informação do
sintoma, situação ou condições
psicológicas que justifiquem o
atendimento, afastamento ou falta, (d)
registro do local e data da expedição do
atestado, e (e) assinatura do psicólogo
acima de sua identificação;
o É facultativa a indicação do código da CID;
o Registro deve ser transcrito de forma
corrida, sem parágrafos, apenas separado
por pontuação; se necessários parágrafos,
os espaços devem ser preenchidos com
traços – visando evitar adulterações no
documento;
o Quando o atestado é elaborado para
comprovação de aptidão ou não para
atividades específicas, deve ser guardado o
relatório/laudo correspondente ao processo
de avaliação psicológica que o justifica;
o Deve ser guardada documentação que dê
amparo ao que for atestado, como os
instrumentais que originaram a avaliação
de tal condição;
o A Resolução 15/1996 versa sobre a
regulamentação da Concessão de Atestado
Psicológico para tratamento de saúde por
problemas psicológicos; cabendo colocar
que é necessário existir um diagnóstico
psicológico, devidamente comprovado, que
justifique a necessidade de afastamento
das atividades laborais;
o Modelo:

Wagner Witt Teixeira Nascimento


Psicólogo (CRP 12/10.952), solicitado pelo Sr. Xxxx
Yyyyy Zzzz, para fins de solicitação de
afastamento do trabalho.

Atesto, para fins de comprovação junto à empresa


QQQQQQ, que Xxxx Yyyy Zzzz tem apresentado
sintomas de insônia, ansiedade e irritabilidade.
Portanto, o paciente necessita, no momento, de
três dias de afastamento de suas atividades
laborais para acompanhamento da evolução do
quadro e consequente conclusão do processo de
avaliação psicológica.

São João Batista, XX de Aaaa de 2018.

______________________
Wagner Witt Teixeira Nascimento
Psicólogo
CRP 12/10.952

 Relatório ou laudo psicológico


o Estrutura mínima: (identificação, (b)
descrição da demanda, (c) procedimento,
(d) análise e (e) conclusão;
o Identificação:
 Deve conter: (a) identificação do autor
ou relator do documento (psicólogo),
(b) identificação do solicitante (seja o
paciente, escola, juiz) e (c) assunto ou
finalidade do relatório/laudo;
 Não há orientação de identificar os
avaliados, informando dados
importantes como nome, data de
nascimento, idade, escolaridade e
profissão;
 Se o avaliado for criança ou
adolescente, é relevante identificar os
dados dos genitores ou responsáveis –
primeira sugestão de acréscimo à
estrutura mínima exposta pela
Resolução;
o Descrição da Demanda:
 Descrição de informações referentes à
queixa apresentada e os motivos e
expectativas que levaram à solicitação
do documento;
 Ele contextualiza o porquê da
demanda pela avaliação e proporciona
o encadeamento com procedimentos,
resultados (análise) e conclusão
(resposta à demanda);
 Pode ser apresentada como “Motivo da
consulta”, “Queixa apresentada” ou
mesmo “Objetivos da avaliação”;
o Procedimentos:
 Apresentação dos instrumentos
técnicos utilizados para coletar as
informações, com número de
encontros realizados e pessoas que
foram ouvidas;
 Sugere-se acrescentar o período em
que a avaliação foi realizada (como
data de início e término ou data de
realização de cada procedimento);
 Sugere-se também local da realização,
como consultório particular, serviço-
escola, empresa ou instituição do
judiciário;
o Análise:
 Exposição dos dados colhidos e das
situações vividas relacionados à
demanda em sua complexidade; com
adendo de respeito à fundamentação
teórica que sustenta instrumental
técnico utilizado;
 Sugerem-se, para além da Resolução,
registros como “impressão geral obtida
pelo rapport” e “comportamento do
examinando”, compreendendo
informações verbais e não-verbais,
concentração do examinando, nível de
ansiedade, relacionamento
estabelecido entre avaliador e
avaliado;
 Outro aspecto importante (acrescido
para além a Resolução) para o
entendimento do caso: “história
pregressa/familiar”, ou “contexto
clínico”; sugere-se que venham em um
item separado dos resultados de testes
e técnicas; sem referências ou
interpretações, apenas fatos como
descritos;
 Outra sugestão, à semelhança da
estrutura de artigos científicos, que
possa haver uma subdivisão entre
“resultados” (onde constariam dados
obtidos por meio das técnicas e testes
psicológicos) e “discussão”
(entendimento dinâmico do caso, pelo
cruzamento das informações e
observações do avaliador);
o Conclusão:
 Visa: (a) apresentação do resultado da
investigação, podendo incluir (b)
sugestões e (c) encaminhamentos;
 Não se recomenda ser extenso;
 Tem por objetivo dar resposta ao
motivo do encaminhamento para a
avaliação;
o Proposta de estrutura do laudo/relatório:
Identificaçã (a) autor/relator, (b) solicitante e
o (c) finalidade
Dados de (a) nome completo, (b) sexo, (c)
identificaçã data de nascimento, (d) idade,
o do (e) escolaridade, (f) profissão, (g)
avaliado dados dos responsáveis (no caso
de crianças e adolescentes)
Descrição
da
demanda
Procedimen (a) período e local de avaliação e
tos (b) técnicas utilizadas
Impressão Percepção do avaliador (a) da
geral motivação e (b) comportamento
obtida verbal e não verbal do avaliado
História História de vida conforme relato
pregressa do avaliado
Resultados Entendimento dinâmico do caso
da avaliado, a partir da articulação
avaliação das informações levantadas
Conclusão
Indicações

 Parecer
o É um documento fundamentado e
resumido sobre uma questão focal do
campo psicológico cujo resultado pode ser
indicativo ou conclusivo;
o Objetiva esclarecer a uma questão
problema no campo do conhecimento
psicológico; é uma resposta a uma consulta
feita a especialistas que têm competência
no assunto;
o Sua estrutura se assemelha à do relatório,
mas sem a exigência do item
“procedimentos”, e a seção intitulada
“descrição da demanda” chama-se aqui
“exposição de motivos”, ainda que tenha
um conteúdo idêntico;
o Há a possibilidade de existência de
quesitos – perguntas encaminhadas pelo
solicitante da avaliação; quando não
houver possibilidade de resposta
categórica, responde-se “sem elementos
de convicção” e, se mal formulado,
“prejudicado”, “sem elementos” ou
“aguarda evolução”; não deve ficar
nenhum quesito sem resposta;
o Quando houverem quesitos, o perito deve
acrescentar a estrutura de seu laudo o item
“resposta aos quesitos”, após a
“conclusão”, antes de datar e assinar o
documento;
o Exemplo:
o
Nome completo

Psicólogo (CRP 12/10.000), solicitado por Dr. Daniel


Torres, advogado na área de Direito da Família, para
emitir parecer acerca de recomendação de guarda
para crianças de um ano de idade.

Exposição de motivos

Dr. Daniel Torres está acompanhando um casal em


processo de divórcio, com um filho de 1 ano e 3
meses de idade. Tendo em vista a tenra idade da
criança, o advogado solicitou a emissão de um
parecer psicológico que aponte considerações
técnicas a respeito do que seria o mais indicado em
relação à guarda da criança.

Análise

O acesso continuo de filhos de pais separados a


ambos os genitores é fundamental para o bom
desenvolvimento das crianças e adolescentes. A
frequência com que as visitas ocorrem para crianças
pequenas, que estão em processo de
desenvolvimento e ainda têm capacidades
cognitivas e emocionais limitadas para lidar com
mudanças, é bastante relevante[3]. Vale apontar a
importância de que as visitas aconteçam em dia e
horários preestabelecidos, de forma a oferecer uma
constância no relacionamento e evitando ao
máximo alterações na rotina dos infantes.
Separações repetidas no início da vida podem
ser confusas para crianças pequenas, uma vez que
podem gerar insegurança emocional[4]. Os autores
Barris e Garrity[5] esceveram um livro que é
comumente citado em decisões judiciais americanas
para questões de guarda e visitação. Na referida
obra, a indicação é para que crianças menores de
dois anos e meio de idade tenham cuidados
consistentes de um genitor, sendo apropriados os
pernoites com o genitor não guardião a partir dos
dois anos e meio ou três anos de idade.
A literatura aponta ainda que entre os 15 e 18
meses de vida as crianças não conseguem distinguir
o significado da separação conjugal de abandono.
Portanto, e importante que nesse período o genitor
não guardião possa manter um horário de visitação
constante. A maioria dos clínicos sugere que nesse
período a criança ainda não pernoite fora de casa. A
partir dos três anos de idade as crianças podem
passar períodos mais longos afastadas do genitor
guardião, permitindo assim pernoites e viagens.

Conclusão

Atendendo ao parecer técnico solicitado, e de


acordo com indicações da literatura científica acerca
do tema dos ajustes de convivência pós-divórcio,
recomenda-se que crianças de um ano de idade
possam desfrutar de uma atenção consistente de
seu cuidador primário, de forma a garantir-lhes um
apego seguro. Contudo, a presenta e envolvimento
constantes de ambos os genitores na vida dos filhos
é igualmente importante para seu desenvolvimento,
para que o eventual afastamento do genitor não
guardião não seja sentido como um abandono.

Florianópolis, 12 de outubro de 2017.

Assinatura
Nome completo
Psicólogo
CRP 12/10.000

 Sobre a validade do conteúdo dos documentos


psicológicos, vide legislação vigente nos casos
definidos; caso não haja definição legal, o
psicólogo poderá indicar prazo de validade do
conteúdo do documento (fundamentado,
obviamente);
 Ex.: normativa que trata da aptidão psicológica
para o manuseio de arma de foro e para o
exercício da profissão de vigilante (que exige
comprovação no período não superior a 01 ano
do respectivo requerimento, passível de perda
da validade;
 Na área clínica, por exemplo, em que não existe
legislação específica, a necessidade de uma
reavaliação fica condicionada às necessidades
do cliente, à reavaliação do tratamento e à
ocorrência de novos eventos que justifiquem a
reavaliação;
 Sobre a guarda, documentos e materiais que os
fundamentaram, como registros de
atendimentos, folhas de respostas dos testes,
etc., sejam mantidos pelo prazo mínimo de
cinco anos; é passível de ampliação deste
prazo, vide caso previsto em lei, determinação
judicial ou em casos específicos;

 Principais demandas para avaliação psicológica


de crianças e de adolescentes: (i) mapeamento
dos principais domínios (forças e fraquezas)
cognitivos, comportamentais e emocionais, (ii)
a prevenção e identificação precoce de déficits,
(iii) a identificação de superdotação/altas
habilidades, (iv) o diagnóstico diferencial, (v) o
auxílio no tratamento de transtornos do
neurodesenvolvimento, (vi) a construção de
intervenções terapêuticas, (vii) a
instrumentalização de diferentes profissionais, e
(viii) a compreensão de todo o processo de
desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo.

 Diferente da avaliação realizada em adultos, o


profissional deve estar atento às
especificidades da criança/adolescente; espera-
se conhecimento sobre o desenvolvimento
típico e atípico, os marcos maturacionais e os
períodos críticos do desenvolvimento humano,
bem como reconhecer os principais transtornos
acometidos nesta faixa etária; o profissional
pode atuar sobre as possíveis alterações
decorrentes de uma lesão ou
comprometimento, antever o desenvolvimento
atípico ou até auxiliar em mudanças de
prognósticos; neste intento vem se destacando
o campo da neuropsicologia do
desenvolvimento;

 Fatores que podem influenciar o desempenho


da criança pequena, enquanto dificuldades e
interrupções, podem decorrer da troca de
fraldas, timidez, falta de entrosamento,
ansiedade de separação, choro ou sono
excessivo, nascimento de dentes, agitação
psicomotora, fixação por objeto específico,
além de insegurança, desconfiança ou
associações negativas com médicos e hospitais
podem ser observadas e devem ser cuidadas;

 Quanto às questões fisiológicas e


motivacionais, certifique-se de que a
criança/adolescente não esteja com sono,
cansado, sede, fome ou necessite ir ao
banheiro; uma opção é avisar o responsável
sobre a importância da criança ter
necessidades como sono e alimentação
respeitados antes da sessão com o psicólogo;
evitam-se assim desconfortos e interrupções;
além disso, explicar sobre o processo avaliativo
pode ser um motivador para crianças mais
velhas e adolescentes;

Preparativos
 Quando houve dúvida se foi compreendido na
explicação, peça para a criança explicar o que
deve ser feito;
 Crianças pequenas podem ter dificuldades em
relação ao nível de desenvolvimento motor que
apresentem, o que pode indicar o uso de
materiais mais adequados, que proporcionem
movimentos mais amplos e com menor
destreza, como giz de cera e folhas de papel
pardo; nesta faixa etária também existem
limitações quanto ao tempo de duração do
teste/sessão, pois elas não conseguem ficar
sentadas nem sustentar a atenção por longos
intervalos de tempo;

 Deve-se cuidar com o nível atencional e


motivacional das crianças e dos adolescentes; a
fim de não falsear o desempenho da
criança/adolescente, sugere-se diminuir a
duração da sessão, aumentando o número total
de sessões, ou disponibilizar mais intervalos de
descanso, possibilitando ao indivíduo a
continuidade do atendimento, no que tange a
retomada do seu nível atencional; deve-se ter
cuidado com o nível de atenção do examinador
também, a fim de não prejudicar as anotações
e resultados dos testes; como há variações
atencionais ao longo do dia, pergunte aos pais
qual seria o melhor horário para o atendimento
de acordo com os hábitos e atividades
desempenhados, visando potencializar as
sessões; deve-se evitar sessões muito extensas
ou repletas de atividades exaustivas;

 Quanto ao setting, recomenda-se afastar


objetos que possam causar distração;

Entrevista clínica e anamnese


 Informações gerais do cliente e dos pais: nome
completo, endereço e telefones, data e local de
nascimento, sexo, lateralidade, escola (tipo de
escola e série/ano), irmãos (quantos e posição
de nascimento), medicamento (dosagem,
motivo e tempo), estado civil, escolaridade e
ocupação dos pais;
 Demanda: profissional e motivo do
encaminhamento, queixa principal, histórico da
queixa;
 Desenvolvimento: gestação, acompanhamento
pré-natal, parto, amamentação, alimentação e
alergias, controle do esfíncter, sono,
motricidade (sentar, engatinhar, andar), falar,
menarca, tiques ou manias, hábitos marcantes,
uso e abuso de drogas;
 Histórico: histórico médico da criança (doenças,
medicamentos já administrados, tratamentos,
hospitalizações e cirurgias), exames (de vista,
audiometria, ressonância), acompanhamento
com outros profissionais, histórico familiar de
doença, condições médicas, alcoolismo e outras
drogas;
 Características marcantes: personalidade,
humor habitual, relacionamento interpessoal,
relação com os pais e irmãos, atitudes e
posturas no cotidiano, expectativas de futuro;
 Vida escolar: ingresso na escola, alfabetização,
desempenho acadêmico, repetências e
transferências escolares, queixas comuns dos
professores, rotina, atividades diárias e de
lazer, nível de funcionamento pré-mórbido e
atual;
 Levantamento breve de sintomas cognitivos,
emocionais e comportamentais;
 Observações adicionais e nome e assinatura da
pessoa responsável pelas informações;

Sessão livre e atividades lúdicas


 Deve-se procurar fazer um bom rapport,
procurando compreender o sujeito, e realizar o
contrato psicológico, dúvidas), estabelecendo
certas regras para o bom convívio; alguns
autores sugerem que se diga que determinadas
tarefas serão mais fáceis e outras mais difíceis,
a fim de minimizar o sentimento de frustração
de algumas crianças, mas que o importante é
se esforçar;
 É um bom começo iniciar uma sessão mais livre
e menos estruturada; nela se observa como a
criança se comporta, como lida com frustrações
e como estabelece vínculo, sendo possível
verificar certos comportamentos diante de uma
tarefa simples, como sensação de ansiedade,
desatenção nas instruções, impulsividade,
cansaço e/ou desinteresse; também intitulada
de “hora do jogo diagnóstico”, propicia o acesso
ao mundo interno consciente e inconsciente da
criança;

Seleção e administração de técnicas e


instrumentos

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