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Hyde
Capítulo 2-
Naquela noite, Utterson, advogado, analisou o testamento do Dr. Henry Jekill,
manuscrito, que estava guardado em seu cofre. O testamento deixava claro que
Hyde era o beneficiário dos bens do médico cientista em caso de
desaparecimento ou ausência inexplicável. Pensando na história contada por
Enfield, fica preocupado e decide fazer uma visita ao ex-colega de escola e
grande amigo, Dr. Lanyon, para tentar entender por que Hyde está incluído no
testamento. Lanyon, afastado de Jekill há quase uma década, por achar que o
médico assumiu uma postura que não o agrada, não ajuda. Utterson vigia a
porta por alguns dias, encontra Hyde e conversam. Utterson como Enfield tem
sensação ruim e teme pela vida de Jekill. Utterson vai à casa de Jekill, o
mordomo Poole diz que Jekill não está, mas confirma para Uttersonm que o Sr.
Hide tem a chave da edícula dos fundos e que todos os criados são orientados a
obedecê-lo. Utterson sai convencido de que Jekill está sendo chantageado por
Hyde, talvez por coisas que tenha feito no passado. Utterson sai preocupado
com Jekill.
Capítulo 3-
Duas semanas depois, Jekill convida alguns amigos para jantar e entre eles,
Utterson, que é o último convidado a ir embora e aproveita para perguntar a
Jekill sobre o testamento e desaprovar os termos do documento, pois soube
algumas coisas sobre Hyde. Jekill fica pálido ao ouvir o nome de Hyde e diz que
sua relação com Hyde é estranha e dolorosa. Utterson insiste, e Jekill diz que
pode se livrar de Hyde quando quiser e Utterson não deve se preocupar mais.
Assegurou-se de que os termos do testamento serão respeitados e conclui
que apenas se faça a justiça, se for necessário .
Capítulo 4-
Quase um ano se passa, numa noite de outubro, há o assassinato de Sir
Danvers Carew , respeitado cavalheiro londrino, presenciado por uma
empregada que reconheceu o Mr. Hyde como o assassino. A empregada
desmaiou ao presenciar a agressão. No bolso da vítima, a polícia encontrou uma
carta endereçada ao advogado Utterson , que, chamado, identificou a vítima.
Utterson reconheceu uma bengala quebrada, que foi usada como a arma do
crime, pertencendo ao Dr. Jekill.
Utterson leva os policiais até à casa de Hyde e a revistam. Percebem que o
mesmo saiu às pressas e atrás de uma porta encontram a outra metade da
bengala usada no crime. O inspetor quis colocar cartazes de
“PROCURADO” pela cidade, com o rosto de Hyde estampado neles, mas
descobre ser impossível, pois Hyde nunca fora fotografado e as pessoas que o
viram são incapazes de descrevê-lo.
Capítulo 5-
Mr. Utterson( o advogado) é recebido por Poole (mordomo)na casa de Dr
Jekill e é levado ao laboratório, do lado de fora da casa e encontram Jekill
doente. Utterson quer saber se Jekill esconde Hyde e este garante que nunca
mais colocou ou colocará os olhos nele. Utterson continua preocupado com
os termos do testamento e o que podem representar para a segurança de de
Jekill. Utterson parte levando o bilhete que recebeu de Jekill, escrito
supostamente por Hyde, dizendo que não mais causará problemas ao doutor.
Ao chegar em casa, Utterson mostra o bilhete ao seu contador e especialista em
grafologia, Mr Guest.Este acha que o bilhete foi escrito de modo estranho. Nesse
momento, um empregado traz um convite de Jekill para Utterson.
Analisando e comparando ambas as caligrafias, Guest conclui q1ue são
similares, com pontos em comum, mas com inclinação oposta. Após ficar
sozinho, Utterson guarda o bilhete no cofre , certo de que seu amigo Jekill
forjou o bilhete para encobrir Edward Hyde.
Descrição da casa.
Capítulo 6-
Ninguém deu a Scotland Yard informações sobre o assassinato de Carew .Hyde
nunca mais foi visto. Jekill , saudável, voltou a receber os amigos. De uma hora
para outra, Poole impede Utterson de visitar Jekill. Utterson preocupado com a
saúde de Jekill , resolve visitar o Dr Lanyon, mas este está doente, em profundo
estado de terror e diz que nunca mais quer ouvir falar de Jekill e que o
considera morto.
Em casa, escreve uma carta a Jekill querendo saber o que houve entre os dois
ex colegas. No dia seguinte, a resposta de Jekill , em forma de carta enigmática,
vem afirmando que também não quer ver nunca mais Lanyon.
Lanyon morre três semanas depois e Utterson recebe uma carta com dois
envelopes, sendo instruído a abri-la após a morte ou desaparecimento de Henry
Jekill. Fiel ao pedido, coloca o envelope no cofre.A partir desse3 dia, tenta
reencontrar Jekill, mas o mordomo Poole não permite sua entrada à casa. Jekill
está vivendo sozinho em seu laboratório e não quer ver ninguém.
Capítulo 7-
É domingo e o advogado Mr. Utterson e seu amigo Enfield estão caminhando
pelas ruas de Londres. Eles passam novamente pela porta de Hyde(aquela que
haviam combinado de nunca mais falar) e voltam a falar sobre Hyde e a repulsa
que se sente ao olhar para ele. Ambos decidem virar a esquina e tentar
conversar com Jekill. O encontro dos três é bastante DRAMÁTICO: Jekill à
janela, doentio e desanimado, diz aos dois que sente que sua morte está
próxima e que será um grande alívio para ele mesmo. Recusa-se a caminhar
com os dois e diz aos dois que os convidaria a subir, se não fosse a
desorganização. Após dar um rápido sorrriso aos amigos, muda sua fisisonomia
e sua face torna-se aterrorizadora e desesperada, o que deixa os observadores
assustados. Jekill fecha a janela violentamente e os dois vão embora pálidos e
perturbados
Capítulo 9-
Segundo Lanyon escreve, Jekill mandou a ele uma carta pedindo-lhe o favor de
ir à sua casa , entrar no laboratório e pegar todo o conteúdo de uma determinada
gaveta. Depois Lanyon deveria levar tudo para a casa dele e entregar a uma
pessoa que iria buscar.
Contrariado,Lanyon fez o favor a Jekill. Um homem pequeno, deformado,
usando roupas que ficavam muito grandes para ele foi à casa de Lanyon buscar
o conteúdo da gaveta. Pegou o frasco e perguntou se Lanyon queria ver o que
iria acontecer. Amendrontado, mas curioso aceitou ver. Ao beber a poção, a
figura deformada deu um grito, contorceu-se e seu corpo como se derreteu,
Dndo lugar a figura esguia e alta que Lanyon reconheceu ser Henry Jekill.
Presenciar a transformação e ouvir os relatos de Jekill fizeram que Lanyon
ficasse totalmente descrente da medicina, da humanidade e de seus
conhecimentos científicos. A criatura que havia entrado em sua casa era Edward
Hide, o assassino de Sir Carew , e se transformara em Jekill.
Capítulo 10-
Em um relato em primeira pessoa, Jekill fala de sua infância, de como se tornou
um médico famoso, distinto e de suas primeiras experiências tentando estudar
a natureza dual do ser humano. Jekill afirma que estudou e refletiu muito, antes
de começar seus primeiros experimentos. Ele diz ter tomado a poção pela
primeira vez e ter experimentado a sensação de ser uma pessoa totalmente má.
Ele afirma que ao olhar-se no espelho, sua aparência física ficou mudada.
Ao voltar a ser Jekill, ele passa a sentir necessidade de tomar novamente a
poção, para viver a liberdade de ser outra pessoa, de estar no corpo de Hyde,
pois este era jovem e vigoroso. Jekill sentia que mesmo que Hyde fizesse coisas
erradas, ele estaria isento de culpa, já que eram pessoas diferentes.
Aos poucos, a transformação em Hyde passou a fugir do controle do médico e
Jekill começou a temer o contato com as pessoas e a possibilidade de feri-las
sem querer, caso se transformasse em Hyde subitamente. Jekill afirma que
tentou abandonar Hyde após descobrir que havia assassinado uma pessoa, mas
não conseguiu manter sua decisão. Hyde começou a lutar para assumir a vida
de Jekill. Certo dia, mesmo sem tomar a poção, transformou-se em Hyde e teve
de pedir ao amigo Lanyon para ir ao laboratório pegar o antídoto. Naquela noite,
Lanyon presenciou a transformação de Hyde em Jekill, e isso foi demais para o
amigo, que veio a falecer.
Jekill não era mais capaz de controlar Hyde, que assumia seu corpo quando bem
quisesse. Assim, Jekill planeja eliminar Hyde da maneira mais drástica possível:
suicídio.
Observações:
Escrita para o grande público, que já conhecia este autor através do folhetim A
Ilha do Tesouro, a novela, apesar da linguagem simples e de fácil entendimento,
tem uma forma que privilegia o suspense. Os capítulos e o enredo, com traços
de novela policial - um crime, um grande mistério e alguém tentando desvendá-
los - se encaixam perfeitamente, de modo que todos os elementos da narrativa
se esclarecem somente no desenlace da história.
...o fog ainda sobrevoava lento, asfixiando a cidade, onde lampiões brilhavam
como gemas preciosas; e trespassando as camadas opressoras deste sufocante
nevoeiro, a procissão da vida urbana estendia-se (...)
Resumo
Sr. Utterson, o advogado, Dr. Henry Jekyll, o médico, e Edward Hyde, sem
profissão definida, são as três pessoas envolvidas diretamente na trama
novelesca, no mistério da obra.
O que teria levado Dr. Jekyll, homem recatado, elegante, de finas maneiras, a
proteger, até depois de sua morte, Edward Hyde, um criminoso de feições
grosseiras e hábitos estranhos e assustadores?
Segundo as teorias de Dr. Jekyll, o homem, na verdade, não é apenas um, mas
dois. Todo ser humano é dotado de duas naturezas completamente opostas
equilibradas de acordo com sua saúde mental. Uma é boa, aquela que traz
admiração das pessoas, compaixão dos mais velhos, elogios dos amigos e da
esposa ou namorada; outra é má, aquela que é violenta, agressiva, mal-educada,
feia e temida por todos. Quando bem distribuídas, com pequenas alternâncias
de estado, o homem pode ser considerado normal, mas há os casos em que uma
natureza se sobrepõe a outra, tentando se libertar. O problema torna-se grave
quando quem alcança a liberdade é o lado negativo, gerando as fatalidades que
estamos acostumados a presenciar nos noticiários.
Com base nessas idéias, o médico e cientista, Dr. Jekyll dedicou anos de estudo
em busca de uma fórmula que fosse capaz de trazer à tona a natureza má do ser
humano. Enfim, ele conseguiu.
O livro tem início com a presença de Sr. Utterson, o advogado de Dr. Jekyll,
caminhando pelas ruas silênciosas de Londres ao lado de seu parente, Sr.
Richard Enfield, a quem ele narra os estranhos acontecimentos envolvendo uma
porta e uma figura misteriosa. Ele diz que presenciou o momento em que um
homem de aparência detestável, que andava a passos largos, atropelou uma
criança que vinha em sentido contrário, deixando-a aos berros na calçada. Após
perseguido e trazido ao local do acidente, o monstruoso homem, que se
chamava Hyde, disse que estaria disposto a pagar pelos prejuízos causados à
família da menina. Não acreditando na afirmação daquele sujeito horrendo, Sr.
Utterson foi com ele até uma estranha porta e ficou estarrecido quando recebeu
um cheque com fundos. A narração termina com a promessa de Sr. Utterson em
realizar uma pesquisa sobre o Sr. Hyde a todo custo.
Stevenson utiliza de uma história horripilante para nos mostrar a dicotomia que
nos constitui. Dr. Jekyll cria uma droga para liberar esse outro lado de sua
personalidade, para fugir de seu “eu” politicamente correto de sempre. O
problema acontece quando ele perde o controle das transformações, deixando
todos ao seu redor a mercê do obscuro Hyde.