Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONSELHO EDITORIAL
Medellín Maringá
Pulso & Letra UEM-PGH-História
2017 2017
EQUIPE TÉCNICA
Apoio Técnico:
Rosane Gomes Carpanese
Revisão Textual e Gramatical:
Os Autores
Tradução:
Marcela Cristina Quinteros
Normalização Textual e Referências:
Rosane Gomes Carpanese
Projeto Gráfico, Diagramação e Capa:
Jeferson Gonçalves de Lima
EDITORA UEM/PGH/HISTÓRIA
Editora UEM/PGH/História
Universidade Estadual de Maringá
Av. Colombo, 5790 - Bloco H-12 - sala 16
CEP 87020-90 - Maringá - PR
Sumário
Apresentação ............................................ 9
9
O quarto capítulo foi sobre a Venezuela, do professor brasileiro
Gilberto Maringoni. Em Venezuela, turbulências de uma economia
petroleira, o autor enfatizou a história econômica contemporânea deste
país exportador de petróleo, para podermos entender dois momentos de
quase rupturas estruturais, 1989 e 2002, e suas marcas na atualidade com
o chavismo.
O quinto e o sexto estudos de caso, sobre a Nicarágua e a Bolívia,
retomaram as revoluções paradigmáticas consagradas pela historiografia.
Em Pela Pátria e pela Liberdade: a Nicarágua e o sandinismo no século XX, o
professor brasileiro Raphael Nunes Nicoletti Sebrián analisou o movimento
sandinista, desde seu início nos anos 1920-1930 até os acontecimentos de
1979, com a derrubada por guerrilheiros esquerdistas da longa ditadura de
Somoza.
Por fim o caso boliviano. O professor brasileiro Everaldo de Oliveira
Andrade, em A revolução boliviana abordou como a revolução de 1952
significou uma mudança histórica para o país. E embora tenha alcançado
desdobramentos nos limites do reformismo nacionalista, o processo
revolucionário teve perspectivas socialistas concretas.
O resultado final dessa produção coletiva, imediatamente levou a
uma proposta de continuidade nas análises feitas em um segundo volume.
Isto é, seria complementarmos os debates para os mesmos seis países,
com seus autores avançando os estudos até a década de 1990, com o corte
cronológico dado agora pelas mudanças políticas desse final de século, que
em toda América Latina trouxe à ação novos movimentos e atores sociais,
num marco de profundas transformações globais.
Dentro das especificidades de cada um dos países, estaríamos
abarcando uma etapa cronologicamente mais centrada na segunda metade
do século XX, período onde se desdobram tanto um ciclo revolucionário
como um contra-revolucionário, bem como os problemas e limites da
retomada da democracia. Assim surgiu “As revoluções na América Latina
Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as democracias restringidas”.
10
Novamente um coletivo com professores de diversos países
latino-americanos ficou a cargo do livro. Tanto quanto o primeiro volume,
este segundo leva a marca dessa Nossa América. Se no primeiro volume
houve uma maior presença de autores brasileiros, isto se inverteu agora
nesse segundo livro. Cabe destacar que desde o primeiro volume, houve a
determinação de não fazermos a tradução dos textos, forçando os leitores
a terem que ler em duas línguas – espanhol e português. A aposta que
fizemos numa publicação dessa natureza nos indicou ser apropriada, pois
sua boa aceitação redundou agora num projeto em coedição, brasileira
e colombiana. O apoio para que isso se efetivasse veio da Universidade
Estadual de Maringá (Brasil), da Universidad de Antióquia (Colômbia) e da
Editora Pulso & Letra (Medellín).
Houve do primeiro para o segundo volume uma única alteração nos
estudos de casos, sendo a Nicarágua substituída por El Salvador. Isto se
deu pela perspectiva de olharmos os acontecimentos na América Central
de forma mais ampla e dando ênfase a desdobramentos que ao final foram
denominadores comuns a vários países. Assim El Salvador entra nesse
segundo volume pelo que significou a retomada das lutas guerrilheiras de
esquerda na região, que ganham combustão com os acontecimentos de
1979.
O livro que vocês agora tem em mãos ficou então assim organizado.
No primeiro capítulo, o professor colombiano Rafael Rubiano Muñoz retoma
um período relativamente longo de análise, um século. No capítulo Colombia
en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos (1917-2017),
o autor busca compreender como as variadas formas de violência, desde
institucionais e de grupos, bem como problemas políticos recorrentes,
mostram o panorama de um país que ainda não alcançou a democracia, a
modernidade e uma integração nacional adequada aos desafios do século
XXI.
A temática da violência política novamente permeia o segundo
estudo, sobre o Paraguai. Suas autoras, agora as professoras argentinas
Lorena Soler e Marcela Cristina Quinteros, abordam em O stronismo: uma
11
gestão autoritária bem sucedida como que, com o golpe de Estado de 1954,
a violência ganhou uma nova roupagem institucionalizando-se no cotidiano
da sociedade paraguaia, expressa no mais longo governo militar da história
da América, ultrapassando a própria queda do ditador Stroessner em 1989.
No terceiro trabalho, Política y violencia en la Argentina del último
tercio del siglo XX, o professor argentino Damián H. Antúnez analisa a relação
entre política e violência no marco do processo histórico argentino. Isto
desde as revoltas populares que inaugurou canonicamente o “Cordobazo”
em 1969, passando pela última ditadura militar, até as novas tensões sociais
com a retomada da democracia, canalizadas nas revoltas sociais de 2001
que levaram a renúncia do presidente De la Rua.
O quarto capítulo é sobre a Venezuela, de autoria do professor
brasileiro Anatólio Medeiros Arce. Em, Pacto e violência política na
Venezuela de Punto Fijo (1958-1998), o autor analisa os quarenta anos
do Pacto, quando instituições relativamente democráticas e eleições
relativamente competitivas conviveram com a persistência de um exercício
autoritário de poder. Todo um período marcado pela continuidade do uso
da violência como uma forma dos dois partidos dominantes enfrentarem
seus adversários.
O quinto estudo trata do caso de El Salvador. No capítulo El
Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil, o
professor salvadorenho Carlos Gregorio López Bernal analisa o longo e
tortuoso caminho do reformismo à revolução. Um percurso que vai dos
sonhos reformistas frustrados de progresso e modernização conservadora
dos anos 50 e 60, até seu desenlace na opção revolucionária, com a guerra
civil da década de 1980.
O sexto trabalho, de autoria da professora argentina Magdalena
González Almada, e da professora e escritora boliviana Rosário Barahona
Michel, trata da Bolívia. Em, Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-
políticos en Bolivia (1952-1993), as autoras postulam um desenvolvimento
histórico para a Bolívia que não pode desconhecer as heterogêneas
estruturas sociais e políticas do país andino-amazônico. Ao fazerem
12
uma análise do período que vai de 1952 até o início das reformas
neoliberais, tanto no plano de uma política estatal republicana quanto
do desenvolvimento histórico dos movimentos indígenas, observam seus
processos revolucionários intrínsecos: o da própria revolução de 1952 com
seu alcance nacional e as micro revoluções protagonizadas pelos sujeitos
indígenas.
Por fim para este segundo volume agregamos mais um capítulo, mas
longe de se tratar de analisar outro país. A proposta de sua inclusão veio
da perspectiva de se trazer aos leitores uma reflexão sobre os caminhos da
democracia na América Latina. Se os trabalhos aqui apresentados seguem
tendo como eixo a temática da “Revolução”, e cronologicamente se situam
em grande medida entre o último ciclo ditatorial do século XX e a retomada
das democracias, caberia não apenas se fazer um balanço do período, mas
também indagar sobre as relações entre sociedade e Estado
E a isso se dispuseram dois professores, a brasileria Vera Lúcia
Vieira e o colombiano Héctor Hernán Mondragón Báez. Em Que Estado é
esse? A perene criminalização das lutas populares e a violência estatal na
América Latina, os autores fazem uma reflexão sobre a natureza da nossa
democracia e a situação aparentemente paradoxal que se passou a viver
nessas últimas décadas do século XX, pois para os professores, ao mesmo
tempo em que esteve em curso um “processo(s) democratizador(es)”,
ampliou-se a criminalização das lutas sociais.
De alguma forma foi este debate que acabou definindo o próprio título
desse segundo volume: As revoluções na América Latina Contemporânea.
Entre o ciclo revolucionário e as democracias restringidas. Esperamos
como organizadores deste livro contribuir a um debate historiográfico,
enfatizando o compromisso social de todos seus pesquisadores. É essa
tomada de posição que possibilitará uma análise crítica para o terceiro
volume, que trabalhará o tempo presente. Não pouco coisa, tendo em vista
os acontecimentos que estamos vivendo, em que os “que sonharam com
um avanço progressivo no continente, desencantaram-se com um século
banhado pelo sangue e um final pleno do neoliberalismo”.
13
Por fim um agradecimento à Universidad de Antióquia (Colômbia)
e à Editora Pulso & Letra (Medellín), por acreditarem neste projeto em
coedição. Agradecemos também o apoio da Universidade Estadual de
Maringá (Brasil), na figura dos professores Lúcio Tadeu Mota, Coordenador
do Programa de Pós-Graduação em História da UEM, e Angelo
Priori, Coordenador Editorial da UEM/PGH/História, por facilitarem a
concretização desta experiência acadêmica. A todos uma boa leitura.
14
1
Capítulo
COLOMBIA EN UN SIGLO.
CAUDILLOS, VIOLENCIAS
Y PROCESOS POLÍTICOS
INCONCLUSOS (1917-2017)
INTRODUCCIÓN
Rafael Rubiano Muñoz
16
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
17
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
18
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
19
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
20
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
Desde otro lente, Uribe Uribe sitúa uno de los problemas políticos
de mayor raigambre en el país, el del orden interno siempre inestable y una
sociedad que en su constante beligerancia, ha puesto en cuestión por las
confrontaciones civiles y armadas, sus instituciones y su estructura social.
La vulnerabilidad del orden interno y el cuestionamiento permanente del
poder del Estado y de su legitimidad, son – y han sido – los dos problemas
esenciales que hasta el día de hoy han determinado la integración nacional
de Colombia. Una década más tarde, el ingeniero civil Alejandro López,
21
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
El problema educativo.
Acerca del cual, por ser el más grave, me extenderé
algún tanto. Hablar de soberanía popular en un país de
ignorantes es pura música celestial. La ignorancia, opone
un obstáculo invencible al desarrollo de las virtudes
cívicas. ¿Qué fe puede depositarse en una opinión pública
desorientada y corroída de todos los vicios y defectos
inherentes a la más absoluta ausencia de educación
cívica que pueda imaginarse? Solo el que nunca trató
con peones y soldados y demás gente iletrada, deja de
saber la inconsciencia que los aflige y que causa tedio
al menos patriota. Lo que en todo y para todo nos hace
falta, es la materia prima de la República, que no es otra
que la educación del pueblo, de la cual apenas tenemos
rudimentos. Mientras dure la falta de cooperación
moral colectiva y especialmente el ausentismo de
las clases acaudaladas y dirigentes, de las opiniones
medias y jerárquicas, de las tendencias genuinamente
conservadoras de la sociedad, y de los intereses
económicos, que son el contrapeso moderador y como
el volante de la máquina política, el vacío se llenará con
elementos demagógicos, que traen consigo fatalmente
a los caudillos. Con una opinión pública apática, que
nos encuentra unas veces tristes y resignados y otras
rebeldes y convulsos, y con una acción cívica discontinua,
espasmódica y mal orientada, que no sabe colocar por
sobre todo los intereses vitales del país, no puede haber
buen gobierno ni puede haber libertad.
Nadie duda de que el progreso político consiste en
controlar más y más los pueblos la obra de los gobiernos,
y en retener aquéllos dentro de sus propias manos una
suma cada vez mayor de las libertades y derechos
definidos y garantizados por las constituciones Pero ese
22
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
Ilustrar al pueblo será la base del proyecto que en las dos primeras
décadas del siglo XX, propondrá el gobierno Republicano de Carlos E.
Restrepo, quien retomó muchos de los asuntos abordados por Uribe Uribe.
Carlosé – como se le llamaba – enarboló la bandera de la reconciliación
nacional bajo una perspectiva de des-radicalizar los partidos y fundada en
su convicción de aumentar la intervención del Estado en la ciudadanía a
partir de la creación de “virtudes cívicas” mediante la educación técnica
y nocturna de las clases proletarias. Así mismo propuso atacar el juego y
los vicios consecuencia del tiempo libre, – el alcoholismo, la criminalidad,
la prostitución y otros fenómenos sociales – pero sus concepciones
políticas de “frenar” el desorden fracasaron porque en un país dominado
por la ira política y por la visión de los extremos políticos que se heredaron
de la Regeneración y de la Guerra de los Mil Días, no se desactivaron con
las políticas gubernamentales, unido a la intolerancia religiosa que aún
subsistía.
Volviendo al relato conferencia de Uribe Uribe nos muestra una
época en extremos – La Regeneración conservadora y ultra-católica de la
Constitución de 1886 – y a la par que las fuerzas políticas del país retrógradas
y recalcitrantes se impusieron de 1885 a 1910, describe paralelamente,
cómo fueron apareciendo desde la provincia y otras regiones, nuevos
actores políticos, empresarios y universitarios, que contra dichos extremos
políticos, plantearon la conciliación, el consenso y una transición hacia la
paz y pacificación del territorio nacional, que se depuró en el ya comentado
gobierno del Republicanismo.
23
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
24
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
25
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
26
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
27
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
al dominio de los gobiernos. La ley se impuso contra las minorías y contra los
opositores, incluso constituían las armas efectivas a la que recurrieron los
gobiernos de la Regeneración para desactivar y para aniquilar al opositor,
que en este caso fueron atacados y señalados, en particular los liberales y
algunos conservadores, los llamados históricos.
Basta recordar que en abril de 1899, Carlos E. Restrepo, manifestó
lo que sería para él, una las posturas fundamentales de su concepción
política, esto es, la necesidad de la tolerancia como vía de la paz y la
limitación de las pasiones partidistas como medio para construir la unidad
nacional. En medio de la apertura de la Guerra de los Mil Días, el periódico El
Correo de Antioquia que dirigía Restrepo, insistía en 1899, en la necesidad
de la concordia y la reconciliación nacional. Durante esta época, el embrión
republicano se constituía en lo que se conoció como las “Juntas patrióticas”
en las que se extendió un activismo político que iba contra la dictadura de
Reyes, quien había cerrado el Congreso y planteó una Asamblea Nacional
Constituyente, para emular a Porfirio Díaz – el dictador mexicano y
convertirse en jefe absoluto del Estado.
Los sectores progresistas del país vieron con extrañeza y malestar
esta actitud de Reyes y se construyó una intensa propaganda política
de opinión pública que limara las asperezas de la confrontación y de la
enemistad consecuencia de las posiciones del presidente Rafael Reyes y de
las herencias de odios y enconados tras décadas de luchas y de combates
acumulados entre liberales y conservadores. Reyes se había tornado un
presidente autoritario y recalcitrante después de experimentar un atentado
infructuoso en 1896, lo que le indujo a medidas como la pena de muerte y la
censura a la prensa, bajo una concepción de reconciliación nacional, lo que
daba muestras de las incoherencias de las elites políticas del país.
En conjunción con el autoritarismo presidencialista de Reyes –
quien con la Asamblea Nacional exigía poderes extraordinarios – hay
que rememorar que tras la Guerra de los Mil Días se había incentivado en
Colombia la sed separatista de las regiones y una inclinación a la secesión
territorial. Por la experiencia de la pérdida del “Canal de Panamá” en 1903, se
28
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
29
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
30
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
31
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
32
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
solidaridad entre los ciudadanos, que los divide en grupos enemigos y que
proclama el antagonismo irreductible y la lucha a muerte entre esos dos
grupos” (RESTREPO, 1984, p. 192).
Desde otras perspectivas, entre las definiciones del Republicanismo
como programa o fórmula, establece una solución al antagonismo político
ideológico de los partidos y prevé la contienda social natural del desarrollo
de la modernidad capitalista, la lucha de clases entre la burguesía y
el proletariado, entre las elites y las masas. Sin embargo su centro y su
composición es menguar o disminuir las contradicciones del desarrollo
a escala nacional, pues, su apelación cívica o reconciliadora, supone, la
suspensión de las batallas que se desenvuelven en el centro de la sociedad
que transita hacia el crecimiento industrial, la urbanización y la explosión
demográfica. De modo que el Republicanismo se ofrece como mediación a
las contradicciones propias del proceso de industrialización, del desarrollo
económico, de avance cultural y de las contiendas económicas en una
sociedad estratificada y proclive a intensificar la desigualdad social.
La definición del Republicanismo bajo el anterior aspecto es muy
claro, la reconciliación no solamente filosófica de las contradicciones de
la modernidad capitalista, la conciliación entre ideologías, prácticas y
programas políticos, la mediación entre el Estado y la sociedad civil, sino
también, la mediación entre elites políticas y masas. Por ello, en el contenido
programa del Republicanismo se lo entiende como lo escribió el mismo
Carlosé refiriéndose al “Programa” que llevó a la Unión Republicana al poder,
esto es, la confluencia de lo mejor del liberalismo y del conservadurismo,
o sea, ni jacobinismo político, ni revolución radical, ni lucha armada, ni
batallas políticas, sino progreso económico sin fanatismo reaccionario, es
decir liberalismo económico y cultura cívica republicana.
Así entonces se define el Republicanismo: “Conviene llamar la
atención a dos de las diferencias que distinguen específicamente al
Republicanismo de otras agrupaciones colombianas: es la primera, que él
no es una escuela filosófica sino un partido de índole neta y exclusivamente
política; y es la segunda, que para él es base fundamental la solidaridad
de todos los colombianos, por lo cual plantea todos los problemas en el
33
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
34
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
35
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
36
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
37
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
38
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
39
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
40
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
41
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
42
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
43
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
44
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
45
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
46
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
47
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
48
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
49
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
50
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
51
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
52
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
53
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
54
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
55
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
CONCLUSIÓN
56
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
57
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
58
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
59
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
BIBLIOGRAFÍA
60
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
61
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
62
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
MELO, Jorge Orlando. Las claves del periodo. En: Colombia. La búsqueda
de la democracia. Madrid: Mapfre-Taurus, 2016.
PÉREZ, Felipe. Los Doctrinarios. En: Periodistas liberales del siglo XIX.
Bogotá: Minerva. 1937.
63
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
64
CAPÍTULO 1 | Colombia en un siglo. Caudillos, violencias y procesos políticos inconclusos...
65
2
Capítulo
O STRONISMO: UMA
GESTÃO AUTORITÁRIA BEM
INTRODUÇÃO
SUCEDIDA
Lorena Soler
Marcela Cristina Quinteros
1 Não é objetivo deste trabalho, mas é necessário prestar especial atenção aos mecanismos de
recriação de consensos com participação da sociedade civil. Ver: SOLER, 2017.
68
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
69
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
70
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
71
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
72
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
mais intensa que a que seguiu o pós 1870, quando do término da Guerra
contra a Tríplice Aliança. A tão ansiada ordem política e a restituição do
monopólio da coação – nos termos de Weber – e da decisão – segundo
Schmitt –, inesperadas até para as próprias elites políticas locais, seriam
proporcionadas pela lenta mas efetiva construção do regime stronista.
Em rigor, Stroessner chegou ao governo após a queda de Federico
Chaves, o último dos presidentes eleitos “democraticamente”, e da
provisória presidência do arquiteto Tomás Romero Pereira, presidente do
Partido Colorado.2 Depois de um desempenho militar pouco destacado
na Guerra do Chaco e de uma filiação muito recente ao coloradismo
(1951), Stroessner foi promovido como candidato presidencial.3 Após o
golpe de 04/05/1954, o governo provisório convocou a eleições nas que
se apresentou como único candidato. Eleito presidente, completou um
primeiro período até 1958, tal como era estipulado na Constituição de 1940.
A vida política paraguaia esteve dominada pelos partidos políticos
e sua centralidade tem que ser explicada pela presença de um Estado,
certamente débil e debilitado, e pela fragilidade da instituição militar
após duas guerras internacionais, o que “consolidou a hegemonia civil e
fortaleceu os partidos que apoiavam lideranças civis” (ABENTE BRUN, 1996,
p. 45) e, em um contexto de crise de dominação, inabilitou a constituição
das Forças Armadas como um ator político autônomo.
A tardia profissionalização das Forças Armadas também contribuiu
a este processo. Se bem a primeira Escola Militar tinha sido criada em 1915,
2 Ao longo da primeira metade do século XX, o jogo eleitoral ficou praticamente circunscrito
à participação de apenas dois partidos: o Liberal e o Colorado. Porém, as inúmeras irregula-
ridades impediram a realização de eleições transparentes e, na maioria das vezes, um dos
dois partidos era excluído do cenário eleitoral nacional. Após a ditadura de Higinio Morínigo
(1940-1948), foram convocadas várias eleições para a presidência nas que somente o Partido
Colorado pôde apresentar candidatos (QUINTEROS; MOREIRA, 2016).
3 Em diversos textos destaca-se a carreira militar meteórica de Stroessner – desde seu batismo
de fogo na Guerra do Chaco com 19 anos de idade, até sua nomeação como general em 1949,
com 36 anos, e como comandante em chefe das Forças Armadas em 1951, com 39 anos. Mais
do que salientar o carácter “quase prodigioso” de Stroessner, os autores buscam mostrar a
“astúcia” do militar para permanecer no exército ininterruptamente, proeza rara numa época
em que os militares eram “presa fácil dos incessantes vaivéns políticos”. Essa mesma astúcia
do jovem militar explicaria, segundo alguns autores, a habilidade política para permanecer no
poder por tanto tempo (NERI FARINA; BOCCIA PAZ, s/d).
73
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
74
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
4 Andrés Colmán Gutiérrez (2014) denomina esta diferenciação como a oposição “perseguida”
e a “tolerada”.
75
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
76
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
77
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
6 Em 12/12/1958, a primeira coluna desta guerrilha, que seria totalmente aniquilada pelas tro-
pas do Governo, entrou no território paraguaio. Seus últimos membros sucumbiram em 1962.
A repressão adquiria rasgos de crueldade insuspeitados. O líder do 14 de Mayo, Juan José
Rotela, foi executado em 30/06/1960 na fazenda Tapyta, onde também foram assassinadas
Juana Peralta, Antonia Perruccino e Julia Solalinde, após sofrerem bárbaras torturas por or-
dem do general Patricio Colmán.
7 Após este fato, o sindicato ficou sob a liderança de Enrique Volta Gaona, líder de uma as-
sociação paralela – a Organização Republicana Operaria – criada em 1946 para combater a
influência do comunismo no movimento sindical. Para uma exaustiva história das origens do
movimento operário paraguaio, ver: GAONA (2007).
78
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
79
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
dos cargos ao partido que tivesse obtido o maior número de votos válidos.
Dessa forma, era muito provável que as juntas eleitorais ficassem nas mãos
do Partido Colorado, responsável do escrutínio como da confecção das
atas que eram enviadas para a Câmara de Representantes.
A partir de 1963, os rituais eleitorais de partido único foram
substituídos pelas eleições semi-concorrentes ou por um sistema de
pluralismo restringido no qual alguns partidos ou fações destes foram
legalizados lentamente, qualidade necessária no horizonte da Assembleia
Constituinte de 1967.
Em efeito, o formato da democracia liberal foi a fórmula política
capaz de manter a setores sociais e organizações políticas sob a lógica
da dominação, uma forma de organização da dominação que permitia
assegurar a participação dos partidos políticos de oposição no próprio
regime político, ao mesmo tempo em que desarticulava os espaços para a
construção destes como sujeitos políticos com capacidade de impugnar a
ordem política em formação.
Três anos mais tarde da instauração da ditadura no Brasil, o
stronismo convocou uma Assembleia Constituinte na qual participaram
todos os partidos do espectro político paraguaio, previamente legalizados
para as eleições presidenciais de 1963, os que não se privariam de
apresentar seus respectivos projetos constitucionais:
80
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
9 Nessa direção, o PLR confeccionou um manual com as instruções e diretrizes que seus votan-
tes, fiscais e presidentes de mesa deveriam considerar para controlar o escrutínio.
81
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
82
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
essa construção subjetiva de todo o corpo social que não fosse normalmente
colorado.
Está claro que a aliança entre o Partido Colorado e os militares não
teve somente como consequência a “partidização” das Forças Armadas,
mas também – o que foi o fato menos mencionado e mais grave – a
militarização do partido a partir da nomeação de generais como presidentes
da Junta de Governo10.
Essa aliança tem sido uma prédica constante nos discursos de
Stroessner. Antes mesmo de assumir a presidência em 1954, em uma
convenção partidária em Paraguarí, explicava:
10 Após a Guerra Civil de 1947, diante da situação adversa do coloradismo nas Forças Armadas
cujos oficiais tinham se levantado contra Higinio Morínigo, o governo passou a exigir a filiação
ao partido dos integrantes das Forças Armadas. A situação se institucionalizou nos governos
de González e de Chaves, e, quando Stroessner chegou à presidência do Paraguai, esta práti-
ca foi mantida. Mas, durante o stronismo, o contrapeso à coloradização do Exército foi a mili-
tarização da ANR. Se antes eram as autoridades partidárias as que aprovavam a nomeação de
oficiais, agora era a cúpula militar a que dava sua aprovação para admissão de novos filiados
e/ou autoridades no partido (QUINTEROS; MOREIRA, 2016).
11 O Partido Colorado apoiou Higinio Morínigo, enquanto o Partido Liberal, ao setor revolu-
cionário. A purga militar de oficiais liberais e febreristas foi iniciada pelo então presidente
Juan Natalicio González, diante do fracasso da tentativa de golpe de Estado encabeça-
da por Stroessner que, como aconteceria mais tarde, em 1989, se exiliou em Brasil.
83
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
12 Não concordamos com Lezcano (1989) nem com Lezcano E Martini (1994) que, seguindo a
conhecida argumentação de Augusto Vargas, afirmam que as Forças Armadas paraguaias
sofreram um processo de encapsulamento com valores que lhe eram próprios e que não re-
fletiam aqueles que predominavam em suas respetivas sociedades. Manter este argumento
significaria outorgar às Forças Armadas um grau de autonomia que entra em contradição com
a obrigatoriedade da filiação à ANR e com a relação que as duas instituições mantinham. De-
veria ser lembrada a participação dos militares mais profissionais na Guerra Civil de 1947, que
tinham atuado na Guerra do Chaco, o que produziu um deslocamento nas fileiras castrenses.
84
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
13 Como parte do Plano Condor, vários opositores ao regime foram sequestrados no estran-
geiro, especialmente na Argentina (em particular, em Buenos Aires e no nordeste do país).
O caso paradigmático foi o de Esther Ballestrino, paraguaia sequestrada em Buenos Aires,
militante do grupo de familiares de desaparecidos da Argentina. Sobre a descoberta de parte
da documentação do Plano Condor em Assunção e de suas sequelas simbólicas, ver o esti-
mulante trabalho de González Vera (2002). Cabe lembrar que, a maior parte dos documentos
pertencem ao período stronista, mas também contêm registros vinculados aos governos an-
teriores. Milda Rivarola (1995) analisou os prontuários do arquivo policial sobre investigação
de pessoas (1917-1952), chegando à conclusão de que muitos indivíduos vinham sendo inves-
tigados pelos governos anteriores. A vigilância contínua dessas pessoas – em sua maioria,
trabalhadores –, ao longo de várias décadas, permitiu o acúmulo de informações valiosas que
eram perpassadas de um governo a outro.
14 Aliás, calcula-se que as vítimas indiretas – familiares ou pessoas próximas – atingiram o nú-
mero dos 107.987. Ao analisar o informe da Comissão Verdade e Justiça, observa-se rapida-
mente que as detenções maciças e o exílio coincidiram com os períodos de maior conflitivida-
de política (1960, 1976, 1980).
85
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
15 Stroessner foi o primeiro presidente em realizar uma visita oficial ao Chile do ditador Augusto
Pinochet. As relações entre o Chile e o Paraguai continuam sendo um campo inexplorado
pelas ciências sociais em geral e das relações internacionais em particular.
86
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
87
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
17 Pelo mencionado art. 173, estabelecia-se que: El Presidente de la República será elegido en
comicios generales directos que se realizarán por lo menos seis meses antes de expirar el
período constitucional que estuviere en curso, y podrá ser reelecto. In: Convenção Nacional
Constituinte. Documentos oficiales, Enmienda Nº 1 de 1976.
18 Já em 1973, o Partido Revolucionário Febrerista decidiu deixar de participar nos comícios,
decisão imitada pelo PLRA, em 1977.
88
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
89
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
90
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
19 Entre os expoentes desta teoria, podemos mencionar Atilio García Mellid, José Maria Rosa,
Léon Pomer, Milcíades Peña e Júlio José Chiavenato, entre outros. Para uma revisão de alcan-
ce explicativo desta teoria, ver: Abente Brun (1989). Interpretações recentes sobre a Guerra
contra a Tríplice Aliança (DORATIOTO, 2004) questionaram profundamente essas interpre-
tações em clave imperialista, demonstrando, entre outros aspectos, o escasso aporte de ca-
pitais ingleses no conflito, bem como as tentativas diplomáticas inglesas para evitar a defla-
gração bélica. Desse modo, essas interpretações desestimam a “incompatibilidade” entre a
política liberal de estilo europeu e o capitalismo estatal paraguaio da época. Nos originais das
cartas roubadas durante a Guerra Grande, é possível ler a posição da Inglaterra, assim como
foi demonstrado por Francisco Doratioto. Uma cópia dos epistolários, reunidos sob o original
título de Papeles del Tirano del Paraguay por los aliados en el asalto del 27 de diciembre de
1868, propriedade de uma biblioteca pessoal, pode ser consultada no Centro de Documenta-
ção e Informação Regional da Faculdade de Humanidades e Ciências Sociais da Universidade
Nacional de Misiones (Argentina). Uma resenha crítica de velhas e renovadas interpretações,
pode ser lida em: Brezzo (2007).
91
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
20 Recentemente o Livro de Ouro, onde constam as doações de joias, foi transferido da Casa de
Governo para o Arquivo Nacional num ato que requereu da presença policial como da impren-
sa. A solenidade do mesmo confirma a heroicização das mulheres do século XIX como não
teve parâmetro em nenhum outro país do continente. Ver: Libro de Oro pasará..., 2017.
92
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
21 Uma das práticas do stronismo mais difíceis para seu estudo tem a ver com as meninas po-
bres, convertidas em escravas sexuais, fato de público conhecimento em seu momento. Ma-
lena, filha do economista e historiador colorado Washington Ashwell e esposa de um oficial
da Armada paraguaia, denunciou a existência de um “harém” de crianças próximo de sua
residência. A influência de seu pai não evitou sua detenção e tortura – sob a acusação de
tentativa de assassinato de Stroessner –, mas garantiu sua sobrevivência e posterior exílio,
quando pôde dar seu testemunho. Ver: Desgarradora historia de..., 2008; e Malena Ashwell…,
2016. Neri Farina e Boccia Paz (s/d) confirmam a vulnerabilidade das mulheres humildes que
sofriam maiores ameaças e perseguições por parte do regime, como as vítimas das Ligas
Agrarias Camponesas.
22 Em 1955, após o golpe de Estado que provocou sua queda, Perón refugiou-se em um buque
canhoneiro paraguaio que, até a presidência de Lugo, encontrava-se na porta do Palácio dos
López (atual sede do poder executivo). Perón também foi homenageado com uma rua de
Assunção que leva seu nome. Em 02/11/1955, em virtude das pressões do governo militar
argentino, Perón foi levado até o Panamá em um avião das Forças Armadas. Stroessner tam-
bém concedeu asilo político a Anastasio Somoza quando este fugiu da Nicarágua em 1979.
Somoza foi assassinado no Paraguai, pouco tempo depois, por ação de um grupo comando.
Até meados da década de 1990, quando foram destruídos os símbolos da ditadura, Somoza
também era recordado com um monumento.
93
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
94
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
95
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
25 A expressão pertence a Víctor Morínigo, guión rojo que desempenhou-se como ministro “exi-
lado” do stronismo e era um crítico dos “longos braços da nossa gestapo que podem nos
seguir aonde formos”. In: Carta de Víctor Morínigo a Juan Natalicio González de 30/12/1964.
In: Arquivo Nacional de Assunção, Natalicio Gonzalez Collection, MSE 192v2_2. A espionagem
nas embaixadas paraguaias respondia à política de Sapena Pastor, à frente do Ministério das
Relações Exteriores durante duas décadas.
96
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
97
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
28 Sobre os diferentes programas de reforma agrária, tanto os impulsados pelo Estado quanto os
apresentados pelos partidos políticos para a Assembleia Constituinte de 1967, ver: PASTORE
(1972, p. 461-518). Quando Stroessner chegou ao poder, ainda estava em vigência o Estatuto
Agrário (aprovado em 28/03/1940), implementado pelo Instituto de Reforma Agrária. Depois
de 1962, estabeleceu-se outro estatuto que deu lugar à criação do Instituto de Bem-estar
Rural.
29 Os programas de colonização iniciaram-se a começos do século XX com a intencionalidade
de promover políticas de povoamento. Algumas iniciativas que serviram como antecedente
podemos mencionar os programas para colonos procedentes do Canadá (1926), da União
Soviética (1930) e do Japão (1945).
98
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
99
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
100
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
31 Entre 1954 e 2003, de um total de 12.229.594 hectares adjudicadas, 7.851.295 foram distri-
buídas irregularmente. Considerando o total da superfície do território paraguaio, as terras
entregues ilegalmente representavam um 19,3%.
101
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
32 Carlos María Lezcano (1993) o caracterizou como “equilíbrio instável”. Ceres Moraes (2007)
também reconstruiu a bidirecionalidade das relações durante o stronismo, demonstrando o
papel predominante de Getúlio Vargas na recriação do que derivaria na “nova orientação”.
33 A Argentina só reconheceu a livre navegação do rio Paraná após o Paraguai obter esta outra
saída pelo porto de Paranaguá.
102
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
34 A assinatura do tratado foi demorada por um incidente diplomático pelos limites fronteiriços,
cuja disputa remonta-se à Guerra da Tríplice Aliança. Durante o altercado, Brasil não se privou
de enviar tropas para a área em questão, provocando protestos entre a população paraguaia
(COLMAN, 2016). Este obstáculo foi superado com a Ata das Cataratas, assinado por ambos
os países, entre o 21 e o 22/06/1966.
103
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
35 Não é casual que uma das pautas urgentes na agenda de governo de Lugo tenha sido modi-
ficar o valor da energia elétrica que o Paraguai vende ao Brasil. Porém, as pequenas interven-
ções de Lugo estão longe de alterar substancialmente os termos de intercâmbio devido a que
não é possível uma renegociação das condições da tenência da terra, localizada em uma zona
majoritariamente ocupada por capitais brasileiros que a utilizam para a produção de soja.
104
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
105
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
36 Assim, se passou de 202 a 400 organizações e de 19 a 75 mil sindicalizados. Isso foi possível
pela criação, nesse período, do Movimento Intersindical de Trabalhadores (MIT), central pa-
ralela à paraestatal Confederação Paraguaia de Trabalhadores. O conflito salarial do Hospital
das Clínicas (dependente da UNA) foi um caso paradigmático porque aglutinou os dirigentes
estudantis que havia optado por uma militância sindical, renovando assim à classe política na
condução do espaço opositor durante a transição para a democracia.
37 Segundo a CEPAL, nesse período, o crescimento para América Latina foi de 25-28$, sendo
que o México, a Argentina e o Brasil os países que conseguiram índices mais altos. Porém,
comparando o Paraguai com o Equador e a Bolívia, observamos índices similares ou, incluso,
positivos a favor do primeiro.
106
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
A DECOMPOSIÇÃO DA ORDEM
107
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
108
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
CONSIDERAÇÕES FINAIS
109
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
110
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
REFERÊNCIAS
111
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
112
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
113
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
114
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
115
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
SILVA, Tamy Amorim da. Memórias sobre uma dama valente: Carmen de
Lara Castro e a ditadura stronista (1967-1989). Dissertação de Mestrado.
Florianópolis: UFSC, 2016.
116
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS
ARTIGO Libro de Oro pasará a formar parte del Archivo Nacional. In: 730
AM, ABC Cardinal, 06/06/2017. Disponível em: <http://www.abc.com.
py/730am/a-la-gran-730/libro-de-oro-de-la-mujer-paraguaya-pasara-a-
formar-parte-del-archivo-nacional-1600977.html>. Acesso em: 12 set. 2017.
117
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
118
CAPÍTULO 2 | O Stronismo: uma gestão autoritária bem sucedida
119
3
Capítulo
POLÍTICA Y VIOLENCIA EN
LA ARGENTINA DEL ÚLTIMO
TERCIO DEL SIGLO XX
INTRODUCCIÓN
Damián H. Antúnez
Che”.1 En esta misma línea y en ese mismo año la agencia Opinómetro IPSA
publicaba una encuesta sobre la aceptación de la guerrilla en Argentina
dando lugar a un “Índice de actitud hacia el terrorismo”. El resultado de este
trabajo asestó una daga a las más altas esferas del poder al develar que el
porcentaje de aprobación o justificación iba desde un 45,5% en el Gran
Buenos Aires, un 49,5% en el Total Interior, un 51% en Rosario a un 53% en
Córdoba (O’DONNELL, 1996, p. 463-466).
Evidentemente, la cuestión de la violencia y sobre todo cómo su
plano más visible, el subjetivo, se objetivaba tanto en lo simbólico como
en lo sistémico comenzaba a ser un tema crucial en aquella Argentina
de los años setenta. A su vez, impactaba en unas prácticas políticas
cuyas relaciones era necesario desentrañar para recién entonces poder
comprender y posicionarse frente al escenario político (ZIZEK, 2013,
p.9-18). Una violencia que se escondía detrás de una serie compleja de
procesos socio-históricos y que serán abordados en este trabajo. Así,
vamos a comenzar retrotrayéndonos de manera ambivalente a los años
1968 y 1969 para analizar la construcción de nuevas subjetividades y
con ellas renovadas formas de concebir las relaciones de poder como
precondiciones para la emergencia de la acción colectiva y, en particular,
para aquellas que adoptan estructuras inherentes a la lucha armada.
En torno a la discusión o al debate sobre la violencia -y en particular
su relación de necesidad con la lucha armada en Argentina- encontramos
en Cristianismo y Revolución una suerte de “revelación de la palabra”.
122
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
123
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
124
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
2 Hay autores que lo extienden hasta marzo de 1974 al incluir también la protesta de Villa Cons-
titución. A mi criterio, esta extensión nos coloca en un escenario político, social y económico
indudablemente distinto, comenzando por la distinción que cabe formular acerca del marco
político institucional; es decir, cuando ocurre el conflicto de Villa Constitución estamos en el
marco de un gobierno constitucional surgido del proceso electoral realizado entre marzo y
septiembre de 1973. En este mismo sentido podría cuestionarse la pertinencia de incluir al
Devotazo (mayo de 1973), el San Franciscazo (julio de 1973) y el Carmelazo (agosto de 1973)
dado que, si bien pueden entenderse como una proyección conflictiva del periodo dictatorial,
ocurren ya en el período del gobierno constitucional. Véase: (FERNÁNDEZ, 2013).
125
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
(Conclusão)
Nº Fecha Lugar Nombre
126
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
127
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
alturas” (TARROW, 1997); es decir, las disputas internas en las más altas
esferas del gobierno de la denominada Revolución Argentina.
En este sentido, las prácticas organizativas conjuntas que desde
tiempo atrás venían desarrollando estudiantes, trabajadores e inclusive
sectores de la Iglesia seguidores de la Teología de la Liberación que se habían
sumado al denominado Movimiento de Sacerdotes para el Tercer Mundo
(MSTM) resultaron una condición sine qua non para explicar el éxito de la
revuelta. No obstante, tampoco hay que perder de vista los denominados
“aliados externos” -intelectuales, profesores universitarios, abogados de
sindicatos y presos políticos e inclusive hasta simples vecinos y amas de
casa- en su apoyo a la logística de la protesta, cada uno desde su lugar.
En definitiva, estamos frente a todo un dispositivo de apoyo y contención
que acabará explicando por qué las nutridas columnas de manifestantes
que se acercaban al centro de la ciudad pudieron transformarse en una
rebelión que pareció espontánea cuando, en horas de la mañana de aquel
29 de mayo de 1969, una brutal carga policial provocaba el primer muerto
de estas jornadas: el obrero automotriz Máximo Mena. A partir de allí la
revuelta tomó un giro que la desbordada policía provincial catalogó de
insurreccional.
Al día siguiente, este ciclo de acción-reacción entre trabajadores,
estudiantes y vecinos versus las fuerzas combinadas de la policía provincial
y los militares del III Cuerpo de Ejército llegaba a su fin. Pero el saldo de la
revuelta no se limitaría sólo al conteo de víctimas, damnificados y daños
materiales, de por sí impactante si se tiene en cuenta que a los doce muertos
de los registros oficiales habría que sumarle al menos noventa heridos
de gravedad y más de un millar de personas detenidas (BRENNAN, 1996:
201). El Cordobazo dejaba también como saldo inmediato una auténtica
declaración de rechazo por parte de una franja muy amplia de la población
al régimen autoritario de la Revolución Argentina. Un movimiento de
protesta y movilización obrera se había convertido en un movimiento bien
articulado de protesta política contra la dictadura. Una protesta política
que contenía además un mensaje palpable para quien estuviera dispuesto
a escucharlo: el repudio a un gobierno que no sólo había anulado toda
posibilidad de participación y representación política, sino que además
128
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
3 Véanse también los siguientes trabajos: RAMÍREZ, 2009, p. 2-5; HEALEY, 2007, p. 207-208;
GORDILLO, 2007, p. 348-360; AUFGANG, 1986; PÉREZ y VIANO, 1994.
129
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
130
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
131
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
5 Los motivos que parecen justificar el fatídico fallo que produjo que no llegaran los vehículos
previstos a la puerta del penal para trasladar al resto de los guerrilleros huidos los explica en
primera persona uno de sus protagonistas, el sobreviviente Ricardo René Haidar en la película
documental Trelew, la fuga que fue masacre (Directora: Mariana Arruti, Argentina, 2004).
Por otra parte, los dirigentes que lograron embarcar en el avión rumbo a Chile fueron ade-
más del conductor del coche que los trasladó al aeropuerto Carlos Goldenberg (FAR): Mario
Roberto Santucho (ERP), Enrique Haroldo Gorriarán Merlo (ERP), Domingo Menna (ERP), Ro-
berto Quieto (FAR), Marcos Osatinsky (FAR) y Fernando Vaca Narvaja (Montoneros). Véase:
(BONASSO, 1997, p. 262-263).
132
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
133
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
134
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
135
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
136
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
137
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
138
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
cuenta que los actores no tenían por qué, en principio, creer que ese sería
indefectiblemente el resultado final. Además, también podría pensarse
que dichos actores pudieron haber estado guiados por intereses que
sobrepasasen o estuviesen al margen del gobierno de Onganía como tal.
Del mismo modo, el historiador Ernesto Salas (2005) hace un
análisis minucioso de las distintas teorías conspirativas que se han
elaborado sobre el caso Aramburu, concluyendo que todas carecen de
rigor histórico. Sin embargo, aunque sostiene en todo momento que el
caso Aramburu constituye un “falso enigma” y que la proliferación de estas
teorías conspirativas estaría muy relacionada con el origen nacionalista
católico de los integrantes de los grupos originarios de Montoneros,
no deja de sorprender algunas de las vinculaciones entre el gobierno y
miembros de organizaciones políticas clandestinas. Nos referimos a los
muy estrechos vínculos que se mencionan en el propio trabajo de Salas
entre miembros del gobierno como Roberto Roth -Secretario Legal y
Técnico de la Presidencia y blanco principal de las acusaciones de los
amigos de Aramburu- y su colaborador Diego Muniz Barreto -en 1973
diputado adscripto a la Tendencia- con la organización Juventud Argentina
para la Emancipación Nacional (JAEN), en la que militaban dirigentes como
Rodolfo Galimberti y Ernesto Jauretche. Otro elemento a añadir son los
comentarios que circularon desde entonces señalando al propio Mario
Firmenich o a la futura diputada peronista -también de la Tendencia- Nilda
Garré como interlocutores de determinados estamentos del gobierno de
facto (SALAS, 2005, p. 70-71).
Sea como fuere, como bien lo distingue Salas, si bien las teorías
conspirativas que aún subsisten tienen su origen en los amigos y allegados
de Aramburu en tanto “parte interesada”, cuanto menos las dudas llegan
a la actualidad sin haber sido disipadas. Inclusive, un ensayista político
y escritor con buena sintonía respecto a las posiciones políticas de la
Tendencia como Norberto Galasso aún hoy se refiere al caso Aramburu
en términos de “…una polémica aún sin definir” (GALASSO, 2005, p.1056).
Más allá de la profusión de trabajos históricos y periodísticos
de investigación que reconstruyeron el modus operandi del asesinato
139
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
140
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
141
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
142
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
143
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
144
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
1973. Una crisis que conectó la masacre de Ezeiza en junio con la renuncia
de Cámpora en julio y todo ello con la ruptura de relaciones entre Perón y
Montoneros el 25 de septiembre -dos días después de haber sido electo
presidente por tercera vez con el 62% de los votos- cuando era asesinado
uno de los dirigentes de su más íntima confianza, el secretario general de
la CGT José Ignacio Rucci.
Convengamos que todo esto ocurría en el contexto de una sociedad
hipermovilizada, con una juventud en proceso de radicalización política
-lo que incluía una cierta aceptación tácita o expresa de la violencia de
abajo como instrumento de lucha y respuesta a la violencia de arriba- y
unas demandas sociales insatisfechas por años que ahora buscaban ser
atendidas. En consonancia con este espiral de violencia política, cabe
hacer explícito algunos de los tópicos más asentados en torno a este
proceso. Si existe en la actualidad un cierto acuerdo historiográfico sobre
las responsabilidades de la derecha peronista y del ministro y secretario
privado de Perón, José López Rega, quien en poco tiempo se transformará
en el principal sostén de la organización ultraderechista parapolicial Triple
A (Alianza Anticomunista Argentina) sobre la masacre de Ezeiza, también
lo hay sobre la responsabilidad o irresponsabilidad de Montoneros -aunque
esta organización nunca lo haya reconocido oficialmente- en el asesinato
de Rucci.
Ahora bien, este análisis político en términos de responsabilidades
se superpone a otro más bien sociológico que remite a que el conjunto
de las expectativas políticas y sociales depositadas en Perón no eran
directamente decodificables; más aún, era necesario algún tipo de
hermenéutica. Y es aquí donde la lucha por el poder entre la Tendencia y
su oponente, la Ortodoxia, deviene también en una disputa por la palabra,
por los nombres, cuya intensidad tiende a opacar las controversias más
específicas en torno a los proyectos políticos en disputa, al imponerse una
lucha definida antes bien en términos de poder. Lo cierto es que el ecuador
de 1973 mostraba también el de la Tendencia en el gobierno popular. En el
proceso de ruptura entre Montoneros y Perón se resquebrajaba también el
145
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
146
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
147
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
Sallustro por parte del ERP o el asesinato del General Juan Carlos Sánchez
en Rosario en un operativo conjunto del ERP y de las FAR e inclusive
en los prolegómenos mismos de la asunción de Cámpora en 1973, el
asesinato del Almirante Hermes Quijada a manos del ERP o del sindicalista
“participacionista” Dirck Kloosterman a manos de las FAP.
Previo a que despuntara el segundo momento de la lucha armada
tuvo lugar una suerte de “tregua de hecho” durante los cuarenta y nueve
días de Cámpora. Como hemos señalado, mientras Montoneros y el resto
de las organizaciones armadas peronistas suspendían la lucha armada, el
ERP proclamaba que no depondría las armas aunque no realizó operativos
durante la presidencia de Cámpora. Pero justamente con la renuncia de
Cámpora aquella tregua desaparecía y con ella retornaban los operativos.
En el mes de septiembre de 1973, días antes de las elecciones que
consagrarían a Perón como presidente por tercera vez, el ERP retomaba
sus operaciones con el frustrado asalto al Comando de Sanidad del Ejército
en Capital Federal. Por su parte, aunque de manera oficiosa, Montoneros
abría fuego con el asesinato del sindicalista Rucci dos días después de los
referidos comicios.
A partir de entonces, se desarrollaron dos frentes principales de
violencia. Por un lado, el que surgía de la lucha intraperonista Tendencia-
Ortodoxia, en el cual el gobierno nacional tomará parte activa en la
cuestión, clarificando la asociación entre esa lucha contra los infiltrados
en el Movimiento con la organización Montoneros y el amplio y difuso
espacio que gravitaba en torno a ella, la Tendencia. Por otro lado tenemos
la irrupción del ERP con el ataque a la guarnición militar de Azul en la
provincia de Buenos Aires en enero de 1974. Su fracaso llevará al ERP a
posponer nuevos operativos hasta mediados de ese año cuando ya hayan
decidido radicar un foco rural en la provincia de Tucumán. Entonces el ERP
comenzaba también a desplegar otros operativos -siempre frustrados-
como el ataque a la Fábrica militar de Pólvora y Explosivos de Villa María
y el intento de copamiento del Regimiento de Infantería Aerotransportada
de Catamarca -más conocido como la masacre de Capilla del Rosario- en
148
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
el mes de agosto.
El tercer momento de la guerrilla argentina lo podríamos identificar
a partir de septiembre de 1974 cuando Montoneros, en ruptura definitiva
con el gobierno peronista, anunciaba su “pase a la clandestinidad” y
lo hacía ese mismo mes con un nuevo operativo de tipo económico: el
secuestro de los hermanos Born, empresarios de la corporación alimenticia
Bunge&Born. Digamos que en esta tercera etapa, el Estado de manera
orgánica iba a colocarse al frente del “combate a la subversión” poniendo
toda una serie de dispositivos que combinaban una legalidad elaborada de
forma ex profesa para los fines del combate y un amplio espacio para operar
al margen de ésta. Allí se enmarcaban los referidos decretos presidenciales
de Isabel y Luder, que sostenían el denominado Operativo Independencia
para el combate de la guerrilla del ERP en Tucumán como así también
de otras operaciones, como el asalto de Montoneros al Regimiento de
Infantería de Monte de Formosa en octubre de 1975 o el ataque del ERP al
Batallón Depósito de Arsenales Domingo Viejobueno de Monte Chingolo
(Buenos Aires) en diciembre de 1975, con devastadoras consecuencias
para la organización.
Así, al atravesar la frontera que separa 1975 con 1976, podemos
afirmar que la capacidad operativa de las organizaciones armadas estaba
cuanto menos muy debilitada. Estas organizaciones no sólo habían fracasado
en lo militar, sino que no habían logrado cumplir con el objetivo base que
se habían propuesto: lograr el apoyo del pueblo a esa guerra revolucionaria
prolongada capitalizando los distintos conflictos sociales que atravesaban
a esa todavía muy movilizada sociedad. No obstante, si bien la guerrilla no
había logrado captar masivamente la simpatía y el apoyo popular, tampoco
debe leerse esto en un asentimiento de los sectores populares a los planes
represivos del gobierno de Isabel primero y de los militares golpistas
después. En cualquier caso, la radicalización tanto del conflicto social como
de su flanco político con sus debidos entrecruzamientos generó a su vez un
parte aguas social y político, volviendo a los sectores medios urbanos hacia
posiciones cada vez más reaccionarias.
149
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
150
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
151
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
152
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
153
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
154
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
155
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
156
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
157
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
retomar la vía del enjuiciamiento hacia el final del siglo. Algo así como un
ciclo parabólico, atravesado por fuertes resabios de un Estado dictatorial
en las sombras que nos remite a los acuartelamientos y planteos de los
“militares carapintadas” acaecidos entre 1987 y 1990 o a las actuaciones
de las fuerzas de seguridad interior en casos de gatillo fácil, torturas en
comisarías y hasta desapariciones de personas en plena democracia.15
No obstante, lo que sí cambió en la post-dictadura fue el carácter del
juego político: la sociedad como un todo internalizó a la democracia como
marco ineludible para el funcionamiento político institucional. También
podríamos plantearnos si esto llevó a consolidar paulatinamente una
cultura política menos autoritaria y con ello menos violenta. En fin, se trata
de un interrogante que encierra demasiadas aristas, pero cuyas posibles
respuestas pertenecen a la etapa de la historia argentina que se abre con la
construcción del Estado de derecho en la democracia recuperada a finales
de 1983.
158
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
159
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
160
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
161
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
162
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
163
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
164
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
165
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
ésta toma en clave de una violencia organizada por la vía de los saqueos.
De todos modos, ya hemos visto que esta modalidad de violencia
colectiva no es novedosa en la Argentina de las dos últimas décadas del
siglo XX. Tenemos los antecedentes de 1989-1990 y toda una serie de
ataques violentos contra edificios gubernamentales o cortes de rutas entre
otras expresiones de lo que podríamos llamar puebladas de nuevo tipo,
por contraposición a las del período 1969-1973. Ahora bien, en ninguno
de estos casos funcionó como un ataque masivo y coordinado contra
supermercados y pequeños o medianos comercios de alimentos tal como
ocurriera entre el 14 y el 22 de diciembre de 2001. También la magnitud de
estas acciones y su diversidad geográfica marcaron un distintivo respecto
a los de sus predecesores de una década atrás.
Pero si buscamos indagar en el proceso de incubación de estas
acciones de violencia colectiva así como en sus proyecciones político-
organizativas debemos remitirnos, una vez más, a la situación de exclusión
social de la década del noventa. Con esto me refiero al crecimiento
exponencial del fenómeno de la desocupación con el concomitante ingreso
de vastas franjas de la población en situaciones de pobreza e indigencia
y también al crecimiento de las referidas organizaciones piqueteras y
de trabajadores desocupados. Ya en el último quinquenio de la década,
las modalidades de acciones de protesta como el piquete, el corte de
rutas o avenidas, las marchas de desocupados a centros comerciales o
hipermercados para negociar el reparto de alimentos o los mecanismos que
tomaron las políticas sociales en lo que respecta a la concesión de planes
sociales por parte de punteros políticos está en la base de unas situaciones
de tensión social y política sobre las que operaron las organizaciones de
desocupados.
Sólo a partir de considerar estos antecedentes podemos
comprender cómo operó la activación de las acciones de protesta a
partir del desborde de la tensión social, el descontrol de la economía
166
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
167
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
como una región concreta del espacio social y político en la que convergen,
negocian y actúan aquellos que de una u otra forma desarrollan acciones
violentas y los que, por su función, deberían impedirlas o combatirlas.
En el caso que nos ocupa, la zona gris es ese área del espacio político-
social en la que interactúan punteros y dirigentes políticos de diversas
jerarquías, policías y base social a partir de situaciones sociales de escasez
o necesidad en materia de bienes públicos y privados. Así, para el análisis
de los saqueos de 2001, con epicentro en lo ocurrido en el denominado
conurbano bonaerense, Auyero subraya el papel desempeñado por los
punteros políticos -legitimados como tales a partir de la capacidad que
fueron adquiriendo en el reparto de planes sociales- para la activación
de la violencia colectiva dado el rol de correa de trasmisión tanto con las
distintas esferas gubernamentales como con las policías:
168
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
169
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
EPÍLOGO
170
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
171
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
REFERENCIAS
Libros:
172
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
IZAGUIRRE, Inés. El mapa social del genocidio. En: IZAGUIRRE, Inés et al.
(Comp.). Lucha de clases, guerra civil y genocidio en Argentina 1973-
1983: Antecedentes, desarrollos, complicidades. Buenos Aires: EUDEBA,
2009. p. 74-118.
PÉREZ, Néstor; VIANO, Cristina. El ’69: del Mayo rosarino al Rosariazo. En:
BERROTARÁN, Patricia, POZZI, Pablo (Comp.). Ensayos inconformistas
de la clase obrera argentina. Buenos Aires: Letrabuena, 1994.
173
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
Publicaciones periódicas
174
CAPÍTULO 3 | Política y violencia en la Argentina del último tercio del siglo XX
SALAS, Ernesto. El falso enigma del caso Aramburu. En: Lucha Armada,
Año 1, n. 2, marzo-mayo de 2005.
Película documental:
Trelew, la fuga que fue masacre. Mariana Arruti (Directora), Argentina,
2004.
Entrevista:
MURPHY, Santiago. Entrevista realizada el 2 de abril de 2009 en Buenos
Aires. Entrevistador: Damián Antúnez.
175
4
Capítulo
PACTO E VIOLÊNCIA
POLÍTICA NA VENEZUELA
DE PUNTO FIJO (1958-1998)
INTRODUÇÃO
Anatólio Medeiros Arce
178
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
179
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
180
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
181
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
2 De acordo com Rouquié & Suffern (2009, p. 199-201), na maioria dos países latino-america-
nos, foi somente no começo do século XX que se tornou institucionalizada a formação de
oficiais de carreira, por meio de instituições militares (escolas e academias) responsáveis pela
instrução de quadros profissionais.
182
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
183
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
184
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
185
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
186
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
187
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
4 A formação de partidos políticos na Venezuela teve início no século XIX, logo após a Indepen-
dência. Haviam duas agremiações: Liberais e Conservadores. Segundo Chacín (2015), neste
período, eles tinham estruturas personalistas, pois gravitavam em torno dos caudilhos locais,
possuindo bases ideológicas carentes. Porém, após a saída de Guzmán Blanco (1888), esta
estrutura partidária entrou em declínio e começou a ser combatida nas ditaduras de Castro
(1899-1908) e Gómez (1908-1935). Neste período, as disputas pelo poder ocorriam no âmbito
das Forças Armadas e os militares dominavam a indicação aos cargos públicos em todo o país
(CHACÍN, 2015, p. 93-108).
188
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
5 No próximo item, as bases sociais destas agremiações serão descritas com mais detalhes,
pois se ocupará do momento em que estas legendas exerceram o protagonismo na política
venezuelana.
189
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
190
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
191
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
192
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
193
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
194
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
195
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
196
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
197
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
198
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
199
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
200
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
201
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
202
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
203
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
204
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
205
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
206
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
207
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
208
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
209
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
210
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
10 Em 1980, o barril de petróleo no mercado internacional valia US$ 104,93. Dez anos depois
(1990) havia caído para US$ 52,09. Em 1998, quando Hugo Chávez venceu as eleições presi-
denciais valia US$ 18,14. Fonte: Crude oil price history.
211
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
212
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
213
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
214
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
215
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
216
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
217
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
218
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
14 “Os saques de 27 e 28 de fevereiro de 1989 foram violentos não apenas em sua expressão [...],
mas também na repressiva resposta das autoridades de segurança e das Forças Armadas”.
Tradução livre.
219
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
220
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
221
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
222
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
223
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
224
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
225
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
mansalva contra los bloques del 2315, sin pensar que allí vive gente decente”
(GARNICA, 1992, p. 2).
A capacidade de Pérez governar estava cada vez mais reduzida e
seu segundo mandato vinha sendo marcado pela instabilidade política e
intensa violência. Muito diferente para quem havia ascendido ao cargo sob
excessiva expectativa no tocante à recuperação econômica. Com Pérez
politicamente debilitado, o Congresso Nacional abriu um processo de
impeachment e o destituiu em maio de 1993, sob acusação de corrupção e
evasão de divisas. Seu partido (AD) não se esforçou para mantê-lo no cargo
e formou-se um governo de coalização, comandado por Ramón Velásquez.
Ele governou por menos de um ano e, no tocante aos assuntos econômicos,
não tomou nenhuma medida impactante. Como parte do acordo com o
Congresso, não houve anistia aos militares responsáveis pelas rebeliões de
1992 e manteve-se a repressão e a violência.
Por outro lado, o MBR-200 continuou articulado. Da prisão, Chávez
se comunicava com membros de seu movimento e exercia influência no
cenário político. No segundo semestre de 1993, militantes do MBR-200
soltaram panfletos nas ruas de Caracas instando a população a se unir à
causa e denunciava a brutal repressão exercida pelo governo de coalizão
nas famílias dos militares presos (MBR-200, 1993). Havia um movimento
cada vez maior na sociedade venezuelana de apoio aos militares insurgentes
e os panfletos serviam para fazer o contraponto a visão dos grandes canais
de comunicação, os quais enxergavam Chávez e os militares rebeldes
como potenciais ditadores. Caminhadas e missas que exigiam a libertação
dos insurgentes também eram realizadas (AYALA; VIVAS, 1994, p. 1-2).
Falava-se em empunhar armas, se preciso fosse, ou mesmo perder a vida,
para angariar tais propósitos (FBL, 1994).
Tratava-se de uma capacidade de mobilização política não
desprezível. Na porta do presídio de Yare, um número considerável de
pessoas se concentravam no local para demonstrar apoio a Chávez e ao
226
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
16 Foi no primeiro governo de Caldera (1969-1974) que os partidos banidos em 1958 foram read-
mitidos no sistema, ao possibilitar o abandono da luta clandestina e guerrilheira.
17 A saída de Caldera não pode ser explicada apenas pelo fato de membros do partido discorda-
rem de sua posição em relação aos militares golpistas de 1992. Havia um desgaste no sistema
partidário venezuelano daquele momento que prejudicava eleitoralmente os candidatos das
legendas que vinham dominando o sistema político desde 1958. Para não se prejudicar no
pleito de 1993, Caldera decidiu abandonar o Copei e fundar outro partido para se viabilizar
eleitoralmente.
227
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
18 O ex-militar chegou a dizer: “Si mañana yo ando de candidato para cualquier cargo político y
no se han dado los cambios suficientes, que me fusilen” (CHÁVEZ, 1995b, p. 291).
228
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
229
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
230
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
REFERÊNCIAS
AYALA, David & VIVAS, Darío. Libertad para los militares patriotas del 4-F
y 27-N. En: Hoja Bolivariana, No 1, 23 de enero de 1994, p.2. Depositado en:
Hemeroteca Nacional de la Biblioteca Nacional de Venezuela. Caracas –
República Bolivariana de Venezuela.
231
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
232
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
233
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
GARCIA, Luis. Indulto a los golpistas sería una salida política. En: El
Universal. Caracas, 1o de marzo de 1992, p. 2. Depositado en: Hemeroteca
Nacional de la Biblioteca Nacional de Venezuela. Caracas – República
Bolivariana de Venezuela.
234
CAPÍTULO 4 | Pacto e violência política na Venezuela de Punto Fijo (1958-1998)
235
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
236
5
Capítulo
EL SALVADOR 1960-1992:
REFORMAS, UTOPÍA
REVOLUCIONARIA Y
INTRODUCCIÓN
GUERRA CIVIL
Carlos Gregorio López Bernal
238
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
239
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
Fuente: Elaboración propia con base en (BARÓN CASTRO, 2002; PNUD, 2013).
240
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
241
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
Kirby, para 1961 el 11.8% de la fuerza laboral rural no tenía acceso a la tierra;
para 1975 el porcentaje había subido a 40.9% (KIRBY, 1992, p. 221). En la
década de 1970, a la concentración de la propiedad de la tierra, se añadió
el encarecimiento del alquiler y el alza de precios de los insumos agrícolas.
En 1969, El Salvador enfrentó a Honduras en una guerra breve
pero cruenta que marcó el inicio de la agudización de los problemas
económicos, sociales y políticos de la sociedad salvadoreña. A partir de
entonces las dificultades aumentaron y la capacidad e imaginación de los
grupos dirigentes se quedaron cortas frente a la magnitud de los retos. El
MERCOMUN colapsó, y el principal afectado fue El Salvador, pues Honduras
era su principal socio comercial en la región, pero además Honduras cerró su
frontera al paso de productos salvadoreños en ruta hacia el sur de la región.
El retorno obligado de miles de campesinos expulsados desde Honduras
empeoró el problema agrario, al punto de que unos meses después de
la guerra el gobierno salvadoreño convocó a un Congreso sobre reforma
agraria, lo cual alarmó sobre manera a los terratenientes.
El conflicto con Honduras también complicó el panorama político.
El país cayó en una espiral de problemas que las elites dirigentes no fueron
capaces de entender y enfrentar adecuadamente. Por primera vez en
décadas, el bloque dominante mostró fisuras imposibles de disimular. Por
ejemplo, el manejo del conflicto dividió a los militares, al punto que el general
Carlos Alberto Medrano, “héroe” de la guerra, fue destituido. Más grave
aún, las insinuaciones del Partido de Conciliación Nacional (PCN), entonces
en el poder de impulsar una reforma agraria afectaron negativamente sus
relaciones con los terratenientes y la empresa privada. Las consecuencias
se vieron en las elecciones presidenciales de 1972. La derecha apareció
dividida en tres partidos, mientras que la oposición se unificó en la Unión
Nacional Opositora (UNO); la evidencia disponible sugiere que la oposición
ganó las elecciones presidenciales de 1972, pero el partido oficial retuvo el
poder mediante fraude, lo cual se repitió en 1977.
En términos generales, la década de 1970 estuvo marcada por
un progresivo cierre de los espacios políticos. El fraude en las elecciones
242
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
243
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
244
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
245
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
246
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
247
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
248
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
249
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
250
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
251
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
1 Fuerzas Populares de Liberación Farabundo Martí (FPL), 1970; Ejército Revolucionario del
Pueblo (ERP), 1972; Resistencia Nacional (RN), 1975; Partido Comunista de El Salvador (PCS),
1930; y Partido Revolucionario de los Trabajadores Centroamericanos (PRTC), 1976.
252
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
las pandillas (“maras”) que han provocado una vorágine de violencia que
desangra al país hoy en día.
No hubo una victoria militar en la guerra civil y esta finalizó en 1992,
mediante negociaciones auspiciadas por las Naciones Unidas. El Acuerdo
de Paz suscrito entre el FMLN y el gobierno salvadoreño marcó el fin del
enfrentamiento militar y convino en una serie de reformas orientadas a
la democratización del país, la reinserción de la guerrilla a la vida civil y a
cesar la injerencia de la Fuerza Armada en la política.
253
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
254
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
255
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
256
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
257
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
258
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
259
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
260
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
261
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
262
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
con acciones más frecuentes y audaces, y los Estados Unidos veían con
suma preocupación cómo la situación en la región se complicaba sobre
manera.
No es de extrañar entonces que diversos grupos comenzaran a
considerar la posibilidad de derrocar a Romero, sobre todo después de la
caída de Somoza en Nicaragua en julio de 1979, la cual elevó los ánimos de la
izquierda salvadoreña. El golpe de Estado se dio el 15 de octubre, por medio
de una variopinta y volátil alianza entre militares y civiles, determinada
por el hecho de que solo los militares tenían posibilidad de echar abajo al
gobierno, pero dadas las condiciones de agitación política, necesitaban de
los civiles para gobernar con mínimas posibilidades de éxito y legitimidad
(MAJANO, 2009). Pero esas posibilidades solo podrían materializarse
si el nuevo gobierno garantizaba los derechos políticos de la población
y realizaba las reformas tanto tiempo pospuestas. Tan importantes eran
estos temas que fueron explícitamente tratados en la proclama que la
Fuerza Armada lanzó el mismo día del golpe.
Aparte de prometer libertades políticas y respeto a los derechos
humanos, la proclama contenía un paquete de reformas que afectaban
intereses económicos que hasta entonces habían sido intocables: reforma
agraria, nacionalización de la banca y nacionalización del comercio
exterior. Dichas reformas no se veían como un fin en sí mismas, sino como
medio para lograr “una distribución equitativa de la riqueza nacional”. La
proclama también planteaba medidas puntuales orientadas a mejorar las
condiciones de vida de los sectores sociales más vulnerables. La proclama
fue inmediatamente rechazada por las alas más radicales de la derecha y
de la izquierda. La primera porque veía en las reformas un atentado contra
su tradicional poder económico, y la segunda porque percibía que las
reformas le quitaban banderas de lucha.
Este fue un golpe anunciado, quizá por ello incruento. Romero no
intentó resistir y salió al exilio sin ofrecer ninguna oposición; él ya era parte
del pasado. El problema era el presente y sobre todo el futuro. Y el futuro
solo tenía dos desenlaces posibles: reforma o revolución. Los golpistas
263
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
264
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
265
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
266
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
A los civiles no les quedó más camino que renunciar. Esta sería la primera
ruptura post octubre de 1979; habría dos más y cada vez el gobierno tendía
más hacia la derecha, hasta hacer un pacto con el sector más conservador
de la Democracia Cristiana, liderada por José Napoleón Duarte.
La agudización de la crisis política en 1979, el creciente empuje del
movimiento popular y el fortalecimiento de las OPM’s, llevaron al PCS a
reconsiderar su posición respecto a la lucha armada. En el último trimestre
del año 79, el partido se movió simultáneamente en dos vías: se incorporó
en el gobierno surgido del golpe de octubre, usando como fachada a la
UDN y el Foro Popular, pero también continuó negociando con las FPL
y la RN la conformación de una Coordinadora Político-Militar (CPM) con
miras a intensificar la lucha armada. En diciembre del 79, cuando la primera
Junta Militar se tambaleaba, se anunció la creación de la CPM. Su primer
comunicado no deja lugar a dudas sobre el viraje que se estaba dando:
267
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
268
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
2 Hubo un debate académico sobre este tema. Hacia 1986 Jenny Pearce concluyó que la guer-
rilla salvadoreña era un movimiento esencialmente campesino, una especie de “rebelión rural”.
Por el contrario, en 1999, Yvon Grenier subrayó el carácter esencialmente urbano y de clase
media de la guerrilla salvadoreña. Un punto intermedio en esa discusión lo da Ralph Sprenkels
al dilucidar las maneras cómo se produjo esa vinculación urbano-rural; a su juicio el aporte
campesino al proyecto revolucionario fue determinante (PEARCE, 1986); (GRENIER, 1999);
(SPRENKELS, 2014a).
269
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
270
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
271
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
272
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
273
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
la construcción del frente sur de la Contra, para lo cual fue muy útil la
infraestructura que se había construido años antes en el norte costarricense.
Entre 1970 y 1989, los Estados Unidos dieron ayuda militar a El Salvador por
un monto de $3,638 millones de dólares, de los cuales $953 millones eran
ayuda militar, aunque la cifra puede ser mayor, ya que no había un estricto
control del uso de los fondos (WALTER FRANKLIN, 2001b, p. 581).
En los primeros años de guerra civil se impuso una dinámica de
ofensivas y contra ofensivas, en la que la iniciativa la llevaba la guerrilla.
Cada vez que el FMLN lanzaba una ofensiva, el ejército respondía con
grandes operativos militares que buscaban sacar a los guerrilleros de sus
zonas de control y a la vez minar el apoyo campesino. Fue la época en que
la guerrilla creó grandes unidades militares capaces de enfrentar al ejército
en combates de posiciones por varios días (LÓPEZ VIGIL, 1991).
Sin embargo, el creciente apoyo de los Estados Unidos al
ejército, que incluía la formación de batallones de contrainsurgencia y
el fortalecimiento de la aviación, más la posibilidad de una invasión a
Nicaragua que hubiera afectado a El Salvador, hizo que el FMLN cambiara
de estrategia: desmanteló las grandes unidades militares y las dislocó en
pequeñas unidades guerrilleras que actuaban con mayor autonomía y
dificultaban su ubicación por parte del ejército. Estos cambios se dieron
entre 1984 y 1987, y llevaron el conflicto a un virtual empate, ya que la
guerrilla debilitaba al ejército con pequeñas acciones en las que el uso de
francotiradores y explosivos antipersonales minaba la moral del enemigo, y
de vez en cuando agrupaba sus fuerzas para ataques de más envergadura.
Por su parte, el ejército concentraba sus esfuerzos en controlar zonas
estratégicas, proteger la infraestructura (red eléctrica, puentes y centros
importantes de actividad económica), y realizar recurrentes operativos en
el área rural, cuyos resultados eran mínimos debido a la alta movilidad de
las fuerzas insurgentes.
Fue esta condición la que propició que en medio de la vorágine
de la guerra también surgieran iniciativas que buscaban parar el conflicto
mediante el diálogo. La primera reunión de diálogo se dio en 1984; creó
274
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
muchas expectativas dentro y fuera del país, pero no dio resultados prácticos,
excepto una declaratoria de voluntad de continuar las conversaciones.
En realidad, para entonces ninguna de las fuerzas en conflicto tenía la
voluntad de negociar, los diálogos eran solo parte de una estrategia mayor
que buscaba la derrota militar del adversario.
Paralelamente al conflicto militar, El Salvador vivió en la década de
1980 varios procesos electorales. Para reestablecer el orden constitucional
después del golpe de Estado de 1979, se convocó a la elección de una
Asamblea Constituyente en marzo de 1982, la cual redactó una nueva
constitución que entró en vigencia en 1983. También hubo dos elecciones
presidenciales (1984 y 1989) y otras más para elegir diputados y gobiernos
municipales. La mayoría de esas elecciones fueron boicoteadas por la
guerrilla que las calificaba como una farsa montada por los Estados Unidos
para fortalecer al gobierno salvadoreño. En varias ocasiones los combates
entre el FMLN y el ejército impidieron la realización de las votaciones,
especialmente en pequeños poblados del interior. Los argumentos de
la guerrilla podían ser ciertos, pero también debe reconocerse que esos
procesos electorales abrieron el camino a la democratización del país, que
si bien tomó fuerza con el Acuerdo de paz de 1992, ciertamente no inició
entonces.
En todo caso, la guerra siguió su curso, independientemente de
quién gobernara el país. Entre 1986 y 1987, el FMLN cambió su estrategia.
Algunos analistas consideran que esos años fueron aprovechados por
el FMLN para fortalecerse militar y políticamente. En el primer caso, se
aprovecharon los campos de refugiados en Honduras para reclutar nuevos
combatientes y para apoyar el trabajo logístico. Posteriormente se estimuló
el regreso de refugiados a las llamadas “repoblaciones”; la primera se dio
en Chalatenango en 1986, y fue seguida por otras en los departamentos de
Morazán y Cabañas. Todas jugaron un papel importante como retaguardia
de la guerrilla y contaron el apoyo de iglesias y organizaciones no
gubernamentales (ONG’s). Simultáneamente se trabajó en la reactivación
del movimiento popular urbano, que había quedado bastante diezmado
275
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
276
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
3 Obviamente el proceso de diálogo y negociación de la paz fue mucho más complejo y paso
por diferentes momentos y además de la participación del FMLN y el FDR por parte de la
insurgencia y del gobierno salvadoreño, contó con la participación de diferentes actores inter-
nacionales. Para más detalles, véase (WALTER FRANKLIN, 2001b, p. 590-595).
277
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
278
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
279
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
280
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
281
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
282
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
283
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
EPÍLOGO
284
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
REFERENCIAS
CHÁVEZ M., Joaquín. Chatolic Action, the Second Vatican Council, and the
Emergence on the New Left in El Salvador (1950-1975). En: Revista The
Americas, v. 70, n. 3, Cambridge, 2014.
285
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
CHÁVEZ M., Joaquín. Poets & Prophets of the Resistance. Intellectuals &
the Origins of El Salvador’s Civil War. Oxford: Oxford University Press, 2017.
CHING, Erik. In Search of the Party: The Communist Party, the Comintern,
and the Peasant Rebellion of 1932 in El Salvador. En: Revista The Americas,
n. 2, Cambridge, 1998.
286
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
LÓPEZ VIGIL, José Ignacio. Las mil y una historias de Radio Venceremos.
San Salvador: UCA Editores, 1991.
287
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
288
CAPÍTULO 5 | El Salvador 1960-1992: reformas, utopía revolucionaria y guerra civil
(Footnotes)
Ejército Nacional para la Democracia, que fue el nombre que al final de la
guerra adoptó el FMLN para sus fuerzas militares.
289
6
Capítulo
PALIMPSESTOS Y
PARADOJAS. ITINERARIOS
HISTÓRICO-POLÍTICOS EN
BOLIVIA (1952-1993)
EN LA HISTORIA DE BOLIVIA
Magdalena González Almada
Rosario Barahona Michel
292
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
1 Hay que comprender, sin embargo, que las comunidades indígenas poseían su propio dere-
cho, aunque en las más de ocasiones, sus problemáticas fueron llevadas a los estrados de la
Real Audiencia. En la actualidad en Bolivia se estudian diversos programas académicos sobre
derecho indígena, aunque lamentablemente no todos guardan una mirada histórica que se
remonte hasta este siglo.
293
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
DE LA NACIÓN
294
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
(2008) cuanto Rita Segato (2007), Silvia Rivera Cusicanqui (2010), Zavaleta
Mercado (2013) y Javier Sanjinés (2009) reconocen una temporalidad
inestable, por momentos confusa, en la que se desarrolla el devenir histórico
de las naciones coloniales.
En este sentido, en Latinoamérica, el problema de la temporalidad
se basa en una tensión con la modernidad y, en consecuencia, con la idea de
nación. Esta “idea de nación” (Heredia, 2005) se apoya en una posibilidad
de nacionalidad para los sujetos que aspiran a una ciudadanía plena en
el ejercicio de sus derechos. Sin embargo, el tiempo de la modernidad se
opone al pasado histórico de los sujetos que ingresan al tiempo de la nación.
Rita Segato (2007) propone que “afirmar la diferencia de las culturas
en un sentido denso es afirmar la posibilidad de que otros valores y otros
fines orienten la convivencia humana” (18). Esta afirmación problematiza
el hecho de que en el marco de una nación se considere que todos sus
componentes se identifiquen con los mismos valores culturales, con un
mismo tiempo y con un mismo territorio. En efecto, Segato en La nación y
sus otros sostiene que es preciso atender a la emergencia de “antagonismos
históricos complejos” (20) surgidos en el seno de cada nación que
evidencian las diferencias étnicas y culturales. En su investigación, la autora
entiende que
295
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
3 Rivera Cusicanqui (2010b) identifica tres horizontes o ciclos: el colonial, el liberal y el populista.
296
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
4 Zavaleta utiliza con frecuencia metáforas relacionadas con el ámbito de la geología: “la abi-
garrada es una formación que visualiza un trabajo del tiempo por el que diferentes materiales
geológicos son mezclados y estratificados muy distintamente” (Souza Crespo, 2013, p. 20).
297
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
298
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
DE LA REPÚBLICA
299
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
Ahora bien, la primera mitad del siglo XIX en Bolivia estuvo marcada
por la obra de José María Dalence5 [1851] que además de constituirse en un
estudio completo sobre la sociedad y realidad bolivianas, nos transmite la
cosmovisión del hombre boliviano decimonónico. En este sentido, Dalence
escribió:
El siglo XIX boliviano culmina con dos importantes hechos: por una
parte, las luchas indígenas lideradas por Pablo Zárate Wilka, y por otra, la
Guerra Federal de 18997, que implicó la sustitución del partido conservador
por el partido liberal en el poder y cuya consecuencia política en lo posterior
fue el cambio de la sede de gobierno de la ciudad de Sucre a La Paz.
Por último, de acuerdo al apogeo de las ideas de “progreso” de
las sociedades occidentales, el gran acontecimiento que cierra el siglo es
5 José María Dalence (1782-1852), orureño de nacimiento, fue un abogado y político, quien por
mandato del entonces presidente José Ballivián fue nombrado presidente de la Junta de esta-
dística, por lo que le fue posible conformar el estudio del Bosquejo Estadístico de Bolivia.
6 Ha menester, ha de necesitar.
7 Sobre la temática, ver Mendieta, 2010.
300
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
8 Ver el nutrido trabajo que cuenta con estudios especializados, titulado Bolivia en 1900. Censo
general de la población de la República de Bolivia, según el empadronamiento de 1 de septiem-
bre de 1900, edición facsimilar reeditada por el Archivo y biblioteca Nacionales de Bolivia,
Sucre, 2012.
301
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
302
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
303
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
304
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
305
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
306
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
307
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
308
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
El presidente Paz Estenssoro dando lectura del decreto 21060. Fotografía disponible em:
<https://econometria101.wordpress.com/2016/03/04/d-s-21060-en-bolivia/>.
309
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
310
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
311
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
312
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
313
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
314
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
315
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
Jenaro Flores fue uno de los dirigentes kataristas más carismáticos. (Hurtado, 2016:378)
316
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
317
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
318
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
El sindicalismo campesino asumió en gran medida los modos, prácticas y procedimientos del
sindicalismo obrero (HURTADO, 2016, p. 379).
319
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
320
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
13 Según el Instituto de Reforma Agraria, hasta el año 2002, del total de la superficie distribuida,
el 50 % estaba en manos de empresas medianas y grandes, que representaban el 14 % de los
beneficiarios, en tanto que el 33% de los beneficiarios, campesinos parcelarios, controlaban
el 5% de la superficie. Entre propiedad comunitaria y Tierras Comunitarias de Origen (TCO)
que abarcan al 48% de los beneficiarios, tenían el 41% del total distribuido. Instituto Nacional
de Reforma Agraria, Estadísticas Agrarias, Tenencia de la Tierra en Bolivia (1953-2002), La Paz,
2002 en García Linera, Chávez León, Costas Monje, 2005, p. 544.
321
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
322
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
Culturalmente, el katarismo significó una denuncia de las prácticas racistas habituales, sobre
todo, en ámbitos urbanos (HURTADO, 2016, p. 381).
323
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
CONSIDERACIONES FINALES
324
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
REFERENCIAS
AA.VV. Bolivia en 1900. Censo general de la población de la República
de Bolivia, según el empadronamiento de 1 de septiembre de 1900. Sucre:
Archivo y Biblioteca Nacionales de Bolivia, 2012.
325
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
326
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
327
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
328
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
329
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
330
CAPÍTULO 6 | Palimpsestos y paradojas. Itinerarios histórico-políticos en Bolivia (1952-1993)
DOCUMENTOS ELECTRÓNICOS
331
7
Capítulo
QUE ESTADO É ESSE? A
PERENE CRIMINALIZAÇÃO
DAS LUTAS SOCIAIS E A
VIOLÊNCIA ESTATAL NA
AMÉRICA LATINA
Vera Lúcia Vieira
Héctor Hernán Mondragón Báez
334
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
335
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
336
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
337
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
338
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
339
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
340
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
341
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
Tais temas serão tratados por Carlos Gregório López Bernal, de San
Salvador (UES-El Salvador) o qual analisará as décadas de 1970 a 1990.
Todo um período que vai da retomada das lutas guerrilheiras de esquerda
na região e que ganharam combustão com a vitória sandinista em 1979, até
o início dos acordos de paz na década de 1990.
342
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
343
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
344
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
DITADURAS
345
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
346
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
347
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
348
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
349
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
pelo Estado. Em alguns casos, tal “Estado de Direitos” apenas acoberta tal
violência.
Colômbia, por exemplo, tem uma longa história de intolerância,
expressa nos numerosos assassinatos políticos e guerras civis, ligadas
sempre aos conflitos pela propriedade das terras. Depois de dezenas de
guerras entre liberais e conservadores ao longo do século XIX, o século XX
começou com a chamada Guerra dos Mil Dias, que causou 120 mil mortos.
Na chamada Época da Violência, entre 1948 e 1958, foram mortas 200 mil
pessoas e deslocadas de suas terras 2 milhões.
As primeiras guerrilhas, liberais, apareceram em 1948, após
o assassinato do líder popular Jorge Eliécer Gaitán. Eram liberais que
tentavam salvar suas vidas da perseguição do governo, vingar a morte de
seus parentes e recuperar suas terras. Em 13 de junho de 1953 aconteceu
o golpe militar do general Gustavo Rojas, quando as guerrilhas liberais se
espalhavam e ameaçavam derrotar os governos ultraconservadores de
Laureano Gómez e seu “designado” Roberto Urdaneta. Rojas decretou
anistia, conseguiu a paz com parte dos guerrilheiros, mas como uma outra
parte minoritária não entregou as armas, os atacou em 1954 (URÁN, 1983).
Derrubada a ditadura militar em 1957 se estabeleceu a chamada
“Frente Nacional”, com bipartidarismo obrigatório até 1974, tornando
interminável a transição. Após um acordo de paz, em 1958 os ex-
guerrilheiros formaram cooperativas agrárias em sítios rurais. Em 1964, a
missão militar de Estados Unidos achando que as zonas onde moravam
os ex-guerrilheiros que haviam sido comunistas eram potenciais “focos”
insurgentes, aliam-se aos setores de latifundiários temerosos de que dali
surgissem movimentos camponeses pela reforma agrária, conseguiram
que o Presidente Guillermo León Valencia ordenasse ao Exército atacar
essas zonas, fazendo assim com que ressurgissem as FARC.
Outros grupos se formaram no ano seguinte, como o Exército de
Liberação Nacional (ELN), influenciado pela revolução cubana, e o Exército
Popular de Libertação (EPL) adepto do maoísmo. O Movimento 19 de
Abril (M19), guerrilha urbana influenciada pelos Tupamaros uruguaios e
350
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
351
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
352
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
353
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
354
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
355
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
3 Segundo Sieder: “Los estudiosos que “han abogado por el fortalecimiento del Estado de De-
recho en América Latina se han concentrado en factores institucionales, recurriendo a una
serie de medidas que persiguen tres finalidades: una mayor independencia judicial, un sistema
de justicia eficaz y un mejor acceso de los menos privilegiados a la justicia” (SIEDER, 2003, p.
62).
356
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
357
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
4 O mesmo impacto, mas para a América Central, é analisado por José Miguel Cruz (CRUZ,
2003).
358
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
359
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
360
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
361
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
362
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
363
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
364
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
7 Carta de Gabriel García Márquez a Jorge Bush, de 25 /12/2004. Circulação mundial iniciada
pelo Prof. Dr. Juan-Alberto Kurz, Professor Titular da Universidad de Valencia (Espanha).
365
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
8 Para um debate sobre esta questão, ver: Discusión sobre Terrorismo. Riesgos y Opciones para
las Organizaciones de Derechos Humanos. Consejo Internacional para el Estudio de los
Derechos Humanos. Suíça, 2008.
Disponível em: <http://www.ichrp.org/files/summaries/34/129_summary_es.pdf>. Acesso
em: 11 dez. 2012.
9 Ver, por exemplo, o volume 1 dos Cadernos Adenauer de 2001, dedicado ao tema “A violência
do cotidiano” (São Paulo, Fundação Konrad Adenauer).
366
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
367
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
368
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
369
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
12 Como lembra Oswaldo Coggiola: “No Brasil, os militares garantiram sua participação orgânica
direta no governo, nos ministérios militares; no Chile, a oposição (incluídos o partido comunis-
ta e o partido socialista) aceitou governar com base na constituição pinochetista de 1980 e
garantir 8 anos de mando de tropa para os comandantes designados por Pinochet; no Peru, a
constituinte legislou sob o governo militar de Moráles Bermudez. No Uruguai, o governo civil
se baseou no Pacto do clube naval, que garantiu impunidade militar, reforçada em plebiscito;
na Argentina, as crises militares foram aproveitadas pelos governos civis para inocentar aos
genocidas militares por meio das leis de ponto final de obediência devida. No Paraguai, a mu-
dança de regime nem sequer transcendeu os militares familiares da ditadura, pois o general
democrata Andrés Rodríguez, que substituiu a ditadura era parente direto do ditador Stroes-
sner” (COGGIOLA, 2001, p. 95).
370
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
371
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
13 Durante o século XX, na América Latina e Caribe, vários movimentos expressam estas lutas.
Isto desde as revoluções clássicas como a mexicana, guatemalteca, boliviana, cubana e nica-
raguense, passando pelas inúmeras revoluções de baixa intensidade. Um quadro de perma-
nente violência, com guerrilhas atuando tanto em aéreas urbanas como rurais.
14 Em sua crítica marxista, Chasin especifica esse traço ontológico: “Desprovido de energia
econômica e por isso mesmo incapaz de promover a malha societária que aglutine organica-
mente seus habitantes, pela mediação articulada das classes e segmentos, o quadro brasileiro
da dominação proprietária é completado cruel e coerentemente pelo exercício autocrático do
poder político. Pelo caráter, dinâmica e perspectiva do capital atrófico e de sua (des)ordem
social e política, a reiteração da excludência entre evolução nacional e progresso social é sua
única lógica, bem como, em verdade, há muito de eufemismo no que concerne à assim desig-
nada evolução nacional.” Ver: (RAGO FILHO, 2010, p. 85).
372
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
REFERÊNCIAS
BATISTA, Nilo. Todo crime é político. In: Caros Amigos, n. 77, agosto, 2003.
(entrevista).
373
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
CALLONI, Stella. Los Archivos del Horror del Operativo Cóndor. En:
<http://www.derechos.org/nizkor/doc/condor/calloni.html>.
374
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
375
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
376
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
ORTIZ, Román D. Las mil caras de América latina: desde el Rio Granda hasta
al Cabo de Hornos, la aparición de un escenario geoestratégico estimula na
cooperación interamericana. In: Revista Española de Defensa, n. 7, mayo,
2000.
377
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
ROCA, G. Las dictaduras militares del cono sur. Buenos Aires: El Cid.
1984.
378
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
379
As revoluções na América Latina Contemporânea. Entre o ciclo revolucionário e as
democracias restringidas
380
CAPÍTULO 7 | Que Estado é esse? A perene criminalização das lutas sociais e a violência...
381