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PÁGINAS BELAS - GLÓRIA AO SAMBA CANTA RARIDADES DO ACERVO PORTELENSE

Depois da apresentação em homenagem aos compositores dos primórdios do Império


Serrano e Salgueiro, o agrupamento Glória ao Samba volta ao Teatro Rival para fazer
vibrar os corações portelenses.

Para entender de que maneira se pretende fazer isso, é importante citar que durante os
últimos dez anos o Glória ao Samba vem se dedicando na pesquisa dos sambas oriundos
das escolas de samba do Rio de Janeiro em sua fase inicial. Além de localizar letras e
melodias perdidas, o grupo tenta entender o papel fundamental do compositor, sua
história, o meio em que vivia e o contexto em que essas músicas foram criadas.

Assim, um grande acervo foi construído. Para isso, foi fundamental encontrar algumas
dezenas de antigos sambistas ou seus descendentes, pessoas com contribuições
inestimáveis na grandiosa história do samba.

No espetáculo PÁGINAS BELAS – GLÓRIA AO SAMBA CANTA RARIDADES DO ACERVO


PORTELENSE serão apresentados uma série de sambas inéditos ou desconhecidos da
escola azul e branco. Sambas que remontam à fundação do Conjunto de Osvaldo Cruz,
no início da década de 1920.

Os primeiros sambas de Paulo da Portela, Antônio Caetano e Antônio Rufino estarão no


roteiro, juntamente com composições de Heitor dos Prazeres, Alcides Dias Lopes
(Malandro Histórico), Alvarenga, Olavo, Belmiro, Licurgo Batista, Josias, Chatim,
Ventura, Manacéa, Monarco, Armando Santos, Chico Santana, entre outros.

Outro destaque do show são os detalhes do lançamento do disco inédito da Portela,


gravado em 1959, mas não lançado comercialmente. Esse material foi recentemente
localizado por integrantes do Glória ao Samba e terá alguns de seus sambas revelados
ao público.
PESQUISA

A apresentação vai seguindo uma ordem cronológica, os primeiros sambas do Conjunto


de Osvaldo Cruz serão cantados.

O samba Mulher tu és orgulhosa, é o primeiro composto por Paulo da Portela em 1923,


assim também Favela tem o seu cruzeiro de Rufino e Nem todos quanto riem vivem
contentes de Caetano, os primeiros dos respectivos compositores, produzidos entre os
anos de 1925 e 1926.

Essa pesquisa envolveu o trabalho de restauro de documentos e fitas com depoimentos


de antigos portelenses. Declarações de Alcides Dias Lopes e Tia Vicentina foram
fundamentais para que o início da produção musical da Portela estivesse presente nesse
show.

Uma parte significativa do material e informações da pré-história portelense partiram


do acervo do jornalista Paulo Mathias, que durante os últimos dez anos desenvolve um
estudo pormenorizado do sambista Paulo da Portela e da vida em Osvaldo Cruz. Além
disso, contou com o auxílio dos estudiosos Tuco Pellegrino, Rafael Lo ré e Fernando
Paiva.

Algumas dezenas de conversas e gravações com o Mestre Monarco proporcionaram um


maior entendimento da produção portelense aqui apresentada, principalmente nos
sambas produzidos entre as décadas de 1940 e 1950.

REPERTÓRIO

BLOCO 1:

Mulher, tu és orgulhosa (Paulo da Portela)


Tu me desprezas (Paulo da Portela)
Por ti vivo penando (Rufino)
Nem todos quanto riem vivem contentes (Caetano)
Não adianta chorar (Heitor dos Prazeres)
Vai como pode (Paulo da Portela)
BLOCO 2:

Favela tem o seu cruzeiro (Rufino)


Ora chove e molha a flor (Caetano)
As mulheres são as rosas (Paulo da Portela)
Não há (Caetano)
A velhice chega (Paulo da Portela - Caetano)

BLOCO 3:

Salve a rua B (Paulo da Portela)


Adeus, Portela querida (Alvaiade)

BLOCO 4: Bloco das Aves

Passarinho (Rufino)
Sabiá (Caetano)
Sabiá cantador (Alvarenga)

BLOCO 5:

Tudo passa (Belmiro)


Que será de mim (Abelardo)
Serás minha (Olavo)
Parei (Licurgo Batista)
Nunca mais deixarei a orgia (João da Gente)
Nuvem do céu (Ventura)

BLOCO 6: Carnaval de 1931

Ando penando (Alcides)


Ouço uma voz (Nélson Amorim)
Lá vem ela chorando (Alvarenga)
BLOCO 7: Sambas de Alcides Dias Lopes

Levanta as mãos para o céu


Arrependido
A tua vida é chorar
Se eu soubesse vem depois
Abre as vistas
Você não deve

BLOCO 8:

Manhã brasileira (Manacéa)


Seja feliz com este (Mijinha)
Não há mais amor (Aniceto)

BLOCO 9:

Não quero morrer agora (Nilson Gonçalves)


Mandei recados (Lincoln)
O desprezo (Alberto Lonato)
Vem (Casquinha)

BLOCO 10:

A Portela é (Chico Santana e Armando Santos)

BLOCO 11: Brasil

Meu Brasil (Hortêncio Rocha)


Brasil glorioso (Ventura)
Riquezas do Brasil (Manacéa)

BLOCO 12:

Aquela mulher (Josias)


Sino (Chatim)
Quando vem rompendo a aurora (Chatim)
Já não me lembro mais dela (Josias e Chatim)
BLOCO 13:

Ri quá quá quá (Ventura)


Não foi Portela quem anulou (Maneco)
Indumentariamante (Walter Rosa)

BLOCO 14:

Fazenda (Candeia e Waldir 59) - enredo de 56

BLOCO 15:

Retumbante vitória (Monarco)


Homenagem a velha guarda (Monarco)
Passado de glória (Monarco)

BLOCO Bis - Partido Alto:

Baleiro (Alvaiade)
Eu já mandei carimbar o meu dinheiro (Rufino)
Faz a prima chorar (Autor desconhecido)
Me leva para passear (Rufino)
Falam de mim (Rufino)
DISCO PORTELA 1959

Outro momento do espetáculo é o anúncio de maiores informações sobre o raríssimo


disco da Portela, gravado em 1959.

O samba Indumentariamante de Walter Rosa, citado por Jair do Cavaquinho no lendário


programa Ensaio – Paulinho da Viola e os Quatro Crioulos, foi gravado por Avelino com
o nome de Crepúsculo nesse fonograma, e será mostrando ao grande público depois de
cinquenta anos.

Figura 1.Fita original com o disco Portela 1959

O disco está sendo financiado pelos membros do Instituto Glória ao Samba que funciona
sem fins lucrativos e deve estar disponível nos próximos meses.

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