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ONIRÁ

É a divindade ligada à Oxum mais é conhecida no Brasil como uma


qualidade de Oyá.
Onirá é guerreira e ao mesmo tempo doce; muito amiga de Oxum e
caminhando com Oyá, Onirá recebe suas oferendas nas Águas doces. Essa
ligação forte com Oxum fez surgir a ideia de que Onirá ensinou Oxum a
lutar e fez a força de Oxum Òpárá.

Onirá é um Orixá “Independente”, ou seja, não é qualidade e sim uma


divindade de características próprias, seria um lado doce de Oxum e a
Força da morte de Oyá, dividindo com Oyá até a Soberania sobre os
Eguns.
Conta-se uma lenda (Itan) que existia nas terras de Irá, uma linda moça
chamada Onira (Senhora de Irá), ela sempre comandava seu povo com
sabedoria. Mas, ela tinha um grande problema: adorava lutar e se sentia
bem em matar seus inimigos.
Onira era descontrolada quando tinha em punho sua adaga de guerra.
Certo dia enlouqueceu de vez, chegou a um vilarejo e matou todos que alí
encontrou. Os sábios da cidade de Irá resolveram procurar Oxalá para que
ele na condição de Rei mandasse que Onira parasse de matar.
Onira recebeu o recado que Oxalá queria vê-la e foi até Ilê Ifé (palácio de
Oxalá). Chegando lá, Oxalá assustou-se, pois as roupas de Onira eram
vermelhas, de tanto sangue de suas vítimas. Ela ajoelhou-se e perguntou o
que o grande Rei queria.
Oxalá mandou que trouxessem uma grande quantidade de Efun (seu pó
branco sagrado). Pegou seu pó e jogou sobre Onira. Na mesma hora suas
vestes de cor vermelha, tornaram-se rosa, por causa da mistura do pó
branco com o sangue. Então, Oxalá ordenou que Onira não matasse mais
ninguém, e que ela jamais vestiria vermelho em público, e que rosa seria
sua cor, e como ela era uma moça tão quente, que fosse morar nas águas
junto com Oxum.
E lhe disse: Onira minha filha, és uma moça tão bela, tão doce, por que
matas?
Sinto-me bem quando tiro a vida de alguém, mais sei que isso não é certo.
Foi então que Oxalá teve uma ideia: Já que você gosta lidar com a vida e
com a morte, você terá junto com Oyá o domínio sobre os Eguns. Não
tirarás mais a vida de ninguém, apenas irá conduzir os que já se foram.
Está certo Oxalá, seu desejo será realizado, mas não tire de mim minha
adaga.
Oxalá disse: Pode deixar, mais agora vá morar na cachoeira com Oxum.
Onira obedeceu a Oxalá, foi morar na cachoeira. Chegando lá Oxum ria e
debochava dela, mais resolveu ser sua amiga.
Porém, Onira muito mal humorada, não queria papo.
Até que um dia Onira adormeceu sobre uma pedra, olhando Oxum
banhar-se e as águas da cachoeira subiram e Onira estava morrendo
afogada, Oxum vendo o que estava acontecendo, mergulhou e foi salvá-la,
chegando lá Onira estava quase morta e Oxum resolveu fazer um feitiço e
na mesma hora Onira reviveu e transformou-se em uma espécie de larva
que correu rio a fora.
Onira transformou-se em um rio de fogo. Oxum pensou que Onira havia
morrido, chorou por horas, sem saber o que diria a Oxalá, já que ele a
incumbiu de tomar conta da moça atrevida.
Foi então que surgiu uma borboleta linda, de cor salmão com tons
alaranjados, que voava ao redor de Oxum. Ela tentou pegar a borboleta
que voou para dentro da floresta, Oxum seguiu a borboleta que parou em
frente a uma árvore e tomou a forma da linda Onira. Oxum não acreditava
no que via, e Onira lhe disse: Por que choravas minha amiga, estou aqui
viva, e graças a você!
Graças a mim por que Onira? Eu não fiz nada.
Na hora que eu estava morrendo você fez um feitiço e dividiu comigo todo
seu encanto, agora sou uma NINFA (mulher encantada), assim como você
,tenho poderes de transformação. Posso ser um RIO de FOGO nos meus
momentos de ira, posso ser um BÚFALO quando eu quiser ficar sozinha, e
me transformar na mais bela BORBOLETA quando estiver feliz.
Onira foi até Oxalá lhe contar o que havia acontecido, ele ficou feliz mais
sabia que toda esta mudança jamais acalmaria Onira, e que por dentro ela
ainda seria aquela guerreira incansável. Mandou então que ela fosse
morar com Oyá e aprender a dominar os Eguns. Depois, Onira mudou-se e
foi viver com Oxosse e como ela foi criada por caçadores, sabia caçar
como ninguém. E Onira morou com quase todos os Orixás, aprendendo
tudo que eles sabiam fazer.
Quando o culto aos Orixás veio para o Brasil, confundiram Onira com Oyá
e por isso então ela passou a ser cultuada no Panteão das Oyás, tornando-
se uma qualidade de Oyá. Mas sabemos que Onira é um orixá assim como
todos os outros.

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