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A Lenda da Mandioca

Narrador: Essa é uma história que conta a origem da mandioca, uma comida incrível e tão
essencial para os indígenas e até para nós hoje em dia, faz parte de nossa cultura brasileira
e da nossa alimentação do dia a dia.

Entra o cacique, mãe da Maní, e os indígenas figurantes.

Narrador: Certo dia, numa aldeia indígena, a filha do Cacique - chefe da aldeia - apareceu
grávida de uma criança. Mas por ela não ser casada ou ter algum namorado, seu pai não
acreditava que ela simplesmente tinha aparecido grávida, então desde que a notícia tinha
sido contada, ele sempre fazia a mesma pergunta:

Cacique: Anda, me diga logo, quem é o pai dessa menina?


Ele diz um pouco irritado.

Mãe de Maní: Pai, eu já lhe disse várias vezes, eu não sei! Por que você não acredita em
mim logo, e simplesmente aceita o nascimento de sua neta?
Ela fala cansada de ouvir a mesma pergunta todo dia.

Cacique: É impossível de acreditar, não dá pra aparecer grávida do nada sem ter um pai!
Fala ainda com raiva.

Todos saem da cena, enquanto o cacique e uma figurante (que vai fazer uma voz
anônima no sonho) entram na cena.

Narrador: As coisas ficaram assim por vários dias, o cacique vivia perguntando para a filha
se ela estava junto com alguém, mas ela sempre negava. Até que certa vez, quando foi
dormir, ele teve um sonho que finalmente o fez acreditar em sua filha.

Voz: acredite em sua filha, velho cacique, ela te diz a verdade..


A voz começa a sair de cena.

Cacique: Como? É impossível a criança não ter um pai! Volte, me explique direito!
Ele fala implorando.

Narrador: Quando acordou, lembrou de seu sonho e ficou se perguntando se acreditava ou


não na sua filha, então decidiu perguntar uma última vez à ela.
Entra o cacique e a mãe da Maní

Cacique: Minha filha, diga-me, quem é o pai da criança?

Mãe de Maní: Eu já te disse, pai, eu não sei quem é, por que não acredita em mim de uma
vez por todas? Eu nunca vou mudar minha resposta, é a pura verdade!

Cacique: Certo então, vou decidir acreditar em você, mas espero ter feito uma boa escolha.
Fala de uma forma incerta mas contente.

Eles saem de cena e se preparam pra próxima.

Narrador: Meses se passaram até que finalmente chegou a hora do bebê nascer. Quando o
parto terminou, todos da aldeia ficaram surpresos, pois a criança nascida, não tinha uma cor
de pele igual a deles, era branca, algo que nunca havia acontecido naquela região.
Deram-lhe o nome de Maní, e como se já não bastasse, se sua pele já era diferente, ela já
saber andar e falar logo depois de nascer, não melhorou as coisas.
Um ano e meio se passou desde o seu nascimento, e algo inesperado aconteceu quando
Maní estava com algumas pessoas ao redor do lago.
Mani se deita no chão lentamente.

Indígena 1: O que ela tem? Por que ela se deitou do nada?

Indígena 2: Ela não tá se mexendo, nem respirando. Rápido, chamem os curandeiros e a


família dela, rápido!
Fala se abaixando perto de Maní.

Indígena 1 sai correndo atrás das pessoas, todos chegam e os curandeiros tentam
dar remédios para Maní, mas não conseguem nenhum resultado, a família começa a
se mostrar triste pela perda.

Narrador: Maní deixou todos naquela manhã, sem nenhuma aviso, sem nenhuma doença,
apenas com um lindo sorriso no rosto. Sua morte devastou toda a aldeia, era uma garota
tão doce, tão simpática...
A mãe da menina decidiu enterrar sua filha em sua Oca, e todos os dias ia regar seu
túmulo. Mas depois de um certo tempo, no mesmo lugar do túmulo de Maní, nasceu uma
planta desconhecida, que logo a mãe dela foi correndo contar para a aldeia.

Mãe de Maní: Rápido, vejam! Tem alguma planta no túmulo da minha filha!

Cacique: Vocês dois (aponta para os indígenas figurantes), vão já desenterrar o túmulo
para ver o que é aquela planta!

Os dois figurantes correm até o túmulo e desenterram a planta misteriosa.

Indígena 1: O que é essa raiz?

Indígena 2: Não sei, mas acho melhor chamar primeiro o cacique e sua filha, para
decidirem o que fazer com isso.
Eles vão chamar os dois.

Cacique: O que é isso?

Mãe de Maní: O que estão esperando? Abram isso, tentem cozinhar, façam alguma coisa!
Narrador: Assim fizeram, abriram e cozinharam a planta, logo depois deram nas para
algumas pessoas da tribo provarem.

Cacique: Isso é ótimo, é a melhor coisa que já comi!

Indígena 2: Isso só pode ser presente de Tupã! Algo tão incrível deve ter sido enviado por
ele!

Mãe de Maní: Por matar nossa fome, isso é algo que merece ser celebrado. E como uma
forma de homenagear minha filha, por ter originado essa raiz, vou chamar de Madioca, seu
nome, e por ter sido encontrada na oca em que foi enterrada.

Narrador: Assim se deu a origem da nossa tão amada Mandioca. Que hoje é tão valorizada
na nossa cultura, uma planta digna de ser homenageada por nós.
Encerramento

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