Você está na página 1de 43

96

CAPÍTULO 4

ANÁLISES DE FALTAS ASSIMÉTRICAS

Prof. José Wilson Resende


Ph.D em Sistemas de Energia Elétrica (University of Aberdeen-Escócia)
Professor titular da Faculdade de Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Uberlândia

A maioria das faltas que ocorrem nos sistemas elétricos são


assimétricas. Essas faltas podem ser do tipo série ou do tipo shunt. As
faltas série são aquelas em que um ou dois condutores, de um circuito
trifásico, se abrem, desequilibrando o sistema. Assim, quando um
disjuntor ou uma chave não fecha uma ou duas das três fases, diz-se
que ocorreu uma falta série. Essas faltas causam dois tipos de
problemas: as diferenças de potencial entre os dois lados do condutor
que se abriu e indesejável falta de fase na carga (que pode danificar
cargas trifásicas, como motores). Por outro lado, as faltas shunt podem
ser caracterizadas pela queda de um ou dois condutores ao solo ou
mesmo pelo curto entre duas fases de um sistema elétrico. Os
problemas causados pelas faltas shunt são maiores do que aqueles
oriundos das faltas série pois, em decorrência das faltas shunt, altos
valores de correntes podem surgir no sistema. O presente capítulo trata
das faltas shunt.

4.1 - Falta Fase-Terra


Esses tipo de falta acontece em cerca de 70% dos casos de curto-
circuito. A figura 4.1 ilustra o circuito equivalente de um sistema elétrico
que está submetido a uma falta fase-terra, através de uma impedância
genérica Zf, onde Z0, Z1, Z2 são as impedâncias do sistema, visto a
partir do ponto de defeito e Ea, Eb, Ec são tensões equilibradas, geradas
pelo gerador equivalente (Obs.: apenas f.e.m. de sequência positiva é
gerada pelos geradores normais).
a
Gerador Sistema b
~ Z o, Z 1, Z 2
c
R Z f ( impedância de falta p/ terra )

Figura 4.1 -
97

Condições de contôrno no ponto de falta:


Va = Zf . Ia;

Desprezando-se as correntes de carga: Ib = 0 e Ic = 0

Expressando as correntes em termos de componentes simétricos:


[Ic] = [A-1] [Ip]:

Expandindo essa equação:


⎡I 0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡I a ⎤
⎢ I ⎥ = 1 / 3⎢1 a a 2 ⎥ . ⎢ 0 ⎥ Logo: I0 = I1 = I2 = 1/3 Ia
⎢ 1⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣I 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎦⎥

Expressando as Tensões em termos de componentes simétricos:


[Vc] = [Ec] - [Zc] [Ic]

Expandindo:
⎡ V0 ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡ Z 0 0 0⎤ ⎡I a ⎤ ⎧Va 0 = − Z 0 . 1 / 3I a
⎢ V ⎥ = ⎢E ⎥ − ⎢ 0 ⎪
Z1 0 ⎥ . 1 / 3 ⎢I a ⎥ ⇒ ⎨Va1 = E a − Z1 . 1 / 3I a
⎢ 1⎥ ⎢ a⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ V2 ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥⎦ ⎢⎣ 0 0 Z 2 ⎥⎦ ⎢⎣I a ⎥⎦ ⎪⎩Va 2 = − Z 2 . 1 / 3I a

Retomando Va = Zf . Ia:e explicitando a corrente Ia que é a corrente de


falta procurada:
− Zo .I a Z .I − Z2 .I a
+ Ea − 1 a +
V 3 3 3
Ia = a = =
Zf Zf

− I a Z 0 + 3E a − I a Z1 − I a Z 2
= . Tirando “Ia”:
3Z f
3E a
Ia = ⇒ corrente na fase “A”
Z 0 + Z1 + Z 2 + 3Z f

As correntes de componentes serão:


Ea
Ia/3 = Io = I1 = I2 =
Z1 + Z 2 + 3Z f + Z 0
Esta equação representa o seguinte diagrama de sequências:
98

Seq. ( + ) Seq. ( - ) Seq. ( 0 )


I a1 I a2
V a1 V a2 I ao I bo I co
V ao
Z 1 L I a1 Z oL
Z2 L I a2 I ao
3 Z nL
E1~
N2 I c1 I b1 I b2 I c2
N1

Figura 4.2 -

4.1.1) Exemplo numérico:


1) Determine a corrente subtransitória no gerador e as tensões entre as
linhas para condições subtransitórias, no momento emque ocorre uma
falta entre uma linha e terra, nos terminais do gerador, quando ele
estiver funcionando em vazio, com a tensão nominal. São dados:
Pot. do gerador: 20 MVA; tensão: 13,8 KV
X”d = 0,25 pu, X2 = 0,35 pu; X0 = 0,10 pu
Neutro do gerador: solidamente aterrado.

Solução
Ea = 13,8 KV/ 3 = 1,0 pu; X1 = X”d = 0,25 pu.
OBS.: Como se sabe, a reatância de seq. (+) pode ser a reatância
subtransitória, transitória ou síncrona, dependendo das condições a
serem estudadas.

Ea 1,0
Ia1 = = = − j1,43pu
Z1 + Z 2 + Z 0 j0,25 + j0,35 + j0,10
I a = 3I a1 = − j1,43pu x 3 = 4,29 pu ⎫
⎪ I = -j3,585 A
= 836A ⎪⎬
20MVA a
Corrente base =
3. 13,8KV ⎭

Componentes simétricos da tensão:


1. Fase “A” (onde ocorreu o curto):
Va1 = Ea - Ia1Z1 = 1,0 - (-j1,430 (j0,25) = 0,643
Va2 = -Ia2 . Z2 = -(-j1,430 (j0,35) = -0,50
Va0 = -Ia0 . Z0 = -(-j1,43) (j0,10) = -0,143

Tensões de fase:
Para a fase “A”: Va(Van) = VA1 + Va2 + Va0 = 0,643 - 0,50 - 0,143 = zero
Para as fases “B” e “C”:
Vb = a2Va1 + aVa2 + Va0 = 1/240o . 0,643 + 1/120o (0,5) +
+ (-0,143) = 1,012/-102,12o
Vc = aVa1 + a2Va2 + Va0 = 1/120o x 0,643 + 1/240o) - 0,50) +
+ (-0,143) = 1,012/102,27o
O esquema a seguir mostra o significado dessas tensões:
99

Figura 4.3 -
Tensões entre linhas:
Vab = Va - Vb = 0 - 1,012/-102,27 = 1,012/77,73o
Vbc = Vb - Vc = 1,012/-102,27o - 1,012/102,27 = 1,978/-90o
Vca = Vc - Va = 1,012/102,27o
13,8
A tensão Ea = 1,0 pu corresponde a Ea = = 7,97 KV .
3
Vab = 8,05/77,7o KV; Vbc = 15,73/-90o; Vca = 8,05/102,3o
b
V ab
V ab

a V an V bc n=a V bc

V ca
V ca
c

( a) antesdafalta ( b ) depois da falta

Figura 4.4 -

Exemplo de falta FASE-TERRA entre um gerador e um


transformador:
IcE F IcD

c XE XD

IbE IbD
b

3I0
IaE IaD
a

IaF

Repare que, apesar da falta ser Fase-Terra, haverá corrente nas 3


fases!

4.2 - Falta entre duas linhas:


100

A figura 4.5 ilustra esse tipo de falta, que ocorre em cerca de 15%
dos casos de curtos.
a
b
~ Z o, Z 1, Z2
RZ f

Figura 4.5 -

a) Condições de contorno no ponto de falta:


Ia = 0; Ib = -Ic; Vb - Vc = Ib.Zf

b) Componentes simétricos da corrente:


⎡I a 0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡ 0 ⎤
⎢ I ⎥ = 1 / 3 ⎢1 a a 2 ⎥ . ⎢−I ⎥ ⇒ ⎧I a 0 = 0(∴ I b 0 = I c0 = 0)
⎢ a1 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ c ⎥ ⎨⎩I a 2 = − I a1
⎢⎣I a 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2
a ⎥⎦ ⎢⎣ I c ⎥⎦
OBS: Por se tratar de um circuito que não tem retôrno pelo solo, já se
previa que não haveria corrente de sequência zero.

c) Componentes simétricos das tensões:


[Vc] = [Ec] - [Zc] [Ic], ou seja:
⎡ Va 0 ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡ Z 0 0 0 ⎤ ⎡I a 0 ⎤
⎢ V ⎥ = ⎢E ⎥ − ⎢ 0 Z 0 ⎥ ⎢ I a1 ⎥
⎢ a 1 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢
a 1 1 ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ Va 2 ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥⎦ ⎢⎣ 0 0 Z 2 ⎥⎦ ⎢⎣I a 2 ⎦⎥
Sendo Ia = -Ia 2 e Iao = 0, tem-se, para a fase “A“:
1

⎧Va 0 = − Z 0I a 0 = − Z 0 .0 = 0

⎨Va1 = E a1 − Z1 . I a1
⎪V = + Z I
⎩ a2 2 a1

Analogamente, para as fases “B”e “C”:


⎧Vb 0 = − Z 0 I b 0 = 0 ⎧Vc0 = − Z 0I c0 = 0
⎪ ⎪
⎨Vb1 = E b1 − Z1 Ib1 : ⎨Vc1 = E c1 − Z1I c1
⎪V = − Z I ⎪V = − Z . I
⎩ b2 2 b2 ⎩ c2 2 c2
⎧Vb = Vb 0 + Vb1 + Vb 2
Sabendo-se que: ⎨
⎩Vc = Vc0 + Vc1 + Vc2
101

⎧Vb = 0 + ( E b1 − Z1I b1 ) − ( Z 2 I b 2 )
Então: ⎨
⎩Vc = 0 + ( E c1 − Z1I c1 ) − ( Z 2 I c2 )

Desenvolvendo-se a expressão Vb - Vc :
Vb - Vc = Eb1 - Ec1 - Z1Ib1 - Z2Ib2 + Z1Ic1 + Z2Ic2
= Eb1 - Ec1 + Z1(Ic1 - Ib1) + Z2(Ic2 - Ib2)
Vb - Vc = Eb1 - Ec1 + Z1(Ic1 - Ib1) + Z2(Ic2 - Ib2) = Ib . Zf

Explicitando-se Eb1 - Ec1 na equação acima:


Eb1 - Ec1 = Zf(Ib1 +I b2) + Z1(Ib1 -Ic1) + Z2(Ib2 - Ic2)

⎧I b 2 = aI a 2
Substituindo-se: ⎨ :
⎩ c2
I = a 2
I a2
Eb1 - Ec1 = Zf(a Ia1 + aIa2) + Z1(a2Ia1 - aIa1) + Z2(aIa2 - a2Ia2)
2

Sendo Ia2 = -Ia1:


Eb1 - Ec1 = Zf(a2 - a)Ia1 + Z1(a2 - a) Ia1 + Z2(a2 - a)Ia1

⎧E b1 = a 2 . E a1

Por outro lado: ⎩E c1 = a. E a1

Com essas substituições:


Ea1(a2 - a) = Zf(a2 - a)Ia1 + Z1(a2 - a)Ia1 + Z2(a2 - a)Ia1

Explicitando-se “Ia1”:
E a1
Ia1 = ; Ia2 = -Ia1 ; Ia0 = 0
Z f + Z1 + Z 2

Finalmente, a corrente de falta será:


If = Ib = Ib1 + Ib2 + Ib0 = a2 . Ia1 + aIa2 = a2Ia1 . -aIa1 =(a2 - a)Ia1

Substituindo se (a2 - a) = 1/240o - 1/120o = 3 / − 90o = − j 3 , a corrente


de falta será:
− j 3 E a1
If = -j 3 I a1 =
Z + Z2 + Z f

Para Zf = 0:
− j 3 E a1
If =
Z1 + Z 2
102

NOTAS:
1) Nas equações de “If” nota-se a ausência de “Zo” → O circuito de
sequência zero não é utilizado nas faltas FASE-FASE.
2) Os circuitos de sequência (+) e (-) devem estar em paralelo, pois Va1
= Va2:

I a1 I a2

V a1 L Z1 Z2 L V a2

~ Ea

Figura 4.6 -
3) Já que, nesta falta não há ligação à terra na falta, então, por ocasião
deste tipo de curto, não haverá circulação de corrente no neutro do
gerador, mesmo estando este neutro aterrado.

4) Diagrama vetorial das correntes:


I b1 I c1 I a2

I ao = I bo = I co

I a1 I b2 I c2
(o)
( ) (-)

4.2.1) Exemplo numérico:


Determine as correntes subtransitórias, quando ocorre uma falta fase-
fase nos terminais do gerador do Exemplo numérico da falta fase-terra.
Considerar o gerador em vazio e funcionando com a tensão nominal nos
seus terminais, quando da ocorrência das faltas. Despreze a resistência.
Dados (do exercício anterior):
Xd = 0,25 pu; Z2 = 0,35 pu; Z0 = 0,10 pu
Ea = 1,0 pu; Mb = 20 MVA; Ub = 13,8 KV
Ibase = 836 A

Solução:
Cálculo das Correntes:
− j 3 Ea
If =
Z1 + Z 2
103

− j 3 . 1,0/0o
If = = -2,887 pu
j0,25 + j0,35

⎧ I b = − I c = +2.887 + j 0 pu
Assim: ⎨ I = 0 ( desprezando a corrente de c arg a )
⎩ a

⎧ I b = − I c = 2.413,53 A
em Ampéres: ⎨
⎩Ia = 0

Tensões:
- de componentes:
E a1 1/0o
Sendo Ia1 = = = − j1,667 pu
Z1 + Z 2 j0,25 + j0,35
Tem-se que:
Va1 = Ea1 - Z1Ia1 = 1,0 - j0,25 . (j1,667) = 0,584 pu
Va2 = -Z2ia2 = Z2 . Ia1 = j0,35(-j1,667) = 0,584 pu
Va0 = -Z0.I0 = -Z0 . 0 = 0

Tensões de fase:
Va = Va1 + Va2 + Va0 = 0,584 + 0,584 + 0 = 1,168/0o
Vb = a2Va1 + aVa2 + Va0 = 1/240o . 0,584 + 1/120o . 0,584 = -0,584 pu
Vc = aVa1 + a2Va2 + Va0 = Vb = -0,584 pu

Tensões de linhas:
Vab = Va - Vb = 1,168 - (-0,584) = 1,752/0o
Vbc = Vb - Vc = -0,584 - (-0,584) = 0 (fases em curto)
Vca = Vc - Va = -0,584 - 1,168 = 1,752/180o

- em Kvolts:
Vab = 13,95/0o ; Vbc = 0; Vca = 13,95/180o
b
V ab
13,8 13,95 13,95
a 13,8 V bc
13,8
V ca V ab
V bc = 0
V ca
c
Figura 4.8 -

4.3 - Falta entre duas linhas e a terra - incidência: 10%


104

a
b
~ Z o, Z 1, Z2
c

RZ f

Figura 4.9 -

a) Condições no ponto da falta:


⎧I a = 0; Vb = Vc = If . Zf
(I) ⎨
⎩Ib + Ic = If

b) Componentes simétricos da tensão:


Vb - Vc = (Vb1 + Vb2 + Vb0) - (Vc1 + Vc2 + Vc0) =
= (Vb1 - Vc1) + (Vb2 - Vc2) + (Vb0 - Vc0)
a2Va1 aVa1 aVa2 a2Va2 = 0(Vb0 = Vc0)
(II) Vb - Vc = va1(a2 - a) + Va2(a - a2)

sendo Vb = Vc → Vb - Vc = 0
∴ 0 = Va1(a2 - a) - Va2(a2 - a) → Va1 = Va2 (III)

Das equações gerais de componentes simétricos:


⎧Va 1 = Ea 1 − Ia 1 . Z1 (IV. a )

⎨Va 2 = 0 − Ia 2 . Z 2 (IV. b)
⎪Va = 0 − Ia . Z
⎩ 0 0 0 (IV. c)

c) Componentes Simétricos das Correntes


Vb = Vb1 + Vb2 + Vb0 = a2Va1 + aVa2 + Va0 = Va1(a2 + a) + Va0 (V)

das eqs. (I): Vb = If . Zf = (Ib + Ic) Zf

(Ib + Ic) é a corrente total para terra. Sabe-se, por outro lado, que In =
31ao também o é.

Igualando-os: Ib + Ic = 31a0

Assim: Vb = 3Iao . Zf (VI)

Igualando (V) com (VI): 3Ia0 . Zf = Va1(a2 + a) + Va0

Introduzindo (IV.c) na última expressão:


105

3Ia0 . Zf = Va1. ( a 2 + a ) − Ia 0 . Z 0 = −Va1 − Ia 0 Z 0

3Ia0Zf + Ia0Z0 = -Va1; Explicitando-se Ia0:

− Va 1
Iao = ( VII)
Z 0 + 3Zf

tomando-se (III) e nela substituindo-se (IV.a) e (IV.b):

Ea − Ia1 Z1 = − Ia 2 Z 2
− E a + I a 1 Z1
Explicitando-se Ia2 : Ia2 = ( VIII)
Z2

Levando as equações (VII) e (VIII):em:

− Va 1 − E a + I a 1 Z1
“Ia = Ia0 + Ia1 + Ia2 = 0”: + I a1 + =0
Z 0 + 3Z f Z2

Introduzindo-se esta expressão em (IV.a):

I a 1 Z 1 − E a − E a + I a 1 Z1
+ + I a1 = 0
Z 0 + 3Z f Z2

( Z 0 + Z 2 + 3Z f )
Tirando “Ia1”: Ia1 = E a1 (IX)
Z1 Z 2 + ( Z 0 + 3Z f )( Z1 + Z 2 )

− ( Z 0 + 3Z f ) . E a1 )
Levando (IX) em (VIII): Ia2 =
Z1 Z 2 + ( Z 0 + 3Z f ) ( Z1 + Z 2 )

− E a . Z2
(IX) em (VII) Ia0 =
Z1 Z 2 + ( Z1 + Z 2 ) ( Z 0 + 3Z f )

A corrente de falta, If será: If = 3Ia0 = In = Ib + Ic.

Interligação dos circuitos de sequência:

Z1 I a1 I ao Zo
Z2
I a2 3Zf
Ea ~
106

Figura 4.10

4.3.1) Exemplo numérico:


Determine as correntes subtransitórias, quando ocorre uma falta
fase-fase-terra, nos terminais do gerador do Exemplo numérico da falta
fase-terra. Considerar o gerador em vazio e funcionando com a tensão
nominal nos seus terminais, quando da ocorrência das faltas. Despreze
a resistência.
Dados (do exercício anterior):
Xd = 0,25 pu; Z2 = 0,35 pu; Z0 = 0,10 pu
Ea = 1,0 pu; Mb = 20 MVA; Ub = 13,8 KV
Ibase = 836 A

Solução: para Zf = 0.

( Z0 + Z2 ) . E a ( j0,10 + j0,35)1,0
Ia1 = = =
Z1 Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 ) j0,25( j0,35) + j0,10( j0,25 + j0,35)

j0,45
= = − j3,05 pu
−0,148

− Z0 . E a − j0,10 . 1,0
Ia2 = = = j0,68
Z1 Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 ) j0,25. j0,35 + j0,10( j0,60)

− E a . Z2 − j0,35
Ia0 = = = j2,37 pu
Z1 Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 ) −0,148

I - Corrente de linha

Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = -j3,05 + j0,68 + j2,37 = zero

Ib = a2Ia1 + aIa2 + Ia0 = 4,81 /132,5° pu

Ic = aIa1 + a2Ia2 + Iac = 4,81 /47,5° pu

⎧I a = 0
⎪⎪
em amperes: ⎨I b = 4,025/132,5o A

⎪⎩I c = 4,025/47,5o A

II -Corrente de curto
107

In = 3Iao = 3 . j2,37 = j7,11 pu ou:

= Ib + Ic = 4,81 /132,5o + 4,81/47,5o = j7,11 pu

III - Tensões

- Tensões de componentes

Va1 = Ea - Ia1Z1 = 1,0 - (-j3,05 . j0,25) = 0,237 pu

Va2 = -Ia2Z2 = -j0,68 . j0,35 = 0,237 pu

Va0 = -Ia0Z0 = -j2,37 . j0,10 = 0,237 pu

-Tensões de fase

Van = Va1 + Va2 + Va0 = 0,237 . 3 = 0,711 pu

Vbn = Vcn = If . Zf = 0,0

-Tensões de linhas

Vab = Van - Vbn = 0,711 - 0 = 0,711 pu

Vbc = 0

Vca = Vcn - Van = 0 - 0,711 = -0,711 pu

⎧⎪Vab = 0,711 . 13,8 / 3 = 5,66/0o KV


em KV: ⎨
⎪⎩Vca = 5,66/180o KV; Vbc = 0

Diagramas fasoriais:

b
V ab b V ab
V bc
a c V ca a
V ca
c
antes depois
108

Figura 4.11 -

4.4 - Exercícios (primeira parte)

1. Uma máquina síncrona “A” com tensão de 1 pu, está interligada


a outra “B”, com a mesma tensão, conforme a figura. Pede-se a
corrente de curto, para um defeito fase-fase-terra, no ponto “P”.

LT1
A T1 T2 B
P
~ ~
LT2

FALTA

Figura 4.12-

São dados:

- Reatâncias (pu):

Máquina “A”: X1 = 0,3pu; X2 = 0,2pu; X0 = 0,05pu;

Máquina “B”: X1 = 0,25pu; X2 = 0,15pu; X0 = 0,03pu

LT1 e LT2: X1 = X2 = 0,3pu; X0 = 0,7pu

T1: X1 = X2 = X0 = 0,12pu; T2: X1 = X2 = X0 = 0,1pu


N1
A B seq. ( + )
N1 N1
~ ~
j 0,50
L j 0,3 j 0,3 L L L L j 0,25 =1 Z
L j 0,25 j 0,42
L L
P1
j 0,12 P1 L j 0,1 P1
j 0,3

Figura 4.14 -Diagrama de seq. (+)

N2 N2 seq. ( - )

L 0,2 0,3 L L j 0,18


L 0,15
L L
0,12 P2 L 0,1 P2
0,3

Figura 4.15 -Diagrama de seq. (-)


109

N0
N0 N0 seq. ( 0 )

L 0,05
L 0,05 0,7 L L j 0,17
L 0,03
L L L 0,12
0,12 P0 L 0,1 P0
0,7
P0

Figura 4.16 - Diagrama de seq. (0)

Correntes de componentes, para Zf = 0:

( Z0 + Z2 ) E a j0,17 + j0,18
Ia1 = = = − j3,18
Z1Z 2 + ( Z1 + Z 2 ) Z 0 j0,23 . j0,18 + ( j0,23 + j0,18) j0,17

− Z0 . E a j0,17
Ia2 = = = + j1,55
Z1Z 2 + ( Z1 + Z 2 ) Z 0 j0,23 . j0,18( j0,23 + j0,18) j0,17

− E a Z2 − ( j0,18)
Ia0 = = = + j1,63
Z1Z 2 + ( Z1 + Z 2 ) Z 0 − 0,11

Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = zero

Ib = a2Ia1 + aIa2 + Ia = 4,77/140

Ic = aIa1 + a2Ia2 + Ia0 = 4,77/30,9o

Ifalta = Ib + Ic = 4,91/89,95o
110

2. Uma dupla falta à terra ocorre no ponto “B” do sistema:

X = j0,12 pu X = j0,10 pu
X 1 = j0,20
X 2 = j0,20G N X 1 = j0,30pu
A l B C D X 2 = j0,40pu
X 0 = j0,08 X 0 = j0,10pu
X n = j0,30
X 1 = X 2 = j0,30pu
M X 0 = j1,40pu

Determinar:

1. o valor da corrente inicial simétrica de falta;

2. as tensões no ponto de falta;

3. e as correntes de falta resultantes em todas as fases do sistema.

Considerar a contribuição dos motores “M” e “N”.

Solução:
O exercício será apenas encaminhado, para que o aluno termine
sozinho, como exercício..
1. Diagrama de sequência positiva:
N
EG EM EN
j 0,55
j 0,2 L L j 1,0 j 0,3 L j 0,3 L L L j 0,18845
L j 0,2867
L L B
A j 0,12 B C j 0,1 D
L B
j 0,3

Figura 4.17 -
111

2. Diagrama de sequência negativa:


N

j 0,65
j 0,2 L L j 1,0 j 0,3 L j 0,4 L L L j 0,19894
L j 0,2867
L L
A j 0,12 B C j 0,1 D B2
L B2
j 0,3

Figura 4.18 -
3. Diagrama de sequência nula:
N

j 0,80
j 0,9 L L j 0,10 L L L j 0,104
j 0,12
B C
L L L L B
j 0,08A j 0,12 j 0,7 j 0,1 D B

Figura 4.19 –

4. Cálculo das correntes de sequência:


Ea ( j0,104 + j0,19894).1
Ia1 = = =
Z1 . Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 ) j0,1885 − j0,1989 + j0,104( j0,1885 + j0,1989)
⎛ j0,3029 ⎞
= -j3,895 pu ⎜ ⎟
⎝ − 0,0777 ⎠

− Z 0 .E a j 0,104 − Z 0 .Ea
Ia2 = = = j1,344 ; Ia0 = = j 2,56
− 0,077 0,0777 − 0,0777

5. Correntes de fase:

Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = zero

Ib = α2Ia1 + αIa2 + Ia0 = 1/240o . 3,095/-90o + 1/120o x x 1,344/90o +


2,56/90o = 5,94/139,79o

Ic = αIa1 + α2Ia2 + Iao = 3,895/30o + 1,344/330o + 2,56/90o =


5,94/40,21o

6. Corrente de falta:
If = 3Ia0 = 3 x j2,56 = 7,68/90o

7. Tensões no ponto da falta:

Va1 = Ea - Ia1Z1 = 1,0-(-j3,895 x j0,1885) = 1 - 0,734 = 0,266 pu


112

Va2 = -Ia2Z2 = -j1,344 . j0,1989 = 0,266 pu

Va0 = -Ia0Z0 = -j2,56 . j0,104 = 0,266 pu

Como se vê, Va1 = Va2 = Va0. Isto já era esperado, conforme a


figura da “interligação dos circuitos da sequência, para faltas fase-fase-
terra.”

8. Cálculo das tensões fase-terra, na falta:


Va = Va1 + Va2 + Va0 = 0,798 pu
Vb = 0,266/240o + 0,266/120o + 0,266 = zero
Vc = 0,266/120o + 0,266/240o + 0,266 = zero

9. Cálculo das correntes de falta:


9.1 - Correntes de sequência positiva

EG EM Va1 EN

j 0,2 L L j 1,0 j 0,3 L j 0,3


L I a1 "
I a1G I a1M j 0,12 B
L L
A C j 0,1 D
I a1 ' L
F j 0,3

Figura 4.20 -

Tirando-se Ia1’ em: Va1 = Ea - Ia1’.Z’1:


Ea − Va1 1 − 0,266 0,734
I’a1 = = = = − j 2,56
Z1, ⎛ j1. j 0,2 ⎞ j 0,287
j 0,12 + ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ j1,2 ⎠
Montando o sistema de equações abaixo:
⎧I a1g + I a1M = − j2,56

⎩ j1,0 I a1M = j0,2. I a1g

Tira-se, assim, Ia1g e Ia1M


− j2,56
Ia1g = -j2,56 - (0,2Ia1g) → Ia1g = = − j2,13 pu
1,2
Ia1M = 0,2.(-j2,13) = j0,426 pu

Da mesma forma, tirando-se Ia1’’ em: Va1 = Ea - Ia1’’.Z’1:


E −V 1 − 0,266
I”a1 = a ,, a1 = = − j1,335 pu
Z1 j0,55
9.2 - Correntes de sequência negativa: prossiga o exercício daqui em
diante.
113

4.5 - Defasamento angular em transformadores Y/DELTA:

Sob condições balanceadas, em um transformador Y-∆, a tensão


fase-fase VBC do lado DELTA está em fase com a tensão fase-neutro
Van do lado ESTRELA (figura 4.21).
Por outro lado, conforme ilustrado nesta própria figura, a
correspondente tensão “virtual” fase-neutro do lado DELTA, VBN, estará
defasada de 30 gráus da tensão fase-neutro Van, do lado ESTRELA.
Se esta análise for feita para as correntes, também se terá que a
corrente de linha do lado DELTA estará defasada da corrente de linha
do ESTRELA, de 30 gráus.

Ia
a
H1 B
L I BC I AB X1
Ib L L
b L n
H2
L L A
X3
Ic I CA
c C
H3 X2

Figura 4.21 -

Esses defasamentos, no entanto, não precisam ser considerados


nos cálculos relativos aos estudos de fluxo de carga e de faltas
simétricas,. Isso ocorre porque, nestas condições, o sistema elétrico
está com as suas 3 fases equilibradas. Assim, os resultados obtidos
para as tensões e correntes serão iguais àqueles calculados quando se
considera o defasamento angular.
Por outro lado, quando se estiver trabalhando em condições
desbalanceadas de operação, estas defasagens deverão ser
consideradas. Se isso não for feito, como no exercício anterior, os
resultados obtidos estarão incorretos (isso mesmo: a resolução do
114

exercício anterior, que NÃO incluiu o defasamento angular de 30 gráus,


está incorreta!)
Como se viu no último exercício, os circuitos equivalentes
monofásicos dos transformadores, por sí só, não levam em conta essas
defasagens. Logo, em condições desbalanceadas, os circuitos
equivalentes monofásicos precisarão ser cuidadosamente manejados,
para que o efeito do defasamento angular seja incluído.

4.5.1) Métodos normalizados de designação de terminais


FP FS
H1 H1 X1
X1
I p I s Ip Is
L L R

H2 X2
H2 X2

Figura 4.22 –

Terminal onde a corrente entra, na ALTA TENSÃO: H1


Terminal onde a corrente sai, na BAIXA TENSÃO: X1
Desta forma, “Ip” e “Is”estão em fase (os terminais H1 e X1 são, ao
mesmo tempo, positivos, com relação a H2 e X2. A isso denomina-se
polaridade SUBTRATIVA.
Por outro lado, se o sentido de flecha referente a “Is” fosse oposto,
“Ip” e “Is” estariam defasadas de 180o (polaridade ADITIVA).

4.5.2) Construção do diagrama de tensões, para transformadores


trifásicos:

Na figura 4.21, as bobinas dispostas paralelamente são acopladas


magneticamente por estarem enroladas sobre o mesmo núcleo:
Y ∆
an BC (CB)
bn CA (AC)
cn AB (BA)
115

a (H
1 )

n
a (H
1 )
c (H
3 ) b (H
2 )
30o B (X
1 )

B (X
1 )
VAB

VBC
A (X
3 )
VAC
C (X
2 )

Figura 4.23 -

CONCLUSÃO: as bobinas a-n e B-C estão acopladas magneticamente


(enroladas no mesmo NÚCLEO). Suas tensões induzidas, assim,
estarão em fase, isto é: Van em fase com VBC. Em vista disso, a queda
de tensão de H1 para o neutro estará adiantada de 30o em relação à
queda de X1 para o neutro. Analogamente, H2-N e H3-N estarão
adiantados de 30o de X2 e X3, respectivamente. A conclusão anterior
também vale para as tensões de componentes simétricas de
sequência (+), conforme a figura seguinte mostra:
a1 ( H ) B1 (X
1 )
1
VAB1

V a1 V ab1 VA1 VB1


V ca1 VBC1
A1 (X
3 )
V b1 VC1
V c1 VCA1
c1 ( H
2 ) V bc1 b1 ( 3
H )
C1 (X
2 )
( ) ( )
Figura 4.24 –

Nesta figura, Van1 está adiantada de 30o de VBN1. Em decorrência,


VAN1 está adiantada de 90o de Van1 → VAN1 ⇔ jVan1.
As mesmas defasagens ocorrem para as fases “B” e “C”:
VAN1 = jVan1; VBN1 = jVbn1; VCN1 = jVcn1;

E também para as correntes: IA1 = jIa1;

O diagrama de sequência (-) mostra, por outro lado, que VAN2


está atrasada 90o de Van2:
116

a2 B2

VAB 2
VB 2
V ab 2 Va2 V ca 2 VA 2
VBC 2 A2
Vc2 VC 2
Vb2
VCA 2
b2 c2
V bc2
C2
( ) ( )
Figura 4.25 –

VAN2 = -jVan2; VBN2 = -jVbn2; VCN2 = -jVcn2; IA2 = -jIa2;

Por outro lado, trocando-se as fases a e c (no Y), teremos Va1 e


VBC1 defasados de 180o. Isso denota um transformador de polaridade
aditiva. Em decorrência, os diagramas vetoriais ficarão alterados, com
os defasamentos ficando agora:
VAN1 = -jVan1; IA1 = -jIa1
VAN2 = +jVan2; IA2 = +jIa2
As demais fases também sofreram modificações idênticas.

A figura abaixo ilustra uma placa de um transformador de 13,8kV(delta) /


220V (estrela), no qual a letra “X” está representando o lado em estrela
(X1, X2 e X3) e a letra “H” representa o lado delta (X1, X2 e X3).
Neste caso, a tensão fase-neutra “N-H1” (do lado delta) está
adiantada de 30 gráus, da correspondente tensão fase-neutra “n-X1” (do
lado estrela).
Também pode ser observado que a tensão fase-neutra “N-H3” (do lado
delta) está atrasada de 90 gráus da tensão fase-neutra “n-X1”:
VN-H3=-jVn-X1
117

Os transformadores YY e ∆∆ são ligados de maneira que a


defasagem entre as tensões e correntes seja de 0o ou 180o (juntamente
com as defasagens entre H1 e o neutro com relação a X1 e o neutro).

OBS.: como decorrência das defasagens angulares, uma corrente de


curto-circuito monofásico no lado Y, resultará nas seguintes correntes
no lado DELTA de um transformador de polaridade subtrativa:

G3
I= 0

4.5 - Exercícios (segunda parte)

3) Dado o sistema abaixo:


L

T FALTA L

G
L

Figura 4.26 -
Onde:
Gerador G: 7500 KVA; 4,16 KV; X” = 10%, X2 = 10%; X0 = 5%
Transformador T: 3 trafos monofásicos de 2500 KVA, Polaridade
subtrativa; 2400V (lado Y) / 600V (lado DELTA) - Xdisp = 10%
Motores: tensão nominal de 600 V - η = 89,5% (a plena carga, com Unom
e fp = 1,0). Potência total de saída dos motores: 6000 HP . X”= 20% - X2
= 20% - X0 = 4% .

Obs.:
1) Considerar os motores como sendo um único.
2) Para facilitar os cálculos, excepcionalmente neste exercício, todas as
reatâncias do diagrama de seq.(+) foram consideradas iguais às suas
correspondentes do diagrama de seq.(-).
118

3) OBS: Reatâncias dos reatores de aterramento dos motores = 2%

Pede-se: Os circuitos de seqüência e


as correntes entre:
- trafo e a falta
- trafo e o gerador
- motor e a falta

Solução:
Adotando UB = 4,16 KV e MB = 7500 KVA (gerador)
- os valores nominais trifásicos do transformador são:
UB = 3 x 2400 = 4,16 KV
MB = 3 x 2500 = 7500 KVA
- Motores:
UB = 600V; Mb = 7500 KVA
Potência nominal de entrada do motor equivalente:
6000 HP x 0,746 KW
= 5000 KVA
0,895

Os valores das reatâncias do motor equivalente, nas novas bases serão:


7500 7500 7500
X " = j 0,2. = j 0,3 pu; X 2 = j 0,2 = j 0,3 pu ; Xo = j 0,04. = 0,06 pu
5000 5000 5000
Ligação dos circuitos de sequência:

EG
EM L j 0,09
Va1 Va2
Va0
L j 0,10 L j 0,3
L j 0,10 L j 0,30 L j 0,05
I a1G j 0,10 L j 0,06
P2 j 0,10 P0
L I a1M L L
j 0,10 P1 I a2M I a0G =0
I a2G I a0M
I a1
I a0
Figura 4.27 -

Da figura 4.27:
( j 0,1 + j 0,1)( j 0,3) ( j 0,1 + j 0,1)( j 0,3)
Z1 = = j 0,12 ; Z2 = = j 0,12
j (0,1 + 0,1 + 0,3) j (0,1 + 0,1 + 0,3)
Z0 = j0,09 + j0,06 = j0,15

Correntes:
a) - Simétricas:
Ea 1
I a1 = = I a2 = I a0 = = − j 2,56 = I a 2 = I a 0
Z1 + Z 2 + Z 0 j (0,24 + 0,15)
119

b) - Corrente de falta:
b.1 - If = 3Ia0 = 3Ia1 = -j7,68 (corrente total)

b.2 - Correntes no motor, gerador e transformador:


Componente de Ia1 que vai do transformador (e gerador) ao ponto
P: Ia1g
Componente de Ia1 que vai do motor até P: Ia1M

No circuito de sequência positiva, essas duas correntes, somadas,


serão a corrente de curto total Ia1: Ia1M + Ia1g = Ia1

Por outro lado, de Va1 = Ea - Ia1Z1 obtém-se:


→ Va1 = 1 - (-j2,56 x j0,12) = 1 - 0,307
Levando o valor de Va1 acima calculado na expressão “Ia1M + Ia1g =
Ia1 “, obter-se-á Ia1g:
E g − Va1 1 − (1 − 0,307)
I a1g = = = − j1,536
Z 1g j 0,2
Logo, a corrente de sequencia positiva, vinda do motor será:
Ia1M = 1a1 - Ia1g = -j2,56 - (-j1,536) = -j1,024

Considerando que as reatâncias de seqüência (+) e (-) foram


consideradas iguais, as correntes de seqüência (-) serão:
Ia2g = Ia1g = -j1,536 e
Ia2M = Ia1M = -j1,024

Por outro lado, conforme o diagrama de sequência zero indica, Ia0g = 0;


Assim, a corrente de sequência zero total é a mesma que passa pelo
motor: Ia0M = Ia0 = Ia1 = -j2,56

Agora já se pode obter as correntes nas linhas:


[IF] = [A] [Ic]:

a) Correntes que vêm do transformador para “P”:


⎡ I ag ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡− j3,072 ⎤
⎢ ⎥ ⎢
⎢I bg ⎥ = ⎢1 a
2
a ⎥ ⎢− j1,536⎥ = ⎢ j1,536 ⎥
⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ I cg ⎥ ⎢⎣1 a a 2 ⎥⎦ ⎢⎣− j1,536⎥⎦ ⎢⎣ j1,536 ⎥⎦
⎣ ⎦

b) Correntes que vêm dos motores para “P”.


120

⎡ I aM ⎤ ⎡1 1 1⎤ ⎡ − j2,56 ⎤ ⎡− j4,608⎤
⎢I ⎥ = ⎢1 a 2 a⎥ ⎢− j1,024⎥ = ⎢ − j1,536 ⎥
⎢ bM ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ I cM ⎥⎦ ⎢⎣1 a a 2 ⎥⎦ ⎢⎣− j1,024⎥⎦ ⎢⎣ − j1,536 ⎦⎥

Conforme mostrado anteriormente, as componentes de sequência


(+) e (-) das correntes de linha de um lado do transformador Y/∆ estão
defasados de +90o (ou de 30o), em relação ao outro lado. Assim, para
calcular as correntes que vêm desde o gerador até a entrada do
primário do transformador, esses defasamentos deverão ser
considerados, conforme a seguir mostrado:
I a1G I A1G
L P1
Gerador TRAFO I
I a2G A2G
L P2
TRAFO
Figura 4.28 -
Fase A:
Ia1g = -jIA1g = -1,536 pu
Ia2g = +jIA2g = +1,536 pu
Ia0g = IA0g = zero ∴ Iag = Ia1g + Ia2g + Ia0g = zero

Fase B:
Ib1g = α2 . Ia1g = +0,768 + j1,33
Ib2g = α . ia2g = -0,768 + j1,33
Ib0g = Ia0g = 0
IbG = Ib1g + Ib2g + Ib0g = 0 + j2,660 pu

Fase C:
Ic1g = αIa1g = +0,768 - j1,33
Ic2g = α2 . Ia2g = -0,768 - j1,33
Ic0g = Ia0g = 0
IcG = 0 - j2,66 pu
__________________________________________________________

4 - Para o sistema dado,


121

GA GB
X1 = j 0,15 ~ X1 = j 0,15
~
X 2 = j 0,10 X 2 = j 0,08 60 MVA, 22 KV
X 0 = j 0,05 X 0 = j 0,03
60 MVA, 22 KV
TA = BT TB 60 MVA
X1 = X
2 = j 0,05
33 KV
B
Linha :1 Z 2= Z = j 2
0 Z =j 6
33 KV
60 MVA
TC X1 = X = j 0,07
2

11 KV
F
Falta

Figura 4.29
Determinar:
a - a corrente de curto, para uma falta FASE-FASE, em F.
b - Correntes no lado de 33 KV
c - Correntes na fase e a tensão terminal no gerador “A”.

Deslocamento angular para sequência positiva:


a (H
1 ) B (X )
1
a (H
1 )
30o B (X
1 )
n
A (X
3 )
c (H
3 ) b (H
2 )
C (X
2 )

Figura 4.30
Solução:
1 - Impedâncias em pu, para mesmas bases:
⎧MB = 100 MVA e
adotando ⎨
⎩UB = 22 / 33 / 11 KV

1.1 - Gerador A:
2
⎛ KV ANT ⎞ MVANOVO
X NOVO ( pu ). X ANT ( pu ) .⎜⎜ ⎟⎟ .
⎝ KV NOVO ⎠ MVAANT
2
⎛ 22 ⎞ 100
X 1 . j 0,15.⎜ ⎟ . = j 0,25 pu
⎝ 22 ⎠ 60
2
⎛ 22 ⎞ 100
X 2 = j 0,10.⎜ ⎟ . = j 0,1666 pu
⎝ 22 ⎠ 60

1.2 - Gerador B:
122
1 100
X 1 = j 0,15. . = j 0,25 pu
1 60
1 100
X 2 = j 0,08. . = j 0,01333 pu
1 60

1.3 - Trafos. TA e TB:


1 100
X 1 = X 2 = j 0,05. . = j 0,0833 pu
1 60

1.4 - Linha de Transmissão:


33 2
Z base = = 10,89Ω
100
Z1 = Z2 = j2/10,89 = j0,1836 pu
Z0 = j6/10,89 = j0,5510 pu

1.5 - Trafo TC:


100
X = X 2 = J 0,07.12. = j 0,1166 pu
60

2 - Diagramas de Impedâncias:

A1 A2

1,0 ~ VA1B1 VR1b ~ 1,0 V R 2a V R 2b


L j 0,1666 L j 0,1333
VR1a L L j 0,25
j 0,25 L j 0,0833 L j 0,0833

I R1 ' L j 00833 L I R1 "


j 0,0833 B2

B1
L j 0,1836
L j 0,1836 I R2
I R1 L j 0,1166
L j 0,1166

Figura 4.31
A 1 A 2 A 1 A 2

1,0 V A2B2 1,0


V A1B1
L j 0,116
L j 0,16665
B
B1 j 0,46685 j 0,411623
I r1 I r2
I r1 L j 0,3002 I r2 L j 0,3002

F 1 F 2 F 1 F 2

Figura 4.32
3 - Corrente de falta:
123
E 1
I r1 = − I r 2 = = = − j1,1324 pu
Z1 + Z 2 j 0,46685 + j 0,41623
De I f = − 3I a1 : I f = − j 3.(− j1,1324) = +1,96137 pu

Alternativamente, a corrente de curto poderia ser obtida de:

⎧ I r = I r1 + I r 2 + I r 0 = 0

⎨ I s = α . I r1 + α . I r 2 + I r 0
2

⎪ I = α .. I + α 2 . I + I
⎩ t r1 r2 r0

Posteriormente, obtém-se a corrente de falta:


IF = IS = -IT ou IF = IT = - IS

Corrente, em Ampéres:
100000
IB = = 5.248,64[ A]
3.11

Logo: If = 1,96137 x 5.248,64 = 10294,25 [A]

3.1 - Correntes de curto, no lado de 33 KV:


Seqüência (+):
⎧I A1 = jI a1

⎩I R1 = jI r1 → I R1 = + 11324
, pu

Para a seqüência (-):


IA2 = -jIa2 → IR2 = -jIr2 = 1,1324 pu
H1 X1 r
S

X2 t
T
H2
H3
R s
X3

100000
I B (lado33kV ) = = 1750[ A]
3.33
Assim:
⎧ I R = I R1 + I R 2 = ( 2,2648) x 1750 A = 3863,40 A

⎨ I S = α . I R1 + αI R 2 = ( −111324 ) I B = −1981
2
, . ,70 A

⎩ I T = αI R1 + α . I R 2 = 11324 x I B = −1981,70 A
2
,

3.2 - Cálculo das tensões nos terminais dos geradores:


Circuito de seqüência (+):
124

A1 A1

L j 0,25 L j 0,25
I R 1 L j 0,1665VA1B1 I R1' I R1" VA1B1
L L j 0,0833
j 0,0833

B1 B1

Figura 4.34

VA1B1 = j1 – IR1 . j0,16665 = j1 - 1,1324 x 0,16665/90° = j1 - 0,1887/90°

Da figura 4.34 tem-se que, para os Geradores “A” e “B”:


j1 − VA1B1
I R1' = = 0,5662 = I R1'' (pois os ramos dos dois geradores são iguais)
j 0,3333

Circuito de seqüência (-):


A2

L j 0,1666 L j 0,1333
I R2' VA2B2
I R2"
L j 0,0833 L j 0,0833

B2

Gerador “A”:
V I
I R 2 ' = − A 2 B 2 = −(− R 2. j 0,11603 ) = ∴I R , = −(−
1,1324. j 0,11603
) = 0,5258
j 0,2499 j 0,2499 2 0,2499

Gerador B:
1,1324. j 0,11603)
I R 2 ' ' = −( − = 0,606613
j 0,2166

Tensões nos terminais do Gerador “A”:


Tensões de componentes:
VR1a = 1/90° - Z1 . I ,R 1 = 1/90° - j0,25 . 0,5662 = 1/90° - j0,1416 =
0,858/90°
VR2a = -Z2.I ,R 2 = -j0,1666 . 0,5258 = -j0,0876

Tensões de fase:
VRa = 0,858/90° + 0,0876/-90 = 0,77/90°
VTa = α . VR1a + α2 . VR2a = 0,858/210 + 0,0876/150° = 0,905/-
154,81°
VSa = α2 . VR1a + α . VR2a = 0,858/330° + 0,0876/30 = 0905/-25,191°
125

para Gerador “B”: procedimento análogo


_______________________________________________________

5- Na figura abaixo tem-se um barramento infinito, cuja tensão é 220


KV, que alimenta uma rede constituída pelas linhas 1-2 e 2-3 e pelo
transformador.
⎧p / UB = 220 KV
São dadas ⎨ :
⎩e MB = 100 MVA
Linha Seq(+) Seq(0)
1-2 j0,2 j0,5
2-3 j0,3 j0,8

Transformador: banco constituído por 3 trafos monofásicos de 127


KV/88 KV, 20 MVA, zt = j0,09

Carga na barra 4: ligada em ∆. Absorve j82,6 MVAr, p/80 KV.

Figura 4.36
Determinar:
a - Os diagramas de sequência.
b - A tensão em todas as barras do sistema.
c - O gerador equivalente de Thevenin, visto pela barra 3, para as 3
sequências.
d - Determine as tensões e correntes em toda a rede para:
d.1 - uma carga monofásica de j0,715 pu (em 220 KV e 100 MVA)
conectada entre a barra 3 e a terra.
d.2 - uma impedância de j0,715 pu (nas mesmas bases de d.1)
conectada entre as fases B e C, no barramento 3.

Solução:
Por não se tratar de um caso de curto-circuito, as correntes de carga
deverão ser consideradas nos cálculos.
1 - Valores base: Serão adotados UB = 220 KV, MB = 100 MVA para o
barramento ∞.
126

2 - O transformador trifásico, montado a partir de 3 bancos monofásicos,


possuirá as seguintes tensões entre fases:
No lado em Y: (1ªrio) 127 3 KV = 220 KV
No lado em ∆: (2ªrio) 88 KV
Potência total: 3 x 20 MVA = 60 MVA

Logo, os valores de base no barramento 4 serão:


220kV → 88 kV = UB’
100 MVA → 100 MVA = MB’

3. Diagrama sequenciais: (ítem A)


• Linhas: já estão referidas às bases adotadas
2

• Transformador: z ' t = j 0,09.⎛⎜


220 ⎞ 100
⎟ . = j 0,15 pu
⎝ 220 ⎠ 60
Carga:

L
80 KV
L L

U2 80 2
Z& CARGA = * = = 77,44∠90 0 [Ω]
N 82,6 / − 90
2
(UB) 88 2
Z base = = = 77,44Ω
N base 100
Portanto, o valor da carga, em [pu], será: ZCARGA(pu) = j1,0 pu

U2 U2
- Barramento Infinito: Z bzrrzm = = =0
N Lim N
N →∞

Admitir-se-á o sistema como sendo em Y aterrado diretamente.


j 0,3 31
L
j 0,2
11 L 21
v 3( 1 )
41
L
e b = 1 pu j 0,15
v 4( 1 )
v 2( 1 ) j 1,0L
127

Figura 4.38 -

Seq. ( - ) j 0,3 32
L
j 0,2
12 L 22
42
L v 3( 2 )
j 0,15
L
v 2( 2 ) j 1,0

Figura 4.39 -

Seq. ( 0 ) j 0,8 30
L
j 0,5
10 L 20

L
40 v 3( 0 )
j 0,15

Figura 4.40 -
b - Tensões no sistema:
Não havendo desequilíbrio, somente haverá tensões de sequência (+).
A corrente que circulará, entre a fonte e a carga, será dada por:
1
i (1) = = − j 0,741 pu
j (0,2 + 0,15 + 1,0)
∴A tensão na carga será dada por: v4(1) = -j0,741 . (j1,0) = 0,741 pu

Na barra 2 a tensão será:


v2(1) = j0,15 . i(1) + v4(1) = 0,852/0o ;

Na barra 3 a tensão será igual à tensão na barra 2, porque não haverá


circulação de corrente no trecho 2-3: v3(1) = v2(1) = 0,852/0o

c - Gerador equivalente de Thevenin visto da barra 3:


c.1 - seq. (+)
e1TH = v3(1) = 0,852/0o
Z1TH = [j0,2//(j1 + j0,15)] + j0,3 = j0,47 pu
128

c.2 - seq. (-)


e2TH = 0
Z2TH = Z1TH

c.3 - seq. (0)


ZoTH = (j0,5//j-,15) + j0,8 = j0,915 pu

d - Tensões e Correntes

d.1 - “Falta” Fase-Terra (carga entre uma fase e a terra):

Barra 3:

Correntes:
e1 0,852
i3( 0) = i3(1) = i3( 2 ) = = = − j 0,213 pu
Z 1 + Z 2 + Z 0 + 3Z f j 4,00
Isso corresponde aos 3 diagramas em séria, juntamente com a
“impedância de falta” (neste caso, a própria carga monofásica):
Z 0 = j 0,915 i 3( 0 )
L

v 3( 0 )

Z 1 = j 0,47 i 3( 1 )
L

e 1 = 0,852 p u v 3( 1 ) L 3 Zf = j 2,145

Z 1 = Z2 =j 0,47 i 3 ( 2 )
L

v 3( 2 )

Figura 4.41 -

Tensões:
v3(0) = -i3(0) . Z0 = -(-j0,213)(j0,915) = -0,195 pu
v3(1) = e1antes - e3(1) . Z1 = 0,852 - (-j0,213) . 0,47j
v3(2) = -i3(2) . Z2 = -(-j0,2)(j0,47)

⎡ v AN 3 ⎤ ⎡ v 3( 0 ) ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
As tensões fase-neutro, na barra “3” serão: v
⎢ BN 3 ⎥ = [ A] ⎢ 3(1) ⎥
v
⎢⎣ v CN 3 ⎥⎦ ⎢v ⎥
⎣ 3( 2 ) ⎦
129

⎡V AB3 ⎤ ⎡V AN 3 ⎤ ⎡V BN 3 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
As tensões entre fases, em “3”, serão: ⎢V BC 3 ⎥ = { ⎢V BN 3 ⎥ − ⎢VCN 3 ⎥ } x127kV
⎢⎣VCA3 ⎥⎦ ⎢⎣VCN 3 ⎥⎦ ⎢⎣V AN 3 ⎥⎦

As correntes de linha que chegam à barra 3 serão (tomando a fase “A”


como sendo a da “falta”):
iA3 = 3i3(0) = 3 x -j0,213 pu = -j0,639 pu
iB3 = ic3 = 0 pu

Barra 2:

Tensões:

Tensão de seqüência (0):


v2(0) = v3(0) + i3(0) . z23(0) = -0,195 + (-0,213j) 0,8j = -0,024495 pu

De maneira semelhante pode-se obter as outras duas tensões (seqs. (+)


e (-)):
v2(1) = v3(1) + i3(1) . z23(1)
v2(2) = v3(2) + i3(2) . z23(2)

Após os cálculos acima pode-se obter as tensões de fase:


⎡V AN 2 ⎤ ⎡v 2 ( 0 ) ⎤
⎢V ⎥ = Vb [A]⎢ v ⎥ [ KV ]
⎢ BN 2 ⎥ 3 ⎢ 2 (1) ⎥
⎢⎣VCN 2 ⎥⎦ ⎢v 2 ( 2 ) ⎥
⎣ ⎦
⎡V AB 2 ⎤ ⎡V AN 2 ⎤ ⎡V BN 2 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
E as tensões de linha: ⎢
V BC 2 =
⎥ ⎢V BN 2 −
⎥ ⎢ V CN 2 ⎥
⎢⎣VCA2 ⎥⎦ ⎢⎣VCN 2 ⎥⎦ ⎢⎣V AN 2 ⎥⎦
Correntes:
no primário do transformador:
v 2(0) − 0,024495
i2( 0) = = = j 0,1633
Z T ( 0) j 0,15
De maneira semelhante, pode-se obter as correntes de seqüência (+):
v 2 (1)
i2 (1) =
Z T (1) + j1,0
130
v2( 2)
E de seqüência (-): i2( 2) =
Z T ( 2 ) + j1,0

Correntes de linha (primário)


⎡i2 A ⎤ ⎡i2 ( 0) ⎤
⎢i ⎥ = M B . [ A] ⎢i ⎥
⎢ 2B ⎥ 3VB ⎢ 2 (1) ⎥
⎢⎣i2 C ⎥⎦ ⎢i2 ( 2 ) ⎥
⎣ ⎦

Correntes no secundário do transformador:

No diagrama de seqüência (0): I2(0) = 0 (ver o diagrama de seq. (0))

No diagrama de seqüência (+):


O defasamento angular pode ser analisado a partir de qualquer um dos
dois esquemas abaixo:

Figura 4.42 -

Os dois esquemas acima podem ser representados pelas expressões


em (I) e (II), respectivamente, para o desenho do lado esquerdo e para o
desenho do lado direito:
⎧Va1 = V B1 /30 o ; Va 2 = VB 2 / − 30 o ⎧Va1 = V A1 /30 o ; Va 2 = V A2 / − 30 o
⎪ ⎪
⎨ (I) ⎨ (II)
⎪V = V / − 90 o ; V = V / + 90 o ⎪V = V / − 90 o ; V = V / + 90 o
⎩ a1 A1 a2 A2 ⎩ a1 C1 a2 C2

Considerando a notação (II):


I2(1) = i2(1) /-30o
I2(2) = i2(2)/30o
E lembrando que I2(0) = 0
Tem-se que as correntes de linha (secundário do transformador), em
amperes, serão:
⎡I 2 A ⎤ ⎡ I 2 ( 0) ⎤
⎢ ⎥
,
⎢I ⎥ = M B
. [ A ] I
⎢ 2B ⎥ 3 . U B, ⎢ 2 ( 1) ⎥
⎢⎣ I 2 C ⎥⎦ ⎢ I 2(2) ⎥
⎣ ⎦
131

Barra 4:
Correntes: as mesmas do transformador

Tensões:
fase-neutro:
⎡V AN 4 ⎤ ⎡I 2 A ⎤ ⎡ I 2(0) ⎤
⎢V ⎥ = j1,0.⎢ I ⎥( pu )= j1,0.[ A]⎢ I ⎥
⎢ BN 4 ⎥ ⎢ 2B ⎥ ⎢ 2(1) ⎥
⎢⎣VCN 4 ⎥⎦ ⎢⎣ I 2C ⎥⎦ ⎢ I 2( 2) ⎥
⎣ ⎦
Obs. : a impedância j1,0 corresponde à carga da barra 4, conectada em
Y.
Tensões entre linha:
⎡V AB 4 ⎤ ⎡V AN 4 ⎤ ⎡VBN 4 ⎤
⎢V ⎥ = ⎢V ⎥ − ⎢V ⎥
⎢ BC 4 ⎥ ⎢ BN 4 ⎥ ⎢ CN 4 ⎥
⎢⎣VCA4 ⎥⎦ ⎢⎣VCN 4 ⎥⎦ ⎢⎣V AN 4 ⎥⎦
Obs.: As tensões calculadas para a Barra 4 ainda estão em p.u.

Finalizando, pode-se verificar se os cálculos estão em acordo com


a informação, dada no inicio do exemplo, de que o barramento 1 era
infinito. Isto é, as tensões fase-neutro de seqüência (-) e (0), nesta barra
deverão ser NULAS e a tensão de seqüência (+) deverá ser igual a 1,0
pu.
Aqui serão mostrados os cálculos apenas para a seqüência (0).

Relembrando o diagrama de seqüência (0), pode-se escrever que:


eg(0) = v2(0) + z12(0) . ig(0),
Onde: ig(0) = i3(0) + i2(0)

Seq. ( 0 ) j 0,8 30
L
j 0,5
10 L 20

L
40 v 3( 0 )
j 0,15

Dos cálculos já efetuados anteriormente neste exemplo, tem-se que:


ig(0) = i3(0) + i2(0) = -j0,213+ j0,1633 = -j0,0497.
132

Levando este valor na expressão de “eg(0) = v2(0) + z12(0) . ig(0),“ tem-se


que:
eg(0) = v2(0) + z12(0) . ig(0) = -0,024495 + 0,5j . -j0,0497 = 0

De maneira análoga, pode-se obter que:


eg(1) = v2(1) + z12(1) . ig(1) = 1,0 pu
Onde: ig(1) = i3(1) + i2(1)
E:
eg(2) = v2(2) + z12(2) . ig(2) = 0
Onde: ig(2) = i3(2) + i2(2)

O diagrama trifilar final, com todas as correntes em [A], será o seguinte:


- j 52,63 ( A )
3A

3B
1A
3C
1B
e 11
1C

- j 166,05 ( A ) o
4 A 464,91 -121,5

197,36 o
148,6 464,9 o
121,5

4B
197,36 o
31,4 o0
485,89

4C

Figura 4.43 -

d.2 - “Falta” fase-fase:

Barra 3
Os circuitos de sequência (+) e (-) serão ligados em paralelo:
133
j 0,3 31
i 3( 1 )
11 j 0,2

j 0,15 41 0,47 j 31
e 11
e 11
j 1,0 Z f = j 0,715 i 3( 1 )
V3( 1 )
j 0,715

j 0,3 32 i 3( 2 ) 0,47 j i 3( 2 )
j 0,2
12 32
22
V3
j 0,15 42

j 1,0

i3(0) = 0
e1 0,852
i3(1) = -i3(2) = = = − j0,514
Z1 + Z 2 + Z f j1,655

⎡I A 3 ⎤ ⎡i 3( 0) ⎤ ⎡ 0 ⎤
⎢I ⎥ = ⎢ ⎥
[A ] ⎢ i 3(1) ⎥ = ⎢− 234,47⎥ amp.
M B
⎢ B3 ⎥ 3U B ⎢ ⎥
⎢⎣ I C3 ⎥⎦ ⎢ ⎥
⎣i 3( 2 ) ⎦ ⎢⎣ 234,47 ⎥⎦

Tensões de componentes:
⎡ v 3( 0) ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡Z0 0 0 ⎤ ⎡i 3( 0) ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡ j0,175 0 0 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢ v 3(1) ⎥ = = ⎢e11 ⎥ − ⎢ 0 Z11 0 ⎥ . ⎢ i 3(1) ⎥ = ⎢0,852 ⎥ − ⎢ 0 j0,47 0 ⎥x
⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ v 3( 2 ) ⎥ ⎢
⎣ ⎦ ⎣
0 ⎥ ⎢ 0 0 Z ⎥ ⎢ ⎥
22 ⎦ ⎣ 3( 2 ) ⎦ ⎣
i ⎢ 0 ⎥⎦ ⎢⎣ 0 0 j0,47 ⎥⎦
⎣ ⎦

⎡ 0 ⎤ ⎡ 0 ⎤
x ⎢− 0,514 j⎥ = ⎢0,609⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ 0,514 j ⎥⎦ ⎢⎣0,242⎥⎦

Tensões fase-fase:
⎡ VAB3 ⎤ ⎡ VAN − VBN ⎤ ⎡ 167,3/14 ⎤
o

⎢ V ⎥ = ⎢ V − V ⎥ = ⎢81,5/ − 90o ⎥ [ KV]


⎢ BC3 ⎥ ⎢ BN CN ⎥ ⎢ ⎥
⎢ o⎥
⎢⎣ VCA 3 ⎥⎦ ⎢⎣ VCN − VAN ⎥⎦ ⎣167,3/166 ⎦

2202
Nota: VBC3 = Zf.IB3 = (j0,715 . ) [Ω] . (-234,47 A) =
100
= -81,140V (erro de 0,44%)
134

Barras 2 e 4 e barramento ∞: procede-se como em “d.1”


__________________________________________________________

6- Uma falta entre duas linhas e terra ocorre nas linhas b e c no ponto P
do circuito cujo diagrama unifilar é mostrado na figura abaixo. Determine
a corrente subtransitória na fase b da máquina 1.
Considere que a máquina 2 seja um motor síncrono, funcionando com a
tensão nominal. Ambas as máquinas têm valores de 1250 KVA, 600 V,
com reatâncias X”1 = X2 = 10% e X0 = 4%. Cada transformador trifásico
tem valores nominais de 1250 KVA, 600∆ - 4160Y V, com reatância de
dispersão de 5%. As reatâncias da linha de transmissão são X1 = X2 =
15% e X0 = 50%, numa base de 1250 KVA, 4,16 KV.

1 T1 T2
P 2

L L

Solução:
Diagrama seq. (+):

G M
Va 1
j 0,1 L L j 0,1
P
L L L
j 0,05 j 0,15 j 0,05
A impedância equivalente de Thevenin será: Z1 = j0,1.

Obs: Considerando que, neste exemplo, todas as impedâncias de


seqüência (+) e (-) são iguais, então = Z2 = Z1 = j0,1.

Diagrama seq. (0):

L 3 Zn L 3 Zn
Ia0T
L j 0,04 P L j 0,04
L L L
IA0G j 0,05 j 0,05 j 0,05

A impedância equivalente de Thevenin será: Zo = j0,0458 pu.


135

Correntes de componentes simétricas, no ponto da falta:


E a1 ( Z 0 + Z 2 )
Ia1 = = − j 7,607 pu
Z1 . Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 )
Z 0 . E a1
Ia2 = - = j2,390
Z1Z 2 + Z 0 ( Z1Z 0 )
− E a1Z 2
Ia0 = = j5,217
Z1Z 2 + ( Z1 + Z 2 )( Z 0 )

Correntes de linha:
Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = zero
Ib = a2Ia1 + aIa2 + Ia0 = 11,67/137,9o pu
Ic = aIa1 + a2Ia2 + ia0 = 11,67/42,11 pu

A corrente de falta será: If = Ib + Ic = eIa0 = j15,651 pu (em Amperes:


2.715/90o [A])

Cálculo das correntes de componentes, nos ramos:

.Sequência positiva:
Va1 = E - Ia1Z1 = 1 - (-j7,607 . j0,1) = 0,2393 pu

Reaplicando esta tensão (agora conhecida) para o ramo do gerador:


E a − Va1 1 − 0,2393
Va1 = Ea - ia1G(Z1G + ZT1) ⇒ Ia1G = = = − j5,0713
Z1G + Z1T1 j0,15
Analogamente, para o ramo do motor:
E a − Va1 1 − 0,2393
Ia1M = = = − j2,54
( Z L + Z1T2 + Z1M j0,3

Sequência negativa:
0,2393
Va 2 = − I a 2 Z 2 ⇒ I a 2 G = = j1,595 pu
= (Va 1 ) − j 0,15

Sequência zero:
136

⎧ Va 0
⎪I a 0G = =0
⎪⎪ ∞
Va0 = -Ia0.Z0 ⎨
⎪ Va 0
⎪I a 0T = = − j4,78
⎪⎩ j0,05

Admitindo que o transformador Y∆ tem a seguinte convenção:

a H1 X1 A
b B
H2 X2
c C
H3 X3

As correntes no gerador (∆ do transformador) serão:


IA1G = Ia1G/-30o = -j5,0713/-30o = 5,0713/-120o
IA2G = Ia2G/30o = 1,595/120o
Ia0G = 0 (entretanto IA0T = IaoT)

As correntes de linha, no gerador, serão:


IAG = IA1G + IA2G = 6,03/-106,76o
IBG = a2IA1G + IA2G . a = 6,03/106,76o
ICG = a.IA1G + a2IA2G = 3,48/0o
1250 MVA
Sendo: IBASE = = 1202,85 A
3. 600 volts
IFASE”B” (em amperes) = 7253,18 /106,76o
______________________________________________________

7- Um gerador alimenta um motor através de um transformador Y-∆. O


gerador está ligado do lado Y do transformador. Uma falta ocorre entre
os terminais do motor e o transformador. Os componentes simétricos da
corrente que circulam do motor para a falta são Ia1 = -0,8 - j2,6 pu, Ia2 = -
j2,0 pu e Ia0 = -j3,0 pu. Do transformador para a falta, tem-se: Ia1 = 0,8 -
j0,4 pu, Ia2G = -j1 pu e Ia0 = 0. Considere, tanto para o motor como para o
gerado,r X1 = X2. PEDE-SE:
a) Descreva o tipo de falta.
Determine:
(b) a corrente na falta em pu e,
(c ) a corrente em cada fase do gerador em pu.

Solução:
Diagramas de sequência:
137

(+) (-) (0)


Ia2M I a oG =0 L ZM O
Ia1G I a1M I
F1 a2G F2 Fo
L L L L L L L L
ZG1 ZT 1 ZM 1 ZG 2 ZT 2 ZM 2 ZG O ZT O
I doM

Figura 4.50 -
a) Tipo de falta:
Ia1 = Ia1M + Ia1G = -j3 pu
Ia2 = Ia2M + Ia2G = -j3 pu
Ia0 = Ia0M + Ia0G = -j3 pu
Sendo Ia1 = Ia2 = Ia0, a falta deverá ser FASE-TERRA.

b) A corrente de falta será:


If = Ia1 + Ia2 + ia0 = -j9 pu

c) Correntes no gerador:
Inicialmente vamos admitir as seguintes ligações:

a H1 X1 A
b B
c H X
C
H X

Figura 4.51 -
o
Va1 = VA1/30 ou: VC1 = jVa1
Va2 = VA2/-30o ou: VC2 = -jVa2

Assim:
Ia1G(y) = IA1G(∆)/30o = (0,8 - j0,4) /30o = 0,894/-26,565o + 30o = 0,894/3,435
Ia2G = IA2G(∆)/-30o = -j1/-30o = 1/-120o
Ia0G(y) = Ia0G(∆) = zero:

As correntes no gerador serão:


IAGy = Ia1G(y0 + Ia2G(y) = 0,9024/-64,20o
IBGy = α2.Ia1G(y) + αIa2G(y0 = 1,0/-53,12o
iCGy = αIa1G(y) + α2Ia2G(y) = 1,893/121,62o

IMPORTANTE
Caso fosse adotada a convenção abaixo:
138

a H B
1 X1
b C
c H2 X2 A
H3 X3

Va1 = VB1/30o ou VA1 = jVa1


Va2 = VB2/-30o ou VA2 = -jVa2

Então as correntes seriam:


Ia1G(y0 = -jIA1G(∆) = -j(0,8 - j0,4) = -j0,894/-26,565 = 0,894/-116,57o
Ia2G(y) = jIA2G(∆) = jIA2G(∆) = j(-j1) = 1

As correntes no gerador serão:


IAGy = 0,894/-116,57 + 1 = 0,9997/-53,11 ≅ 1/-53,12o = antigo IBG
IBGy = 1/240o . 0,894/-115,57o + 1/120o . 1/0o =1,8932/121,62o ←antigo
ICG
ICGy = 0,9024/-64,20o ← antigo IAG

Você também pode gostar