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UNIFAVIP | Wyden

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA


COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Josenilson Josimário da Silva


Gabriell Queiroz Santos
Rafael Bezerra de Andrade
Bruno Marques Barbosa

MÉTODOS PARA A RESOLUÇÃO DE


ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS

CARUARU
2018
Josenilson Josimário da Silva
Gabriell Queiroz Santos
Rafael Bezerra de Andrade
Bruno Marques Barbosa

MÉTODOS PARA RESOLUÇÃO DE


ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS

Trabalho da disciplina de Análise das Estruturas


apresentado ao professor Yuri Moraes como
requisito parcial para obtenção da nota da AP2.

CARUARU
2018
SUMÁRIO

1 Método das Forças ................................................................................................................ 00


2 Método do Deslocamento ..................................................................................................... 00
3 Método de Cross ................................................................................................................... 00
4 Método dos elementos finitos. .............................................................................................. 00
1 INTRODUÇÃO

Um sistema estrutural pode ser definido como uma disposição racional e adequada de
diversos elementos estruturais, onde estes elementos são corpos sólidos responsáveis por
receber e transmitir solicitações em geral, sofrendo como consequência deformações.
Os sistemas estruturais podem ser classificados, de acordo com o seu grau de
hiperestaticidade, em: Hipostática, Isostática e Hiperestática. Um sistema estrutural será
considerado como hipostática, quando os seus movimentos não são restringidos, ocasionando
em uma estrutura sem equilíbrio estável. Em relação a classificação como isostática, elas
apresentam o número de incógnitas igual a número de equações da estática, resultando, em uma
estrutura com equilíbrio estável. E por fim, eles são designados como hiperestática, quando o
número de incógnitas é maior que o numero de equações de equilíbrio estático.
Para a resolução de tais sistemas, as hipostáticas consistem em estruturas que não são
resolvidas por nenhum tipo de método existente, sendo consideradas como indesejáveis. Já as
isostáticas constituem-se de estruturas estaticamente determinadas, sendo resolvidas por
simples consideração estática. Assim como as isostáticas, as hiperestáticas são consideradas
como estruturas com equilíbrio estável, entretanto, não são resolvidas por simples consideração
estática, sendo necessário a utilização de métodos alternativos.
Tais métodos alternativos, podem ser divididos em dois grupos distintos, que são, os
métodos analíticos e os numéricos. Dentre os métodos analíticos existentes, os que
tradicionalmente são mais utilizados e estudados são, o Método das Forças, o Método dos
Deslocamentos e o Método de Cross, já em relação aos métodos numéricos, o mais utilizado é
o Método dos Elementos Finitos.
O presente trabalho tem o objetivo de mostrar e explicar tais métodos, que foram
apresentados no parágrafo anterior, além de exemplificar um dos métodos analíticos por meio
de um exemplo e por fim, exemplificar o método dos elementos finitos através de um estudo
de caso.
1 MÉTODO DAS FORÇAS

Segundo Martha (2010) Na solução de uma estrutura hiperestática, é necessário


considerar os três grupos de condições básicas da Análise Estrutural: condições de equilíbrio,
condições de compatibilidade e condições impostas pelas leis constitutivas dos materiais que
compõem a estrutura.
Formalmente, o Método das Forças resolve o problema considerando os grupos de
condições a serem atendidas pelo modelo estrutural na seguinte ordem: Condições de equilíbrio;
Condições sobre o comportamento dos materiais e Condições de compatibilidade.
Na prática, entretanto, a metodologia utilizada pelo Método das Forças para analisar
uma estrutura hiperestática é: “Somar uma série de soluções básicas que satisfazem as
condições de equilíbrio, mas não satisfazem as condições de compatibilidade da estrutura
original, para na superposição restabelecer as condições de compatibilidade.”
Cada solução básica não satisfaz isoladamente todas as condições de compatibilidade
da estrutura original, as quais ficam restabelecidas quando se superpõem todos os casos básicos.
Essa estrutura é chamada Sistema Principal (SP). As forças ou os momentos associados aos
vínculos liberados são as incógnitas do problema e são denominados hiperestáticos. Essa
metodologia de solução de uma estrutura hiperestática pelo Método das Forças será explicada
seguindo a metodologia de um exemplo de Martha (2010).

Figura 1- Estrutura hiperestática


A configuração deformada do quadro da figura acima é mostrada de forma excessiva (o
fator de amplificação dos deslocamentos da deformada é igual a 1000).
Área da seção transversal das barras: A = 0,005 m2
Momento de inércia da seção transversal: I = 0,0005 m4
Módulo de elasticidade do material: E = 2 × 108 kN/m2

Segundo Mello (2017) dispomos de 3 (três) equações universais da Estática no plano


(∑Fx=0 , ∑Fy=0 , ∑Mz= 0 ), essas equações são para descobrir as incógnitas.
O Sistema Principal (SP) adotado neste exemplo é a estrutura isostática mostrada na
figura abaixo.

Figura 2- Sistema principal da estrutura isostática.


Verifica-se que foram eliminados dois vínculos externos da estrutura original: a
imposição de rotação θA nula do apoio da esquerda e a imposição de deslocamento horizontal
ΔHB nulo do apoio da direita. O número de vínculos que devem ser eliminados para transformar
as estruturas hiperestáticas originais em uma estrutura isostática é igual ao grau de
hiperestaticidade, g.
Segundo Mello (2017) o grau de hiperestaticidade (g) é a soma do grau de
hiperestaticidade externo (ge), que define-se como sendo o número de equações suplementares
necessárias para o cálculo das reações de apoio da estrutura; mais o grau de hiperaestaticidade
interno (gi) que define-se sendo o número de equações suplementares que necessitamos
conhecer para traçar os diagramas de esforços internos.
A escolha do Sistema Principal é arbitrária, qualquer estrutura isostática escolhida é
válida, desde que seja estável estaticamente. Os esforços associados aos vínculos eliminados
são as reações de apoio X1 e X2, tal como mostrado na figura 2.
X1 ⇒ reação momento que aparece quando θA = 0;
X2 ⇒ reação horizontal que aparece quando ΔHB = 0
A solução do problema pelo Método das Forças recai em encontrar os valores X1 e X2
que fazem com que, juntamente com o carregamento aplicado, θA = 0 e ΔHB = 0. A
determinação de X1 e X2 é feita através de superposição de casos básicos, utilizando o SP como
estrutura para as soluções básicas. O número de casos básicos é sempre igual ao grau de
hiperestacidade mais um (g+1). No exemplo, isso resulta nos casos (0), (1) e (2), que são
mostrados a seguir.

Caso (0) – solicitação externa (carregamento) isolada no SP, com X1 = 0 e X2 = 0


Figura 3- Estrutura deformada

A rotação δ10 e o deslocamento horizontal δ20, nas direções dos vínculos eliminados para
a criação do SP, são chamados de termos de carga, cujos valores para esta estrutura são os
seguintes:
δ10 = – 13,64 × 10−3 rad
δ20 = 115,2 × 10−3 m

O sinal negativo da rotação δ10 indica que a rotação tem o sentido contrário do que é
considerado para o hiperestático X1 no caso (1) a seguir. Analogamente, o sinal positivo de δ20
indica que este deslocamento tem o mesmo sentido que é considerado para o hiperestático X2
no caso (2) a seguir. O cálculo dos coeficientes que aparecem na formulação do Método das
Forças pode ser feito pelo Princípio das Forças Virtuais (PFV).

Figura 4 – Estrutura deformada caso (1)


O hiperestático X1 é colocado em evidência, já que ele é uma incógnita do problema.
Considera-se um valor unitário para X1, sendo o efeito de X1 = 1 multiplicado pelo valor final
que X1 deverá ter. A rotação δ11 e o deslocamento horizontal δ21 provocados por X1 = 1, nas
direções dos vínculos eliminados para a criação do Sistema Principal, são chamados de
coeficientes de flexibilidade que correspondem às unidades de deslocamento ou rotação
divididas pela unidade do hiperestático em questão. No exemplo:
δ11 = 0,1152 × 10−3 rad/kNm
δ21 = – 0,6997 × 10−3 m/kNm

As mesmas observações quanto aos sinais dos coeficientes de flexibilidade podem ser
feitas. Isto é, o sinal da rotação δ11 é positivo pois tem o mesmo sentido do que foi arbitrado
para X1 = 1 e o sinal do deslocamento horizontal δ21 é negativo pois tem o sentido contrário ao
que foi arbitrado para X2 = 1 no caso (2) a seguir. Observe que o sinal dos termos δii, sendo i
o índice do hiperestático, sempre são positivos, pois são deslocamentos ou rotações nos próprios
pontos de aplicação de forças ou momentos unitários aplicados.

Figura 5 – Estrutura deformada caso (2)

De maneira análoga ao caso (1), o hiperestático X2 é colocado em evidência,


considerando-se um valor unitário multiplicado pelo seu valor final. A rotação δ12 e o
deslocamento horizontal δ22 provocados por X2 = 1, nas direções dos vínculos eliminados para
a criação do SP, também são coeficientes de flexibilidade. As unidades destes coeficientes, por
definição, são unidades de deslocamento ou rotação divididas pela unidade do hiperestático X2:
δ12 = – 0,6997 × 10−3 rad/kN
δ22 = 6,1180 × 10−3 m/kN

Observe que o valor de δ12 e δ21 são iguais. Isto não é coincidência. Os coeficientes δij
e δji, sendo i e j índices de hiperestáticos, sempre serão iguais. A partir dos resultados obtidos
nos casos mostrados acima, pode-se utilizar a superposição dos casos para restabelecer as
condições de compatibilidade violadas. Isto é feito a seguir.
Somatório das rotações do nó A:
δ10 + δ11 × X1 + δ12 × X2 = 0

Somatório dos deslocamentos horizontais no nó B:


δ20 + δ21 × X1 + δ22 × X2 = 0

Sistema de equações de compatibilidade:


– 13,64 × 10−3 + 0,1152 × 10−3 ⋅ X1 – 0,6997 × 10−3 ⋅ X2 = 0
115,2 × 10−3 – 0,6997 × 10−3 ⋅ X1 + 6,1180 × 10−3 ⋅ X2 = 0
A solução deste sistema de equações de compatibilidade resulta nos seguintes valores
das reações de apoio X1 e X2:
X1 = 13,39 kNm
X2 = – 17,29 kN
O sinal de X1 é positivo pois tem o mesmo sentido (anti-horário) do que foi arbitrado
para X1 = 1 no caso (1) e o sinal de X2 é negativo pois tem o sentido contrário (da direita para
a esquerda) ao que foi arbitrado para X2 = 1 no caso (2), tal como indica a figura abaixo.

Figura 6 – Estrutura compatibilizada


Os valores encontrados para X1 e X2 fazem com que θA = 0 e ΔHB = 0. Dessa forma,
atingiu-se a solução correta da estrutura, pois além de satisfazer as condições de equilíbrio –
que sempre foram satisfeitas nos casos (0), (1) e (2) – também se satisfaz as condições de
compatibilidade.
A solução da estrutura não termina na obtenção dos valores dos hiperestáticos X1 e
X2. Após isso, ainda é necessário obter os diagramas de esforços internos e os deslocamentos
da estrutura. Existem duas alternativas para isso:
 Calcula-se uma estrutura isostática (o Sistema Principal) com o carregamento aplicado
simultaneamente aos hiperestáticos – com os valores corretos encontrados – como se
fossem forças e momentos aplicados.
 Utiliza-se a própria superposição de casos básicos para a obtenção dos esforços internos
(ou deslocamentos) finais.
O sistema de equações de compatibilidade da solução pelo Método das Forças do
exemplo também pode ser reescrito de uma forma matricial:

No caso geral de uma estrutura com grau de hiperestaticidade “g”, pode-se escrever:
{δ0} + [δ ]{X} = {0}
Sendo:
{δ0}→vetor dos termos de carga;
[δ ]→matriz de flexibilidade;
{X}→vetor dos hiperestáticos.
Segundo Martha (2010) O número de equações de compatibilidade na relação matricial
é igual ao grau de hiperestaticidade da estrutura, sendo que cada equação restabelece o vínculo
associado ao hiperestático genérico Xi. O termo de carga δi0 é o deslocamento ou a rotação que
aparece no vínculo eliminado associado ao hiperestático Xi no caso (0). O coeficiente δij da
matriz de flexibilidade é o deslocamento ou a rotação que aparece no vínculo eliminado
associado ao hiperestático Xi provocado por Xj = 1 no caso (j).
Observa-se que o vetor dos termos de carga depende do SP escolhido e da solicitação
externa. Já a matriz de flexibilidade só depende do SP escolhido. Portanto, se outro
carregamento (ou qualquer outra solicitação) atuar, mantendo-se o SP, somente os termos de
carga têm que ser calculados novamente.
Duas observações podem ser feitas com respeito à matriz de flexibilidade. A primeira é
que pelo Teorema de Maxwell, a matriz é simétrica. Ou seja: δji = δij
A segunda observação é que os coeficientes de flexibilidade que correspondem a um
dado caso básico – casos (1) e (2) da seção anterior – têm o mesmo índice j. Pode-se escrever
então: A j-ésima coluna da matriz de flexibilidade [δ ] da estrutura corresponde ao conjunto de
deslocamentos generalizados (deslocamentos ou rotações) nas direções dos vínculos eliminados
do SP provocados por Xj = 1 (hiperestático Xj com valor unitário atuando isoladamente no SP).

2 MÉTODO DOS DESLOCAMENTOS

O Método dos deslocamentos, também conhecido como o Método da Rigidez ou


Método do equilíbrio, é o mais importante método de análise de estruturas, é amplamente
utilizado em programações automáticas. Nele, as incógnitas primárias são deslocamentos em
pontos adequadamente escolhidos na estrutura, que são obtidos por meio da resolução de um
sistema de equações algébricas lineares de equilíbrio. Esses deslocamentos são denominados
graus de liberdades e seu número, grau de indeterminação cinemática.
No método da rigidez, uma estrutura cinematicamente determinada é obtida alterando a
estrutura real de modo que os deslocamentos desconhecidos da estrutura real sejam inicialmente
nulos e em seguida assumam valores unitários. Esta estrutura restringida denomina-se sistema
principal (GERE e WEAVER 1987).
O método do deslocamento tem uma reciprocidade com o método das forças, pois em
ambos os métodos a solução de uma estrutura considera os três grupos de condições básicas da
Análise Estrutural: condições de equilíbrio, condições de compatibilidade entre deslocamentos
e deformações e condições impostas pelas leis constitutivas dos materiais. Entretanto, o Método
dos Deslocamentos resolve o problema considerando os grupos de condições a serem atendidas
pelo modelo estrutural na ordem inversa do que é feito pelo Método das Forças: Condições de
compatibilidade; Leis constitutivas dos materiais e Condições de equilíbrio.
A metodologia de cálculo do método consiste em: Somar uma série de soluções básicas
(chamadas de casos básicos) que satisfazem as condições de compatibilidade, mas que não
satisfazem as condições de equilíbrio da estrutura original, para na superposição restabelecer
as condições de equilíbrio (MARTHA, 2010).
A solução se dá pela determinação das deformações sofridas pelos nós das diversas
barras da estrutura para, a partir desses valores, obter os diagramas de esforços solicitantes da
estrutura. Estruturas hiperestáticas são resolvidas impondo como incógnitas os deslocamentos
em nós rígidos. Para o entendimento da sistemática do método dos deslocamentos é necessário
o conhecimento de indeterminação cinemática e rigidez, apresentado a seguir.

INDETERMINAÇÂO CINEMATICA E RIGIDEZ


Denota-se por indeterminação cinemática o número de restrições (vínculos) necessárias
para eliminar os deslocamentos dos nós da estrutura, ou seja, representa o número de graus de
liberdade da estrutura independentes. Grau de liberdade representa as possibilidades de
movimento de um dado nó da estrutura. Para exemplificar esta situação, observa-se as figuras
7 e 8. Na figura 7 é apresentada as possibilidades de translação e rotação dos nós de uma viga.

Figura 7- Exemplo de deslocabilidade de uma viga


A figura 8 apresenta, em ideia, o esquema de solução pelo método dos deslocamentos,
denotando todas as deslocabilidades dos nós da estrutura aporticada mostrada.

Figura 8- Exemplo de deslocabilidade de um pórtico


Tendo em vista que o método exige a determinação de deslocabilidades, esta podem ser
definidas de duas formas:
a) Deslocabilidade interna: é igual ao número de rotações de nós que precisamos conhecer
para poder resolvê-la, isto é, número de nós internos rígidos que ela possui (para
estruturas planas e não incluindo os nós extremos apoiados ou engastados e,
evidentemente os nós rotulados).
b) Deslocabilidade externa: é igual ao número de apoios do 1º gênero que a estrutura
precisa receber para que todos os seus nós fiquem sem deslocamentos lineares.
É usual chamar às estruturas que possuem deslocabilidades externas de estruturas
deslocáveis, e aquelas que não as possuem de estruturas indeslocáveis. Semelhante ao método
das forças, a solução pelo método dos deslocamentos se dá com a consideração de
deslocamentos ou rotações unitárias, cujas ações resultantes serão forças ou momentos, valores
estes conhecidos como rigidezes ou coeficientes de influência de rigidez. É necessário o
conhecimento da rigidez de cada membro da estrutura, chamadas de rigidez de membro.
Os valores das rigidezes de barras de pórtico são obtidos através de tabelas. Alguns
valores estão apresentados na Figura 9.

Figura 9- Rigidezes de barras para diversas condições de contorno

Descrição do método

Pode-se descrever o método dos deslocamentos através dos passos mostrados a seguir:
 Determina-se o grau de indeterminação cinemática e, em seguida, são introduzidas
forças de restrição (em número igual ao grau de indeterminação cinemática) que impedem os
deslocamentos dos nós (as forças são do mesmo tipo, sentido e direção dos deslocamentos
impedidos).
 Calculam-se as forças de restrição somando as forças de fixação dos extremos
das barras convergentes nos nós (um a um). Tais forças devem impedir os deslocamentos para
qualquer tipo de ação externa quer sejam cargas, variações de temperatura, esforços prévios,
etc.). Estas ações podem ser consideradas separadamente ou em conjunto.
 Considera-se, a depender da indeterminação cinemática, o número de estados
correspondentes as seguintes situações: sistema principal (E0), onde os esforços são
determinados com as restrições impedidas; sistemas Ei, obtidos com a consideração do sistema
principal quando se impõe a condição de deslocamento ou rotação unitário para um dos
deslocamentos impedidos.
 Os deslocamentos necessários para eliminar as forças de restrição são determinados
aplicando a sobreposição dos efeitos para os diversos deslocamentos impostos e igualando às
forças de restrição.
 Os esforços na estrutura original são obtidos adicionando aos esforços na estrutura
restringida os esforços originados pelos deslocamentos determinados nos itens anteriores.
Para a determinação dos esforços com a sobreposição dos efeitos, é necessária a solução
de um sistema de equações lineares apresentado na equação 1, para o caso de dois
deslocamentos impedidos e exemplificado na figura 10.

f1 + k11 × d1 + k12 × d2 = F1
{ (1)
f2 + k21 d1 + k 22 × d2 = F2
A equação 1 pode ser reescrita como a equação 2:
k11 k12 d1 F f
[ ] ( ) = (F1 ) - ( 1 ) (2)
k 21 k 22 d2 2 f2

Onde k é a matriz de rigidez (coeficientes kij), d é vetor dos deslocamentos nodais a


serem determinados, F é o vetor das forças externas aplicados diretamente sobre os
deslocamentos di, e f é o vetor das forças reativas nas restrições que foram introduzidas.
Uma vez determinado o vetor d, pode-se determinar os esforços e demais deslocamentos
na estrutura original podem ser determinados pela combinação linear, dado na equação 3:
E = E0 + ∑i di Ei (3)
Figura 10 – Determinação do coeficiente de rigidez Kij

3 MÉTODO DE CROSS

Também denominado de Método da Distribuição de Momentos, consiste em uma


técnica de resolução de estruturas hiperestáticas desenvolvida por Hardy Cross na década de
1930. Tal solução constitui-se de um processo iterativo baseado no Método dos Deslocamentos
aplicado apenas a estruturas compostas de barras inextensíveis, que só possuam
deslocabilidades do tipo rotação. Esse método é vantajoso para a resolução de estruturas
cinematicamente indeterminadas, como, vigas contínuas, pórticos planos e grelhas.

Procedimento do Método de Cross

Tal técnica embasa-se nas seguintes etapas:

1. Inicialmente será determinado quais serão os nós (apoios) que sofreram rotação quando
a estrutura for sujeita ao carregamento.
2. Calcula-se os coeficientes de rigidez da dos extremos das barras.
3. Com os coeficientes de rigidez já calculados, deve-se calcular os coeficientes de
distribuição.
4. Com todas as rotações dos nós impedidas, posteriormente deve-se calcular os momentos
de engastamento perfeito.
5. Posteriormente escolhe-se quais nós serão liberados, geralmente convenciona-se liberar
nós alternados, e calcula-se os momentos desequilibrados nos nós escolhidos, que
consistem na soma algébrica dos momentos de engastamento perfeito do nó.
6. Em seguida, começa a etapa de equilíbrio do momento em cada nó. Tal etapa inicia-se
com o cálculo dos momentos distribuídos nos nós liberados, que consiste no produto do
coeficiente de distribuição pelo o momento desequilibrado do respectivo nó com sentido
inverso.
7. Depois, estes momentos distribuídos serão transmitidos aos nós adjacentes, tal momento
transmitido será igual ao produto do momento distribuído pelo coeficiente de
transmissão.
8. Subsequentemente, libertam-se a rotação dos nós adjacentes e a rotação dos nós
liberados, da etapa 6, serão restringidos. E assim será calculado o momento de balanço
dos nós que foram liberados nessa etapa, tal momento de balanço será igual à soma
algébrica dos momentos de engastamento perfeito do respectivo nó e dos momentos
transmitidos a esse nó, na etapa 7.
9. Seguidamente, o momento de balanço será distribuído no nó liberado, do mesmo jeito
da etapa 6, e, posteriormente, será transmitido aos nós restringidos, na etapa anterior,
do mesmo jeito da etapa 7.
10. A posteriori, os nós restringidos, na etapa 8, serão liberados enquanto a rotação dos nós
liberados, na etapa 8, será restringida. E o momento transmitido, na etapa 9, a esses nós
com rotações liberadas nessa etapa, será distribuído no nó, do mesmo jeito da etapa 6.
11. Em seguida, o momento distribuído, na etapa 10, será transmitido aos nós adjacentes,
do mesmo jeito da etapa 7.
12. A partir dessa etapa, será repetido sucessivamente, o que foram realizados nas etapas
10 e 11, até que a convergência dos momentos de balanço de cada nó seja respeitada
conforme o nível de precisão adotada.
13. Por fim, todos os momentos calculados para cada nó serão somados, e assim sendo
possível determinar as reações e os diagramas da estrutura por simples considerações
estáticas.

4 MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

O método dos elementos finitos (MEF) é um método numérico que busca a solução de
problemas da engenharia, física e matemática, como por exemplo; problemas de análise
estrutural, transferência de calor, fluxo de fluido, transporte de massa, potencial
eletromagnético, etc. Para resolver tais problemas, ele subdivide um grande problema em partes
menores e mais simples que são chamadas de elementos finitos. os quais passam a representar
o domínio contínuo do problema. A divisão da geometria em pequenos elementos permite
resolver um problema complexo, subdividindo-o em problemas mais simples, o que possibilita
ao computador realizar com eficiência estas tarefas.
O método propõe que o número infinito de variáveis desconhecidas, sejam substituídas
por um número limitado de elementos de comportamento bem definido. Essas divisões podem
apresentar diferentes formas, tais como a triangular, quadrilateral, entre outras, em função do
tipo e da dimensão do problema. Como são elementos de dimensões finitas, são chamados de
“elementos finitos” – termo que nomeia o método. (GIUSEPPE 2016)
Os elementos finitos são conectados entre si por pontos, os quais são denominados
de nós ou pontos nodais. Ao conjunto de todos esses itens – elementos e nós – dá-se o nome
de malha. Em função dessas subdivisões da geometria, as equações matemáticas que regem o
comportamento físico não serão resolvidas de maneira exata, mas de forma aproximada por este
método numérico. (GIUSEPPE 2016)
A precisão do Método dos Elementos Finitos depende da quantidade de nós e elementos,
do tamanho e dos tipos de elementos da malha. Ou seja, quanto menor for o tamanho e maior
for o número deles em uma determinada malha, maior a precisão nos resultados da análise.
(GIUSEPPE 2016)
Na aplicação do MEF, a representação dos campos no espaço definido pelo objeto é
obtida através da desratização deste espaço em elementos. As dimensões destes elementos
dependerão das características do campo, dos contornos e das propriedades dielétricas do meio.
O número de elementos necessários cresce rapidamente com as dimensões do objeto, tornando-
se uma das principais limitações na aplicação do método a objetos de grandes dimensões, tendo
em vista as limitações do volume de memória computacional e do tempo de processamento
necessário para a solução destes problemas. Estas limitações podem ser reduzidas através da
escolha da forma do elemento e do tipo de função base para representar os campos no interior
do elemento. (CLAUDIO 2007)
Algumas vantagens e desvantagens podem ser citadas a respeito do MEF como, por
exemplo:

 Devido ao seu conceito de função interpoladora a solução é conhecida para qualquer


ponto do domínio.
 As equações são resolvidas na forma integral, ou seja, a equação diferencial é satisfeita
segundo um certo critério de minimização do resíduo. Isso minimiza o problema e dá
mais flexibilidade e generalidade no método para resolver equações diferenciais.
 Os sistemas matriciais obtidos são em geral simétricos e esparsos, o que torna eficiente
a sua solução.
 Implementação é complexa, porém genérica.
 Não há problemas em se aplicar o MEF em domínios irregulares;

Processo de implementação do MEF

 Discretização: Consiste na divisão em elementos finitos. Para cada dimensão do espaço


onde se resolve o problema, teremos um tipo de discretização. O elemento é definido
pelos "nós".
 Formulação do Elemento: Deve-se escolher a função aproximadora para representar a
solução dentro de cada elemento (ou subdomínio). Essa função deve conter coeficientes
não conhecidos que serão determinados de forma a minimizar o erro na solução. Esses
coeficientes devem ser escritos em função dos valores nos "nós" da grandeza em estudo
(por exemplo, temperatura). As funções aproximadoras mais comuns são os polinômios.
No caso unidimensional esses nós podem ser definidos no interior do elemento.
 Montagem do Sistema Matricial para o elemento: Seguindo o procedimento descrito
anteriormente procede-se a montagem do sistema matricial em função das grandezas
nodais. Os coeficientes desse sistema dependem do polinômio aproximador escolhido
para o elemento. São determinados inicialmente a matriz de rigidez e o vetor de efeitos
externos para cada elemento isolado.

[K]c {T}c = {C}c + {F}c

 Montagem: Posteriormente realiza-se a montagem das matrizes dos elementos de forma


a constituir as matrizes e vetores globais. Nessa montagem deve-se observar a
numeração dos valores nodais (graus de liberdade) em cada elemento:

[𝐾]{T} = {C} + {F}


 Aplicação das Condições de Contorno: Antes da equação ser resolvida ela deve ser
modificada para levar em conta as condições de contorno do sistema:

[K]{T} = {C} + {f}

 Solução: O sistema matricial deve ser resolvido utilizando métodos diretos ou


iterativos para a solução de sistemas lineares. No caso de matrizes esparsas deve-se
tirar vantagem do grande número de termos nulos para tornar a solução do sistema
mais eficiente.
 Pós-processamento: A solução obtida (valores nodais) deve ser organizada na forma
de tabelas, plotagens de gráficos bi e tridimensionais, curvas de contorno, etc. para
poder ser interpretada. Além disso, variáveis secundárias também podem ser
determinadas. Essas variáveis são dadas pelas derivadas dos valores nodais (tensões
mecânicas, fluxo de calor, campo elétrico, etc.) e podem ser plotadas usando vetores.

Como visto anteriormente no MEF ocorre uma divisão em elementos de menor


complexidade em relação a sua geometria. Entre os tipos desses elementos podemos citar:
 O elemento triangular. Este é o tipo de subdomínio bidimensional mais simples e
versátil no campo deste método. A facilidade com que é possível descrever superfícies
a partir de subdomínios deste tipo, juntamente com a simplicidade e robustez dos
algoritmos de partição de domínios arbitrários em um conjunto de sub-domínios
triangulares tornam este tipo de configuração bastante atrativa.

Figura 11: Mapeamento nas coordenadas locais de elementos triangulares


 As parametrizações de superfícies quadrilaterais agrupam-se em dois tipos:
Lagrangeanas e Serendipianas.

Figura 12: Mapeamento nas coordenadas locais de parametrizações Lagrangeanas de


domínios quadrilátero

 O elemento tetraédrico, de forma idêntica ao elemento triangular. A definição das


funções de base que são usadas para definir a parametrização de tetraedros segue a
metodologia empregue na definição de parametrizações de superfícies triangulares,
desta vez adaptada a domínios tridimensionais.

Figura 13: Mapeamento nas coordenadas locais de elementos tetraédricos

 Tal como no caso das parametrizações de superfícies quadrilaterais, as


parametrizações de volumes hexaédricos agrupam-se em dois tipos: Lagrangeanas e
Serendipianas.
Figura 14: Mapeamento nas coordenadas locais de elementos hexaédricos

 Dentre os elementos prismáticos triangulares possuem duas familias: uma cuja


parametrização é baseada no produto tensorial entre as funções de base dos elementos
triangulares e de polinómios de Lagrange, e uma parametrização de natureza
Serendipiana.

Figura 15: Mapeamento nas coordenadas locais de elementos prismáticos

Resolução do problema da 2ª parte

A estrutura hiperestática escolhida está mostrada na Figura abaixo, sendo escolhido o


método de Cross para a resolução da mesma.

Figura 16 – Viga hiperestática


Cálculo do momento de engastamento perfeito

1° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do primeiro tramo.

Figura 17 – Primeiro tramo

q × L2 10 × 42
Extremidade Esquerda: M1 = = = 13,33 kNm
12 12
q × L2 10 × 42
Extremidade Direita: M2 = − =− = −13,33 kNm
12 12

2° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do segundo tramo.

Figura 18 – Segundo tramo

q × L2 20 × 32
Extremidade Esquerda: M3 = = = 15 kNm
12 12
q × L2 20 × 32
Extremidade Direita: M4 = − =− = −15 kNm
12 12

3° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do terceiro tramo.


Figura 19 – Terceiro tramo

q × a × b × (L + b) 10 × 1 × 1 × (2 + 1)
Extremidade Esquerda: M5 = = = 3,75 kNm
2 × 𝐿2 2 × 22

Obs.: Para o cálculo de todos os momentos de engastamento perfeito foi adotado como sentido
positivo para o momento o sentido anti-horário.

Cálculo dos coeficientes de rigidez

4×E×I 4×E×I
K1 = = = EI
L1 4
4×E×I 4×E×I
K2 = K3 = = = 1,33EI
L2 3
3×E×I 3×E×I
K4 = = = 1,5EI
L3 2

Cálculo dos coeficientes de distribuição

K1 EI
γ1 = = = 0,43
K1 + K 2 EI + 1,33EI
K2 1,33EI
γ2 = = = 0,57
K1 + K 2 EI + 1,33EI
K3 1,33EI
γ3 = = = 0,47
K 3 + K 4 1,33EI + 1,5EI
K4 1,5EI
γ4 = = = 0,53
K 3 + K 4 1,33EI + 1,5EI
Equilíbrio de momentos

A figura 15 mostra o passo a passo e os resultados do equilíbrio de momentos.

Figura 20 – Equilíbrio de momentos

Cálculo das reações

1° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do primeiro tramo necessário para o cálculo das
parcelas das reações.

Figura 21 – Primeiro tramo

Extremidade Esquerda: 𝐴1

ΣMB1 = 0
−12,35 + A1 × 4 − 10 × 4 × 2 + 15,3 = 0 ∴ A1 = 19,26 kN
Extremidade Direita: B1

ΣFy = 0
19,26 − 10 × 4 + B1 = 0 ∴ B1 = 20,74 kN

2° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do segundo tramo necessário para o cálculo das
parcelas das reações.

Figura 22 – Segundo tramo

Extremidade Esquerda: B2

ΣMC2 = 0
−15,32 + B2 × 3 − 20 × 3 × 1,5 + 10,4 = 0 ∴ B2 = 31,64 kN

Extremidade Direita: C2

ΣFy = 0
31,64 − 20 × 3 + C2 = 0 ∴ C2 = 28,36 kN

3° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do terceiro tramo necessário para o cálculo das
parcelas das reações.
Figura 23 – Terceiro tramo

Extremidade Direita: D3

ΣMC3 = 0
−10,4 + 10 × 1 − D3 × 2 = 0 ∴ D3 = 0,2 kN

Extremidade Direita: C3

ΣFy = 0
C3 − 10 + 0,2 = 0 ∴ C3 = 9,8 kN

Logo, as reações serão:

A = A1 ∴ A = 19,26 kN
B = B1 + B2 ∴ B = 20,74 + 31,64 = 52,38 kN
C = C2 + C3 ∴ C = 28,36 + 9,8 = 38,16 kN
D = D3 ∴ A = 0,2 kN

Obs.: Para o cálculo foi adotado como sentido positivo para o momento o sentido horário e para
as forças verticais o sentido positivo foi o para cima.

Diagrama do esforço axial:

Figura 24 – Diagrama do esforço axial


Diagrama do esforço cortante:

Figura 25 – Diagrama do esforço cortante

Diagrama do momento fletor:

Figura 26 – Diagrama do momento fletor


5 CONCLUSÃO

Os métodos de analise de uma estrutura hiperestática, portanto, são

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em:
<http://coral.ufsm.br/decc/ECC1002/Downloads/_Cap_8_Processo_de_Cross.pdf>. Acesso
em: 20 maio.2018

Disponível em: <http://www.dec.uc.pt/labest/MI.pdf>. Acesso em: 20 maio.2018

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