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Operacoes Imobiliarias I PDF
Operacoes Imobiliarias I PDF
Noções de
Operações Imobiliárias
MÓDULO 09
BRASÍLIA – 2005
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
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C413m
Caro Aluno
Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares de Operações Imobiliárias, como
também a melhor abordagem do cliente, além do conhecimento dos instrumentos básicos
para que o futuro profissional possa atingir os seus objetivos no mercado de imóveis.
Enfim, ao concluir seus estudos neste módulo você terá vencido uma importante etapa
para atuar com destaque neste seguimento da economia nacional.
Boa sorte!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....... .....................................................................................................07
UNIDADE I
1. O CORRETOR DE IMÓVEIS ..................................................................................11
1.1 – Conceito de Corretagem ...............................................................................11
1.2 – Características profissionais do Corretor ........................................................11
1.3 – Histórico......................................................................................................08
1.4 – Espécies de Corretores ..................................................................................09
1.5 – Legitimidade .................................................................................................09
UNIDADE II
3. COFECI e CRECI .....................................................................................................21
3.1 – Os Órgãos Fiscalizadores ..............................................................................21
3.2 – COFECI .......................................................................................................21
UNIDADE III
7. NOÇÕES BÁSICAS NECESSÁRIAS .......................................................................29
7.1 – Noções Básicas sobre Financiamento de Imóveis ...........................................29
7.2 – Noções Básicas sobre Locação de Imóveis .....................................................34
7.3 – Noções Básicas sobre Condomínio ................................................................40
7.4 – Noções Básicas sobre Loteamentos urbanos ..................................................42
7.5 – Noções Básicas sobre Incorporação Imobiliária .............................................43
7.6 – Como constituir uma empresa imobiliária ......................................................45
Bons estudos !
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Unidade
I
deverá comprovar ser um Técnico em Transa- to-Lei nº 806 de 1.851, art, 26); Corretores de
ções Imobiliárias – TTI, formado por estabe- Câmbio (Operações de Câmbio, Lei nº 5.601/
lecimento de ensino reconhecido pelos órgãos 70); Corretores de Seguro (Lei nº 5.594/64);
educacionais competentes. (Resolução COFE-
CI nº 327/92). Esta Resolução foi baixada em b) Corretores livres – São aqueles pro-
cumprimento ao Decreto nº 81.871/78 que, fissionais que atuam como intermediários, em
ao regular a Lei nº 6.530/78 determina em seu negócios próprios, na comercialização de coi-
art. 28: sas móveis, imóveis, bens ou serviços, promo-
vendo a aproximação das partes e tendo direi-
“A inscrição do Corretor de Imóveis e da pes- to a remuneração pelo trabalho prestado.
soa jurídica será efetuada no Conselho Regio- Algumas dessas atividades ainda não têm
nal da jurisdição, de acordo com Resolução do nenhuma legislação específica e por isso qual-
Conselho Federal de Corretores de Imóveis” . quer pessoa, desde que tenha capacidade jurídi-
ca, pode praticar o serviço. Podem ser citados
Atualmente, a atividade de corretagem como exemplo os corretores de automóveis, os
está passando por uma transformação subs- agentes literários, de espetáculos públicos.
tancial com o objetivo de adequar o profissi- Outras atividades da área já se encontram
onal às novas formas de trabalhar. Nesse sen- com a profissão reconhecida e regulada por
tido a qualificação profissional torna-se um lei. Os corretores são considerados livres, po-
instrumento básico. Não há mais espaço para rém protegidos por legislação própria que rege
aventureiros. Aqueles que quiserem prospe- toda a atividade. Os Corretores de Imóveis são
rar, deverão estar atentos às mudanças e às o principal exemplo.
exigências da sociedade. O segundo grau com-
pleto é uma exigência, porém, já não é o bas- 1.5 – LEGITIMIDADE PARA O
tante. Desde 1927, quando se formou o pri- EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
meiro sindicado de corretores de imóveis,
muita coisa mudou. A Lei nº 4.116 foi im- É prerrogativa do Corretor de Imóveis
portante na sua época. A Lei nº 6.530 incre- a intermediação na compra, venda, permuta e
mentou a atividade mas já não é satisfatória, locação de imóveis, podendo, ainda, opinar
estando a reclamar sua substituição para se quanto à comercialização imobiliária.
adequar aos novos tempos. A criação dos Conforme a Lei 6.530/78, regulamenta-
Cursos de nível superior bem traduzem a im- da pelo Decreto 81.871/78, só pode exercer a
portância deste segmento da sociedade bra- profissão de corretor de imóveis quem estiver
sileira, que é o mercado imobiliário. legitimado para tal.
Uma vez protegido pelo imperativo da
1.4 – ESPÉCIES DE CORRETORES lei, o profissional deve sujeitar-se às normas
oriundas de seus Conselhos Regionais que, em
O corretores podem ser classificados em harmonia com o Conselho Federal se faz pre-
duas grandes divisões: sente em todo o território nacional, criando
condições de trabalho e disciplinando o seu
a) Corretores oficiais – São aqueles pro- funcionamento.
fissionais que, para o exercício de determina- Como qualquer outra profissão regula-
da atividade, prevista em Lei, são investidos mentada, aquele que não atende às exigências
de fé pública próprias do seu ofício, tais como: de seu Conselho ou nele não está inscrito, não
Os Corretores de Fundos Públicos (Lei nº poderá desenvolver as atividades privativas da
4.728/65); Corretores de Mercadorias (Decre- profissão. Neste sentido a lei é clara. Respon-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 13
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
de civil e criminalmente todos aqueles que co- mínio em edificações e as incorporações imo-
metem ilícitos no desempenho profissional ou biliárias:
que a exerçam a profissão sem estarem regu-
larmente inscritos. Art. 65 – “É crime contra a economia popu-
Os Conselhos Regionais, órgãos encar- lar promover incorporação, fazendo, em pro-
regados da orientação e da fiscalização da posta, contratos, prospectos ou comunicação ao
atividade, tratam de processos envolvendo público ou aos interessados, afirmação falsa
pessoas que, não estando inscritos como sobre a constituição do condomínio, alienação
profissionais, exercem ilegalmente a profis- de frações ideais do terreno ou sobre a constru-
são e, assim, por ignorar a legislação ou por ção das edificações.”
má-fé, lesam os clientes que a eles confiam Pena – reclusão de 1 a 4 anos e multa, de 5 a
seus interesses. 50 vezes o maior salário mínimo vigente no
Por não estarem inscritos nos Conselhos País.
de sua região, esses “pseudo-corretores”, quan-
do flagrados ou denunciados, têm contra si ins- Parágrafo 1º - Incorrem na mesma pena:
taurados os processos pelo exercício ilegal da
profissão, cuja conseqüência é uma ação penal I – o incorporador, o corretor e o construtor,
pública, pela prática de contravenção, como individuais, bem como os diretores ou gerentes
prescreve o Artigo 47 do Decreto-Lei nº de empresas coletiva, incorporadora, correto-
3.688/41 (Lei das Contravenções Penais) que ra ou construtora que, em proposta, contrato,
assim se expressa: publicidade, prospecto, relatório, parecer, ba-
lanço ou comunicação ao público ou aos condô-
“Art. 47 - Exercer profissão ou atividade eco- minos, candidatos ou subscritores de unidades,
nômica ou anunciar que a exerce, sem preen- fizerem afirmação falsa sobre a constituição do
cher as condições a que por lei está subordina- condomínio, alienação de frações ideais ou so-
do o seu exercício: bre a construção das incorporações”.
PENA - Prisão simples, de quinze dias a três (grifamos)
meses, ou multa, de cinqüenta centavos a cinco
cruzeiros”.
da de maneira clara, evitando assim que haja 81.871/78 no art. 16, inciso VIII, que assim
dupla cobrança de honorários. se expressa:
A dupla cobrança é um ato ilícito, pre-
visto em lei. Só se admite quando as partes por Compete aos Conselhos Regionais:
mútuo e comum acordo, optarem por dividir “Homologar, obedecidas as peculiaridades lo-
o que é devido ao profissional. cais, tabelas de preços de serviços de correta-
Nas vendas de imóveis novos perten- gem para uso dos inscritos, elaboradas e apro-
centes às construtoras, a remuneração já está vadas pelos sindicatos respectivos”.
incluída no preço de tabela e não oferece mai-
ores particularidades. O início das vendas, nor- 2.3 – O OVER-PRICE
malmente, só acontece depois de celebrado um
contrato entre o corretor ou a imobiliária e o Em Inglês, over price significa acima do
empreendedor. preço, acima do custo ou do valor. Custo ex-
Quando se trata de vendas em loteamen- cessivo.
tos, existem formas diferenciadas. Em alguns Na área de transação imobiliária,
casos, a comissão equivale ao valor total da “Over-price” ou “over price”, se caracteriza
entrada e esta é repassada para a imobiliária como um ganho adicional superior à comis-
responsável pelo lançamento, que em seguida são normal devida pelos serviços prestados,
faz o acerto com o corretor. e recebida de forma camuflada para que as
Em outros casos, já na proposta de com- partes não tenham conhecimento de que es-
pra, o sinal de negócio corresponde aos hono- tão pagando a mais.
rários do corretor, que ao entregar a proposta Todo ganho que esteja acima do combi-
à imobiliária ou ao empreendedor já retém o nado e que o profissional recebe, sem que o
que lhe é devido. cliente tenha conhecimento, caracteriza-se
Na locações de imóveis, não se trata de como over-price. Esse é um procedimento abo-
corretagem, mas sim de taxa de administração. minável, proibido pelo Conselho Federal e,
Quem paga pelos serviços prestados é o pro- expressamente, proibido pelo Código de Éti-
prietário. Nesse sentido, a Lei nº 8.245/91, a ca Profissional (Art. 6º, inciso III).
chamada Lei do Inquilinato, no artigo 22 ao O infrator deve ser punido com multa
tratar das obrigações do locador, diz expres- pecuniária que varia de 2 a 6 anuidades. Essa
samente: multa é prevista para a pessoa física e para a
pessoa jurídica. Se o over-price for praticado
“Art. 22 – O locador é obrigado a: conjuntamente por mais de um corretor ou
........ se em parceria com a imobiliária, todos rece-
VII – pagar as taxas de administração imo- berão, individualmente, a punição prevista no
biliária, se houver.......” Código.
Normalmente, a opção é um contrato rios está o não preenchimento dos itens relati-
celebrado entre o profissional e o vendedor, vos ao prazo de validade da opção e as vendas
porém nada impede que seja também firmado realizadas após expirar o prazo avençado, ou
entre o corretor e o comprador. É a opção de seja, prazo combinado para que o serviço seja
compra ou com maior precisão do termo, prestado durante determinado período.
“Autorização para procura de imóvel”. Pode ocorrer, muitas vezes, que o clien-
O Conselho Federal dos Corretores de te só se manifeste, concretamente, sobre de-
Imóveis, na Resolução 005/78, estabelece em terminado imóvel, depois de vencida a opção,
seu Artigo 1º que: podendo, ainda, procurar diretamente o pro-
prietário para fazer a sua proposta. Para res-
“Toda e qualquer intermediação imobiliária guardar os seus direitos à comissão, deve o
será contratada, obrigatoriamente, por instrumento corretor, ao término do contrato de interme-
escrito, que incluirá, dentre outros, os seguintes diação, comunicar por escrito ao proprietário,
dados: o nome e a identificação das pessoas por ele
a) nome e qualificação das partes; trabalhadas e, se possível, fazendo um peque-
b) individualização e caracterização do objeto no resumo de como se procederam os enten-
do contrato; dimentos, incluindo as datas de visita e demais
c) preço e condições de pagamento da alienação dados que poderão reforçar os fundamentos
ou da locação; para se pleitear os honorários pelos serviços
d) dados do título de propriedade declarados pelo prestados na tentativa de concretizar a transa-
proprietário; ção. Estando bem fundamentado e documen-
e) menção da exclusividade ou não; tado, dificilmente poderá o proprietário se
f) remuneração do corretor e forma de pagamen- eximir pelo pagamento da comissão.
to; Casos há em que o proprietário não as-
g) prazo de validade do instrumento; sina a opção de venda, mas tão somente uma
h) previsão de até 06 (seis) meses de subsistên- autorização para que o imóvel seja trabalha-
cia da remuneração, depois de vencido o pra- do. É importante observar a diferença, por-
zo previsto na alínea anterior, na hipótese de que a simples autorização poderá ser revoga-
se efetivar a transação com pessoa indicada da a qualquer momento pelo cliente, enquan-
pelo profissional dentro do prazo de valida- to que o contrato de intermediação ou op-
de do instrumento; ção, cria um vínculo de direitos e obrigações
i) autorização expressa para receber, ou não, recíprocas. Aquele que se sentir prejudicado
sinal de negócio”. tem meios de reivindicar da outra parte o que
lhe for devido.
Alguns cuidados devem ser tomados A autorização é um ato unilateral enquan-
pelos profissionais ao preencherem a opção de to a opção de venda é bilateral, ou seja, o que
venda. Com bastante freqüência são deixados vem escrito faz lei entre as partes, obrigando-
em branco alguns dos itens acima citados. Tal as aos termos constantes do documento.
fato torna a opção de venda um documento O novo Código Civil Brasileiro (Lei n°
juridicamente imperfeito e, portanto, passível 10.406/2002), no art. 726, estabelece condi-
de nulidade, caso surja questão sobre o direito ções especiais para o serviço de intermedia-
do corretor em receber a sua remuneração em ção prestado com autorização escrita e com
decorrência da negativa do contratante (o ven- exclusividade. Esta deve ser a meta do profis-
dedor) em pagar pelo serviço. sional corretor de imóveis: buscar sempre a
Entre os mais freqüentes casos de discus- autorização, de venda ou locação, escrita e com
são, via judicial, para recebimento de honorá- exclusividade.
18 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS – Unidade I
Vale lembrar que o corretor ou empresa profissão. Mostre a sua preferência e cite 5 des-
só poderá anunciar, publicamente, se estiver sas atividades.
munido de documento escrito que lhe faculte _______________________________________
o direito de intermediar a venda, ou seja, a _______________________________________
opção. É o que estabelece o Decreto 81.871/
78, no art. 5º, assim como a Resolução nº 458/ b) Na parceria com empresas imobiliárias o
96 do Conselho Federal. corretor de imóveis terá “vínculo empregatí-
Decreto 81.871/78, art. 5º - cio”? Pesquise antes de responder:
_______________________________________
“Somente poderá anunciar publicamente o _______________________________________
Corretor de Imóveis, pessoa física ou jurídica,
que tiver contrato escrito de mediação ou auto- c) Na qualidade de profissional liberal, como se
rização escrita para alienação do imóvel anun- chama a remuneração do corretor de imóveis?
ciado.” _______________________________________
_______________________________________
Resolução COFECI nº 458/95 - Dispõe
sobre anúncio para venda de imóvel. d) Normalmente, numa operação de compra
e venda, quem paga a remuneração do corre-
O CONSELHO FEDERAL DE COR- tor de imóveis?
RETORES DE IMÓVEIS, no uso das _______________________________________
atribuições que lhe confere o Artigo 16, Item _______________________________________
XVII, da Lei 6.530, de 12 de maio de 1.978, _______________________________________
RESOLVE:
Art. 1º - Somente poderá anunciar publica- e) Na administração de alugueres o corretor
mente o Corretor de Imóveis, pessoa física ou de imóveis (ou empresa imobiliária) recebe que
jurídica, que tiver, com exclusividade, contra- tipo de remuneração?
to escrito de intermediação imobiliária. _______________________________________
Art. 2º - Dos anúncios e impressos contará o _______________________________________
número da inscrição de que fala o artigo 4º da
Lei 6.530/78, precedido da sigla CRECI, f) Veja no texto e responda qual o órgão ou
acrescido da letra “J”, quando se tratar de pes- entidade é responsável pela elaboração da Ta-
soa jurídica. bela de Honorários do corretor de imóveis.
_______________________________________
A não obediência a esta norma sujeita o _______________________________________
infrator à pena pecuniária, que varia de uma a
três anuidades, podendo ser aumentada em até g) Com suas palavras descreva o que significa
seis anuidades em caso de reincidência fixada “over price”.
pela Resolução COFECI nº 492/96. _______________________________________
_______________________________________
de, por tempo de contribuição ou por invali- c) Pesquise e relacione abaixo quais as vanta-
dez só estará assegurada se as contribuições gens do profissional liberal ser inscrito no
forem feitas regularmente pelo tempo e pelos ISSQN:
valores fixados pelo INSS. _______________________________________
Uma vez inscrito na previdência social, _______________________________________
o Corretor irá contribuir dentro de uma tabe-
la progressiva e que servirá de cálculo quando
do recebimento da aposentadoria. Por isso, é
importante, também, que seja obedecida a ta-
bela progressiva de tempo de permanência em
cada período para poder aumentar o valor da
contribuição mensal, lembrando sempre que a
aposentadoria leva em conta o tempo de con-
tribuição e a idade, para fazer jus aos benefíci-
os previdenciários.
Aqueles profissionais que já se estão ins-
critos na previdência social, porém com as
contribuições atrasadas, o melhor procedimen-
to é procurar um Posto do INSS e se inteirar
das múltiplas formas de parcelamento do dé-
bito a fim de regularizarem a situação.
Por fim, ressalte-se que, de acordo com
as mais recentes medidas tomadas pelo INSS,
passou a ser obrigação da fonte pagadora re-
ter o valor da contribuição previdenciária, sem-
pre que for feito qualquer pagamento a autô-
nomos e demais profissionais liberais, exceto
se o prestador do serviço comprovar que re-
colhe essa contribuição e está, regularmente,
em dia.
Unidade
II
tração, inclusive pelo não repasse das parcelas Assim como o COFECI, também o
devidas ao Conselho Federal e arrecadados CRECI, têm como órgão deliberativo o
pelos Conselhos Regionais. plenário, constituído de seus membros e
Registra-se, que as atividades da Presi- como órgão administrativo, a diretoria,
dência, Diretores e Conselheiros são exercidas cujo funcionamento são fixados em regi-
sem qualquer tipo de remuneração. mento baixado por Resolução do Conse-
lho Federal.
3.3 – CONSELHOS REGIONAIS DE No âmbito de sua competência e jurisdi-
CORRETORES DE IMÓVEIS – ção o CRECI exerce, entre outras, ações de na-
CRECI tureza:
mologada, torna-se regra geral, mesmo imóveis, e qual tarefa é delegada ao Creci da
para aqueles que não pertencem ao Sin- região?
dicato. ______________________________________
• Os Sindicatos foram os responsáveis ______________________________________
pelos primeiros passos para o nasci-
mento, aperfeiçoamento e evolução da
profissão de Corretores de Imóveis,
como já visto no início deste trabalho.
Unidade
III
c) Sendo titular desse crédito, o constru- prador, não pagando o bem à vista, obtém
tor busca negociá-lo com a companhia um parcelamento, dando em garantia o pró-
securitizadora mediante a cessão de prio bem adquirido, obrigando-se assim a
crédito; cumprir o avençado, sob pena de, não o fa-
zendo, ver-se expropriado do imóvel, atra-
d) A companhia securitizadora por sua vez vés de um procedimento previsto na própria
emite títulos – CRI vinculados ao crédi- lei (arts. 26 e 27).
to adquirido do construtor e promove A constituição da alienação fiduciária é
a sua colocação no mercado financeiro. um contrato:
Para que haja uma sintonia neste ciclo de a) formal, dado que exige forma escrita;
pagar rendimentos aos investidores e cobrar
juros dos adquirentes, a lei cuidou de homoge- b) público, mesmo que celebrado por
neizar as condições de crédito, utilizando os instrumento particular, é de sua essên-
mesmos critérios para o cálculo de juros, de cia o registro público no Cartório de
correção monetária e de garantia. Registro de Imóveis para que possa
Assim, o artigo 5º determina as condi- valer contra terceiros;
ções essenciais para o financiamento, tratan-
do das condições monetárias, financeiras e se- c) oneroso, na medida em que os cele-
curitárias. brantes visam a obter vantagens ou be-
O artigo 17 cuida das garantias nas ope- nefícios;
rações do financiamento imobiliário, entre elas
a alienação fiduciária, admitindo-se todavia d) bilateral, porquanto surge da vonta-
outras tradicionais garantias já existentes em de de duas ou mais partes, com direi-
nosso direito, como a hipoteca. tos e obrigações recíprocas;
Como o interesse maior consiste em sim-
plificar a garantia do empréstimo e a celerida- e) comutativo, uma vez que as obriga-
de na execução dos inadimplentes, a lei con- ções de ambas as partes são conheci-
centrou-se na garantia fiduciária a partir do já das previamente.
citado artigo 22.
O conceito deste tipo de garantia vem Importante observar que na alienação fi-
já no seu artigo 22: “ A alienação fiduciária regula- duciária, o construtor, o incorporador ou mes-
da por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o devedor, mo o particular, ao fazer a comercialização do
ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a trans- imóvel receberá a garantia da fidúcia, podendo
ferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolú- reter em seu nome ou buscar recursos no mer-
vel de coisa imóvel”. cado, faz a cessão do direito a terceiros interes-
Muito embora na alienação fiduciária sados em investir seu capital. Diz o parágrafo
haja a transferência do domínio da proprieda- primeiro do art. 22 que: “...a alienação fiduciária
de para o credor, este não é o seu objetivo, poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica, não
mas sim o de lhe dar garantia, no caso de sendo privativa das entidades que operam no SFI”.
inadimplência do devedor. À margem da Lei nº 9.514/97 que insti-
A alienação fiduciária é um contrato tuiu o SFI, existem outras modalidades de fi-
acessório, porquanto, sua natureza é a de ga- nanciamento para a aquisição de imóvel. Essa
rantir o recebimento de um crédito existente variação vai desde o financiamento bancado
em outro contrato, dito principal, como por pelo próprio vendedor até aqueles que ainda
exemplo uma compra e venda, em que o com- são tidos e mantidos pelo poder público.
40 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS – Unidade III
A Caixa Econômica Federal, hoje o prin- de imóvel residencial urbano. Existem dois
cipal agente público para o financiamento de momentos distintos neste sistema. Primeiro é
moradias, tem várias modalidades, destacan- a fase de utilização do crédito, cuja utilização
do-se: deverá ocorrer no prazo máximo de seis me-
ses. Após esse período ou do uso total do cré-
I - Plano Fundo de Amparo ao Trabalhador dito antes disto, vem o segundo momento, que
- FAT- Habitação – é o de amortização do empréstimo e que é cal-
culado pelo sistema Price. O valor do financi-
O Plano é operado em duas linhas: amento poderá ir até R$ 180.000,00 e deverá
ser liquidado no prazo máximo de 36 meses.
• SFI. Financiamento de imóveis na planta e/ou
em construção. III- Plano FGTS – Casa Própria - Tem aces-
Nessa perspectiva, o plano objetiva via- so qualquer trabalhador, observados alguns
bilizar a produção de empreendimentos na plan- requisitos, como:
ta ou em fase de construção diretamente a pes-
soas físicas, alavancando a indústria da constru- • Ser filiado ao regime do FGTS há mais
ção civil, gerando emprego e renda. Tem aces- de três anos;
so a esse plano todas as pessoas físicas, inde- • Não ser proprietário ou promitente
pendente das faixas de renda, já que o constru- comprador de imóvel residencial finan-
tor/incorporador é devedor solidário até a en- ciado pelo SFH, em qualquer parte do
trega das unidades ao mutuário. A operação território nacional;
consiste na emissão de Carta de Garantia de fi- • Não ser proprietário de qualquer tipo
nanciamento a quem pleiteia o financiamento – de imóvel no município onde exerça
Construtora/Proponente e esta por sua vez faz sua ocupação, bem como nos municí-
a contratação individual com os interessados pios limítrofes;
através de contrato particular de compromisso • Exclusivamente para aquisição de imó-
de compra e venda. A amortização é pelo siste- vel residencial concluído ou em cons-
ma SAC-Sistema de Amortização Constante. O trução, não sendo possível utilizar os
limite de financiamento é de R$ 180.000,00 recursos somente para a compra do
terreno;
• Carta de Crédito - Fat-Habitação – Residen- • O recurso deve ser utilizado para o pa-
cial. Linha de crédito imobiliário gamento parcial do preço de aquisição
Destinado às pessoas físicas com recur- de imóvel residencial, financiado fora
sos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, vin- do Sistema Financeiro de Habitação;
culada ao programa de geração de emprego e
renda na indústria da construção civil e ao SFI. IIIA - Plano FGTS – Financiamento de
Destina-se à aquisição de terreno e à imóveis na planta e/ou em construção com
construção ou somente à construção se o can- recursos do FGTS.
didato já possuir o terreno. Amortização pelo Para usufruir desse financiamento, o inte-
Sistema SAC e prazo máximo de financiamen- ressado deve atender aos seguintes requisitos:
to de 204 meses, devendo a construção ser
concluída no prazo de até 18 meses. • Renda familiar de até R$ 4.500,00;
• Que o empreendimento escolhido para
II - Plano Construcard. Linha de financia- adquirir o imóvel já tenha sido apro-
mento habitacional destinada a aquisição de vado pela Caixa e com o uso deste tipo
material de construção, reforma ou ampliação de recurso.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 41
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Funciona nos mesmos moldes dos de- de financiamento imobiliário. Entretanto, outros
mais tipos de consórcio. O adquirente da cota segmentos empresariais e financeiros também
recebe a carta de crédito correspondente ao têm linhas de crédito destinado à aquisição da
valor contratado, ao ser contemplado. No con- casa própria. Destacam-se os seguintes:
sórcio da Caixa é possível usar o FGTS para
dar lance. Plano Direto da Construtora - A empre-
sa, ao lançar um empreendimento, cria
• Programa de Arrendamento Residencial uma tabela com preços preestabelecidos
– PAR. Nesse programa, que é destinado à po- e sem qualquer vinculação a agentes finan-
pulação de baixa renda, as unidades residenci- ceiros. O aporte para a construção é basi-
ais serão adquiridas com recursos de um fun- camente da construtora e, a medida em
do financeiro, constituído exclusivamente para que vão sendo comercializadas as unida-
esse fim. A Caixa, em parceria com os Esta- des, os adquirentes assumem o papel de
dos e Municípios publica os editais informan- alocar os recursos necessários. São previ-
do ao segmento da construção civil, quais as amente estipulados os índices de reajuste,
áreas priorizadas em diversas regiões do Bra- com maior aplicação o INCC e o CUB.
sil. Estipula-se, normalmente, ainda, que,
após o Termo de Habite-se o reajuste pas-
As principais características do programa são: se a ser pelo IGP-M e incidindo-se ainda
• Envolvimento de Órgãos públicos e os juros de 1% ao mês.
empresas, em parcerias, tais como:
− Ministério da Fazenda; Bancos Particulares - Destinam-se a in-
− Secretaria de Estado e Desenvolvimen- teressados/adquirente, desde que preen-
to Econômico; cha os requisitos exigidos por cada insti-
− Caixa Econômica Federal; tuição de crédito. Leva-se em conta sobre-
• Empresas do ramo da construção civil; tudo o relacionamento e a reciprocidade
• Empresas imobiliárias na área de admi- entre o cliente e o banco. Além do inde-
nistração de imóveis xador pactuado, o financiador cobra ju-
ros normalmente oscilando entre 12% a
O valor máximo de cada unidade é de 18% ao ano e o prazo de financiamento
R$ 20.000,00 e cada empreendimento poderá máximo é de 15 anos. É uma das modali-
contar com no máximo 160 unidades, sendo dades de financiamento mais onerosas
que cada construtora poderá ter vários empre- para o adquirente, já que o banco tem
endimentos, desde que esse total não ultrapas- como principal característica obter a mai-
se 1.000 unidades. O tamanho mínimo de cada or rentabilidade para a aplicação de seu
unidade é de 37m2., devendo conter necessari- capital financeiro.
amente dois quartos. Os Estados e Municípios
priorizados, deverão adotar medidas de redu-
ção ou isenção de ITBI, IPTU etc.
Uma vez pronta a unidade, a Caixa fará
um contrato de arrendamento por determina-
do prazo, findo o qual, o arrendatário poderá
exercer o direito de compra. a) Volte ao texto e escreva abaixo qual a finali-
Por ser o principal gestor do Sistema Fi- dade do SFH – Sistema Financeiro de Habita-
nanceiro de Habitação, a Caixa Econômica Fe- ção em nosso país:
deral reúne um maior número de alternativas __________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
Art. 6º - “O locatário poderá denunciar a lo- Para exercer o direito de retomada, ne-
cação por prazo indeterminado mediante co- cessariamente, o documento de compra e ven-
municado por escrito ao locador, com antece- da (escritura ou cessão de direitos) deverá estar
dência mínima de trinta dias”. registrada à margem da matrícula do imóvel).
o locatário, seis meses de prazo para anular a Art. 47 - “Quando ajustada verbalmente ou
escritura de compra e venda e depositando o por escrito e com prazo inferior a trinta meses,
valor da transação resguardando assim o direi- findo o prazo estabelecido, a locação prorroga-
to de adquirir o bem. se automaticamente, por prazo indeterminado,
somente podendo ser retomado o imóvel:”
Art. 35 - “Salvo expressa disposição contra-
tual em contrário, as benfeitorias necessárias I – nos casos do art. 9;
introduzidas pelo locatário, ainda que não au- II – em decorrência de extinção do contrato de
torizadas pelo locador, bem como as úteis, des- trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatá-
de que autorizadas, serão indenizáveis e per- rio estiver relacionada com o seu emprego;
mitem o exercício do direito de retenção”. III – se for pedido para uso próprio, de seu cônju-
ge ou companheiro, ou para uso residencial de as-
Art. 36 - “As benfeitorias voluptuárias não cendente ou descendente que não disponha, assim
serão indenizáveis, podendo ser levantadas como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel resi-
pelo locatário, finda a locação, desde que sua dencial próprio;
retirada não afete a estrutura e a substância IV – se for pedido para demolição e edifica-
do imóvel”. ção licenciada ou para a realização de obras
aprovadas pelo poder público, que aumentem
Art. 37 - “No contrato de locação, pode o lo- a área construída em, no mínimo, vinte por
cador exigir do locatário as seguintes modali- cento ou, se o imóvel for destinado a explora-
dades de garantia:” ção do hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;
V – se a vigência ininterrupta da locação ul-
I – caução; trapassar cinco anos”.
II – fiança;
III – seguro de fiança locatícia”. Art. 56 - “Nos demais casos de locação não
residencial, o contrato por prazo determinado
Art. 38 - “A caução poderá ser em bens mó- cessa, de pleno direito, findo o prazo
veis ou imóveis”. estipulado,independentemente de notificação ou
aviso”.
Art. 39 - “Salvo disposição contratual em con-
trário, qualquer das garantias da locação se Art. 57 - “O contrato de locação por prazo
estende até a efetiva devolução do imóvel”. indeterminado pode ser denunciado por escrito,
pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias
Art. 45 - “São nulas de pleno direito as cláu- para desocupação”.
sulas do contrato de locação que visem a elidir
os objetivos da presente Lei, notadamente as
que proíbam a prorrogação prevista no art. 47,
ou se afastem o direito à renovação, na hipótese
do art. 51, ou que imponham obrigações pecu-
niárias para tanto”.
Art. 46 - “nas locações ajustadas por escrito e a) No mercado imobiliário e até nos meios ju-
por prazo igual ou superior a trinta meses, a rídicos, como é chamada a Lei nº 8.245/91 ?
resolução do contrato ocorrerá findo o prazo ______________________________________
estipulado, independentemente de notificação ou ______________________________________
aviso”. ______________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
b) Como a Lei que trata das locações imobiliá- i) Em relação às garantias locatícias, em qual
rias define o que é imóvel não residencial? situação o locador (e o corretor) está sujeito à
______________________________________ pena de prisão?
______________________________________ ______________________________________
______________________________________ ______________________________________
O novo Código Civil, com vigência a São deveres dos condôminos, igualmen-
partir de janeiro de 2003, introduziu um Capí- te de acordo com os arts. 1.336/1.337 do Có-
tulo específico denominado “Do condomínio digo Civil:
edilício”, compreendendo os artigos 1.331 a I – contribuir para as despesas do condo-
1.358. Em diversos desses artigos temos a ra- mínio, na proporção de suas frações ide-
tificação de muitos dos existentes na Lei nº ais;
4.591, de 16 de dezembro de 1964. II – não realizar obras que comprometam a
O condomínio submete-se às regras es- segurança da edificação;
peciais da espécie, assim como, também, no III – não alterar a forma e a cor da fachada,
que couber, à norma civil mencionada. das partes e esquadrias existentes;
A palavra condomínio tem o significado de IV – dar às suas partes a mesma destinação
domínio em comum, isto é, um bem ou uma que tem a edificação, e não as utilizar de
propriedade imóvel pertencendo a vários do- maneira prejudicial ao sossego, salubri-
nos, aos quais dá-se a denominação de “con- dade e segurança dos possuidores, ou aos
dôminos”, ou ainda, de “co-proprietários”. bons costumes.
O condomínio deve ter normas própri- § 1º O condômino que não pagar a sua
as, elaboradas de acordo com os dispositivos contribuição ficará sujeito aos juros moratóri-
da lei que o regula. Cada condômino tem di- os convencionados ou, não sendo previstos, os
reitos reais de unidades autônomas e individu- de 1% (um por cento) ao mês e multa de até
ais, por pertencer somente a ele, além de direi- 2% (dois por cento) sobre o débito.
tos reais sobre as partes comuns, por perten- § 2º O condômino, que não cumprir qual-
cerem a todos os condôminos. Daí porque a quer dos deveres estabelecidos nos incisos II a
necessidade de uma norma própria para a co- IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo
munidade compreendendo os moradores, bem ou na convenção, não podendo ela ser superi-
como a relação destes com terceiros. or a 5 (cinco) vezes o valor de suas contribui-
A Lei que rege as relações entre os con- ções mensais, independentemente das perdas
dôminos é denominada Convenção e é obri- e danos que se apurarem; não havendo dispo-
gatória para todos os edifícios sob forma de sição expressa, caberá à assembléia geral, por
condomínio. A Convenção deverá ser redigi- 2/3 (dois terços) no mínimo dos condôminos
da dentro nas normas reguladoras previstas na restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
Lei do Condomínio e das Incorporações e ain- Dentro do condomínio há um ordena-
da do Código Civil. mento para delinear os direitos e as obrigações
Entre os muitos artigos, merecem desta- com relação aos proprietários, usuários e ter-
que os que dizem respeito aos direitos e deve- ceiros. Esta “lei interna” de subordinação obri-
res dos condôminos. gatória deve ser emanada de algum poder. Este
poder surge da vontade dos proprietários, e
São direitos dos condôminos, de acor- manifestado através da Assembléia. É ela o
do com o art. 1.335 do Código Civil: poder maior dentro de um condomínio e a ela
I – usar, fruir e livremente dispor das suas compete a aprovação da Convenção e do Re-
unidades: gimento Interno bem como a escolha e apro-
II – usar das partes comuns, conforme a sua vação da forma de gerir e administrar a pro-
destinação, e contanto que não exclua a priedade condominal, sendo portanto o órgão
utilização dos demais compossuidores; deliberativo dos condôminos.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 51
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
- Planta de situação;
- Planta baixa, com localização e dimen-
são dos lotes, sistema viário, reservas,
praças, locais para comércio, escolas e
lazer;
- Planta de levantamento topográfico;
- Memorial descritivo, planilha de cálcu-
lo e caderneta de campo;
- Escritura de registro do imóvel;
- RIMA – Relatório de Impacto am-
biental.
ficação ou ampliação das vias existentes. co nesses artigos são uma espécie de “lea-
§ 2o – Considera-se desmembramento a sing imobiliário”, possibilitando o desfazi-
subdivisão de gleba em lotes destinados a edifi- mento do negócio de maneira simplificada,
cação, com aproveitamento do sistema viário se necessário, sem prejuízos para as partes,
existente, desde que não implique na abertura diferentemente do que estabelece o Código
de novas vias e logradouros públicos, nem no de Defesa do Consumidor.
prolongamento, modificação ou ampliação dos Pelo Código, em caso de inadimplên-
já existentes.” cia, o loteador, sem prazo definido, é obri-
gado a devolver o que recebeu, corrigido,
Com relação à infra-estrutura mínima podendo reter apenas 10% como forma de
a ser feita pelo loteador, a lei assim determina, indenização.
ainda no art. 2o:
A Lei nº 4.591/64, em seu artigo 28 zembro foi sancionada a Lei nº 4.591, receben-
expressa: do o nome de Condomínio e Incorporações,
por dispor sobre “Condomínio em edificações
“Considera-se incorporação imobiliária a ati- e as incorporações imobiliárias”.
vidade exercida com o intuito de promover e Os primeiros 27 artigos da lei tratam das
realizar a construção, para alienação total ou relações condominais e os artigos 28 ao 66 se
parcial, de edificações ou conjunto de edifica- ocupam das edificações ou conjunto de edifica-
ções compostas de unidades autônomas”. ções de prédios residenciais e não residenciais.
Quem pode ser considerado incorpora-
Dentro da atividade imobiliária, um dos dor? A resposta está no artigo 28, parágrafo
tópicos mais importantes diz respeito às IN- único da referida Lei:
CORPORAÇÕES IMOBILIÁRIAS. Isto por-
que uma incorporação imobiliária implica em “Considera-se incorporação imobiliária a ati-
tomar um terreno e sobre ele edificar unida- vidade exercida com o intuito de promover e
des distintas e independentes entre si, para ven- realizar a construção, para alienação total ou
da e entrega futura, porém unidas por situa- parcial, de edificações ou conjunto de edifica-
ções necessárias a fim de atender os objetivos ções compostas de unidades autônomas”.
de uma habitação coletiva. Significa, portanto,
mobilizar fatores de produção com objetivos O incorporador é pois a figura central
definidos para construir e, antes, durante ou de uma incorporação imobiliária. É dele a idéia
após a conclusão da construção, vender as uni- de empreender o projeto, planejar o negócio,
dades imobiliárias que integram a edificação assumindo a responsabilidade pelos recursos
coletiva. Para tanto, há o envolvimento de pes- financeiros necessários ao empreendimento e
soas e técnicos das mais variadas especialida- ainda, pela comercialização e o registro de cada
des e funções, objetivando levar a cabo o em- unidade junto ao Registro de Imóveis.
preendimento até a sua conclusão, e finalizan- O incorporador, para lançar um empre-
do todo o processo com a individualização e endimento, deverá seguir um roteiro, em con-
discriminação de cada uma das unidades edifi- formidade com as características de cada pro-
cadas, fazendo o assentamento no Registro de jeto, porém todos eles sujeitos à Lei 4.591/64.
Imóveis da circunscrição a que originalmente Este roteiro é basicamente:
o terreno encontrava-se matriculado.
Até 1964 a atividade de construção civil • Possuir ou adquirir o terreno onde se
era feita de forma desordenada e sem qualquer pretende construir;
legislação específica. Os poucos empresários • Ter os projetos aprovados nos órgãos
que de dispunham a construir prédios condo- competentes;
minais se perdiam na própria falta de planeja- • Registrar o Memorial de Incorporação
mento e na incerteza da liquidez de recebimen- no Cartório de Registro de Imóveis;
to das unidades vendidas durante a construção. • Contratar a construção;
Muitos compradores atrasavam os pagamentos • Comercializar as unidades que com-
e conseqüentemente, atrasava-se ou inviabiliza- põem o projeto;
va-se a conclusão do empreendimento. • Concluir a obra;
Com a criação do BNH em agosto de • Fazer o registro individual no Cartó-
1964 tornou-se necessária uma legislação re- rio de Registro de Imóveis de cada uni-
gularizadora da atividade de construção civil dade comercializada;
voltada para as edificações residenciais. Assim, • Instalar o condomínio com entrega do
neste mesmo ano de 1964, no dia 16 de de- prédio aos condôminos.
56 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS – Unidade III
9) A tabela de comissão pela intermediação 14) De acordo com o Decreto 81.871/78 que
imobiliária é: regulamenta a profissão de Corretor de Imó-
a) Elaborada pelo COFECI. veis, as sanções disciplinares podem ser de:
b) Elaborada pelo CRECI de cada região. a) Advertência verbal.
c) Definida nos Congressos dos corretores b) Censura.
de imóveis que se realizam anualmente. c) Multa.
d) De comum acordo entre o corretor e a d) Suspensão de até 90 dias.
imobiliária onde ele trabalha. e) Todas as alternativas estão corretas.
e) Todas as alternativas estão erradas.
15) Tendo com o base o Código de Ética, o
10) A tabela de comissão pela intermediação corretor de imóveis em relação ao exercício
elaborada pelo Sindicado dos Corretores de da profissão, à classe e a seus colegas não está
Imóveis para ter validade necessita: obrigado a:
a) Ser homologada pelo COFECI. a) Prestigiar as entidades de classe.
b) Ser homologada pelo CRECI de cada b) Respeitar o direito de outro corretor que
região. já esteja atendendo a um mesmo cliente.
c) Não precisa ser homologada. c) Colocar-se a par da legislação vigente.
d) Só é homologada se o Sindicado mani- d) Zelar pela própria reputação.
festar esta vontade. e) Defender os direitos e prerrogativas pro-
e) Todas as alternativas estão certas. fissionais e a reputação da classe.
11) Receber uma comissão além do combina- 16) É proibido ao corretor de imóveis:
do, de forma fraudulenta é chamada de: a) Promover a intermediação com cobran-
a) Over-chips. ça de over-price.
b) Over-price. b) Fazer transação imobiliária contra dis-
c) Over-dose. posição literal da lei.
d) Tabela price. c) Praticar quaisquer atos de concorrência
e) Super price. desleal aos colegas.
d) Desviar, por qualquer modo, cliente de
12) Dentre as atribuições do corretor de imó- outro corretor.
veis está a de: e) Todas as alternativas estão corretas.
a) Exercer a intermediação na compra e
venda. 17) É permitido ao corretor de imóveis:
b) Exercer a intermediação na permuta. a) Desviar, por qualquer modo, cliente de
c) Exercer a intermediação na locação. outro corretor.
d) Opinar quanto à comercialização imo- b) Praticar quaisquer atos de concorrência
biliária. desleal aos colegas.
e) Todas as alternativas estão corretas. c) Fazer transação imobiliária contra dis-
posição literal da lei.
13) No âmbito de sua competência, o CRECI d) Promover a intermediação com cobran-
exerce, entre outras, ações de natureza: ça de over-price.
a) Normativa. e) Todas as alternativas estão erradas.
b) Fiscalizadora.
c) Disciplinar. 18) Não é de competência do Conselho Fede-
d) Deliberativa. ral dos Corretores de Imóveis (COFECI):
e) Todas as alternativas estão corretas. a) Eleger sua diretoria.
62 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS
26) Uma imobiliária (pessoa jurídica) não pre- II - Assinale as verdadeiras com a letra “V” e
cisa ser inscrita no CRECI se: as falsas com a letra “F”. Coloque essas letras
a) Todos os sócios forem corretores ins- nos parênteses colocadas depois dos números
critos. das questões.
b) Se pelo menos um sócio for inscrito.
c) Se todos os seus corretores forem ins- 01 ( ) Só pode ser incorporador uma pes-
critos. soa jurídica.
d) Se não tiver nenhum corretor nela tra-
balhando. 02 ( ) Não é da competência do síndico
e) Todas as alternativas estão erradas. representar ativa e passivamente o condomínio.
27) A pessoa jurídica para se inscrever no CRE- 03 ( ) As decisões tomadas pela assem-
CI como imobiliária precisa: bléia de condomínio, constituem-se obrigação
a) Ter um corretor como responsável para todos os condôminos.
técnico.
b) Ter um capital social superior a 100 sa- 04 ( ) O registro da incorporação imobi-
lários mínimos. liária será válido por um ano.
c) Ter um mínimo de três sócios.
d) Ter mais de um departamento de vendas. 05 ( ) Nas relações de locação, os elemen-
e) Ter sede própria. tos básicos são o locador; o locatário e o imóvel.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Adjacente: que fica junto, contíguo. Ângulos que têm o mesmo vértice e são
separados por um lado comum.
Ad Corpus: expressão latina que qualifica a venda que se faz por corpo, i.é,
por um único preço. Ex: venda de apartamentos, casas etc.
Alienação fiduciária: negócio jurídico pelo qual uma das partes chamada
fiduciário, adquire, em confiança, a propriedade de um bem móvel, obri-
gando-se a devolvê-lo quando satisfeita a obrigação. A Lei 9.514/97, art. 22,
passou a permitir a alienação fiduciária para bens imóveis.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Álveo: superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e
ordinariamente enxuto.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Bens fungíveis: aqueles móveis que podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
Bens imóveis: aqueles que não podem ser transportados sem que ocorra a
sua destruição ou inutilização. Podem ser:
• Imóveis por natureza: o solo, com a sua superfície.
• Imóveis por acessão física ou artificial: edifícios.
• Imóveis por acessão intelectual: as sementes lançadas ao solo.
• Imóveis assim considerados para efeitos legais: direitos reais sobre
imóveis, penhor agrícola e as ações que os asseguram, as apólices da
dívida pública, o direito à sucessão aberta, os navios e os aviões.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Casa: Determina a CF no art. 5o, XI: "A casa é asilo inviolável do indiví-
duo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, sal-
vo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial."
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Cláusula leonina: cláusula contratual que atribui, a uma das partes, vanta-
gens injustificadamente maiores do que aquelas conferidas à outra parte.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Contrato: acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre objeto líci-
to e possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir di-
reitos. Pode ser aberto, acessório, a titulo oneroso ou não, bilateral ou unila-
teral (doações), consensual, comutativo etc.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Doação: contrato gratuito (benéfico) pelo qual uma das partes (doador) se
compromete a transferir, gratuitamente, um bem de sua propriedade para o
patrimônio de outra. É um tipo de contrato unilateral. A doação pode ser
pura ou incondicional, condicional, modal, remuneratória, com cláusula de
reversão, a título singular e inoficiosa. Vale lembrar que a doação pode ser
revogada em caso de ingratidão do donatário. Ver arts. 538 a 563 do CC.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Domicílio: local onde a pessoa natural ou jurídica exerce sua atividade habi-
tual, enquanto residência é o local onde a pessoa natural mora, com intenção
de ali permanecer.
Edil: do latim aedes, casa, prédio; daí edificium, combinando com ficium,
de facere. É também sinônimo de vereador.
Evicção: perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em
conseqüência de decisão judicial promovida pelo verdadeiro dono ou pos-
suidor. Ver arts. 447 a 456 do CC.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Imóvel rural: prédio rústico de área contínua qualquer que seja a sua locali-
zação, destinado à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial,
quer mediante planos públicos de valorização, quer mediante iniciativa pri-
vada (art. 1º I, da Lei nº 4.504/64 - Estatuto da Terra).
Legado: parte da herança deixada pelo testador àquele que não seja herdei-
ro, denominado legatário.
Legítima: parte da herança que cabe a cada herdeiro, e que não pode ser
disposta pelo testador.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Superfície (direito de): direito real de uso de bem alheio, consistente na ces-
são de imóvel, pelo proprietário, a um superficiário, gratuita ou onerosa-
mente, para que este construa ou plante no terreno. È regulado pelos arts.
1.369 a 1.377 do CC.
Tapume: cerca de arame ou madeira, sebe viva, vala, enfim, qualquer estru-
tura que sirva de demarcação de terrenos contíguos, e para impedir a entra-
da de pessoas ou animais. Ver art. 1.297 do CC.
GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Usufruto: direito real sobre bem alheio atribuído a alguém para que possa
fruir das utilidades e frutos de um bem de propriedade alheia, sem alte-
ração de sua substância, enquanto temporariamente destacado da mes-
ma propriedade.
Venda ad corpus: venda de bem imóvel que leva em conta apenas sua
especificação por características e confrontações, sem determinação de
área. Ver CC, art. 500.
BIBLIOGRAFIA
FIÚZA, César. Direito Civil. Curso Completo. Belo Horizonte: Del Rey,
2001.
GABARIT
GABARITOO
EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II