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ÍNDICE DE ASSUNTOS
PLENÁRIO
Prescrição Qüinqüenal - 1
O Tribunal, reconhecendo a prescrição do
direito do Estado de Mato Grosso, julgou extinta ação
cível originária proposta em 1996 por este Estado
contra a União Federal, na qual se alegava o
descumprimento do disposto no art. 38, da LC 31/77,
que estabeleceu apoio financeiro aos Estados do Mato
Grosso e do Mato Grosso do Sul pelo período de dez
anos mediante criação de programas especiais.
Considerou-se iniciado o prazo prescricional de cinco
anos em favor da União Federal (Decreto 20.910/32,
art. 1º) a partir de 10.5.89, isto é, dos dez anos
contados do Decreto 83.436, de 10.5.79, que deu
efetividade à LC 31/77 instituindo o Programa
Especial de Desenvolvimento do Estado do Mato
Grosso - PROMAT, para se concluir pela ocorrência da
prescrição em 10.5.94. ACO 493-MT, rel. Min. Carlos
Velloso, 18.6.98.
Prescrição Qüinqüenal - 2
Ainda no julgamento acima referido, o
Tribunal afastou a aplicação do art. 4º do Decreto
20.910/32 (“Não corre a prescrição durante a demora
que, no estudo, no reconhecimento ou no pagamento
da dívida, considerada líquida, tiverem as repartições
ou funcionários encarregados de estudar e apurá-
la.”), uma vez que não ocorreu demora na apuração da
dívida, mas sim o não reconhecimento desta.
Considerou-se também que, mesmo havendo a
interrupção da prescrição em 22.03.91, data em que
houve reclamação por parte do governo estadual para o
pagamento da dívida, a ação ainda estaria prescrita em
10.5.94, nos termos da Súmula 383 do STF (“A
prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a
correr, por dois anos e meio, a partir do ato
interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco
anos, embora o titular do direito a interrompa durante
a primeira metade do prazo”). ACO 493-MT, rel. Min.
Carlos Velloso, 18.6.98.
PRIMEIRA TURMA
SEGUNDA TURMA
Escuta Telefônica
A existência nos autos de prova obtida
ilicitamente (escuta telefônica autorizada por juiz antes
do advento da Lei 9.296/96) não basta à invalidação do
processo, se há outras provas consideradas autônomas,
isto é, colhidas sem necessidade dos elementos
informativos revelados pela prova ilícita. Precedente
citado: RHC 72.463-SP (DJU de 29.9.95). HC 76.231-
RJ, rel. Min. Nelson Jobim, 16.6.98.
Princípio da Insignificância
Por falta de justa causa, a Turma deferiu
habeas corpus para trancar ação penal proposta contra
ex-prefeita que fora denunciada pela prática de crime
de responsabilidade (DL 201/67, art. 1º, XIII) por ter
contratado, de forma isolada e por curto período, uma
pessoa para a atividade de “gari”, sem a devida
observância da exigência do concurso para
provimentos de cargo público. Com base nos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,
entendeu-se configurada a insignificância jurídica do
ato tido como criminoso. HC 77.003-PE, rel. Min.
Marco Aurélio, 16.6.98.
Princípio do Contraditório e Preliminares
Não ofende o princípio do contraditório a
abertura de nova vista ao Ministério Público para se
manifestar sobre questão preliminar argüida nas
alegações finais da defesa. Hipótese em que se aplica
ao processo penal, por analogia, o art. 327 do CPC
[“Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas
no art. 301 (questões preliminares), o juiz mandará
ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-
lhe a produção de prova documental...”]. Com base
nesse entendimento e considerando não ter ocorrido
prejuízo para a defesa, a Turma indeferiu habeas
corpus em que se pretendia a nulidade do processo,
vencido o Ministro Marco Aurélio, que deferia o writ
sob o fundamento de que a inversão da ordem
processual com a nova abertura de vista ocasionara
prejuízo à defesa. HC 76.420-SP, rel. Min. Maurício
Corrêa, 16.6.98.
CLIPPING DO DJ
19 de junho de 1998
ADIn. 1.804-RS
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEGITIMIDADE PARA
AGIR DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA
DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - ABIMAQ. CF,
ART. 103, IX.
A heterogeneidade de composição dessa associação,
integrada tanto por entes civis de natureza empresarial,
quanto por pessoas jurídicas de direito público, associações,
sindicatos, entidades diversas e instituições de ensino e
pesquisa, vinculadas ao setor de máquinas e equipamentos, a
desqualifica como entidade de classe, por se tratar de
associação de associações.
Caracterizando-se como de natureza híbrida, à luz da
jurisprudência, falta-lhe a necessária legitimidade ad
causam.
Não-conhecimento da ação.
* noticiado no Informativo 107
HC N. 75.889-5
RED. P/ O ACORDÃO: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: "HABEAS CORPUS". USO DE TÓXICO (art.
16 da Lei nº 6.368/76). DOSIMETRIA DA PENA.
INOBSERVÂNCIA DO CRITÉRIO TRIFÁSICO. PENA-
BASE E AGRAVANTE. DESPROPORCIONALIDADE.
1. A teor do art. 61, inciso I, do Código Penal, a reincidência
consubstancia circunstância legal agravante, não podendo
ser considerada como critério para a fixação da pena-base.
2. Ofende o princípio da proporcionalidade entre a agravante
e a pena aplicada, bem assim o critério trifásico previsto no
art. 68 do Código Penal, a sentença que na primeira etapa da
individualização da pena fixa o seu "quantum" no limite
máximo previsto para o tipo penal.
3. Habeas corpus deferido, em parte.
HC N. 75.978-SP
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Crimes hediondos (L. 8.072/90): regime fechado
integral (art. 2º, § 1º), de constitucionalidade declarada pelo
Plenário (ressalva pessoal do relator): inaplicabilidade,
porém, da regra proibitiva da progressão ao condenado pelo
delito de associação incriminado no art. 14 da Lei de
Entorpecentes, inconfundível com o de tráfico, tipificado no
art. 12, único daquele diploma a que se aplica a Lei dos
Crimes Hediondos.
* noticiado no Informativo 110
HC N. 76.100-SP
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Indulto. Decreto 1.860/96. Interpretação de seu
artigo 7º, III. O indulto concedido pelo citado Decreto não
beneficia o condenado tanto pelo crime previsto no artigo
157, § 2º, II, quanto pelo previsto no artigo 157, § 2º, III,
seja um ou outro tentado ou consumado. Precedentes do
S.T.F.
“Habeas corpus” indeferido.
* noticiado no Informativo 109
HC N. 76.267-MG
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Calúnia: inexistência da imputação de fato
criminoso determinado: impossibilidade, no caso, de
desclassificação.
Não constitui calúnia a imputação ao ofendido da prática de
crimes identificados apenas pela menção às denominações
legais dos tipos; ainda que a irrogação possa caracterizar
injúria, se por tal delito fora o paciente absolvido em
primeiro grau, sem recurso da acusação, a desclassificação
não cabe.
HC N. 76.292-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
COMPETÊNCIA - HABEAS-CORPUS - ATO DE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Na dicção da ilustrada maioria
(seis votos a favor e cinco contra), entendimento em relação
ao qual guardo reservas, compete ao Supremo Tribunal
Federal julgar todo e qualquer habeas-corpus impetrado
contra ato de tribunal, tenha este, ou não, qualificação de
superior.
TRÁFICO - ASSOCIAÇÃO - EMENDATIO LIBELLI.
Configura simples emendatio libelli, e não mutatio libelli,
conclusão do Colegiado revisor no sentido não do concurso
material, considerados os delitos dos artigos 12 e 14 da Lei
nº 6.368/76, mas de tráfico de entorpecentes com a causa de
aumento do inciso III do artigo 18 nela inserido. Tratando-se
de tráfico praticado a partir da associação, cumpre observar o
disposto no inciso III do artigo 18 referido. A acumulação
material pressupõe a prática do crime de tráfico sem o
conhecimento dos demais integrantes do grupo criminoso.
Hipótese em que o novo enquadramento jurídico fez-se à luz
de fatos constantes da própria denúncia, aspecto a afastar a
possibilidade de cogitar-se de mutatio libelli.
PENA - DOSIMETRIA - FUNDAMENTAÇÃO. Surge
fundamentada decisão que implique fixação da pena-base
acima do mínimo legal em face dos antecedentes criminais,
com sentença trânsita em julgada, e aumento da pena, pela
associação, na percentagem mínima prevista no inciso III do
artigo 18 da Lei nº 6.368/76.
HC N. 76.563-SP
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: “Habeas corpus”
- O Código de Processo Penal brasileiro não contempla o
princípio da identidade física do Juiz. Precedentes do STF.
- O conceito de miserabilidade não se restringe ao miserável,
mas abrange pessoa de condição modesta ou até da classe
média que se encontrem em situação de não poderem prover
as despesas do processo, sem se privarem de recursos
indispensáveis à manutenção própria ou da família.
Precedentes do STF.
- Para se aferir a suficiência, ou não, da prova para a
condenação, seria mister o reexame dela, o que não pode ser
feito na via estreita do “habeas corpus”.
“Habeas corpus” indeferido.
HC N. 77.042-RJ
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Nulidade: auto de prisão em flagrante, nota de
culpa e auto de apreensão de entorpecente não assinados pela
autoridade policial: superação ou irrelevância, nas
circunstâncias do caso.
1. A falta de assinatura da autoridade policial no auto de
prisão em flagrante e na nota de culpa - valendo por prova de
sua ausência à lavratura - torna ilegítima a prisão, o que,
entretanto, ficou superado no caso, dado que o Juiz relaxou o
flagrante e decretou a prisão preventiva.
2. No auto de apresentação e apreensão do entorpecente,
elemento essencial é a assinatura do policial que a tenha
apreendido com o preso, não a da autoridade policial.
AG (AgRg) N. 207.716-PE
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: DESERÇÃO. ALEGADO ERRO DO
TRIBUNAL A QUO NA EMISSÃO DAS GUIAS DE
RECOLHIMENTO DAS CUSTAS.
Alegação insuscetível de ser acolhida, vez que o valor das
custas é pré-fixado em tabela do STF, sendo, portanto, de
conhecimento público.
Agravo regimental improvido.
AG (AgRg) N. 209.534-SE
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - Agravo regimental.
- Equivoca-se o agravante. O que esta Corte tem admitido é
que, se invocado no recurso o dispositivo constitucional, e o
acórdão, ainda que sem mencioná-lo, examina a questão
constitucional a ele relativa, há prequestionamento explícito,
porque o referido dispositivo constitucional estava em causa.
No caso, isso não ocorre, pois a petição de agravo não
demonstra que, no agravo de instrumento que deu margem
ao acórdão recorrido, o ora agravante tenha invocado o
disposto no artigo 5º, XXX, da Carta Magna, para que esse
aresto o tivesse apreciado, ainda que sem mencioná-lo.
Agravo a que se nega provimento.
AG (AgRg) N. 210.734-1
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - Agravo regimental.
Segundo o disposto na atual redação do artigo 545 do CPC,
é ao relator que compete admitir o agravo de instrumento
contra despacho de não-admissão de recurso extraordinário,
ou negar-lhe provimento, cabendo agravo de sua decisão
para o órgão colegiado a que pertence, o que afasta as
alegações de ofensa aos princípios constitucionais invocados
na petição de agravo.
Agravo a que se nega provimento.
RE (AgRg) N. 177.157-RS
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA : Bem de família: impenhorabilidade legal (L.
8.009/90): aplicação aos processos em curso, desconstituindo
penhoras anteriores, sem ofensa de direito adquirido ou ato
jurídico perfeito: precedente (RE 171.802, Velloso, DJ
20.6.97).
RE (AgRg) N. 212.353
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO -
PREQUESTIONAMENTO. Tratando-se de recurso de
natureza extraordinária, indispensável é que o tema jurígeno
nele versado tenha sido objeto de debate e decisão prévios,
ficando viabilizado, assim, o cotejo necessário a que se diga
do enquadramento da hipótese em um dos permissivos que
lhe são próprios. O simples fato de a Corte de origem haver
julgado a matéria não resulta em conclusão sobre o exame
de controvérsia no tocante à respectiva competência. Neste
sentido é a jurisprudência sedimentada do Supremo Tribunal
Federal, no que revela indispensável a configuração do
prequestionamento com o predicado da explicitude.
REVISÃO DE VENCIMENTOS - ISONOMIA - De acordo
com o inciso X, do artigo 37 da Constituição Federal, "a
revisão geral de remuneração dos servidores públicos, sem
distinção de índices entre servidores públicos civis e
militares, far-se-á sempre na mesma data", sendo
irredutíveis, sob o ângulo não simplesmente da forma (valor
nominal), mas real (poder aquisitivo), os vencimentos dos
servidores públicos civis e militares (inciso XV também do
rol das garantias constitucionais).
RE (AgRg) N. 224.163-RS
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. ALEGAÇÃO DE QUE O
ACÓRDÃO PROFERIDO PELO PLENÁRIO -
FUNDAMENTO DA DECISÃO AGRAVADA - NÃO
FORA PUBLICADO, ALÉM DE SER DIVERSA A
HIPÓTESE DESTES AUTOS DA QUE APRECIADA
PELO TRIBUNAL PLENO. IMPROCEDÊNCIA.
1. A decisão agravada não teve como fundamento a que
proferida pelo Plenário desta Corte, ainda pendente de
publicação, ao contrário, encontra-se amparada em acórdãos
anteriormente proferidos por esta Turma, cujo entendimento
restou corroborado pelo Tribunal Pleno.
2. Existência de jornada fixada por regulamento da empresa.
Alegação, por isso mesmo, de ser diversa a questão destes
autos da que apreciada pelo Colegiado. Insubsistência.
2.1. A decisão plenária limitou-se a definir o alcance da
norma contida no art. 7º, XIV da Constituição Federal, sem
adentrar a controvérsia acerca da fixação da jornada de
trabalho, por se tratar de matéria fática (Súmula 279/STF).
Agravo regimental não provido.
RE N. 147.776-SP
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Ministério Público: legitimação para
promoção, no juízo cível, do ressarcimento do dano
resultante de crime, pobre o titular do direito à
reparação: C. Pr. Pen., art. 68, ainda constitucional (cf.
RE 135328): processo de inconstitucionalização das leis.
1. A alternativa radical da jurisdição constitucional ortodoxa
entre a constitucionalidade plena e a declaração de
inconstitucionalidade ou revogação por inconstitucionalidade
da lei com fulminante eficácia ex tunc faz abstração da
evidência de que a implementação de uma nova ordem
constitucional não é um fato instantâneo, mas um processo,
no qual a possibilidade de realização da norma da
Constituição - ainda quando teoricamente não se cuide de
preceito de eficácia limitada - subordina-se muitas vezes a
alterações da realidade fáctica que a viabilizem.
2. No contexto da Constituição de 1988, a atribuição
anteriormente dada ao Ministério Público pelo art. 68 C. Pr.
Penal - constituindo modalidade de assistência judiciária -
deve reputar-se transferida para a Defensoria Pública: essa,
porém, para esse fim, só se pode considerar existente, onde e
quando organizada, de direito e de fato, nos moldes do art.
134 da própria Constituição e da lei complementar por ela
ordenada: até que - na União ou em cada Estado considerado
-, se implemente essa condição de viabilização da cogitada
transferência constitucional de atribuições, o art. 68 C. Pr.
Pen. será considerado ainda vigente: é o caso do Estado de
São Paulo, como decidiu o plenário no RE 135328.
RE N. 148.228-1
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
POUPANÇA - CADERNETA - BLOQUEIO - PLANO
COLLOR - ÍNDICE DE CORREÇÃO.
A intangibilidade do ato jurídico perfeito e acabado e a do
direito adquirido são conducentes a concluir-se pela
ilegitimidade da modificação do índice relativo à correção
monetária, isso no período em que perdida a disponibilidade
do investimento.
RE N. 150.166-MG
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
CONCURSO PÚBLICO - LIMITE DE IDADE -
AUDITOR. A teor do disposto no inciso XXX do artigo 7º,
aplicável aos servidores públicos em razão do § 2º do artigo
39, ambos da Constituição Federal de 1988, descabe impor
critério de admissão por motivo de idade. Somente em casos
excepcionais em que a exigência decorra das atribuições do
próprio cargo é possível cogitar-se da valia do limite de
idade para inscrição em concurso público. O cargo de
Auditor, considerada a atividade desenvolvida, não conduz à
necessidade de o candidato não haver ultrapassado certa
idade. Precedentes: Mandados de Segurança nº 21.046-0/RJ -
Pleno - Redator designado, Ministro Sepúlveda Pertence,
com acórdão publicado no Diário da Justiça de 14 de
novembro de 1991 e nº 21.033 - Pleno - Relator Ministro
Carlos Velloso - Revista Trimestral de Jurisprudência nº 135,
páginas nº 958 a 963; Recursos Extraordinários nº
156.404/BA - 1ª Turma - Relator Ministro Sepúlveda
Pertence e nº 157.863-7 - 1ª Turma - Relator Ministro
Moreira Alves, ambos veiculados no Diário da Justiça de 1º
de outubro de 1993; Agravo Regimental em Recurso
Extraordinário nº 141.864 - 2ª Turma, de minha lavra, e cujo
acórdão foi publicado no Diário da Justiça de 15 de março de
1996.
RE N. 170.020-SP
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Rateio anual da reserva constituída pelo excesso
de quotas de prêmio de produtividade (Lei Complementar nº
567, de 20-7-88, do Estado de São Paulo).
Parcela de remuneração não permanente e sujeita à
verificação de efetividade de exercício (lei citada, art. 7º) e
insusceptível, portanto, de participação dos aposentados, a
título de aplicação do disposto no § 4º do art. 40 da
Constituição Federal.
RE N. 203.174-7
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL
URBANO (I.P.T.U.). ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS.
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.
1. O S.T.F., em Sessão Plenária, já firmou o entendimento de
que o I.P.T.U., como imposto de natureza real que é,
incidindo sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de
bem imóvel por natureza ou por acessão física, como
definido na lei civil, localizado na zona urbana do município
(CTN art. 32), não pode variar segundo a presumível
capacidade contributiva do sujeito passivo.
2. A única progressividade admitida pela Constituição
Federal de 1988 é a extrafiscal (art. 182, § 4º, II), que,
todavia, depende de lei federal.
3. Daí a declaração de inconstitucionalidade de normas de
leis municipais de Belo Horizonte (RE 153.771) e São Paulo
(RE 204.827), que instituíram a progressividade do I.P.T.U.,
segundo a localização e o valor do imóvel.
4. Examinou-se, nesse último precedente, a Lei n°
10.921/90, do Município de São Paulo, a mesma que é
objeto de questionamento nestes autos.
5. Adotados os fundamentos deduzidos nesses precedentes, o
R.E. é conhecido e provido, para o deferimento do mandado
de segurança.
RE N. 204.305-PR
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Assistência Judiciária gratuita. Alegação de
revogação do artigo 4º, § 1º, da Lei nº 1.060/50 pelo artigo
5º, LXXIV, da Constituição. Improcedência.
- A atual Constituição, em seu artigo 5º, LXXIV, inclui, entre
os direitos e garantias fundamentais, o da assistência jurídica
integral e gratuita pelo Estado aos que comprovarem a
insuficiência de recursos.
- Portanto, em face desse texto, não pode o Estado eximir-se
desse dever desde que o interessado comprove a
insuficiência de recursos, mas isso não impede que ele, por
lei, e visando a facilitar o amplo acesso ao Poder Judiciário
que é também direito fundamental (art. 5º, XXXV, da Carta
Magna), conceda assistência judiciária gratuita - que, aliás, é
menos ampla do que a assistência jurídica integral -
mediante a presunção “iuris tantum” de pobreza decorrente
da afirmação da parte de que não está em condições de pagar
as custas do processo e os honorários de advogado, sem
prejuízo próprio ou de sua família.
- Nesse sentido tem decidido a Segunda Turma (assim, a
título exemplificativo, nos RREE 205.029 e 205.746).
Recurso extraordinário não conhecido.
* noticiado no Informativo 109
RE (AgRg) N. 204.440-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PRECATÓRIO - SATISFAÇÃO - ATUAÇÃO DA
PRESIDÊNCIA DA CORTE - NATUREZA. Os atos do
Presidente do Tribunal relativos à satisfação fidedigna do
precatório, embora possuidores de contornos judiciais, não
são, em si, jurisdicionais, razão pela qual, ainda que
protocolado agravo regimental, vindo Colegiado a confirmá-
los, não se abre a via do extraordinário - Precedente: Ação
Direta de Inconstitucionalidade nº 1.098-1/SP, da qual fui
Relator.
RE (Edcl) N. 206.039-SP
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Embargos declaratórios: admissibilidade e
efeitos.
Os embargos declaratórios são admissíveis para a correção
de premissa equivocada de que haja partido a decisão
embargada, atribuindo-se-lhes efeito modificativo quando tal
premissa seja influente no resultado do julgamento.
RE N. 206.822-SP
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Recurso extraordinário. Pretensão de extensão
de vantagem, que implica aumento de vencimento, de um
cargo a outro.
- Não cabe ao Poder Judiciário, por equiparação, estender
vantagem, que implica aumento de vencimento, de um cargo
a outro com base no princípio da isonomia, porquanto
permanece em vigor, em face da atual Constituição, a
vedação enunciada na Súmula 339, uma vez que o disposto
no parágrafo 1º do artigo 39 da Constituição é preceito
dirigido ao legislador a quem cabe viabilizar a isonomia ali
preconizada.
- No caso, ademais, a alegada ofensa à Constituição, se
houvesse - e não há -, seria indireta ou reflexa, não dando
margem, assim, ao cabimento do recurso extraordinário.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 210.986-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
TRIBUTÁRIO. LEI PAULISTA. MAJORAÇÃO DE
ALÍQUOTA DE IMPOSTO. PRODUTO DA
ARRECADAÇÃO ADICIONAL VINCULADO A ÓRGÃO
ESPECÍFICO. INCONSTITUCIONALIDADE
DECLARADA PELO PLENÁRIO DA CORTE.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE nº
183.906-6/SP, declarou a inconstitucionalidade de
dispositivos da Lei Paulista nº 6.556/89, para afastar a
exigência da majoração da alíquota em um ponto percentual
por ter destinação específica.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
RE N. 213.802-PA
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Sindicato. Atuação no processo a título de
representação expressamente autorizada pelos filiados.
Alegação de ser ele, no caso, substituto processual, havendo,
assim, ofensa ao artigo 8º, III, da Constituição.
- Alegação de ofensa indireta à Carta Magna, o que não dá
margem ao cabimento do recurso extraordinário.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 223.454-RN
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Recurso extraordinário. Pagamento de
vencimentos. Constituição Estadual que estabelece data-
limite para o pagamento de vencimentos, corrigindo-se
monetariamente seus valores se pagos em atraso.
- A jurisprudência desta Corte já se firmou (particularmente
ao julgar a ADIN 176) no sentido de que o estabelecimento,
em Constituição Estadual, de data-limite para o pagamento
dos servidores estaduais e a determinação de correção
monetária, em caso de atraso, não ofendem o princípio da
independência dos Poderes, pois não implicam a criação de
cargos ou o aumento de remuneração, nem ferem o poder de
iniciativa exclusiva do Governador do Estado. Ademais, de
há muito, e independentemente de lei que a imponha, este
Tribunal se manifesta no sentido da incidência de correção
monetária sobre os vencimentos pagos em atraso por
entender tratar-se de dívida de caráter alimentar; assim, por
haver, em última análise, a Constituição estadual
reconhecido esse caráter a tais débito, não há como
pretender-se tenha ela invadido competência privativa da
União Federal.
Recurso extraordinário não conhecido.