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07/11/2015 Outlook.com ­ dmhatada@hotmail.

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A OMC e a Conferência de Bali

por Roberto Azevedo em 03/02/2014
Introdução

Há pouco mais de um ano, em dezembro de 2012, foi anunciada minha candidatura à posição de
diretor­geral da Organização Mundial do Comércio. Tinha plena consciência dos desafios do processo
de seleção e dos riscos, ainda maiores, que me aguardariam caso viesse a ser bem­sucedido na disputa
para a chefia da Organização. Com o mandato do novo diretor­geral iniciando­se em setembro de
2013, a 9ª Conferência Ministerial da OMC, em dezembro do mesmo ano, se impunha, de forma
inescapável, como o grande desafio daquele que viesse a dirigir a Organização.

Desde o início da campanha até o último dia da Conferência Ministerial, não hesitei em assumir o
risco de expressar o desafio que se apresentava aos membros da OMC. Se falhássemos em Bali, o
sistema multilateral de comércio estaria em xeque. A OMC, evidentemente, seguiria existindo, mas
limitada basicamente a um trabalho de rotina: supervisionar os acordos existentes e solucionar
disputas relacionadas a eles. O braço negociador da Organização, no entanto, teria sua credibilidade
definitivamente comprometida se não conseguíssemos, em Bali, atingir um resultado acordado entre
os membros a respeito dos temas que estavam sobre a mesa.

Como se sabe, as regras multilaterais que hoje pautam o comércio internacional foram acordadas em
1994, ao final da Rodada Uruguai. É evidente que a realidade do mundo dos negócios de hoje é
bastante distinta daquela da década de 1980, que essencialmente pautou os parâmetros daquela
Rodada. Apenas para ficar com um exemplo, naquela época a internet era virtualmente inexistente.
Em 1995, a China, hoje maior potência comercial, era apenas o 11º exportador mundial. A atualização
das disciplinas multilaterais de comércio é absolutamente necessária para a relevância e eficácia da
OMC. Apesar de este entendimento ser amplamente compartilhado pelos membros da Organização, a
definição de novas regras não é algo trivial.

Neste contexto se insere a importância da Conferência Ministerial de Bali. Desde 2001, os membros
da OMC buscam avançar a Agenda de Doha para o Desenvolvimento (DDA, na abreviação em
inglês), mandato negociador ambicioso resultante da Conferência Ministerial ocorrida naquele ano no
Catar. As negociações mandatadas em Doha incluem diversos temas como agricultura, serviços,
propriedade intelectual, acesso a mercados para bens industriais, comércio e meio ambiente, revisão
de regras sobre defesa comercial, entre outros assuntos.
Confrontados com anos de impasse nas discussões da DDA, por ocasião da 8ª Conferência
Ministerial, em 2011, acordou­se que os membros deveriam avançar as negociações, na base do
consenso, onde o progresso pudesse ser alcançado, mesmo que postergando a conclusão da
empreitada única (single undertaking, no jargão genebrino, que quer dizer que nada está acordado até
que tudo esteja acordado).[1]

Esta é a origem mais imediata do chamado “pacote de Bali”. A partir do entendimento obtido em
2011, Desenvolvimento, Facilitação de Comércio e alguns elementos de Agricultura vieram a fazer
parte de uma agenda negociadora mais delimitada, mas destinada a produzir resultados concretos em
pouco tempo. O sucesso deste pacote negociador favoreceria a conclusão da agenda ambiciosa
adotada em Doha, mas que até então tinha­se mostrado apenas uma promessa. Apesar de as
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negociações mais recentes terem se focado portanto num conjunto limitado de temas, o fato é que
havia assuntos importantes e difíceis neste subconjunto da DDA e as negociações demoraram a
ganhar ritmo em Genebra.
O risco do fracasso era considerável mesmo no momento da abertura da Conferência Ministerial, em
Bali. Ainda assim naquela ocasião não tive dúvidas em afirmar o que o fracasso significaria para o
sistema. Observei que

[w]hat’s at stake is the ability of this institution to support growth and development – the contribution
we make to the lives of people on the street around the world. What’s at stake is the cause of
multilateralism itself. The multilateral trading system was never the only option for trade negotiations.
It always coexisted with, and benefitted from, other initiatives – whether regional or bilateral.[2]

Certamente muitos terão julgado arriscado o cenário que esbocei naquele momento, sobretudo porque,
poucos dias antes, em Genebra, tínhamos encerrado os trabalhos preparatórios para a Conferência e
ainda havia importantes questões em aberto. Restava claro que decisões políticas importantes e
difíceis precisariam ser tomadas em Bali se quiséssemos revigorar o sistema multilateral de comércio.
Bali não poderia ser uma Conferência protocolar. Como hoje se sabe, os ministros de Comércio de
todo o mundo estiveram à altura da responsabilidade que se lhes apresentava. Bali foi um sucesso: os
acordos obtidos na Conferência Ministerial têm grande valor econômico e simbólico. Esse resultado,
naturalmente, muda as perspectivas da OMC como fórum negociador.
Neste artigo, compartilho reflexões a respeito da Conferência Ministerial de Bali e seus impactos para
o sistema multilateral de comércio. Trato das negociações, primeiro em Genebra e depois em Bali.
Dedico­me ao processo e então aos resultados. Concluo este artigo com reflexões sobre as lições
legadas por essa Conferência Ministerial para a OMC e sobre o futuro pós­Bali.

O processo negociador em Genebra

O mundo não vai esperar pela OMC indefinidamente. O intervalo acabou. Com estas frases em meu
discurso de posse em 9 de setembro, destaquei o sucesso de Bali como prioridade absoluta.
[3] Naquele momento, pouco mais de 80 dias nos separavam da Conferência Ministerial.
Também no discurso de posse, compartilhei minha visão sobre elementos­chave do processo
negociador. Em primeiro lugar, embaixadores precisariam estar diretamente envolvidos na
negociação. Minha experiência de vários anos como embaixador do Brasil em Genebra me convencia
de que o envolvimento direto dos chefes de Missão seria indispensável para que as decisões
importantes fossem tomadas tendo presente o quadro geral das negociações. O trabalho técnico
certamente era componente fundamental do processo negociador; mas as decisões ali tomadas
dificilmente escapavam de uma lógica estreita e limitada às barganhas intra­tema. Era necessária uma
abordagem mais ágil e “horizontal”.
A verdade é que o caráter técnico e específico das discussões, especialmente sobre Facilitação de
Comércio, tinha feito da negociação um diálogo basicamente de especialistas. É verdade também que
o ceticismo em relação à possibilidade de sucesso em Bali fez com que alguns embaixadores
acompanhassem os temas a uma certa distância, sem envolvimento direto nos detalhes do que se
discutia. Os sucessivos fracassos relacionados às negociações anteriores certamente não favoreciam
um maior engajamento direto dos chefes de Missão.

Em Facilitação de Comércio, o fato é que no início de setembro havia mais de 600 colchetes no que

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era a versão número 17 de um acordo em discussão há cerca de dez anos. Para mudar a situação,
participação direta dos embaixadores e maior sentido de urgência seriam fundamentais. Isso se
aplicava também a outras áreas da negociação, em que decisões viriam a se mostrar ainda mais
difíceis e o envolvimento político de alto nível especialmente necessário.

Ainda no discurso de posse, expressei minha visão de que o envolvimento das capitais precisaria ser
maior. Decisões teriam que ser tomadas em pouco tempo e, para isso, a Chancelaria e/ou o Ministério
do Comércio dos diferentes membros teriam que estar envolvidos no processo negociador. Neste
aspecto, a mesma lógica acima se aplicava. Com a inércia das negociações em Genebra por vários
anos, autoridades comerciais de todo o mundo passaram a dedicar atenção a outras iniciativas,
sobretudo de caráter regional ou bilateral. As mesmas instruções negociadoras se repetiam ao longo
do tempo. Era evidente que precisaríamos de novas instruções das capitais se quiséssemos resultados
diferentes dos que vinham sendo obtidos.
Poucas semanas após minha posse, realizou­se em Genebra uma reunião de Senior Officials, o que
não ocorria há vários anos. Precisávamos convencer as capitais de que o sucesso em Bali era possível,
mas que, para isso, o envolvimento direto das autoridades próximas aos ministros seria um
componente­chave. Limitar a reunião dos Senior Officials ao formato 1+1 (Senior Official +
embaixador) contribuiu diretamente para que os próprios embaixadores buscassem dominar os
detalhes técnicos e difíceis que estavam sobre a mesa.

Apresentei ainda, no discurso de posse, minha visão sobre uma condução horizontal do processo
negociador. Todos os temas teriam que avançar simultaneamente, na expectativa de que
desenvolvimentos positivos numa área pudessem contribuir para avanços em outras. A confiança –
ativo tão escasso naquele momento – precisaria ser construída a partir de um processo gradual em que
avanços pudessem ser vistos em todos os temas em discussão. Esse conjunto de temas, vale lembrar,
compunha um equilíbrio já delicado que havia permitido a adoção do mandato negociador menos de
dois anos antes. Se quiséssemos resolver um assunto por vez – Agricultura, Desenvolvimento e
Facilitação de Comércio – possivelmente seríamos bloqueados pela desconfiança dos membros cujos
temas de maior interesse tivessem ficado para o último momento. Talvez nem mesmo conseguíssemos
definir a ordem dos temas a ser seguida. O processo horizontal naturalmente teve seus percalços, e a
eles dedico atenção mais à frente.

Finalmente mas não menos importante, deixei claro que, no que me cabia, o processo negociador seria
guiado pela transparência e pelo caráter inclusivo. As reuniões seriam abertas a todos os membros.
Cada país – independente de seu tamanho – que tivesse um interesse, uma dificuldade específica, era
convidado a expor sua preocupação. Todos seriam ouvidos.
De todos, da mesma forma, pedia­se flexibilidade, criatividade e realismo a respeito do que poderia e
do que não poderia ser obtido no contexto daquela negociação. A todo o tempo, os membros eram
lembrados do que estava em jogo. Há dezoito anos a OMC não era capaz de assegurar um resultado
acordado entre seus membros a respeito de novas regras comerciais.

Com este espírito, os presidentes dos grupos negociadores, amigos dos presidentes e
facilitador[4] redobraram esforços para buscar avançar as negociações em suas respectivas áreas. Ao
mesmo tempo, em conjunto com eles, conduzi consultas em diferentes formatos, com o objetivo de
identificar sensibilidades, buscar flexibilidades adicionais e explorar ideias. O Secretariado da OMC,
devo dizer, contribuiu de maneira muito significativa para a preparação do trabalho técnico necessário

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para que essas consultas fossem proveitosas.

Em várias ocasiões, realizamos reuniões sobre temas específicos com as delegações que haviam
expressado maior sensibilidade em relação a eles. A composição desses encontros naturalmente
variava em função do tema e nenhuma delegação esteve presente em todas as reuniões. Desses
encontros, participavam países que representavam interesses os mais divergentes em relação a um
dado tema e exploravam­se soluções que pudessem ser aceitas pelo conjunto dos membros.
Naturalmente, uma proposta desenhada em formato reduzido ainda teria que ser testada em reunião
com a presença de todos. Nessas reuniões maiores, quando chegávamos a um ponto tratado nas
consultas informais, indicavam­se tanto a eventual proposta ou solução sugerida quanto os países que
participaram da reunião pequena. Muitas vezes a proposta vinda deste grupo menor de países era
objeto de adaptação durante a reunião em formato maior. De qualquer forma, o fato de terem estado
presentes nas reuniões menores países com interesses absolutamente opostos facilitava o
entendimento entre o conjunto maior dos membros. Este exercício facilitou a resolução de problemas
não apenas em vários trechos do que veio a ser o Acordo de Facilitação de Comércio, mas também
nos outros dois pilares de Bali.
Contribuíram para um diálogo efetivo entre os membros procedimentos como a chamada “regra dos
60 segundos”. Evidentemente que nem todas as intervenções se limitavam a um minuto, mas, por
vezes, lembrar deste princípio que frequentemente repetíamos ajudava a manter uma certa disciplina e
objetividade nos encontros. Igualmente, algo simples mas importante, a pontualidade no início das
reuniões nos ajudou a imprimir nova dinâmica ao ambiente negociador e reforçar o sentido de
urgência.

Ainda assim, o processo foi lento e penoso, com risco permanente de impasses incontornáveis. Cerca
de duas semanas antes da Conferência Ministerial de Bali, uma divergência nas discussões sobre
administração de cotas tarifárias para produtos agrícolas deixou toda a negociação no limiar do
rompimento por mais de 24 horas. Após muito esforço e criatividade, uma solução incomum permitiu
a superação do impasse. Acordou­se a adoção de uma lista de países que, numa futura revisão do
texto, reservariam seus direitos a respeito das regras sobre tratamento especial e diferenciado. Para
que a solução de fato prosperasse, seria necessário que o menor número possível de membros
desejasse fazer parte dessa lista. Esforços no sentido de desestimular adesões à tal lista ocorreram
praticamente até a Reunião Ministerial e, assim, o risco de que a solução falhasse esteve sempre
presente.

Nos últimos dias do processo de negociação em Genebra, os projetos de decisão relacionados a
Desenvolvimento estavam praticamente concluídos. Tínhamos igualmente projetos com alto nível de
convergência em Agricultura. Algumas delegações, no entanto, claramente haviam expressado
dificuldade com o texto sobre subsídio às exportações e outras começavam a dar sinais de que o
proposto na área de Segurança Alimentar era ainda insatisfatório.
As duas partes do Acordo de Facilitação de Comércio[5] haviam consumido os últimos finais de
semana dos negociadores em Genebra. No domingo antes de as delegações partirem para Bali, as
negociações começaram às 10 horas e avançaram o dia e a noite com cerca de 200 delegados
presentes discutindo a minuta do acordo projetada numa grande tela. Às 7 horas da manhã de
segunda­feira, depois de mais de treze horas ininterruptas de negociação, encerramos os trabalhos e o
processo negociador de Genebra com cerca de 40 colchetes ainda impedindo um acordo.

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Na terça­feira seguinte, dia 26 de novembro, convocado o Conselho Geral da OMC, o clima era de
crise. Disse aos membros que mais de 150 horas de negociação haviam sido investidas pelos membros
em reuniões grandes, em que todos os interessados puderam participar. A realidade, no entanto, se
impunha. O processo de Genebra tinha chegado ao seu final sem um acordo. Os documentos que
resultaram das negociações seriam usados apenas para informar os ministros dos trabalhos realizados,
mas não estavam prontos para adoção.
Ainda, havia o entendimento de que os textos precisariam ser adotados em seu conjunto. Mesmo
aqueles textos sobre os quais não havia divergência acabariam sendo sacrificados em razão da falta de
entendimento em outras áreas. Assim, a possibilidade de adoção de pacote parcial, defendida por
alguns, foi prontamente descartada.

Alguns membros sugeriram a possibilidade de se continuar a negociação em Genebra, depois de Bali,
convocando­se uma outra Reunião Ministerial para alguns meses depois. Expressei meu entendimento
de que não havia sido a falta de tempo que impedira um acordo em Genebra. Minha leitura era de que,
nas últimas 48 horas, os membros simplesmente haviam parado de tomar as decisões políticas difíceis
que ainda eram necessárias para a conclusão do acordo.
A avaliação que fiz aos membros naquele momento incluiu os seguintes comentários

At this point in time we cannot tell the world that weve delivered. And I will inform the ministers that
we have failed to find convergence. I will tell them that we came truly close to a successful outcome,
but that, once more, the finish line eluded us. (…) But it is up to you to find the solution that we all
want to see. We are almost there. If we are to get this deal over the line it will need political
engagement – and political will. Ministers will need to decide what future they want to see – both for
the issues on the table here today – and for the WTO.[6]

A Conferência Ministerial de Bali

Chegamos a Bali com um dilema aparentemente sem solução. Os textos de Genebra estavam
claramente inacabados, e havia o entendimento de que Conferências Ministeriais não ofereciam o
ambiente adequado para negociação de textos. Vários diziam que Bali não poderia ser uma
“Conferência negociadora”. Por outro lado, era também amplamente disseminada a visão de que
aquela oportunidade não poderia ser perdida.
A Conferência Ministerial de Bali foi aberta com mensagens políticas fortes do presidente da
Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, e do ministro de Comércio do país, presidente da
conferência. Nas palavras do ministro Gita Wirjawan:

We are close to agreement but we are not there yet. In evaluating what is on the table, we need to
remember that none of us will get everything we want in the negotiations. We need to find a balance
between what we want and what we can realistically achieve. This will not be easy. If it were easy, we
would not have taken over 12 years to reach this point. But that is the nature of international
negotiations. The need for flexibility, compromise and pragmatism is paramount. I trust we can all
bear that in mind as we work over the next few days to capitalize on the progress made in Geneva.[7]

O que se pressentia em Genebra confirmou­se em Bali. O projeto de decisão sobre Segurança
Alimentar, longamente discutido em Genebra, foi rejeitado pela Índia, com mensagem forte do
ministro de Comércio do país logo na primeira Sessão Plenária da Conferência.[8]

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Facilitação de Comércio ainda apresentava várias indefinições. Os membros sabiam, no entanto, que o
número relativamente elevado de colchetes no texto não era o melhor indicador das dificuldades
realmente existentes. Depois de muitas horas de consultas com os interessados a respeito dos
diferentes temas ainda em Genebra, as soluções possíveis passaram a ganhar contornos concretos. Em
alguns casos, as próprias partes interessadas apresentaram, em Bali, soluções que a rigor poderiam ter
sido acordadas em Genebra. Havia, no entanto, alguns temas em que a indefinição persistia.
Com vistas a solucionar o dilema da necessidade de avançar sem negociações, um grande número de
delegações sugeriu, em reunião plenária, que, na qualidade de diretor­geral, eu apresentasse aos
membros textos “limpos”. A ideia era que eu pudesse indicar aos ministros que soluções teriam maior
chance de atingir consenso e permitir, em Bali, a conclusão do pacote. Iniciou­se então um processo
intenso de consultas, relacionado sobretudo à Segurança Alimentar, área em que diferenças
substantivas haviam se tornado ainda mais evidentes a partir do início da Conferência Ministerial. Um
texto de minha responsabilidade apenas poderia ser apresentado aos membros se houvesse um
entendimento razoável a respeito do que poderia ser aceitável por todos neste tema.

Depois de longas consultas com as partes afetadas, ajustes no texto de Segurança Alimentar foram
propostos de modo a fazer a solução aceitável para todos.[9] Flexibilidade, criatividade e
pragmatismo contribuíram para a solução deste grande obstáculo. Na expectativa de que um acordo
pudesse ser finalmente alcançado, a Cerimônia de Encerramento da Conferência Ministerial foi
transferida para o dia seguinte.
Restava ainda resolver as indefinições sobre Facilitação de Comércio. Com a perspectiva de uma
solução para o tema da Segurança Alimentar, adquiriu força ainda maior o pedido dos membros para
que eu lhes apresentasse um texto que equacionasse as diferenças e eliminasse todos os colchetes
então presentes na versão que os negociadores concluíram em Genebra. O risco desta decisão era
considerável – mas não parecia haver outra alternativa.
O texto que finalizei não foi apresentado como algo que não pudesse ser tocado – não se tratava de
tudo ou nada. No entanto, a falta de tempo e o entendimento de que ele constituía uma solução
razoavelmente equilibrada fizeram com que, ao final, o conjunto que apresentei em Facilitação de
Comércio fosse adotado integralmente.

Ao enfrentar os colchetes que restavam no texto sobre Facilitação de Comércio, busquei ser tão fiel à
vontade dos membros quanto possível. Limitei mina contribuição ao que era absolutamente
necessário, com ajustes cirúrgicos para superar diferenças. Evitei surpresas: todas as soluções
propostas haviam sido baseadas em ideias e conceitos discutidos pelos membros. Tive grande
preocupação com equílibrio, tanto entre as duas seções do Acordo quanto dentro de cada seção.
Busquei ainda garantir que o Acordo respondesse adequadamente ao mandato negociador no que dizia
respeito à assistência para a implementação por parte de países em desenvolvimento e países de
menor desenvolvimento relativo (PMDRs). Finalmente – disse aos membros –, nenhum exercício
como esse poderia produzir um resultado perfeito para todos. O resultado ideal para um lado
facilmente seria inaceitável para o outro. O importante me parecia ser encontrar um equilíbrio com o
qual todos pudessem conviver.

Outro passo bastante inovador em contexto de Conferências Ministeriais foi dado na adoção da
declaração final do encontro. Possivelmente a Declaração Ministerial de Bali seja a única que não
tenha resultado de um processo negociador ocorrido diretamente entre os membros. Não se negociou
um texto em Genebra por absoluta falta de tempo e de clareza a respeito do que se poderia atingir na

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Conferência Ministerial.
Tendo em conta o quadro geral das negociações em Bali, ao propor o conjunto de textos aos
ministros, apresentei também uma sugestão de Declaração Ministerial, enxuta, mas com um parágrafo
muito importante sobre a agenda pós­Bali. Claramente, aquela Conferência não poderia ser um fim
em si mesma, mas teria que servir de recomeço para a função negociadora da Organização. Acordou­
se que um plano de trabalho a ser negociado nos próximos doze meses viria a definir como lidar com
os temas pendentes da Rodada Doha. Essa agenda prospectiva, contida na Declaração Ministerial, foi
muito importante para dar maior confiança àqueles que temiam o abandono da Rodada e dos temas de
desenvolvimento após a conclusão do pacote de Bali. Deixamos claro e inequívoco que Bali era
apenas o começo de nossa jornada.

Superou­se ainda, também com boa dose de pragmatismo dos interessados, uma última questão,
relacionada à liberdade de trânsito no contexto das discussões sobre Facilitação de Comércio. Como
amplamente divulgado, Cuba manifestou dificuldade em aceitar o texto tal qual proposto e defendeu
referência, no pacote de Bali, à não discriminação em matéria de mercadorias em trânsito.
O tema em questão colocava­se claramente no contexto do embargo norte­americano a Cuba –
assunto, como se sabe, de altíssima sensibilidade política. Levantado por várias vezes em Genebra,
este tema, em função de sua própria natureza, era intratável no âmbito do processo preparatório da
Conferência. Em Bali, o momento e as circunstâncias políticas certamente eram outros. Após muitas
horas de negociação que se prolongaram por toda a madrugada, acordou­se um ajuste na Declaração
Ministerial com este objetivo, o que permitiu que fosse logrado consenso sobre o conjunto dos
acordos.

Este último impasse se resolveu apenas duas horas antes do horário previsto para a Cerimônia de
Encerramento, que, como mencionei, já havia sido postergada por um dia no intuito de se assegurar o
acordo. Sabíamos que o encerramento não poderia ser novamente adiado sem prejuízo do pacote.
Alguns ministros­chave já estavam a caminho do aeroporto e outros partiriam em poucas horas.
Alguns deles iriam participar de uma reunião da Parceria Transpacífica que ocorreria no dia seguinte
em Cingapura. Às 10 horas do dia 7 de dezembro, sábado, retomou­se a reunião de ministros, que
acolheu o ajuste pontual feito à Declaração Ministerial. Uma grande salva de palmas se seguiu a este
anúncio. Na sequência, a reunião de ministros foi convertida em Cerimônia de Encerramento e o
pacote de Bali então foi adotado por consenso, em momento emotivo, que descortinava a esperança de
novos avanços no plano multilateral.
Finalmente, é importante notar que Bali deve seu sucesso também à liderança exercida por alguns
ministros. Se é verdade que todos contribuíram para o resultado positivo, é também correto afirmar
que habilidades pessoais de alguns, especialmente de coordenadores de grupos, mostraram­se
essenciais nas consultas realizadas durante os dias e as noites da Conferência Ministerial. O ministro
das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado, certamente está entre os que
contribuíram diretamente para a construção do consenso que nos permitiu chegar ao pacote de Bali.

Os resultados acordados

Dedico­me a fazer breves comentários sobre os resultados acordados em Bali, em cada uma das três
grandes áreas de negociação.[10]
Começo com Agricultura, pedra angular da DDA, na qual a OMC tem trabalhado desde 2001. As
questões ligadas à Agricultura revestem­se de enorme importância e o pacote de Bali produziu um

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bom número de resultados expressivos nesta área.
O acordo de Bali nos permite, por exemplo, avançar no caminho que conduz à reforma dos subsídios
à exportação e de medidas de efeito análogo. Ele faz progresso concreto no sentido de uma melhor
implementação dos compromissos assumidos na Rodada Uruguai em matéria de cotas tarifárias. Há
igualmente uma reafirmação e um aprofundamento dos compromissos políticos assumidos em Hong
Kong, em 2005, sobre a liberalização do comércio e a redução de apoios distorcivos concedidos ao
algodão – tema de grande importância para países africanos que cultivam esse produto.
O pacote também oferece proteção temporária para programas de Segurança Alimentar de países em
desenvolvimento, permitindo a estocagem de cereais para posterior distribuição às populações
desfavorecidas. Como sabemos, alguns daqueles países poderiam estar expostos a questionamento na
OMC por ultrapassar os limites estipulados no Acordo Agrícola para determinados tipos de apoio
doméstico.
Além dessa proteção temporária contra questionamentos jurídicos, o acordo de Bali determina que
uma solução permanente seja negociada e concluída antes da 11ª Conferência Ministerial, que se
realizará dentro de quatro anos.
O segundo pilar do pacote de Bali é o Desenvolvimento. Neste âmbito, um mecanismo de supervisão
possibilitará a análise e o reforço de dispositivos de tratamento especial e diferenciado para países em
desenvolvimento, que constam de todos os textos multilaterais da OMC. É uma realização
fundamental para o equilíbrio e a eficácia do sistema multilateral.
Há também uma série de medidas específicas voltadas para o apoio aos países de menor
desenvolvimento relativo (PMDRs). Elas incluem reformas que permitirão que prestadores de
serviços nesses países se beneficiem de novas oportunidades de exportações para os mercados de
países desenvolvidos. O pacote contém ainda medidas de simplificação das regras de origem, que
também contribuirão para a abertura de novas oportunidades de exportações de bens daqueles países
especificamente. No âmbito deste pilar, também veremos melhorias em regimes de preferências
comerciais que estendem isenção de tarifas e cotas às exportações dos PMDRs.
O terceiro e último pilar é a Facilitação de Comércio que, como se sabe, tem por objetivos a
simplificação, a transparência e a modernização dos procedimentos aduaneiros e administrativos, com
a consequente redução de custos de transação ao comércio. O Acordo sobre Facilitação de Comércio
será capaz de proporcionar um significativo – e hoje muito necessário – impulso à economia global,
estimulando o crescimento e a criação de empregos. Estima­se que a economia global deverá se
beneficiar com recursos adicionais que podem girar em torno de USD 1 trilhão por ano – além de
poder gerar até 21 milhões de postos de trabalho em todo o mundo.
Este acordo também assegura de maneira significativa a prestação de assistência técnica com vista ao
apoio às economias em desenvolvimento e aos PMDRs na implementação dessas reformas
modernizantes, facilitando assim a sua integração nos fluxos comerciais mundiais.
As estimativas podem variar mas, uma vez implementado o acordo, poderá haver uma expansão das
exportações nos países em desenvolvimento de até 10%. Nos países desenvolvidos essa expansão
também seria expressiva, possivelmente na ordem de 4,5%.
É bem verdade que este acordo não representa senão uma parte da Agenda Doha de Desenvolvimento.
No entanto, não há dúvida alguma de que é um pacote extremamente significativo, que proporcionará
um impulso econômico considerável e trará melhorias na qualidade de vida de milhões de pessoas no
mundo inteiro, em particular nas populações mais desfavorecidas no mundo em desenvolvimento e
em países com economia estagnada e alto patamar de desemprego.

A Conferência de Bali no contexto global
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Os resultados em Agricultura, Desenvolvimento e Facilitação de Comércio não refletem a totalidade
das realizações da 9ª Conferência Ministerial. Bali tem efeito econômico muito significativo, mas tem
também importante efeito simbólico, emocional. A Conferência de Bali demonstrou claramente que o
sistema multilateral de comércio é capaz de entregar resultados negociados.
Tem havido, nos últimos meses, um grande número de comentários e discussões sobre a alternativa
que representam os acordos regionais e bilaterais. A Parceria Transatlântica de Comércio e
Investimento e a Parceria Transpacífica fazem parte de um conjunto de iniciativas em negociação.
Entendo que essas iniciativas são positivas e bem­vindas – mas serão apenas uma parte do contexto
global do comércio. Acordos preferenciais não serão por si só suficientes para assegurar ganhos
globalizáveis. A proliferação de normas e padrões tende a multiplicar custos em lugar de reduzi­los.
Como sabemos, o sistema de comércio multilateral em nenhum momento foi apresentado como sendo
a única opção para as negociações de comércio internacional, tendo sempre sido acompanhado e
beneficiado por outras iniciativas, tanto regionais como bilaterais. Não se trata, portanto, de opções
mutuamente excludentes.
As disciplinas da OMC também têm que evoluir para diminuir a distância que existirá entre as
normativas multilaterais e as de última geração negociadas fora de Genebra. Os dois processos – o
multilateral e o regional – devem avançar em paralelo para termos efeitos de redução de custos e de
contenção do protecionismo. Caso contrário, poderemos observar resultados exatamente opostos aos
procurados.
Não podemos esquecer tampouco os efeitos sistêmicos caso as iniciativas não multilaterais viessem a
constituir o único canal de negociações. Estaríamos aqui diante de um grande problema tanto em
termos de assimetria de agenda quanto de insuficiência temática.
Nessas instâncias, os países menos desenvolvidos ficam a reboque ou, pior ainda, são excluídos da
mesa de negociações. Além disso, a agenda é inevitavelmente limitada e deixa de fora questões
críticas para a agenda comercial internacional como os subsídios agrícolas.
Ademais, muitos dos acordos que estão sendo atualmente discutidos deixam de incorporar a fronteira
mais significativa e dinâmica do comércio internacional: as economias emergentes de grande
envergadura. O surgimento desses novos protagonistas é uma das facetas centrais da evolução que se
observa no âmbito do comércio internacional e das instâncias de governança global.
O comércio e a economia mundial estão em plena evolução e o sistema multilateral é o único que
pode verdadeira e adequadamente responder aos desafios que se apresentam nas várias frentes. Assim,
temos de estudar a melhor maneira de lhe permitir que continue a produzir frutos nos anos vindouros.

Lições da 9ª Conferência Ministerial e o pós­Bali

Estou convencido de que o pacote de Bali nos proporciona um certo número de ensinamentos
extremamente úteis, não apenas graças ao conteúdo e à forte reafirmação do empenho dos ministros
em relação à DDA, mas também em virtude dos procedimentos que adotamos e que nos levaram ao
êxito de Bali.
Em primeiro lugar, tivemos de ser criativos. Sabíamos que, no curto prazo, não poderíamos concluir a
rodada de Doha em sua totalidade e da forma que vínhamos buscando. Reconhecemos essa realidade
na 8ª Conferência Ministerial, realizada em Genebra em 2011. Fizemos um balanço da situação e isso
nos permitiu examinar áreas promissoras e viáveis. Desenhamos então os contornos gerais do que
viria a ser o “pacote de Bali”.
Um segundo ponto importante é que, em todas as etapas, o processo teve de ser transparente e
inclusivo. Ao invés de termos pequenos grupos de países negociando em salas fechadas, a totalidade

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dos países membros se reuniu para negociar em sessões abertas a todos. Não se tratou de um clube
exclusivo que tudo decidia.
Quando tivemos reuniões menores, os participantes iam variando de acordo com o tema em discussão.
O que importava não era o tamanho do país, mas o grau de sensibilidade política gerada pelo assunto
em pauta. Os resultados dessas conversas limitadas eram imediatamente levados ao conjunto maior
dos membros. Foi um processo de longas e árduas reuniões, mas era indispensável que fosse dada a
cada membro a possibilidade de se apoderar do pacote e dos seus frutos.
Finalmente, tivemos por objetivo a obtenção de um pacote equilibrado, que pudesse contar com o
apoio de todos. Neste pacote, não prevaleceu a tradicional divisão entre desenvolvidos e em
desenvolvimento, entre Norte e Sul.
É claro que as percepções eram frequentemente distintas nos vários temas específicos, mas havia a
percepção de ganhos para todas as partes quando o pacote era visto em sua totalidade.
Os países em desenvolvimento batalharam em prol do êxito do pacote com o mesmo empenho
demonstrado pelos outros membros. As poucas vozes que expressaram reservas quanto ao equilíbrio
geral do acordo e que sugeriram sua rejeição não encontraram eco no mundo em desenvolvimento.
Bali mudou radicalmente a dinâmica do jogo, resgatando à OMC a sua dimensão mundial.
Temos agora um mandato ministerial para fazer uma nova avaliação das questões centrais da rodada
de Doha e desenvolver uma abordagem viável. Penso que esses ensinamentos nos ajudarão a realizar
maiores avanços.
Escutei com muita atenção o que disseram os ministros sobre esta questão em Bali. Algumas
sugestões foram lá formuladas. Embora elas tenham variado muito em teor e ênfase, todas precisam
ser examinadas com cuidado e discutidas entre os membros.
Alguns elementos, entretanto, parecem ser essenciais para o nosso trabalho futuro, qualquer que seja o
rumo a ser seguido. De forma breve e não exaustiva, listo alguns destes pontos:

1.  Devemos estar preparados para ser criativos e manter a mente aberta para novas ideias. Precisamos
estar preparados para, sem ignorar os mandatos negociadores, reconhecer os desafios mais prementes
e as prioridades do mundo moderno.
2.  Não podemos esquecer que o desenvolvimento deve ser preservado como o pilar central de nossos
esforços.
3.  Devemos explorar formas de avançar nos temas mais difíceis da negociação. Podemos até mesmo
concluir que não há perspectiva de avanço nessas áreas e que deveremos buscar outras vertentes
negociadoras. Mas não podemos temer essa discussão ou fugir dela.
4.  Devemos ser realistas. Um dos fatores críticos para o sucesso de Bali foi o respeito dos limites da
viabilidade política ao definirmos as metas negociais.
5.  Precisamos atribuir sentido de urgência a nossos esforços. As mudanças que o mundo atravessa são
rápidas, em termos empresariais, políticos e culturais. A agenda comercial não mais está limitada à
redução tarifária. A parte normativa – sobretudo dentro do território nacional – é hoje tão ou mais
importante do que se passa estritamente na fronteira. O sistema não pode levar duas ou três décadas
para responder a essas transformações. Sua capacidade de resposta precisa ser muito maior.

Conclusão

Bali é apenas o começo. Com estas palavras chamei atenção dos membros sobre as novas perspectivas
que se abriram para a Organização a partir do resultado positivo que se atingiu na Conferência
Ministerial. Os desafios da agenda negociadora, naturalmente, são consideráveis – mas Bali provou
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que é possível negociar na OMC.

O ano de 2014 na OMC será especialmente marcado pela negociação de um programa de trabalho
para lidar com os temas pendentes da Rodada Doha, conforme definido na própria Declaração
Ministerial de Bali. Tenho afirmado que é necessário buscar resultados significativos e factíveis para
as negociações na OMC. Tenho observado também a importância da criatividade, da flexibilidade e
da abertura em relação a diferentes formas possíveis de se buscar convergência. Não apenas o
processo negociador de Bali, mas também a experiência acumulada em anos de multilateralismo
comercial nos ajudarão a trilhar caminhos que levem a outras conquistas importantes.

Pouco mais de duas horas da Cerimônia de Encerramento da Conferência Ministerial de Bali, não
sabia se meu discurso naquela oportunidade seria para lamentar o fracasso ou para cumprimentar os
membros pelo sucesso. Felizmente, Bali foi uma oportunidade histórica de reforçar e salvaguardar o
multilateralismo comercial.

Notas

[1] WT/MIN(11)/11. 17 December 2011. 8th Ministerial Conference. Chairman’s Concluding
Statement. ↑

[2] WT/MIN(13)/17. December 2013. 9th Ministerial Conference. Opening Sessions. Address by Mr.
Roberto Azevêdo, Director­General. ↑

[3] A íntegra do discurso pode ser vista em:
www.wto.org/english/news_e/news13_e/gc_09sep13_e.htm. WTO: 2013 NEWS ITEMS. 9
September 2013. GENERAL COUNCIL. Azevêdo launches “rolling set of meetings” aimed at
delivering success in Bali. ↑

[4] Essas funções são desempenhadas por embaixadores em Genebra, escolhidos pelos seus pares,
para facilitar o processo negociador. John Adank (Nova Zelândia) exerceu este papel para as
negociações de Agricultura, Fook Seng Kwook (Cingapura) para temas de Desenvolvimento, Eduardo
Yurt­Sprit (Guatemala), com os “amigos” Remigi Winzap (Suíça), Mario Matus (Chile), Michael
Stone (Hong Kong) e Fred Agah (Nigéria), realizaram este trabalho na área de Facilitação de
Comércio. Além disso, Steffen Smidt (Dinamarca) atuou como facilitador para os temas de interesse
dos países de menor desenvolvimento relativo (PMDRs). O trabalho desses embaixadores certamente
foi um componente central para o sucesso das negociações. ↑

[5] Acordo de Facilitação de Comércio contém duas seções. A primeira trata das disciplinas
substantivas de Facilitação de comércio e a segunda diz respeito a assistência técnica aos países em
desenvolvimento e aos PMDRs para que possam estar em condições de implementar os dispositivos
da Seção 1. ↑

[6] A íntegra do discurso pode ser vista em:
www.wto.org/english/news_e/news13_e/gc_rpt_26nov13_e.htm. WTO: 2013 NEWS ITEMS. 26
November 2013. GENERAL COUNCIL. “We cannot tell the world that we have delivered” Azevêdo
warns last pre­Bali meeting. ↑

[7] Este discurso, e outros da Cerimônia de Abertura, podem ser vistos em:
wto.org/english/thewto_e/minist_e/mc9_e/mc9_inaug_e.htm. ↑

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[8] “Food security is non­negotiable. (…) Public procurement at administered prices is often the only
method of supporting farmers and building stocks for food security in developing countries. Need of
public stockholding of food grains to ensure food security must be respected. Dated WTO rules need
to be corrected. (…) The due restraint provision, in its current form, cannot be accepted as it has
several shortcomings”. Os discursos da Sessão Plenária podem ser vistos em
www.wto.org/english/thewto_e/minist_e/mc9_e/mc9_statements_e.htm. ↑

[9] A versão discutida em Genebra e a adotada em Bali podem ser vistas no site da OMC. ↑

[10] A íntegra das decisões pode ser vista em: 9TH WTO MINISTERIAL CONFERENCE, BALI,
2013. Bali Ministerial Declaration and decisions.
wto.org/english/thewto_e/minist_e/mc9_e/tempdocs_e.htm. ↑

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