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ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E BEM ESTAR

BACHARELADO EM NUTRIÇÃO

BIANCA SANTOS CRUZ BARRETO

DANIELA FERREIRA GOMES MASCARENHAS

DANILO ARAÚJO BARTILOTTI

MANUELA BULHÕES DA SILVA

SANDRYNE PINTO SANTOS

NUTRIÇÃO E AUTISMO

A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA INTESTINAL NO TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA (TEA): UM ESTUDO DE REVISÃO.

SALVADOR-BA

2022
1

BIANCA SANTOS CRUZ BARRETO

DANIELA FERREIRA GOMES MASCARENHAS

DANILO ARAÚJO BARTILOTTI

MANUELA BULHÕES DA SILVA

SANDRYNE PINTO SANTOS

NUTRIÇÃO E AUTISMO

A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA INTESTINAL NO TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA (TEA): UM ESTUDO DE REVISÃO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Nutrição da Universidade Salvador, como
requisito parcial para obtenção do título de bacharel.

Orientadora: Profª M.S. Gabriela Silva da Nóbrega.

SALVADOR-BA

2022
2

FOLHA DE APROVAÇÃO

BIANCA SANTOS CRUZ BARRETO, DANIELA FERREIRA GOMES


MASCARENHAS, DANILO ARAÚJO BARTILOTTI, MANUELA BULHÕES DA SILVA
E SANDRYNE PINTO SANTOS

NUTRIÇÃO E AUTISMO

A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA INTESTINAL NO TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA (TEA): ESTUDO DE REVISÃO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Nutrição da Universidade


Salvador, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel.

Aprovado em 14 de junho de 2022.

Gabriela da Silva Nóbrega – Orientadora __________________________________


Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde pela UFBA. Nutricionista graduada pela
UFRN. Docente dos cursos de Nutrição (Unifacs) e Gastronomia (Ucsal).

Jandeline Santos de Almeida Estrela – Avaliadora Externa ____________________


Nutricionista graduada pela Estácio de Sá. Pós-graduada em Nutrição Materno
Infantil (IPGS).

Lídia Eloy Moura – Avaliador Interno _____________________________________


Mestre em Ciência de Alimentos - UFBA
Docente da Universidade Salvador - UNIFACS
3

RESUMO

O aumento na prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA), mostrado por


dados epidemiológicos mundiais, vêm sendo estudado mais a fundo nos dias atuais.
Os sintomas desta condição se caracterizam pelo comprometimento neurológico e
cognitivo, além da presença de alterações gastrointestinais, devido principalmente,
ao eixo intestino-cérebro. Por conta disso, esta revisão possui o objetivo de
investigar a relação entre autismo e a microbiota intestinal. Para a construção da
metodologia, foram encontrados 42 artigos no total, sendo 18 deles da plataforma
Pubmed, 15 da SciELO e 9 estudos do Google Acadêmico, dentre eles, 9 artigos
foram excluídos, 6 deles por serem publicações realizadas antes do período
escolhido (2011), e 3 por não se adequarem à proposta da temática escolhida.
Verificou-se, a partir do desenvolvimento do trabalho, que a interação do eixo
intestino-cérebro possui forte influência na microbiota intestinal dos portadores do
espectro, podendo causar o desequilíbrio desta microbiota em situações de
estresse, por exemplo. Desta forma, os sintomas neurológicos da doença podem
provocar o desenvolvimento de uma microbiota intestinal disbiótica entre os autistas.
Por conta disso, existe a importância da atuação da nutrição nesta condição para
proporcionar uma maior sensação de bem-estar e conforto em relação aos sintomas
gastrointestinais apresentados, consequentemente, agindo na melhora dos sintomas
neurológicos também. Em conclusão, é evidente que o cuidado com a modulação
intestinal no TEA, a partir da intervenção dietética, juntamente com a terapia
nutricional, é necessário para uma melhor qualidade de vida dos portadores do
espectro autista.

Palavras-chave: autismo; TEA; microbiota; probióticos; eixo intestino-cérebro.

ABSTRACT

The increase in the prevalence of Autism Spectrum Disorder (ASD), shows by


epidemiological data, a panoramic background has been more studied nowadays.
The symptoms of this condition are characterized by diagnostic and cognitive
impairment, in addition to the presence of gastrointestinal alterations, mainly to the
intestine-brain axis. Therefore, this review aims to investigate the relationship
between autism and the gut microbiota. Therefore, a total of 42 articles were found,
18 of them from Pubmed, 15 from SciELO and 9 from the Google Scholar platform, 9
articles were excluded, 6 of them by studies published before the chosen period
(2011), and 3 did not fit to the proposed theme. It was found, from the development of
the example, that the interaction of the intestine-axis has a strong influence on the
microbiota spectrum interference, which can cause work stress of this microbiota in
situations. In this way, the developed symptoms of a disease can provoke the
dysbiotic gut microbiota. Because of this, there is the importance of the performance
of this condition to provide the importance of the performance of this condition to
provide a relationship to the gastrointestinal symptoms presented, improving,
increasing, increasing and also increasing the consideration of well-being. In
conclusion, it is evident that care with ASD modulation, from dietary therapy, with
nutritional quality, is necessary for a better appearance of the autistic.

Keywords: autism; ASD; microbiota; probiotics; gut-brain axis.


4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5
2. METODOLOGIA ........................................................................................... 7
3. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ............................................. 9
3.1 EPIDEMIOLOGIA ........................................................................................ 10
3.2 PERFIL NUTRICIONAL NO TEA ............................................................... 10
4. MICROBIOTA INTESTINAL ....................................................................... 11
4.1 MICROBIOTA INTESTINAL NO TEA ........................................................ 12
4.2 EIXO CÉREBRO-INTESTINO .................................................................... 12
5. RELEVÂNCIA DA NUTRIÇÃO NA RELAÇÃO ENTRE O TEA E A
MICROBIOTA INTESTINAL ....................................................................... 14
5.1 GLÚTEN E CASEINA E SUA RELAÇÃO COM O TEA ............................ 14
5.2 USO DE PROBIÓTICOS NO TEA ............................................................. 15
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 16
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 17
ANEXOS ...................................................................................................... 20
ANEXO A – NORMAS DE PUBLICAÇÃO REVISTA BAIANA DE SAÚDE
PÚBLICA...................................................................................................... 20
APÊNDICES ................................................................................................ 24
APÊNDICE A – QUADRO COMPILADO DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS
UTILIZADOS NO ESTUDO ......................................................................... 24
5

1. INTRODUÇÃO

No ano de 1938, Donald Triplett, de cinco anos de idade, em consulta com o


psiquiatra austríaco Leo Kanner teve o primeiro caso diagnosticado de Autismo no
mundo, algo jamais relatado em livros até aquele momento, intitulado na época de
“Autismo Infantil”.1

As incertezas trazidas por essa patologia atravessam décadas, desafiando os


campos da ciência, no que, até então, permanece com a sua etiologia indefinida. A
complexa equação gerada por esse transtorno, reside no fato da obscuridade do real
vetor que o desencadeia, navegando por hipóteses diversas que colocam os
estudiosos em um espiral de incertezas no tocante ao melhor convívio com a doença
e a sociedade. 2

Dados epidemiológicos mundiais mostraram que nas últimas décadas houve um


significativo aumento na prevalência do Transtorno do Espectro Autista, também
conhecido como TEA, que nos últimos anos atingiu 1-2% das crianças.3 Dados
publicadas pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos
Estados Unidos da América (CDC) indicaram que a prevalência do autismo é de 1
em 54 nascimentos, representando um aumento de 10% em relação ao número
anterior, de 2014, que era de 1 para 59, além disso, considerou em 2010 que o
transtorno afeta mais frequentemente meninos do que meninas, na proporção de
quatro a cinco meninos para uma menina.4 De acordo com dados de 2016, o número
de casos é bem maior, um em cada 68 crianças apresentam algum transtorno do
espectro autista e a ocorrência dessa condição neurológica ainda segue em
expansão.5

Trilhando para os dias atuais e considerando as evoluções que já atingem o tema,


afirma-se que o TEA é uma condição de saúde, caracterizada pelo
comprometimento no desenvolvimento neurológico, acarretando desdobramentos
para funções cognitivas, impactando a socialização, comunicação e comportamento
de quem é acometido por essa doença, sendo o seu nível de gravidade um quesito
variável (leve, moderado ou severo).6

Em uma escala global, há um crescente interesse no que diz respeito ao eixo


intestino-cérebro, que se caracteriza em uma comunicação recíproca entre o
6

Sistema Nervoso Entérico (SNE) e o Sistema Nervoso Central (SNC), partindo disso,
é perceptível como as alterações gastrointestinais correlaciona-se com alterações do
padrão neurológico, incluindo o TEA. Estudos realizados concluíram que a
microbiota intestinal exerce um papel relevante nas desordens do espectro autista,
além disso, pode estar modulando o sistema imunológico e funções
gastrointestinais, gerando assim maior cautela ao observar a interação entre o
intestino-cérebro e impactos que podem causar.7

Contextualizando ao tema proposto e estreitando sob a ótica da nutrição, destaca-se


a importância de se entender acerca da microbiota intestinal, definida como um
volumoso conjunto de vírus, fungos e, principalmente, bactérias (cerca de cem
trilhões) que possuem diversas funções benéficas ao organismo, dentre as quais,
está o controle da proliferação de microrganismos  nocivos, o favorecimento da
absorção de sais minerais, sintetização de vitaminas essenciais e atuação favorável
no sistema imunológico. Nota-se que uma microbiota debilitada aumenta
exponencialmente as chances de doenças e alergias, uma vez que será permitida a
passagem de patógenos e alérgenos. 

Estudos científicos recentemente publicados apresentaram unanimidade em afirmar


que a microbiota intestinal tem uma relação direta com as manifestações do TEA.
Com base nesses estudos, evidencia-se a importância da abordagem desta
temática. O aumento de bactérias patogênicas e diminuição das bactérias benéficas
na microbiota intestinal ocasionam um desequilíbrio, que é denominado de disbiose
intestinal, a mesma tem o poder de ocasionar a redução da capacidade de absorção
dos nutrientes e causa carência de vitaminas e minerais.8  

É notório o fato de que crianças com o distúrbio do espectro autista apresentam uma
alteração da microbiota intestinal que resulta em mudanças comportamentais
expressivas. Tendo isso em vista, nota-se a importância da inserção de terapias
nutricionais, com o uso de probióticos para modulação da microbiota intestinal que
acarreta em benefícios na relação do eixo intestino-cérebro, com o intuito de
melhorar os sintomas e comportamentos expressos pelos portadores do TEA,
visando assim a oferta de uma melhor qualidade de vida para os mesmos.

Diante desse contexto, o presente artigo tem como objetivo principal analisar a
relação entre o autismo e a microbiota intestinal, ressaltando o seu vínculo com o
7

uso de probióticos. Para tal, foi previsto: (i) realizar a coleta de estudos literários que
abordam sobre a relação entre o autismo, a microbiota intestinal e os probióticos; (ii)
descrever a correlação entre o intestino e o cérebro, e vice-versa; (iii) identificar
quais impactos que a microbiota intestinal pode causar ao TEA; (iv) identificar quais
impactos que o uso de probióticos pode proporcionar para o autismo; e (v) realizar
uma análise crítica sobre os estudos abordados.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo baseado na elaboração de uma revisão narrativa


de literatura, com o intuito de identificar a relação entre o autismo e a microbiota.
Segundo Rother (2007)9, a revisão narrativa consiste em uma análise de literatura
de publicações feitas em livros e em artigos científicos, cujo objetivo é descrever e
discutir sobre os desdobramentos de uma temática específica. A autora ressalta
ainda, que a revisão narrativa permite que a transmissão e atualização da temática
abordada seja realizada de forma rápida e eficiente.

A aplicação da revisão narrativa descritiva baseou-se na utilização das plataformas


de busca Google Acadêmico, Brasil Scientific Electronic Library Online (SciELO),
MeSH/DeCS, com intuito de realizar a coleta de artigos científicos brasileiros e
internacionais publicados entre 2012 a 2022. Sendo assim, a busca por artigos
científicos ocorreu nos meses de março a maio de 2022, por meio da utilização da
seguinte combinação de palavras-chave conectadas pelos indicadores booleanos
AND: “microbiota intestinal" AND “autismo” AND “probióticos” AND “autismo” AND
“gut microbiome system” AND “probiotics”.

O critério de elegibilidade para a inclusão dos artigos científicos foi a aplicação e/ou
análise de temas que tratam a respeito da relação entre a microbiota intestinal e o
autismo. Desse modo, não foram contemplados estudos com abordagem exclusiva
do autismo, da microbiota intestinal ou do uso de probióticos. A pesquisa e triagem
dos artigos científicos está representada no fluxograma (Figura 1), disposto a seguir.
8

Figura 1 – Fluxograma da pesquisa e triagem dos artigos científicos (janeiro de 2012 a


maio de 2022).

Fonte: Elaboração Própria, 2022.

O critério de elegibilidade para a inclusão dos artigos científicos foi a aplicação e/ou
análise de temas que tratam a respeito da relação entre a microbiota intestinal e o
autismo. Desse modo, não foram contemplados estudos com abordagem exclusiva
do autismo, da microbiota intestinal ou do uso de probióticos. Todos os estudos
selecionados para esta revisão narrativa estão descritos no Quadro 1, que se
encontra no apêndice.

Vale ressaltar ainda, que foram encontrados um total de 42 artigos, sendo 18 deles
da plataforma Pubmed, 15 da SciELO e 9 estudos do Google Acadêmico, destes
foram excluídos 9 artigos, 6 deles por serem publicações realizadas antes do
período escolhido (2011), e 3 por não se adequarem à proposta da temática
escolhida. Desta forma, a revisão literária contou com 33 artigos, que foram lidos na
9

íntegra e revisados, a partir disto foi realizada a análise e discussão dos dados
obtidos.

3. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por prejuízos persistentes na


comunicação e interação social, assim como em comportamentos que incluem
interesses e padrões de atividades, principalmente, repetitivos e estereotipados,
sintomas como estes presentes desde o período da infância podem limitar ou
prejudicar o desenvolvimento diário de um indivíduo. O termo “autismo” decorreu por
diversas alterações ao longo do tempo, e atualmente é chamado de Transtorno do
Espectro Autista (TEA) pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-V).10

Ainda que se acredite que fatores ambientais, como infecções ou o uso de alguns
medicamentos durante a gestação, tenham papel significativo no desenvolvimento
do transtorno, supõe-se que o TEA seja hereditário em cerca de 50 a 90% dos
casos, o que de fato comprova a importância dos fatores genéticos na patogênese
da doença, contudo sua etiologia ainda é desconhecida.11

São apontadas por meio da literatura científica, algumas das principais intervenções
de promoção da saúde que estão diretamente ligadas aos autistas. Alguns aspectos
possuem grande relevância dentro de seu contexto, como as alterações motoras e
cognitivas, de comunicação, principalmente ao falho desenvolvimento da linguagem
e interação social, ausência de expressão, além das desordens psíquicas e
nutricionais.12 Além dessas características marcantes percebida em portadores de
TEA, ainda há uma série de desordens gastrointestinais que podem acometer
diretamente o autista, como por exemplo, a diminuição da produção de enzimas
digestivas, inflamação da parede intestinal, como também, a permeabilidade
intestinal apresentada de forma alterada, esse conjunto de fatores agravam ainda
mais os sintomas dos portadores do transtorno.13
10

3.1 EPIDEMIOLOGIA

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que existam


cerca de 70 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo no mundo, sendo dois
milhões delas no Brasil (BRASIL, 2019).14 Dados epidemiológicos revelam que a
prevalência do transtorno do espectro autista vêm aumentando significativamente ao
longo dos anos. Por exemplo, nos Estados Unidos da América, de um para cada 150
crianças de oito anos em 2000 e 2002, a prevalência aumentou para um para cada
68 crianças em 2010 e 2012 e, em 2014, a prevalência passou para um para cada
58 crianças.3

Existem diversas justificativas plausíveis para explicar a elevação na prevalência do


TEA, dentre elas: maior conscientização e conhecimento sobre o tema, novos
critérios utilizados para diagnóstico do transtorno, desenvolvimento de ferramentas
de identificação da condição mais precisas e aperfeiçoamento das informações
obtidas (OMS, 2017).15

Apesar do TEA acometer diferentes raças, gêneros e etnias, verifica-se que sua
prevalência ocorre em maior escala no eixo masculino. De acordo com estudo
conduzido por Reis et al., (2019)16, foi constatado a prevalência de uma menina para
cada 3,3 meninos (77%) acometidos pelo transtorno do espectro autista (TEA). 16

3.2 PERFIL NUTRICIONAL NO TEA

Devido a diversos fatores envolvidos, crianças com TEA têm maior risco de
apresentar dificuldades alimentares, como por exemplo, a recusa alimentar e
seletividade para certos alimentos, ademais, há também presença de disfunções
motoras-orais e distúrbios comportamentais e gastrointestinais. Todo esse conjunto
de fatores podem gerar deficiência de alguns micronutrientes considerados
essenciais no desenvolvimento infantil, além de tornar a maioria desses indivíduos
propensos à alterações no trato gastrointestinal, acarretando em sintomas, como
dores abdominais, constipação e diarreia.17

Estudos científicos associam a seletividade e a compulsão alimentar como erros


alimentares inerentes do TEA.12 Entretanto, tais questões alimentares variam de
11

individuo para individuo, gerando problema quando há interferência na relação diária


com a comida. Comumente, os quesitos sensoriais dos alimentos contribuem
fortemente para a seletividade alimentar, sendo eles: odor, textura, cor e
temperatura.18

A limitação na variedade dos alimentos, o inadequado estado nutricional e o grau


dos sintomas associados ao transtorno do espectro autista influenciam de forma
direta e significativa na qualidade de vida dos pacientes, pais e cuidadores.12

Eventualmente, crianças portadoras de TEA expressam maior risco de desenvolver


obesidade e doenças metabólicas associadas. Em um estudo científico de CURTIN,
Carol, estimou-se que cerca de 30% das crianças atípicas eram obesas, quando
comparadas com aproximadamente 24% das crianças típicas. Além dos quesitos
seletividade e compulsão alimentar, a presença de comportamentos repetitivos e
restritivos em crianças autistas, é capaz de afetar o desenvolvimento de
capacidades motoras e competências de aptidão física. 19

4. MICROBIOTA INTESTINAL

A Microbiota Intestinal é, por definição, um agrupamento de trilhões de


microrganismos dos quais abrangem bactérias, vírus, archaea e fungos. Esses
microrganismos povoam o trato gastrointestinal e tem o poder de conviver em
simbiose com o ser humano, favorecendo um ambiente saudável quando está em
equilíbrio, enriquecendo os mecanismos de defesa contra possíveis patógenos,
assim melhorando a imunidade intestinal.20

Mesmo o conteúdo bacteriano intestinal ainda não sendo inteiramente


compreendido, vem sendo dado destaque, visto a sua importância, muitas vezes
subestimada ou desconhecida no passado. Sabe-se que a microbiota tem um papel
chave, por ser responsável pela absorção de nutrientes dos alimentos pelo
organismo, possui um papel de proteção contra patógenos, atua na modulação do
sistema imune e também atua na produção de algumas vitaminas e enzimas. Ou
seja, tem influência direta na saúde do sistema imunológico do nosso organismo em
sua totalidade.21
12

4.1 MICROBIOTA INTESTINAL NO TEA

A primeira elucidação com relação a disfunções do sistema digestivo em autistas foi


comprovadamente exposta por Goodwin, Cowen, Goodwin no ano de 1971, onde
avaliaram um grupo de crianças autistas com sintomas gastrointestinais, dentre eles:
consistência das fezes alteradas, desconforto abdominal, vômito, entre outros,
podendo comprovar a má absorção intestinal.22

Diante desse ponto, verificadamente crianças com o transtorno do espectro autista


são mais propensas a manifestar doenças gastrointestinais e disfunções
imunológicas, uma vez que a microbiota bacteriana intestinal delas apresenta
disparidade quando comparada com a de crianças sem o transtorno, mas a causa
destes problemas ainda não exprimem uma clareza exata.23

A alteração existente na microbiota intestinal em crianças com autismo também


estabelece uma conexão direta com os hábitos alimentares, em virtude da existência
de um fator padrão que merece destaque em razão da sua relevância, que é a
seletividade alimentar. Essa seletividade é caracterizada pela repelência sensorial a
certos sabores e texturas, desinteresse pela comida e até recusa alimentar, a
depender do grau da seletividade que varia de criança para criança.22

Em razão do mencionado acima, portadores do espectro autista apresentam uma


variação de cardápio restrita e que não tem o poder de ofertar todos os nutrientes
necessários ao seu desenvolvimento e manutenção da saúde. Vale ressaltar que
esses indivíduos possuem uma deficiência em alguns aminoácidos, como o
triptofano e a tirosina, que estão relacionados a quadros clínicos de patologias
intestinais e neurológicas, estabelecendo assim uma associação entre eficiência
nutricional, microbiota intestinal disbiótica e autismo.6

4.2 EIXO CÉREBRO-INTESTINO

O Trato Gastrintestinal (TGI) é composto por microrganismos contidos na microbiota


possuem uma relação mútua e harmônica com o ser humano, na qual o hospedeiro
recebe uma proteção contra patógenos, auxílio na digestão e absorção de nutrientes
e vitaminas, além da metabolização de substâncias tóxicas, enquanto os
13

microrganismos se estabelecem em um ambiente com condições ideias de


sobrevivência. 24

Vale ressaltar, que essa relação simbiótica vai além dessas condições citadas no
parágrafo anterior, as bactérias presentes no intestino contribuem também com o
desenvolvimento e comportamento cerebral, sendo capaz de sintetizar
neurotransmissores e reduzir quadros de inflamação de baixo grau, agindo por meio
de vias de sinalização neural, imunológica, endócrina e metabólica.24 Com isso, é
estabelecida a relação do eixo cérebro-intestino.

Pode-se trazer como exemplo de interação entre o intestino e cérebro, a influência


que o estresse tem sobre a composição da microbiota intestinal. A condição de
estresse pode causar alterações no equilíbrio do ecossistema intestinal por meio de
neurotransmissores e hormônios, que irão provocar o crescimento anormal de
determinados microrganismos com poder nocivo ao organismo, promovendo assim,
um aumento na possibilidade de desordens fisiológicas, principalmente neurais.25 A
microbiota intestinal, em condições saudáveis, é composta por bactérias benéficas,
por um sistema imunológico eficaz e pela permeabilidade intestinal intacta. Já em
condições de disbiose intestinal há uma predominância de bactérias patogênicas, as
quais sinalizam uma inadequação existente no eixo cérebro-intestino, ocasionando
alterações comportamentais.25 Observa-se que o desequilíbrio da comunidade das
bactérias presentes no intestino correlaciona-se com determinadas patologias
neuropsiquiátricas, inclusive o autismo.25

Estudos abordam sobre uma teoria onde crianças portadoras de TEA não
desenvolvem uma microbiota intestinal saudável, sendo assim o TGI torna-se fonte
de neurotoxinas, causando as disfunções comportamentais presentes no Transtorno
do Espectro Autista. A relação entre TEA e a alimentação é explicada pela
existência do eixo cérebro-intestino, porém ainda não é comprovado se são as
alterações intestinais que causam os sintomas neurológicos do TEA ou se o autismo
causa as alterações intestinais.7
14

5. RELEVÂNCIA DA NUTRIÇÃO NA RELAÇÃO ENTRE O TEA E A


MICROBIOTA INTESTINAL

Em virtude do TEA ser uma condição considerada complexa, intervenções


nutricionais apropriadas e eficazes podem auxiliar na melhoria da qualidade de vida
dos indivíduos acometidos pelo transtorno, ademais, concede efeitos preventivos em
carências nutricionais no período da infância.26

Alguns compostos alimentares como o glúten, caseína, corantes, glutamato


monossódico, aspartame e outros tipos de açúcares são considerados maléficos
para crianças portadoras de TEA.27 Portanto, a retirada desses compostos pode
contribuir positivamente na redução dos sintomas gastrointestinais, diminuindo os
impulsos hiperativos, além de atuar na melhora da linguagem verbal e não verbal.26

A intervenção dietética em crianças portadoras de TEA é de grande importância


para a melhora tanto da saúde física, quanto mental. Pesquisas apontam que uma
dieta equilibrada pode gerar um impacto positivo na saúde neurológica, atuando nas
áreas de comunicação, atenção e hiperatividade, e também indicar mudanças
positivas na sintomatologia geral, abrindo inúmeras possibilidades para melhora da
qualidade de vida desses indivíduos.28

5.1 GLÚTEN E CASEÍNA E SUA RELAÇÃO COM TEA

A caseína e o glúten, proteínas derivadas do trigo e leite, respectivamente,


contribuem para uma piora significativa dos sintomas presentes no TEA.29 Estas
proteínas possuem estrutura molecular similar e, ao serem digeridas de forma
ineficiente, devido às alterações na permeabilidade intestinal, característica de
organismos de pessoas com TEA, são metabolizadas em gluteomorfina (ou
gliadorfina) e casomorfinas. Estes peptídeos são chamados de opióides, que
ultrapassam as barreiras presentes no trato gastrintestinal e entram em contato com
o sangue, por conta dessa deficiência na permeabilidade. Como consequência
desse processo, os opióides chegam até a barreira hematoencefálica, trazendo
repercussões negativas7, já que, estes ligam-se à receptores presentes no Sistema
Nervoso Central (SNC) e imitam os efeitos dos opióides no cérebro. Ao absorver
esses peptídeos com ação opióide, consequências serão observadas, por efeito das
alterações dos níveis dos mesmos no cérebro, refletindo nas interações sociais, na
15

curva de aprendizagem, atenção, maturação cerebral, contribuindo para acentuar os


sintomas do autismo.7

Vale destacar, ainda, que a disbiose intestinal reflete em alterações na microbiota.


Um microbioma intestinal saudável possui diversas bactérias, principalmente
bifidobactérias e lactobacilos, que são responsáveis pelo fortalecimento do sistema
imunológico. Entretanto, no organismo dos indivíduos portadores do espectro
autista, existe um desequilíbrio dessas bactérias benéficas e o consequente
crescimento anormal de bactérias patogênicas, resultando em uma diminuição do
sistema imunológico, processos inflamatórios e o aumento das alterações na
permeabilidade intestinal, o que leva ao aumento expressivo das alterações
comportamentais nestes indivíduos.7

5.2 USO DE PROBIÓTICOS NO TEA

Em indivíduos com TEA, a relação entre a permeabilidade intestinal e alterações


neurológicas torna-se evidente após análise de estudos científicos que obtiveram
como resultado que todas as crianças autistas participantes da análise
apresentavam alterações gastrointestinais.30

O microbioma intestinal de um indivíduo com TEA, apresenta um número


significativamente maior de bactérias patogênicas da espécie Clostridium, que é a
principal causa de diarréias em autistas31, além de serem responsáveis pela
produção de neurotoxinas que afetam a liberação de neurotransmissores que estão
diretamente ligados com a etiologia do TEA.32 Bacteróides e Desulfovibrio também
encontram-se em maior proporção nesses indivíduos. Ainda em análise da
microbiota no TEA, nota-se a redução qualitativa e quantitativa das bactérias
benéficas Bifidobacterium e Firmicutes, o que tem como resultado um quadro de
disbiose intestinal.33 Segundo a Organização Mundial da Saúde (2002), os
probióticos podem ser definidos como “microrganismos vivos que, quando
administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do
hospedeiro”. Após a inserção de probióticos no tratamento de crianças com TEA, um
estudo realizado por SHAABAN notou um arranjo menor de Desulfovibrio e da
espécie Clostridium, um arranjo menor de Desulfovibrio e da espécie Clostridium,
além do aumento de Bifidobacterium.34 A partir das evidências, o uso de probióticos
16

no tratamento de crianças com TEA como forma de promover o reequilíbrio


microbiano, redução/melhoria da disbiose e, consequentemente, de processos
inflamatórios que acarretam em sintomas gastrointestinais e neurológicos, torna-o
uma alternativa possível como modo de tratamento. As cepas frequentemente
utilizadas possuem a ação de fortalecer a barreira intestinal e estimular respostas
imunes33, o que consequentemente, reduz a permeabilidade intestinal e o pH
intestinal.35As Bifidobacterium e Lactobacillus ainda atuam na inibição da produção
de patógenos.36

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O número de crianças diagnosticadas com TEA tem crescido, porém, a etiologia da


doença ainda não está totalmente esclarecida. Há diversos estudos que afirmam
haver relação entre as alterações gastrointestinais, que são frequentemente
apresentadas pelos indivíduos acometidos com autismo, e o comportamento
expresso por eles. Esse estudo de revisão narrativa analisou os achados científicos
a respeito de como o equilíbrio da microbiota intestinal e o uso de probióticos pode
contribuir, com o paciente diagnosticado com TEA, na atenuação dos sintomas
gastrointestinais e, com isso, proporcionar uma melhor qualidade de vida.

É pertinente inserir terapias nutricionais, em conjunto com a modulação intestinal,


visando tratar a microbiota. O tratamento dietético pode ser feito através do uso de
probióticos, de um plano alimentar com baixo consumo de alimentos
ultraprocessados e da atenção ao consumo de alimentos que contenham glúten e
caseína, com o foco na promoção da melhoria dos sintomas e comportamentos
expressos pelos portadores do TEA, para consequente oferta de uma melhor
qualidade de vida para esses indivíduos.

Sendo assim, verifica-se, ainda, a necessidade da realização de novos estudos, a


fim de obter maiores esclarecimentos a respeito da relação intestino-cérebro e como
ela afeta o quadro do TEA. Além disso, existe a demanda de novas pesquisas sobre
como propor um melhor tratamento, cujo alvo seja promover um equilíbrio da
microbiota intestinal, acarretando na redução dos sintomas gastrointestinais
apresentados e, como resultado, estimular um melhor tratamento para os pacientes
com TEA.
17

REFERÊNCIAS

1. DONVAN, John; ZUCKER, Caren. Outra sintonia: a história do autismo.


Editora Companhia das Letras, 2017.
2. DA ROSA VILANI, Marina; PORT, Ilvo Fernando. Neurociências e psicanálise:
dialogando sobre o autismo. Estilos da Clínica, v. 23, n. 1, p. 130-151, 2018.
3. Christensen DL, Baio J, Braun KVN, Bilder D, Charles J, Constantino JN, et al.
Prevalência e características do transtorno do espectro do autismo em
crianças de 8 anos --- Autism and Developmental Disabilities Monitoring
Network, 11 Sites, Estados Unidos, 2012. MMWR Surveill Summ. 2016;
4. BAIO, Jon. Prevalência de transtorno do espectro do autismo entre crianças
de 8 anos - rede de monitoramento de autismo e deficiências de
desenvolvimento, 11 locais, Estados Unidos, 2010. 2014.
5. ONU, 2016. ONU. 07 abr. 2016. Extraído de
[https://nacoesunidas.org/rejeitar-pessoas-com-autismo-e-um-desperdicio-de-pot
encial-huano-destacam-representantes-da-onu], Acesso em [4 abr. 2022].
6. MAGAGNIN, Tayná et al. Aspectos alimentares e nutricionais de crianças e
adolescentes com transtorno do espectro autista. Physis: Revista de Saúde
Coletiva, v. 31, 2021.
7. DO CARMO CUPERTINO, Marli et al. Transtorno do espectro autista: uma
revisão sistemática sobre aspectos nutricionais e eixo intestino-cérebro.
ABCS Health Sciences, v. 44, n. 2, 2019.
8. DA SILVA, Myrthe Emilyana et al. Intervenção nutricional no tratamento da
disbiose intestinal em crianças com transtorno do espectro autista: uma
revisão de literatura. Conexão Unifametro, 2020.
9. ROTHER, Edna Terezinha. Revisão sistemática X Revisão Narrativa. Revista
Acta Paulista de Enfermagem. São Paulo, v. 20, n. 2, p. 05-06, 2007.

10. AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e


estatístico de transtornos mentais-DSM-V. Porto Alegre: Artmed, 2014.

11. GRIESI-OLIVEIRA, Karina; SERTIÉ, Andréa Laurato. Transtornos do espectro


autista: um guia atualizado para aconselhamento genético. Einstein (São
Paulo), v. 15, p. 233-238, 2017.

12. CAETANO, Maria Vanuza; GURGEL, Daniel Cordeiro. Perfil nutricional de


crianças portadoras do transtorno do espectro autista. Revista brasileira em
promoção da saúde, v. 31, n. 1, 2018.

13. KUMMER, Arthur et al. Frequência de sobrepeso e obesidade em crianças e


adolescentes com autismo e transtorno do déficit de
atenção/hiperatividade. Revista Paulista de pediatria, v. 34, p. 71-77, 2016.
18

14. BRASIL. Câmara dos Deputados. Sancionada lei que inclui dados sobre
autismo no Censo 2020. Brasília, 18 de julho de 2020. Extraído de
[https://www.camara.leg.br/noticias/562740-sancionada-lei-que-inclui-dados-sobr
e-autismo-no-censo-2020/], acesso em [28 de fevereiro de 2022].

15. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Autismo afeta cerca de 1% da população. Brasil.


2015. Extraído de
[http://www.saude.mg.gov.br/component/gmg/story/6884-autismo-afeta-cerca-de-
1-da-populacao], acesso em [03 de maio de 2022].

16. DE LIMA REIS, Deyvson Diego et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com
Transtorno do Espectro Autista do Centro Especializado em Reabilitação.
Pará Research Medical Journal, v. 3, 2019.

17. LIU, Xiao et al. Correlation between nutrition and symptoms: nutritional
survey of children with autism spectrum disorder in Chongqing, China.
Nutrients, v. 8, 2016.

18. CASTRO, Kamila et al. Body composition of patients with autism spectrum
disorder through bioelectrical impedance. Nutrición hospitalaria, v. 34, n. 4, p.
875-879, 2017.

19. CURTIN, Carol; JOJIC, Mirjana; BANDINI, Linda G. Obesity in children with
autism spectrum disorders. Harvard review of psychiatry, v. 22, n. 2, p. 93,
2014.

20. GOMES, Patrícia Carneiro; DA COSTA MAYNARD, Dayanne. Relação entre o


hábito alimentar, consumo de probiótico e prebiótico no perfil da microbiota
intestinal: Revisão integrativa. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, v. 9,
n. 8, 2020.

21. FRANCA, Greik Machado et al. O efeito imunomodulador da microbiota


intestinal, as consequências de seu desequilíbrio e a profilaxia probiótica.
Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 7, n. 9, p.
151-175, 2021.

22. DE OLIVEIRA MARIANO, Ana Carolina et al. Autismo e as desordens


gastrointestinais. Arquivos do MUDI, v. 23, n. 3, p. 387-398, 2019.

23. SILVA, Dayane Veríssimo da; SANTOS, Poliana Novais Moreira; SILVA, Danielle
Alice Vieira da. Excesso de peso e sintomas gastrointestinais em um grupo
de crianças autistas. Revista Paulista de Pediatria , v. 38, 2020.

24. DE OLIVEIRA TONINI, Ingrid Gabriela; VAZ, Diana Souza Santos; MAZUR,
Caryna Eurich. Eixo intestino-cérebro: relação entre a microbiota intestinal e
desordens mentais. Research, Society and Development, v. 9, n. 7, p.
e499974303-e499974303, 2020.

25. PEREIRA, Valtélia Santos. Microbiota intestinal e transtorno depressivo: o


impacto da disbiose no desenvolvimento de transtornos mentais. 2021.
19

26. CARVALHO, J. A.; SANTOS, C. S. S.; CARVALHO, M. P.; SOUZA, L. S. Nutrição


e Autismo: Considerações sobre a Alimentação do Autista. Revista Científica
do ITPAC, Araguaína, v.5, n.1, Pub.1, 2012.
27. DIAS, E. C. Dieta isenta de glúten e caseína no transtorno do espectro do
autismo: uma revisão sistemática. Revista Cuidarte, Minas Gerais, v. 9, n.1,
p.1-16, 2018.
28. WHITELE Y, P.; SHATTOCK, P.; KNIVSBERG, A -M.; SEIM, A.; REICHELT, K.;
TODD, L.; CARR, K.; HOOPER, M.Gluten - and casein-free dietary
intervention for autism spectrum conditions .Frontiers in Human
Neuroscience,v.06, 2013.

29. PIMENTEL, Yara Rodrigues Amaro et al. Restrição de glúten e caseína em


pacientes com transtorno do espectro autista. Revista da Associação
Brasileira de Nutrição-RASBRAN, v. 10, n. 1, p. 3-8, 2019.

30. GARCÍN, Pablo Roberto Casaubon. et al. Manifestaciones gastrointestinales


en niños con trastorno del espectro autista; An Med, v. 60, n.4, 2015.

31. PERLMUTTER, David. et al. Amigos da mente: Nutrientes e bactérias que


vão curar e proteger seu cérebro. Editora Paralela, 2015.

32. YANG Y, TIAN J, YANG B. Targeting gut microbiome: A novel and potential
therapy for autism. Life sciences, v.194, 2018.

33. LÁZARO C., PONDÉ, M., RODRIGUES, L., Os probióticos exercem efeitos
benéficos nas manifestações dos transtornos do espectro autista? Revista
Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2017.

34. SHAABAN, Sanaa Y. et al. The role of probiotics in children with autism
spectrum disorder: A prospective, open-label study. Nutritional neuroscience,
v. 21, n. 9, p. 676-681, 2018

35. RITCHIE, Marina L.; ROMANUK, Tamara N. A meta-analysis of probiotic


efficacy for gastrointestinal diseases. PloS one, v. 7, n. 4, p. e34938, 2012.

36. HEMARAJATA, Peera; VERSALOVIC, James. Effects of probiotics on gut


microbiota: mechanisms of intestinal immunomodulation and
neuromodulation. Therapeutic advances in gastroenterology, v. 6, n. 1, p. 39-51,
2013.
20

ANEXOS
ANEXO A- NORMAS DE PUBLICAÇÃO DA REVISTA BAIANA DE SAÚDE
PÚBLICA

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO


Revista Baiana de Saúde Pública (RBSP), publicação oficial da Secretaria da Saúde
do Estado da Bahia (SESAB) de periodicidade semestral dedica-se a publicar
contribuições sobre aspectos relacionados aos problemas de saúde da população e
à organização dos serviços e sistemas de saúde e áreas correlatas. Serão aceitas
para publicação as contribuições escritas preferencialmente em português, de
acordo com as normas da RBSP publicadas, obedecendo a ordem de aprovação
pelos editores.
CATEGORIAS ACEITAS:
1. Artigos originais
1.1 Pesquisa: artigos apresentando resultados de pesquisas científicas (10 a 15
laudas).
1.2 Ensaios: artigos com análise crítica sobre um tema específico (5 a 8 laudas).
1.3 Revisão: artigos com revisão crítica de literatura sobre tema específico,
solicitados pelos editores (8 a 10 laudas).
2. Comunicações: informes de pesquisas em andamento, programas e relatórios
técnicos (5 a 8 laudas).
3. Teses e dissertações: resumos de dissertações de mestrado e teses de
doutorado/livre docência defendidas e aprovadas em universidades brasileiras
(máximo 2 laudas). Os resumos devem ser encaminhados com o título oficial da
tese, dia e local da defesa, nome do orientador e local disponível para consulta.
4. Resenha de livros: resenhas de livros publicados sobre temas de interesse,
solicitados pelos editores (1 a 4 laudas).
5. Relato de experiências: apresentando experiências inovadoras (8 a 10 laudas).
6. Carta ao editor: carta contendo comentários sobre material publicado (2 laudas).
7. Editorial: de responsabilidade do editor, podendo ser redigido por convidado por
solicitação deste.
8. Documentos: de órgãos oficiais sobre temas relevantes (8 a 10 laudas).

ORIENTAÇÕES AOS AUTORES INSTRUÇÕES GERAIS PARA ENVIO


1. Os trabalhos a serem apreciados pelos editores e revisores seguirão a ordem de
recebimento e deverão obedecer aos seguintes critérios de apresentação.
21

2. Devem ser encaminhados à secretaria executiva da revista, uma cópia impressa.


As páginas devem ser formatadas em espaço duplo com margem de 3cm à
esquerda, fonte Times New Roman, tamanho 12, página padrão A4, numeradas no
canto superior direito (não numerar as páginas contendo tabela, gráfico, desenho ou
figura). Podem também, ser enviados para o e-mail da revista desde que não
contenham desenhos ou fotografias digitalizadas.
Uma cópia em CD – ROOM ou via E- Mail deverá ser entregue com a versão final
aceita para publicação.
ARTIGOS
Folha de rosto: deve constar, o título (com versão em inglês), nome(s) do(s) autor
(es), principal vinculação institucional de cada autor, órgão(s) financiador (es) e
endereço postal e eletrônico de um dos autores para correspondência.
Segunda folha: iniciar com o título do trabalho sem referência à autoria e acrescentar
um resumo de no máximo 200 palavras, com versão em inglês (abstract). Trabalhos
em espanhol ou inglês devem também ter acrescido, o resumo em português.
Palavras-chave (3 a 8), extraídas do vocabulário DECS (Descritores em Ciências da
Saúde/ www.decs.bvs.br) para os resumos em português e do MESH (Medical
Subject Headings / www.nlm.nih.gov/mesh) para os resumos em inglês.
Terceira folha: Título do trabalho sem referência à autoria e início do texto com
parágrafos alinhados nas margens direita e esquerda (justificados), observando a
sequência: introdução, incluindo justificativas, citando os objetivos no último
parágrafo; material e métodos; resultados, discussão e referências bibliográficas.
Digitar em página independente os agradecimentos quando necessários.
TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS
Obrigatoriamente, os arquivos das tabelas, gráficos e figuras devem ser digitados
em arquivos independentes e impressos em folhas separadas. Estes arquivos
devem ser compatíveis com processador de texto “Word for Windows” (formatos:
PICT, TIFF, GIF, BMP). O número de tabelas, gráficos e, especialmente, ilustrações
deve ser o menor possível. As ilustrações, figuras e gráficos coloridos somente
serão publicados se a fonte de financiamento for especificada pelo autor. No texto do
item resultados, as tabelas, gráficos e figuras devem ser numeradas por ordem de
aparecimento no texto, com algarismos arábicos e citadas em negrito (e.g. “... na
Tabela 20 2 às medidas ...) Tabela (não utilizar linhas verticais), Quadro (fechar com
linhas verticais as laterais). O título deve ser objetivo e situar o leitor sobre o
conteúdo, digitado após o número da Tabela, Gráfico etc., e.g.: Gráfico 2. Número de
casos de AIDS no Brasil de 1986 a 1997, distribuído conforme a região geográfica.
Figuras reproduzidas de outras fontes já publicadas, devem indicar esta condição na
legenda.
ÉTICA EM PESQUISA Trabalho que tenha implicado em pesquisa envolvendo seres
humanos ou outros animais, deve vir acompanhado de cópia de documento que
atesta a sua aprovação prévia por um comitê de ética em pesquisa (CEP), além da
referência em material e métodos.
22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Preferencialmente qualquer tipo de trabalho


encaminhado (exceto artigo de revisão) deverá ter até 30 referências. As referências
bibliográficas no corpo do texto, deverão ser numeradas em sobrescrito,
consecutivamente na ordem em que foram mencionadas a primeira vez no texto. As
notas explicativas e /ou de rodapé são permitidas e devem ser ordenadas por letras
minúsculas em sobrescrito. As referências devem aparecer no final do trabalho,
listadas pela ordem de citação, seguindo as regras propostas pelo Comitê
Internacional de Editores de Revistas Médicas Disponíveis em http://www.icmje.org
ou www.abec-editores.com.br (Requisitos uniformes para manuscritos apresentados
a periódicos biomédicos/ Vancouver).
Exemplos:
A) LIVRO Acha PN, Szyfres B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al
hombre y a los animales. 2ed. Washington: Organizacion panamericana de la salud;
1989.
B) CAPÍTULO DE LIVRO Almeida JP, Rodriguez TM, Arellano JLP. Exantemas
infecciosos infantiles. In: Arellano JLP, Blasco AC, Sánchez MC, García JEL,
Rodríguez FM, Álvarez AM (ed). Guía de autoformación en enfermedades
infecciosas. 1ª ed. Madrid: Panamericana; 1996. p. 1155- 68.
C) ARTIGO Azevêdo ES, Fortuna CMM, Silva KMC, Sousa MGF, Machado MA, Lima
AMVMD, Aguiar ME, Abé K, Eulálio MCMN, Conceição MM, Silva MCBO, Santos
MG. Spread and diversity of human populations in Bahia, Brazil. Human Biology
1982; 54: 329- 41.
D) TESE E DISSERTAÇÃO Britto APCR. Infecção pelo HTLV-I/II no Estado da
Bahia. Dissertação de Mestrado. Salvador, Bahia: 114p. Universidade Federal da
Bahia; 1997.
E) RESUMO PUBLICADO EM ANAIS DE CONGRESSO Santos-Neto L,
Muniz-Junqueira I, Tosta CE. Infecção por Plasmodium vivax não apresenta
disfunção endotelial e aumento de fator de necrose tumoral-α (FNT- α) e 21
interleucina-1 α (IL-1 α). In: Anais do XXX Congresso da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical, Salvador - Bahia.1994 p.272.
F) Documentos extraídos do endereço da INTERNET. Autores ou sigla e/ou nome da
instituição principal]. [Título do documento ou artigo] Extraído de [endereço
eletrônico], acesso em [data]. Exemplo: COREME, Comissão de Residência Médica
do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) da Universidade
Federal da Bahia (UFBA). Regimento Interno da COREME. Extraído de
[http://www.hupes.ufba.br/coreme], acesso em [20 de setembro de 2001]. Não incluir
no capítulo “Referências Bibliográficas” dados não-publicados ou informação
pessoal, nestes casos assinalar no texto: (i) FF Antunes Filho & Costa SD: dados
não publicados ou (ii) JA Silva: comunicação pessoal, 1997. Todavia, se o trabalho
citado foi aceito para publicação incluí-lo entre as referências, citando os registros de
identificação necessários (autores, título do trabalho ou livro e periódico ou editora),
seguido da expressão latina in press e o ano. Quando o trabalho encaminhado para
publicação for sob outra forma (relato de investigação epidemiológica, relato de fato
23

histórico, comunicação, resumo de trabalho final de curso de pós-graduação,


relatórios técnicos, resenha bibliográfica e carta ao editor, o(s) autor (es) deve(m)
utilizar linguagem objetiva e concisa, com informações introdutórias curtas e
precisas e delimitando o problema ou a questão objeto da investigação. Seguir as
orientações para referências bibliográficas, gráficos, tabelas e figuras.
As contribuições encaminhadas só serão aceitas para apreciação pelos editores e
revisores, se atenderem às normas da revista.
24

APÊNDICES
APÊNDICE A- QUADRO COMPILADO COM OS ARTIGOS CIENTÍFICOS
UTILIZADOS NO ESTUDO.

Quadro 1 – Tabela de descrição dos artigos científicos selecionados no estudo.

Ano da
Artigo Selecionado Descrição
publicação

O efeito imunomodulador da 2021 Analisa a importância da microbiota


microbiota intestinal, as e o seu efeito imunomodulador e os
consequências de seu benefícios dos probióticos na
desequilíbrio e a profilaxia profilaxia.
probiótica.

Aspectos alimentares e 2021 Realiza a análise dos hábitos,


nutricionais de crianças e dificuldades e de estratégias
adolescentes com transtorno do alimentares de crianças e
espectro autista. adolescentes com TEA.

Microbiota intestinal e transtorno 2021 Aborda o impacto que a disbiose


depressivo: O impacto da intestinal tem no desenvolvimento
disbiose no desenvolvimento de das desordens mentais.
transtornos mentais.

Excesso de peso e sintomas 2020 Avalia as condições nutricionais de


gastrintestinais em um grupo de crianças com TEA e a presença de
crianças autistas. alterações gastrointestinais.

Intervenção nutricional no 2020 Realiza uma revisão de literatura


tratamento da disbiose intestinal sobre os impactos da intervenção
em crianças com transtorno do nutricional no tratamento da disbiose
espectro autista: uma revisão de intestinal em crianças com TEA.
literatura.

Relação entre o hábito alimentar, 2020 Realiza revisão sobre a correlação


consumo de probiótico e entre a microbiota intestinal,
prebiótico no perfil da microbiota processos inflamatórios e os hábitos
intestinal. alimentares.
25

Eixo intestino-cérebro: relação 2020 Discorre sobre o eixo


entre a microbiota intestinal e cérebro-intestino e possíveis
desordens mentais. relações entre a microbiota intestinal
e desordens psiquiátricas.

Transtorno do espectro autista: 2019 Revisa sistematicamente estudos


uma revisão sistemática sobre que abordam sobre distúrbios
aspectos nutricionais e eixo alimentares e do trato
intestino-cérebro. gastrointestinal presentes em
pacientes de TEA.

Autismo e as desordens 2019 Verifica a possível relação entre


gastrintestinais. sintomas gastrintestinais e a
microbiota de crianças autistas.

Perfil epidemiológico dos 2019 Discorre sobre o perfil


pacientes com Transtorno do epidemiológico do TEA.
Espectro Autista do Centro
Especializado em Reabilitação.

Restrição de glúten e caseína em 2019 Avalia as alterações de


pacientes com Transtorno Do comportamento e sintomas
espectro Autista. gastrintestinais em dietas isentas de
glúten e caseína.

Perfil nutricional de crianças 2018 Avalia o estado nutricional e o


portadoras do transtorno do consumo alimentar de crianças
espectro autista. portadoras do TEA.

Neurociências e psicanálise: 2018 Discorre sobre o autismo nas óticas


dialogando sobre o autismo da neurociência e psicanálise.

Dieta isenta de glúten e caseína 2018 Revisa sistematicamente a respeito


no transtorno do espectro autista: dos benefícios que a dieta isenta de
uma revisão sistemática. glúten e caseína podem trazer ao
portador de TEA.

Targeting gut microbiome: A 2018 Discorre a respeito do microbiota


novel and potential therapy for intestinal e sua relação com o TEA.
autism.
26

The role of probiotics in children 2018 Discorre sobre o papel dos


with autism spectrum disorder: A probióticos em crianças com
prospective, open-label study. autismo.

Os probióticos exercem efeitos 2017 Discorre sobre a utilização


benéficos nas manifestações dos terapêutica de probióticos no
transtornos do espectro autista? tratamento dos sintomas de TEA.

Transtornos do espectro autista: 2017 Realiza uma análise sobre o


um guia atualizado para panorama genético do TEA.
aconselhamento genético.

Outra sintonia: a história do 2017 Discorre sobre a história de Donald


autismo. Triplett e como seu comportamento
chamava atenção na década de
1930 e o seu tardio diagnóstico,
autismo.

Body composition of patients with 2017 Aborda o estado nutricional das


autism spectrum disorder through crianças com autismo.
bioelectrical impedance.

Correlation Between Nutrition and 2016 Aborda sobre a possibilidade de


Symptoms: Nutritional Survey of existência da relação entre estado
Cheildren with Autism Spectrum nutricional e os sintomas do TEA.
Disorder in Chongqing, China.

Frequência de sobrepeso e 2016 Analisa a frequência de obesidade e


obesidade em crianças e sobrepeso em crianças com TEA.
adolescentes com autismo e
transtorno do déficit de
atenção/hiperatividade.

Prevalência e características do 2016 Realiza uma estimativa da


transtorno do espectro do prevalência e das características do
autismo em crianças de 8 anos. TEA em crianças de 8 anos.

Amigos da mente: Nutrientes e 2015 Aborda a relação entre o cérebro e a


bactérias que vão curar e saúde intestinal.
proteger seu cérebro.
27

Manifestaciones 2015 Discorre a respeito de patologias


gastrointestinales en niños con gastrointestinais, seus sintomas e as
trastorno de espectro autista. relações com o TEA.

Obesity in children with autism 2014 Analisa a prevalência da obesidade


spectrum disorders. no TEA.

Manual diagnóstico e estatístico 2014 Realiza uma classificação e


de transtornos mentais-DSM-V. descrição de transtornos mentais.

Prevalência de transtorno do 2014 Realiza uma estimativa da


espectro do autismo entre ocorrência do TEA em crianças de 8
crianças de 8 anos - rede de anos.
monitoramento de autismo e
deficiências de desenvolvimento.

Gluten- and casein-free dietary 2013 Realiza uma revisão sistemática a


intervention for autism spectrum respeito da adoção de dietas de
conditions. exclusão, especificamente, sem
glúten e caseína.

Effects of probiotics on gut 2013 Discorre sobre os efeitos que os


microbiota: mechanisms of probióticos têm na microbiota
intestinal immunomodulation and intestinal.
neuromodulation.

A meta-analysis of probiotic 2012 Determina os efeitos dos probióticos


efficacy for gastrointestinal em doenças do trato gastrointestinal.
diseases.

Nutrição e autismo: 2012 Realiza uma reflexão sobre


considerações sobre a alimentação e como diminuir os
alimentação do autista. sintomas no autismo.

Fonte: Elaboração Própria, 2022.

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