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Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1918 –

São Paulo, 12 de maio de 2017) foi um sociólogo, crítico literário e professor


universitário brasileiro. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, é autor
de uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do
Brasil. À atividade de crítico literário somou-se a atividade acadêmica, como
professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo (USP), onde, entre outros feitos, introduziu, em
1962, a literatura comparada, transformando a disciplina de Teoria Literária
em Teoria Literária e Literatura Comparada.[2] Foi também professor emérito
da USP e da Universidade Estadual Paulista (UNESP), e doutor honoris
causa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade
da República do Uruguai (2005).[3]
É considerado um dos grandes expoentes da crítica literária brasileira pelo
fato de suas obras terem se tornado base essencial para o debate da
formação literária nacional associada a uma construção sociológica e ao
humanismo.[4] De método dialético, comparatista e sociológico, antecipou a
interdisciplinaridade para entender a literatura como expressão da cultura
brasileira. Como militante político, foi um dos vários precursores do
socialismo democrático no Brasil.[5]
Sua idealização do Suplemento Literário, em 1956, caderno de crítica anexo
ao jornal O Estado de S. Paulo, até 1966, contando com colaboração de
Paulo Emílio Salles Gomes, Wilson Martins, do próprio Antonio Candido e
outros, é visto como marco do pensamento crítico brasileiro.[4] Sua obra mais
influente, Formação da Literatura Brasileira, foi lançada em 1959. Estreitou
relações e amizades com pelo menos duas das grandes gerações de
importantes escritores brasileiros, como Oswald de Andrade, Guimarães
Rosa, Graciliano Ramos, dos quais escreveu também resenhas, estudos e
críticas referenciais e seminais para o entendimento de suas obras.
Entre diversos outros prêmios importantes por seu trabalho, recebeu o
Prêmio Jabuti em 1965 e novamente em 1993, o Prêmio Machado de Assis
em 1993, o Prêmio Anísio Teixeira em 1996 e o Prémio Camões em 1998.
Em 1942 ingressou no corpo docente da Universidade de São Paulo (USP)
como assistente de ensino do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de
Sociologia II, onde foi colega de Florestan Fernandes. A partir de 1943
passou a colaborar com o jornal Folha da Manhã, em que escreveu diversos
artigos e resenhou os primeiros livros de João Cabral de Melo Neto e Clarice
Lispector.
Em 1945, obteve o título de livre-docente com a tese Introdução ao Método
Crítico de Sílvio Romero e, em 1954, o grau de doutor em Ciências Sociais
com a tese Parceiros do Rio Bonito, ainda hoje um marco nos estudos
brasileiros sobre sociedades tradicionais. Entre 1958 e 1960 foi professor de
literatura brasileira na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis,
hoje integrada à Universidade Estadual Paulista.
Em 1961 regressou à USP e, a partir de 1974, torna-se professor-titular de
Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas (assim denominada a partir de 1970) da USP, sendo
responsável pela formação de grande parte da intelectualidade nacional,
direta ou indiretamente. Entre os seus discípulos estão Antônio Lázaro de
Almeida Prado, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Schwarz, Davi
Arrigucci Jr., Walnice Nogueira Galvão, João Luiz Lafetá, Antônio Arnoni
Prado e Antônio Luiz Cagnin entre outros.
Aposentou-se em 1978, todavia manteve-se ainda como professor do curso
de pós-graduação até 1992, ano em que orientou a última tese, a do crítico
mexicano Jorge Ruedas de La Serna e crítico atuante não só na vida
literária, como também na política, tendo sido um dos fundadores do Partido
dos Trabalhadores. Recebeu o Prémio Camões em 1998.[11]
Antonio Candido foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Internacional
Alfonso Reyes, um dos mais importantes da América Latina. A premiação
ocorreu em 8 de outubro de 2005, em Monterrey, a cidade natal de Reyes.
Escritores como Borges, Carpentier, Malraux, Octavio Paz, Harold Bloom
figuram entre os premiados

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