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CARUARU
2018
Josenilson Josimário da Silva
Gabriell Queiroz Santos
Rafael Bezerra de Andrade
Bruno Marques Barbosa
CARUARU
2018
SUMÁRIO
Um sistema estrutural pode ser definido como uma disposição racional e adequada de
diversos elementos estruturais, onde estes elementos são corpos sólidos responsáveis por
receber e transmitir solicitações em geral, sofrendo como consequência deformações.
Os sistemas estruturais podem ser classificados, de acordo com o seu grau de
hiperestaticidade, em: Hipostática, Isostática e Hiperestática. Um sistema estrutural será
considerado como hipostática, quando os seus movimentos não são restringidos, ocasionando
em uma estrutura sem equilíbrio estável. Em relação a classificação como isostática, elas
apresentam o número de incógnitas igual a número de equações da estática, resultando, em uma
estrutura com equilíbrio estável. E por fim, eles são designados como hiperestática, quando o
número de incógnitas é maior que o numero de equações de equilíbrio estático.
Para a resolução de tais sistemas, as hipostáticas consistem em estruturas que não são
resolvidas por nenhum tipo de método existente, sendo consideradas como indesejáveis. Já as
isostáticas constituem-se de estruturas estaticamente determinadas, sendo resolvidas por
simples consideração estática. Assim como as isostáticas, as hiperestáticas são consideradas
como estruturas com equilíbrio estável, entretanto, não são resolvidas por simples consideração
estática, sendo necessário a utilização de métodos alternativos.
Tais métodos alternativos, podem ser divididos em dois grupos distintos, que são, os
métodos analíticos e os numéricos. Dentre os métodos analíticos existentes, os que
tradicionalmente são mais utilizados e estudados são, o Método das Forças, o Método dos
Deslocamentos e o Método de Cross, já em relação aos métodos numéricos, o mais utilizado é
o Método dos Elementos Finitos.
O presente trabalho tem o objetivo de mostrar e explicar tais métodos, que foram
apresentados no parágrafo anterior, além de exemplificar um dos métodos analíticos por meio
de um exemplo e por fim, exemplificar o método dos elementos finitos através de um estudo
de caso.
1 MÉTODO DAS FORÇAS
A rotação δ10 e o deslocamento horizontal δ20, nas direções dos vínculos eliminados para
a criação do SP, são chamados de termos de carga, cujos valores para esta estrutura são os
seguintes:
δ10 = – 13,64 × 10−3 rad
δ20 = 115,2 × 10−3 m
O sinal negativo da rotação δ10 indica que a rotação tem o sentido contrário do que é
considerado para o hiperestático X1 no caso (1) a seguir. Analogamente, o sinal positivo de δ20
indica que este deslocamento tem o mesmo sentido que é considerado para o hiperestático X2
no caso (2) a seguir. O cálculo dos coeficientes que aparecem na formulação do Método das
Forças pode ser feito pelo Princípio das Forças Virtuais (PFV).
As mesmas observações quanto aos sinais dos coeficientes de flexibilidade podem ser
feitas. Isto é, o sinal da rotação δ11 é positivo pois tem o mesmo sentido do que foi arbitrado
para X1 = 1 e o sinal do deslocamento horizontal δ21 é negativo pois tem o sentido contrário ao
que foi arbitrado para X2 = 1 no caso (2) a seguir. Observe que o sinal dos termos δii, sendo i
o índice do hiperestático, sempre são positivos, pois são deslocamentos ou rotações nos próprios
pontos de aplicação de forças ou momentos unitários aplicados.
Observe que o valor de δ12 e δ21 são iguais. Isto não é coincidência. Os coeficientes δij
e δji, sendo i e j índices de hiperestáticos, sempre serão iguais. A partir dos resultados obtidos
nos casos mostrados acima, pode-se utilizar a superposição dos casos para restabelecer as
condições de compatibilidade violadas. Isto é feito a seguir.
Somatório das rotações do nó A:
δ10 + δ11 × X1 + δ12 × X2 = 0
No caso geral de uma estrutura com grau de hiperestaticidade “g”, pode-se escrever:
{δ0} + [δ ]{X} = {0}
Sendo:
{δ0}→vetor dos termos de carga;
[δ ]→matriz de flexibilidade;
{X}→vetor dos hiperestáticos.
Segundo Martha (2010) O número de equações de compatibilidade na relação matricial
é igual ao grau de hiperestaticidade da estrutura, sendo que cada equação restabelece o vínculo
associado ao hiperestático genérico Xi. O termo de carga δi0 é o deslocamento ou a rotação que
aparece no vínculo eliminado associado ao hiperestático Xi no caso (0). O coeficiente δij da
matriz de flexibilidade é o deslocamento ou a rotação que aparece no vínculo eliminado
associado ao hiperestático Xi provocado por Xj = 1 no caso (j).
Observa-se que o vetor dos termos de carga depende do SP escolhido e da solicitação
externa. Já a matriz de flexibilidade só depende do SP escolhido. Portanto, se outro
carregamento (ou qualquer outra solicitação) atuar, mantendo-se o SP, somente os termos de
carga têm que ser calculados novamente.
Duas observações podem ser feitas com respeito à matriz de flexibilidade. A primeira é
que pelo Teorema de Maxwell, a matriz é simétrica. Ou seja: δji = δij
A segunda observação é que os coeficientes de flexibilidade que correspondem a um
dado caso básico – casos (1) e (2) da seção anterior – têm o mesmo índice j. Pode-se escrever
então: A j-ésima coluna da matriz de flexibilidade [δ ] da estrutura corresponde ao conjunto de
deslocamentos generalizados (deslocamentos ou rotações) nas direções dos vínculos eliminados
do SP provocados por Xj = 1 (hiperestático Xj com valor unitário atuando isoladamente no SP).
Descrição do método
Pode-se descrever o método dos deslocamentos através dos passos mostrados a seguir:
Determina-se o grau de indeterminação cinemática e, em seguida, são introduzidas
forças de restrição (em número igual ao grau de indeterminação cinemática) que impedem os
deslocamentos dos nós (as forças são do mesmo tipo, sentido e direção dos deslocamentos
impedidos).
Calculam-se as forças de restrição somando as forças de fixação dos extremos
das barras convergentes nos nós (um a um). Tais forças devem impedir os deslocamentos para
qualquer tipo de ação externa quer sejam cargas, variações de temperatura, esforços prévios,
etc.). Estas ações podem ser consideradas separadamente ou em conjunto.
Considera-se, a depender da indeterminação cinemática, o número de estados
correspondentes as seguintes situações: sistema principal (E0), onde os esforços são
determinados com as restrições impedidas; sistemas Ei, obtidos com a consideração do sistema
principal quando se impõe a condição de deslocamento ou rotação unitário para um dos
deslocamentos impedidos.
Os deslocamentos necessários para eliminar as forças de restrição são determinados
aplicando a sobreposição dos efeitos para os diversos deslocamentos impostos e igualando às
forças de restrição.
Os esforços na estrutura original são obtidos adicionando aos esforços na estrutura
restringida os esforços originados pelos deslocamentos determinados nos itens anteriores.
Para a determinação dos esforços com a sobreposição dos efeitos, é necessária a solução
de um sistema de equações lineares apresentado na equação 1, para o caso de dois
deslocamentos impedidos e exemplificado na figura 10.
f1 + k11 × d1 + k12 × d2 = F1
{ (1)
f2 + k21 d1 + k 22 × d2 = F2
A equação 1 pode ser reescrita como a equação 2:
k11 k12 d1 F f
[ ] ( ) = (F1 ) - ( 1 ) (2)
k 21 k 22 d2 2 f2
3 MÉTODO DE CROSS
1. Inicialmente será determinado quais serão os nós (apoios) que sofreram rotação quando
a estrutura for sujeita ao carregamento.
2. Calcula-se os coeficientes de rigidez da dos extremos das barras.
3. Com os coeficientes de rigidez já calculados, deve-se calcular os coeficientes de
distribuição.
4. Com todas as rotações dos nós impedidas, posteriormente deve-se calcular os momentos
de engastamento perfeito.
5. Posteriormente escolhe-se quais nós serão liberados, geralmente convenciona-se liberar
nós alternados, e calcula-se os momentos desequilibrados nos nós escolhidos, que
consistem na soma algébrica dos momentos de engastamento perfeito do nó.
6. Em seguida, começa a etapa de equilíbrio do momento em cada nó. Tal etapa inicia-se
com o cálculo dos momentos distribuídos nos nós liberados, que consiste no produto do
coeficiente de distribuição pelo o momento desequilibrado do respectivo nó com sentido
inverso.
7. Depois, estes momentos distribuídos serão transmitidos aos nós adjacentes, tal momento
transmitido será igual ao produto do momento distribuído pelo coeficiente de
transmissão.
8. Subsequentemente, libertam-se a rotação dos nós adjacentes e a rotação dos nós
liberados, da etapa 6, serão restringidos. E assim será calculado o momento de balanço
dos nós que foram liberados nessa etapa, tal momento de balanço será igual à soma
algébrica dos momentos de engastamento perfeito do respectivo nó e dos momentos
transmitidos a esse nó, na etapa 7.
9. Seguidamente, o momento de balanço será distribuído no nó liberado, do mesmo jeito
da etapa 6, e, posteriormente, será transmitido aos nós restringidos, na etapa anterior,
do mesmo jeito da etapa 7.
10. A posteriori, os nós restringidos, na etapa 8, serão liberados enquanto a rotação dos nós
liberados, na etapa 8, será restringida. E o momento transmitido, na etapa 9, a esses nós
com rotações liberadas nessa etapa, será distribuído no nó, do mesmo jeito da etapa 6.
11. Em seguida, o momento distribuído, na etapa 10, será transmitido aos nós adjacentes,
do mesmo jeito da etapa 7.
12. A partir dessa etapa, será repetido sucessivamente, o que foram realizados nas etapas
10 e 11, até que a convergência dos momentos de balanço de cada nó seja respeitada
conforme o nível de precisão adotada.
13. Por fim, todos os momentos calculados para cada nó serão somados, e assim sendo
possível determinar as reações e os diagramas da estrutura por simples considerações
estáticas.
O método dos elementos finitos (MEF) é um método numérico que busca a solução de
problemas da engenharia, física e matemática, como por exemplo; problemas de análise
estrutural, transferência de calor, fluxo de fluido, transporte de massa, potencial
eletromagnético, etc. Para resolver tais problemas, ele subdivide um grande problema em partes
menores e mais simples que são chamadas de elementos finitos. os quais passam a representar
o domínio contínuo do problema. A divisão da geometria em pequenos elementos permite
resolver um problema complexo, subdividindo-o em problemas mais simples, o que possibilita
ao computador realizar com eficiência estas tarefas.
O método propõe que o número infinito de variáveis desconhecidas, sejam substituídas
por um número limitado de elementos de comportamento bem definido. Essas divisões podem
apresentar diferentes formas, tais como a triangular, quadrilateral, entre outras, em função do
tipo e da dimensão do problema. Como são elementos de dimensões finitas, são chamados de
“elementos finitos” – termo que nomeia o método. (GIUSEPPE 2016)
Os elementos finitos são conectados entre si por pontos, os quais são denominados
de nós ou pontos nodais. Ao conjunto de todos esses itens – elementos e nós – dá-se o nome
de malha. Em função dessas subdivisões da geometria, as equações matemáticas que regem o
comportamento físico não serão resolvidas de maneira exata, mas de forma aproximada por este
método numérico. (GIUSEPPE 2016)
A precisão do Método dos Elementos Finitos depende da quantidade de nós e elementos,
do tamanho e dos tipos de elementos da malha. Ou seja, quanto menor for o tamanho e maior
for o número deles em uma determinada malha, maior a precisão nos resultados da análise.
(GIUSEPPE 2016)
Na aplicação do MEF, a representação dos campos no espaço definido pelo objeto é
obtida através da desratização deste espaço em elementos. As dimensões destes elementos
dependerão das características do campo, dos contornos e das propriedades dielétricas do meio.
O número de elementos necessários cresce rapidamente com as dimensões do objeto, tornando-
se uma das principais limitações na aplicação do método a objetos de grandes dimensões, tendo
em vista as limitações do volume de memória computacional e do tempo de processamento
necessário para a solução destes problemas. Estas limitações podem ser reduzidas através da
escolha da forma do elemento e do tipo de função base para representar os campos no interior
do elemento. (CLAUDIO 2007)
Algumas vantagens e desvantagens podem ser citadas a respeito do MEF como, por
exemplo:
q × L2 10 × 42
Extremidade Esquerda: M1 = = = 13,33 kNm
12 12
q × L2 10 × 42
Extremidade Direita: M2 = − =− = −13,33 kNm
12 12
q × L2 20 × 32
Extremidade Esquerda: M3 = = = 15 kNm
12 12
q × L2 20 × 32
Extremidade Direita: M4 = − =− = −15 kNm
12 12
q × a × b × (L + b) 10 × 1 × 1 × (2 + 1)
Extremidade Esquerda: M5 = = = 3,75 kNm
2 × 𝐿2 2 × 22
Obs.: Para o cálculo de todos os momentos de engastamento perfeito foi adotado como sentido
positivo para o momento o sentido anti-horário.
4×E×I 4×E×I
K1 = = = EI
L1 4
4×E×I 4×E×I
K2 = K3 = = = 1,33EI
L2 3
3×E×I 3×E×I
K4 = = = 1,5EI
L3 2
K1 EI
γ1 = = = 0,43
K1 + K 2 EI + 1,33EI
K2 1,33EI
γ2 = = = 0,57
K1 + K 2 EI + 1,33EI
K3 1,33EI
γ3 = = = 0,47
K 3 + K 4 1,33EI + 1,5EI
K4 1,5EI
γ4 = = = 0,53
K 3 + K 4 1,33EI + 1,5EI
Equilíbrio de momentos
1° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do primeiro tramo necessário para o cálculo das
parcelas das reações.
Extremidade Esquerda: 𝐴1
ΣMB1 = 0
−12,35 + A1 × 4 − 10 × 4 × 2 + 15,3 = 0 ∴ A1 = 19,26 kN
Extremidade Direita: B1
ΣFy = 0
19,26 − 10 × 4 + B1 = 0 ∴ B1 = 20,74 kN
2° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do segundo tramo necessário para o cálculo das
parcelas das reações.
Extremidade Esquerda: B2
ΣMC2 = 0
−15,32 + B2 × 3 − 20 × 3 × 1,5 + 10,4 = 0 ∴ B2 = 31,64 kN
Extremidade Direita: C2
ΣFy = 0
31,64 − 20 × 3 + C2 = 0 ∴ C2 = 28,36 kN
3° tramo: A figura abaixo mostra o esquema do terceiro tramo necessário para o cálculo das
parcelas das reações.
Figura 23 – Terceiro tramo
Extremidade Direita: D3
ΣMC3 = 0
−10,4 + 10 × 1 − D3 × 2 = 0 ∴ D3 = 0,2 kN
Extremidade Direita: C3
ΣFy = 0
C3 − 10 + 0,2 = 0 ∴ C3 = 9,8 kN
A = A1 ∴ A = 19,26 kN
B = B1 + B2 ∴ B = 20,74 + 31,64 = 52,38 kN
C = C2 + C3 ∴ C = 28,36 + 9,8 = 38,16 kN
D = D3 ∴ A = 0,2 kN
Obs.: Para o cálculo foi adotado como sentido positivo para o momento o sentido horário e para
as forças verticais o sentido positivo foi o para cima.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Disponível em:
<http://coral.ufsm.br/decc/ECC1002/Downloads/_Cap_8_Processo_de_Cross.pdf>. Acesso
em: 20 maio.2018