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Principais Transtornos da Infância

1)Transtornos do Espectro Autista;


2)Os Transtornos de Humor-Depressão;
3)Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH)

Autismo
•As crianças e adolescentes com Autismo apresentam uma série de alterações graves
que iniciam na primeira infância e raramente cedem com a idade;

•São alterações qualitativas:

Linguagem/comunicação;
Interação social;

“Espectro autístico” : “ … embora se fale habitualmente em autismo no singular, suas


manifestações variam bastante quanto ao número, à forma e à intensidade, compondo
um conjunto de transtornos”(DUMAS,2011,p.103);

Características e Critérios Diagnósticos:

1)Alterações qualitativas das interações sociais:

•As crianças manifestam um déficit socio emocional acentuado, o que dificultam a sua
interação social.
•Dificuldade em desenvolver e manifestar relações sociais baseadas em uma troca
mútua de afetos e de interesses compartilhados;
•Sinais: falta de reações à presença, às emoções e às necessidades alheias;

2)Alterações qualitativas das formas de comunicação:

•As crianças apresentam sérias e duradouras alterações que afetam suas capacidades
de expressão e de entendimento verbais, não verbais e simbólicas (muitas jamais
aprendem a falar);
•Sinais: ecolalia(repetição) e inversão dos pronomes pessoais;

3)Limitações que influenciam o comportamento:

•A maior parte de suas atividades e de seus interesses é restrita e apresenta um


caráter rígido, repetitivo e sem um objetivo funcional aparente;
•Sinais: interesse por objetos inusitados ou por detalhes destes; memorização de
números e informações; desenvolvimento de rituais em suas atividades cotidianas;
atividades motoras estereotipadas;
Com dois anos estes sinais se tornam mais alarmantes: acompanham dificuldades de
comunicação e de aprendizagem e comportamentos estereotipados

Os Transtornos de Humor
•O Transtorno de Humor se manifesta por mudanças marcantes e prolongadas das
emoções das crianças ou dos adolescentes, a qual se caracteriza por um humor em
que a depressão e o desespero predominam
Alguns sintomas que podem evidenciar o transtorno de humor: irritabilidade,
desvalorização ou sentimento de culpa, agitação, falta de energia e interesse para
desempenhar as atividades cotidianas, que dado rendimento escolar, entre outros;

Os transtornos de humor são, geralmente, crônicos: manifestam-se por episódios


recorrentes que podem alterar seriamente vários períodos do desenvolvimento e, nos
casos mais graves, persistir na vida adulta ele vara o suicídio;

Segundoo DSMV e o CID-10 , os critérios de definição e diagnóstico dos transtornos


de humor na infância e adolescência são os mesmos utilizados com os adultos;

•Os principais transtornos são: transtorno depressivo maior, transtorno distímico


(1ano)e o transtorno bipolar

Depressão
CID-10: Episódio Depressivo (uma situação isolada) e Transtorno Depressivo
Recorrente (episódios recorrentes);

DSM-V: Transtorno Depressivo Maior, Transtorno Depressivo Persistente (Distimia);

Ocorrência de episódios depressivos;

No início, é difícil determinar se a criança apresenta um episódio depressivo isolado


(os sintomas podem variar de um dia para o outro) ou um transtorno recorrente;

Uma perturbação significativa no humor com duração ao menos de 2meses;

Principais sintomas:

1)Humor Depressivo ou Irritável;


2)Diminuição acentuada do interesse ou do prazer pela maioria das atividades;
3)Falta de Energia e Ânimo para realizaras atividades cotidianas;

São manifestações expressadas de modo subjetivo pela criança e passíveis de


percepção pelo meio (família, escolar, amigos, etc.);

Outros sintomas:
-Fadiga acentuada;
-Alterações no sono (diminuição ou aumento);
-Alterações do apetite( diminuição ou aumento);

Outros sintomas:
-Agitação ou Desaceleração Psicomotora;
-Auto desvalorização e/ou sentimento de culpa;
-Dificuldade de concentração (queda no rendimento escolar);
-Ideações suicidas e pensamentos frequentes de morte;
-Choro e queixas de dores somáticas;

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)


As crianças, desde muito pequenas, são convocadas a enfrentar uma infinidade de
situações e de desafios por meio dos quais desenvolvem competências sociais,
afetivas e funcionais;
Há a exigência, também, para que a criança saiba ignorar as distrações, as tentações
ou satisfações imediatas para obtenção de vantagens pessoais e sociais mais amplas;

A inscrição na dimensão temporal e social requer que a criança controle, planeje e


organize: consiga alternar entre a ação e a inação; ação e reflexão

A sintomatologia se dá não pela qualidades do comportamento, mas pelo excesso em


relação ao seu pares: são crianças consideradas ativas demais, impulsivas demais e
desatentas demais para enfrentar essas exigências em harmonia com seu meio;

Alguns sintomas: são ruidosas, agitadas e impulsivas, desatentas, não terminam o que
começam, e apresentam dificuldade para se organizar;
OCID-10: Agrupa estas dificuldades com o nome de “transtornos hipercinéticos” e
descreve dois específicos -a perturbação da atividade e da atenção e o transtorno
hipercinético e de conduta;

O DSMV :Descreve um único transtorno-O Transtorno de Déficit de Atenção e


Hiperatividade;
Principais características :A Desatenção, a Hiperatividade e a Impulsividade;

Alguns critérios:

-Os sintomas devem começar antes dos 7 anos de idade;


-Deve haver a persistência por no mínimo 6 meses;
-Ser de natureza invasivo, isto é, manifestar-se em mais de uma situação;

O Risco de uma Patologizaçãoda Infância

“a clínica da infância deve levantar hipóteses acerca da sintomatologia que se


manifesta nessas funções, entendendo-a como expressão do funcionamento singular
de um sujeito em sua relação com a cultura” (LEGNANI&ALMEIDA,2009,p.17);

Contexto Hospitalar
A atuação dos psicólogos nas unidades hospitalares: atende os pacientes, família
(acompanhantes) e os membros da equipe multidisciplinar do hospital, visando o bem
estar e saúde;
Campo de atendimento e tratamento de aspectos psicológicos atrelados ao
adoecimento, isto é, as manifestações subjetivas diante da doença (crenças, sonhos,
conflitos, lembranças e pensamentos);
Independente da idade, a hospitalização é uma experiência significativa e quem arca
a história do sujeito

A atuação do psicólogo no hospital infantil:

A internação hospitalar promove a modificação onde desenvolvimento e na forma de


ver o mundo, gerando uma série de alterações nas rotinas das crianças, adolescentes
e familiares;
O psicólogo deve intervir, visando, compreender como a criança está vivenciando o
seu diagnóstico, internação e tratamento;
Possibilitar a expressão dos sentimentos, emoções, fantasias e desejos;
No hospital, o setting é bem diferenciado: o atendimento pode ocorrer em diversos
espaços, tais como ambulatório, enfermaria, brinquedoteca, UTI, corredores, etc.;

A Brinquedoteca Hospitalar(WANDERLEY,2012):

“A brinquedoteca é um espaço encontrado nas enfermarias e ambulatórios de


pediatria, onde as crianças brincam na companhia dos familiares e/ou outras
crianças”(p.192);
O lúdico pode ser utilizada como recreação ou como um instrumento terapêutico

O brincar como instrumento de intervenção no contexto


hospitalar(WANDERLEY,2012):

O brincar como via de expressão das situações dolorosas, bem como os recursos
psíquicos disponíveis para elaborá-las;
Instrumento de ressignificação das experiências difíceis;
Recurso para o alívio da angústia e da ansiedade oriundas das experiências
desagradáveis;
Elaboração daquilo que outrora foi vivenciado como traumático

Aspectos a serem trabalhados durante o atendimento infantil (MESQUITA et. al,


2013):
Afastamento do ambiente/lar;
Afastamento dos pais, familiares e amigos;
Medo de ser abandonado;
Medo de perder o afeto dos pais e amigos;
Dor e tensão emocional (ansiedade);
Aceitação do tratamento;

Conteúdos observado são longo dos atendimentos (Wanderley,2012):

Independência x Dependência;
Espontaneidade x Constrangimento;
Facilidade de vínculo x Dificuldade na relação;
Criatividade x Inibição criativa;
Organização x Desorganização nas brincadeiras

Contexto Jurídico
Frequentemente a psicologia tem sido chamada pelas instituições jurídicas em geral
para esclarecer dramas da vida humana e dirimir controvérsias que se assinalam no
campo psicoforense
A importância do psicólogo para o sistema de justiça e uma intersecção entre as
duas ciências
Psicologia (relativa ao ser- identidade, subjetividade e psíquico);
Direito (relativo ao dever-normas, leis e regras);

“O perito deve estar atento aos diversos sentidos que orientam o periciado, dentro da
medida legal em que se encontra e seus possíveis desdobramentos no âmbito
intrapessoal, interpessoal, familiar e social. Desta forma, o psicólogo, além de coletar
as informações, analisar a situação e conhecer a dinâmica psicológica envolvida no
sistema psicofamiliar, deve estar atento aos elemento simplicados no contexto jurídico,
buscando sempre uma visão global do caso em
estudo”(ANAF,MENICHETTIeEVANGELISTA,2012,p.208);
Na área da infância e juventude cada vez mais são reconhecidos o saber do psicólogo
e a relevância da avaliação psicológica para a confecção de parecer e técnicos;

Dentre as atividades desenvolvidas nestes contexto, o psicólogo é chamado para:


Elaborar diagnósticos;
Instruir os autos do inquérito policial;
Oferecer subsídios especializados às autoridades requisitantes dos ministérios
públicos e tribunais de Justiça;

Destaca-se a importância do psicólogo nos seguintes casos:

Avaliação de danos psicológicos infantil;


Confiabilidade e credibilidade do testemunho infantil;
Suspeita de maus tratos físicos e psicológicos;
Suspeita de abusos sexuais;
Crianças abrigadas;
Destituição do poder familiar;
Adoção;
Disputa de guarda;
O que utilizar para realizar o atendimento neste contexto?

Instrumentos e técnicas de avaliação psicológica, escuta diferenciada e observação


atenta dos conteúdos apresentados pela criança;

Utilização de entrevistas com as vítimas;


Testes projetivos;
Entrevista com terceiros diretamente relacionados com o caso;
Qual as atribuições do psicólogo neste contexto?

-No Estatuto da Criança e do Adolescente–artigo151(ECA)-está previsto a atuação


do psicólogo: “compete à equipe multiprofissional, dentre outras atribuições que lhe
forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante
laudos, ou verbal mente na audiência”
Orientação;
Encaminhamento;
Prevenção;

A especificidade do Setting:
Muitas vezes o psicólogo não dispõe de um ambiente adequado para desenvolver o
trabalho junto às crianças;
Deve tentar promover, na medida do possível, um espaço de acolhimento, a
privacidade e dispor de materiais necessários para a avaliação psicológica;

A especificidade do Setting:
Considerara comunicação simbólica que ocorre por intermédio da expressão lúdica(
brinquedos e materiais gráficos);
Rapport necessário para o estabelecimento de um vínculo com o examinador;
Escuta acolhedora e empática;
Possibilitar um trabalho expressivo e criativo;
Permitir que a crianças e sinta compreendida na sua experiência dolorosa;
Cuidado e proteção das crianças que já se encontram em uma condição vulnerável;
O sigilo: garantir o respeito pela individualidade e expressão de conteúdos tão
sofridos;
Focar o que é solicitado pelos que sito sou questionamentos, sem expor
desnecessariamente aspectos doloroso;
Proteger e preservar os envolvidos, principalmente as crianças e adolescentes

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