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AS HUMANIDADES GRECO-LATINAS
E A CIVILIZAÇÃO DO UNIVERSAL
Editores
INSTITUTO DE ESTUDOS CLÁSSICOS DA FACULDADE DE LETRAS DE COIMBRA
e Livraria MINERVA
Capa
Athena Lemnia de Fídias.
Desenho de Louro Fonseca
a partir de uma cópia romana.
Tiragem
1 500 exemplares
Composição e impressão
BARBOSA & XAVIER, LDA.
Rua Gabriel Pereira de Castro, 31-C
4700 BRAGA - PORTUGAL
Distribuidor
Livraria MINERVA
Rua dos Gatos, lO-ri c
3000 COIMBRA - PORTUGAL
AS HUMANIDADES GRECO-LATINAS
E A CIVILIZAÇÃO DO UNIVERSAL
, ,
LES HUMANITES GRECO-LATINES
ET LA CIVILISATION DE L'UNIVERSEL
ACTAS
ACTES
COIMBRA· 1988
(Página deixada propositadamente em branco)
íNDICE GERAL
Prólogo 11
Prologue 13
Manifesto .. ........ ... ... ............... ..... ... .. .... .... ... ... ........ ...... ........ .. .. ... .. ...... ..... .. 15
Manifeste ......... ............ ... ..... ..... .. ..... ..... ...... ............. .. .. .................... ...... .... 17
Comissão de Honra 19
Comissão Executiva 21
PatroCÍnios . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Sessão de Abertura .......... ..... .. .... .. ......... ......... ..... .......... ....... .. ..... .. .. .. ...... .. 71
COMUNICAÇÕES
O. Tsagarakis, Homer and Classical Studies .... ... ..... ........ ....... ..... .... 95
J. Leclant, Regards d'un historien contemporain sur les cultures antiques 317
IV. Igreja e Latinidade .... ..... .......... ... ... ...... .... ...... .. .. ... .............. ........ .. ... 431
Sessão de Encerramento ....... ......... ... .. ............ ......... .. ...... .... ...... ............... 643
entre as pp.
2. Vista parcial da assistência ...... ...... ... ... ....... .. ... ... .... .. .... ......... ....... . 34/35
3. Vista parcial da assistência .. .. ...... ................. .. .. ........ ........ ..... ....... . 34/35
5. Sessão de abertura - mesa da presidência ... ........ .... ...... .. .. ..... .. .. .. 72/73
7. Visita das mínas romanas de Conimbriga .. ...... ........ ...... .......... .. .. 668/669
PRóLOGO
Léopold S. Senghor
1. Presidente da República cumprimenta o Presidente do Congresso
(Página deixada propositadamente em branco)
MANIFESTE
Léopold S. Senghor
COMISSÃO DE HONRA
COMITÉ D'HONNEUR
Fundação Luso-Americana
PRESIDENTE DO CONGRESSO
PR~SIDENT DU CONGR~S
M. H. Rocha Pereira
Professora da Universidade de Coimbra, Presidente
R. Schilling
Presidente da Universidade de Estrasburgo
A. Segala
Secretário da Association Archives
Sebastião T. Pinho
Professor da Universidade de Coimbra
J. Ribeiro Ferreira
Professor da Universidade de Coimbra
M. F. Sousa Silva
Professora da Universidade de Coimbra
Francisco de Oliveira
Professor da Universidade de Coimbra
PATROCíNIOS
PATRONAGE
- Ministério da Educação
- Fundação Luso-Americana
- Livraria Minerva
- Regisconta
11 de Abril de 1988
Segunda-Feira
PROGRAMA
11 avril 1988
Lundi
PROGRAMME
12 de Abril de 1988
Terça-Feira
PROGRAMA
12 H - Exposição bibliográfica.
12 avril 1988
Mardi
PROGRAMME
12 H - Exposition bibliographique.
13 de Abril de 1988
Quarta-Feira
PROGRAMA
13 avril 1988
Mercredi
PROGRAMME
14 de Abril de 1988
Quinta-Feira
PROGRAMA
14 avril 1988
Jeudi
PROGRAMME
15 de Abril de 1988
Sexta-Feira
PROGRAMA
16 de Abril de 1986
Sábado
PROGRAMA
15 avril 1988
Velldredi
PROGRAMME
16 avril 1988
Samedi
PROGRAMME
ADKINS, A. W. H.
University of Chicago
5801 South Ellis Avenue, Chicago Illinois 60637
U.S.A.
AMORcóS, M.
Jesuit Residence - 6-15-2 Hongo. Bunkyo Ku
113 Tokyo
JAPÃO
ANTUNES, António
Lagares
3400 Oliveira do Hospital
PORTUGAL
38 LISTA DOS PARTICIPANTES
BAUZÁ, H.
Jorge Newbery 2411
1426 Capital Federal
ARGENTINA
BEATO, João
Rua Vale do Pereiro, 17 - 2.°
1200 Lisboa
PORTUGAL
BECHARA, Evanildo
Rua Castro Matoso, 12 - 4.° Esq.o
3000 Coimbra
PORTUGAL
BERTONCINI, Elena
Via dell'Aeroporto, 68
Pisa
ITALIA
BRONNER, A. M.
14 avo du G.al de Gaulle
67000 Strasbourg
FRANÇA
CIZEK, E.
Rue Pasteur, 21- Secteur 6
Bucarest
ROMÉNIA
CLAIRE, Jean
Maitre de Choeur de Solesmes
72300 Sablé-Sur-Sarthe
FRANÇA
DANU-ALIPUI, D. N'
4409 Lomé
TOGO
DORIVAL, G.
1 rue Samson
75013 Paris
FRANÇA
FERNANDES, R. M. Rosado
Trav. da Palmeira, 2 - 1.0
1200 Lisboa
PORTUGAL
FERREIRA, Manuel
Av. D. Pedro V, 11- 2.° De
2795 Linda-a-Velha
PORTUGAL
FONTES, Hilário
Rua da Vila, 185
Avelar
PORTUGAL
GNILKA, C.
Mauritz - Linden - Weg 40, D
4400 Münster
R. F. ALEMANHA
2400 Leiria
PORTUGAL
1700 Lisboa
PORTUGAL
GRIMAL, P.
30, rue des Fonds
78350 Jouy-en-Josas
FRANÇA
1900 Lisboa
PORTUGAL
IMBERT, J.
12, place du Panthéon
75005 Paris
FRANÇA
33007 Oviedo
ESPANHA
JABOUILLE, Victor
Rua Projectada à Av. D. Sebastião, 5, 703
2825 Costa da Caparica
PORTUGAL
52 LISTA DOS PARTICIPANTES
JOURDAN, Pierre
Rua Correia Teles, 17
3000 Coimbra
PORTUGAL
LECLANT, J.
77, rue Georges-Lardennois
75019 Paris Cedex
FRANÇA
LISTA DOS PARTICIPANTES 53
MEDEIROS, Walter de
Rua Infanta D. Teresa, 20 - 2.°
3000 Coimbra
PORTUGAL
MELLO-BREYNER, Sophia de
Travessa das Mónicas, 57 - 1.0
1100 Lisboa
PORTUGAL
MELLONI, A.
Istituto per le scienze religiose- via S. Vitale, 114
40125 Bologna
ITALIA
MINGUET, C.
Univ. de Paris X" Nanterre "200, rue de la République
92001 Nanterre
FRANÇA
MONTEMAYOR, C.
Alumnos, 14" Dpto. 17" CoI. San Miguel Chapultepec
11850 Mexico D. F.
MÉXICO
PASCUCCI, G.
17 via Pier Capponi, I
50132 Firenze
ITALIA
PISSARREIRA, Augusto
Av. Bombeiros Voluntários, 35 - 2.° Dt.o - Algés
1495 Lisboa
PORTUGAL
POESCHL, V.
Seminar fur Klassische Philologie, Marstollhof
6900 Heidelberg
R. F. ALEMANHA
LISTA DOS PARTICIPANTES 61
RIBAS, Tomaz
Gabinete de Etnografia - Inatel- Calçada de Santana
1000 Lisboa
PORTUGAL
SCHILLING. R.
20, rue d'Oslo
67000 Strasbourg
FRANÇA
SEGALA, A.
5, rue Chabanais
75002 Paris
FRANÇA
SEGORBE, Isabel
Rua Prof. Dr. José Alberto dos Reis, 138 - 4.° E
3000 Coimbra
PORTUGAL
SENGHOR, L. S.
1, Square Torqueville
75017 Paris
FRANÇA
SEQUEIRA, Serafim
Praceta do Montebelo, 10 _1.0 Dt.o
2900 Setúbal
PORTUGAL
5
66 LISTA DOS PARTICIPANTES
SEVERINO, E.
Via Antonio Callegari
25121 Brescia
ITALIA
SILVA, Celina
Rua da Restauração, 239 _1.0
4700 Braga
PORTUGAL
TENGUY
20, rue Ortolan
Paris V
FRANÇA
TERRA, Isabel
Rua dos Combatentes, 100 - 6.°
3000 Coimbra
PORTUGAL
THOMPSON, L.
Department of Classics - Univ. af Ibadan
NIGERIA
TORRES, Amadeu
Faculdade de Teologia
4700 Braga
PORTUGAL
LISTA DOS PARTICIPANTES 69
TRIGO, Salvato
Rua Clube dos Caçadores, 648
4400 Vila Nova de Gaia
PORTUGAL
TSAGARAKIS, O.
University of Crete
Hellas
GRÉCIA
SEANCE D'OUVERTURE
(Página deixada propositadamente em branco)
(Página deixada propositadamente em branco)
ALOCUÇÃO DA PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA
*
* *
fier le style et, partant, -l a s)llIl'taxe du gree PUtS du latin o En effet, e'est
au IV e siecle ~pres J. C. que la Bible fut tradui-t e du gree en latim par
Saint-Jérôme et devint la Vulgate.
C'est aim:si que les deux langues classiques que voilà sont devenues
capables de tout traduire: depu is les mathématiques et la pensée la
plus abstraite jusqu'aux sensations les plus subtiles et les pures effu-
sians de l'âme.
Paur revenir aux peuples latm et gree, je voudrais montrer com-
ment, à traveJ:1S Ietl.TS Il angues, pertectionmées de -s iede en siecle, ils ont
développé cet esprit de méthode et d'organisation qui, en cette fin du
XXC sliecle, constitue l'appoI1t majeur de l'Erurope, plus préoisément de
l'Euramérique, à la Civilisat,i on de l'Universel. RaPlpelez-vous la phrase
du pI1ési,dent de l'Université de Harvard que je VIOUS ai citée plus haut.
Je voOudmis y ajoUJter la fameuse phmse d'Aristote, lJirée de l'Ethique
à Nicomaque: «II y a dOI1Je ,tI'Ois facUiLtés qui [lOUS permettent de con-
naj,tre et d'agir: la sensibi,Hté (aisthésis) , la raison (nous) et le désir
(orexis)>>. Je sai,s qu'en général, les professeurs traduisent Je moOt gree
orexis par «volonté». En vérité, e'es,t une imemprétation à I'européenne ,
et c'esrt là son intérêt, qui fait du désir l.liI1e volonté. Une autre interpré-
tation, fameuse, mais dans 1e même -SeI1!S, est oeLle de René Descartes.
Dans une de ses Méditations metaphysiques, .Ia sensibilité, la raison
et .J.e désir sont devenus, sous sa oplume frél[}çaise, «le penser, Je vouloir
et le sentir». C'est dire que DescaI1tes, -l,e oPere du rationalisme, a mis l-a
raó.son à la prem:iere pIare et la sensibilité à ladern1ere tout en réif,iant
le «désir» en «vouloir». Pour revenk aux grecs, ,l eur mér1ite a été, entre
le VIle et le ve siecle avant J. C., d'aHer prendre, des ma!Í.ns des
Egy.ptiens, le flambeau de la oiviHsatian hllil1lJaline. Je songe à d'illustres
voyagetuI1S OOIffiIffie Platon, le pmlosophe, Thales, le mathématicien,
Budoxe, l'astronome, .sans oub1ier Hérodote, le opere de I'Hi's toire. C'es,t
ainsi qu'ils om ajouté la sensibi:lité afr1ioaine à la ,r aisonalbo-européenne.
Comme le prouveIllt les veI1ttliS de lear langue, que nous allons maim-
tenant essayer de définir avec les quaHtés de la langue lavine.
La premiere q'1la1ité de la langue greoque est la -I1ichesse nuancée
de san vocabUilaiTe. Pamdoxalement, on Je doi>t, en gmnde paI1tie, aux
sophistesoomme Protagoras et Prodicos, qui ont beaucoup enrichi la
langue, mais -surtOUlt ,e n oTIJt f.ait la langue la plus precise du mOIlide.
II suffit, pour s'en convairncre, de cornparer Jes deux diotrionnai'r es
«Grec-Français» par Anatole BaHly et «Latin-Français» par Félix Gaffiot.
Le premier a 2.300 pages quand le seoond, ma:1gI1é ses ,iJhl.ustratiOIl!s, m'en
comporte que 1.702. n s'y ajoute, etce [l'est pas Je moins !important,
SESSÃO DE ABERTURA 81
que nombre de mots latins, simples, mais surtout composés, sont em-
pruntés du grec. Et c'est, le plus souvent, l'emprunt, non d'un mot,
voire d'une racine mais d'un affixe, c'est-à-dire d'un préfixe, infixe ou
suffixe. Depuis qu'avec le dévdoppement des scienoes et techniques,
l'Europe, puis l'Amérique sont, au XIxe siecle, entrées dans l'ere
industriel1e, ces emprunts sont de plus eu plus courants. Je n'en veux
pour preuve que la liste des néologismes techniques que le Ministre
français des Postes et Télécommunications m'a adressée l'an dernier.
Le document est d'autant plus intéressant qu'à côté des mots français,
iI y ales mats anglo-américains. II reste que le pIus significatif me
semble être, non pas un de ces mots trop techniques et pour minitel,
mais un mot plus courant - j'aUais dire: plus maniable - , comme
Mirapolis ou orthokinetics.
Quand, l'aUJtre sair, j'ai vu et entendu ces deux mats à la Télévi-
sion française, j'ai tout de suite identifié, d'une part, les racines mir-,
«merveilleux», et poli-, «ville», d'autre part, les racines ortho-, «droit»
et kine-, «mouvement» . J'ai d()[lc traduit, «ville des merveilles» et «qui
permet de se tenir droit». C'est qu'il s'agissait d'un «paJ:1C d'attractions»
et d'un «fauteuil mobile».
La deuxieme qualité des langues à flexian que sont le grec et le
latin est qu'eUes ont essentiellement une syntaxe de subordination
quand nos langues agglutinantes d'Afrique et d'Asie du Sud, comme
l'égyptien anoien, le sumérien et le dravidien, ant, par nature, une
syntaxe de juxtaposition et de coordinati'o n. Ce qui mérite explicatio01.
Dans les langues à flexion, la fonction du mot dans la propositian est
indiquée par sa désinenoe. L'écrivain est done plus lribre, qui place le
mm à la pIaoe ou il fera l'effet voulu. Je songe, ici, à certains effets
de construction comme l'anacoluthe.
Cependant, la caractéristique maj,e ure du grecet du latin est sur-
tout dans leur syntaxe desubordination quand ·1es langues agglutinantes
d'Afrique et d'Asie pratiquent, de préférenoe, la syntaxe de juxtapo-
sition et de coordination. L'exemple que voici nous penmettra de mieux
comprendre. Voiei un texte wolof du Sénégal, tradUJit mot à mot! «Je
suis un guérisseur et j'habite le village de Djilor avec mon ami Waly.
Vn malade voulait me vair. II s'adressa à ,luÍ». Vn Fmnçais aurait dit,
plus exactement, iI aurait écrit: «Comme je suis un guérisseur et que
j'habite le village de DjilOT, ou j'ai un anni, Waly, un malade, voulant
me voir, s'adressa à oelui-ci» . Dans le premier cas, celui du style africain,
nous avons deux propositions indépendantes ooordonnées, puis deux
propositians indépendan,t es juxtaposées. Dans le deuxiffine cas, par can-
6
82 SESSÃO DE ABERTURA
étaient morts dans les navires négriers - ont gardé, dans leur coeur
et leur tête, la polyphorüe et le plain-chant africains. Comme on le
sai'Í, en effet, les Negro-spirituals sont chantés en plain-chant polypho-
nique. Cependant, comme en Afrique, les consonnances ou accompagne-
ments ne sont pas à l'octave, à la quinte et à la quarte ainsi qu'en
EUTope, mais à l'octave, à la quinte et à la tierce. Je sou1igne: à la tierce,
qui est l'accompagnement sensible -les Européens disent «sensue1»,
qui sont obsédés par le péché.
Or done, et pour vevenir aux humamités gréco-latines, 1'assemblée
des évêques de l'AfTique de 1'Ouest francophone, sinon latine, a décidé,
iI Y a qudques années, de rendre obligatoire, dans les séminaires,
l' enseignement des humanités gréco-latines. II y a mieux, au lendemain
de 1'indépendance, nous avons, au Sénégal, créé, dans 1'enseignement
secondaire, une section classique ou ,1es éleves ont à choisir entre 1'arabe
d'une part, le latin et le gvec d'autre part. C'est ainsi que, dans ce pays,
musulman à 80%, si quelque 65'% des éleves de la section classique
choisissent 1'arabe, environ 35%, et surtout des jeunes filles, préferent
le latin et 1e grec. La raison majeure de celles-oi est, comme me l'a dit
notre premiere temme professeur de grec à l'université de Dakar, que
nos intellectuelles négro-afvioaines se sentent moins dépaysées dans le
monde de 1'humanisme gréco-latin, qu'on leur a fait assimiJler.
*
* *
J,e voudrais conclure sur oette eoneordance entre le reoteur de
l'Université de Harvard et la premiere jeune fille négro-afrieaine l'eçue,
en France, au concours de 1'Agrégation des Lettres olassiques. Ce double
témoignage est significatif, qui caractérise notre temps, e'est-à-dire ce
dernier quart du XXe siecle, qui voit naitre, vrali.ment, la Civilisation
de ['Universel.
Bien s11r, celle-ei l'eposera essentiellement sur le roe solide des
Humanités gréco-latines. C'est ce que prouve l'option qu'a faite, dans
ce sens, l'Afrique latine. Et e1le l'a faite avec d'autant plus d'enrt:hou-
siasme que ses éHtes ont été, comme moi, nourries, en grande partie,
par la leeture et le chant en latin de la Bible. De cette Bible dont la
traduction a gaI'dé, avee le s.tyle, le charme des langues sémitiques:
de leur musique, singulierement de leur poésie, faite, comme en Afrique,
d'images analogiques et de répétitions qui ne se répetent pas.
84 SESSÃO DE ABERTURA
É como rnn Amigo, um Irmão que ele está uma vez mais entre
nós, a presidir a este Congresso. Não esquecemos, não esqueceremos
nunca os versos repassados de emoção que a Portugal dedicou:
Senhores Congressistas:
CO~IMUNICÂTIONS
(Página deixada propositadamente em branco)
I
APREOIAOÃO
-'
DO ~{UNDO ANTIGO
/
O. TSAGARAKIS
University of Crete
1. See in this context L. Sedar Senghor, «'H à.t;Ca 't'fíc; ô~ôaO'xa)'Lac; 't'wv
x).aO'O'~xwv
O'1tovowv», I1)'á't'wv 36 (1948), 3 ff.
96 HOMER AND CLASSICAL STUDIES
2. Cf. G. Highet, The Classical Tradition (Repr.), London 1966, p . 497 n . 45.
3. According to W. Nikolai, «Wirkungsabsichten des Iliasdichters », Gnomosyne
(1981), p. 82, there is «ein neues Interesse rur die gesellschaftliche Relevanz kultu-
reller Phanomene, die wiedererwachene Begeisterung für littérature engagée ... »
4. Cf. A. Heubeck, «Blick auf die neuere Forschung» in Homer (ed. J. Latacz) ,
Darmstadt 1979 (Wege der Forschung CDLXIII), pp. 556ff. On Homer's influence
on epic poetry see C. M. Bowra, From Virgil to Milton, London 1945, passim and
G. S. Kirk's remarks, Homer and the Oral Tradition, Cambridge 1976, pp. 85 ff.
5. The large quantity of publications is sufficient proof to this claim. David
W. Packard - Tania Meyers, A Bibliography of Homeric Scholarship, Malibu 1974,
list some 384() items for the period 1930-1970, without claiming completeness af
their survey. Cf. also A. Heubeck Die homerische Frage, Darmstadt 1974, pp. 243-304
and his remarks in his article «Homeric Studies Today», in Homer, Tradition and
Invention (ed. B. C. Fenik), Leiden 1978 (Cincinnati Classical Studies, II), p. 1.
J. Latacz, op. cit., pp. 18 ff. claims that there are 12.000 titles of Homeric biblio·
graphy from c. 1770 to 1977.
6. Cf. R. Pfeiffer, History of Classical Scholarship, Oxford 1968, passim,
G. Finsler, Homer in der Neuzeit von Dante bis Goethe, Leipzig-Berlin 1912, passim.
See also in this context Henrietta v. Apfel, «Homeric Criticism in Fourth Century
B. C.», TAPA 69 (1938), pp. 245 ff.
HOMER ANO CLASSICAL STUDIES 97
7
98 O. TSAGARAKIS
against this position. For Herder, for example, poetry was not exactly
a scholarly treatise; it was ill-suited fo'f that kind of criticaI anaIysis.
Poetry was «life», a mirror of a people's strength and shortcomings,
an expression of its ideaIs li.
The analytical approach was perhaps unavoidable under the circwn-
stances (lack of knowledge of the historical process of the making of
epic poetry) and perhaps also necessary in order for the truth to come
out: the composition of the poems reveals such a degree of artistry
and planuing that canIlJot possibly be achieved by the compilation of
various poetic materiaIs and by many poets. This fact was strongly
emphasized by the unitarians and W. Schadewaldt was convinced that
the Iliad was composed by a single poet 12. But as early as 1794 Herder
had pointed out that only a great poet could compose a poem around
a central theme, which in the case of the Iliad is the menis 13. The fact
must be duly emphasized that analysts, especially those of an earlier
date, failed to consider the artistry of the Homeric epics. We may
still not know who Homer was, when and where he lived, but to-day
for us he is no longer a shadow figure 14; he is a comprehensible perso-
nality produced by a specific culture. The belief also prevailing in the
eighteenth century that Homer was primitive, singing artlessly seems
«strange to us to-day» 15.
Recent studies in folk epics have shown clearly that the language
of the Homeric epics is oral, not literary, and the technique of com-
position is basically that of orally composed epics 16, but some scholars
continue to study Homer along traditional lines in order to discover
what part of the poem is «genuine» and what is n01. The neo~malysts,
11. Cf. E. Drerup, «Homer und die Volksepib, in Homer (ed. J. Latacz), p . 154 f.
12. Cf. W. Schadewaldt, Iliasstudien, Leipzig 1948.
13. Cf. E. Drerup, op. cit., p. 158. ln his book Homer ein Günstling der Zeit,
1795, Herder criticized Wolf for missing the important point that the Homeric
epics are great poetry and were therefore created by a single poeto
14. Wilamowitz had already tried to show that Homer was a real person and
composed the Iliad (cf. E . Bethe, «Homerphilologie heute und künftig», Hermes 70
(1935), p. 47) .
15. Cf. W. F. Jackson Knight, Many-Minded Homer Cedo J. D. Cristie), London
1968, p. 133. The belief has its origin in romanticism on which see, in this context,
Ruth Finnegan, Oral Poetry, Cambridge 1979, p. 31 f.
16. Cf. J. Latacz, «Tradition und Neuerung in der Homerforshung» in Homer
(op. cit.), pp. 25 ff., who refers to Herman and even 'Wolf, without underestimating
of course the work of Milman Parry and his successors (cf. A. Lord, The Singer
of Tales, Cambridge Mass. 1971).
HOMER AND CLASSICAL STUDIES 99
17. Cf. esp. W. Kullmann, «Oral Poetry Theory and Neoanalysis in Homeric
Research», GRBS 4 (1984), pp. 307 ff.
18. Parry argued that the traditional style makes tmity, individuality and
originality irrelevant (d. his paper «Studies in the Epic Technique of Oral Verse·
Making», HSCP 41 (1930), p. 138). Cf. also Lord, op. cit., p . 148, and M. F. Com-
pellack, «Some Formulary Illogicalities in Homer», TAPA 96 (1965), p. 55.
19. Cf. A. Lesky, Geschichte der griechischen Literatur, 2nd ed., Bem 1963, p. 34.
ln this context d. also A. Parry, «Have We Homer's Iliad?», YCS 20 (1966), pp. 177 ff.
20. Cf. M. Ventris - J . W. Chadwick, Documents in Mycenaean Greek, 2nel ed.,
Cambridge 1973. This script put the language of the Homeric epics in a new
perspective as it proved that some cultural elements in Homer's poetry are very
olel indeed (d. in this context my study Nature and Background of Major Concepts
of Divine Power in Homer, Amsterdam 1977, passim).
21. Oriental studies in epic poetry are, for example, helpful if they are valued
carefully. Cf. T. B. L. Webster, «Homer and Eastem Poetry», Minas 4 (1956), pp . 104 ff.;
R. O. Bamett, «Ancient Oriental Influences on Archaic Greece» (Studies Presented
to H. Goldman, N. Y. 1956, pp. 212 ff.) and also C. Starr, The Origins of Greek
Civilization, passim.
22. Cf. G. F. EIse, «Homer anel the Homeric Problem», Univ. of Cincinnati
Classical Studies (Semple Lectures) 1 (1967), pp. 315 ff.
100 O. TSAGARAKIS
II
23. The background extends from Mycenaean times down to the Dark Ages .
Cf. G. S. Kirk, Homer and the Oral Tradition, Cambridge 1976, pp. 19 ff. The picture
the poet gives of the heroic world is a composite one containing elements fram
different epochs. On the cultural continuity across the ages see Webster, From
Mycenae to Home r, London 1958, passim. The eighth century B. c., the time af
composition of the Homeric epics, marks a turning point in Greek history.
Cf. recent1y R. Hligg (ed.), The Greek Renaissance of the Eighth Century B. C.
(Proceedings of the Second International Symposium ot the Swedish Institute
in Athens), Stockholm 1981.
24. See Kirsti Simonsuuri, Homer's Original Genius, Cambridge 1979, pp. 77 ff.
A new sense of history was developing and spreading in the nineteenth century.
Cf. also Highet, op. cit., p. 448.
25. Cf. A. Pope, Preface to the Iliad, 1715, who praised Homer as an inventive
poet, and M. 'W. M. Pope, «The Parry-Lord Theory of Homeric Composition»,
Acta Classica 6 (1963), pp. 1 ff., esp. pp. 20 f. On the subject more recent1y see m y
study Form and Content in Homer, Wiesbaden 1982 (Hermes Einzelschriften, voI. 46),
passim.
HOMER AND eLASSleAL STUDIES 101
26. See also in this context C. Segal (ed.), The Heroic Paradox, Ithaca and
London 1982, p. 2 for the «sociologically and linguistically oriented criticism of
the past decade».
27. Cf. J. Redford, Nature and Culture in the Iliad, Chicago-London 1975, passim.
On the eighteenth century views about nature and culture in Homer see Robert
Wood, An Essay on the original Genius and Writings of Homer, London 1775.
28. Cf. Simonsuuri, op. cit., pp. 6 f.
29. Cf. F. Codino, Einführung in Homer, Berlin 1970, p. 19. Plato refers to
Homer as frE~6'ta't6v 'tE xat CTOqJw'ta'tov (Alcib. II, 147B). Cf. also Rep. 606 c. See
further W. Jaeger, Paideia (transl. by G. Highet), Oxford 1968, pp. 35 ff.
30. M. Arnold, On Translating Homer, London 1861, p. IV. See also Highet,
op. cit., pp. 479 f.
31. Cf. EIse, op. cit., p . 347.
32. Cf. S . Shepard, «Scaliger on HomeI' and ViI'gil. A Study in Literary
Prejudice», Emerita XXIX (1961), pp. 313 ff.; G. Finsler, Homer in der Neuzeit
von Dante bis Goethe, 1912; D. M. Foerster, Homer in English Criticism, 1947.
33. Cf. J . B. Hainsworth, «Criticism of an Oral Poet», JHS 90 (1970) , pp. 90 ff.
102 O. TSAGARA KIS
34. See Jaeger, op. cit., passim; W. J. Verdenius, Homer the Educator of the
Greeks, Amsterdam 1970 and G. C. Vlachos, Les sociétés politiques homériques,
Paris 1974.
35. The sufferings of individual heroes (Achilles himself, Patroclus, Hector)
and families (Andromache, Hecabe and Priam) or entire people (Trojans) in the
Iliad are connected to the menis of Achilles, while those in the Odyssey are related
to the problem of a personal responsibility (on this point recently W. Kullmann ,
«Die neue Anthropologie der Odyssee und ihre Voraussetzungen», Didactica Classica
Gandensia 17-18 (1977-1978) , pp. 37 ff. More recently on the problem of suffering
W. Nicolai, op. cit. , pp. 87 ff.
POLITIQUE ET ÉTHIQUE DANS LA GR1tCE DU Ive SlECLE
AV ANT JÉSUS CHRIST
(la leçon de la paideia d'Isocrate)
1. Cic., De Oratore, III, 55; Quint., r. O., III , 14. Voir aussi Jean Aubonnet,
Introduction (in Aristote, Politique, Paris, Les Belles Lettres, 1960, tome I , p. XVI) .
2. Euripide, frag. 796 Nauck: ... IX.LO"XPÓV O"Lwltiiv, ~IX.p~ápovc; ~i'Éiiv À.ÉYELV ... (iI
serait honteux de nous taire et de laisser parler les barbares ... ).
3. Cicéron, De Oratore, II, 94; Brutus, 32; Orator, 40.
PO LIT IQU E ET ÉTHIQU E D ANS LA GR:bCE DU IVo SI ÉCLE AVA NT J ÉSUS CHRIST 105
4. Antídosis, 93-94; 224. Toutes les citations, dans cette note et dans les
suivantes, sont faites d'apres le texte des Discours d'Isocrate de la collec. Budé
(Paris, Les Belles Lettres, 1956-66). Les traductions d'Isocrate, elles aussi, sont
des extraits du texte de cette éclition.
106 MARIA HELENA URENA PRIETO
5. Pour plus de détail sur la vie d'Isocrate et de ses idées, voir: G. Mathieu,
Les Idées Politiques d'Isocrate, Paris, Les BeBes Lettres, 1966 (11925); idem, Intro-
duction (in Isocrate, Discours, tome I, Paris, Les Belles Lettres, 1956); W. Jaeger,
Paideia, Die Formung des griechischen Menschen, 11936. Ce livre a plusieurs éditions
allemandes et est traduit en plusieurs langues; la traduction portugaise a été
publiée par l'Éd. Aster, s. d.
6. Isocrate, Paneg., 53, 76-81 et passim; Philippe, 146-148 et passim.
7. Thucydide, Oraison Funebre prononcée par Péricles, II, 7, 41. Dans ce
passage, l'historien appelle Athenes «l'éducatrice de la Grece». L'Antiquité lui
attribuait aussi la phrase: «Athenes est la Grece de la Grece».
POLITIQUE ET ÉTHIQUE OANS LA GRECE OU IV· SIECLE AVANT JÉSUS CHRIST 107
253 Ii faut dane avair sur la parole la même apmlOn que sur les
autres aeeupatians, ne pas juger différemment les ehases semblables
et ne pas mantrer d 'hastilité cantre celle des facultés naturelles de
l'hamme qui lui a valu le plus de bien. En effet, camme je l'ai déjà
dit, de taus nas autres caracteres aucun ne naus distingue des animaux.
Nous sommes même inférieurs à beaucoup sous le rapport de la
rapidité, de la force, des autres facilités d'action. 254 Mais, parce
que nous avons reçu le pouvoir de nous canvaincre mutuellement
et de faire apparaitre clairement à nous-mêmes l'objet de nos décisions,
non seulement nous nous sommes débarrassés de la vie sauvage, mais
nous nous sommes réunis pour construire des villes; nous avons fixé
des lois; nous avons découvert des arts; et, presque toutes nos inven-
tions, c'est la parole qui nous a permis de les conduire à bonne fino
255 C'est la parole qui a fixé les limites légales entre la justice et
l'injustice, entre le mal et le bien; si cette séparatian n'avait pas été
39. On trouve des contradictions parlois dans le même discours. Voir, par
exemple, le Panathéna'ique, 117-118, ou l'auteur préfere la survivance, bien qu'alliée
à l'injustice, et, ibidem, 185, ou il préfere la défaite avec justice à la victoire
injuste ...
40. W. Jaeger, Paideia, Liv. IV, Cap. III (Éducation politique et idéal panhél-
lénique).
41. Antid., 253-257.
POLITIQUE ET ÉTHIQUE DANS LA GRf::CE DU IV· SmCLE AVANT J ÉSUS CHRIST 113
établie, nous serions incapables d'habiter les uns pres des autres.
Cest par la parole que nous confondons les gens malhonnêtes et que
nous faisons l'éloge des gens de bien. C'est grâce à la parole que nous
formons les esprits incultes et que nous éprouvons les intelligences;
car nous faisons de la parole précise le témoignage le plus sur de la
pensée juste; une parole vraie, conforme à la loi et à la justice,
est l'image d'une âme saine et loyale. 256 C'est avec l'aide de la
parole que nous discutons des affaires contestées et que nous pour-
suivons nos recherches dans les domaines inconnus. Les arguments
par lesquels nous convainquons les autres en parlant, sont les mêmes
que nous utilisons lorsque nous réfléchissons; nous appelons orateurs
ceux qui sont capables de parler devant la foule, et nous considérons
comme de bon conseil ceux qui peuvent, sur les affaires, s'entretenir
avec eux-mêmes de la façon la plus judicieuse. 257 En résumé, pour
caractériser ce pouvoir, nous verrons que rien de ce qui s'est fait
avec intelligence, n'a existé sans le C011cours de la parole: la parole
est le guide de toutes nos actions comme de toutes nos pensées;
011 a d'autant plus recours à elle que l'on a plus d'intelligence.
42. Cf. supra, note 31. On trouve une bibliographie abondante dans le livre de
Mario Praz: Studies in seventeenth-century imagery, Roma, Edizioni di Storia
POLITIQUE ET É TI-IlQUE DANS LA GRl?CE DU IVo SIECLE AVANT JÉSUS CHRIST 115
e Letteratura, 1975. Utile aussi la consultation de: Yves Giraud et alii, L'Emb/eme
à la Renaissance, Paris, Société d'Édition d'Enseignement Supérieur, 1982.
43. CC au sujet de l'emblématique espagnole: Giuseppina Leda, Contributo
allo Studio della letteratura emblematica in Spagna (1549-1613), Pisa, 1970; Aquilino
Sánchez-Pérez, La Literatura Emblematica Espanola (siglos XVI e XVII), Madrid,
Sociedad General Espafiola de Libreria, S. A., 1977.
Voir aussi mon article: «O 'ofício de rei' n 'Os Lusíadas segundo a concepção
clássica», in Actas da IV Reunião Internacional de Camonistas, Ponta Delgada, 1984.
44. Emblemata centum regio-politica, Madrid, D. Garcia Morras, 1653. Voir
aussi: F. Javier de Ayala, Ideas Politicas de Juan de Solórzano Pereira, Sevilla, 1946.
116 MARIA HELENA URENA PRIETO'
d'en augmenter la valeur tandis que nous restons sans secours vis-à-vis de nous-
mêmes pour acquérir la vertu. Au contraire, pense que l'éducation et l'application
sont capables plus que tout d'améliorer notre nature.»
48 . Cf. Isocrate, Aréopagitique. Ce discours tout entier est un éloge de l'inté-
grité et de l'indépendance morale des magistrats de l'Aréopage.
49. Cf. Isocrate, A Nicocles, 13: «Ne t'imagine pas que tu doives ignorer aucun
des poetes célebres ou des maitres de la sagesse; deviens l'auditeur des premiers
et le disciple des seconds; ". »
118 MARIA HELENA URENA PRIETO
54. Idem, ibidem, 24: «Prouve ton amour de la guerre par ton savoir et par
ton entrâInement, ton amour de la paix, par ton refus de tout avantage injuste.»
120 MARIA HELENA URENA PRIETO
GRAVURE 1
Frontispice de l'éd. D'Alciati de 1661.
POLITIQUE ET ÉTHIQUE DANS LA GRí;CE DU IV· SIí;CLE AV ANT JÉSUS CHRIST 121
I GRAVURE 2
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122 MARIA HELENA URENA PRIETO
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GRAVURE 3
POLITIQUE ET ÉTHlQUE DANS LA GRtCE DU I VC SIECLE AVANT JÉSUS CHRIST 123
GRAVURE 4
(Página deixada propositadamente em branco)
IL CONTRIBUTO DEL SECOLO XIX
AL PROGRESSO DEGLI STUDI CLASSICI
G. PASCUCCI
Università di Firenze
americani, che rispecchia nel titolo opere famose, realizzate nell'età eroica
della filologia classica, ii peJ:1iodo umanistico, quando in ristrettissime
cerchie si condussero a ter:mine lavori, che oggi esigerebbero una coope-
razione internazionale. Ma iI suo piano ideato daI Wolf, aI principio
dell'800, sostenuto nel corso deI successivo cinquantennio daI fervore
di Mommsen, e progettato da Karl Helm (1809-1882), in collaborazione
eon Ritsehl e Alfred Fleckeisen (1820-1899), comincià a prender corpo
soltanto dopo il 1883 per iniziativa deI basiIeese Eduard Wülfflin (1831-
1906), che appunto in quell'anno fondà la rivista, daI Htolo significativo
Archiv für lateinische Lexicographie und Grammatik mit Einschluss der
iilteren Mittellateins aIs Vorarbeit zu einen Thes. L. Lat.; e il suo pro-
gramma, diversamente da ogni altra consimile opera, comportava l'inclu-
sione della cosidetta 'infima Iatinitas', vale a dire non solo il paziente
e minuto scandaglio di tutta la latinità dalle origini agli Antonini, ma
anche degli scrittori piu importanti sino aI VII sec. d. Cr.
ln questa atmosfera di fervoroso entusiasmo per l'antichità si deve
anche accennare alla collezione di testi piu ampia e piu nota, la Biblio-
theca scriptorum Graecorum et Romanorum Teubneriana, .pubblicata
a Lipsia sin daI 1824, in seguito alle istanze di Franz Passow (1786-1833),
tuttora instancabilmente volta a rinnovare le sue edizioni e ad ampliare
di continuo la sua già vastissima dotazione di testi: ad essa per tutto il
sec. XIX non si puà oontrapporreche la francese Scriptorum Grae-
corum Bibliotheca, cou traduzione latina, pubblicata a Parigi dall'editore
Ambroise Fermin Didot, sotto la direzione di Désiré Nisard (1806-1888)
e con la collaborazione deI tedesco Friedrich Dübner (1802-1867).
D'altra parte la consuetudine eon l'attività editoriale d'alto livello
promosse anche l'al1estimento di vocabolari particolari di singoli autori,
dove tutti i termini che compaiono in un dato scrittore (e i relativi
passi che li contengono) vengono o semplicemente registram (Indiei,
Concordanze) od anche distinti nella speeiale accezione semantica, cioé
sottoposti ad una prelimiri.are interpretazione sulla base deI contesto
che li ospita (Lessioi) . II nostro secolo ha continuato in gran parte
sulla traccia segnata, ma quando - neU'ultimo ventennio - ha voluto
rinnovare pTodotti antiquati o colmare precedenti lacune, giovandosi
di sofisticati sistemi alla moda, non ha saputo forniroi che 'indici'.
L'Ottocento, infiue, fu iI seooLo che, grazie anche aI progresso delle
comunicazioni e rdazioni fra i popoli, ha favorito il sorgere e molti-
plicarsi di pubblicazioni periodiche, contenenti sotto forme di memorie,
articoli, indicazi(jUi e resoconti bibliografici i nuovi contributi all'inda-
gine deI mondo antico, le polemiche e i dibattiti, le disoussiohi e inter-
lL CONTRIBUTO DEL SECOLO XIX AL PROGRESSO DEGLI STUDI CLASSICI 133
EUGEN CIZEK
Université de Bucarest
1. Voir à ce propos Alex Mucchielli, Les mentalités, Paris 1985, pp. 5-7, 17-22,
93 , 102, 116.
2. Alexandru Dutu, Literatura compara ta # istoria mentalitatilor, Bucarest
1982, pp. 19, 55, 89, 97-98, 109, 114, etc.
3. Sur la «longue durée», voir Fernand Braudel, Ecrits sur l'histoire, Paris 1969,
pp. 11-61, 112-115, 137-139, etc.
4. Sur l'outillage mental en général, voir Robert Mandrou, La France aux
XVII' et XVIII' siecles, Paris 1967, pp. 289-290; Jacques Le Goff, Les mentalités:
une histoire ambigue, Paris 1974, pp. 82-90; Alexandru Dutu, op. cit., pp. 19, 55, 97,
109-114. Signalons qu'on appelle aussi les composantes de cet outillage mental
«objets nodaux» ou catégories d'objets essentiels de référence et de positionnement:
à ce propos Alex Mucchielli, op. cit., pp. 17, 25-28, 114.
10
146 EUGEN CIZEK
5. A ce sujet, voir Vasile Pârvan, Scrieri, texte établi par Alexandru Zub,
Bucarest 1981, pp. 365, 383-385, 411.
6. En effet, vers la fin du I" siecle de notre ere, surgit à Rome le mythe
du bon sauvage. A ce propos, voir Eugen Cizek, L'époque de Trajan. Circonstances
politiques et problemes idéologiques, Bucarest-Paris 1983, pp. 122-123.
7. Sur les valeurs en général, voir A. Mucchielli, op. cit., pp. 9-22, 35-37, 74, 81-89.
Pour ce qui est des rapports entre les mentalités et l'idéologie, voir Femand Dumont,
Les idéologies, Paris 1974, pp. 7-11; Jean Baechler, Qu'est-ce que l'idéologie, Paris
1976, pp. 11-27.
POUR UNE NOUVELLE HISTOIRE DE ROME 147
8. Quant aux structures historiques et à leur rôle, voir Eugen Cizek, Despre
diacronie, sincronie si dialectica schimbiírii, in Rev. de Filozofie 27, 1980, pp. 423-427.
148 EUGEN CIZEK
*
* *
10. Voir à ce propos, René Martin· Jacques Gaillard, Les genres littéraires
à Rome, 2 tomes, Paris 1981, I, pp. 7-23.
152 EUGEN CIZEK
Qui plus est, certains genres étaÍlent plus sensibles à l'égard des aptions
et des controverses littéraires, qui en découlaient, tandis que d'autres
demeuraient plus au mains étoongers aux défis stylistiques. Les optians
stylistiques, les débats, qui s'y rattachaient, affectaient eu principal
les genres prétendument nables, tels oeux relevant de l'art orataire,
de la tragédie, de l'épopée, même de la poésie lyrique. Au contraire, la
littérature satirique et parasatirique, comme la satura, l'épigramme
à portée satirique, la fable etc. demeuraient tres souvent en dehors de
ces options. L'historiagraphie, eHe, jauissairt d'une évidente autanamie
stylistique. Ce qui fait que souvent les histariens n'adhéraient à aucun
courant littéraire.
Jadis Augusta Rastagni estimait que les Ramains avaient une dispo-
sitian naturel1e au romantiSlIlle 11. Paurtant, à natre sens, ce sont le
classicisme et l'expressionnisme les camants et les démarches styl.istiques
les plus adéquats aux mentalités, à l'horizon d'attente des Romains. Le
c1assicisme, en raisan de la prapension des Ramains au pragmatisme
et ,a u constructivisme, à leur gaut de l'équilibI1e, des explications ratian-
neUes des faits, à leur logique rigoureuse. L'expressionnisme, du fait
de sa capadté de répandre à d 'autres zones de l'univers mental des
Romains, aussi vivantes que celles dont relevent les traits, que naus
avons mentionnés dans la phrase antérieure. II est question de leur
indination à une expression intense des sentÍments, même à la violence,
füt-ce dans les zones du comique au ailleurs. Au demeurant, le théâtre
populaire et oral des ltaliens antiques était nettement expressianniste .
De sUI1crolt, à notre avis, la lütérature latine débuta saus le signe de
l'expressionnisme, si bien que la praduction littéraire romaine préclas-
sique a été impregnée par des éléments expres·s ionnistes. Une véritable
arienta:tian à un expressionnisme bien net peut être décelée dans la
faule des écrivains archa'iques, orientation qu'avaient illustrée les
plume s de Naevius, Plaute, Catan et Accius . Paur leur part, étant
taujours plus au moins expressionnistes, Térence et Ennius préparaient
en même temps le classicisme.
Lucrece est lui aussi marqué par l'expressiaunisme, taut en frayant
largement la voie aux filans classiques, eu train de se manifester dans
H. BAUZA
Universidad de Buenos Aires
ABSTRACT
1. CONSIDERACIONES GENERALES
3. Cf. Disandro, Sentido POlítICO de los romanos, Buenos Aires, 1970, p . 10 ss.
4. Jules César, Paris, P. U. F., 1968, p. 566.
5. III 15.
6. «Los hombres, en efecto, han sido creados según esta ley, para que admi-
nistraran aquel globo que tú ves en medio de ese templo que se denomina tierra».
160 H. BAUZÁ
8. Ad hoc, cf. P. J. 'Walsch, Livy. Ris Ristorical Aims and Methods, Cambridge,
1963, esp. cap. IV.
9. Le siecle des Scipions. Rome et l'hellénisme au temps des guerres puniques,
Paris, Aubier, 1975.
11
162 H. BAUZÁ
difícil para las huestes germânicas dominar la capi,t al. Esas guerras
intestinas, agravadas por luchas de clases, implicaron un cambio de
actitud mental que según opina Rostovtzeff 12, fue detemninante de la
caída deI imperio. Respecto de esa caída, el mencionado romanista
ruso refiere que la evolución y el desmembramiento deI mundo antiguo
tienen para nosotros una lección y una advertencia.
Los mooievales expusieron una exégesi,s cristiana según la cual la
caída era una suerte de castigo divino infligido a Roma por haber
perseguido la nueva fe.
Polibio, aI eX!poner su doctrina de la anakykZosis política, aI inscribir
a Roma en e! ciclo de las edades, había sugerido que la ruina deI
imperio era una circunstancia inevitable implícita en el dérouZement
histórico.
Los humanistas de los siglos XV y XVI no hablan de una brusca
caída, sino de una lenta inclina tio imperii ('declinación deI imperio'),
ligada fundamentalmente a causas morales y políticas. Pesa en ellos
la perspectiva de los estoicos - sustentada también por Cicerón-
para quienes el atisbo de la decadencia de Roma se aprecia en el envi-
lecimiento de las costumbres y en lo que denominan ausencia de
grandes hombres.
En 1576, cuando se recordaba otra nueva centuria de la caída de
Roma, Lowenklav, aI hacer una exégesis apologética de la Historia noua
de Zósimo, interpretó que el Cristianismo fue la causa determinante de
la caída deI Imperio. Su tesis 13 fue retomada más tarde po,r Gibbon
en su History of the Decline and FaU of the Roman Empire, aparecida
dos siglos más tarde, es decir en 1776.
Lowenklav, desarrollando una suerte de filosofí,a de la historia
habla de los tempora fataZia mediante los cuales, acol'de con la con-
cepción cíclica y, en consecuencia, fatalista de! mundo antiguo, se
muestra sensible aI drama de la disgregaciÓll y caída de pueblos y
culturas. Ve que Roma no podía, por tanto, escapar de tal cosmovisión
y considera que el Cristianismo, en suataque contra el culto oficial
deI Imperio, socavó radicalmente los pilares religiosos deI orbe romano
y, por tanto, también los políticos.
A la sazón, la sociedad era esclava deI estado y el Cristianismo
ofrecía aI hombre esperanza, creencia y una particular concepción de
14. Ad hoc, cf. · F. Cumont, Le religioni orientali nel pagane~imo romano, Bari,
Laterza, 1967, p. 19.
ROMA Y EL DESTINO DE OCCIDENTE 165
18. Comentados por Norden, P. Vergi1ius Maro Aeneis Buch VI, Darmstadt,
WB, 1981, i.1 y por R. Schilling, en «Tradición e innovación en el canto VI de la
Eneida de Virgilio» , en Virgilio en e1 bimi1enario de su muerte, comp. por H. F. Bauzá,
Buenos Aires, Parthenope, 1981, p. 140 y S.
ROMA Y EL DESTINO DE OCCIDENTE 167
atenção especial ao mais famoso dos seus genros, a saber, João Rodri-
gues de Sá de Meneses. Essa carta, em conjunto com uma obra do
próprio Sá de Meneses, de que adiante falarei, permitiu acabar de vez
com a lenda de que o célebre alcaide-mor do Porto fora discípulo de
Ângelo PolioialIlo, em Flovença.
A mesma carta, em confronto com o curriculum vitae de D. Diogo
de Almeida, coloca-nos em plena aventura guerreira da Graciosa, a
fortaleza que D. João II tentou construir em Africa «sobre o rio, acima
de Larache» e teve de abandonar. Apesar de se ter cifrado numa
derrota par.a os portugueses, a retirada da Graciosa foi conduzida com
tanta coragem e sangue-frio que o prestígio do Rei se viu acrescido,
não obstante o insucesso. Na correspondência de Cataldo e em cartas
diferentes enoontram-se dois dos heróis da Graciosa, D. Martinho Castelo
Branco e D. Diogo de Almeida. A carta ' referente a este úLtimo é diri-
gida ao papa Inocêncio VIII, falecido em 1491, e versa a existência
heróica de D. Diogo de Almeida, futuro prior do Crato, que se estreou
nas armas, combatendo aos 15 anos de idade em Africa, ao lado de
D. Afonso V.
A propósito do cerco da Graciosa pelas tropas incontáveis dos
Mouros e da ,r esistência da pequena força de elite portuguesa, de 1.500
homens, que se encontrava dentro, Cataldo escreve na carta referente
a D. Martinho Castelo Branco: «Se este feito tivesse sido praticado no
tempo dos Romanos, sobre ele teriam composto os autores uma longa
história.» Passava-se ,isto em 1489. O espírito que levará a Os Lusíadas
começou em Portugal na Uteratura NovilatÍ!I1a.
A carta ao Papa Inocêncio VIII, redigida por Cataldo em latim,
em nome de D. Diogo de Almeida, foi traduzida por Franoisco Rodrigues
Lobo e publioada por Ricardo Jorge, a parnir de um manuscrito que se
encontm no Museu Britânico. Pode ler-se em Cartas dos Grandes do
Mundo de Ricardo Jorge, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1934.
O ambiente histórico do final do séc. XV é ainda pintado em outros
escritos em latim 1iterário, como as orações de obediénda ao Papa.
Uma oração de obediência era pronunoiada, sempre que mudava
o Rei, normal,m ente por falecimento do anterior, ou sempre que um
novo Papa era eleito, também por motivo idêntico.
Do final do século XV, possuímos várias orações: a do Dr. Vasco
Fernandes de Lucena, em 9 de Dezembro de 1485, em nOlIlle de
D. João II, ao papa Inocêncio VIII; a do bispo de Ceuta, D. Fernando
de Almeida, ao papa Alexandre VI, em nome de D. João II, na derra-
deira metade de 1493.
LITERATURA NOVILATIN A E M PORTU GA L ENTR E 1485 E 1537 175
12
178 AMÉRICO DA COSTA RAMALHO
II
III
IV
v
Finalmente, Diego José Abad fue el autor deI poema qmzas más
importante de esa generaoión. Con el paso de los anos, sin embargo,
ese poema que trató de la eternidard, me parece que ha tomado una
dimensión más modesta de la que le tributaron sus leatores italianos
y mexicanos de su tierrnpo. Quizás ahora lá Rusticatio Mexicana ha
alcanzado un esplendor mayor, porque alienta en él una vida mexicana
que sigue siendo nuestra, que sigue fiel a nuestros pueblos y nuestros
paisajes. En el poema de Diego José Abad, en cambio, Dios va escOll-
diéndose cada vez más, y posiblemente no sólo en el México deI poema,
sino en nuestl'O mtmdo contemporáneo. Su lenguaje es más lejano,
más inocente, a veces, menos escrupulosamente moderno. Pero es indu-
dable que sus cantos contienen la más intensa prueba de la nostalgia
mexicGÍJna por la eternidad. .
Este poei:na, conocido en México como Poemá Heroico, que em latín
tituló su autor de Deo H eroica y que sus conteinporánoos designaram
sin más como Poema, se compone de XLIII cantos, todos de más de
cien versos y aJgunos, como el canto XLII, de más de setecientos.
Se trata de un poema inrnenso, pues, de más de seis mil hexá.rnetros
latinos. Aparte de este poema, Diego José Abad, que había nacido en
Jiquilpan, Michoacán, en el afio de 1727, se empenó en la traoocción
190 CARLOS MONTEM A YOR
Atrayentes son los versos en · que Abad apunta que en todas las
cosas mudables deI oielo, la ti erra y los mares, es posible ver las huella's
de la niebla y la oscuridad de la nada de que surg.ieran:
VI
Hasta aquí, los poemas. Ahora, una pregunta: el humanismo de
estas hombres, (en qué sentido fue universal? Creo que en el lazo
de culturas hasta ese momento distantes: Las indígenas y la europea.
Fue universal en su capacidad de servir a la oreación de un nuevo
país. Su humaniS>ffio no fue reooger viejos poemas o conodmientas,
ongmar una nueva literatura, imponer una cultura «univeI1sal» sobre
culturas regionales: fue abrirse a cultuI1as de las que nada su país,
192 CARLOS MONTEMA YOR
13
194 GLADSTO'NE CHAVES DE MELO'
Les vrais classiques sont ceux chez que l'influence grecque et l'esprit
national se balancent dans un exact équilibre, qui, coinme Ciceron,
Virgile et Horace, possedent une forme exquisse sans manquer d'idées
sérieuses, qui sont des artistes sans cesser d'être Romains.
(Histoire de la Lit. Latine, p. 40)
.~ *
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*
* *
Machado de Assis andou constante 'nos jornais da Corte, depois
nos da República. Aí publicou poemas, folhetins (mais tarde recolhidos
em romances), contos, ensaios, crítica literári,a e teatral, crônicas.
Comentou acontecimentos do Brasil e do mundo, com muita liberdade,
chiste e humor.
Deste cronista disse muito bem outro mestre da crônica:
São gostos, são costumes. De mim confesso que tal é o medo que tenho
de ser enterrado vivo, e morrer lá em baixo, que não recusaria ser
queimado cá em cima. Poeticamente a incineração é mais bela. Vede
os funerais de Heitor. Os troianos gastam nove dias em carregar e
amontoar as achas necessárias para uma imensa fogueira. Quando
a Aurora, sempre com aqueles seus dedos cor de rosa, abre as portas
ao décimo dia, o cadáver é posto no alto da fogueira, e esta arde um
dia todo. Na manhã seguinte, apagadas as brasas, com vinho, os lacri-
mosos irmãos e amigos do magnânimo Heitor coligem os ossos do
herói e os encerram na urna, que metem na cova, sobre a qual erigem
um túmulo. Daí vão para o esplêndido banquete dos funerais no palácio
do rei Príamo.
Bem sei que nem todas as incinerações podem ter esta feição épica;
raras acabarão um livro de Homero, e a vulgaridade dará à cremação,
como se lhe chama, um ar chocho e administrativo.
(p. 280)
*
* *
Quanto ao segundo e ao terceiro itens justificadores da atitude
clássica de Machado de Assis, dispenso-me de comprová-los, seja pela
extensão do que foi posto aqui, seja por já terem ficado obliquamente
documentados. Eu acrescentaria somente que, apostado sempre em
testemunhar a civilização do universal, ele, com extrema freqüência,
traz à colação a Bíblia, Antigo e Novo Testamento.
Atrás ficou dito que a «mania» grega de Machado o acompanhou
até os últimos dias. Permito-me transcrever um trecho de preciosa
carta escrita a Mário de Alencar em 21 de janeiro de 1908, quase exata-
mente oito meses antes da morte, ocorrida a 29 de setembro. Aí, o
mestre incentiva muito o «querido amigo» a prosseguir na preparação
e feitura de um projetado poema, em versos brancos, Prometeu.
E acrescenta:
*
* *
E, para terminar com chave de ouro, esta «confissão» de quatorze
anos antes, numa crônica do Diário de Notícias, 11 de novembro de 1894,
comparando acontecirmentos da Bahia com os da Grécia contemporânea:
BIBLIOGRAFIA
ASSIS, J. M. Machado de. A Semana. Edição coligida por Mário de Alencar. Rio de
Janeiro-Paris, Livraria Garnier, 1910.
--o Dom Casmurro. Apuração do texto, revisão, introdução e notas por Maxi-
miano de Carvalho e Silva. S. Paulo, Edições Melhoramentos, 1966.
--o Obra Completa. (... ) 3 volumes. Rio de Janeiro, Companhia José Aguilar
Editora, 1971, 1972, 1973.
CERIANI, Grazioso et alii. HeresIas do nosso Tempo. Prefácio de Dom Giovanni
Rossi. (Tradução portuguesa de Antônio Marques). Porto, Livraria Tavares
Martins, 1956.
COHEN, Gustave. La grande clarté du Moyen Age. Paris, Gallimard, 1945.
FEBVRE, Lucien et alii. Civilisation, le mot et l'idée. Paris, Le Renaissance du
Livre, 1930.
FRANCA, Leonel. A Crise do Mundo Moderno. Rio de Janeiro, Livraria José Olímpio
Editora, 1941.
PICHON, René. Histoíre de la Ltttérature Latine. Paris, Librairie Hachette, 1947.
(Página deixada propositadamente em branco)
MODOS DE PRESENÇA DA FILOSOFIA ANTIGA
NO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO
14
210 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
2. A. M. Klaus Mueller, «Zeit und Evolution» in: G. Altner, Hrsg., Die WeU
aIs offenes System, Eine Kontroverse um das Werk von Ilya Prigogine (Frankfurt/M.
1986), p . 125.
3. J. Moltmann, "Verschraenkte Zeiten der Geschichte. Notwendige Differen-
zierungen und Begrenzungen des Geschichtsbegriffs» in: H. Kueng/D. Tracy, Hrsg. ,
Das neue Paradigma von Theologie. Strukturen und Dimensionen (Zürich-Gütersloh
1986), p. 9.
4. E. Bloch, Das Prinzip Hoffnung (Frankfurt/M. 1959), p . 7.
5. J. Moltmann, o. C., pp. 91-92.
6. Agostinho, Confissões , XI, 20, 26.
PRESENÇA DA FILOSOFIA ANTIGA NO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO 211
narra com em.oções, convencid.o de que v,ê e dá forma a algo novo 25.
Como expressão última da complementaridade, B. Snell julga toda a
obra mesmo perfeita afectada de algo particular, que exclui .outra obra:
«A grandeza, que a épica pode dizer nã.o é apenas diferente da da tra-
gédia mas é-Lhe precisamente .oposta; o mesm.o vale para todos os
géner.os e estilos literários e artísticos e para todas as formas de vida» 26.
Também d.o ponto de vista histórico, quem diz em arte ou em poesia
algo de n.ovo, pode «pôr fora de moda» o antigo em virtude da parti-
cularid~de que o afectou, mas de modo algum p.ode ferir a sua gran-
deza, agora redescoberta e sentida como actual. O novo, pela particula-
ridade que o persegue, pode ser também superado e, por isso, torna-se
inevitável o recurso a.o mais antig.o TI. A grandeza nasce com a n.ovidade
originária da vida e é-lhe directamente proporcional, enquanto a parti-
cularidade é o sistema das possibilidades de cada grandeza e n.ovidade
históricas. As diferenoiações, que na história do h.omem e da natureza
tendem para uma particularização cada vez maior, só pela inserção
no todo, a exempl.o dos Gregos, podem ser complementadas 28. O esque-
cimento da visã.o helénica da totalidade, expressa em termos como
natureza, veI'dade; liberdade, just,i ça e beleza impede a ordem saudável
do mundo e, por isso, é necessário concretizar nos extensos domínios
da vida o conteúdo abstracto daqueles termos, pois, com.o diz Goethe,
«o que herdaste dos teus antepassad.os, adquire-o para o possuires» 29.
A esta convergência do físico nuclear W. Heisenberg e do filólogo
B. Snell, que pmtica na leitura dos textos da Antiguidade a comple-
mentaridade da Física de Niels Bohr, junta-se o testemunho de Kurt
von Fritz sobre a relevância para Ü's nossos dias da filosofia social e
política da Antiguidade 30. Nesta contribuição, as carências do séc. XX
como tempo de penúria tornam-se também modos singulares de pre-
sença da Antiguidade ausente e um lugar de inserção do potencial
crítico do passado. Kurt von Fritz ordena assim a problemática do seu
trabalho:
37. Id., o. p. 9.
C.,
38. Id., o. pp. 10, 12, 13.
C.,
39. Id.,o. C., p . 11.
40. Id.,o. C., p.lS.
41. Aristóteles, EN 1119 b 26 sS.; 11.19 a 19 sS.; 1123 b 17; 1131 a 24 sS.; 1164 a 22 ss.
42. Kurt von Fritz, o. C., p. 17.
PRESENÇA DA FILOSOFIA ANTIGA NO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO 219
mas a da «alma que pode de algum modo ser todas as coisas» e que Tomás
de Aquino . comentou nestes termos: «Secundum esse immateriale ...
res non solum est id, quod est, sed quodammodo alia» 90. Ser as outras
coisas para além de si mesmo é estar aberto aos outros e ao mundo,
é estar junto de outrem não por acréscimo ou acidentalmente mas por
relação essencial, manifestada na intencionalidade dos nossos actos de
conhecimento, de vontade e de sentimento, em que o outro é o termo,
o conteúdo e a actualidade do nosso ser cognoscente, volitivo e afec-
tivo 91. Como a alma aristotélica, o Àóyoç do diálogo platónico só era
na relação ao outro, na intersubJectividade e na reciprocidade, fora
das quais se tornaria «ilógico» 92 . Sepultada sob o peso do solipsismo
na dupla vertente racionalista e naturalista, a relação comunicativa
emerge lentamente do esquecimento em virtude da acção persistente
de uma série de pensadores, que vão de F. H. Jacobi, Hegel, W. von
Humboldt e Fichte a Feuerbach, Karl Marx, P. Leroux, E. Husserl,
K. Jaspers, M. Ponty e M. Heidegger 93. t, porém, no «pensamento
novo » de M. Buber, F. Rosenzweig, F. Ebner, E. Grisebach, E. Levinas,
G. Marcel, etc. que, após a Primeira Grande Guerra, renasce com traços
originais a relação dialógica, que Platão praticara e de que nos legou
um testemunho escrito nos seus diálogos . Já não é a consciência pura
nem o eu infinito do Idealismo que interessam, em primeiro lugar,
estes pensadores, mas o eu concreto e limitado, que fala e o tu como
seu horizonte transcendente, não é a constituição dos objectos e dos
outros mas a correlação e a reciprocidade que mantêm o distancia-
mento perante o mundo e perante os outros exigido pela diferença,
não é o monopólio do solipsismo mas a participação dos interlocuto-
res, não é o peso bruto do «en-soi» das coisas mas a «relação» e o
«entre », que diferenciam e unem o homem, não é o pensamento da
solidão silenciosa mas a linguagem da comunhão e do encontro. Uma
nova temática invade o campo da filosofia: o homem é ser-com-outros,
o estranho é próximo e irmão, a ttica é social, a consciência é soli-
dária do sofrimento e da alegria, da justiça e da injustiça dos outros,
90. Tomás de Aquino, ln Anstotells De Anima, lib. II, lect. 6, ed. A. M. Pirrota
(Taurini 1956), p. 101, n. 263.
91. M. B. Pereira, Filosofia e Crise actual de Sentido, I (Coimbra 1986), p. 52.
92. Cf. R. Marten, Der Logos der Dialektik. Eine Theorie zu Platons Sophistes
(Berlin 1965), pp. 7-44.
93. M. B. Pereira, o. C., pp. 81-92; M. Theunissen, Der Andere. Studien zur
Sozialontologie der Gegenwart (Berlin 1965).
226 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
103. eh. Perelman, «Betrachtungen über die pr aktische Vernunft» in: Zeitschrift
für philosophische Forschung 20 (1966), p . 221.
104. Id., «La Regle de Justice» in: Dialectica 14 (1960) , p. 238.
105 H.-G. Gadamer, Wahrheit und Methode, Grundzüge einer philosophischen
Hermeneutik 2(Tübingen 1966) , p . 57.
228 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
e o determina do que uma arte formal de bem falar 106. Diferentes nas
correntes que . presidiram ao seu percurso académico, J. Habermas e
K."O. Apel têm em comum traços filosóficos relevantes: primado conce-
dido à linguagem, ·de que a consciência monológica se sente privada;
oposição ao idealismo e à prioridade absoluta da consciência; crítica
ao solipsismo metódico, que acredita na possibilidadede de um regresso
ao singular; defesa da dimensão inultrapassável do ' homem como
ser-com-outros-homens; recusa de um conhecimento e de uma ciência
neutros e crítica a toda a teoria, que vele os interesses reais, que lhe
subjazem; interesse pela emanoipação plena como liberdade consti-
tutiva da essência do homem; defesa da situação ideal do discurso,
do apriori da comunidade de comunicação, de uma pragmática trans-
cendental, de uma comunicação ideal e da ética da lógica 107 . Só numa
situação ideal de fala em que não há qualquer coacção têm os interlo-
cutores direitos iguais e é possível consenso sobre imperativos, nor-
mas, etc., que «todos podem querer» 108. Por isso, J. Habermas considera
ideal toda a situação de fala, «em que se não impedem comunicações
não só através de acções contingentes exteriores mas também por
coacções, que resultam da própria estrutura da comunicação» 109. Uma
comunicação não produz «qualquer coacção apenas quando a todos
os participantes for proporcionada uma distribu.ição simétrica de opor-
tunidades de escolher os seus actos de fala e de os realizar» 110. Esta
situação ideal tem carácter contra-factual, pois não é um fenómeno
empírico nem tão-pouco uma construção mas um pressuposto de todos
os discursos 111. Só uma antecipação da situação ideal de fala garante
que possamos relacionar o consenso obtido com um consenso racional
e dispor de uma instância crítica, que possa problematizar todo o con-
senso realizado e examinar se ele é um indicador suficiente de um
consenso justificado 112.
106. Id., «Hermeneutik aIs theoretische und praktische Aufgabe» in: Rechts-
theorie 9 (1978), pp. 261-262; Id., Rhetorik und Hermeneutik, p. 14.
107. Cf. N. Copray, Kommunikation und Offenbarung. Philosophische und
theologische Auseinandersetzungen auf dem Weg zu einer Fundamentaltheorie der
menschlichen Kommunikation (Düsseldorf 1983), pp. 92-13l.
108. J. Habermas, Legitimationsprobleme im Spiitkapitalismus (Frankfurt i'M.
1973), p. 148.
109. Id., «Wahreitstheorien» in: H. Fahrenberg, Hrsg., Wirklichkeit und
Reflexion Festschrift für W. Schultz (Pfullingen 1974) p . 255.
110. Id., o. C., p. 255.
111. Id., o. C., p. 257.
112. Id., o. C., p. 258.
PRESENÇA DA FILOSOFIA ANTIGA NO PENSAMENTO CONTEMPORANEO 229
113. Aristóteles, EN 1173 a 1 ss.; 1098 b 27 ss.; Metafísica, A 993 30 ss.; Retórica,
1356 aIS.
114. H. Scheit, Wahrheit, Diskurs, Demokratie, Studien zur Konsensustheone
der Wahrheit (Freiburg/MÜllchen 1987), pp. 31-33.
115. J.-M. Domenach, Le Retour du Traglque (Paris 1967).
116. W. Schadewaldt, Antike und Gegenwart, Ober die Tragodie (München 1966).
117. H. Wagner, Asthetik der Tragodie, Von Aristoteles bis Schiller (Würzburg
1987).
118. Id., o. c., pp. 70, 71-112.
119. M. MüIler, «Unsinn und Sinn oder eine philosophische Reflexion auf das
europaische Phanomen des Tragischen» in: Der Kompromiss oder vom Unsinn
und Sinn menschlichen Lebens (Freiburg/MÜllchen 1980), pp. 99-136.
230 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
122. K. Jaspers, Vber das Tragische, Aus dem Werk von der Wahrheit (MÜD'
chen 1952), pp. 14-15.
123. M. Müller, o. C., pp. 109-110.
232 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
P. Ricoeur 142 contra a miragem de uma linguagem fo'r mal, que apenas
compreende o que ela mesma constrói.
Se a terminologia filosófica da Fenomenologia é inacessível sem
os conoeitos de «fenómeno», «logos», «epoche», «redução», «noesis»,
«noema», dados «hiléticos», «eidos», «eidética», ideias, percepção, apo-
dítico, doxa, teoria, oiência, espírito (nous), etc., em M. Heidegger é o
pensamento grego o interlocutor preferencial. A multiplicidade dos
aspectos da obra e da influência de Heidegger e a unidade do caminho
percorrido articulam-se, de modo único, na reLação de Heidegger aos
Gregos. Algo de novo aparece nesta relação sob a fOI'ma de aproximação
e de interrogação crítica do sentido do oomeço grego da filosofia, que
perseguirá este filósofo até aos últimos dias . Anaximandro, Heraclito
e Parménidesnão foram considerados deg:raus da questão metafísica
mas testemunhos da abertura do começo, em que a verdade é o pres-
suposto da rectidão de uma proposição e da mamifestação de cada ser.
A criação grega da Metafísica não é, para Heidegger, um rumo errado
do pensamento mas um calIninho histórico do Ocidente, que, à maneira
de um destino, decidiu e determinou o próprio futuro e, por isso, não é
fora mas dentro da história da Metafísica e das suas tensões imanentes
que Heidegger precisa o sentido da sua pergunta fundamental 143. O livro
de F. Brentano sobre os diferentes s.ignificados do ser em Aristóteles
provocou em Heidegger a pergunta pela raiz desta pluralidade de
significações. Nos primeiros anos de ensino em Marburg, dedicou-se
Heidegger a «interpretações fenomenológicas de Aristóteles», segundo
a afirmação do seu discípulo H.-G. Gadaaner 144. O exame das Lições
sobre Lógica de 1925-26 e do Ser e Tempo podem mostrar o grau de
influência destas interpretações de Aristóteles, que, em primeira inten-
ção, pretenderam destruir as leituras escolásticas, que se sobrepuseram
aos textos originais. Foi sobretudo a rejeição aristotélica da ideia plató-
nica de Bem, a proposta da analogia, o aprofundamento da essência de
q>úO"tC;, o livro VI da Ética a Nicómaco e o livro II da Física que HeicLdeger
criativamente interpretou. Na desvinculação da pergunta pelo Bem,
própria da p:mxis humana, da teoria abstractá do ser e na crítica à
doutrina platónica das ideias a favor do primado ontológico do mo-vi-
mento e da importância da q>ÚO"LC;, Aristóteles é precurso-r do pensamento
II
16
242 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
significa, para Max Planck, que o seu resultado não depende apenas
da individualidade, do lugar, do tempo e das oirclliIls.tâncias do operador
e que, portanto, algo existe «f.ora do observador» e justifica a pergunta
«por uma causalidade real subjacente de facto ao observador» 174.
É lícita a análise positiva das proposições físicas, a distinção entre o
empiricamente comprov,a do e o que ainda o não foi e a eliminação
de preconceitos mas o olhar para o passado oientífico, tão caro ao
Positivismo, é insufioiente para a ciência futura, que exige novas e
criativas constelações de ideias e prob1ematizaçães, que se não deduzem
simplesmente de resultados já obtidos 175. É por isso que o Positivismo
resistiu até ao fim à introdução de hipóteses sobre o átomo e ao
reoonhecimento de oonstantes universais, cuja existência é argumento
a favor de «uma realidade na natureza», que é independente de toda a
mensuração humana», presente ou futura 176. Este mundo real e autó-
nomo, que se estende incomensurave1mente para além da terra e a
que não temos acesso directo mas só mediante sensações e medidas,
esbate o egocentrismo e desperta no homem sentimentos de pequenez
e de impotência ou uma nova fOI'Ina de admimção e de espanto não só
através «da existência e da grandeza das partículas elementares consti-
tutivas do grande mundo na sua totalidade» mas também do «plano
único», que rege essas paI1tioulas ou da «legalidade universal, para nós
até certo ponto cognosdve1», que domina todos os processos da natu-
reZJa m. Esta admiração, desde os Gregos, raíz da filosofia, não tem por
objecto as leis que o homem irmporia 'à natureza mas o universo, que
as transcende e, por iss.o, na leitura de Max Planck, Kant não ensinou
que o homem prescreve simplesmente à natureza as suas leis mas
apenas que o homem «,a o forunular as leis da Natureza, lhe acrescenta
também algo de si próprio» 178, pois, de contrário, seria ininteligível
que Kant se sentisse externamente impressionado e e)Qperienciasse a
mais profunda veneração perante o céu estrelado 179. Depois de exem-
plificar a legalidade da natureza oom o princípio da conservação da
energia, Max PlaJilck refere outra lei «muito mais envolvente» que
possui a peculiaridade de responder claramente e com maior exactidão
186. Sir James Jeans, «ln unerforschtes Gebiet» in H. P. Duerr, o. C., pp. 49-50.
187. Id., o. C., pp. 50-51.
188. Id., o. C., p. 51.
189. Id., o. C., p. 52.
190. Id., o. C., pp. 53-54.
246 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
do meu ambiente, a que chamo mundo ... Tem extensão, certa duração,
cor. (O outro) não pertence ao ml1.'ndo, de que acabo de falar, àquele
mundo, que aparece imediatamente à minha volta, mal eu abro os
olhos ... É uma parte de UJIll mundo, que chamou para si sobretudo
de um modo mediato a minha atenção. Do ponto de vista científico,
a minha mesa consta em grande parte de vazio, entremeado de inú-
meras cargas eléotricas, que com grande velocidade correm de um lado
para outro», não ultrapassando cada uma a biliO'llésima parte do volume
da mesa 197 . De facto, foram os Gregos que introduziram a distância
entre mundo quotidiano e científico através de Leucipo, o primeiro
atomista grego de meados do séc. V a. C., que à visão ordinária das
coisas opôs a sua constituição de vazio e de átomos. Também para
Anaxágoras, o mundo não aparece imediatamente na sua estrutura
interna, pois é um mUJ1do de ã.01]À.~, isto é, do que não vem imediata-
mente à luz (ÕtjJLÇ 'tW\I &.o'lÍÀ.W\I CP~WÓ!.lEWX" B 21 a) e, por isso, o que
aparece, é apenas um aspecto do oculto. Para Demócrito e para os
Pitagóricos, com especial relevo para Arquirtas, os fenómenos são um
ponto de partida necessário para o mundo da cpúcnç, cuja verdade harmo-
niza os aspeotos múltiplos das diferentes percepções, de que partimos.
Por outro lado, uma ciência exacta da Natureza, isto é, fundada na Mate-
mática só foi possível, quando se «acreditou» numa estrutura harmó-
nica, matematicamente simples e transparente do mundo e este pres-
suposto fundamental é o núcleo autêntico do pensamento pitagórico 198 .
Se Sir James Jeans modelou a sua filosofia da ciência pelos diálogos
República e Timeu de Platão, A. Einstein, Prémio Nobel de Física de
1921, desenvolveu a explicação da origem dos deuses e da religião
a partir do medo já eX'plorada por Crítias 199 e enalteceu a exceI.ência e a
ordem admirável da natureza e do mundo do pensamento em contraste
com a negatiV'idade dos desejos e fins do homem. Esta religiosidade
cósmica sem dogmas nem deuses foi vivida por herejes de todos os
tempos, julgados muitas vezes como ateus e algumas COllUO santos e
entre eles figura Demócrito, como sfunbo,lo de religiosidade c6smica,
197. Texto citado por W. Broecker, «Das Hohlenfeuer und die Erscheinung von
der Erscheinung» in: D. Heinrich I W. Schultz I K.-H. Volkmann I Schluck, Die
Gegenwart der Griechen im neueren Denken, Festschrift für H.-G. Gadamer zum
60. Geburtstag (Tübingen 1960), p . 32.
198. Cf. O. Becker, «Die Aktualitãt des Pytagoreischen Gedankens » in: D. Hein-
rich I W. Schultz I K.-H. Volkmann I Schluck, o. C., p . 18.
199. A. Einstein, «Religion und Wissenschaft» in: H .-P. Duerr, o. C., pp. 67-68.
248 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
gunta pelo estatuto. ontológico deste novo objecto da Física NI, o que
pressupõe uma análise do. princípio de causalidade. A necess1idade, que
vincula a causa ao. efeito e, segundo. Parménides, encadeia o ser, é para
Max Bom «um conceito algo místico», cuja natureza metafísica reco-
nhece 208. A sequência necessária de acontecimentos no tempo, que per-
mite prever fenómeno.s futuros, é característica da causalidade física
e funda o detel'l1linismo da máquina gigante do mundo, defendida pelos
físicos do séc. XIX como erradicação definitiva de toda a traça da
Metafísica. Max Bom esclarece a confusão destes físicos, que identifi-
caram causalidade e determinismo : não há relação de dependência
causal na sucessão determinística do sistema ptolomaico, dos círculos
de Copérnico ou das elipses de Kepler mas apenas quando um grupo de
dados «determilIla quantitativamente» (isto é, causa) outro grupo de
dados 209. Na praxis quotidiana do físico, a experimentação é a produção
de deteITIlinadas condições de observação e a observação posterior do
efeito. É precisamente «a relação atemporal entre observação e con-
dição de observação. (aparelhagem), que é o objecto real da Ciência da
Natureza» 210. A Física Clássica praticou de facto. esta relação. de causa
e efeito, mas, ao teorizá-la, confundiu-a indevidamente com o determi-
nismo. Assim, se a nova Mecânica Quântica não admite qualquer inter-
pretação determinística, nem por isso foge à vigência universal do
princípio de causalidade 211. As condições de observação e a própria
observação jamais podem prescindir do observador e, por isso, enquanto
a Fís<ica Clássica pressupôs que os fenómenos da natureza se proces-
savam 'i ndependentemente do facto da sua observação e sem qualquer
relação com ela, a Física Quântica exige que UIIll fenómeno se descreva
e preveja em relação com a espécie bem de finida de observador e de
aparelhagem instrumental. Como a mesma espécie de fenómenos pode
ser observada em separado através de diferentes aparelhos, impôs-se
a ideia da diferença e da complementaridade de to.dos estes aspectos 212.
A geração de A. Einstein, de Niels Bohr e de Max Bom aprendera que o
mundo físico objectivo existe e se desenvolve segundo leis invariáveis
e independentes do homem. Com a Mecânica Quântka, o observador
maior» e, por isso, não nos conduz apenas ao mundo exterior da Física,
o que aconteceria se «a totalidade de uma consciência se reflectisse na
dança das moléculas do nosso cérebro de modo que a determinada
sensação correspondesse detenminada figura dessa dança» 219. Embora
para a Física Atómioa seja uma ilusão a represerutação de objectos
fanliliares, como, v. g. de uma mesa, jamais atingiríamos o conceito
científico e simbólico de mesa, se eliminássemos definitivamente os
sentidos oom suas imagens e ilusões. Também a vida quotidiana do
espírito se prende de representações ingénuas e até de ilusões mas
a faouldade, que as produziu, deve pôr-se «ao serviço das , forças supe-
riores da natureza» do homem, abrir o mundo espiritual e transformar
a esfera da sensibilddade a fim de a harmonizar «com a minha essência
própria» 220. O mundo do espírito não é o mundo simbólico da ciência
em que ninguém habita, mas um mundo habitável do quotidiano, tão
real como o mundo material, apesar de lhe não ser aplicável o conhe-
cimento exacto da ciência. Algo de muito profundo em nós se mani-
festa no as's ombro perante a criação, na expressão da arte, no desejo
de Deus. Dentro de nós deve procurar-se a justificação desta tendência,
que está <<num impulso poderoso, que desponta ao mesmo tempo com
a consciênoia, numa luz interior, que parte de uma força superior à
nossa» 221 e a que a ciência não permanece estranha, pois o desejo
de saber brota precisamente desse impulso, que o espímto deve seguir e
desse perguntar, que não pode ser reprimido. A experiência do per-
guntar abrange toda a realidade, interior e exterior, de tal modo que
nós somos «parte do problema», dotados de «forças espirituais» à pro-
cura de resposta para a pergunta da verdade, que provém do nosso
desejo natura:l de verdade e da «luz que acena de cima» 222. É tão legí-
timo associar um mundo físico real às nossas sensações como «ao
outro lado do nosso ser um mundo espiritual» 223, que apareceu com
capacidade de transformar a estrutura nua do mundo físico na riqueza
da nos's a experiência, como narra a gesta da evolução biológica 224 ,
Este mundo espiritual ou «alma do mundo» 225 carece de formulação
242. Niels Bohr, «Einheit des Wissens» in: H.-P. Duerr, o. C., pp. 139-157.
243. Id., o. C., p. 139.
244. Id., o. C., p. 140.
245. Id., o. C., p. 141.
PRESENÇA DA FILOSOFIA ANTIGA NO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO 255
17
258 MIGUEL BAPTISTA PEREIRA
no séc. I a. C. e talvez ainda hoje haja quem nela acredite 276. f. tão
parado~al a unidade do mundo numa pluralidade de consciências como
a unidade de um espírito numa multiplicidade de sub-espíritos m .
A solução está na incorporação da doutrina oriental de identidade na
estrutura da nossa ciência actual. Todas as consciências são sempre
e apenas uma só como o ser parmenídeo e o seu tempo não é o pas-
sado nem o futuro mas o presente, em que a recordação e a expectativa
se integram, e deste modo Schrodinger retoma o tempo do Timeu 278 .
Esta unidade da conscioência ou espírito contém, como o Uno de Plotino
ou de Prodo, o mundo espaço-temporal, que é uma representação sua
e, por isso, «modelo original e imagem são uma só coisa» 279. Justi-
fica-se a alusão a Berkeley, quando Schrodinger escreve que a expe-
riência nenhuma garantia nos dá de que o mundo seja algo para além
da repI'esentação do Espírito uno. A consciência ou espírito desem-
penha um duplo papel: por um lado é o teatro onde se exibe o acon-
tecer total do mundo ou «o vaso, que encerra tudo em tudo fora do
qual nada há»; por outro lado, sente a impressão, «talvez errónea» ,
da sua vinculação a órgãos especiais, que servem a vida do seu por-
tador 280 . f. como o pintor que se pintasse a si mesmo como figura
secundária no seu quadro ou como o escritor que se identifica com
uma personagem de segundo plano do seu romance. O duplo papel
desconcertante do espírito é criar tudo, como o artista, e ser ao mesmo
tempo uma figura dispensável e ins1ignificante, que se poderá eliminar
sem prejuízo do sentido da obra 281. O que falta, é o espírito no mundo,
pois o homem ainda não conseguiu construir uma imagem do mundo
sem dela -e xpulsar o espírito 282. O espectáculo, que se realiza como
mundo, só tem sentido na sua relação ao espíI'ito que o contempla
mas o que a Ciência da Natureza nos oferece, é a inversão absurda do
primado do espírito, como se o espírito nascesse do espectáculo da terra
e com el,e fenecesse, mala sol arrefecesse e a terra se convertesse em
deserto de gelo e neve 283.
IS
274 MIGUEL BAPTISTA PE REIRA
para quem «O fogo é a matéria primária por que todas as coisas são
constituídas ... , é , ao mesmo tempo, a força impulsionadora, que
mantém o mundo em movimento e podemos, talvez, para chegarmos
à nossa concepção de hoje, identificar fogo e energia» 358. As partículas
da Física Moderna podem transformar-se umas nas outras tão rigoro-
samente como as da filosofia platónica e são «as únicas tormas pos-
síveis da matéria». A energia torna-se matéria, ao transformar-se e ao
manifestar-se na forma de partícula: «Ressoa aqui a relação entre
forma e matéria, que na filosofia de Aristóteles desempenha um papel
tão central» 359.
Nos diálogos travados no Max-Planck-Institut de Munique entre
1961-1965 360 , W. Heisenberg responde a C. F. von Weizsacker que o prin-
cípio platónico «no começo era a simetria» é mui.to mais correcto do
que a tese de Demócrito: «no começo era a paJ1tícula» 361. As partículas
elementares encarmam as simetrias, são uma sequência das mesmas
e a sua apresentação mais simples. Ao falar assim, continua W. Heisen-
berg, «estamos naturalmente já no centro da filosofia platónica. As
partículas elementares podem comparar-se aos corpos singulares do
Timeu de Platão por serem os paradigmas, as ideias da mátéria» 362.
Às considerações de C. F. von Weizsacker sobre a insuficiência da alter-
nativa «sim ou não», «ser ou não-ser», «bem ou mal» para a Teoria
Quântica, que exige respostas complementares, prováveis, com interfe-
rência do «sim» e do «não », responde W. Heisenberg que, de facto,
a divisão, de que falou Pauli, não tem o sentido que lhe deu o Aristo-
telismo, mas o de complementaridade, pois a divisão aristotélica era,
com razão, para Pauli «um atributo do diabo», ao conduzir ao caos
através de uma repetição contínua 363 . A terceira possibilidade exigida
pela complementaridade da Teoria Quântica abre, para W. Heisenberg,
o caminho do mundo real, pois «na Mística Antiga o número 'três' está
vinculado ao princípio divino» e da tríade hegeliana 'tese-antítese-sín-
tese' anuncia-se «que da união entre tese e antítese nasce algo qualita-
388. Id., "Positivismus, Metaphysik und Religion» in: Id., Der Teil und das
Ganze, p. 291.
389. Id., O. C., p. 292.
390. C. F. von Weizsacker, "Parmenides und die Quantentheorie» in: Id., Die
Einheit der Natur 4(MÜllchen 1972) , pp. 466-491.
391. Id., O. C., p. 470.
392. Id., O. C., p. 474.
PRESENÇA DA FILOSOFIA ANTIGA NO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO 287
19
290 MIGU E L BAPTISTA P EREIR A
tem começo nem meio nem fim, não possui qualquer figura recta ou
redonda, não está em lugar algum, não está noutro nem em si, não
está em repouso nem se move, porque estas determinações só seriam
possíveis se o Uno tivesse partes. Na Teoria Quântica, um objecto tem
determinada propriedade, quando esta for de facto encontrada ou
quando existe de antemão um estado em que essa propriedade seja
provável. Porém, não há quaisquer estados, em que um objecto fosse
plenamente determinado quanto à sua situação e movimento, como
diz a relação de indetepminação. Por i,s so, considerado em si, um
objecto quântico é uno sem possuir, ao mesmo tempo, qualquer situa-
ção determinada ou qualquer movimento preciso 411. Justifica-se a per-
gunta pelo modo como estas determinações espaciais acontecem de
facto no objecto quântico. Só pela acção recíproca entre este e outros
objectos se estabelece a dinâmica interna do objecto total, que daqueles
resulta. A medida do objecto quântico relativamente à sua posição e
movimento é dada na acção recíproca entre o aparelho macrofísico
que mede e o objecto microfísico a medir e nesta relação dinâmica
é «necessariamente sacrificada uma parte de informação possível no
ponto de vista da Teoria Quântica sobre o sistema total» e sua unidade.
Por isso, pode dizer-se que «determinações espaciais só são possíveis,
quando se perde uma parte da unidade teorético-quântica» 412. Se apli-
carmos este raciocínio à totalidade do mundo, em que nenhum objecto
está isolado mas em permanente relação recíproca, o mundo será lido
como um objecto teorético-quântico cuja descrição em termos de um
todo espacialmente estruturado com partes actualmente distintas sacri-
fica, por redução, a descrição da unidade quântica, mais rica em deter-
minações do que a sua descrição espacial. Para uma descrição plena
teorético-quântica, que incidisse sobre todas as determinações do mundo
enquanto objecto quântico, ninguém está em situação adequada a essa
descrição nem é, portanto, capaz de receber tais informações. Por isso,
aplica-se à Física Quântica a conclusão de Platão: «Portanto, dele não
haverá nem um nome, nem uma descrição (logos) nem um saber nem
uma percepção, nem uma opinião» (142 a 4). C. F. von Weizsacker for-
mula nestes tepmos o princípio onto-gnosiológico da Teoria Quântica:
«Quanto maior for o objecto do saber que escolhermos, tanto mais
saber não passível de descrição espacial se pode obter sobre esse
III
20
306 MJGUEL BAPTISTA PEREIRA
P. GRIMAL
Université de Paris
*
* *
*
* *
, On voit qu'il existe une grande variété de recherches, certaines
bien engagées, d'autres à peine amorcées, portant sur les grands textes
classiques et leur environnement. C'est un immense chapitre de l'histoire
humaine, de l'histoire de l'esprit humain qui s'ouvre là - ce qui est
plus difficile à saisir que les phénomenes économiques ou politiques,
mais plus profondément significatif.
Pour toutes ces raisons, iI .c onvient d'encourager une étude qui n 'a
pas fini de se montrer féconde.
(Página deixada propositadamente em branco)
REGARDS D'UN HISTORIEN CONTEMPORAIN
SUR LES CULTURES ANTIQUES
JEAN LECLANT
College de France (Pa ris)
21
(Página deixada propositadamente em branco)
LES CAUSES DE LA DÉCADENCE
DES LANGUES ANCIENNES
VIKTOR POSCHL
Unh",rsité de Heidelberg
contacts, aussi utiles que puissent être les traductions de textes anciens,
il faut qu'existe également la possibilité d'accéder immédiatement à
ces textes et de jouir de 1'admirable force originelle des langues
anciennes.
II nous faut des établissements d'enseignement, lycées et univer-
sités, qui puissent réaliser ce programme sous sa fohme optimale. Ce ne
serait d'ailleurs pas un grand malheur si seul un petit nombre d'éleves
apprenaient le latin, et encore moins le grec. II peut arriver que dans
les écoles d'élite - et ces écoles doivent exister et être encouragées
par tous les moyens possibles - un petit nombre d'enfants doués et
curieux d'études deviennent familiers des langues anciennes et qu'en
émanent les forces qui donnent leur empreinte à notre cUllture; des
personnalités ou se jouent harmonieusement toutes les forces vitales,
celles de 1'eSiprit et celles du cceur, qui ressentent la joie d'agir dams
la bonté et la beauté - et la joie éprouvée devant la beauté et la force
d'une langue n'est certainement pas la moins intense.
Nos écoles pourraient cO'lltribuer à ce que ces possibilités devien-
nent réalités. Pour ce faire, iI faut qu'il y ait dans toutes les villes de
quelque importance des endroits ou 1'on puisse apprendre les langues
anciennes dans les textes. II faut qu'il y ait un certain nambre d'écoles,
aussi petit soit-il, ii faut qu'il y ait une équipe d'enseignants et d'éleves
qui maintiennent le potentiel ooucatif des langues anciennes et le
tiennent à la disposition de notre monde. Nous pouvons ici aussi
discerner en Allemagne et en d'autres lieux du monde ocddental des
signes encourageants. II y a chez nous des étudiants extrêmement
doués qui vouent un intérêt passionné aux langues anciennes, qui écri-
vent des theses excellentes sans parler des professeurs de haut niveau
qui enseignent dans les universités. Ou a parlois l'impression que la
qualité des travaux universitaires va en augmentant, quant à la quan-
tité, cela va malheureusement aussi de soi.
Les Iettres classiques et, avec elles, la science de 1'antiquité qui ne
peuvent exister sans la connaissance des langues anciennes, sont dans
notre monde technique et industrialisé une compensation, un contre-
poids nécessaire. A une époque ou tout ce qui est superficiel prend la
premiere place et ou tout ce qui fait le propre de 1'homme se trouve
toujours plus en danger, il est pIus que jamais nécessaire de créer ces
contrepoids. Le danger n 'est pas nouveau. «Car ii est dans la nature
de .J'homme» - ainsi que l'a déjà dit Humboldt - «d'être toujours
poussé à ne tenir compte que de 1'extérieur, de devenir toujours plus
étranger à lui-même et de se perdre completement». Nous rencontrons
332 VIKTOR PõSCHL
L'alternative n est donc pas à vrai dire «grec ou pas grec», «latin
ou pas latin», mais «culture ou pas culture». Le latin surtout est un
élément international qui unit les cultures nationales de l'Europe de
l'est et de l'ouest. Chacune de nos cultures nationales a ses particularités
qui font sa fierté et que nous devons maintenir. Mais nous appartenons
aussi à une communauté culturelle, dont nous devons également être
fiers. Pourquoi devrions-nous aujourd'hui ou tous les peuples d'Asie,
d'Afrique, d'Amérique recherchent fiévreusement leurs racines pour
y trouver leur justification, ne pas avoir aussi le droit en Europe de
soigner l'héritage commun qui constitue la meilleure partie de notre
identité? De cette identité le latin fait aussi parti e et ce n'est pas un
hasard si le mot culture est un mot latino
(Página deixada propositadamente em branco)
III
PENSAMENTO E HUMANISMO:
ÉTICA, DIREITO, CIÊNCIA E TÉCNICA
/
PENSEE ET HUMANISME:
ÉTHIQUE, DROIT, SCIENCE ET TECHNIQUE
(Página deixada propositadamente em branco)
HUMAN NATURE lN THE PHlLOSOPHlCAL ETHICS
OF ANClENT GREECE AND TODAY
A. W. H. ADKINS
University of Chicago
22
338 A. W. H . ADKINS
religion, few will disagree. But ancient Greek beliefs about their gods nonetheless
throw light on their view of human nature. So I shall discuss pre-philosophical
Greek writers briefly, noting their influence on Socrates, and thence through
Plato and Aristotle and beyond.
6. Arete, time, and bia, Iliad 9.498.
7. The mysterious substance ichor appears only in Iliad 5, to explain why
Diomedes cannot kill the gods though - in that book - he can wound them.
8. Hercules, Castor and Pollux, for example. There are easier routes to
immortality, if not to godhead; even the remo te and minor nymph Calypso could
have made Odysseus immortal by feeding him on ambrosia. (Odyssey 5.135-6.209).
9. Note Poseidon and the Greeks in the Iliad, Poseidon and the Phaeacians
in the Odyssey.
10. For example, Capaneus in Aeschylus, Septem 425; Agamemnon in Aeschylus ,
Agamemnon 925; in Herodotus 3.38 we find a miraculous pair of hoplites 'bigger than
accords with the phusis of mortaIs' (To translate phusis here by its basic sense
of 'growth' makes sense, and is not unusual at this date.) For Socrates in the
Apology, see below, n. 33. Herodotus' phusis here - the hoplites are not mortals-
shows how phusis in its more traditional usage might express limits. 'Hubris' is
used traditionally when emotions run higher, and the need to restrain rthe
transgressor is more urgent.
340 A. W. H. ADKINS
specimens of human beings than those who could not do soo 15 Heavy
infantry - and a small number of cavalry - performed this function.
The equipment was quite expensive, and had to be purchased by the
individual, so that the polis' most important defenders carne from a
class, del10ted and commended as 'the agathoi, the possessors of arete.'
Such people naturally had a different kind of expectations and behavior
from those of low birth and the poor. They had been accustomed to
have their own way in the polis; they had always been agathoi phusei,
good specÍ!IDens of mankind, by birth; now they were agathoi phusei in
the additional sense of 'by nature.' Consequently, their superiority and
privileges were linked to the real rather than the conventional.
So kat'anthropon, 'in accol'dance with what anthropoi [human
beings] can do' brings in the idea of constraint, whereas phusis as
applied to agathoi andres [warriors of 'good family'] tends to, and
is meant to, free them from constraint: these are the 'real' best speci-
mens, and as such, should maximize their own well-being and that of
their friends as tradicional arete demanded. 16 Traditionally, the fea;r of a
just - or at least a jealous - god had acted as a restraint; but that
fear was fading.
Antiphon, the sophist mentioned above, also advised his readers to
behave in accordance with the laws of the polis when not alone, but
the edicts of phusis when alone. To act against the law damages one
only if found out; but to act against phusis does real harm to the agent.
Though SOillle of his phrases suggest that to act against phusis is
impossible, the advice clearly supposes that the agent has a choice. 17
18. 'Sophist' means 'intellectual' at this time. Socrates, Plato and Aristotle
were all sophists in the language of the day.
19. Is it inevitable that to act in accordance with the behests of phusis is
to display human phusis?
20. Where potters are generally the sons of potters, blacksmiths the sons of
blacksmiths, that potters differ from blacksmiths phusei in one sense of phusis
is patently true; and in the stronger sense of phusis might be difficult to disprove.
The leisured Greeks in the dialogue were 110t likely to be interested enough
to deny it.
HUMAN NATURE lN THE PHlLOSOPHICAL ETHICS 343
'feverish' polis. [Once again the medical analogy, 372e is.] Socrates now
argues that war is inevitable for such a polis, since it will need more
territory, and will need to take it fram other poLeis. 21 Using the previous
agreement that 'each of us is better by phusis for one particular task,'
he argues that there should be a seIparate miliJtary clas's in this polis. 22
Already in this context Plato introduces the idea of philosophy, 375 elO:
the guardians are to be like dogs, and be friendly to those they know,
hostile to those they do not know. 23 So, 376c7, the éIlpproved guardian
of the polis must be 'philosophic,' 'spirited,' swift and strong in respect
of his phusis, so as to be by phusis competent at fulfUling his ergon,
his task. Socrates rather shamefacecLly produces a myth, whose goal
is to inculcate into the dtizens a belief in a real difference in the.ir
capabilities. Those with gold in their psuchai are fit to rule, those
with silver to be soldiers, those with iron or bronze to be farmers and
artisans, 415 a-c. Insofar as this is believed, it strengthens Socrates' claim
that there are politica:lly important differences in human psuchai.
At 428e7, Socrates says that 'it is by reason of the smallest group
and part in it, then, and the knowledge in that ... ruling element, that
the whole polis founcled in aocorcLance with phusis would be wise.'
Suitable characters are to be steeped in indelible right opinion because
they have had a good phusis and a good trophe [nature and nurture].
And 433 a, 'We posited ... that each individual shou1d perfoI'm that one
task of those concerned with 24 the polis for which his phusis was most
naturally suited.' If two artisans exchange tasks, no great harm is done,
434a; but if someone who is an artisan phusei attempts to enter
one of the other classes, this exchange and meddling is a disaster to
the polis. Socrates then turns to study individual psuchai. As to impart
physical health is to ensure that those parts of the body that in accor-
dance with phusis are meant to rule and be ruled respectively do in
fact do so, so justice is to ensure that the parts of the psuche meant
to rule and be ruled do in fact do soo This discussion precedes the
25. The parallel was explicitly drawn in the Theognidea, 183 ff. ln the later
fifth and earlier fourth centuries, the reason why agathoi parents have kakoi
children was much debated.
26. Psuche denotes whatever distinguishes a living creature from a dead one.
That there is a difference is indisputable; its nature and ontological status are
the topics of discussion.
27. Pythagoras and Empedocles both claimed to have been incarnated also
in a non-human formo No earlier believer that the psuche passed through a
sequence of lives distinguished the human psuche from those of animaIs, 01' indeed
plants. lndeed, Empedocles claimed to have been in different lives a boy, a girl,
a fish and a planto
28. See Meno, Gorgias, Phaedo , and Republic.
29. Anyone who has seen the Forms at all before birth will be capable of these
activities to some extent. The philosopher-ruler of the Republic evidently needs
much greater acquaintance with iliem.
HUMAN NATURE lN THE PHILOSOPHICAL ETHICS 345
specific differentia for human beings is given. [Plato still treats the
passing of a human psuche into a non-human body as a regular occur-
rence, Phaedrus 249b-c]. The Republic contains both the metals-myth,
desrigned to em:phaSlÍze the differences w1thin the hUllTlan race, and also
the myth of Er, in which transference between different animal species
is taken for granted. Both in different ways suggest that there is no
such thing as an overall human nature. Before the composition of the
Phaedrus, Plato seems to have given little thought to what makes
human beings distinctively humano 30
I now tum to Aristotle. Aristotle did not believe in the Forms as
existing aIIlrte rem, beyond space and time; and as a biologist he
distinguished between different types of psuche, life-principle, aJlotting a
different type to eaoh species. The life-principle is more or less equated
with the organizing phusis, the final cause. The final cause of each
different creature or species can exist only embodied in a member
of the appropriate species. It follows that a psuche cannot exist outside
its body; and if it could, it couM transmigrate into no other species.
[Nous survives, De Anima 429 alO ff., but has no memory, so that
individuaHty is impossible outside the body.] The form of rabbit is
transmitted to a new generation of rabbits by the male in sexual
reproduction, the female supplying the matter. Human phusis is seen
in the light of Aristotle's overaJl biology. So prima facie it should be
possible .to find a 'hUllTlan nature' in Aristotle based on his view of the
human species.
For Aristotle, 'not in accordance with human powers' can function
in the traditional sense,31 furnishing a restraint and a definition by
exclusion. 32 ln EN 1177b, on the other hand, the theoretic life is 'better
than what oan be achieved by human oapabilities.' Aristotle is aware
that to recommend such a life as the highest and most choiceworthy
for human beings must sound like hubris to some of his contemporaries,
3'0. It had long been possible to contrast human behavior with animal behavior.
Hesiod does so, W & D, 203 ff., 276 ff.
31. Above, p. 339 and note 10.
32. So, in EN 11,15 b 8, AristotIe distinguishes between the fearful which is
huper anthropon, too much for mankind, from that which is kat' anthropon,
in accordance with what man can bear; and in EN 1110 a 23 he says that pity is
extended to those who are forced to behave badly by constraints which are too
strong for he anthropine phusis, human phusis. ln Politics 1286 b 27 he speaks of
'a greater [cooperative] arete than is in accord with human nature.'
346 A . W. H. ADKINS
and adds 'one ought not to follow those who exhort one, since orre is
human, to have human thoughts.' 33 For Plato and Aristotle, then, the
most choiceworthy life for a mortal human being is to live in accor-
dance with something not mortal within uso Plato's eschatology and
metaphysic point in the sarne direction. It would be better for the
philosopher-rulers not to go back into the Cave; and the psuchai of
the Phaedrus myth are on earth solely as the result of a chariot accident
while they were disembadied. 34 For these phHosophers, then, there is
a better activity for the human being than the life of the citizen at
its best. 35
ln the Republic Plato constructs an elaborate frarnework, and claims
that the major cooperative excellences - justice and self-control- can
be shown to be essenrtial to the wellbeing of the polis and af the psuche.
He also daims that this polis and this psuche exemplify the 'polis by
phusis' and the 'psuche by phusis'; and evidently to say 'by phusis'
is to say 'best'. He does not mean that a 'golden-souled' - by phusis-
infant in its cradle may be relied upon to develop into a philosapher
ru1er, or even a good citizen. Nurture is as important as nature: all the
'golden-souled' and 'silver-souled' are to be given a thorough moral
education at the leveI of 'right opinion,' and tested repeatedly to make
sure tna:t their responses are reliable, before they are allowed any taste
of power.
Aristotle too believes that phusis is not enough to produce a good
man, a good spedmen of a mano He presents his view more concisely
than does PI.ato. 'Ethics gets its name, with a minor change, from
33. [The exhorters are mostly poets; but Plato's Socrates, on trial for impiety,
claims only anthropine sophia, human wisdom. He glosses the phrase, Apology
21 d 7, as 'not even thinking that I know what I do not know.' Socrates is con-
trasting himself with the sophists, 'who doubtless have some greater than human
wisdom.' Plato's Socrates, who possesses some rhetorical ability, is passing on the
impiety charge to others.] For Aristotle, of course, there is a divine spark within
man; and he goes so far, a few lines later, as to equate human beings with that
elemento The gods in whom Aristotle believed did not, of course, feel envy at the
success af mortaIs. They, the intelligences of the spheres, have their gaze directed
on the highest of them, the Unmoved Mover; and the Unrnoved Mover, contem-
plating itself, is not aware of the existence of anything other than itself.
34. The belief that human beings - or all living creatures - are on earth as
the result of some wrongdoing of theirs elsewhere is found in e. g. Empedocles
D-K BUS. [The belief is found also in other cultures].
35. The question whether this is still an activity that displays - merely -
human nature I shall defer for the momento
HUMAN NATURE lN THE PHlLOSOPHlCAL ETHlCS 347
ethos, habito So it is apparent that none of the 'ethical' aretai are innate
in us by phusis. For none of the things that are as they are by phusis
can be habituated to behave differently. For example, a stone, which
falls to earth by phusis, could not be habituated to go upwards, even
if one tried ten thousand times by throwing it upwards... So the
(ethical) aretai do not arise in us by phusis or contrary to phusis. They
arise in us and we are by phusis [pephukenai] able to receive them,
but ethos is necessary for our perfection' [EN 1103 a 17 ff.]. 36 We have
by phusis a 'capacity for opposites,' and acquire a good state of character
[an arete] or a bad one [a kakia] in accordance with our habituation.
ln this usage, phusis denotes a potentiality. Huanan beings are neither
good nar bad by nature. Without habituation, however, man is the
most dangerous of animals.:rI Here, Plato and Aristotle are in close
agreement. Does Aristotle suppose that different human beings have
very different capacities phusei for development? His preference for
analysis over pom,g·con's truction conceals the faot; but for Aristotle aH
women, ohildren, barbarians and many Greek - but not agathoi-
males are incapable of planning their lives, leaving a handful of adult
male Greeks with the ability to live their lives autonomously by the
light of reason. 38 Barbarians are only fit to be ruled despotica11y. The
exoel1enoes in the full sense oan be exerciz.ed on.l.y by an adult male Greek
in a good polis. 39 Women and even slaves caIIl. be 'good'. But a 'good'
woman or s1ave has not the sarne exoeUences as the agathos ana,
even if they possess qualities called by the sarne names. A woman's ·
sophrosune is not like a man's.4O A modem reader might wonder why
Aristotle did not conclude that there was no 'human nature' at alI, since
there were such differences phusei between the Greeks and Persians,
differences which fundamentally affected the way in which each lived.
However, for Aristotle the phusis of anything sets the norm, the goal,
even if only a few reach it - or could reach it. There is no question
of surveying the human race to find characteristics shared by alI.
Women, slaves and barbarians are debarred fram either of Aristotle's
paradigms: the agathos aner taking part in politics and, if need be, war,
36. The doctrine of phusike are te, found in EN 6, usually taken as being
compatible with the doctrine in the text, is in fact not soo
37. Politics 1253 a 31 ff. , compare EN 1153 a 3-8.
38. Politics 1260 a 12.
39. There is one passage which suggests that even he is not exercizing them
except when he is actually participating actively in politics (Politics 1277 a 29).
40. Politics 1260 a 10 ff.
348 A. W. H. ADKINS
in the best polis, and the contemplative man, whose activity i~ 'higher
than hmnan'.41 Both for Plato and for Aristotle there is an activity
more choiceworthy than pohtics, alJ.1d mOTe tham. hmnan. 42
The authors whom we have so far discussed for the most part
have a view of hmnam. nature which is part aptimistic, part pessimistic.
Plato in the Republic presented the ideal polis ao:lJd its philosopher-ruler
as existing phusei in a commendatory sense. True, probably after his
experiences in Syracuse and elsewhere, he concluded that the ideal of
the philosopher-ruler was unattainable, in part because the ruler's
'mortal phusis' 43 would prevent him fmm thinking of the polis rather
than of himself, in part because his i'l1tellectual grasp would be inade-
quate for the task [Laws 874Eff.]; bUJt even in the Laws [875C] he
insists that .should such ' a paragon occur, he or she should be given
autocratic powers. AristotIe is in a sense less pessimistic: he seems to
believe in the Politics thata community of leisured male Greeks with
no unduly rare charaçteristics could live the 'good life', an d attain to
'húman flourishing' and display their phusis in the best polis. 44 [Taking
Aristotle's course of lectures on the subject would presumably increase
their chances.] The 'best man' in the 'best polis' is not an impossible
dream. On the other hand, women, foreigners and slaves are incapable,
in Aristotle's view, of achieving human excellence and human flourishing
in the full sense. Both philosophers agree that phusis in human beings
is a 'potentiaJlity of opposli,t es,' and that nur'iure is as important as
nature. 45
Today the glassy essence of the human being 46 has shivered into
smithereens. 47 Any significant consensus between one philosophical
school and another on human nature would be worthy of careful note. 48
in the Stoics, to live in accordance with 'human nature' was for the most part
represented a desirable and morally choiceworthy goal. Epicurus seems to agree,
though his grounds for doing so appear inadequate.
46. As Alasdair MacIntyre has recently reminded us, Atter Virtue, 2nd ed.,
Notre Dame University Press, 1984. This work, and James D. 'Wallace, Virtues and
Vices, Cornell U. P., 1978, are discussed later in this essay.
47. Different thinkers have tried to reconstruct it in different ways. The con-
frontation of the Old and New Testaments and the Graeco-Roman classics exerted
some strains, but did not break the glass. Many of the Fathers of the Church had
received the equivaleut of a university - and hence philosophical- education before
becoming Christians. Even those who were born inrto Christian families had to use
the language of intellectual life, which in the earlier centuries was still overwhel-
mingly Greek, and inevitably had non-Christian connotations. The alternative was
Latin. There too the available terms for the discussion of human nature had
connotations derived from Greek philosophy. The Early Fathers' ideas of the
rationality, 'fallenness,' and the mode of perfectibility of mankind varied from
writer to writer. The Christian tradition down to the present day has from time
to time been more influenced now by one early Christian writer, now by another,
sometimes with shattering results. Add the results of the blows, intended or not,
inflicted by [for example] Macchiaveli, Hobbes, Darwin and the Social Darwinists,
Hume, Marx, Kant, Nietzsche, Freud, Jung, the Existentialists, the Behaviorists,
the Ethologists, the Sociobiologists, and all who have fragmented homo sapiens
into homo economicus, homo ludens homo necans, one-dimensional man, gramma-
tical man ... The list goes on for ever.
48. It may be appropriate to juxtapose three different views to underline
the extent of possible differences: the ancient Greek, the Old Testament and
Rabbinic, ond the Existentialist. Plato and Aristotle certainly believed that human
phusis was a 'potentiality for opposites,' but that either a good or a bad hexis
could be produced by habituation. The person with the hexis would reliably
produce the good or ·bad actions falling under the hexis concerned. His behavior
would be predictable. The Old Testament, and still more the Rabbinic, tradition
held that there was a good spring of aotion and a bad spring of action in all
human beings, and that no-one ever can be relied upon to act in accordance with
the good oue. Now at least some of the Existentialists, as I understand them,
believed that to achieve Aristotle's ideal of ethike arete was to become 'inauthentic,'
a creature of one's environment, never making a choice of nation for oneself. What
was needed was to choose one's own values [as some said] or to perform an 'acte
gratuit,' an act chosen without reference to one's previous character or behavior.
The comparison may be made to Aristotle's disadvantage by emphasizing 'habit' in
'habituation,' since if anything is 'inauthentic,' a habit surely is. But to do so is
misleading. As we have already seen, Aristotle's agathos must have practical
wisdom, phronesis, as well as ethike arete. His prohaeresis is either a decision
made at the time with deliberation, or dependent on an earlier deliberation on
350 A. W . H. ADKINS
Evidently I cannot discuss here all the philosophers who are dis-
cussing human nature today. I propose to discuss two members of a
group of philosophers who, in the English-speaking world at least, have
revived interest in a long-neglected type of moral philosophy: virtue-
ethics, which will offer comparisons with Greek eudaemonistic are te-
ethics, based on determina te vtiews of human nature.
ln discussing James D. Wallace and Alasdair MacIntyre I shall con-
sider the following: [1] Does the position of either of them rest on a
determinate view of human nature [whether as something to be trans-
cended or something to aspire to]? 49 [2] Is there any problem for a
modem virtue-ethicist which Plato, Aristotle and the Stoics did not have?
WalJace presents himself as a twentieth-century Aristotelian. He
grants that muoh has happened in biology since Aristotle. But he argues
that nonetheless life is per se a normative concept that cannot be
understood apart from the conception of 'a creature's good.' 'Among
the facts about living creatures are how they live normally, under
what conditions they flourish, and what the proper functioning is of
their parts?' [P. 20]. 'The mode of life that is characteristic of creatures
of a given kind is the one that normal individuaIs oE that kind wiU
lead under favorable circumstances. These are all nOI1ffiative conside-
which a policy has been based. It is not a matter of mere routine. Hebrew tradition
holds that such reliability is not available. Existentialists hold that it is all too
available. Insofar as they aspire to a life of as many authentic actions as possible,
they are struggling to achieve unpredictability. Existentialists deny that 'human
nature' has any ascertainable meaning, for reasons too complex to discuss here.
Some philosophers - not existentialists - regret the indeterminacy of human
nature, since the possibility of an ethic based, like Aristotle's, on a determinate
view of human nature, is ruled out. Other Existentialists, such as Karl Jaspers,
regard such indeterminacy as the only chance of the human race to evade
destruction at its own hands. Most of those modern writers mentioned in note 47,
who are not philosophers in the present-day sense tend to be ignored by moral
philosophers, at all events in the English-speaking world. Few consider the effect
on ethical theory or practice if the theories of Freud, Jung, or Skinner about
human nature were generally taken seriously by other thinkers. I shall not discuss
the effect on this occasion.
49. The views of Plato, Aristotle and the Stoics are dear: the point from
which all human beings begin their lives is, fram an ethical point of view,
unsatisfactory. They differed over the means of making progress fram that point,
and over the possibility of achieving the goal by one's own efforts; but they
held that phusis supplied a determinate goal and that others could see whether
it had or had not been attained.
HUMAN NATURE lN THE PHILOSOPHlCA L ETHICS 351
52. See e. g. Karl Jaspers, The Future of Mankind, tr. by E . B. Ashron, Univer-
sity of Chicago Press, 1961.
53. 'Living welI as a roach or weasel' is certainly not Aristotelian. Only a
minority of human beings can possess eudaimonia, EN 1099 b 32.
54. Note that Wallace too is defining in terms of what a flawed such-and-
such lacks .
55. Wallace minimizes the differences in the conditions under which the human
species has existed even since the beginning of the historical record, and under
which . members of different cultures do today. The lk represent one extreme;
but even within Western Europe in 1988, the interpretation of the virtues and the
good life presents some differences as one crosses national frontiers. More broadly,
can we determine whether the Eskimo, the Samoans or the Scots 'live better' ?
ar do alI rank equalIy, each in their different environment?
56. WalIace add [p. 38]: 'Of course, one may at the sarne time approach the
matter from the opposite direction. On the assumption that certain virtues are
human excellences, what must human life and human good be like? 1 propose
to proceed in both ways.' But would it be possible to arrive at a list of excelIences
while having no knowledge of what human life and the human good are like?
HUMAN NATURE lN THE PHlLOSOPHICAL ETHICS 353
57. Plato would possibly have been pleased by the linking of nomos and
phusis, though his use of nomos is not the sarne. 'Convention' here has the sense
of 'anything not given by nature,' not merely mores, but language and everything
termed 'culture'.
58. Below, Wallace groups together [1] courage and selfrestraint [2] honesty,
being faithful to one's word, and truthfulness as conscientiousness; and [3] bene-
volence. But it is a commonplace that being faithful to one's word and truthfulness
may clash, as may courage and benevolence. Where does practical wisdom
[phronesis] come in? Courage and selfrestraint are needed to carry out one's plans;
but what determines the appropriateness of a plan? Aotion in accordance with a
particular virtue presumably might not be a virtuous action, if one behaved with
courage when benevolence was needed in the circumstances.
59. Consider the Melian Dialogue, in which the Athenians attempt to convince
the Melians that the traditional Greek inter-polis values of resisting the aggressor,
on which the remainder of the free polis' values rested, were irrelevant against an
enemy so powerful. The Melians should think rather of self-restraint... The Athe-
nians do not attempt to convince the Melians that 'true courage' would require
them to surrender without a fight. A 'persuasive redefinition' can suceed only
if it seems to have some resemblance to traditional, or already accepted, usage,
values and behavior.
60. I take him to be referring to relationships within the community. Though
some will suffer for their behaving in accordance with the virtues, one is much
23
354 A. W. H. ADKINS
from the nature of community, and also from the situation of a human
being in a community. But there are commU!nities at ali kinds of levds
and sizes. ln Homer, the noble oik.os or household in peace, the local
contingent led by the preeminent agathos in war, are the relevant
communities. Between Homer and 'today,' tlie polis, tJhe kingdom, the
empilre and the iOJaJtion SltatJe have each had their day as 'preferred commu-
nity,' with smaller communities within them, and have equipped to
resist communities similar to themselves outside their borders. The
above example of the missiles shows tJhe importance of the topic.
The judgment as to which course of action diSiplays courage or self-
control seems likely to depend on the reference-community of the judgc.
Between a judge who holds that the appropriate reference-community
is the nation state in whioh he lives and a judge who holds that the
relevant community is here the world community there is likely to be
little agreement. Can Wallace establish which is the relevant commu-
nity? Since the world community is the species community viewed at
time t, surely :im any ciroumstances in which the destruction of that
community is possible, on the biological analogy the courageous action
to take is the one which gives the species the best chance of survival.
Wallace could reply on the basis of some of his arguments that the
sole function of courage is to ensure that the decision is taken without
fear; it does not furnish criteria, or guarantee that the decision will
be correcto The cri teria will presumably be derived from the conven-
tions of the community; but Wallace does not say whether these are
themselves subject to rational judgment.
MacIntyre's approach to virtue-ethics is more detailed, more empi-
rioaI, aJnd more historical. He discusses ethics at various periods in
terms of the virtues acknowledged and, if I understand him, regards
the sequence as in some way a natural sequence, an evolution. ln the
Homeric poems there is no idea of virtue, or rather are te, applicable
to all; there are simply different aretai for each kind of person, which
are applied to commend that kind when the person discharges his or
her social function most efficiently. 61 The justification for these aretai
Both MacIntyre and Wallace h01d that a morality totally free from
local situation and circumstance is probably a chirnera. To achieve
such a morality was the goal of what MacIntyre terms 'the Enligh-
tenment PlDoject.' It i,s in the afteI'math of the failure of this project, as
MacIntyre sees it, that After Virtue was written. 65 MacIntyre sees
modern society as a society trying to live with a set of incommensurable
moral concepts. Each was drawn originally from a different context of
situations and values. ln that context it had meaning and purpose;
it now has neither. MacIntyre strikes down all competing modem
ethical theories and systems. [The blows are not always deadly.] He
then retums to Aristotelianism as the most satisfactory moral philo-
sophy available. This move does not solve all his problerns: he accepts
neither Aristotle's metaphysical biology nor Aristotle's set of aretai,
nor the kind of polis that Aristotle regarded as essential and the social
harmony that went with it. One of MacIntyre's criticisms of Aristotle
is that he removes the tragedy from the universe. Since that was one
possess are te. There is an unqualified use of agathos and kakos, and it does not
refer to such peDple.
62. For MacIntyre, each successive development of the virtues requires a
different literary fDrm for its expression.
63. Furthermore, [the HDmeric poems] provided a mDral background to
contempDrary debate in classical [Greek] societies, an account of a now transcended
or part1y·transcended mDral order whose beliefs and concepts were still partially
influential, but which also provided an illuminating contrast to the presento The
understanding of herDic society - whether it ever existed Dr nDt - is thus a
necessary part of the understanding of classical society and Df its successors.
64. If one takes seriously - as one should - the different kinds of courage
and other virtues needed in different times and places, it is already somewhat
difficult to see how they can be unequivocally identified cross-culturally. When
MacIntyre introduces the 'practice,' it becDmes more difficult. [See below.]
65. It seems to me that MacIntyre and Wallace are, in different ways, still
affected by the Enlightenment Projecto [See below.]
356 A . W. H. ADKINS
66. Viewed as MacIntyre views it, modem politicaI life cannot be a practice.
67. MacIntyre amplifies and amends this definition later, but the comments
that I am making here seem not to be 'affected by the late version.
HUMAN NATURE lN THE PHlLOSOPHICAL ETHICS 357
68. The Aristotelian ancestry of 'practice' is evident. Aristotle holds that the
aretai are energeiai when exercized, and that pleasure supervenes on any unre-
stricted energeia. A praxis, an ethico-political action, requires both phronesis and
ethike are te. The pleasure which supervenes on any energeia is not pleasure
unqualified: the pleasure of the nmner is not that of the chess player. That Aristotle
speaks of 'pleasure' and MacIntyre does not represents a widespread difference
between the Greeks and many of 'ourselves:' the Greeks have no word for
'satisfaction' which does not suggest satiety. We might say that X derives great
pleasure from playing chess or that he derives great satisfaction from doing soo
There is a choice of terms that the philosopher may draw on if he needs to draw
a distinction. The Greek will use 'pleasure'.
69. Note, for example, Aristotle's difficulties in EN 10.
70. One might be an informed judge, per accidens, if one had taken part in
both practices; but not qua expert practitioner of ice dancing.
71. MacIntyre seemed to be saying above that courage in Homer, which is
pre-eminently military courage, was different from even military courage in other
cultures. MacIntyre grants, 175, that the virtues are not exercised solely in
practices. Must they be acquired solely in practices?
358 A. W . H. ADKINS
recognize that the courage of the painter is, though in mauy ways
different, an iustance of the sarne quality as the soldier's? 72 What sense
of 'same' are we employing?
The additions of the second edition create more problems. MacIntyre
seems 'to be withdrawing his claim that only the practitioner of practice
x can enjoy the internal goods of practice x. But who are the persons
wh:o are will:1ng to learn systematically to what the parinter has to teach?
Are they pUipils who are to become practitioners thernselves? Or are
they to become oonnoisseLlrs and crities, or merely eduC:.::1..ted laypersons?
Al1d do those who are uot to be practitioners have to do anything other
than leam systematically what the painter has to teach, in arder to
gain the internal goods of the practice? If Maclntyre daims that they
need not, this seems to me to be falsified by experience. I have in fact
over a period of time watched a palnter who was obliging enough to
explaiu to me in great detail what he was doi'TIg as he was doing it, and
what eHeots he was hoping to produce. I learned much fmm what he
to1d me. But it had never occurred to me to surppose that, as a result,
my experience in any way approached his ex:pel~ience in painting the
picture. Nor, now that it has been suggested to me, does it appear
plausible. Some of the examp·l es ou p. 190 of Madntyre's second edition
suggest that Ustening to the expert in detail will make oue into a good
judge of baseball, others that it will make oue into a good baseball
player, ,a nd that it is possible to be a good judge of baseball without
having played baseball.
The point that I thought MacIntyre was making in the fi.rst edition
was a very Aristotelian one: that in behaving wiJth arete, that is to say
the excellence[s] proper to the activity in which one is engaged, one
enjoys a satisfaction - a good inteTnal to the practice - which is not
available m any other way. ln Aristotle, oue acquires both craft-skills
and virtues by doing ar making - under instruction - the things that
skilled craftsmen ar the virtuous make or do. After a certain poiut,
the pupi1 beoomes autonomous and does not need more instruction;
73. lndeed, very many more persons are able to join in the debate.
360 A. W. H. ADKINS
74. Is MacIntyre making matters more difficult for himself by choosing this
example? Had he taken the example of the conductor of a symphony orchestra,
the need for co-operation would have been more evident.
75. Compare the alleged possibility of using amoral or immoral means to the
end of theoria in some - in my opinion incorrect - interpretations of EN 10.
76. Has this any resemblance to [Plato's] Socrates' bios anexetastos ou biotos
anthropoi? It seems much more indeterminate.
HUMAN NATURE lN THE PHlLasaPHlCAL ETHlCS 361
tions concerning vaIues; the biologist is concerned only with the truth.
WalIace is in some sense denying the validity of this claim; but what
he means is perhaps not aItogether clear.
To clarify matters, I will try to establish what WalIace does not
mean. When ecologists and bioJogists clash with the buiIders of dams
and motorways, there is a clash of vaIues; but evidently this is not the
normative aspect of biology that WalIace has in mind. 80
He is, presumabIy, thinking of the way in which arete-ethics sear-
ches for the aretai, the excellences, of the human being, or the good
man as distinot from the good child, woman or slave, 'good' being
interprreted as 'good specimen' - as, I take it, 'good man' and 'bad man'
are to be interpreted in the quotat1on from Ms. Anscombe with which
I began this paper. 81 Those who attempt to base virtue-ethics on human
nature sooner or Iater make the admission that human beings are to
be found nowhere in a state of nature - which is, of course, very
different from saying that they are nowhere found in a state of phusis.
But human beings are not ll[lique in this. The domesticated animaIs
are IJIot to be found only, o'r sometJi.mes at all, in nature but in culture. 82
Let tiS cOIJIsider WalIace's own exampIe: the dog. 83 What definition of
a good dog will cover the pekinese and the pirt bulI? 84 One might repIy
way in which they actually were governed, autocraticalIy, slaves of the Great King;
and most of the non-Greeks that most Greeks met were in the literal sense
slaves of other Greeks.
80. IronicalIy, the builders of dams and motorways are the traditionalists
here. Many ethical traditions take the view that the other species were put on
this planet for our use.
81. I am carefulIy distinguishing between arete-ethics and virtue-ethics here.
82. What is a 'good specimen' of a horse? Is it one that is untamed, ranging
over such uncultivated or uncultivable land that remains? One that comes from
domesticated stock, but is itself untameable or virtualIy so, a chalIenge to ride?
One that is docile, readily tamed, smalI in stature, a creature 'that a child could
handle'? One that is docile, readily tamed, talI, large in bulk, strong, and able to
puIl heavy weights? The answer is clear: it is alI of these, and more, depending
on what one needs the animal for. What is the 'real' or 'true' equine nature?
A Socrates could cause as much confusion among us by asking for a definition
of a 'good horse' or 'the excelIence of a horse' as did Plato's Socrates by asking
for a definition of a 'good man' or 'the excellence of a man.'
83. Aristotle had no problems with domestic animals: for him, a good horse
is defined in terms of its usefulness to man, EN 1106 a 20.
84. Wallace simply writes that a human being incapable of living a life struc-
tured by convention is an inferior human being in the sarne way as a dog without
HUMAN NATURE lN THE PHlLOSOPHlCAL ETHICS 363
that the Kennel Club has definitions of the good pekinese and the good
pit bull. Socrates might reply that the comparisan with human nature
and the good man demands that the definltion is given on the sarne
leveI of generaJity: one has a perlect right to ask for a demnition of the
'good dog' and 'canim:e nature' . Can one go beyond physical health as
the defirung characteristic of a good dog? Not even so far, since the
flat nose of the pekinese, a defining char:acteristic of the breed, produces
ill-health, and is known by breeders, owners and judges to produce
ill-heaJth; nm intelllÍgence o'r mental health, since some breeds of dog
are now very stupid and others neuro>tic. The Kennel Club dlid not at
any time prescribe that these breeds shou1d be unhealthy, stupid,
or neurotic, but it demanded characteristics which brought these
charac1)eristics in their traiu. [If one could canvass the opinion of the
pekinese, it wou1d doubtless prefer to have a nose through which
effioen:t breathirng was possible.]
But maybe this is a problem whkh does not exist beyond the
domain of culture: if we observe species in the wild, the problems will
vanish; surely we take an objective view aí the desirable qualities of
wild animaIs? 85 Perhaps if the animaIs are harmless or distant; but
if the neighbours of St. Jerome said 'now do be a good Hon: their words
were anthropocentric, protreptic, prophylactic, designed to persuade
Leo not to use those teeth and claws whose effidency is the mark of
any healthy lion disrplaying leonine nature at its best. No doubt the
biologist in his laboratory or in the field would judge differently.
At all events, Wallace must have meant something different by
olaiming that 'life is a normative concept.' There must be a norma tive
view in which the relationship between the creature studied and the
convenience of human beings plays no parto So let us consider a case
in which, so far as I know, the convenience of human beings has never
been involved.
The modem biologist takes a good specimen of anything living to
be one which possesses the characteristics which give it and/or its
species an evolll'tionary bonus for survival. But we do not know what
perception is an inferior dog. But he l1eeds more specificity than this if the
analogy is to be useful.
85. I have already considered endangered species which are endangered
because they interfere with human plans, il1terests, or comfort. 'The only good
hornet is a dead hornet' might spril1g to the lips even of a biologist who has
just beel1 stung by one.
364 A. W. H. ADKINS
86. The sarne developments can occur in human culture. I have noted else-
where that were Achilles alive today, he would be either in therapy or in jail.
87. Do biologists in fact appraise individual animaIs? If a species is predatory,
then the individual members of the population who are the most successful
predators are presumably the best specimens. If good specimens starve, the
fittest survive, and the quality of the species is maintained or improved; as is
the quality of the prey, since at the population leveI the prey most fitted to survive
are on the whole those who do survive. But if the predai1:or is too successful, and
catches and kills alI of the prey, alI of the predators will starve also. If we accept
Wallace's account of the thought processes of modem biologists, surely this
situation - even if it rarely occurs - complicates the question of deciding what
a good specimen of the predatory species in question is like. This may have
implications for virtue-ethics; but I have no space to pursue them line of
thought here.
88. The likelihood that a particular type of ethical conduct will advantage
the agent in general, as Wallace says, is rather similar.
89. The Oxford philosopher R. M. Rare holds that courage should no longer
be regarded as a virtue, since its results in the nuclear age are too dangerous .
Should one therefore downgrade courage? One is unlikely to make cowardice into
366 A . W. H . ADKINS
92. I presume that 'W allace does not hold that the more opportunities a
community offers for the display of [say] courage, the better the community;
so that 'a land fit for heroes to live in' ranks below 'a land that only heroes could
live in.' [Aristotle has similar problems about war and the opportunities for
performing the kallista, most 'noble, of actions.]
HUMAN NATURE lN THE PHILOSOPHlCAL ETHlCS 369
ruler 01' rulers, magistrates, subjects and the wives of each of them,-
required different excellences, even if they carried the sarne labels,
was once taken for granted. And Aristotle suppHes a concept of human
nature to 'justify' his views. Few modem moral philosophers would
accept a 'human nature' which was not treated as possessed equalIy
by alI. This view, as we have seen, occurs rather infrequently in the
Greek philosophers we have discussed, and it is symptomatic of wide
differences between the ancient world and 'today.'
(Página deixada propositadamente em branco)
HOMEM ANTIGO E HOMEM DE HOJE
PERANTE A NATUREZA, A TÉCNICA E O PROGRESSO
R. M. ROSADO FERNANDES
Universidade de Lisboa
rica, cuja técnica era dominada pelos sofistas que dela faziam modo
de vida, um instrumento de aduJação para seduzir as audiências popu-
lares que desprezava. É Socrates que refere no Górgias, que por muito
bom que seja um constnltor de máquinas (se quisermos podemos tam-
bém entender por «engenheiro» o gr. mechanopoios) e por muito útil
que seja a sua profissão, nem por isso alguém bem nascido deverá
casar fi,lho ou filha com um descendente de um membro de tal pro-
fissão, de tal forma é injurioso o nome desta.
O testemunho de Platão é para nós da maior impO'rtância por ter
vindo a ser, devido à sua espantosa capacidade filosófica e inteligência,
o modelo de pensadores ocidentais, cuja Í1nfluência na fomnação da
consciência colectiva da nossa sociedade e na formação dos espíritos
dos que se destinam ao poder, foi sempre da maior importância.
De facto Platão está muito menos interessado na observação da Natu-
reza, do que no domínio do homem e do seu espírito, e por isso não
admira que recuse, como pouco sublime, qualquer téonica que torne
o homem mais livre e independente. Tão-pouco aceita o progresso
material como necessário, uma vez que é no reino do espírito e do
poder que se processa e aplica toda a sua «engenharia utópica», na feliz
expressão de Karl Popper, e na qual virá a alicerçar a sua cidade ideal,
as suas leis e o seu estadista. O nlósofo-rei não se deve preocupar
nem com a adulação do povo, que é a retórica, nem com as obras
públicas que são outros tantos trabalhos de adulação. É o que Sócrates
responde a Cálicles, no Górgias, por este ter esboçado o elogio a Temís-
toc1es, Címon e Péricles: «louvas homens que fartaram os Atenienses
de tudo o que estes desejavam. Diz-se que fizeram grande a cidade.
mas não se vê que ela está apenas inchada, que esta grandeza que lhe
criaram é uma espécie de tumor. Foi sem sabedoria e justiça que esses
homens de Estado encheram a cidade de portos, estaleiros, muralhas,
impostos e outras bagatelas do género.» (Trad. do Prof. M. Pulquério).
É difícil encontrar maior prova de má vontade para com um progresso
material que poderia contribuir para o bem estar dos atenienses e que
seria compatível com o progresso moral, visto pôr à disposição de um
povo meios que a todos podiam dar vantagem, nlilll esforço iguali-
tarista que virá a ser o timbre do progresso moderno, arpesar das
desilusões de que virá a ser vítima, conforme nos sugeriu há décadas
Raymond Aron.
Será difícil negar que o homem, apesar dos esforços dos ideólogos
em controlarem o seu labor, ou dos mágicos em o arrastarem para o
irraciona,l, ou mesmo de algumas igrejas em confinarem o seu génio,
HOMEM ANTIGO E HOMEM DE HOJE 375
GILLES DORIVAL
Université de Tours et Centre Lenain de TilIemont
En réalité, les Peres grecs ne sont pas les seuls à donner aux
Écritures une te1le place. Les auteurs du judaisme hellénistique, notam-
ment Philon d'Alexandrie, et les courants gnostiques chrétiens recourent
dans leurs écrits, tout comme les Peres, en même temps à la culture
philosophico-religieuse de leur temps et aux Écritures. Mais celles-ci
se réduisent, chez les Juifs, à ce que les chrétiens appellent l'Ancien
Testament, chez les gnostiques, à des pages choisies du Nouveau Testa-
ment. En affirmant l'unité indissociable des deux Testaments, l'Ancien
préfigurant le Nouveau, 1e Nouveau accomplissant l'Ancien, les Peres
occupent une place originale qui permet de les distinguer des Juifs
et des gnostiques.
Dans la tradition patristique, la place des Écritures est pri.mor-
diale. II n'existe probablement pas d'ceuvres patristiques sans dtations
ou références scripturaires. C'est que ' les peres se dO'l1I1ent pour tâche
soit d'·e xpliquer par l'Écriture, sait d'expliquer l'Écriture. Or, en vertu
d'une regle d'interprétation empruntée à l'érudition hellénistique et
selon laquelle, oomme le disait Aristarque de Samothrace, il faut expli-
quer Homere par Homere, c'est l'Écriture qui explique l'Écriture. Aussi
la plaoe de l'Écriture est-elle nécessairement prégnante dans tous les
écrits patristiques.
Attachons-nous à dégager quelques aspects de ce caractere prégnant.
L'orthodoxie s'est constituée au travers de trais polémiques: contre
les Juifs, contre les gnostiques et les marginaux de l'orthodoxie, contre
les paiens. Or iI y a un élément commun à ces trois polémiques, pour-
tant différentes par bi.en des aspeots. C',e st la présenoe de Ieçons
d'exégese. On peut dire que la patristique consiste avant tout à donner
386 GILLES DORIVAL
des leçons d'exégese aux adversaires des chrétiens. Pour los orthodoxes,
si les Juifs, les gnostiques, les hérétiques, les paiens affirmemt ce qu'ils
affiI1ment, c'est parce qu'ils sont de mauvais interpretes de la Bible. On
pourrait multiplier les exemples et analyser de ce püÓ.nt de vue le Dialogue
avec Tryphon, un inter10cuteur juif, éorit par Justin au milieu du
Ue siec1e, ou le traité Contre les hérésies d'Irénée, ou enoore l,e Contre
Celse d~OrigEme. Je me 1imiterai à un seul e~emple: l,e Traité du Saint
Esprit que Basi1e de Césarée a dirigé au miheu du IVe siede contre
les ariens de la seoonde généJ1ation, Aeoe, Eunome et les eunomiens.
En vertu du principe phi1osophique selon leque! «Ies êtres énoncés de
Íaçon dissemblable sont de natUI1e elissemblabl,e», Aece oroit démontrer
que le Per,e, le Fils et le Saint Esprit ne sünt pas semblables; en effet,
selon lui, les ÉcrituI1es réservent des propositions difféI1entes au Pere,
au Fils et à l'Esprit; le PeI1e est énoncé lorsqu'il y a le tour préposi-
tiOll1nel €~ ou, «de qui», le FUs lorsqu'il y a Ot'OU, «par qui», et l'Esprit
lorsqu'il y a €'J Wt, «en qui». La réfutation de Basüe est d'ordre scriptu-
raiI1e. Elle oonsiste à montrer que les hérétiques ne trouvenrt auoun
appui dans les Écritures, qui appliquent indirfféremmenJ1: les trais prépo-
sitions à chacune eles personnes de la triniúé. En ce sens, en vertu même
du principe utilisé par Aece, l,e s trois personnes sont semblables. PaDIDi
la vingtaine de oitations servant à la rérfutation, Basile accorde une
place particuliere à Matthieu 28,19 (<<'B aptisez au nom du Pere et du
Fils et de l'Espl'it») ou 1es toois personnes, coordonnées par la particule
de liaison '){.(1.L sont sur le même plano Ainsi ce n'est pas au terrne d'un
raisonnement de type philosüphique que Basile réfute Aece. Tout au
oontraire: i1s partagent le même priLllCipe philosophique de base. Ce
sont des considémtions exégétiques qui pe:ru:nettent à Basile d'établir
qu'Aece est un exégete IDcompétent.
des perSOIlll1es. Ainsi, óp,ooúcnoç est d'une oertaine façon présent dans
les Écritures, eu ce qu'il eXiprime le sens même des énoncés scripturaires.
En second lieu, on peut montrer que l'Écriture a été au cceur de
l'élaboration de oertains de ces concepts. C'est le cas pour npócrwno\l,
dont l'adoption est due pour une part à la technique exégétique d'orig,i ne
paienne que M.-J. Rondeau appelle «la méthode prosopologique» 4;
deV'ant un texte, il faut se demander: qUJi. parle? est-ce Dieu, le Fils,
l'Esprit, Israel, l'Église, etc.? La formule prosopologique a joué rpendant
plusieurs sieoles un rôle :iJJnportant pour passer du donné révélé à la
fOI1mulation dogmatique; 1e conoept de personne intervient non seule-
ment dans le dogme trinitaire, non seulement dans le dogme christo-
logique, mai>s aussi dans l'ecalésiologie, oor npócrwno\l sert à désrigner
«non seulement la personne singuliere du Christ, mais atlJSsi le Christ
incluant en lui toute l'humanité».
Ce camotere prégnant des Écritures pourrait être étabH à l'a,i de de
bien d 'autres exemples. Nous en verrons une illustration lorsque nous
parlerons de la rhétoI1ique ohrétienne du modele et de la citation
bibliques. Mais il est urgent de se poser la question suivante: cet élément
d'originalité de la patristique n'est-il pas plus apparent que réel? Car;
en se référant sans ces,s e aux Écritures, ~es Peres ne forut peut-être
pas autre ohose que les paiens de la tmdition médio- et néoplatonicienne
aV'ec le texte de Platon. N'y a-t-il pas en fiait1: une communauté de
démarche et de méthode? Un texte d'Origene va naus permettre de
répondre à cette questiono
Voiei oe qu'il éorit dans le Traité des Principes, 10rsqu'iJ aborde la
question des ÉCI1itures divines: «On ne pensera pas ( ... ) que l'inspi-
ration de l'Écriture divine, qui s'étend à travers tout son COI1pS, n'existe
pas, sous prétexte que la faiblesse de notre intelligeuce n'est pas capable
de scruter à tmvers chaque mot les pensées secretes et cachées, alors
que le trésor de la sagesse divine est dissimulée dans des «vases» de
peu de prix et sans ornernents de mots, comme l'indique l'Apôtre:
'Mais naus avons ce trésor dans des vases d'argile, (. .. ) afin que la
foroe de la prnssance divine bril1e davantage' (of. 2 Cor. 4,7), sans que
le fard de l'éloquence hU!illaine se mêle à l'éloquence des doctrines.
Si en effet nos livres avaient entrainé les hommes à croire parce qu'ils
étaient écrits avec l',a rt de Ja rhétorique, ou avec la messe de la philo-
sophie, 'notre foi', assurément, consisterait dans l'art des mots et 'dans
vratÍe, une histoire plus vraie encore 10: nous tenons là un élément
d'innovation au sein d'une. méthode commune.
Cet exemple peut-iI donner lieu à généralisation? Comment s'opere
la rencontre entre la tradi,tion grecque et les Écritures?
CHRISTIANISME ET HELLÉNISME
10. Voir H..I. Marrou, Décadence romaine ou antiquité tardive? III'-IV' siecle,
Paris, 1977, pp. 73-83.
11. Voir Origene, Contre Celse, passim.
12. H.-D. Saffrey, «Allusions antichrétiennes chez Proclus le diadoque plato-
nicien», Revue des Sciences Philosophiques et Théologiques 59, 1975, pp. 553-563 .
Voir aussi les fragments du Contre les Galiléens de l'empereur Julien cités par
Cyrille d'Alexandrie, Contre Julien I et II , éd. P. Burguiere et P. l?vieux, SC 322,
Paris, 1985.
13. Prodos, Commentalres sur la République, II, p. 255, 21-22.
14. L. Lemerle, Le premier humanisme byzantin. Notes et remarques sur
el'lseignement et cultures à Byzance des origines au X' siecle, Paris, 1971, p. 44.
Voir aussi L. Jerphagnon, Vivre et philosopher sous les Empereurs chrétiens,
Toulouse, 1983.
L ' ORIGINALIT~ DE LA PATRISTIQUE GRECQUE 391
plinaire connu, développe des themes que l'on retrouve dal11s le traité
Sur la tranquillité de Démocrite et dans le Tableau de Cébes. Le sermon
ades rapports étroits avec la diatribe et la dialexis de la philosophie
grecque populake des Cyniques, des Épiouriens ou eles Stoi'ciens. La
littérature martyrologique a eles paralleles pai'ens dans les Actes des
martyrs paiens. Lorsque les Peres apologistes, au moment des persé-
cutions, veulenrt faire justioe des accusations de caIIlIlli.ba:11sme, d'a,t héisme
et de subversion, ils rédigent des apo,logies, qui sonrt des discours didac-
tiques, - un genTe bien oonll1u dans l'helléni's me. Le dialogue, à qui
Platon a donné ses lettres de noblesse, est uf~ilisé dans la controverse
avec les Juifs. La fiorme du protreptique philosophique, iHustrée par
Platon et Aristote ert qui ocmsiste à exorteT le lecteur à adopter un
style de V'ie philosophique, seule voie d'acces au bonheur et au bien,
est reprise par Cléme!nt d'Alexandrie au profit du chri,s tiamsme.
Sans doute POUlITarl.t-OIl1, ça et là, nuancer les analyses de Werner
Jooger, contester tel rapprochemenrt (aJinsi à propos de la Doctrine des
Douze Apôtres) ou au oont.raire en pl1oposer qu'il ne signale pas (par
exemple entre les collections de Dits du Chrisrt et la collection des
Apophtegmes des Sept Sages que nous a conservés Jean de Stobée
citant Démétrios de Phalere). Mais l'essentiel n'est pas là. Dans son
souci d'étabHr 1.liIl!e continuité entre la tradition hellénique ert la patris-
tique, WeI1Iler Jaeger en v-ient à négliger l'autre sOUlrce d'oú est sorti
le christ>iamsme, je veux dire le judai'sme, et notamment le judai'sme de
langue grecque: plutât que d'établir UJIl lien de filiation directe entre
la diatribe pai'enne et le sermon ohrétien, on songera plutât à l'homélie
juive, doa:1t l'existence est attesrtée dans la lit.urgie de l'époque du Christ;
au reste, le Nouveau Testament nous en conserve des exemples (ainsi
le sermon de Pierre en Actes 1,15-22). De même, la littéTature marty-
rologique doiJt avant tout être rapprochée du célebre passage OLI, au
chapitre 7 de 2 Maccabées, la mere et ses sept fiI.s préferent la mort
au reniement de leur foi juive. Quant à l'Apocalypse de Jean, elle releve
manifestement dJU même geJlJre littéraire que le livre de Daniel, la litté-
rature apocalyptique, si eu vogue aux alentours de l'ere chrétienne.
Sans doute n'a-'l:-on plus a;f,fai-re id à l'hellénisme au sens OLI nous
entendons ce mot aujourd'hui. Mais, apTeS tout, ce sont là des textes
grecs. Bt, parmi ces textes greos, il faut privilégier la Bible des Septante,
dont les livres Oil1't été tmduits à partir de l'hébreu entre les années
280 avanrt notre ere et l'époque du Nouveau Testament; certains livres
L'ORlGINALITÉ DE LA PATRISTlQUE GRECQUE 395
mise en pages des Commenti;l!ires paiens est tres mal CO'l1l1ue à l'époque
romaine; ils présentaient peut-être la dispositiün attestée pIus tard
chez les Peres.
Une deuxieme irmovation parait mieux assurée. Les Peres sont,
semble-t-il, les IDventeurs d'une forme littéraire qui consiste à com-
biner le genre des Commerutaires et celui des Scholies. Elle porte tantôt
le nom d'Eklogai (ou morceaux choislis), nantôt celui de Stromates
(ou tapisseries), tântot celui d'Hypotyposes (ou esquisses), tantôt
encore celui de Glaphyres (ou sculptures, cisdures). Elle tiJent de la
schoHe en oe soos qu'elle éohappe au caractere systémat!i. que des Com-
mentaiTes, puisqu'elle consiste dans l'explication de passages chois~s
des Écritu:ms; toutefois, elle emprunte aux Commentaires leur aspect
d'amples développements.
Une illinovartion patristique toute proche consiste à enrichir le genre
interprétatif à raide de fomnes littéraires nouvelles. J'oo signalerai une.
Durant les deux premiers siedes, les homélies n'appa:rtiennent pas
encore à l'exégese savante qui nous intéresse iei; ce n'est pas un hasard
si le christlianisme de cette époque ne nous a pas laissé de discours
homilétiques dont l'eX!istence soit inoontestable; les homéllies sont alors
des discours occasionn:els destinés à rester omux. C'esrt avec Mélriton
de Sardes, Clément d'AlexfcllIlJdrie, Hippolyte de Rome et Origene que le
genre homilétique à proprement parler apparalt, comme sous-catégorie
du genre interprétatif. Certes les homélies scrlipturaiI1es ont souvent
une visée parénétique et veulent exhorter l'auditoire cmétien à la vie
vertueuse. Mais elles n'appart,i ennent pas pour autant au genre
protreptique et ne relevent pas d'une littérature moralri:satrice. Car,
fondamentalemoot, elles consistent en une explication d'un livre ou
d'un passage de la Bible. Elles forment, si 1'0n veut, un commentaire
oral des Écritures. Cette communauté de fomne littérnire entre les
Commen1Jajres et les Homé.1ies est bioo marquée par le fait qu'à
l'époque byzantme, des collections d'homé1ies sornt fabriquées simple-
ment en ajoutarnt des doxologies à des Com:mentaires. Origene a pro-
noncé pres de 400 homélies sur I'Ancien Testament et pn:~s de 120 sur
le Nouveau Testar.ment. Les aureurs les plus admirés dants I'Antiquité
étaient les Peres Cappadociens et surtout Jean Chrysostome qui, à
Antioche ou à Constantinople à la fin du IVe sioole, a oomposé environ
140 homélies SUl' l'Arncien Tes,t ament et pres de 500 SUl' le Nouveau.
Je passe mamtenant au genre historique. A. Momigliano a bien
dégagé ce qui fait l'originaHté des historiens chrétiens, et d'abord des
aurteurs de Chroniques oomme 1e Pseudo-Hippolyte, Jules I'African,
L 'ORIGINALIT-';; DE LA PATRISTIQUE GRECQUE 399
34. M. Harl, «Le langage de l'expérience religieuse chez les Peres grecs», Rivista
di Storia e Letteratura Religiosa, 1977, pp. 5-34.
35. W. Jaeger, op. cit., pp. 68-85, a notamment analysé l'influence de la mimésis
sur les homélies de Grégoire de Nazianze et sur les oeuvres de ses contemporains.
402 GILLES DORIVAL
38. R. L. Wilken, «The Christians as the Romans (and Greeks) Saw Them»,
E. P. Sanders, Jewish and Christian Self-Definition, Volume One. The Shaping of
Christianity in the Second and Third Centuries, London, 1980, pp. 100-125.
404 GILLES DORIVAL
couper radicalement les ponts avec e11e. Mais leur propos est polémique
et dans les faits ils sont nourris de philosophie; Hs uti:lisent notamment
contre les prétentions de la philosophie à atteilJ1d!re la vérité tout
l'arsenal des argurments sceptiques. D'autres Peres réüterent la COIJ1-
damnation que l'apôtre Paul fait de la ph:ilosophie dam.s la Lettre aux
Colossiens 2,8 et de la sagesse du monde en 1 Corinthiens 17,25. Pour
l'auteur de la Réfutation de toutes l"es hérésies, chaque herésie résulte
de la corruptiolJ1 introdu~te dans la foi par une philosaphie particuliere:
les rphilosophes sont les peres des hérétiques. Pom Épiphane de Sala-
mÍlne, la philosophie vient du diable. Pour Théodoret, la philosophie
est une maladie de l'âme, les philosophes se contredilsent. Mais, là
encore, le lecteur n'a pas de mal à retrouver des argurmentaüems et des
concepts d'origine rphilosophique. Quant aux Peres quâ. passent pour
être le pIus influencés par la phllosophie grecque, iJs combinent une
dénonciat~on de la philosophie avec une appréciation positive. Pour
Justin et Clément, Platon a plagié l'Ancien Testa:ment, dont iI reproduit
plus ou moins bien les enseignements 39. Dans le même temps, Justin
pense que Dieu a semé en l'homme les graiJnes de la vé!rité et Clément
considere que le Logos allume en chaque âme une étinoelle de vérité.
II ne faut donc pas prendre à la lettre les proclamations antiphilo-
sophiques des Peres: ce sont des sortes de déclarations de principe,
qui ont pour fonction de rappeler que, du poi[}Jt de vue chrétien, la foi
est supérieure à la raisOl1. Pour les phHosophes, la vérité est nonnale-
ment à la portée de tout hormme qui, partout dans le monde, s'adQII:m e
avec sérieux auxactivités intellectueHes; tel n'est pas le poâ.nt de vue
des Peres, pour qui la vérité est de l'ordre d'une révélation donnée
à une COIl1LTIl!Ul1!auté partiounere et consistant dans des faits historiques
particuliers. La foi peut done légitimer un eertain mépris pour la philo-
sophie des paiens, qui se manifeste notamment dans les tentatives
chrétienrnes de donner des sens nouveaux au mot de philosophie,
désignant, chez certains théologieJ.1Js, la foi chrétâ.enne elle"1illême, ou
bien, chez les moines, la vie monas,t ique. Mais une fois affirunée la
primauté de la révélation, une autre attitude, plus positive, plus conoi-
liante, est en général attestée; elle consiste à reoonnaltre une grande
39. Selon Justin, Platon a déduit du Pentateuque la triade des êtres suprêmes,
Pour Clément, Platon a trouvé dans la Bible la triade, la doctrine de la vie apres
la mort, celle de la création du monde, le diable (c'est l'âme mauvaise du monde
des Lois), le résurrection (c'est le mythe d'Er), etc. Voir H. Chadwick, op. cit.,
à la note 19.
L'ORIGlNALIT~ DE LA PATRISTlQUE GRECQUE 405
44. Contre Aece et Eunome, pour qui «Dieu ne sait de son être rien de plus
que nous», qui le savons par révélation, à savoir qu'il est inengendré, les Cappa-
dociens et Jean Chrysostome insistent sur l'incompréhensibilité de Dieu et déve-
loppent toute une théologie apophatique. Le pseudo-Denys la reprendra.
45. H. Merki, ·O!J.OLWC)LÇ 1}EWL, von der platonischen Angleichung an Gatt zur
Gottiihnlichkeit bei Gregor von Nyssa, Fribourg, 1952.
46. Ainsi pour le néoplatonisme A. H. Armstrong, «The Self-Definition of
Christianity in Relation to Later Platonism», E. P. Sanders, Jewis11 and Christian
Self-Definition, Volume One. The Shaping of Christianity in the S econd and Third
Centuries, Londres, 1980, pp. 74-99.
408 GILLES DORIVAL
insiste sur l'aspect irrationne1 de la foi, la 'ltLcT'nç. Ju1ien s ecrie: «II n'y
a rien dans votI'e philosophie, sinon le seul mot: 'erois'». Ce n'est pas
que la philosophie palenne de l'époque pauristique ne dOlme aueun
rôle à la foi, à la 'ltLO"'nç; mais elle intervient seulement au début de
l'activité philosophique, elle sert de marche-pied à la raison. Au lieu
que les Peres donnent à la philosophie le s.tatut de serva'l1J1:e de la foi .
II y a là un élément qui rend irréconcillÍ.ables, au mOlÍ.ns du point de
vue des philos'Üphes, le ehristianisme et la philosophie.
Ainsi, pour les Peres, ce qui est fondamental, c'est l'adhésion à
une révélation: tout repose sur une personne, le Christ, et tout passe
par lui. Cette ~ocahsation SUl" le Christ donne des traits tout à fait
originaux à la maniere d'Ünt la pensée patristique tmite les grands
themes de son époque. Prenons l'exemple de l'as'sirrniJation à Dieu,
theme COIlllmUll aux paiens et aux chrétiens . Chez les Peres, cente assimi-
lation consiste d'abord à s'assirnHel" à l'Image de Dieu, le Christ, à
imiter ses comportements autant que faire se peut, à répéter ses paro-
les, à prier eomme lui avec les psaumes. Le Christ est la vOlÍ.e et la
vérité, se10n Jean 14,6. Nous touehons ici le oceur de la pen:sée patris-
tique, qui est aussi le point de désaccord fondamental avec les phi.lo-
sophes. Car, pour ces dernieTs, l'idée même que le Christ soit le Logos
de Dieu incarné est ab surde , antiphilosophique. L'idée d'incarnation,
le concept de Dieu fait homnlJe, a-P'paru SOl1!S les traits d'un Iliouveau-né
en Judée, est contmire à une saine idée de Di,e u: elle suppose que Dieu
ait été d'aboI'd inactif et ensuite actif; d'abord indifférent au monde
ensuite phHanthrope; eHe implique qu'il prnsse y avo1r d'll changem,e nt
en Dieu, oe qui est contraÍlre à la perfection de Dieu; d'autre part,
comment Dieu, qui est parfait, peut-il se mêler directeme'l1J1: à la matiere?
D'autres éléments du contenu de la foi sont considérés par les
phiJosophes comme antiphilo sophiques . La r ésurrection des corps est
selon eux cQ[]traire à la saine phys'i que, qui dénlDntre qu 'à la mort les
quatre éléments dont est composé tout corps se séparent et retournent
aux substélJIlces dont ils S'Ü'I1t issus . II faut aussi signaler, contrasta'l1't
avec la pensée paienm.e, la conviction ehrétienne de la discontinuité
entre Dieu et sa cJ1éation 49; cela ne signiHe pas que Dieu soit absent
du monde; son omniprésence est au contraire proclamée; mais les
Peres pensent que la création, même si elle a continuellement besoin
de Dieu pour continuei" à être, est autre que Dieu et est d'une autre
50. A.-J. Festugiere, L'idéal religieux des Grecs et l'Evangile, Paris, 1932,
pp. 196-200.
L'ORIGlNALITÉ DE LA PATRISTIQUE GRECQUE 411
53. H. Marrou, Histoirc de l'éducation dans l'antiquité, Paris, 1948, pp. 451-471.
54. Voir W. Jaeger, op. cit., pp . 46-67.
L' ORIGINALITÉ DE LA PATRISTIQUE GRECQUE 413
55. Voir H. Marrou, op. cit ., p . 462 et M. Harl, «Culture grecque et christianisme
en Orient dans la deuxieme moitié du IV' siecle (Quelques travaux récents) >>,
L'Information Littéraire, 1976, pp. 214-222.
56. P. Nautin, Origene. Sa vie et son oeuvre, Paris, 1977, pp. 183-197 et 415-417.
414 GILLES DORIVAL
1957, le montrent bien 57. Jean remplit son eLevoir d'évêque, qui est
d'instruire les catéchumEmes. Nous sommes peut-être en 390, à Antioche.
Les deux premieres catécheses consistent en une instruction sur le sens
du baptême et le C011'tenu de la foi; elles exhortent à mener une vie
chrétienne. Les homélies trois et quatre sont adressées aux néophytes,
c'est-à-dire aux nouveaux baptisés, et reviennent SUJr la foi. On doit
noter que les fêtes des néoph)"tes duraient sept Jours, comme celles
du mariage palen. Les homélies suivantes précisent ce qu'il faut enten-
dre par vie chrétienne: iI faut se modérer dans le boire et 1e manger,
éviter de préférer 10s courses et le théâtre à la s)"naxe, mépriser les
bien de ce monde, prier et donner l'aumône, se conformer aux grands
modeles chrétiens oomme Abraam. Derriere la banalité d'tm praip0s
qui aprpaI1ait aujourd'hui comme un peu moralisateur, c'est en réalité
un genre de vie largement inconnu de l'hel1énisme qui est recommandé
ioi. Sans me limiter aux textes de Jean Chrysostome, je voudmis en
dOIliller les traiJts prinaipaux. Nan sans attirer l'attention sur un point:
iI y a UJI1e distorsion entre le discours de l'évêque et la realité; ses
insistances térncrignent du fait que les comportements concrets des
chrétiens sont sans aucun doute assez loin du genre de vie qui est
prôné; dans 'l a réalité, iI ne doit pas manquer de chrétiens qui font
des exces de nourriture et de bois,s an, qui vont aux courses et au théâtre,
qui oubJient d'aJller à la messe et de prier, qui sant attachés aux
richesses et négligent les pauvlr es. e'est done un idéal de vie que pro-
posent les Peres. Mais, comme nous allons le voir, eet idéal s'est réelle-
ment traduit dans les mentalités, au moins dans une eerrtaine mesure.
Ce qui frappe, ce SOI1Jt les éléments de l'upture avec la tradition
hellénique, qui ne manquent pas: le refus du théâtre 58 est chez les
leHrés chrétiens si réel qu'on ne peut oiter, en dehors de l'entreprise
avortée des Apolinaire, aUCUll!e pieee de théâtre chrétienne d'époque
patristique; le refus des jeux de l'amphithéâtre et des courses de
l'hippodrome est, lui, I1esté largement le1Jtre morte, malgré les condam-
nations réitérées : on connalt les noms de cocher,s chrétiens célebres
et on sait le rôle des factions du cirque dans la politique byzantine.
Le refus eLes fêtes palennes a été plus subtilement pensé: les Peres ont
tenté de leur substituer des fêtes chrétiennes; mais oelles-ai O11t mis
eLes décennies, v'Oire des siecles pour s'imposer, et elles n'ont jamais
pu totalement éLiminer leurs devancieres . Les Peres refusent aussi la
57. Elles ont été éditées par A. 'Wenger, Sources Chrétiennes , n° 50, Paris, 1957.
58. Auquel on peut ajouter celui du romano
416 GILLES DORIVAL
ma:l par rapport à la fornication, c'est le refuge des êtres faibles face
à la concupiscooce.
Quant au remaniage apres le déces d'un conjoint, les Peres balan-
cent entre deux attitudes: à l'image de Paul, qui tolérait les seoondes
noces tout en estimant la viduité supérieure, Jean Chrysostome les
acLmet oomme U11Je ooncession faite à la misere hUílIlaine. Inversernent,
AthénagoJ1e 1es qualifie d'«adultere déguisé». Les Cappadociens imposent
aux remaPiés des pénitences. Une attitude comparable existe dans le
cas du divoroe, généralisé daJlls la société civile des premiers s,iecles;
iI est condamné taJ:O!t par le Nouveau Tesrtament que par les Peres;
les divorcés remaJ1iés sont exclus de 1'Église; mais la pensée patl'istique
admet en général leur réintégration apres un temps de pénitence 59.
Apres 1'ascese, je voudrais parler de la philanthropie chrétienne.
L'amour d'autnü n'est pas un trait pJ10pre du christial1'isme. Pas m ême,
et contrairement à ce qu'on dit souvent, 1'amour des ennemis prôné
par Exode 23,4-5, 4 Maccabées 2, 14, Matthieu 5,44 et Luc 6,28: le phil 0-
sophe cynique doit, lui aussi, «a1mer ceux qui l,e frappent, comme s'il
était le peJ1e ou le frere de taus» 60. Ce qui esrt nouveau, me semble-t-il,
c'est qu'il a induit des compol'tements sociaux de grande ampleur.
Toutefois iI en est un, ou iI n'a probablement joué aucun rôle, contrai-
rement à ce que 1'on affirme parfois: la disparition de 1'esdavage, qui
va prendre plusieurs sieoles, ne s'explique pas par une volonté chré-
tienne de dcmner à I 'esolave 1e même statut social que celui des autres
chJ1étiens, mais par le fait que l'évolu1Úon des conditions éconOtInJiques
n',a plus nécessité ce type de main d'reuvre 61 . Le premier changem.ent
concerne la femme. Le christianisone, fidele en cela au judaisme, est
porteur d',u n oompol'ooment qui ne parait pas attesté à gralIlide échelle
dans le paganisme 62: le respect de l'homme pour la femme, et des
mal'is ,p our leurs épouses. Ce respeot a probablemoot été renfOl'cé
par la valeur que l'interdiction du divoroe accorde au mariage.
Le second grand changement est 1'attention aux démunis et aux
étrangers. Le Nouveau Testament fait 1'éloge des petits et ,a ffirme qu'il
est plus diffidle à UIl1 riche d'entJ.1er dans le royaUílIle des oieux qu'à
un ohameau de passer par le chas d'une aiguille. Les Peres affinnent
63. Voir P. Brown, The Making of Late Antiquity, Harvard, 1978, traduit en
trançais par A. Rousselle sous le titre Genese de l'Antiquité tardive, Paris, 1983.
LA PLACE DU DROIT ROMAIN
"DANS LA PENSÉE JURIDIQUE MODERNE
JEAN IMBERT
Université de Droit de Pans
Les grandes civilisations antiques n'ont pas toutes laissé des traces
dans notre droit moderne: les Chaldéens, les Hittites, les Egyptiens
ont disparu sans nous légue"r aucune institution, aucun vocabulaire
juridique, aucune influence même lointaine dans nos coutumes ou nos
usages. De la civilisation hebralque, quelques institutiOiIlS ont subsisté
dans les siecles chrétiens: l'Europe a par exemple connu la dime, qui
s'est effaoée avec le prestige de l'EgHse. Nous ne gardons auj ourd'hui ,
dans quelques rares pays (Belgique, Grande-Bretagne par exemple) que
l'antique cérémonie de l'onction qui, depuis le temps de Samuel et
de Saül, imprime UiIl caractere sacré à la royauté, onotJion qui s'est
progressivement muée en un véritable sacre chez les souverains espag-
nols avant de s'imposer dans l'empire chrétien de Charlemagne. Encore
faut-il préciser " que cette cérémonie du sacre n'a plus de nos jours
qu'une significatlion symbolique dont le sens profond s'est perdu
au ~ours des siecles: le geste sacré s'est maintenu, mais personne
aujouJ1d'hui ne croit plus à l'origine divine du pouvoir ni que l'auto-
rité du souverain est puisée dans cette consécration liturgique. Le rite
s'est maintenu mais a perdu son sens origineI.
II n'en va pas de même des institutions grecques ou romaines, qui
ont profondément influencé et notre vocabulai.re et nos concepts juri-
diques. Bien entendu, certaines des conceptions antiques out été modi-
fiées en fonction de l'évolution politique, économique et sociale (à titre
d'exemple: disparition de l'esclavage) , et il ne pouvait en être autre-
ment! Mais le droit romain a gardé une prédominance technique qui, par
delà l'Europe, s'est étendue à l'ensemble du monde contemporain, même
422 JEAN IMBERT
I. LE MONDE GREC
anglo-saxons que dans les autres. Bien d'autres termes grecs ont passé
dans notre terminologie moderne: canon (pour regle); et le régime
de la cité (polis) a donné naissance à une véritable science que naus
désignons en de nombreuses langues du nom de «poJitique».
Certes, d'autres vocables grecs ont au contraire disparu, distancés
par des appellations romaines qui les ont supplGlJIltées: le titre de basileus
(roi), utilisé par Alexandre le Grand, a bien été repris par Héraclius
et les empereurs romains d'Orient, mais n'a laissé aucun souvenir
dans nos institutions politiques mooernes. II en va de même du terme
qui désignait la loi - nomos - dont Pindare disait déjà, cinq cents
ans avant notre ere, qu'elle était mere de toutes choses . Le concept
de no mos a bien survécu, mais le vocable a cédé la place à l'appellation
romaine de lex ... Seuls les savants parlent encore de nomographie ou
de nomologie!
Si le vocabulaire grec a soellé pour de longs siecles la terminologie
politique, le droit privé de la Greoe antique a laissé, lui aussi, des traces
tangibles dans le monde moderne: les termes grecs, adoptés et utilisés
par les Romains, ont la plupart du temps gardé leur sens origineI.
Dans le droit des contrats, qui traduisent juridiquement bien des
relations sociales, les mats grecs sont encore en usage courant dans
bien des pays. Nous paI'lons couramment de contrats synallagmatiques,
qui désignent une forme de transaction habituelle, tandis que l'acte
chirographaire (éorit à la main) , continue à caractériser l'acte écrit
signé de la main du débiteur; l'une des formes du testament emprunte
encare au gJ1ec sa qualification d'o1ographe.
La technique juridique grecque - et tout particulierement celle
d 'Athenes - a été souvent adoptée par Rome, qui nous a transmis
des vocables que nos contemporains utilisent toujours. Les exemples
en sont assez nombreux et seuls queIques cas précis seront retenus .
L'anatocisme entend encare indiquer que les intérêts non versés annuel-
lement par le débiteur s'ajoutent chaque année au capital initial et
produisent eux-mêmes intérêt. L'antichrese est comme autrefois un
contrat par lequeI un débiteur. abandonne à san créancier l'un de ses
biens afin qu'il en perçoive les fruits (pour sureté de sa créance) .
L'emphythéose, comme en Grece ou à Rome, caractérise toujours les
baux de longue durée (18 à 99 ans) dont on peut trouver de nombreux
exemples oontemporains.
Ce sont encore les Grecs qui ont donné ses caracteres essentiels
à une institution bien connue, l'hypotheque, qui consiste en un droit
426 JEAN IMBERT
Le monde romain, s'il n'a pas hésité à adopter les termes. et les
techniques des Grecs, a en outre fait preuve d'imagination et alui aussi
contribué fortement à modeler nos concepts et notre langage modernes.
Des institutions politiques de la Rome antique, nous avons gardé
le rex, qui a donné naissance à roi, royal, royauté, qui a fait une sérieuse
concurrence au vocable grec monarque et qui, comrrne lui, a revêtu
progress!ivement une tonalité héridhaire qu'il n'avait pas à l'origine.
Mais les mutations institutionnelles de la royauté sorrt peu de
choses si nous les comparons à celles qu'a subies un autre terme dont
l'usage est encore beaucoup plus courant: la République. La res publica,
c'est tout simplement à Rome la chose publique, qui s'oppose aux
intérêts particuliers: elle ne désigne pas un régime politique bien défini.
Preuve en est qu'Auguste, quand il crée ce que nous appelons l'empire,
entend tout simplement restituer la «république», et ne craint pas de
se proclamer sauveur de la liberté: il a dli passer pour teI aux yeux
de ses contemporains, fatigués d'une longue période de guerres civiles.
Et c'est encore le sens d'Etat, sans aHusion a une forme précise de
gouvernement, que nous trouvons chez les auteurs du XVle siecle, par
exemple Bodin avec ses «six livres de la République». La transmutation
du teJ1IIle s'opere au XVlIIe siecle, lorsqu'on oppose la République à la
Royauté: les révolutionnaires français, apres avoir coupé la tête à
Loui,s XVI, adopteront la république pour désigner U!ll régime sans roi,
mais sans lui donner un sens technique bien précis, de telle sorte
que de nos jours encore des régimes fort différents se cachent sous
l'appellation non contrôlée de république, qu'il s'agisse de républiques
populaires ou démocratiques ou libérales ...
L'empire - hérité de l'imperium romain aussi bien en anglais qu'en
français - n'a guere un sens plus précis. Vn livre de 500 pages a été
consacré en 1980 au concept d'empire, et décrit bien l'évolution du
terme. Son sens strict renvoie évidemment à l'empire romain puis
à ses dérivés, du Saint Empire Romain Germanique à Napoléon ou
Bokassa, en passant par Mussolini. Mais, d'autre part, les occidentaux
(et d'autres) ont inventé un sens élargi du mot «emp'ire» en y faisant
LA PLACE OU OROlT ROMAIN OANS LA PENS~E JURIDIQUE MOOERNE 427
On a dit maintes fois que le droit des contrats des pays ' européens
ponvait être facilement um.ifié, justement parce qu'en ce domaine tous
les droits nationaux avaient adopté la terminologie et la technique du
droit de Justinien, dans le dernier état du droit romain. Tous les
oontrats reposent depuis cette date sur le consentement des cocon-
tractants, qui doivent respecter certaines formes obligatoires différentes
selon les types de contrat, . pour en assurer la preuve (notamment la
rédaction éventuelle d'un écrit). Et les contrats les plus fréquents
portent encore leur dénon1ination romaine, qu'il s~agisse de la vente,
du louage, du prêt, du commodat, du dépôt, etc., tandis que les vices du
oonsentement affec~ant ces contrats sont repris de la terminologie
romaine: erreur; doI, crainte, etc.
L'article 1780 du Code civil français, toujours en vigueur, parle
encore de «louage de services» (traduction littérale de locatio operarum),
alors que depuis le début de notre sieole la pratique a lancé une
expression plus moderne: contrat de travail ...
Quant aux droits que I'homme peut exercer sur les choses, le droit
romain nóus a légué une distinction fondamentale, adoptée par presque
tous les pays: d'une part la propriété, qui entraine l'usus, le. fructus et
l'abusus (droit absolu mais non pas illimité) et d'autre part la posses-
sion, qui se manifeste par des actes matériels d'usage et de jouis's ance,
possession qui est protégée dans l'intérêt de la paix et du bon ordre,
et qui ne nécessite pas comme la propriété la production d'une preuve
toujours difficitle à fournir: le sim.rple fait de détenir une chose jouit
de la protection légale, I'Etat réprimant tout acte de violence troublant
la possession paisible. Et, outre le concept de propriété, nous tenons
encore de la tec.lmiqu~ romaine la réglementation des droits réels sur
la chose d'autrui, que nous appelons comme dans l'antiquité les servi-
tudes et les usufruits . .
Les exemples de .la survivance du droit romain dans les civilisa-
tions contemporaines pourraient .être aisément multipliés. Les termes
techniques se :retrouvent um. peu partout, quitte à être déformés et
parlois à . perdre Jeur sens origineI. Vn seul exemple de «déformation»
suffira: le ler aout 1988, va entrer en vigueur le nouveau code. civil du
Zaire. Ce code n'abandonnepas la vieille tradition africaine du verse-
ment d'une somme d'ai'gen:t . à la famiUe de la femme que l' on désire
épouser: oomme le législateur zairois n'a pas voulu parler d'«achat»,
il emploie la terminologie latine de la «doÍ»... qui, dans son sens
LA PLACE DU DROIT ROMAIN DANS LA PENS~E JURIDIQUE MODERNE 429
preCls, désigne les biens que la femme apporte à son mari et non pas
ceux que le mari donne pour se procurer une femme. Plus ou moins
malmenées, les institutions romaines subsistent et aurout la vie longue!
*
* ~,
EGLISE ET LATINITE
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CE QUE LE CHRISTIANISME
DOIT A LA ROME ANTIQUE
R. SCHILLING
Université de Strasbourg
A Paulo principium.
Peut-êtI'e l'apôtre Paul n'existerait-il pas, si sa vie n'avait été pro-
tégée dans une période critique par la loi I'Omaine. Souv,e nons-nous
en effet du passage des Actes des Apôtres (21,27 s.): alors qu'il s'était
rendu à Jérusalem et qu'il était entré dans le temple, il fut accusé
par les Juifs de violation du tem.ple (sous prétexte qu'il y avait introduit
des «gentils»: 21,28). AlOI1S, tandis que les Juifs cherchaient à leur tuer
(21,31), iI fut libéré et sauvé par un tr1bun de cohorte romain. Par la
suite, comme le tribun, bien qu'il l'eílt sauvé, avait ordonné de le faire
«fouetter de verges» (22,24) selon la ooutume, pour l'interroger, Paul
déolara qu'il était citoyen romain (22,25): iI dit expressément: «pour
ma part, je suis même né citoyen romain» (22,28).
Le lendemain, oomme iI se présentait devant le Sanhédriu, Paul
fut de nouv,e au, pour des raisons de sécurité, «a.rraché à la foule et
eIIl!ll1ené au camp romain» par le tribun romain qui craignait «qu'il
ne rut mis en pieces en raison du tumulte» (23,10) .
Ce ne fut pas la fin de tribulations de Paul. En ef.fet le lendemain,
alors que le tribun avait appris que les Juifs s'étaient engagés par
serment à faire périr PauJ., il prit des mesures de précaution en recru-
tant «deux oents soLdats, soixante-dix cavaliers et deux cents auxi-
liaires» (23,23-24) pour que Paul «rut conduit sain et sauf aupres du
gouv,e rneur Felix» (cet Antonius Felix était procurateur de Judée depuis
l'an 52 jusqu'à 59 ou 60) * avec cette letJtre: «Claudius Lysiae adresse son
28
434 R. SCHILLING
salut à san Exeellence le gouverneur Felix. Cet homme avait été pris par
les Juifs et allait être tué par eux quand je suis survenu avec ma troupe
et le leur ai soustrait en apprenant qu'il était Romain ... » (23,25-27).
Alors les Juifs tenterent pour la troisieme fois, à l'instigation du
grand-pI1être Ananias, de perdre Paul devant le goruverneur Felix en
l'accusant d'être UIIl «hormne pestiféré»: mais en vain car eelui-ci renvoya
les accusateurs (24,22). Cependant Paul était toujours dans les ehaines
à Césarée parce que Felix voulait tout de même «être agréable aux
Juifs». Son suocesseur fut Portius Festus (24,27).
A nOUVieau les chefs des prêtres s'efforcerent de perdre Paul (25,1).
En effet ils demanderent à Festus «de donner l' ordre de conduire Paul
à Jérusalem, avec l'intention de préparer un traquenard pour le tuer
en oours de route» (25,3). Comme Festus lui demandait s'il voulait
«monter à Jérusalem» et «être jugé là-bas» en sa présenoe, Paul refusa
en disant: de suis devant 1e tribunal de César, c'est là qu'il convient
de me juger ... ren appelle à César» (25, 10-12).
C'est ainsi qu'à plusieurs reprises Paul échappa à la mort sous la
sauvegarde de la loi romaine. Jamais I'apôtre n'oublia oette protection.
En effet plus tard iI n'o:mit pas d'énumérer toutes les souffrances qu'il
avait endurées «·au cours de multipJes épreuves et de quantité d'empri-
sonnements; j'ai été - poUJI1suit"iI- roué de nombre de ooups et menacé
souvent de morto Les Juifs m'ont infligé à dnq reprises les trente-neuf
coups de fouet ... » (Cor. 11,11,23-24). Ailleurs (Rom. 13,1) iI s'écria:
«Que tout esprit soit soumis ,a ux puissances supérieures: car iI n'y a
pas de puissanoe qui ne procede de Dieu». Et utilisant 1es mêmes
paroles que 1e Christ à propos de César (cf. Matth. 22,21), iI fit cette
dédaration: «VoiJà pourquoi vaus devez payer l'impôt, car c'est avec
l'agrément de Dieu qu'agissent les agents préposés à oet offioe. Rendez
dane à ,t ousoe que vous devez: l'impôt à qui perçoit l'impôt, la redevance
à qui perçoit la redevance» (Rom. 13,7).
Voilà pourquoi iI ne m'a pas paru inutile de rappeler les circons-
tanoes qui auraient entraíné Paul dans une mort prococe sans une
intervention au nom de l'autorité romaine. 01' peut-on imaginer le
christianisme, surtout aux premiers temps, sans Paul? II n'est pas
besoin de poser la question plus longtemps pour comrprendre quel rôle
a joué l'ordre romain - et eombien de fois, à l'aube du christianisme,
pour assurer la sauv,e garde du plus dynamique des arpôtres.
Venons-en à des ,o onsidérations plus générales. L'historien qui s'inté-
resse à l'implantation I1o:maine du christianisme au cours des quatre
premiers siecles est conduit à méditer sur deux eonstatations fonda-
CE QUE LE CHRISTIANISME DOIT A LA ROME ANTIQUE 435
Pierre (cf. Mathieu, 16, 18) «pour construire l'Eglise» 8 et que les clefs
du cieI avaient été données à l'Eglise par son entremise 9; le second
avait reconnu à l'Eglise de Rome une potentior principalitas e:n vertu
de sa fondat~on par les apôtres Pierre et Paul 10. II appartient toutefois
à Cyprien d'avoir énoncé les formules les plus expHcites: «(L'Eglise de
Rome) est la chaire de Pierre et l'Eglise principale d'ou est née l'unité
épiscopale» 11; ailleurs: «(L'Eglise de Rome) est la mere et la souche
de l'église universelle» 12 .
*
* *
Ce primat de Rome ne sera pas sans importantes conséquences.
Tout d'abord, le siege de l'évêque romain apparaitra de plus en plus
comme un roc au milieu des tempêtes - le roe «contre lequel ne
prévaudront pas les portes de l'enfer», conformément aux promesses
évangéliques (Mathieu, 16,18). Force est de constater que les premiers
troubles dans l'Eglise sont dus essentiellement à des mouvements
d'origine orientale. Signalons-en quelques-uns.
Ainsi, la secte des Encratites, représe:ntée en particulier par le
syden Tatianus 13, prêchait un rigorisme ascétique qui allait jusqu'au
refus du mariage et de la procréation: elle fut combattue par Irénée.
Ain:si, les Marcionites, fondés au He si~de par un nommé Marcion,
originaire de Sinope, rejetaient le Dieu de l'Ancien Testament qui leur
apparaissait dur et cruel au seul profit du Dieu du Nouveau Testament,
bon et miséricorclieux, qui eSlt le pere de Jésus-Christ: Tertullien a
écrit le Contre Marcio1'l pour réfuter leur enseignemenrt. Quant à la
doctrine des Manichéens 14, sectateurs de Mani (ou Manes), elle se
répandit au lHe siecle à partir de la Perse, proelamant la distinction
irréductible entre Dieu et la Matiere, entre le Bien et le Mal: cette
hérésie subit les attaques de TertulHen 15.
Ankara) 25. Mais cette attitude libérale n'a pas empêché le latin de
devenir la langue administrative commune à tout l'empire et de servir
de véhicule linguistique universel.
Quant au message chrétien 26, il a été diffusé hors des frontieres
de la Palestine, comme on sairt, dans la XOL'J'lí grecque. Cette langue
s'est imposée dans l'orient (ou d'autres langues, par exemple le syria-
que, auraient pu la concurrencer) avec d'autant plus d'autorité qu'elle
avait été déjà choisie par 1es Septante pour la traducrtion de la Bible.
II ne fait pas de doute qu'en occident également, en raison des origines
de la plupart de ses membres la communauté des chrétiens établie à
Rome (peut-être des 40; surement avant l'incendie de Rome de 64,
qui leur fut imputé par Néron) TI pratiquai1 le grec. Ainsi, le plus
ancien texte liturgique rornain, la Tradition apostolique d'Hyppolyte
de Rome (vers 200), est rédigé en grec et sur la liste des quatone
noms de papes des deux premiers siecles, on en a dénombré dix qui
sont grecs.
Mais l'insertion de cette communauté dans l'écrin romain, sans
parler de l'arrivée de nouveaux oonrvertis, de langue latine, ne pouvait
que favoriser avec le temps une latinisation progressive. En effet, il ne
faudrait pas rprendre à la lettre les outrances satiriques d'un Juvéna.l
qui s'écrie: de ne rpuis supporter, ô citoyens, une Rome grecque ... » 28?
Pas plus que l'Oronte syrien (qu'il évoque tout aussirtôt) ne s'est deversé
dans le Tibre latiIn, la minorité grecque n'a jamais mis en péril la
latinité de Rome. L'exaspération de Juvénal ne fait que refléter l'agace-
ment des citoyens «établis» d'une société en face de minorités étran-
25. Cf. l'introduction de l'édition Res gestae diui Augusti par J. Gagé (Paris,
1977) p. 5 S . et p. 43 S. - De modestes fragments ont été également trouvés à
Antioche et à Apollonie. Rien ne subsiste de l'original, qui, gravé sur une table
de bronze, devait être placé devant le mausolée d'Auguste à Rome (Suétone,
August., 101,6).
26. Les considérations suivantes doivent beaucoup pour la documentation
à l'ouvrage de Cyrille Vogel, Introduction aux sources de l'histoire du culte
chrétien au Moyen Age (Spoleto, S. d.), p. 241 S. Nous renvoyons pour plus ample
information à cet exposé accompagné par une abondante bibliographie. Les
emprunts textuels sont cités entre guillemets.
27. Cf. Tacite, Annales, 15,44.
28. Juvénal, 3,60-62:
... .. ........... .... .. .. Non possum ferre, Quirites,
graecam Vrbem; quamuis quota portio faecis Achaei?
Iam pridem Syrus in Tiberim defluxit Orontes.
CE QUE LE CHRISTlANISME DOIT A LA ROME ANTlQUE 441
*
* *
Le passage au latin engageait les chrétiens dans des voies nou-
velles ... avec des problemes nouveaux. Quelle devait être, pour le
culte, leur attitude vis à vis du vocabulaire de I'antique religion?
Devaient-ils conserv'er ou nou les termes les plus usuels qui portaient
la marque «pa'ienne»? Et quelle devait être leur attitude vis à vis des
cérémonies antiques qui avaient profondément imprégné les sensibi-
lités, comme, par exemple, le renouvellement annuel du feu à l'inté-
rieur du sanctuaire de Vesta?
Pour le vocabulaire sacré, ii est bien connu que deux tendances
contraires se sont manifestées 32: «lme tendance novatrice, liée à la
consdenoe de l'originalité du message chrétien et à la volonté de se
différencier linguistiquemen1 de la société pa'ienne ambiante, - et une
tendance conservatrioe, liée au génie même de la langue latine et au
tour d'esprit romain». Ainsi, les chrétiens d'Occident ont ressenti le
te:rnne sacer comme trop 1ntimement associé aux cultes pa'iens et, à
l'instar des Septante qui avaient préféré au mot LEPOC; le t'e rme plus
rare en grec olassique li/toC; pour rendre I'hebreu qâdôS, ils ont substi-
tué à sacer le mot sanctus (choix qui a permis des créations originales
par dérivation, telles que sanctificare, sanctificatio sanctimonialis).
Toutefois, en oonnaisseur avisé de Tertullien, René Braun a observé
que I'usage de cet auteur se révele pIus nuancé: chez lui, I'exclusion
de sacer n'est pas totale 33. Si ce terme est utilisé le pIus souvent (neuf
occurrences) par référence au culte pa'ien, il reste au moins deux
endroits (dans le De corona et l'Aduersus Marcionem IV) ou il figure
dans un contexte chrétien. Bien plus, Tertullien n'a pas hésité à employer
(à trois reprises) dans un oontexte chréiien un mot aussi spécifique
des institutions de la république romaine que sacrosanctus qui désigne
la qualité inviolable des tribuns de la plebe: chez l'écrivain chrétien, ii
est employé «comme une sorte d'intensif de sacen>.
460 Pour une analyse plus précise de uenerari et de uenia ainsi que de leurs
relations, cio mon livre La religion romaine de Vénus (Paris, De Boccard, 2' édo,
1982), po 33 So et po 39 SO RCDR, ppo 295-3020
470 II s'agit d'un mémoire inédit, rédigé sous ma direction, par Jo Kauffmann;
La part du classicisme et la part de la nouveauté dans le vocabulaire religieux
du Sacramentarium Veronense, alias Sacramentaire léonien (Université de Stras-
bourg, 1972).
480 So Vo (2e édo, Mohlberg, 1966)0 - Exemples d'emplois de uenerari (= «vé-
nérer»), appliqué à Dieu: po 57, no 422: ... Te principaliter toto corde uenerantes ... ;
po 58, no 432: 000Vt Te tota mente ueneremur ... ; à la Vierge: po 54, no 398: 0. 0uene-
randae gloria Genetricis o.. ; aux saints: po 85, no 674: o.. quos ueneramur obsequio ...
490 Ibidemo - Exemples d'emplois de uenerari (= «célébrer»): po 23, llo 178:
... diem sacratissimum celebrantes ascensionis in caelum Domini nostri : sed et
memoriam uenerantes .. .; po 43, n. 317: .. . praecipuorum apostolorum natalem
diem plena deuotione uenerari ... ; po 100, no 798: .. . ueneranda festiuitas ...
50. Ibidem, p. 431: Index s. v. uenia.
51. Ibidem, po 15, n. UI «<en témoignant notre respect à leur égard, puis-
sions-nous obtenir ta grâce pour nous»o - On notera en passant la symétrie
stylistique entre les deux membres de phrase, introduits respectivement par illis
et par nobiso
CE QUE LE CHRISTlANISME DOIT A LA ROME ANTlQUE 447
52. Caton, De agricultura, 141,2: Mars pater, te precor quaesoque uti sies
uolens propitius mihi domo familiaeque nostrae ... (<<Vénérable Mars, je te prie
et te demande que tu sois bienveillant et propice à moi, à ma maison, à mon
personnel ... »).
53. S. V., p. 43, n. 318 (<<Puisse, Seigneur, l'intercession des apôtres recom-
mander des prieres et les sacrifices de ton Eglise afin que la fête que nous
célébrons en leur honneur serve à nous gagner ta grâce»).
54. Ibidem, p. 33, n. 253 (<<Délaissant les ténébreux sacrifices de victimes
sanglantes, nous t'offrons, ô Pere suprême, en humbles suppliants, une hostie
spirituelle ...»).
55. Augustin, De doctr. christ., 3,11.
56. S. V., p. 39, n. 292 (<<Dieu tout-puissant et étemel, qui par un mystere
ineffable as établi la juridiction des princes des apôtres sur la citadelle du
peuple romain pour diffuser la vérité évangélique à travers tous les royaumes
de la terre, accorde nous que le message qui s'est répandu dans le monde par
leur prédication soit accueilli avec dévotion par l'univers chrétien»).
448 R. SCHILLING
*
* *
Le legs oultuel ne représente qu'une partie de l'héritage. La jeune
Eglise a également puisé dans le trésor romain pour établir les struc-
tures de sa liturgie et pour constituer les regles de sa juridiction.
On sait que chez les Anciens le temps était rythmé par des fêtes
qui étaient distribuées dans les Fasti sur le cours de l'année, si bien
que oertains mois étaient «,m arqués» liturgiquement: par exemple, le
mois de mars se signa:lait par des célébrations eorrespondant à l'ouver-
ture des opérations militaires et, symétriquement, le mois d'ootobre,
par des célébrations de olôture des mêmes opérations 51.
11 est évident que parmi ces cérémonies, plusieurs ont provoqué
l'aversion des ehrétiens, soit par leur naturisme areha'ique (les Luper-
calia du 15 février) soit par leu(["s débordements orgias tiques (les
Saturnalia de décembre). Ce sont celles-ci qui ont suscité les colleotes
rédigées sur un ton agressif à l'encontre du paganisme 58.
En voiei quelques exemples. Allusion aux Luperques demi-nus
courant autour du Pallatin: ou demande à Dieu de ramener les errantes
in uia à «la lumiere de la vérité» - ueritatis lumen (S. V., p. 11, n. 75).
Une oraison plus longue insiste sur la nécessité de bannir «vous ces
rites empreints d'un areha'isme impie» - omni ritu pestiferae uetustatis
abolito, «toutes ces abominations» - cunctis abominationibus abdicatis
(S. V., p. 79, n. 623). Une autre prie le Seigneur, comme bon pasteur,
de ne pas livrer «les brebis rachetées par san précieux sang aux
assauts et aux morsures des démons» (S. V., p. 68, n. 520). Allusion
probable au festin des Saturnalia: la oollecte rappelle l'incompatibilité
entre la partioipation à la table eucharistique et le diabolicum conui-
uium et demande au Seigneur que le peupJe chrétien «rejette le gout
des nourritures i'lllpies qui sont mortelles (pour l'ârrne)>> - gustu morti-
ferae prophanitatis abiecto, afin d'accéder au banquet du salut éternel»
- ad epulas aeternae salutis accedant (S. V., p. 11, n. 76).
57. Cf. G. DlI.mézil, La religion romaine archa'ique (2e éd., Paris, 1974), p. 216 s.
- Pour toutes les allusions aux fêtes «pa'iennes», on renvoie une fois pour toutes
à cet ouvrage, pourvu d'un précieux Index. - Fasti (dies) désigne chez les
Romains, par brachylogie, le calendrier (les jours fasti, ouvrables, étant les plus
intéressants pour les activités de la communauté, par opposition aux jours
nefasti, réservés aux dieux).
58. Cf. la liste des collectes foumie par L. C. Mohlberg dans l'introduction
de son édition du Sacramentarium Veronense, p. LXXVIII, contre les Lupercalia,
les Saturnalia et le culte des idoles.
CE QUE LE CHRISTIAN IS ME DOIT À LA ROME ANTIQUE 449
59. Virgile, Aen., 1,278 s. On sait que les Romains se considéraient comme
des Enéades = descendants d'Enée, fils de Vénus.
29
450 11.. SCHILLING
68. Servius, ad Buc., 3,77: ... amburbale uel amburbium dicitur quod urbem
circuit et ambit uictima. - Cf. aussi Paulus-Festus, s. v. Februarius, p. 75 L: Februa-
rius mensis dictus quod tum, id est extremo mense anni, populus februaretu r id
est lustraretur ac purgaretur.
69. Caton, De agricult., 141. Le rite comporte essentiellement la circumambu-
lation du suovétaurile (= verrat, bélier, taureau) autour du champ.
70. II ne s'agit pas de contester l'existence de processions aux flambeaux, qui
est bien attestée dans l'antiquité par exemple le 13 aout en l'honneur de Diane
(voir mon commentaire dans RCDR, p. 196 s.) mais son application à l'amburbium.
71. Missale Romanum (de Pie V) , Die II Februarii (<< Seigneur, tu as ordonné
que par l'ceuvre des abeilles cette liqueur parvienne à la perfection de la ·cire»).
72. Ibidem; (<< ... Accorde dans ta bienveillance que, de même que ces lumi-
naires, allumés d'un feu visible, chassent les ténebres de la nuit, de mêmenos
cceurs, illuminés par un feu invisible, c'est-à-'d ire la splendeur du Saint Esprit,
soient affranchis de l'aveuglement du vice»).
CE QUE LE CHRISTIA NISME DOlT À LA ROME ANTIQUE 453
73. Les considérations qui suivent reprennellt les conclusions de mon étude
«Vestales et vierges chrétiennes dans la Rome antique», in RCDR, pp. 166-182.
74. Cf. Pline l'Ancien, Nat. hist., 28,12.
75. Cf. Math., 19,10-12; Paul, Iêre Ep. ad Cor., 7,7.
76. Prudence, Perist., 2, 301 s.: Cernis sacratas uirgines.. . hoc est monile
Ecclesiae. (<<Tu vois les vierges consacrées .. . : elles sont la parure de l'Eglise»).
77. Ambroise, De uirginibus, 1,4,15.
454 R. SCHILLING
douceur, une chaste liberté. Que l'affection anime leur ferveur; qu'elles ne s'atta-
chent à rien en dehors de toi; qu'elles menent une vie digne de louange, sans
désirer être louées. Qu'elles te glorifient par la sainteté de leur corps, par la pureté
de leu r âme. Qu'elles te craignent avec amour, qu'elles te servent avec amour ... »).
83. Cf. J. Gaudemet, Les institutions de l'antiquité (Paris, 1972), p. 42l.
84. J . Imbert, Le Code de droit cano nique de 1983 et le droit romain, L'année
canonique, Paris, XXVIII, 1984, p . 1. (Je dois une grande gratitude à ce savant
qui a bien voulu me communiquer son manuscrit avant impression) .
85. J. Gaudemet, op. laud., p. 353.
456· R . SCHILLlNG
*
* *
Dans le Sacramentarium Veronense l'établissement du siege de
la primauté apostolique sur la citadelle de Rome - in ' Romani nominis
arce 93, avait été qualifié de «mystere ineffable». Maintenant que le
christianisme approche ,de la fin de son second miUénaire, cet édifice
apparait plus solide que jamais. Les pouvoirs reconnus au successeur
94. Certes ce Code fait également un sort à la collégialité des évêques. Mais
celle-ci n'entame en rien la primauté papale. Si les mêmes pouvoirs, note J. Imbert,
sont conférés aux évêques dans leur diocese selon le canon 391 du nouveau code,
ils ne peuvent être exercés que ad normam iuris, c'est-à-dire que la législation
épiscopale ne peut qu'appliquer, voire compléter la législation pontificale, qui
demeure la source premiere.
95. Cf. R. E., SuppI. XV, s. v. Pontifex maximus, c. 347.
96. Sf. R. E., s. v. Leo, n. 7, c. 1962 s.
97. L'expression Summus Pontifex figure par exemple dans le canon 336 du
Codex iuris canonici de 1983.
CE QUE LE CHRISTIANISME DOIT À LA ROME ANTIQUE 459
.98. Allocution de Pie XII aux universitaires français en 1946: j'ai évoqué
ce souvenir dans RCDR, pp. 166-167. - L'ode d'Horace mentionne les représen-
tants des deux institutions les plus vénérables de la Rome antique, le Pontifex
Maximus et la Vestalis Maxima (qui montent au Capitole, siege du temple de
Iuppiter optimus maximus).
99. R. Metz, Der Papst, in Handbueh des katholischen Kirehenreehts (Regens-
burg, 1983), p. 257, a relevé un ehangement significatif dans I'Annuario pontificio:
jusqu'en 1968, la liste des titres pontificaux se terminait par la formule Gloriosa-
mente regnante «<Qui regne glorieusement»); depuis 1969 elle est remplaeée par
Servo dei servi di Dio (<< Serviteur des serviteurs de Diew» .
100. Sur l'origine et l'interprétation de la tiare à trois eourones, cf. R. E .,
Suppl. XIV, s. v. Tiara, e. 794. - S'il est vrai que Paul VI vendit sa tiare au profit
des pauvres de 13 novembre 1964, e'est Jean-Paul ler qui y renonça des son avene-
ment. Cf. mes réflexions «D'un Pape à l'autre. De Pie XII à Jean-Paul I"» dans
Vi ta Latina, Avignon, 1979, n. 74, pp. lQ-13.
460 R. SCHILLlNG
patine trois fois millénaire, fait partie de.s rares vocables qui frappent
par .la foroe mystérieuse de leur charge sémantique.
Enfin, un dernier aspect de l'héritage romain consiste dans la
transmrirs,s ion de la langue de Rome à la liturgie. Cet usage s'était
établi de façon naturelle au temps de l'Empire romain, qui s'identi-
fiait pratiquement avec le monde connu des Anciens. 11 s'était maintenu
malgré le déclin de cet Empire et la dislocation linguJistique qui devait
aboutir à l'émiet:tement des langues romanes. C'est. ainsi qu'au vIIre
siecle, date de la naissance du nouvel idiome -le roman «qui n'est
que la prise de conscience d'une langue parlée» 101, différente du latin
littéraire, l'Eglise a eu l'occasion de prendre des 'décisions claires.
Si le éoncile de Tours de 813 a reconnu l'existence de cette «rustica
Romana lingua en laquelle les évêques sorrt dorénavant tenus de faire
traduire leurs 'homélies» 102, iI a gardé le latin traditionnel dans la
liturgie.
Cette prise de position a été observée à traVeTS les siecles, con-
f.irmée et renforOée qu'elle fut notamment par le Concile de Trente,
au XVIe siecIe, qui interdrit de façon expresse le recours à la «langue
vulgaire}) (uulgaris lingua) pour la célébration de la messe 103. Dans sa
déclamtion de principes, le concHe de Vatican II ne s'est pas départi
de cette regle forrdamentale, puisque l'articIe 36,1 de la Sacra liturgia
stipule: Linguae Latinae usus, saluo particulari iure, in Ritibus Latinis
seruetur (<<Dans la liturgie latine - en d'autres terrries: la liturgie
occidentale par opposition aux liturgies orientales - l'usage de la lan-
gue latine doit être maintenu, sauf droit particulier»). 11 est vrai que,
contrairement au ooncile de Trente,' iI a envisagé, sous ce'rtaines COl1-
ditions, de faire une place à la «langue vernaculaire» (lingua uer11:acula;
on notera, en passant, la promotion de la «langue vulgaire» en «langue
vernacmaire») 104.
iI faut apprendre le latin (Jean-Paul II) >>, in Vita Latina, n ., 79 (Avignon, 1980). -
Texte qui a été approuvé par S. S. Jean-Paul II et repris en plaquette par l'Institut
de latin de Strasbourg, 1982.
105. Voir les documents pontificaux cités dans la plaquette (p. 5 s.) mentionnée
dans la note précédente.
lD6. C'est peut-être une question de générations. - C'est à l'avenir que songe
S. Em. le cardinal J. Ratzinger qui a bien voulu m'écrire (23 juillet 1984): «Peut-
être faut-il attendre la venue d'une nouvelle génération qui, en se révoltant contre
la méconnaissance historique de ses peres, redécouvrira à nouveau ce qui a été
perdu et le ressentira comme un progres par opposition à ce qu'elle a reçu en legs ».
462 R . SCHlLLING
107. Marie Gasquet, Une enfance provençale (Paris, Flammarion, 1937), p. 47:
«Des cette époque Nanon se prit pour le latin d'un amour qui ne se démentit
jamais. Elle s'en rapportait aux Peres de l'Eglise et à la sceur Anatolie sur ce
qu'elle dirait au Bon Dieu et à la Bonne Mere. Mais les paroles sibyllines qui
lui montaient du cceur et se suivaient en ordre, elle les chérissait comme une
musique de plus dont elle aurait créé, hors de la servitude du sens, la magnih-
cence sanare. Elle estimait que, pour l'Eglise, c'était la vraie langue du «Grand»,
hérissée de difficultés luxueuses, bourdonnante de mystere, et dans laquelle on
ne saurait ni acheter des anchois, ni dire: tu m'ennuies».
108. Marie Noel, Notes intimes (Paris, Stock, 1959), p. 321.
CE QUE LE CHRISTIA NISME DOn À LA ROME ANTIQU E 463
AMADEU TORRES
Universidade Católica (Braga)
30
466 AMADEU TO'RRES
2. Cf. Benoit Lacroix, O.P., Orose et ses idées, Montréal-Paris, J . Vrin, 1965,
pp. 33-34; Mário Martins, Correntes da Filosofia religiosa em Braga, dos sécs. IV
a VII, Porto, Tavares Martins, 1950, p . 163 ["à volta de 390»]; J. Vaz de Carvalho,
«Dependerá Santo Agostinho de Paulo Orósio?», in Revista Portuguesa de Filosofia,
Braga, XI (1955), p. 145 [«à volta de 390»]; José António G.-Junceda, «EI inicio
deI pensamiento medieval», in Crisis, rev. esp. de filosofía, Madrid, XVI (1969)
63-64, p. 302 [«c. 390»]; Lúcio Craveiro da Silva, <<Introdução», in Paulo Orósio,
História contra os pagãos, trad. de José Cardoso, Braga, Universidade do Minho,
1986, p. 5 [«pelos anos 385-390»]; Casimiro Torres Rodríguez, La Galicia romana,
La Corufia, Fund. Pedro Barrié de la Maza, 1982, p. 270 [<<nasció hacia eI ano 385»];
Avelino de Jesus da Costa, na Enciclopédia Verbo, s. v. "Orósio» [«c. 385»]; José
Geraldes Freire, «Factores de individualidade do Ocidente hispânico», in Revista
Portuguesa de História, Coimbra, Fac. de Letras, XXII (1987), p. 129 [«c. 380»].
3. Postas de parte a pretensão de Tarragona baseada em argumento caduco
(cf. A. Hamman, «Orosius de Braga et le péIagianisme», in Bracara Augusta, Braga,
XI (1967) , p. 346), e a da Corunha ainda recentemente apoiada (cf. Yves Janvier,
PAULO ORóSIO , HISTORIóGRAFO ROMANO-BRACARENSE 467
La géographle d'Orase, Paris, Belles Lettres, 1982, pp. 177-178), o maior número de
autoridades e a maior força dos argumentos militam a fa,vor de )3raga (cf. Mário
Martins, o. C., p. 162, nota 2; B. Lacroix, o. C., p. 33; Casimiro Torres Rodríguez,
o. C., p. 269; Suzanne Teillet, Des Goths à la Nation Gothique. Les origines de
l'idée de nation en Occident du Ve au VIle siecle, Paris, Belles Lettres, 1984,
p. 151, nota, 259; Amadeu Torres, «Filologia e história em duas ' versões recentes
de Paulo Orósio», in Boletim de Filologia, vaI. de homenagem a Celso Cunha,
Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, XXXII (1987).
Não obstante tais argumentos ponderosos, diversos autc::>res . «nuestros . herma-
nos» e alguns de outra origem ou os desconsideram ou confundem Espanha com
Hispânia, como se a parte fosse igual ao todo (por ex., Léopold Génicot, Linhas
de rumo da Idade Média [trad. de Les lignes de falte du Moyen Age, Tournaij
Paris, Casterman], Porto, Livr. A. L, 1963, p. 62).
4. Cf. C. Zangemeister, Paulus Orasius, Historiarum adversum paganos
libri VII [Viena, C. Geroldi, 1882], Hildesheim, Georg Olms, 1967, p. 554 (1. VII, C. 41).
5. Cf. Orosii ad Augustinum Consultatio sive Commonitorium de errare
Priscillianistarum et Origenistarum (P. L., Migne, XXXI, caIs. 1211-1216 e vaI. XLII,
caIs. 665-670); Contra Priscillianistas et Origenistas ad Orosium (P. L., Migne,
PAULO ORÓSIO , HISTORIóGRAFO ROMANO-BRACARENSE 469
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mi propri':'''I'I'''i~Í>b<uas
~~~~~~,,:crllotlorn: ctur.uiomblhl,,-,! .FP.qwrt.choc e clj(-aTrw
~ . clilétrnt... Ínltr clominoucq CIItT""",,, noo .00:""," itwi:'
l!:;M'olmmt :1tcIJ' bir.quos a~cr.dzn<. II( .mir., cIomilllo oe domú nó
ijlJ ex Jl;IM. :apric~rpori. uigilúa;1éd ex cô/Ornti. k>!Iiciti amoru irvigilic.
V,..Jc .r ... n my(b co licnrntnto,n flQ'lIcliÍ$'quod ocIanr '"00sCor:ciL Iúb
nl(flÚ domincrum ;:.; a;.tUn.I~ mulicr non aubuic dicnt I II( domi..... non
f.,lliJilur ,udire . &ru.ma":; T l'bi., cluccm igdum (~an< cemite
bol,crc non (p,..,it.lgiCl)r gma.li ,mari tuo ~<rialr ~< CÔlrDus uoIUuri
1(,.. uol;:; porui.N.,m:n'm (u~idlio mo prn:cptopoctrnitltis r.... · bdum
ti,.
Jebr::st:f("l(u1J\llIlC ruUIl1 quNl extt ad tl r"'it:opt.s nx\J hoc tOlocumu1.a
tins ru!.lidi:9uro I,~"" !Ui.Pr"'"CCpe,., mlbi:ut,odurn", UOI'd1oqui pnuli.
L"1fem tOr~l1: qui :tlim ~ ciuiuu; dti ex l'?Coru agfcfiium comptm!L fD!H'
p;>g:>ni uoe,ru"fiuc: smtib: 'l"iJ r<r'mo 6pilO"lt:qw rum futu", nó qw ,u;
PT' rcri" .ur olJiuibntur,JUt ncCciJl1:: PT,~", i. cmm .i-po..:uclllU rNl ..
·Utr. ~icum inf.,{1:ttiaim.:cJ, hoc IOIUln"J"oJ n~ clx illusi.\( colicur
dctl':ickJ., alocm mí.. " coluntur:inf.>m.\Il(.pnr.cj-cr.tI rrg" I ",ClCorllibu..
qUI: h.:rl-<ri.d p" ,,... poliu,,: " iOoll.ru," alqur ."...Jum f.(li" qtUCln)
.trt !,rlli. I\r:llu.,,.,,r COfT\lpto""" f:j"Jut f"n< ,rilli,:out tcrr.ru n""ibuS
trrril-iliJ:'ur immclJ.innihlls oqw'!' irlol",,:orurcruprionibu,; igniú mrw<d..
,úr i&bu< fulminum phgrfguc e,,,,.,JtIlum "v:r:u"! cci:i parriOdiis fl>gitii'j
",r.ífaa.
tnlfi:ra ,ruo "cu!. J cppmIfcm:ordrtlOlO bnuitrr uoIuznims laW
' -~.
:~ ;. t.
~ ..
.~::; ~.~
1f; .
teros, Paulo Orósio tem sido também exaltado com o epíteto de teólogo
da história, de filósofo da história e até com os dois em simultâneo
ou ex aequo, o que não deixa de tornar-se intrigante ou estranho de
ler e aceitar sem uns dedos de análise, seja ao caso em si, seja à
razoabilidade de uma tal filosofia, seja às motivações para uma tomada
de posição em oonrormidade_
Quanto ao caso em si: por exemplo, F. P. Billieri discreteia em 1887
sobre filosofia da história, reportando-se a Santo Agostinho e João
Baptista Vico 10; é de Padovani, em 1931, o artigo «La Città di Dio di
Sant'Agost,ino: too,l ogia e non filosofia della storia» 11; para Mário Mar-
tins, em 1950, Santo Agostinho e Paulo Orósio são filósofos da hi,s tória
ambos 12; em 1952, K. A. Schondorf lança dos prelos em Munique Die
Geschichtstheologie des Orosius 13; Elias de Tejada, em 1953, «Los pri-
meros filósofos hispanicos de la historia, Orosio y Draconcio» 14; em
1955, Luce Gasooin defende na Sorbona «la théologie de l'histoire
de Paul Orose» 15; no mesmo ano, na Revista Portuguesa de Filosofia,
J. Vaz de Carvalho, ao aventar a hipótese da influência de Orósio em
A Cidade de Deus, aJude à H1osofia da história do presbítero braca-
rense 16; em 1958, J. A. Maravall acha que Paulo Orósio «sistematiza una
filosofía cdstiana de la historia, que concibe a esta come teofania» 17
ou manifestação de Deus no mu:J.1!do, sintagmas já usados por Mário
Martins; Lacroix, na tese atrás citada, chama a Orósio, em 1965, «le
premier philosophe-theologien de l'histoire universelle» 18; em 1968,
Eduardo Nunes refere-se a Orósio «levado na lógica dos seus racioCÍ-
23. Cf. Carla Giacon, «É possível uma filosofia da história?», in Revista Portu-
guesa de Filosofia, Braga, IX (1953) 3, pp. 251-277; vd. ainda Vincenzo de Ruvo,
«E possibile una filosofia della storia?», in Sophia, Pádua, XXXV (1967), pp. 3-10.
24. Cf. Giambattista Vico, Ciencia Nueva, prólogo y traducción de José
Carner, Univ. do México, Fac. de Filosofia y Letras, 1941, 2 vols., I, pp. 46-48;
Herbert W. Schneider, «La philosophie de l'histoire aux États-Unis», in Les études
philosophiques, Paris, P.U.F., XIX (1964) 1, pp. 255-263; Gabriel G. Alvarez, «Origen
y desarrollo de la filosofía de la historia en la edad moderna», in Crisis, rev. esp.
de filosofía, Madrid, XVI (1969) 62, pp. 197-221.
25. Cf. Voltaire, Essai sur les moeurs et l'esprit des nations e Cournot, Traité
de l'enchalnement des idées fondamentales, cito por J. Ferreira Gomes, «Filosofias
e teologias da história», in Estudos, Coimbra, XXXV (1957) 8, pp. 444, nota 18, e 451.
PAULO ORóSIO , HISTORIóGRAFO ROMANO-BRACARENSE 477
J> A. k 1 • 1 I J.
31
(Página deixada propositadamente em branco)
DA FILOLOGIA CLÁSSICA DO SÉC. XIX
A FILOLOGIA CRISTÃ (GREGA E LATINA)
E AO LATIM TARDIO,
ESPECIALMENTE NO OCIDENTE HISPÂNICO (SÉC. IV-VII)
o LATIM ARCAICO
Entendemos por Latim Arcaico tanto a época pré-literária (c. séc. VII
a 240 a. C.), em que predominam as inscrições, mas da qual possuímos
também, por via indirecta, outros documentos entre os quais os carmina
e as leges, como a época liter.ária (240-81 a. C., data do primeiro discurso
de Cícero) .
Como acabámos de ver, quase todos os epigrafistas, desde os mais
antigos, se interessaI'aJIIl pelo latim arcaico, como foi o caso de Egger
(1843), RHschl (1862) e Mommsen (1863). John WOI'dsWOI1th, Fmgments
and specimens of early latin (1874), traz já uma introdução e anotações
linguísticas. W. Studemund, nos Studien auf dem Gebiete des archaischen
Lateins reuniu, de 1872 a 1890, em dod:s volumes, uma série de estudos
de diversos estudiosos contemporâneos (Luchs, ReinhaI'dt, BeckeT,
Riohter, Schroeder, Kellerhoff, Scherer, Bach e Studemund) sobre pro-
blemas linguísticos, literámos e métricos; sendo Pt1aurIJ0 um dos autores
mais citados. W. M. Lindsay, no já citado Handbook of latin inscriptions
(1897), diz expressamente que pretende ilustrar a História da Língua.
Entre os seus valiosos trabalhos literários contam-se também obras
sobre Plauto e Terêncio. Ch. E. Bennet alongou-se no estudo da Syntax
of early latin (1910-1914). No · ddmínio· ~ocabularr, A. Grenier escreveu a
sua tese complementar do doutoi["amento sobre Etude sur la formation
et l'emploi des composés nominaux dans le latin archaique (1912). Mais
tarde E. Coccrua reune nos Saggi glottologici o seu Contributo alIo
studio deI latino arcaico (1924); H. K. Siekert publicou, em 1939, Die
Syntax der Tempora und Modi der Ciltesten lateinischen Inschriften.
Mais recente a obra valiosa de Louis C. Prat, Morphosyntaxe de l'ablatif
en latin archaique (1975) .
o LATIM VULGAR
Geschichte der byzantinischen Literatur von lustinian bis zum Ende des
ostromischen Reiches (527-1453), em dois vols., de K. Krumbacher, reela-
borados por A. Ehrhard e H. Goelzer.
Tal como os compêndios, também as colecções de textos clássicos
passara:m a admitir entre as suas edições as obms dos autores cristãos,
nomeadamente a Loob Olassical Library e a Collection Budé. Famosas
são sobTetudo, para os gregos e latinos, as obras de J. P. Migne, Patro-
logiae cursus completus (1844-66), cuja Series Graeca tem 161 volumes
e a Series Latina 221 vo1s. Em ofldem a valorizar as próprias colecções,
os alemães oO/ffieçararrn a publicar, em 1882, os Texte und Untersuchungen
zur Geschichte der altchristlichen Literatur; e os ingleses, a partir de
1891, os Texts and Studies. Contributions to biblical and patristic
Literatur. Igualmente abrangem ambas as línguas as colecções Sources
Chrétiennes (1942-), Ancient Christian Writers (1946-), The Fathers of
the Church (1947-), Corpus Christianorum (1953-), Library of Christian
Classics (1953-) e outros mais, de que devemos citar, por dever de justiça,
os muitos volumes (com tradução castelhana) da Biblioteca de Autores
Cristianos, de Madrid.
Longe de querermos ser completo, não podemos, no entanto, passar
em silêncio as sémes exdusivamente gregas: Die griechischen christlichen
Schriftsteller der ersten lahrhunderte (1897-), que está confiada às
Patristische Veroffentlichungen des Institut für griechisch-romische
Altertumskunde, sob a dependência da Deutsche Akademie der Wissen-
schaften, Berlin; e a Graecitas Christianorum Primaeua, iniciada em
Nijmegen, em 1962.
Impossível entrar na menção concreta de revistas. Bastará, para
isso, ,s eguir a bibliografia que serviu de base ao Dizionario Patristico
e di Antichità Cristiane (1984) ou aos 5 volUJilles do Der kleine Pauly
(1964-1975). Aliás, a aotualização bibliográfica no oampo do grego e do
latim dos od'Stãos, dispõe de bons boletins especializados, COtIDO o
L'Année Philologique, a Bibliographia Patristica e as sempre actuali-
zadas notíoias do Bulletin d'information et de liaison (n. o I, 1968 a
n. O 14, 1987) da Associaüon Intemationale d'Études Patristiques, fun-
dada em 1965, com sede em Paris (mas oujo Secretariado actualmente
funoiona na Via S. Uffizio, 25 (00193 - Roma).
DA FILOLOGIA CLÁSSICA DO S~ C . XIX À FILOLOGIA CRISTÃ (GREGA E LATINA) 495
Não obstante o Íimenso labor que nos últimos cem anos se tem
desenvolvido no campo da Filologia -Grega dos autores cristãos, foi no
campo da língua e literatura lati[]as da Antiguidade Cristã que a espe-
cialização limguística mais se aprofUJllidou 9.
O ~ançamento de grandes oolecções, como os Monumenta Germaniae
Historica (1819-) e a Patrologia Latina (1844-66) não podiam deixar de
reter a atenção dos professores naquda época de grande inovação
no campo da linguística ~[]do-europeia e olássica. Assim, A. F. Ozanam,
que desde 1845 era p:w ressor catedrático da Faculdade de Letras de
Toulouse, procurou ,r esponder à pergunta Comment la langue latine
devint chrétienne. V. Lanfranchius esoreveu em 1868 o De Latina chris-
tianorum lingua. Em 1874 já A. Ebert escrevia urna Geschichte der
christlichen-lateinischen Literatur. E pouco depois (1879) B. Koffmane
apl10fundaVla o Entstehung und Entwicklung des Kirchenlateins.
H. Goelzer escreveu primeiro sobre o latim de S. Jerónimo (1884) e
depois sobre o de Santo Avito (1909). A. Chiappelli reumia já em 1887
os seus Studi di antica letteratura cristiana. M. Bonnet continuou o
interesse pelos escritores da Gália em Le latin de Grégoire de Tours
(1890); A. Dubois por La latinité d'Ennodius (1903); e DureI por Commo-
dieno Recherches sur la doctrine, la langue et le vocabulaire du poete
(1912). O sucesso destes estudos pode ver-se no êxtio alcançado por
10. Por ocasião da sua jubilação, a 14.12.1973 escreveu a Prof. Ch. Mohrmann
duas lições que são um autêntico balanço da «escola de Nimega»: L'étude du grec
et du latin de l'antiquité chrétienne. Passé, présent, avenir e Nach vierzig Jahren.
ambas publicadas nos Etudes sur le latin des chrétiens, IV, 1977, pp. 91-110 e 111-140
respectivamente (Edizioni di Storia e Letteratura, Roma). Pela mesma altura foram
lançadas as Mélanges Christine Mohrmann. Nouveau recueil oftert par ses anciens
éleves, onde, além de 11 artigos in honorem, vem a tábua das 20 teses até então
(outras foram defendidas depois) orientadas pela homenageada. Ver uma curta
biobibliografia da Prof. Ch. Mohrmann na Enc. Verbo, voI. 13, 1972, coI. 1110
(ass . por J. G. Freire), a que deve acrescentar-se o seu falecimento a 13-7-1988.
DA FILOLOGIA CLÁSSICA DO Sf: C. XIX À FILOLOGIA CRISTÃ (GREGA E LATINA) 497
e VI são tratados em 270 p. Mas note-se que neste mesmo tomo, sob o
ambíguo titulo de Die nationale Literatur, já C. Hosius havia incluído
autores estritamente cástãos como Sidónio Apolináris, Cassiodoro,
Hidácio de Chaves, Vítor TUl1unense, João de Bíclaro, Jordanes, Enódio,
Boécio e Rufino. CUI1iosamente, esta obra modelar termina oom S. Mar-
tinho de Braga e S. Leandro de Sevilha, tratados (como toda a 2.a parte
deste vaI. IV, ·tomo 2. 0 , por G. Krüger).
Entre as obras especialmente dedicadas à História da Literatura
Latina Cristã bastará mencionar A. G. Amatucci (1955 2), P. de LabrioUe
(1947, 2 vols. ainda não ultrapassados) e o resumo de Jacques Fontaine
(1963, Que sais-Je?, n. O 1379).
Além dos autores em edições 'próprias, a abordagem pode fazer-se
por antologias como as de De Sanotis-Paroneto (1941), Sanchez Aliseda
(1953), L. Carrozzi (1966) ou E. Pulgram (1978) - este do pornto de vista
estritamente linguístico, na obra que citámos em capítulos anteriores,
pp. 262-288.
Às grandes colecções e processos de actualização já citados a pro-
pósito do grego, devemos acrescentar aqui o Corpus Scriptorum Eccle-
siasticorum Latinorum, que desde 1865 vem sendo publicado pela
Academia das Ciências de Vie na e de que já saíram 90 volumes, traba-
lhando actualmente sobre as obras de Ambrósio e de Agostinho. Igual-
mente deve recordar-se que a Livrairia Brepols (Turnhout, Bélgica) iniciou
em 1958 um Supplementum à Patrologia Latina de J. P. Migne.
o LATIM MEDIEVAL
32
498 JOS~ GERALDES FREIRE
11. Para uma primeira abordagem do Latim Medieval no seu conjunto ver:
G. Cremaschi, Guida allo studio deI latino medievale, Padova, Liviana Bd., 1959;
K. Langosch, Einleitung in Sprache und Literatur lateinisches Mittelalter, Darmstadt,
1963; K. Strecker / R. Palmer, Introduction to Medieval Latin, Zurich-Berlin, 1965;
D. Norberg, Manuel Pratique de Latin Médiéval, Paris, :ed. Picard, 1968; M. R. P.
McGuire / H. Dressler, Introduction to Medieval Latin Studies, Washington, 19772 ;
V. Paladini / M. de Marco, Língua e Letteratura Medíolatina, Bologna, Pàtron, 1970.
Também o conceito e os elementos componentes do Latim Medieval têm sido
muito discutidos. Podem ver-se as interpretações e componentes principais em
V. J. Herrero Llorente, Introducción aI estudio de la Filología Latina, Madrid, 1965,
pp. 148-1;50; G. Cremaschi, op. cit., pp. 97-108; Ch. Mohrmann, Et. sur Ze latin des
Chrét. II: Medieval latin and western civilization, pp. 155-179; Le latin médiévaZ:
Zangue morte ou langue vivante? La prose; La poésie, pp. 181-232; IV: Latin tardi!
et latin médiéval, pp. 29-47; Le latin médiéval substrat de la culture occidentale,
pp. 49-72; L'étude du latin médiévai. Passé, présent, avenir, pp. 73-89 (sendo o 1.0
destes capítulos uma reelaboração do artigo com o título mais significativo de
Le dualisme de la latinité médiévale '(Revue des :etudes Classiques, 29,1951, pp. 33 ss.)
e o último a tradução francesa da lição jubilar proferida em Amesterdão a 10.11.1973.
DA FILOLOGIA CLÁSSICA DO Sf;C. XIX À FILOLOGIA CRISTÃ (GREGA E LATINA) 499
a 1896 publicou nos MGH os três vaIs. sobre os Poetae Latini Aeui
Carolini; .Wilhelm Meyer, professor em Gõttingen desde 1886, publicou
em 1901 os Fragmenta Burana, ao mesmo tempo que escrevia Wesen
U11.d Bedeutung der mittellateinischen Literatur und die Aufgabe ihrer
Wissenschaft: Die mittellateinischen Philologie; e Paul von Winterfeld,
que só em 1904 foi nomeado professor em Berlim, mas que desde 1895
a 1904 trabalhou .nos MGH, onde em 1899 publicou, entre os Poetae
(IV, 1) os poemas Waltharius e Ruodlieb, bem como se consagrou a
outras obras como Die Dichterschule St. Gallens und der Reichenau
unter den Karolingern und Ottonen (1900) e as Hrotsvithae Opera (1902).
A escola alemã de mediev.alistas latinos continua com P. Lehmann,
K. Strecker, M. Manitius, E. R . Curtius, K. Langosch, até aos actuais
centros de investigação.
Quase ao mesmo tempo e com orientação semelhante trabalhava,
na Itália, Francesco Novati, o qual, sendo professor de Literatura
Neolatina na Academia de Milão desde 1883, irnciou em 1900 a Historia
della Letteratura Italiana. Le Origine (deixada incompleta e levada até
ao séc. XI pelo seu discípulo Angelo MontJeveI1di), bem como fUlIldou,
no próprio ano de 1883 o Giornale della Letteratura Latina e depois,
em 1904, a revista Studi Medievali (os quais foram sendo renovados em
novas séries até à actual 3. a série retomada em 1960) e em 1905 fez
uma recolha de artigos anteriores em Atraverso il Medio Evo. A sua
obra foi continuada por A. MonteveI1di, F. EI1mini (autor de uma volu-
mosa Storia della Letteratura Latina Medievale dalle origine aI fine deI
secolo VII), Ezio Franceschini, G. Pepe, G. Cremaschi e outros até ao
actual florescimento do Latim Medieval na Itália.
Movi'm ento semelhante se foi desenhando noutros países, como
acontece a quase tudo quanto é novo, como foi o caso dos Estados
Unidos, da França, da Espanha e mesmo de Portugal, onde, nas Facul-
dades de Letras, foi criado, pela pI1imeira vez em 1918, o curso de
«Latim Medieval e Bárbaro ».
Compreende-se assim que hoje haja várias Histórias da Literatura
Latina na Idade Média, desde as mais desenvolvidas às mais sumárias,
como por exemplo as de M. Manitius, 3 vaIs. (1911, 1923, 1931), J. de
Ghellinck (1939), A. Pagano (1943), E. R. Curtius (1948 - traduzida em
diversas línguas), J . P. Foucher (Que sais-je?, n.O 1043, 1963), G. Kranz
(1968), F. A. Wright-T. A. Sindair (1969), L. Alfonsi (1972) . F. Brunhülzl
(1972), etc.
Deixando de lado a profusão de autores e edições para que estas
obras remetem, menoionamos apenas antologias: A. Hilka (1911), St.
500 JOSÉ GERALDES FREIRE
o LATIM TARDIO,
ESPECIALMENTE NO OCIDENTE HISPÂNICO (SÉC. IV-VII)
Conimbriga, XI, 1972, pp. 41-192; José d'Encarnação, Inscrições romanas do Con-
VCl1t llSPacence, Coimbra, 1984.
Várias das obras indicadas assinalam especialmente as inscrições em verso.
Do mesmo modo, alguns autores estudam o latim das inscrições, sob o lema de
res grammaticae. Neste capítulo as obras-mestras são as de A. Carnoy, Le latin
d'Espagne d'apres les inscriptions, Bruxelles, 1906; H. Martin, Notes on the syntax
of the Latin inscriptions found in Spain, Johns Hopkins Univ., Baltimore, 1909;
Sebastian Mariner Bigorra, Inscripciones hispanas en verso, Barcelona, 1952; P. A.
Gaeng, A study of nominal inflection in Latin inscriptions, Champel Hill, North
Carolina, 1977.
15. Diccionario de Historia Ecclesiástica de Espana, 4 vols., Madrid, 1972-75;
Ursicino Domínguez deI VaI, Patrología Espafíola, em apêndice a B. Altaner,
Patrología, Madlid, Espasa, 19564; M. C. Díaz y Díaz, De Isidoro aI siglo XI, Barce-
lona, EI Albir, 1976; J. L. Moralejo Alvarez, Literatura hispano-latina (siglo V-XVI) ,
Historia de las Literaturas Hispanas no Castellanas dirigida por J. M. Díez Borque,
Madrid, 1980, pp. 15-137; indicação de fontes em M. C. Díaz y Díaz, Index Scriptorum
Medii Aeui Hispanorum, Salamanca, 1958.
Em Portugal escreveram globalmente sobre este tema: Fortunato de Almeida,
História da Igreja em Portugal, I vol., Porto, 1967; Mário Martins, Correntes da
filosofia religiosa em Braga do séc. IV a VII, Porto, 1950; J. Pinharand~ Gomes,
A Patrologia Lusitana, Porto, LelIo, 1983.
16. Remissão para a imensa bibliografia sobre priscilianismo em Henri
Chadwick, Prisciliano de Avila. Ocultismo y poderes carismáticos en la Iglesia
primitiva, Madrid, Espasa, 1'978. A obra foi publicada por G. Schepss, Priscilliani
quae supersunt, C.S.E.L., voI. XVIII, Viena, 1889.
17. Mais vasta ainda é a pesql.úsa sobre Egéria. Limitamo-nos ao mais essen-
cial: M. Starowieyski, Bibliografia Egeriana, Augustinianum 19, 1-979, pp. 297-318;
P. Devos, La date du voyage d'Egérie, Analecta Bollandiana 85, 1967, pp. 165-194.
E. LOfstedt, Plzilologischer Kommentar zur Peregrinatio Aetheriae, Uppsala, 1911;
Francisco José Velozo, Etéria e o Latim Lusitânico, Revista de Portugal, Série A,
Língua Portuguesa, separata especial, 31 (1966); V. Vaananen, Le journal-ép'i.tre
504 JOSÉ GERALDES FREIRE
Paulo Orósio, que nasceu e se fonrnou em Braga (c. 380, post 423)
demorou-se jUll'to de Santo Agostinho e no Oriente, tendo escrito um
Commonitorium de consulta sobre o priscilianismo, um Liber Apolo-
geticus e os Historiarum aduersus paga nos libri septem que o tornaram
um dos maIs lidos histori,a dores da Idade Média e continuam a concitar
o exame dos filósofos e teólogos da História 18.
Hidácio de Chaves deixou-nos na sua Crónica a notícia dos aconte-
cimentos ocorridos no Ir:npério, e especialmente' na Hispânia, desde
379 'a 469, ern' frases no geral curtas, mas onde, apesar de tudo, por vezes
deixa aillomr a emoção e revela também 1liIIla teologia da História 19.
Pascásio de Dume foi discípulo de S. Martinho e por sua ordem
traduziu, por 555, uma colecção de apotegmas de P,a dres do Deserto,
que nos Boi possível recons,t ituir no seu original latino que tinha o
tituLo de Geronticon. De octo principalibus uitiis, obra pela qual pode-
mos remontar ao grego que lhe terá servido de base e ' por isso apreciar
as suas qualidades de tradutor bem formado 20.
The Vi tas Sanctorum PatrU1n Emeritensium. Text and translation with an intro-
duction and commel1tary. A dissertation. Washington, The Catholic. Univ. ot
America, 1946.
24. M. C. Díaz y Díaz, La vida de San Fructuoso de Braga. Estudio y edición
crítica, Braga, 1974; António Caetano do Amaral, Vida e regras de S. Frutuoso,
Lisboa, 1805; Julio Campos y Ismael Roca, La regIa de monjes de San Fructuoso
de Braga, in Santos Padres Espanoles, II, B.A.C., n.· 321, Madrid, 1971, pp. 130-162
(introd., texto lato e trad.); Patr. Lat., t. 87, coI. 1087-1-132; sobre a problemática
do Pactum Fructuosi ver: J. G. Freire / G. Rocca, Patto di S. Fruttuoso, Diz. degli
Istituti di Perf., Ed. Paoline, Roma, VI, 1980, coI. 1292-11294; San Fructuoso y su
tiempo. Estudios de divulgación sobre el creador de la Tebaida Leonesa y patriarca
deI monacato espafiol, León, 1%6; Actas do Congresso de estudos da comemoração
do XII centenário da morte de S. Frutuoso, Bracara Augusta, vols. XXI e XXII,
1967 e 1968.
25. R. Femández Pousa, San Valerio. Obras, Madrid, 1944; M. C. Díaz y Díaz,
EI latín de Valerio de Bierzo. Contribución aI estudio deI latín visigodo. Tese
doctoral, Madrid, 1949; Consuelo Maria Aheme, Vale rio de Bierzo, Washington, 1949.
Aguarda-se a edição crítica das obras de Valério de Bierzo num próximo vaI. do
Corpus Christianorum. Nos Commentariorum de Alcobacensi Bibliotheca Libri III
estão editados 5 opúsculos de V. de B. (Lisboa, 1827, pp. 474-496).
DA FILOLOGIA CLÁSSICA DO SÉC. XIX À FILOLOGIA CRISTÃ (GREGA E LATINA) 507
CONCLUSÃO
C. GNILKA
Università de Münster
I.
1. Job. 18,37f.
510 C. GNILKA
dignità letteraria, av.e ndo valore anche per i suoi oontemporanei come
capolavora di retorica, rappresenta tuttavi,a aI contempo an atto uffi-
ciale, un documento - diversissimo daI prodotto puramente letterario
di Minucio 12. Grande e l'intervallo. di tempo e soprattutto diversissima
e la situazione politica. Minucio scriveva nel periodo durante il quale i
cristiani si trovavano come confessori e m artiri davanti ai seggi dei
giudici, Simmaco invece rivolge il suo discorso a un imperatore cristiano
e pretende che l'altare della dea Vittor.ia (un simbolo deI paganesimo)
venga ricollocato nella curia, ohe vengano ristabilite le risorse finanziarie
deI culto pagano; chiede, come egli dice, la pace per gli antichi dei patrii 13.
E avvincente osservare come, malgrado tutte queste differenze nel carat-
tere dei testi, nell'impoI1ta:nza degli autori, nelle situazioni storiche, spunti
fra le cose anche in Simmaco una simile base battagliera. Anche Simmaco
assume a sua volta una posizione scettica stranamente mista, certo, di
dichiarazioni di tipo dommatico. Egli spiega ad esempio quanto segue 14 :
ogni popolo possiede una propria tradizione (mos), una propria usanza
religiosa (ritus) - noi possiamo forse dire una propria cultura. Tutto
cià e cOSI prestabilito dalIa «ragione divina» che distribuisce alle sin-
gole città vari culti (varios cultus) quali «custodi»; iruatti come gli
individui ottengono alla nascÍta le anime, coSI i popo.li alIe 10ro. origini
genii tutelari che determina no iI loro destino (fatales genii). Ma poiché
ogni spiegazione dell'essenza degli dei e os cura , li si ricono.sce nel modo
migliore guardando in retrospettiva la sto.ria e i successi che ha portato
la loro adora2Jione. Tradiúone ed età dànno quindi autorità alle religioni.
E ancora 15: tuito cià che gli uomini venerano dev'essere cons,i derato
come una sola e medesima cosa. Per questo motivo non c'e differenza
con quale insegna:mento si cerchi di raggiungere la verità: uno itinere
non potest pervenire ad tam grande secretum. F'Ln qui Simmaco. Le sue
frasi , specialmente quella citata or ora, v,e ngono spesso elogiate oggi
come dichiarazionã di tolleranza esempJare. Solo che troppo facilmente
si trascura di considerare che questo invito all'estrema toUeranza pra-
tica viene cOl1!struito sulIa base di una tolIeranza dommatica o indiffe-
renza ohe ingarma, po.iché essa a sua volta ha fondamenti dommatici 16;
12. O. Seeck: MGH a.a. 6,1 (1983) 280/283; D. Vera, Commento storico alle
Relationes di Quinto Aurelio Simmaco, Pisa 1981, 12/53.
13. Symm. reI. 3,10.
14. Ibid. 8.
15. Ibid. 10; cf. Vera, op. cito 41.
16. G. Bois·s ier, La fin du paganisme, voI. 2, Paris, 1891, 337.
LA CONVERSIONE DELLA CULTURA ANTICA 513
vale a dire che tutti i culti hanno un solo e unico valore; che questo
Uno non si e rivelato, ma che e nascosto, rappresenta un mistero; che
vi sono genii fatali, «dei subordinati» per cOSI dire, che comandemo
sui popoli. Ma che sono queste supposizioni se non presuppos,t i dom-
matici? L' opi'l1lione seoondo la quale i singoli popoli sono sottoposti
a div,e rsi genii (i}EOL EtN&pXCU), viene espressa anche dalI'imperatore
Giuliano l' Apostata. Egli difende questa teoria nel suo scritto anticri-
stiano Contra Galilaeos (xex."t'à. rex.ÀLÀex.LWV). Questo soritto composto solo
vent'anni circa prima delIa ReZatio di Simmaco, non solo oi mostra
da dove provengano quelIe idee, ma anche che esse si rivolgono in
fondo contro ii cristianesimo. Intendo in senso attivo e nemico contro
1'essenza delI a religione cristiana. L'osservazione delIe diversità delIe
nazioni secondo le loro particolarità etniche (i]i}1]) e la loro cultura nazio-
nale (VÓ].tOL) costituiva 1'argomento principale di Giuliano con ii quale egli
spiegava e giustificava la molteplicità delle divinità nazionali 17. II suo
rimpmvero principale aI Cristianesimo e quasi 1'unioo suo rirmprovero
all'Ebraismo riguarda ii Primo Comandamento: Mosé avrebbe osato
fare un unioo dio di uno dei partioolari dei nazionali (~pLXOL i}EOl) che
sono subordinati alIa piu alta divinità, e in cià egli vede per coSI dire ii
peccato originale delIa religiosità ebraica e cristiana 18. Non possiamo
in questa sede seguiI'e la linea di un tale pensiero - esso ci porterebbe
alIa fine indietm nel tempo, all'epoca di Minucio Felioe, e cioe allo
scritto deI platonico Kelsoscontro i cristira!I1i 19.
17. Julian, c. Gal. 141 C /148 C C,W. C. Wright, The Works of the Emperor
Julian, vol. 3, London/New York: The Loeb Classical Library 1923 1, p. 354/358);
d. Cyrill. c. Julian 4 (PG 76, 717 A / 732 A).
18. Ibid. 148 C (p. 358 Wright).
19. Orig. c. Celso 5,25/28 (Sources Chrét. 147, p. 74/84; 7,68 (ibid. 150,
p. 170 segg.); cf. J. Ratzinger, Die Einheit der Nationen, Salzburg/München:
Bücherei der Sa1zburger Hochschulwochen 1971, p. 41/68.
33
514 C . GNILKA
«Per una sola via, dice (Simmaco), non si puo raggiungere un mistero
cosi grande. Cio che voi non sapete noi l'abbiamo saputo dali a voce
di Dio. E cio che voi cercate con supposizioni, noi lo sappiamo in
modo attendibile dalla saggezza di Dio in persona e dalla Verità .
Percio non v'e concordanza fra noi e cio che voi fate. »
Egli non si pronuncia riguaJ:1do a quei genii dei popoli che SÍiIllmaco
congettura, non contrappone nulla all'immagine delle (molte) vie, che
a tutt'oggi fa una cosi grande impressione. Ma noi possediamo una
piu dettagliata confutazione delI a ReZatia di Simmaco che non si deve
tenere in poco conto solo perché proviene da un poeta. Infatti iI suo
autore, Prudenzio, e pieno di spiritualità cattolica e percia , sebbene
poeta, un interprete degno di nota dell'insegnamento della Chiesa.
Erasmo da Rotterdam lo annovera fra i teologi mettendolo suBo stes,s o
piano di San Basilio, San Gregorio di Nazianzo, Sant'Ambrogio e Lat-
tanzio 22. Anche la sua replica a Simmaco à una voce di autorità spiri-
tuale, non solo di fascino estetico.
II.
oÜ'sa che oÜ'n concetti: le pIU grandi, le pIU fo'r ti e le piu belle
espressioni per la trasformazione dell'uÜ'mo da parte della Chiesa
paiano tavolta trite e fiacche proprio perché vengono utilizzate di
frequente espesso in senso generalissimo, diverso, persino contrario.
CosI parole cOlme «conversione», «rinnova>mento» eccetera, forse ci
toceano meno di altre piu rare. E con le immagini ci si potrebbe com-
portare, cOlme si e detto, in modo simile: la cosa insolita sembra
sorprendente e s'imprime praprio peT questo motivo. Questo e il van-
taggio delle cose rare e sconosciute. Facciamo un eselInpio! Il profeta
Amos dioe di se stesso: «Pastore sono e coltivatÜ're di sicomoro».
La versione greca dei Settanta rende piu chiara l'ultima esp.r essione:
«Era uno che incioova i sicomori» 36. Questa traduzione si fonda sul
fatto che i frutti deI skomoro devomo essere scalfitti prima deI raccolto;
poi maturano nell'arco di pochi giorni 37. Anche San Basilio vi penso
quando giunse a parlare di ques'Ío albero in occasione di un altro passo
deLI a Biblia. Egli scrive 38:
36. Amos. 7, 14 LXX: a:bt6Àoc; fíl-Ll]V xa:t XVLt;WV O"uxtil-Lwa. Cf. Theodoret. in
Amos 7, 14 (PC 81, 1700 B/c).
37. Theophr. hist. planto 4, 2, 1; Athen. 2, 51 b/c; cf. K. Koch, Die Baume und
Straucher des alten Criechcnlands, Berlin 1884 4, 75/76; V. Hehn, Kultul'pflanzen
und Haustiere, Berlin 1911 8 , 388 segg.
38. (Ps.?) Basi1. in Is. 9, 228 (Is. 9, 7): PC 30, 516 D I 517 A; cf. P. Trevisan,
San Basilio. Commento aI Profeta Isaia, Torino 1939 = Carona Patrum Salesiana,
Ser. Graec., vo1. 4/5, nr. 229 (p. 304 segg.).
LA CONVERSIONE DELLA CULTURA ANTlCA 519
maniera plU chiara dall'immagine deI sicomoro: l'unione dei due prin-
cipi dei quali parliamo, della trasformazione e della conservazione.
Entrambi trovano nell'immagine una completa e piena espressione.
I frutti r1mangono frutti; la loro ricchezza non viene diminuita, ma
riconosciuta come pregio; e proprio la nota ricchezza di questo albero
da frutto a renderlo idoneo a portare il simbolo. D'altra parte la neces-
saria trasformazlone non puo apparire per mezzo di un'immagine
in modo piu netto se non con quella di Uil1 frutto che da non
commes,t ibile diviene commestibile. Quest' immagine fa emergere inoltre
un altro dato di fatto: cio che deve essere trasformato non puo produrre
questa traSf0n11azione da solo. E l'intervento deI coltivatore che fa
matural'e il sicomo'r o. Un intervento esterno. La conversione della
ÉWLXll O"UVct'YwY1Í - ed io credo di non fare violenza aI testo vedendoci
non solo le singole anime, ma gli uomini e i popoli con le loro culture
(<<usanze») - non puo venire dallo stesso paganesiJIno. II testo dice
chiaramente che la conversione presuppone l'intervento deI Logos.
III .
1. Conversione, vista dalla Chiesa dei prLmi tempi, pur non signi-
ficando distruzione, include pero il principio della purificazione. Una
tale purificazione fu poi ritenuta necessaria quando doveva venire
respi:nto ed eliminato daI processo della conversione cio che non tollera
la conversione, cio che impedisce la totale trasformazione qualitativa.
Nella De Civitate Dei, Sant'Agostino tratta de1le reIazioni fra la civitas
caelestis e la civitas terrena. Egli specifica che, fintanto che essa e
ancora pellegrina 1n terra, usa le cose necessarie alIa vila come questa
- seppure con un altro scopo - e che ha bisogno della pace terrena.
Nel cO'rso di questa riflessione, giunge anche a una defimizione deI
rapparto della città di Dio con le varie «cuhure» . L'autore dice: mores,
leges, instituta, ma questa serie di concetti riempie abbastanza berre
la cornice che fissa la parola «cultura» neIl'uso moderno del termine.
Sant'Agostino scrive dunque 39:
«Questa città celeste, durante ii suo terreno pellegrinaggio, chiama i
suoi cittadini di tutti i popoli e unisce una comunità di pellegrini di
ogni lingua. Non bada alle differenze dei costumi, delle leggi e delle
istituzioni. Non strappa e non distmgge nessuna delle cose, con le quali
si acquista o si mantiene la pace terrena, anzi conserva e segue tutto
cià che - anche se diverso nelle di verse nazioni - tende a un mede-
simo e unico fine, quello della pace terrena, a condizione che esso nan
sia d'impedimento alla religione la quale insegna il culto deli'Unico,
Sommo e Vero Dio.» . .
40. Supl. Sev. vita S. Martini 14, 1/2 (Sources Chrét. 133, p . 282).
LA CONVERSIONE DELLA CULTURA ANTlCA 521
«Se considerate, frateIli, che cosa siamo stati prima della grazia deI
Signore e che cosa abbiamo cominciato a essere per opera della grazia
deI Signore, certamente scopriamo perché, come gli uomini si mutano
in meglio (in melius commutantur) cOSI anche i luoghi terreni (terrarum
loca) che furano prima contrari alla grazia di Dio, ora sono dedicati
alla Sua grazia. ' Noi siamo infatti - come insegna l'Apostolo 43_
tempio deI Dio vivo; percià Dio dice: Abiterà e camminerà in essi'.
Quei simulacri che erano qui, si potevano erigere, ma non sapevano
camminare. Ma cammina in noi la presenza della maestà, se trova lo
spazio della carità. »
«Vedete, fratelli, come, anche quando i luoghi terreni (loca terr ena)
si mutino in meglio (in melius convertuntur) , alcune cose vengano
distrutte e frantumate, altre invece mutate per esser usate meglio
(in meliores usus commutantur) : cOSI siamo anche noi! ln noi vi erano
le opere della carne. . .. Esse devo no esser di s t r u t t e n o n m u t a t e
(deicienda sunt, non mutanda) . ... Queste cose devono esser distrutte
in noi c o m e g 1i i doI i. Per un uso migliore devono perà venire
transformate le membra deI nostro corpo (in usus autem meliores
vertenda sunt ipsa corpo ris nostri membra), affinché quelle cose che
servivano l'impurità della cupidigia, servano la grazia della carità.»
48. Simmaco pretende (rel. 3, 4): ornamentis saltem curiae decuit abstineri.
Eeeo la risposta di Prudenzio (c. Symm. 2; 64) : frange (se. Roma) repulso rum fo eda
ornamenta deorum! Cf. ibid. 2, 608/ 110; 764/ 5.
49. Cf. Prud. per. 2, 481/484.
50. Prud. c. Sym m . 1, 506 segg.; 523.
LA CONVERSIONE DELLA CULTURA ANTICA 525
IV.
«Nella persona di Cristo, nel tempo che Egli ritenne piu opportuno,
che egli aveva disposto prima dei secoli, venne per gli uomini il magi·
stero e l'aiuto (magisterium et adiutorium) per il raggiungimento della
salute eterna: il magistero, affinché venissero confermate le verità che
prima furono annunciate sulla terra per essere utili (agli uomini),
non solo dai profeti santi, che dissero tutte cose vere, ma anche dai
filosofi e addirittura dagli stessi poeti e da autori di ogni genere
di scritti, che (cosa sulla quale nessuno ha dubbi) hanno mischiato
molte cose vere e false; affinché venissero confermate le verità dalla
Sua autorità rappresentata anche nella carne, per coloro che non le
potessero riconoscere e discernere: mediante questa verità che era
EGLI stesso, anche prima che diventasse uomo, per tutti coloro
che poterono esservi partecipi. »
La grande idea di questo testo risiede nel fatto che viene dato il
massimo valore aI pensiero precristiano senza che venga pero abban-
donata la base general e deHa valutazione delI a cultura non-cristiana:
essa rappresenta (1) un «.mi~cuglio» di vera e di falso, ma (2) gli
68. Cf. Gnilka, op. cito 13/16; 20; 48; 53; 74; 84/85; 90; 92.
69. K. V. Fritz, Pherekydes, n . 4: RE 19/ 2 (1938) 2035/38; d. Cic. Tusc. 1, 38 .
.H
530 C. GNILKA
" ESSl sottomettono gli spiriti piu eletti, i piu fini talenti di eloquenza
e le piu mirabili perizie di uomini arguti, faeondi e dotti a Dio e li
eonvertono per annunciare la via della devozione e della salvezza. »
70. Aug. epist. 137, 12: (ut scirent homines) tam proximum esse Deum pietati
hominum, ad quem velut lo n g e positum per interpositas potestates ambie-
bant ... eqs. Cf. Aet. 17, 27: .. . quamvis non longe sit (se. Deus) ab unoquoque
nostrum; Paulus VI, Adhort. aposto De evangelizatione (Evangelii nuntiandi) 1975 ,
nr. 26: (haec de Deo testificatio) ostendit illum Creatorem homini 11 o nesse
potestatem quandam 1 ong i n q u a m ac sine nomine, sed Patrem.
71. Cf. Aug. cill. 8, 18/25.
72. Aug. epist. 137, 16 (CSEL 44, 119 seg.) .
LA VETERUM SAPIENTIA DI GIOVANNI XXIII
E I SUOI RAPPORTI CON LE DISPOSIZIONI
DEL VATICANO II SULL'USO DEL LATINO
A. MELLONI
Istituto per le Scienze Religiose (Bologna)
PREMESSE
2. A. Rosmini Serbati, Delle cinque piaghe della Santa Chiesa, completa ta nel
1832-1833 e pubblicata nel 1848, ora Brescia 1966; cf. infra n. 32.
3. Cf. M. M. Muller, Die Vbergang von der griechischen zur lateinischen
Sprache der abendliindische Kirche von Hermas bis. Novatian, Roma 1943; sulla
svolta deI sec. VIU cf. il panorama che ho recentemente raccolto nel mio Immagini
della chiesa, immagini nella chiesa. Rassegna degli studi sull'«Opus Caroli contra
Synodum », in Studi Medievali in stampa.
4. Sui movimenti cf. X. Léon-Dufour, L'exégese, trente ans apres, in Etudes
340 (1.974) 279-283; B. Neunhauser, Movimento liturgico, in Nuovo dizionario di
liturgia, Roma 1984, 904-918; E. Fouilloux, Les catholiques et i'unité chrétienl1e,
Paris 1982.
LA VETERUM SAPIENTIA DI GIOVANNI XXIII 533
logia entro la quale La tradizione latina si era rilIlchiusa che sulla fatti-
specie del1a Lingua, tema su cui Roma esercitava una sevem vigilanza 5,
ancoraenergica alla fine del ponrtificato di Pio XII. E noto a questo
proiposito un episodio che si co11oca immediatamente prima dei fatti
su cui ci sofferrneremo: qUaJIlQO aI congresso di Assisi deI 1956 venne
espresso l'ultimo s.forzo, e forse l'a:ffomdo piu significativo per il
ripristino deHe lirn:gue materne nella liturgia, la comgregaziome dei riti,
rappresentata daI suo cardinal prefetto, si mosse com assoluta tempesti-
vità; ancor prima che venissero letti gli interventi di maggior peso,
i1 caI1dinale Gaetano Ciüogrn:a:ni aggiurnse alla sua prolusone ai lavori
condanna delle discussioni sul problema, dediçando un ill1ltero paragrafo
ad argomentare che l'uso deI latrino nom mirava solo alla comprensione
fra i fedeli ma aJllche a consentire di «in1Jendere la verità che la
liturgia esprime» 6.
Giovanni XXIII, eletto papa nel 1958 a quasi 77 anni di età, fu prota-
gonista di entrambi i poli eIlJtro cui si svolge questo studio -la costi-
tuzione ed iI concilio. Egli aveva avuto UIIl rapporto flebile e marginale
con i due ampi e variegati schieramenti di pernsiero or ora tratteggiati:
sia con gli ideologismi deI mito deU a cristianità che con i movimentí
di · rínnovamento. Tuttavia la sua esperienza personale gli aveva consen-
üto di elabomre una ooncezione deLla umità della ohiesa che precorreva 7
gli esiti teologici a cui i movimenti sarebbero giunti quasi aI terminale
storioo deI loro peroorso; ma ins:ieme non si rifiuto di frirmare iI 22
febbraio 1962 la cos,t ituzione apostohca Veterum Sapientia com la quale
si riproponeva la eccellenza deI Latimo negli studi e la sua natura
«ecclesi1astica», assecondando cOSI i fautori dell'ideologia «romana» a
cui si accennava.
5. Cf. p. es. iI passaggio significativo di Scipione de' Ricci negli Atti e decretl
del concilio diocesano di Pistoia del 1786, Firenze 1986, I 50, 67, 131, 206 e II 277
e 317, in cui si riprendono precedenti riflessioni di L. A. Muratori, Trattato
della regolata divozione de' cristiani, Milano 1830.
6. Cf. Atti 30 e la ricostruzione dell'evento in R. Kaczynski, II senso d'un
Convegno, in Assisi 1956-1986: il movimento liturgico tra riforma conciliare e attese
del popolo di Dio, Assisi 1987, 33-35.
7. Cf. iI mio Formazione e sviluppo della cultura di Roncalli e G. Ruggieri.
Appunti per Una teologia in papa Roncalli, in Papa Giovanni, a cura di G. Alberigo,
Bari 1987, 3-34 e 245-271.
534 A. MELLONI
l'uso deI latino nemmeno negli atti ufficiali, cf. S. Trinchese, La missione ROl1calli-
Drehmans, in Fede Tradizione Profezia ... , 107-184. Si cf. anche neI periodico
La propagazione della fede nel mondo, da cui vennero estratti gli articoli
roncalliani e ris tampa ti con lo stesso titolo a Roma 1958, 31; inoltre qualche
accenno aI latino Roncalli lo fa quando, a partire sempre dagli stessi anni,
mette in cantiere i propri lavori su Gli atti della visita apostolica di San CarIo
Borromeo a Bergamo (1575) , Firenze 1936-1958 e su Gli inizi deZ Seminario di
Bergamo e S. CarIo Borromeo, Bergamo 1939. Qualche aItro cenno verrà poi per
confortare gli sforzi scolastici d'un nipote seminarista, cf. Lettere ai famigliari,
Roma 1968, 141, 162, 222 e 275 e Lettere ai Vescovi di Bergamo 1931-1963, Bergamo
1973, 123.
11. Cf. R. Morozzo della Rocca, Roncalli diplomatico in Turchia e Grecia
(1935-1944) , Cristial1esimo l1ella s/oria 7 (1987)/2 33-72 specie 57-59: soprattutto la
lettera deI 17 gennaio 1938, in Miscellanea inediti e rari, Bologna, Istituto per le
scienze religiose, in seguito ISR, 440.
12. Cf. ad esempio Actes et documel1ts du Saint-Siege relatifs à la secon.de
guerre mondiale, ed. P. Blet, A. Martini, R. A. Graham, B. Schneider, Città deI
Vaticano 1967-19&1.
13. II motu proprio si trova in AAS 14 (1922) 344-348; papa Giovanni affenno
nel 1963 di averlo redatto «dalla prima all'ultima parola», DMC5 268 (ma lo aveva
già scritto ii 29 luglio 1922 a don Antonio Guerinoni, cf. L. F. Capovilla, Papa
Gioval1ni XXIII Gral1 Sacerdote, come lo ricordo, Roma 1977, 134); sl.llle sue
536 A . MELLONl
parte della predicazione piu solenne, nelle pur modeste con,dizioni di vita
di Sofia ed Istanbul 14 : anZJi essa e notevole per esser f~tta, nei limiti
deI possibiIe, nelle lirngue volgari (bllllgaro, turco, francese), spesso «con
sforZJO e difficoJtà» 15. A Venezia il patriarca scrive in latimo iiI sli nodo 16 ;
singolarissima e la Vlicenda del1a omelia che iI cardinal Roncalli pro-
nlllncia per ii ce:rutenaJ1io della nascita di san Pio X (18 setrtembre 1958);
essa viene letta in una traduzione latina fatta a Venezia e coI
diretto intervento dei patriarca, ma in seguito Pio XII ne vuol fare
una edizione Vlatica:na in un testo rivisto cLalla segretaria delle lettere
latine e di cui si dà una retroversione italiana. Per una fortU[lata serie
di cOÍlllcidenze archivistiche p05sediamo questi 4 documenti 17; la sem-
plice lettura delle diverse redazioni mostra .chiaramente la distanza fra
iI fOrnlalismo del nítido latino della curia romana e l'andamento di
quello roncalliano, piu semplice e prevedibi1mente liooare.
18. Discorsi Messaggi 'Colloqul di S. Santità Giovanni XXIII , Città deI Vaticano
1960-1967 (indicati in seguito con DMC ed il numero deI volume) , cf. DMCl 129-133
e DMC2 271 per la definizione deI latino come semplice rives timento deI magistero
pontificio.
19. DMC1 234-235.
20. E il 26 gennaio 1961, nel corso deI pellegrinaggio della Colombia, DMC3 515,
21. DMC3 457.
22. DMC3 457.
538 A. MELLONI
23. Sulle analogie fra il I Sinodo Romano e Veterum Sapientia come tentativi
di strumentalizzare iI papa a discapito della libertà deI concilio, e sulla scelta di
Roncalli di tutelare quella libertà eVÍJtando di elaborare un «progetto» deI concilio
stesso d. G. Alberigo, Giovanni XXIII e iI Vaticano II, in Papa Giovanni ... ; sulla
lingua delle discussioni cito l'intervento in DMC3 328, ma cf. poi DMC3 457; DMC5
5-6 e Giornale 759; l'idea d'usare solo iI latino ma con la traduzione simultanea era
di Cicognani, cf. R. Trisco, Il cardinaIe AmIeto Cicognani, in Giovanni XXIII:
transizione deI papato e della chiesa 83,
LA VET ER U M SAPI EN Tl A DI GIOVANNI XXIll 539
seoondo testo (di cui non e ancor chiaro il genere letterario) che non
viene coHegato aI concilio:
Alterum documentum ad linguam la tinam patinet, ut magis magisque
in sacris Seminariis incrementa capiat usus huius lingu<e, qure Romanre
Ecc1esire propria est, et cuius cultum pnesertim sacri administri , debita
ratione habita consuetudinum et necessitatum rituum alius língua!,
religiose servare ac promovere tenetur 24.
24. Cf. DMC4 147, il discorso intero 143-148: si noti che il 25 gennaio il ponte-
fice aveva citato ed annunCÍato nuovamente la Sacr.re Laudis, ma non la costitu-
zione apostolica, ivi 643. Giovanni XXIII ha pubblicato ben 249 costituzioni
apostoliche, fra cui la Sollicitudo, per promulgare iI sínodo romano e la Humana!
Saiu tis per convocare il concilio; sulle caratteristiche deI genere Ietterario d .
R. Metz, Les sources du droit, in G. Le Bras, Le droit et les institutions de l'église
catholique latine de la fin du XVIII' siecle à 1978, Paris 1981, 158-159.
25. «ln pontifícia commissione, orientalium Ecclesiarum rebus consulenti,
relatum est de Ecclesire sacramentis, de sacris ritubus, de Patriarchis, de commu-
nicatione in sacris ac de língua vuIgari in sacris Liturgiis adhibenda; denique
qurestiones theologicre institutre suIllt de fidei deposito integre ac fideIiterque
custodiendo » DMC3 145-146.
26. Sul quale cf. R. Trisco, l1 cardinale Amleto Cicognani ..., 81-83.
27. CL A. Indelícato, La «formllla nova professionis Fidei" nella preparazione
dei Vaticano II, in Cristianesimo nella storia 7 (1986) 305-340. .
540 A. MELLONI
pontefice 33, anche se eon una pieeola clausola sulla diversità dei riti 34;
la immutabilità delIa lingua fomisee lo spunto per un ulteriore affondo
sulIa immutabiHtà tanto della dottrina ehe delIa sua stessa forma 35.
Con un n~ovo salto rispetto alIo seorrere deI diseorso si passa al
valo'r e pooagogioo deI latino, su oui hanno attirato l'attenzione i romani
pontefici: per avvalorare la tesi vengono interpolate in un periodo, già
dotato d'U1II!a sua struttUJ'a, una raffica di citaúo:rui di sinodi provinciali,
tutti perà appartenenti agli anm 1806-1863 36 • Subito dopo, infatti, si
33. «Nam cum ad ecclesiam Romanam necesse sit omnem convenire ecclesiam
cumque summi Pontifices potestatem habeant vere episcopalem, ordinariam et
immediatam tum in omnes et singulas ecclesias, tum in omnes et singulos pás tores
et fideles cuiusvis ritus, cuiusvis lingure, consentaneum omnino videtur ut mutui
commercii instrumentum universale sit et requabile» DMC4 967.
34. «Maxime inter Apostolicam Sedem et ecclesias, qure eodem ritu latino
utuntup>, DMC4 967.
35. «Neque solum universalis, sed etiam immutabilis lingua . ad ecclesiam adhi-
bita sit oportet. Si enim catholicre ecclesire veritates traderentur vel nonnullis vel
multis ex mutabilibus linguis recentioribus, quarum nulla ceteris auctoritate
prrestaret, sane ex eo consequeretur; ut hinc earum vis neque satis sigilificanter
neque satis dilucide, qua varietate ere sunt, omnibus pateret; ut illinc nulla
communis stabilisque norma haberetur, ad quam ceterarum sensus esset expen-
dendus. Re quidem ipsa, lingua latina, iamdiu adversus varietates tuta, quas
cotidiana populi consuetudo in vocabulorum notionem inducere solet, fixa quidem
censenda est et immobilis; cum novre quorundam verborum latinorum significa-
tiones, quas christianarum doctrinarum progressio, explana tio, defensio postula-
verunt, iamdudum firmre ere sint ratreque» DMC4 967-968. La formulazione potrebbe
essere ripresa da uno degli articoli della professio su cui si discuteva in quelle
settimane, cf. Indelicato, La formula ... , 338: si veda invece la distinzione fra
sostanza deI deposito della fede e rivestimento formulata nella allocuzione d'aper-
tura deI Vaticano II nella mia sinossi delle redazioni in Gaudet Mater Ecclesia ... ,
267-269.
36. «Neque vero cuique in dubio esse potest, quin sive romanorum sermom
sive honestis litteris ea vis insit, qure ad tenera adulescentium ingenia erudienda
et conformanda perquam apposita ducatur, quippe qua tum pnecipure mentis
animique facultates exerceantur, maturescant, perficiantur; tum mentis sollertia
acuatur iudicandisque potestas; tum puerilis intellegentia aptius constituatur ad
Olnnia recte complectenda et restimanda; tum postremo summa ratione sive
cogitare loqui discatur. Quibus ex reputatis rebus sane intellegitur cum srepe et
multum romani Pontifices non solum lingure latinre momentum pnestantiamque
in tanta laude posuerint, sed etiam studium et usum sacris utriusque cleri admi-
nistris prreceperint, periculis denuntiatis et eius neglegentia manantibus. lisdem
igitur adducti causis gravissimis, quibus decessores nostri et synodi provinciales»
a cui segue la lista di 8 sinodi provinciali, DMC4 968-969: nel discorso deI 23
542 A . MELLONI
gennaio alIa commlSSlOne central e , ivi 146, il papa aveva accennato all'"apporto
che poteva venire dai sinodi e concili provinciali, menzione che deve aver indotto
i redattori alIa imprevista addizione.
37. Si citano i discorsi «ad conventum internat. ciceronianis studiis prove-
hendis, 7 septo 1959 [DMC1 234-235]; cf. etiam alIoc. ad cives dioecesis Placentinre
Romam peregrinantes habita, 15 apr. 1959 [OR 16 apr. 1959]; epist. Pater Miseri-
cordiarum, 22 aug. 1961 [AAS 53 (1961) 677]; alIoc. in sollemni auspicatione colIegii
insularum Philippinarum de Urbe habita, 7 oct. 1061 [OR 9-10 oct. 1961]; epist.
Iucunda Laudatio 8 dicembre 1961 [AAS 53 (1961) 812]».
38. «Maiores sacrreque disciplinre, quemadmodum est srepius prrescriptum,
tradendre sunt lingua latina; qure ut plurium sreculorum usu cognitum habemus,
aptissima existimatur ad difficillimas subtilissimasque rerum formas et l1otiones
valde commode et perspicue explical1das; cum superquam quod propriis ea certis-
que vocabulis iampridem aucta sit, ad integritatem catholicre fidei tuendam accom-
modatis, etiam ad inanem loquacitatem recidendam sit non mediocriter habilis»
DMC4 971.
39. «Cum autem lingua latina sit cum grreca quam maxime coniuncta et sure
conformatione naturre et scriptorum pondere antiquitus traditontm, ad eam
idcirco, ut srepe numero decessores administri iam ab inferioris et medii ordinis
scholis instituantur; ut nempe, cum altioribus disciplinis operam dabunt, ac
prresertim si aut de sacris Scripturis aut de sacra theologia academicos gradus
appetent, sit ipsis facultas, non modo fontes grrecos philosophire scholasticre, quam
LA VEl'ERUM SAPIEN1'lA DI GIOVANNI XXIII 543
appellant, sed ipsos sacrarum Scripturarum, Liturgire, ss. Patrum grrecorum primi-
formes codices adeundi probeque intellegendi» 972.
40. DMC 170-171. Si noti, ad esempio, che il papa aveva insediato Ie commis-
sioni preparatorie deI concilio ii 13 novembre 1960 assistendo alla solenne liturgia
in rito bizantino sI avo, cf. AAS 52 (1960) 958-964.
544 A. MELLONI
II mondo aspetta dei santi: questo soprattutto. Prima ancora che dei
sacerdoti coI ti, eloquenti, aggiornati, si vogliono sacerdoti santi e
santificatori 43.
Analisi lessicologica
35
546 A. MELLONI
otItobre 1962 46 • Ainche con queste cautele emergono perà quattro dati
assai chiari: a) gli apax di Giovanni XXIII cadono con sproporzionata
abbondanza in Veterum Sapientia 47; b) le forme piu frequenti e non
funrional!i di Veterum Sapientia hanno ranghi altis-simi nel frequen-
zi'a rio deI corpus 48; c) le fonti che Veterum Sapientia invoca nou
vengono d1late mai altrove 49 ; d) i contrari deglli aggeJttivi di Veterum
Sapientia sono talmente ben attestati nel corpus roncalliano da far
dubÍ!llare delle ragioni della 10ro assenza dalla costituzione so.
54. Si muoveva dalla allocuzione di papa Pio XII deI 23 settembre 1951, ma
soprattutto si insisteva sulla Officiorum Omnium di Pio XI; l'anonimo articolista
difendeva la necessità deI latino su basi «essenzialmente religiose», da cui si ricava
che esso e chi ave della tradizione, sorgente di spiritualità e mezzo di formazione;
si negava infine ogni possibilità di distinguere studio ed uso deI latino.
55. Cf. Bugnini, La riforma... e Osservatore Romano deI giorno.
56. Bugnini, La riforma ..., 36.
LA VETERUM SAPIENTIA DI GIOVANNI XXIII 549
stesso della firma della Veterum Sapientia essi ottenevano daI papa la
no mina a nuovo presidente della commissione liturgica per il cardinale
Larraona, deI tutto estraneo ai precedenti lavori e notoriamente con-
servatore in materia: egli avrebbe adclirittura cercato di introdurre
alla vigilia deI concilio ulteriori correzioni nello schema sulla liturgia
grazie aI lavoro d'una comm~ssioIl!e «personale» che lavorava in segreto
e paraUelamente a quella preparatoria. L'unico risultato di rilievo che
Larraona ottlenne concilio durante fu quello di Ímr>edire la namina di
Bugnini a segretario della corrispondente commissione conciliare (oltre
a fargli togliere l'ilJ1Segnamento al1a Università Lateranense) ed impedire
l'aooesso alla presidenza del cardinal Lercaro, che univa alla anzianità
ed alla indiscus\s a competenza iI vantaggio non trascurabile d'esser
stato eletto daI suffragio dei padri oonciliari 57.
poi il condlio avrebbe isolarto. Per parte sua Giovanni XXIII aveva
invece insislIi.rto fin dall'inverno deI 1960 sul fatto che iI compito del
Vaticl3:no II non sarebbe stato quello di dogmatizzare dottrine o fulmi-
nare condaIlIlie ma rinnovare ii prodígio della Pentecoste, l'incontro cal
Cni,s to vivo ed iI suo Spirito vivificante, l'annuncio della speranza 60.
n papa, inoltre, seguI le sessioni della commissione centrale, chia-
rendo ii proprio pensiero sul concilio in continuità con quanto aveva
ed avrebbe detto sul tema 61: all'interno di quei discorsi la Veterw11
Sapientia restava effettivamente sospesa nel vuoto 62 .
II problema del1a lingua latina era stato all'ordine deI giorno nei
lavori della quinta sessione, in cui si discussero i principi de1lo schema
sulla liturgia suUa cui genes i ci siamo fermati: iI dibattito e interessante
perché si svolge in una sede piu autorevole di quella in cui lo schema
era stato redatto, perché si svolge dopo la firma di Veterum Sapientia
(26 marzo -3 aprile 1962) e dopo che iI papa ha parla:t o senza sa,l dare la
costituzione aposto1ica e la preparazione deI Vaticano II, ed infine
peJ1Ché coinvolge personaggi di grande autorità e peso, i quali non
ri[lll!Ilciano ad in.tervenire sul § 24 dedicato aI volgare. II primo a fado
e iI caI1d. Spellmann: non appena si apre iI dibat1ito egLi contesta le
63. Acta et documenta (pai Aq II Prreparatoria, II/III 67: da una nota alIa
dichiarazione di voto di Larraona risulta che delIa seduta e conservata una regi-
strazione magnetica; tale documentazione, conservata alI'archivio deI concilio e
non consultabile, se non e stata periodicamente riversata, e soggetta aI deperi-
menta ed alIa dissoIuzione.
64. Ivi 7l.
65. Ivi 73.
66. «Qurestio de usu língure in sacra Liturgia est qurestio valde intricata et
multis animi sensibus onerata. [ ... ] De cetero quod in determinatis circumstantiis
ad bonum anima rum magis utile est, a Hierarchia locali optime iudicari potes!»
Ivi 76.
67. Ivi 78 .
68. NelIe dichiarazioni di voto si schierano per il placet Tisserant, Micara,
Gonçalves Cerejeira, Liénart, Tappouni, McGuigan, Gradas, A. Cicognani, Confa-
lonieri, Konig, Dõpfner, Alfrink, Da Costa Nunes, Larraona, Bea, AIbareda, Cheiko,
Felíd, Hurley, Seper, Jelmini, Suhr, Gut, Sépinski, Jannsens; iuxta mo dum Pizzardo,
Aloisi Masella, Ferretto, Coppello, Gilroy, SpelImann, Frings, Ruffini, Siri (che
invoc a iI respectus traditionis) , Quiroga y Palados, Léger, Richaud, Marella, Doi,
Santos, Landázuri Ricketts, Suenens, Ottavial1i (che s'associa a Spellmann), Di Jorio,
552 A. MELLONI
redazione. Cio che aveva tratto in errare coloro che speravano di aver
fissato una svolta nella p:reparazione delI' as sise ecumooica era la scarsa
comprensi<me dei rispetto giovanneo per la libertà deI concilio stesso,
che sa:rebbe poi apparso con chiarezza non piu imitata e disorientante
aI ffiOlIlloorto delIe vota:m.oni sullo schema sulle fonti della rivela:cione 73 .
La oon.cezione deI concilio e la tutela delIa sua libertà erano dunque
l'argine oltre il quale Giovanni XXIII non voleva spingere né le sue
idee «private» suUa agenda condliare né le sue convinzioni su questo
o quel punto degli schemi - riservando a sé un ruolo primaziale 74,
piuttosto che egemone: il gruppo che aveva ottenuto la firma delIa
Veterum Sapientia non poleva ottenere né iJ superamento di questa
barriera né la rinunzia a quel primato. Gli eventi successivi non
av:r,e bbero smentito ii vecchio pontefice: Veterum Sapientia resto un
documento ordinario sulI'insegnamento deI Latino e non interferi con
la libertà dei concilio, che legifero in modo non impositivo sia sul latino
in generaJe che su questo pun10. Giovannri avrebbe reagito ben diver-
samente in altri frangen1i remendo che la sua flessibilità pregiudicasse
la 1ibertà dei vescovi, oome quando gli s;res's i ambienti curiali, alzando
il tiro, avrebbero cercato di far filtrare come sue alcune prese di posi-
ziorne contrarie a1la concezione deI concilio stesso come «dilatazione
deg1i spazi della carità» 75; fra l'ottobre 1962 ed ii gennaio 1963, infart:ti,
si registra il caso delle «censure» aI discorso d'apertura deI concilio,
che il papa voUe ristabilire nelIa sua corI1ettezza in tema di misericol'dia
ripetendone un ampio tratto nel corso dei solenne scambio degli auguri
natalizi coI collegio cardinalizio 76 Cad aggravarlo stava la precedente
proposta di firma<re una le1tera apostoHca o enciclica De Paulo Apostolo,
da promulgarsi nel 1962 nell'anniversario deI martirio delI'apostolo,
tesa a ridimens.ionare la prassi e la dottrina del1a «medicina della mise-
rioordia» che il papa avrebbe definitivamente sancito nella stessa Gaudet
73. Si tratta d'un noto episodio delI a I sessione: la maggioranza conciliare non
raggiungeva il quorum richiesto per respingere uno degli schemi in cui risultava
messo in ombra iI ruoIo unico della ScrÍtttura nella vita della chiesa: davanti alIa
opposizione della minoranza il papa decise di derogare aI regoIamento perché
venisse rispettata la mens della assembIea, sventando cosi la manovra ostruzio-
nistica, cf. Alberigo, Giovanni XXIII e il Vaticano II ..., 241-242.
74. Cf. G. Alberigo, Giovanni XXIII profezia nella fedeltà, Brescia 1978, 71-8l.
75. DMC1 903, esortazione deI 21 apriIe 1959.
76. Cf. Gaudet Mater Ecclesia ... , cito
554 A. MELLONI
77. AR; un caso anaIogo di censura deI papa s'era dato quando iI 13 marzo 1960
I'Osservatore Romano travisa iI pensiero di Giovanni XXIII sulla possibiIità di
far comprendere ai fedeli la liturgia e la Scrittura, pera cf. DMC3 609-610.
78. Cf. Lettere 1958-1963; secondo Bugnini, La riforma ... , 31, Giovanni XXIII
voleva che 10 schema sulla liturgia venisse approvato nella I sessione; aI cardo
Montini, aI contrario, questo appariva come iI sintomo della mancanza d'un chiara
progetto, cf. la lettera deI 18 ottobre 1962 pubblicata in G. B. Montini ... , 420-423.
79. Su esso si registrarono ben 625 interventi pronunciati o consegnati nelle
congregazioni generali tenute fra iI 22 ottobre ed iI 13 novembre 1962: iI concilio
lo approva nelle sue linee generaIissime iI 14 novembre con 2162 favorevoli,
46 contrari e 7 nulli. Cf. C. Braga, La preparazione della costituzione «Sacrosanctum
Concilium», in Mens concordet voei. Pour Mgr A. G. Martimorty à l'occasion de
ses 40 années d'enseignement et des 20 ans de la constitution «Sacrosanctum Con-
eilium», Paris 1983, 381-403, specie 388.
80. Cf. H. Schmidt, La Costituzione sulla sacra Liturgia, Roma 1966 e Braga,
La preparazione ... ; cf. Bugnini, La riforma .. ., per i modi adottati aproposito
delle lingue materne in ordine aI piu chiaro ruolo deI diritto particoIare.
LA V ET E R lJ M SIl P1 ENTI A DI GiOVANNI XXIII 555
rifonne conci1iari sulla liturgia e sul clero: e l'aula non assegnà a quel
singolo documento un significato discliminante.
Sopravviveva una ambiguità. Si puà infatti ipotizzare . che queSito
responso dell'assemblea, sviluppatosi soprattuto a partire daI primo
voto sul de liturgia, sia formato da aLmeno tre linee direttrici dagli
esiti conv,e rgenti: alcuni padtri poterono in modo piu o meno riflesso
cog1iere nella sua globalirtà l'insegnaonento di papa Roncalli, assegnando
aLIa Veterum Sapientia un peso assai circosoritto; altri colsero solo lo
scopo immediato e tangiibile del1a costituzione, esaUlrendola nelle sue
stesse disposizioni, come, in foooo, pareva essere richiesto sempre
piu spesso da Roma; altri (forse La gran parte?) interpretarono la
Veterum Sapientia nel quadro di quella diftusa sottovalutazione della
pOJ:1tata teologica del pontificato giovanneo che si veniva coagulando
e volgarizzando nell'immagine deI papa indubbiaonente «buono», ma in
ultima aJnalisi incapace di esprimere una p:ropria Iinea: cOSI come
aVJ1ebbero scavalcato Veterum Sapientia per lliIl verso, essi avreibbero
rimosso Pacem in Terris nel1a discussione deIlo schema XIII 81. L'aver
tag1iato iI nodo ermeneUltico del1a Veterum Sapientia in ques10 modo
non pJ1ivo d'aonbiguiJtà ebbe quindi gravi conseguenze sul complesso
deI oonciltio, ma non sul punto specifico del latino. Neppure neHa
redazione dei decreti suBa formazione deI clero si senti iI bisogno di
recuperare quella costituzione 82.
Approvata la costituzione de liturgia Paolo VI institUI una apposita
commissione per la esecuzione della riforma liturgica, che, daI can10
suo, amplià l'uso deI voIgare secondo lo spirito conciliare 83: dapprima
con la Istruzione deI 26 settembre 1964 che introduceva iI voIgare per
81. Si pensi per esempio alIa diffusa sordità davanti alle tematiche profonde
della allocuzione Gaudet Mater Ecclesia per cui cf. Alberigo, L'allocuzione ...
82. II concilio si occupa deI latino e deI volgare in SC 36, 54, 63 e 101 per
l'uso liturgico, in PO 13 con formula vaga ed in OE 23 per concedere anche alle
chies e orientali unite il volgare.
83. Cf. la conferenza di G. Lercaro, Il laico teologo, tenuta a Padova il 14
novembre 1968 dove il presidente deI consilium per la riforma toccava il punto
della traduzione delle anafore : «Se noi stiamo aI testo conciliare dovremmo reci-
tare l'anafora in latino. II testo conciliare preso come sta non autorizza da sé a
nortare la lingua parlata anche nella anafora. Ma lo autorizza lo spirito conciliare
che nel postconcilio e stato approfondito tanto piu e tanto meglio in quanto il
limitato uso della lingua parlata ha fatto sentire piu profondamente quello che
ne era lo scopo, cioe la partecipazionc consapevole e attiva deI popolo di Dio aI
556 A . MELLONI
le letture e tutte le parti recitate daI popolo, poi coI Decretum typicum
deI 1965 concedendo la recita delI a colIetta, delIe orazioni sulIe o.fferte
e deI post.communio; infine iI 27 aprile 1965 ed il 31 gennaio 1967
iI consilium estes e le lingue materne alIa prcefatio ed aJ.}a seconda parte
della anafora. La seconda Isiruzione deI 4 maggio 1967 confermava
stabilmente queste decisiorni 84 da cui Montini non sarebbe arretrato .
V. LA STRUMENTALIZZAZIONE ANTICONCILIARE
sacrificio. E allora e scaturita, non dalI a Iettera, ma dalIo spirito deI concilio,
attraverso l'esperienza postconciliare, la necessità delIa lingua parlata anche nelI'
anafora», cf. XI anniversario della morte deI cardinale Lercaro, Bologna 1987, 14.
84. Sulle tappe della riforma A.-G. Martimort, Langues et livres liturgiques,
in Venti anni di riforma liturgica: bilancio e prospettive (Atti deI convegno dei
presidenti e segretan delle commissioni nazionali di liturgia), Padova 1986, 851-858.
85. Per un inventario complessivo delI a disobbedienza tradizionalista cf.
D. Menozzi, L'anticoncilio, in Il. Vaticano II e la chiesa, Brescia 1985, 433-464.
LA VET ERUM SA PIEN TlA DI GIOVANNI XXIII 557
86. lota Unum. Studio delle variaúoni della Chiesa cattolica nel secolo XX,
Napoli 1985.
87. Testimonia della energia degli ambienti tradizionalisti sia l'allocuzione in
Osservatore Romano, 27 novembre 1969, che ii discorso di Paolo VI dei 18 gennaio
1968 in cui ii pontefíce si doleva della abolizione dei latino nelle scuole secondarie
inferiori delIa Repubblica italiana, anche se senza citare Veterum Sapientia,
cf. Insegnamenti di Paolo VI, Roma 1969, VI 30.
558 A . MBLLONI
II Papa, che prima instava, ordinà che non se ne esigesse [scil. della
costituzione] l'esecuzione ; quclli a cui sar ebbe toccato per officio di
renderia efficace, secondarono la fiacchezza papale e la V eterwn Sapien-
tia, di cui erano state cosi altamente esaltate le opportunità e utilità,
fu deI tutto abrasa e 110n e citata in alcun documento conciliare 90.
CONCLUSIONI
88. lota Unum ... , 51-54 e 514-528: temperando il proprio rigorismo l'Amerio
dà la traduzione italiana in nota delle sentenze latine che cita ...
89. P. Winninger, Langues publiques et liturgie, Paris 1961.
90. Su quest'ultimo punto si noti che anche JEtema Dei Sapientia non e mai
citata daI concilio e Ad Petri Cathedram solo una volta.
LA VE1'ER U M SAPIENTI A DI GIO VA NNI XXIlI 559
P. s.
L'accordo Ratzinger-Lefebvre deI 5 maggio 1988, le successive consa-
crazioru episoopali di Eoone e le scomuniche romane sui protagonisti
hanno portato avanti la discussione $lia sul complesso deI Vaticano II
che sulla validità della eucarestia celebrata in volgare, che i tradizio-
nalis:ti negano fermamente. Le 3Jmpi,e dispense loro concesse daI Pon-
tefice su qUJesto punlJo paiono segnare un nuovo capitolo della vicenda
di curi. si oecupa questo saggio (già in bozze mentre si svolgevano quei
fatti) ed altresl paiono ricorueJ1IDare che la questione deI latino non e
per i tradizionalisti problema disciplinare, ma ri!iiuto della COIIlceziorne,
in prima istanza giovannea, deI concilio e <lella chiesa.
(Página deixada propositadamente em branco)
POURQUOI L' ASSEMBLÉE DES ÉVÊQUES
DE L' AFRIQUE NOIRE FRANCOPHONE
A RECOMMANDÉ FORTEMENT L'ENSEIGNEMENT
DU LATIN ET DU GREC DANS LES SÉMINAIRES
36
562 Abbé JEAN-PIERRE BASSJ;;NE
Pendant des siecles, le latin et le grec ont été les langues les plus
parlées de l'humanité. Les raisons de leur universalité sont nombreuses.
Elles s'expliquent entre autres par la géographie et les mouvements
de population.
Avant le latin, c'était le grec qui était la langue la plus répandue.
Le territoire qui l'a vu naitre, la Grece, est un tout petit pays. La
majeure partie de ce pays est constituée par UIlle presqu'ile qui s'avance
dans la Méditerranée. Son sol est hérissé de nombreuses montagnes.
Celles-ci délimitent çà et là quelques plaines couvertes de plantations
d'oliviers. Ce sont par exemple les plaines de Thessalie, de Thebes,
d'Athooes, d'Argos et de Sparte. Le sud de la Grece est découpé
par plusieurs golfes, tandis qu'au large des côtes surgissent de nom-
breuses iles qui parsement la mer Egée.
Non seulement la Grece est un petit pays, mais encore, son sol est
pauvre et peut di.ffidlement nourl'Ílr UIlle population nombreuse. C'est
ainsi que les grecs ont vite appri:s à chercher ailleurs les ressources
L' E NSEIGNEMENT DU LATlN ET DU GREC DANS LES Sí>MINAIRES 563
qui manquaient à leur pays. De plus, les nombreuses iles qui entourent
la Grece favorisaient les voyages maritimes, ce qui était un atout nO[l
négligeable. De ce fait, les grecs devinrent tres vite navigateurs et
voyageurs. Ils entre1'ent ainsi en relation av,e c 1es anciennes civili-
sations de l'Asie et de l'Egypte. Doués d'un esprit vif, curieux et obser-
vateur, ils profitaient vite de ce qu'i,ls voyaient et entendaient au eours
de leurs voyages. Leurs concitoyens, restés au pays, pouvaient ainsi
bénéficier de l'expérience des voyageurs. Résultat, les progres de la
civilisa1Jion furent tres rap1des.
Mais la prindpale acquisition des Grecs fut l'alphabet qu'ils emprun-
terent aux Phéniciens. I1s le perfectionnerent en y ajoutanrt les voyelles.
À cause de l'étroitesse de leurs pays, et la pauvreté de son sol, 1es
Grecs furent contraints à s'eXipatrier. Ils devinrent alÍnsi de grands colo-
nisateurs. Épris de liberté, certaiJns d'ent1'e eux quittaient leur pays,
quand ils n'aimadent pas la f0l1me de leur gouvemement. l,l s al1aient
fonder de nouvelles villes ou ils pouvaient s'organiser à leur gout.
Dans leu1's migrations, les Grecs s'établirenrt sur 105 côtes de l'A:sie
Model'lle, pUJis en Italie méridionale, ou j,lo5 fonde1'ent Naples, Tarente
et Mess,i ne, d'ou le nom de Grande-Grece donné à l'ltalie du Sud. Ils
occuperent ensUJite une grande parllie de la Sioile. ns sont presents en
Afrique, à Cyrene précisément, et fonderent même une coJonie en Egypte.
En France méridional,e ils débarquerent à Marseille; puis, ils pous-
serent jusqu'en Espagne. Cest grâce à ,c es colonies que la culture et
la civilisation grecques se repandirent tout autour de la Méditer:r:anée.
Cette culture et cette civ1lisation sont véhiculées par une langue
commune à tous les Grecs. Parce qu'ils parlaient la même 1angue, les
Grecs lisaient les mêmes livres. C'est ainsi que 1e jeune garçon d'Athenes
apprenait, comme celui de Syracuse, de Naples ou de Marseille, les
mêmes poemes raconllant les hauts faits des grands hommes et les aven-
tures des héros anoiens.
Grâce à leur génie et à leur 1angue aussi, les Grecs ont réussi à
créer une tres grande civilisation, la plus gmnde du monde anrtique.
Nous avons noté plus haut que dans leurs migrations, les Grecs se
sont ·1nstaJlés au Sud de l'ltalie que l'on a appelé la Grande-Grece.
Les contacts n' ont done pas manqué de se faire avec les Romailns qui
ont tiré profit d'une civilisallion rkhe, celle des Grecs. Ce sont ces
derniers qui enseigperent aux Romains l'alphabet qu'ils avaient em-
prunté aux Phéniciens et qu'ils avaient perlectionné. Comme les Grecs ,
les Romains ne se sont pas confinés dans leur territok.e: l'ltalie.
564 Abbé JEAN-PIERRE BASSt:NE
Ce qui est dirt pour les filles est aussi valable, toutes proportions
gaI'dées, pour ks garçons. En maints endroits de ses écrits, le Président
Senghor est revenu SUl" l'importance des langues classiques, disant,
entre autres:
JEAN CLAIRE
Abbaye de Solesmes
1. Voir Jacques Chailley, La musique grecque antique, Paris, Belles Lettres, 1979.
2. Horace, EpUres, livre II, épitre I, 156.
572 JEAN CLAIRE
14. Ainsi le même texte, traité deux fois, peut être phrasé différemment.
E. g. l'offertoire Justorum animae (Grad. Rom., p. ,468) met en relief la particule
adversative autem, pivot du raisonnement: «visi sunt ... mori; alli autem sunt in
pace». Au contraire, la communion de même texte (lbid., p . 470) insiste plutôt
sur la folie de ceux qui croient que les justes, comme les pécheurs, périssent
sans retour: «visi sunt oculis insipientium mo ri ... ».
15. Voir D. Joseph Pothier, Les mélodies grégoriennes d'apres la tradition,
Tournai, Desclée, Lefebvre et C e, 1880. L'ouvrage mérita d'être réédité sans change-
ments cent ans apres (Paris, Stock, 1980), et pour la partie qui concerne le texte,
rien vraiment n'était à changer.
16. L'expression est du chanoine Jean Jeanneteau dans son article: Style
verbal et modalité, dans Revue grégorienne, XXXVI (1957), n° 4, p. 139.
17. Voir le chapitre sur la coupure neumatique dans D. Eugene Cardine;
Sémiologie grégorienne, Solesmes, 1970, pp. 48-55. De bonne heure, des le IX'-X'
siecle, des textes ont été adaptés aux mélismes grégoriens avec - iI faut le dire-
un bonheur inégal: ce sont les tropes nés d'une mélodie préexistante, l'une des
principales excroissances qui se soient développées sur le tronc grégorien. Mais
cette pratique n'était aucunement nécessaire pour que nous puissions affirmer
que toute la composition grégorienne, mélismes compris, releve étroitement du
mot et de la phrase latine. II y avait chez les compositeurs lill «instinct verbal»
dont ils ne pouvaient, ni ne voulaient, se défaire. Voir à ce cujet les pénétrantes
analyses du chanoine Jeanneteau, art. cité à la note précédente, p. 119. On trouvera
un trope parfaitement réussi, Archangelica, dans D. Eugene Cardine: Premiere
année de chant grégorien, Rome Institut Pontifical de Musique Sacrée, 1975, pp. 43-44,
repris de la Revue du Chant grégorien, 1929, pp. 1-3.
LE LATIN ET LE C HANT GR~GORIEN 575
18. Vn certain nombre de timbres ont été étudiés dans les ouvrages de
D. André Mocquereau: Le Nombre musical grégorien, t. II, Desclée, 1928, pp. 350
et 386; et D. Paolo Ferretti: Esthétique grégorienne, Desclée, 1938, pp. 108, 165, 187.
576 JEAN CLAIRE
Si tous les textes bibliques qui ont reçu une mélodie grégorienne
sont en prose, même quand ils traduisent de la poésie hébrai:que, la
poésie latine n'en a pas moins pénétré, encare que par la petite porte,
dans le répertoire liturgique. Poésie populaire d'abord avec S. Ambroise
et son metre iambique 21, poésie savante ensuite avec les metres saphi-
ques et autres de la Renaissarnce carolingienne 22; puis finalement UII1
comprÜlffiis ou la métrique s'appuiera sur le nombI'e de syllabes, la
place fixe des aocents et la rime 23.
24. Tous les textes relatifs à la réforme carolingienne se trouvent dans Cyrille
Vogel: La réforme cultuelle sous Pépin-le-bref et sous Charlemagne, Graz (Autriche),
Akademische Druck, 1965, pp. 173-290.
37
578 JEAN CLAIRE
*
Mon ma:ttre Auguste Le Guennant aimait à dire que le chant grégo-
den, porté par le latin, était «à la mesure de l'hamme», de l'homme
de tous les temps camme de l'homme de tous les lieux. C'est en effet le
privilege de tous les chefs-d'reuvre que nous appelons «dassiques» que
d'être soustraits par leur perfection même, par leur conformité intime
L'HDMANIS~IE
,GRECO-LATIN FACE AD ~IONDE
, /
M. AMORóS
Universidad de Sophia (Tokyo)
Latín
Griego
Traducciones
que sea dueiío de sí mismo. Por eso aparece una palabra en el dialecto
ático, la palabra Eyxpá'tELC1 que significa dominio propio, moderación y
fortaleza. De ahí nace el ideal socrático de fmgalidad e independencia
de cosas e~ternas.
Entre los especialistas japoneses que asimilaron este Humanismo
me centro en eI P.rofesor Michitaroo Tanaka, nacido en 1902 y fallecido
en 1987. El Profesor Tanaka fué un gran conocedor de la Cultura Greco
Latina en todos sus aspectos: linguístico, literário y filosófico, y durante
muchos afios fué Presidente de la Asociación de Estudios Clásicos
Occidentales. Publicó varias traducciones de los Clásicos y estudios
originales muy numerosos. En 1968 y 1969 se editaron sus Obras Com-
pletas en catorce volúmenes, en la Editorial Chikuma de Tokyo, y
despúes siguió publicando varias obras más.
EI Profesor Tanaka, irnnediatamente después de la segunda guerra
mundial, invitaba aI estudio de la CuLtura Griega para llegar aI origen
de la Cultura Moderna y aiíadia que de esta maneI"a se revivirían los
valores dei pasado japonés pues, según él, el resurgir de la cultura
Griega se identiHcaría con el verdadero renacimento japonés, ya que
el contacto con el Humanismo griego produce liberación y renaci-
mi.ento proprio.
Su aportación aI Humanismo se puede resumir en dos temas : la
libertad y la democracia.
El Profesor Tanaka aI explicar el concepto de libertad y dirigiéndose
a un Congreso de educadores Japoneses celebrado en Sruzuoka en 1979
decía que los Griegos antiguos fueron los primeros que estahlecieron
por sí mismos una sodedad libre, usaron esa palabra y fueron cons-
cientes de su realidad. Es de notar que el concepto y la palabra libertad
no existían en la lengua japonesa.
EI contenido lo explica haciendo referencia a la guerra de Troya
y a Hector que lucha para que su mujer y sus hijos no sean hechos
esclavos, sino que conserven la libertado Cita también a Esquilo en su
tragedia Los Persas y su harenga a los soldados griegos para que liberen
la patria y conserven la libertad de sus mujeres y de sus hijos, no
permitiendo que caigan bajo el dominio persa. Son pasajes que se
refieren a la libertad nacional, a la libertad política de la que depende
la libertad personal de cada individuo.
Se detiene en explicar la Oración Fúnebre de Pericles relatada por
Tucídides en el libro II de su Historia de la Guerra del Peloponeso.
En esta oración fúnebre Pericles presenta un panegírico de Atenas más
que una alabanza de los atenienses muertos en la guerra. Y de Atenas,
592 M. AMORóS
38
(Página deixada propositadamente em branco)
AS HUMANIDADES GRECO-LATINAS FACE À ÁFRICA:
INCOMPATIBILIDADE? COMPATIBILIDADE?
Se estou aqui presente, não o devo à minha pessoa; não vou dizer:
«Nom oobis, Domine, da gloriam .. . », mas sim: «Non mihi, Domine,
da gloriam, sed nomini Senghoris da gloriam!» Fechemos o parêntese.
Fiz então um sério exame de consciência e cheguei à conclusão
que em mim nada ficara da cultura que tentei porventura adquirir
«in illo tempore». Não conseguia, por um lado, vislumbrar sequer um
tema que eu pudesse apresentar nesta cimeira internacional de cultura,
e, por outro lado, estava decidido, embora não sendo rei, a não voltar
com a palavra atrás . Felizmente que o poeta Claude Mac Kay, citado
pelo Professoi" Senghor, veio ao meu socorro. Dizia e1e : «O facto de
mergulharmos alt é às raízes da nossa raça, e construirmos o nosso
terreno pr-órprio, não significa de forma alguma que voltamos ao estado
selvagem. f: a própria cultura!» (Fim da citação).
Recornortado, optei por uma comunicação sobre: «As Humanidades
greco-latinas e a Civilização do Universal face à África.» Surgiram logo
no meu espírito de africano duas perguntas pertinentes: Não haverá
incompatibilidades entre essas Humanidades e a África? Caso contrário,
haverá compatibilidade? PerrnÍ'tan:n.Jffie UIIIl novo parêntese.
Era meu desejo apresentar esta comunicação em francês para estar
mais «perto» do Professor Senghor, de quem fui colaborador durante
vinte anos na difusão da língua e cultura portuguesa no Senegal, porém,
tr-ês razões me Levam a fazê-la em português, o que é dentro da lógica:
INCOMPATIBILDADES
COMPATIBILIDADES
Cultura geral
Qualquer pessoa, que pretenda ter uma cultura geral, não pode
ignorar as Humanidades greco-Iatinas. Deve ter noções elementares,
designadamenJte, da Mitologia greco-Iatina, não confundir Homero com
Virgílio. Se ouvir f,a lar de «Cicerone», deve poder conhecer a origem
da palavra.
Apoiando-me em tarbalhos feitos pelo Prof. Senghor, posso afirmar
que os adversários da cultura clássica ~nvocam errndamente, em abono
da sua tese, o caso dos Es,t ados Unidos. Com mais de cinquenta anÜ's de
atraso, querem imitar oos USA. Parecem ignorar que, afil1ma o PrOof.
Senghor, os BstadÜ's Unidos, depois de s'e terem assegurado a lide-
rança do Ocidente, sentiram a necessidade de eLevar o nível cultural
dos seus cidadãos, e especialmente daqueles que se destinam a cargos
de direcção nas áreas da política, da administração e da economia.
Para obterem esse resultado, tiveram que reco'r rer aos estudOos clássicos.
Na Universidade de Harward, o Prof. Senghor assistiu em 1971 à
entrega de diplomas a cerca de 8.000 alunos no d~a do «Com:mencement
Day». Foi em laJtim, disse, que uma jovem estudante proferiu a pri-
meira palestra.
Na União Soviética, em Moscovo, por exemplo - quem o afirma
é o P,r of. Senghor, com dadÜ's sólidos, o latim é obrigatório nas Facul-
dades de FilOolÜ'gila, de His,t ória, de Filosofia e de Direito. O latian vai
penetrando nos Liceus soviéticOos, disse o Eminente Humanista.
600 BENJAMIM PINTO BULL
Os Mortos
A Hospitalidade
Outras expressões
O latim diz: Amicus Plato, sed magis amiga veritas; a palavra-chave
é amicus, amigo; em crioulo: Bardali i suma malgeta, i ta iardi, a
verdade é oomo a malagueta (o piri-piri) arde, que é a palavm-chave.
Quanto à expressão crioula Noba ka ta pidi pasaju, a notícia não
pede (nem paga) a passagem (num transporte terrestre ou marítimo),
tem o seu equivalente em latim: Fama volat, a fama voa, uma noticia
espalha-se rapidarrnente. Os Romanos já estavam a pensar na conquista
do espaço, um dia, peLo homem.
Para tmduzir o kalos kagathos grego, o homem perfeito física e
moralmente, diz o crioulo: i bõ, i bali, literalmente, é bom e vale física
e moralmente. Igual expressão para designar o honnête homme, tem o
wolof que o Prof. Senghor reproduz em versos senghorianos, que vou
tentar traduzir - é dificílimo traduzir Senghor; traduttore, traditore:
Honraste o Rei
Honraste o Pobre
Honraste os teus inimigos
Se a Honra fosse cão
Vendo-te, agitaria o rabo.
L'humanisme est une culture qui met l'accent sur l'homme, sur
ses qualités essentielles ert ses besoins génériques . Dante et Pétrarque
qui sout réputés comme des humanistes achevés demandent aux reuvres
de Grands Anciens un enrichissement intellectuel et moral et une jouis-
sance esthétique.
Ainsi donc «l'humanisme tend essentiellement à rendre l'homme
plus vraiment humain et à manifester sa grandeur originelle», - eu
langage moderne, le respect de la dignité de la persoll1ll1e humaine
materiellement et moralement - en le faisant partkiper à tout ce qui
peut l'enriohir dans la nature et dans l'histoire «<en concentrant le
monde en l'homme» , comme disait à peu pres Scheler, et en «clilatant
l'homme au monde»); «iI demande tout à la fois que l'homme développe
les virtualités contenues en lui, ses forces créatrices et la vie de la
raison, et tmvaille à faire des forces du monde physique les instruments
de sa liberté» 1, précise Jacques Maritain.
I. HUMANISME GRÉCO-LATIN
1. La Grece
39
610 Abbé DO VI N'DANU-ALIPUI
2. Rome
fiques dam:s les honneurs rendus aux dioox, économes dans leurs foyers,
fideles envers 1eurs amis» (S aillus te, Conj. de Cat., p. 63). Au fil des
années ce sens pratique des Romains, oette intelligence et cet esprit
d'organisation se manifestent dans la création d'une société dont la
structure est à la fois rigoureusement hiérarchisée et frélJIlchement
égalitaire, interposant une olasse moyenne en grisaille entre l'aristo-
cratie voyante de multimilionnaires et les Masses d'un prolétaria,t.
On se souvient au I1e sieole surtout de ces hommes-nés libres, les
«ingeni» répartis eux-mêmes en «hUII1ilioores» et en «honestiores », ces
derniers comprenant les vir egregius, vir perfecüssimus, vir eminentis-
simus et les vir c1ari,s,s imus d'une part; et d'autre part la foule des
esdaves, la «res mandpi».
- Le sens pratique des Romains, autant qu'un fond d'humanité
naturel à leurs âmes' paysannes, les avai.ent préservés de la oruauté
envers leurs esdaves, «servi». Toujours ils les avaient menagés, comme
Caton ses boeufs de labour; et aus,s i loin qu'on remonte dans le passé,
on les voit, pour en stimuler les efforts, les récompenser de primes
et de salaires dont les versements accumulés en un pécule fournissaient,
à l'ordi01aire, la rançon de la sennitude. C'est surtout sous les Antonins
que la s'e rvitude a été la plus douce et la plus facile à :wmpre.
Des le dernier siec1e de la République, l'esclave s'était vu recon-
naitre une âJme, et les libres citoyens l'avaient admis à la pratique, en
commun, eLe leurs cultes préférés.
- Audébut de l' empire, une oertaine «1ex Petronia» avait défendu
au maitre de liva:-er son esdave aux bêtes sans l'autorité d'un jugement.
Vers le milieu du ler siec1e, un édit de l'empereur Claude décida
l'affranohissement d'offiee des esclaves malardes ou infirmes que leur
maítre avait abandon01és. Peu apres, um édit de Néron, rédigé peut-être
sous l'instigation de Séneque, qui avait hautement revendiqué la qualité
d'homme pour les esclaves, ohaigea le Préfet de la viHe de recevoir
et instruire les plainrtes dont ils le saisiraient contre l'injustice de leurs
maitres. En 83, un sénatus-consulte renrdu sons Domitien prohiba la
castration des esdaves et frappa le maitre coupable d'avoir enfreint
cet inte11dit de la confiseation de la moitié de ses biens. La «res mancipi »
dane peu à peu, grâce au jeu des affranchissements, ajouté à la nortion
de mérite et d'avancement dont bénéficient les légicmnaires, va créer
une nouveHe situation dans l'Empire qui sera à l'origine de l'empi.re
universel «Orbis romanus». En effet grâce à cette notion de mmite et
d'avanoement, des communications s'établissent de toutes parts entre
les nations et les classes pour les ventiler, les rapprocher, les fondre.
614 Abbé DaVI N' DANU-ALlPUl
12. Ibidem.
L'HUMANISME GRÉCO·LATlN ET L 'AFRIQUE 617
13. Ibidem.
L'HUMANISME GRÉCO·LATIN ET L'AFRIQUE 621
IV. CONVERGENCES
V. COMPLÉMENTARITÉ
eH. MINGUET
Université de Paris X (Nanterre)
Les deux grands poemes qui ont fait sa juste renommée: AlocuGÍón
a la Poesía (1823) et La Agricultura de la Zona tórrida (1826), sont à la
fois, comme l'a remarqué René L. F. Durand, un cri de libération litté-
mire et politique, pour le premier et un chant à la Nature américaine,
pour le second. ·Dans les deux textes , apparaissent en maints oodroits
les influooces vivaces d'Horace et surtout de Virgile: l'Eneide et les
Géorgiques.
Le premier vers de La Agricultura de la Zona tórrida:
Reme: ce somt les citoyens romains eux-mêmes, par leur vertu, leur
eivisme, leur patriotisme. On voit dome se dégager clairement dans ces
jugements l'image que Bolivar se fait de la vie politique et institution-
nelle du monde olassique et de ce qui lui donne sa valeur, à ses yeux:
ce monde a été généré par des hommes libres, volontairement associés
au sein de la Cité, forts, dévoués au bien public et surtout vertueux,
en un mot des citoyens. Cet aJ1chétype ainsi créé ou recJ1éé n'a peut-être
jamais représenté un type ou un moment historiques réels, puisque
naus savons que, darns la plupart des cas, les tyranrnes, les diotatures,
les décadences, 1'0mt oceulté. C'est cette image cependant qui se main-
tient à travers les s,i ecles, qui arrive jusqu'à nous, s'impose à nous
comme modele permanent et universe1 et que nous pouvons ressentir,
soit comme le souvenir d'un âge d'or révolu, soit eomme la représen-
tation d'une Arcadie future. TeHe est la puissance de la leçon que
Bolivar tire de la . contemplatiom du monde classique et notamment
de Rome. Cette leçon n'est pas uniquen"lrnent politique; elle est en
premier lieu d'ordre éthique. Et c'es,t en quoi elle a une telle force
et une telle portée.
On trouve la traduction la plus éloquente de cette conception
boJivarienne de la citoyenneté, comme fondement et ciment de la démo-
cratie politique classique, dans les deux projets de eonstitution m en-
tionnés plus haUJt. Dans les deux cas, le Libérateur prévoit, à l'intérieur
de sou systeme de séparation des pouvoir: législatif, exécutif et judi-
ciaire, la création d'un quatrieme pouvoir, qu'il appelle le Pouvoir Moral.
C'est bien la leçon principale qu'il tire de sa réflexion sur le monde
poHtique olass[que. «L'éducation civique, affi.rme-t-il, doit être le sauci
principal de la sollicitude paternelle du Congres. La morale et l'instruc-
tioon sorrt 1es pôles d'une République, c'est la morale et l'instruction
qUli sont nos premiers soucis . Prenons à Athenes son Aréorpage et
les gardiens des moeurs et des lois; prenons de Rome ses eenseurs
et ses tribunaux domestiques; et faisant une sainte alliance de ces insti-
tutions morales, rétablissons aux yeux du monde l'idée d'un peuple
qui ne se contente pas d'être libre et fmt, mais qui veut être aussi
vertueux. Prenons de Sparte ses institutions austeres et, forman1: de
ces trois sources une fontaine de vertu, dormons à notre République
un quatrieme pouvoir qui regnera sur l'enfance et le creur des hommes,
sur l'esprit public, les bonnes moeurs et la moral e républicaine.»
Dans nn travail présenté à Rome ii y a quelques années, j'exposais
les raisons pour lesquelles Bolivar tena it tellement à instaurer ce qua-
trieme Pouvoir. II devai,t permettre, dans eette Amérique espagnole
LE MONDE ANTIQUE ET L' AMÉRIQUE LATINE AU XIX· SI~CLE 633
nulle parti e du genre humain n'a réuni à la fois une plus riche moisson
d'idées nouve1les sur la nature; jamais on n'a fondé sur des matériaux
plus nombreux la connaissance physique du globe et l'étude de l'ethno-
logie comparée.)}
L'expédition d'Alexandre suscite en outre chez Humboldt ' une autre
réflexion: iI orait y voir la ' premiere manifestation de l'Idée d'Empire,
dans le sens de l'expal1ision d'un peuple ou d'une nation sur des terres
ou des continent's étrangers. II rappelle ce que le maitre d'Alexandre,
Aristote, av,a it écrit dans sa Politique sur les possibilités de conquête
impéria:le qui pouvaient s'offrir aux Grecs, précisément dans le monde
asiatique: «Les peuples asiatiques, écrit Aristote, ne manquent pas
d'activité intellectuelle et d'habilité pour les arts et cependant ils
vivent lâchement dans la dépendance et dans la servilité, tandis que,
vifs et robustes, libres et bien gouveJ1nés par cela même, les Grecs; si
seulement .ils étaieut réunis eu unseul État, seraient capables de
soumettre tous les barbares.)} Nous avons là sans doute l'un des noyaux
conceptue1s de l'idée d'expansion impériale ou impérialiste, et même
sa justification morale (civ,1 lisation contre barbarie) .
Humbo,l dt a dont trouvé dans le monde hellénique la plupart des
racines conceptuelles de l'épopée des ten1.ps modernes, celle qui marque
r époque des grandes découvertes océaniques des Portugais et des
Espagnols.
Mais il y a plus: le savant allemand passe en revue, parmi les autécé·
dents de la découverte de l'Amérique, les prindpaux points de ce qu'il
appelle la géographie rnythique des Anciens. II consacre à cet aspect
tres original du fonctionnement de leur imaginatiOiO. Uill chapitre de san
Histoire de la Géographie du Nouveau Continent, qu'il intitule: Opinions
des Anciens sur la géographie physique du Globe et maniere de la
figurer. II rassemble en outre, dans un Appendice tres fourni, tous les
textes qu'il a pu trouver chex eux relatifs au pressentiment qu'ils ont
eu de l'existence de terres eu dehors du monde connu des Grecs et
des Romains, notamment à l'ouest de ce monde. S'ilest vrai, explique-
t-il, que les mythes présentent bien ' souvent des caracteres vagues et
imprécis, occultant La réal:ité qui les a générés sous le voiJe de symboles
ou de métaphores parfois diHicilement déchiffrables, cependant ces
mythes ne oonstituent pas uniquement des fictions ingénieuses (sentina
fabulorum) sans rappoI1t avec le réel; ils refletent les opinions que les
Anóens se formaient alors du monde réel et, dans cette mesure, ils
n'appartiennent pas seulement au monde idéal; ils mettent à nu les
racines des premieres notiom co smographiques et physiques.
LE MONDE ANTlQUE ET L'AMÉRIQUE LATlNE AU XIX' SIECLE 637
tandis que plus d'un million sont Indiens et que plus de six millions
sont des métis. Pour le Brésil sur les 3.740.000 lusorphones il y a seule-
ment 843.000 blancs supposés d'odgine portugaise.
Ces chiffres 50nt éloquents. Ils signifient bien que le panlatinisme
se fondait, oomme s'étaient fondés l'Bmpire des Grecs et celui des
Romains, tout d'abo~d sur une langue commune. Mai,s il ne s'agit plus
maintenant de la même langue, grec ou latin, mais de langues sem-
blables parentes, dérivées d'un même tronc, qui est pour nous le latino
Dans cette optique, on voit bien l'aspect tres vivant et fort séduisant
de ce regroupement panlatin autour de notre Mere commune qui est et
reste la Méditerranée, dans ce monde d'aujouI1d'hui ou les structures
mentales, les idéaux, les mythes de notre passé dassique sont SOlilllis
à de rudes épreuves .
Telle est la façon dO!Ilt on peut voir le probleme du panlatinisme
à pres d'un sieole de sa naissance. Non point l'instrument d'un impé-
rialisme rapace, mais un moyen de rassembler en une confédération
d'hommes libres, les descendants d'une même civilisation, qui est la
nôtre, que nous portons en nous, sans parfois mesurer pleinement
Ie poids humain et oulturel que représente cet héritage, príncipe et fín
de notre identité.
Pour condure, je dirai que les quelques exemples que j'ai offerts
à votre réflexion prouvenrt bien la présence vivémte et féconde de la
cuIture gréco-Iatine dans notre monde intellectuel et moral.
Que recherohait Andrés Bello · et ses autres amis néodassiques
latino-amérioains lorsqu'il célébrait la beauté de la Nature du Nouveau
Monde?: l'hamnonie entre l'homme et son milieu, que chantait Virgile,
la beauté des formes, leur fugacité, l'amour de la Patrie, la vénération
des héros fondateurs.
Que cherchait BoHvar dans les alIDales de Sparte, de Rome et
d'AthEmes? : l'harmonie et la perfection de l'ordre social et moml,
lerapport le plus juste et le plus précis entre liberté individuelle et
contraintes collectives, la place la pIus appropriée du citoyen dans
I'Btat, une sorte d'ATcadie rétrospectlÍve qui rejoint et annonce lU1e
Utopie future sans cesse renaissante.
Que cherchait Humboldt dans les spéculations des Grecs et des
Romains? : les fondements les plus anciens et les plus surs des sciences
exactes et des sciences hUlIl1aines, sur lesquels l'Europe des temps
modernes a bâti sa propre civilisation, par le libre jeu de la raison
et du mythe, de la logique et de l'imagination.
LE MONDE ANTIQUE ET L' AMÉRIQUE LATINE AU XIX" SIECLE 641
BIBLIOGRAPHIE SOMMAIRE
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SESSÃO DE ENCERRAMENTO
I A
SEANCE DE CLOTURE
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RELATóRIO E CONCLUSõES
PELA PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA
PROF.' DOUTORA MARIA HELENA DA ROCHA PEREIRA
PROPOMOS:
Monsieur le Ministre
Mesdames et Messieurs
Si.gnor Ministro,
Signor Pres~dente,
Signor Ambasciatore,
Magnifico Rettore,
Signore e Signori,
42
658 SESSÃO DE ENCERRAMENTO
l'amore per tali conoscenre - intese nel senso piu ampio di una ricerca
sul caunmino delI'uomo e sull'eredità lasciataci da chi per primi hanno
posto le fondamenta alla nostra civiltà, di una ricerca sul mestiere di
vivere, di una rioerca su noi stessi.
Queste riflessioni sono sicuro vi saranno, e porteJ:1anno frutti tanto
piu abbondanti e saporiti quanto piu ci si saprà attenere alIa saggia
massima di Orazio: