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Métodos
Geocronológicos
Aula 3 - Introdução

 MÉTODOS DE DATAÇÃO

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O método 14C, Traço


de fissão e Re-Os

 O método absoluto utiliza os princípios físicos da


radioatividade e fornece a idade da rocha com precisão.
Esse método está baseado nos princípios da
desintegração (ou decaimento) radioativa.

 Entre os métodos absolutos, existe os que são mais


indicados para se datar materiais mais “recentes” como
a datação pelo métodos do 14C e de traço de fissão em
apatita, epidoto e zircão e os que datam materiais mais
antigos, como Re-Os, Ar-Ar, Rb-Sr, Sm-Nd e U-Pb.

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 Coleta das amostras em campo


O pleno êxito ou certas dificuldades comuns às investigações
isotópicas não dependem apenas do rigor com os
procedimentos nas diversas fases do trabalho em laboratório,
descuido ou negligência com a coleta de amostras em campo
pode, em alguns casos, ser responsável pelo insucesso da
análise e conseqüente desperdício de recursos financeiros e
tempo de pesquisa.
 sugestões para a coleta de amostras em campo.
 as amostras devem ser as mais inalteradas possíveis com
respeito ao intemperismo, atividades hidrotermais, etc, sendo
que alterações superficiais, detritos e/ou solos devem ser
removidos ao máximo. É importante ressaltar que as
amostras precisam ser bem acondicionadas em sacos de
pano ou plástico e identificadas com números/símbolos
relacionados na caderneta de campo.

O método do carbono-14

 Um dos métodos isotópicos usado para datar materiais


formados mais recentemente e para medir intervalos de
tempo menores é o método baseado no decaimento
radioativo do isótopo Carbono-14, cujo meia vida é de
5730 anos. Com um intervalo de tempo tão curto,
passível de ser usado apenas para determinar idades
durante os últimos 50000 anos, este método tornou-se
uma ferramenta fundamental para datar episódios
importantes da pré-História e História humana.

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 Os organismos absorvem 14C pela fotossíntese do CO2


ou pelo consumo de matéria orgânica e tem uma
concentração constante de 14C enquanto vivem.

 Após a morte, o estoque de 14C no tecido não mais é


alimentado pela fotossíntese ou pela dieta alimentar.
Esse estoque de 14C decai para 14N novamente por
decaimento β.

 A idade da amostra de um osso humano, por exemplo,


ou de uma matéria orgânica qualquer morta, pode ser
determinada com base na taxa de produção e na meia
vida do 14C e na quantidade de 14C que ainda não
decaiu e permanece na amostra.

Termocronologia por traços de fissão


 O método de datação por traços de fissão, consiste na
contagem de densidade (número de traços por micra
quadrada) de defeitos deixados no mineral, pela
passagem de partículas ionizadas originadas pela fissão
do 238U. Estes traços são gravados em minerais, vidros
naturais e artificiais e plásticos especiais.
 Desde a cristalização, os traços são formados nos
cristais, porém em temperaturas superior a do
fechamento do sistema, todos os traços são apagados
(annealing).

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 Através de investigações de traços de fissão nos


minerais apatita com temperatura de fechamento de
~120oC, zircão ~230oC e epidoto com temperatura de
fechamento de ~300oC fornece informações sobre a
histórica térmica nos últimos 250 milhões.
 As datações em apatitas são utilizadas
predominantemente para decifrar a história termo-
tectônica das rochas. Esta aplicação como um
geotermo-cronômetro é baseada sobre a relativamente
baixa estabilidade térmica dos traços ao redor de 120º C
e a profundidades de ~ 11 km. É uma técnica que está
sendo aplicada em estudos de datação e taxa de
exumação e denudação de uma unidade rochosa e de
sedimentação.

 Os métodos de datação, utilizados normalmente com a


apatita são divididos em dois métodos principais:

 O método da população onde a densidade dos traos dá


a temperatura e o comprimento dá a história térmica da
região.

 O método do detetor externo (muscovita), este método


tem sido usado se a distribuição do urânio variar muito
na amostra, que pode ser o caso de apatitas detríticas.

 Traços de fissão em zircão e epidoto vem sendo


empregado para datar eventos recente de temperaturas
superiores as de fechamento do sistema da apatita.

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Pastilhas para incrustação de cristais para TF

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 Traços de fissão em epidoto é utilizado para datar


movimentos de falhas com epidotização do Cretacéo e
do Terciário. O comprimento e a distribuição de traços
fósseis são usados para distinguir entre idade de
eventos genuinos e idades mistas, devido ao
mascaramento de um evento tardio. Aplicado em
epidoto das rochas mineralizadas em scheelita, deu
valores iguais ou inferiores aos valores Ar-Ar e Sm-Nd.

 Estudos com cristais de zircão estão em andamento


pelo grupo de pesquisa da UNESP/Rio Claro. Na
literatura, o TF em zircão já foi usado para datar
pseudotaquilitos. Seus dados pode preencher a lacuna
entre 500oC e 120oC da histórias termocronológicas de
unidades litológicas.

O método 40Ar-39Ar

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O princípio do método
 O método 40Ar/39Ar
foi originalmente usado em materiais
extraterrestres (meteoritos e rochas lunares) e em
minerais anidros com apenas uma história térmica.

 O método é baseado na produção de 40Ar a partir do 39K


por uma reação (n,p) durante uma irradiação de
neutrons rápidos.
 39K + n = 39Ar + p

 O 39Ar, assim formado, tem uma meia-vida de 269 anos.


Também, os isótopos de Ar são produzidos por outras
reações interferentes a partir do K (40Ark, 39Ark, 38Ark), Ca
(40ArCa, 39ArCa, 38ArCa, 37ArCa, 36ArCa) e do Cl (38ArCl,
36Ar )
Cl

Proporções relativas medidas na


Composição isotópica: atmosfera por Nier (1950)

39K 36Ar = 0,3%


= 93,2%
K 40K = 0,01% Ar 38 Ar= 0,06%
41K 40Ar = 99,6%
= 6,7%
40Ar

40K
não pode ser
40Ca
distinguido do 40Ca
não radiogênico

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 A equação da idade Ar-Ar é dada por:


 t = 1/ ln (1 + 40Ar*/40ArK) . J)
 Onde: J = et –1/ 40Ar*/ 39Ar
 Assumindo que todo 40Ar na amostra irradiada é
radiogênico ou atmosférico, que todo 36Ar seja
atmosférico, e que 39Ar foi produzido apenas pelo
decaimento do 39K (n,p). Nesse caso os valores das
razões medidas de 40Ar/39Ar e 36Ar/ 39Ar pode ser
usadas para calcular a razão desejada do 40Ar
radiogênico para 39Ar:
 40Ar*/39Ar = (40Ar/39Ar) m – 295,5 (40Ar/39Ar) m
 Onde, m são os valores medidos e 295,5 é a razão da
40Ar/36Ar do argônio atmosférico.

Forma de apresentação dos dados Ar-Ar

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Dados de biotita e microclínio de


rochas de 1400 e 1450 Ma. Biotita
deu idade de aprox. 1300 Ma.
Microclínio não definiu um bom
platô, isso sugere uma perda
significante de 40Ar nesse mineral
com relação a biotita.

Esse dique de diabásio é Pós-


Triássico a Pré-Terciário e foi
contaminado com 40Ar do
embasamento granítico com
idades 2700 a 3400 Ma.

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IDADE Ar/Ar EM BIOTITA

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Vantagens do método
 K-Ar são medidos na mesma fração da amostra
 A técnica de aquecimento gradativo permite detectar perdas de Ar e a
presença de Ar estranho;
 As idades (platôs) são mais exatas (sem a influência da perda de Ar das
bordas dos minerais). Os platôs definidos devem ter pelo menos 60%
de Ar cumulativo.

Desvantagens do método

 Procedimento analítico complicado (necessidade de um reator


atômico)
 Curto tempo entre a irradiação e análise da amostra.
 Perda de Ar (gás volátil) nas bordas do mineral.

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Aplicabilidade do método

 Idades de resfriamento em rochas ígneas e


metamórficas. Muscovita 300-350oC, Biotita 250-
280oC.

 Idades de eventos geradores de mineralizações de


baixa temperatura (hidrotermalismo pós-
magmático).

 Mapear possível zonamento termal em grãos


minerais, indicativo da perda de Ar durante o seu
desenvolvimento. Núcleo mais antigo do que as
bordas

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 Sistemática Rb-Sr
 Na coleta de amostras para a confecção do diagrama
isocrônico Rb-Sr deve-se tomar as seguintes
precauções:
 As amostras devem ser co-genéticas, ou seja, formadas
em um mesmo processo genético, seja ele metamórfico
ou ígneo;
 Para haver um espalhamento dos pontos que definam
uma isócrona confiável, deve-se coletar amostras com
distinta composição mineralógica, portanto, diferentes
razões 87Sr/86Sr e 87Rb/86Sr;
 O tamanho da amostra deve ser aproximadamente 10
(dez) vezes a dimensão do maior grão;
 Deve-se evitar amostras alteradas pela ação
intempérica.

 QUÍMICA DO RUBÍDIO (Rb)


 O Rubídio (Rb) é um metal alcalino do grupo IA da
tabela periódica. No ciclo geroquímico acompanha o
potássio (K).
 O Rb tem Z = 37, A = 85,46776; raio 1,48 Å (K = 1,33
Å) e carga +1.
 Não forma minerais e ocorre principalmente em minerais
contendo K (micas como biotita, muscovita, flogopita e
lepidolita). Também em ortoclásio, microclínio,
evaporitos (siderita, carnalita) em alguns argilominerais.
 Nos minerais piroxênios, olivina, anfibólios e
plagioclásios, ocorre em baixas concentrações.
 Em rochas ultrabásicas, a concentração é relativamente
baixa quando comparada com a concentração nas
rochas graníticas.

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 Composição Isotópica natural


87Rb = 27,8346% (instável)
85Rb = 72,1654% (estável)

 QUÍMICA DO ESTRÔNCIO (Sr)


 O Sr é um elemento alcalino terroso do Grupo IIA na
tabela periódica. No ciclo geoquímico acompanha o Ca.

 Sr tem Z = 38; A = 87,62; raio = 1,13 Å (Ca = 0,99 Å) e


carga +2.

 Ocorre principalmente em minerais portadores de Ca,


tipo plagioclásios, anfibólios, piroxênios, apatita e
carbonatos de cálcio.

 Os minerais do grupo das micas e feldspatos alcalinos


possuem baixas concentrações.

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Composição isotópica:

84Sr = 0,56%
86Sr= 9,86%
Sr 87Sr = 7,00%
88Sr = 82,58%

87Rb → 87Sr38 +  - +  + Q
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 = 1,42 x 10-11a-1

 Tipos de Sr
 Sr original – é o existente no momento da formação do
sistema solar (~ 0,6989)
 Sr comum – contido na água do mar e nos oceanos,
valor atual 87Sr/86Sr = 0,70991 ± 0,0002.
 Sr do meio ambiente – contido nos meios isolados do
mar e oceanos.
 Sr primário ou inicial – contido no mineral e rocha
nomomento do fechamento do sistema Ro ou Ri
(87Sr/86Sro ou 87Sr/86Sri).
 Sr herdado – os minerais e rochas que se depositaram
na bacia sedimentar trazem Sr herdado.
 Sr radiogênico 87Sr* resulta do decaimento do 87Rb e se
junta ao 87Sr inicial em função da Rb/Sr e do tempo.

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Concentrações médias de Rb e Sr em alguns


minerais e rochas

Minerais (M) e Rochas (R) Rb (ppm) Sr (ppm) Rb/Sr


Biotita (M) 550 31.1 17.7
Muscovita 476 46.0 10.3
K-Feldspatos (M) 561 396.0 1.41
Plagioclásios (M) 14.1 566.0 0.01
Anfibólios (M) 77 106.0 0.07
Zircão (M) 21 50.4 0.04
Granada (M) 1.9 19.3 0.098
Apatita (M) 1.6 1329.0 0.001
Turmalina (M) 1.3 601 0.0021
Titanita (M) 2.7 1980.0 0.001
Epidoto (M) 31 8518.0 0.004
Granitos (R) 150.0 300.0 0.60
Sienito (R) 120.0 300.0 0.40
Crosta Terrestre 90.0 375.0 0.24
Meteoritos Condríticos 2.3 10.0 0.23
Fonte: Faure e Powell,1972

IDADES Rb-Sr

F = Fo + P (et-1)
 (87Sr/86Sr)h = (87Sr/86Sr) 87 86
o + ( Rb/ Sr)h.(e
t –1)

 onde h é a razão isotópica medida hoje, o é a razão


isotópica inicial determinada pela interseção da reta
isocrônica com o eixo Y,  é a constante de
desintegração do elemento radioativo (cujo valor
para o Rb é de 1,42 X 10-11 anos-1), t é o tempo
transcorrido desde a formação do sistema até o
momento da análise, e et –1 a inclinação da reta
isocrônica; logo essa equação é do tipo Y = b + mX,
onde :
 b = (87Sr/86Sr)o, X = (87Rb/86Sr)h e m = et - 1

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 (ii) a idade convencional é calculada com uma razão


isotópica inicial (87Sr/86Sr)o estimada.
t = 1/  ln {1 + [(87Sr/86Sr)h – (87Sr/86Sr)o/(87Rb/86Sr)h]}

Ex. Os dados de uma amostra deram razão (87Rb/86Sr)h =


0,5286 e (87Sr/86Sr)h = 0,70779. Para uma razão inicial =
(87Sr/86Sr)o = 0,7040 sua idade convencional será:
 = 1,42 x 10-11 a-1
t = 1/ 1,42 x 10-11 . ln ((1 + 0,70779 – 0,7040)/0,5286]
t = 7,04225321 x 1010 . ln(1 + 0,00379/0,5286)
t = 7,04225321 x 1010 . ln(1,007169882)
t = 7,04225321 x 1010 . 0,0071443 = 503.119.738 anos =
503,12 Ma

 Observe que da equação da reta Y = b + mX,


inclinação da reta m (tgα) = (et –1), a equação da idade
será: t = 1/  . ln(m + 1)

 As idades Rb-Sr convencionais em rocha total e/ou


minerais para rochas intermediárias e básicas com
baixas razões Rb/Sr, apresentam um erro muito
elevado. Porém, com dados de amostras com razões
Rb/Sr elevadas (micas e rochas ígneas ácidas) podem
fornecer idades significativas, desde que a razão inicial
seja a “real”.

 Sob temperaturas elevadas o retículo dos minerais


potássicos permite fácil migração do Sr, e o valor das
datações são similares às obtidas pelo método Ar-Ar.

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 ISÓCRONA

 Para se construir uma isócrona é necessário:

 Termos pelo menos 3 amostras de rochas com variadas


razões Rb/Sr originadas em um mesmo evento (fusão
parcial, cristalização fracionada, etc.)

 Com análises de rocha total e de minerais constituintes,


dessa mesma rocha, é possível se determinar a idade
da formação desses minerais.

 Na coleta de amostras para a confecção do diagrama


isocrônico Rb-Sr deve-se tomar as seguintes
precauções:

 As amostras devem ser co-genéticas, ou seja, formadas


em um mesmo processo genético, seja ele tectônico,
metamórfico, ígneo ou hidrotermal;

 Para haver um espalhamento dos pontos que definam


uma isócrona confiável, deve-se coletar amostras com
distinta composição mineralógica, portanto, diferentes
razões 87Sr/86Sr e 87Rb/86Sr;

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3 rochas
rochas a b c no tempo to a, b e c em to
possuem mesma razão inicial (87Sr/86Sr)o ≠
(87Sr/86Sr)
Sr)..

87Sr

86Sr

( )
87Sr
86Sr
o to
a b c

87Rb

86Sr

Após algum tempo (t0 t1) cada amostra perde 87Rb e


ganha uma quantidade equivalente de 87Sr

87Sr

86Sr
t1
c1
b1
a1
( )
87Sr
86Sr
o to
a b c

87Rb

86Sr

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No tempo t2 cada sistema de rocha evolui  nova


linha
mais íngreme ainda
t2
87Sr
c2
86Sr
t1
b2 c1
a2 b1
a1
( )
87Sr
86Sr
o a b c to
87Rb

86Sr

87Sr

86Sr

tg  = (et - 1)

( )
87Sr
86Sr
o a b c
to

87Rb

86Sr

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Isócrona Rb/Sr com rocha total

Sr/ Sr
0.85 MFG-22F

0.83

0.81

0.79 T = 1325 47 Ma
FJ-14A Ri = 0.72897 0.00147
FJ-14
0.77 MSWD = 0,30
Nível de Corte = 3,07
FJ-14C
0.75 (B) Rb/ Sr
2.0 3.0 4.0 5.0 6.0

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 Isócrona de referência: é obtida através de um


conjunto de amostras não originadas na mesma fonte,
mas que sofreram algum evento comum. Neste caso, a
razão inicial (87Sr/86Sr)o de cada amostra pode variar
ligeiramente.
 Errócrona: quando a melhor reta calculada por
regressão linear não alinha dentro dos erros
experimentais. A distinção entre isócrona e errócrona se
faz com base no MSWD (Mean Square of Weighted
Deviated), que é um índice estatístico. Um alinhamento
perfeito apresenta MSWD = 0. Os valores variam de
3,92 para 3 amostras até 1,61 para 20 amostras.

O parâmetro Epsilon Sr

(87Sr/86Sr)UR = 0,0816 no
presente

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 Dados obtidos por isócronas Rb-Sr


 Quando os resultados são coerentes para rochas
magmáticas indica que ocorreu um processo efetivo de
homogeinização isotópica no sistema (O relógio
radiométrico foi zerado).
 Em rochas sedimentares siliciclásticas grossas,
dificilmente vai ocorrer uma homogeinização. Para
sedimentos finos, tipo fração argila dos sedimentos
pelíticos marinhos, pode ocorrer uma homogeinização
isotópica.
 Em rochas metamórficas, tanto pode ocorrer uma
homogeinização total, como uma parcial. No primeiro
caso, a idade isocrônica data o evento e no segundo
caso, a idade é mista (desprovida de significado
geológico).

 Rochas (meta)vulcânicas ácidas, normalmente mostram


idades inferiores a de extrusão. Isso pode se dá em
função de eventos tardios de espilitização ou de
metamorfismo. Também pela interação com fluidos,
granulometria fina e composição pobre em Ca (o 87Sr
radiogênico não encontra sítios estruturais para ser
retido no sistema rocha total.
 Em rochas plutônicas ácidas não deformadas, em
função da granulometria grossa e seu maior isolamento
da encaixante, os resultados Rb-Sr datam a
cristalização ou o resfriamento. Razões iniciais elevadas
(> 0,720) ou dispersão dos pontos analíticos sem definir
uma isócrona, podem indicar reequilíbrio ou
desequilíbrio isotópico.

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 A razão Rb/K é um importante parâmetro petrogenético


para avaliação do grau de diferenciação de uma rocha.
Quanto mais diferenciada, maior a concentração de Rb.

 Rochas básicas derivadas do manto possui razão Rb/K


variando de 1/100 a 1/600 e em rochas graníticas da
crosta de 1/100 a 1/150.

 Em um processo de cristalização fracionada do magma,


o Sr tende a ficar concentrado no plagioclásio enquanto
que o Rb tende a permanecer na fase líquida. Com isso
a razão Rb/Sr do magma residual aumenta nos
processos de cristalização progressiva.

 Rochas fracionadas de um mesmo magma podem ter


valores de Rb/Sr na ordem de 10 ou mais vezes as das
fases iniciais.

 Manto, Rb/Sr em média 0,025

 Crosta oceânica, Rb/Sr em média 0,06

 Granitos da crosta continental (fortemente diferenciadas


e pobres em Ca, Rb/Sr), Rb/Sr em média 1,7

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Figure 9-
9-13. Estimated Rb and Sr isotopic evolution of the Earth’s upper mantle,
assuming a large-
large-scale melting event producing granitic-
granitic-type continental rocks at 3.0 Ga
b.p After Wilson (1989). Igneous Petrogenesis. Unwin Hyman/Kluwer.

 Sistemática Sm-Nd
 Deve-se tomar os mesmos cuidados mencionados para
a construção dos diagramas isocrônicos Rb-Sr;
 As amostras devem ser homogêneas e representativas
da unidade a ser datada;
 Os efeitos da alteração intempérica ou hidrotermal,
neste caso, não interferem no resultado das datações;

Elementos terras raras (Lantanídeos)

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 Sm e Nd são elementos terras raras (Grupo 3B) que


ocorrem na maioria dos minerais formadores de
rochas.

 Sm Z = 62, raio iônico = 1,04

 Nd Z = 60, raio iônico = 1,08


147Sm ––> 42 + 143Nd60 + Q
62

= 6,54 x 10-12a-1 T1/2 = 106 Ga

144Sm 142Nd

147Sm 143Nd

148Sm 144Nd

Sm 149Sm Nd 145Nd

150Sm 146Nd

152Sm 148Nd

154Sm 150Nd

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Equação da Idade

F* = P (et - 1)
143Nd* = 147Sm (et - 1)
143Nd = 143Nd + 147Sm (et - 1)
o

143Nd/144Nd = 143Nd /144Nd + 147 Sm/144Nd (et - 1)


o

t = 1/  ln{1 + [(143Nd/144Nd)h – (143Nd/144Nd)o/(147Sm/144Nd)h]}

 Rochas basálticas os ETR ocorrem em clinopiroxênio,


anfibólios e granadas e em rochas graníticas: feldspato,
micas, acessórios

 Grande resistência a lixiviação, difícil difusão no estado


sólido;

 Insensibilidade às influências térmicas

 Nas rochas terrestres e minerais, a razão 0,1< Sm/Nd >


0,37 (grande similaridade química entre Sm e Nd.

 Propriedades químicas muito similares dificulta o


fracionamento.

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São aplicados com sucesso no estudo de terrenos metamórficos, utilizando


rocha total e minerais (granada, hornblenda, piroxênio, apatita, ilmenita) =
isócrona interna.
São especialmente apropriados para o estudo de rochas básicas e ultrabásicas
(pobres em Rb, Sr e zircão).
Table 9-1. Partition Coefficients (CS/CL) for Some Commonly Used Trace
Elements in Basaltic and Andesitic Rocks

Olivine Opx Cpx Garnet Plag Amph Magnetite


Rb 0.010 0.022 0.031 0.042 0.071 0.29
Sr 0.014 0.040 0.060 0.012 1.830 0.46
Ba 0.010 0.013 0.026 0.023 0.23 0.42
Ni 14 5 7 0.955 0.01 6.8 29
Cr 0.70 10 34 1.345 0.01 2.00 7.4
La 0.007 0.03 0.056 0.001 0.148 0.544 2
Rare Earth Elements

Ce 0.006 0.02 0.092 0.007 0.082 0.843 2


Nd 0.006 0.03 0.230 0.026 0.055 1.340 2
Sm 0.007 0.05 0.445 0.102 0.039 1.804 1
Eu 0.007 0.05 0.474 0.243 0.1/1.5* 1.557 1
Dy 0.013 0.15 0.582 1.940 0.023 2.024 1
Er 0.026 0.23 0.583 4.700 0.020 1.740 1.5
Yb 0.049 0.34 0.542 6.167 0.023 1.642 1.4
Lu 0.045 0.42 0.506 6.950 0.019 1.563
Data from Rollinson (1993). * Eu3+/Eu2+ Italics are estimated

Isócronas Sm/Nd
 Valem as mesmas premissas do método Rb-Sr.

 Amostras co-genéticas (Rocha total).

 Isócrona interna (Rt + minerais).

 Pontos com bom espalhamento e alinhamento.

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Isócrona interna

0,5134 02
Gt Lix

0,5130
Nd
144

0,5126
Nd/
143

0,5122

Rt Amostra LS-541B
0,5118
Idade = 634 ± 1 Ma
Ri =0.51130010 ± 0.00000094

0,5114
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
147 144
Sm/ Nd

Isócrona Sm/Nd de rocha total.


0.5116

0.5114 11g
11h
Nd/ Nd
144

11MS1
0.5112
143

12a
0.5110

T = 2239 ± 370 Ma
Ri =0.50972 ± 0.00026
MSWD = 1.6

0.5108
0.08 0.09 0.10 0.11 0.12
147 144
Sm/ Nd

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tCHUR expressa as diferenças entre a razão inicial


143Nd/144Nd de uma suíte de rochas e o valor
143 144
correspondente da razão Nd/ Nd no CHUR (CHondrict
Uniform Reservoir) ou DM (Depleted Mantle) na época da
cristalização da rocha.

Valores atuais do CHUR: 143Nd/144Nd = 0,512638,


147Sm/144Nd = 0,1967

Valores atuais do DM: 143Nd/144Nd = 0,513144,


147Sm/144Nd = 0,222.

> 0 (positivo) – indica que a rocha foi derivada de um sólido residual no


reservatório depois de já ter havido a retirada de magma em uma época anterior.

O reservatório está empobrecido em LILE que preferem a fase liquida durante a


fusão parcial

 < 0 (negativo) – indica que as rochas derivaram de fontes com razões Sm/Nd
menores que a do CHUR. Estas rochas foram derivadas de, ou assimilaram rochas
crustais antigas cuja razão Sm/Nd foi originalmente diminuída quando houve a
separação do CHUR.

 ~ 0 – A composição isotópica do Nd na rocha é similar a do CHUR e a rocha


pode ter sido derivada diretamente deste reservatório.

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Idade Modelo Sm/Nd


CHUR pode também ser usado para calcular a idade na qual o Nd em uma rocha da
crosta se separou do reservatório condrítico.

As idade modelo determinam o tempo no passado onde a razão 143Nd/144Nd da


rocha era igual a razão 143Nd/144Nd do CHUR ou DM.

(143Nd/144Nd)trocha = (143Nd/144Nd)hrocha - (147Sm/144Nd)hrocha (et - 1)

(143Nd/144Nd)tCHUR = (143Nd/144Nd)hCHUR - (147Sm/144Nd)hCHUR (et - 1)

T = 1/ ln [ (143Nd/144Nd)x - (143Nd/144Nd)am


147Sm/144Nd - 147Sm/144Nd
x am
+1 ]

Diagrama TDM x épsilon Nd

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Água do m ar + 10
0 ,5 13 0 54 20
3A
46 64
77 34
84
0
Manto 37
Sed imento do Atlântic o

Orto gna isses Má fic os


59
-10
0,5 120
143 144
Nd/ Nd Nd(0)
-20
Orto gnaisses
inte rm ed iários

0 ,5 110 -30

0,700 0,710 0,720 0,730 0,740


87 86
Sr/ Sr

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Aplicações

 Idade de rochas magmáticas cogenéticas.

 Diagrama isocrônico similar ao sistema Rb-Sr, porém mais difícil


de se obter espalhamento dos pontos (Razões Sm/Nd varia de
0,1 a 0,37 para todo tipo de rocha).

 2) Idades Modelos TCHUR e TDM


 T(X) = 1  / ln{1 + [(143Nd/144Nd)Am - (143Nd/144Nd)X/
 (147Sm/144Nd)Am - (147Sm/144Nd)X ]}

 Junto com Sr, usado como Indicador petrogenético.

O método U-Pb

U-Pb, Th-Pb e Pb-Pb

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 Sistemática U-Pb
 Neste método utiliza-se minerais muito resistentes à ação
intempérica (zircão, monazita, titanita, rutilo, xenotina, etc.),
portanto, mesmo amostras muito alteradas são passíveis de
utilização nas datações U-Pb. Ainda assim alguns
procedimentos devem ser considerados:
 As amostras devem ser representativas da unidade a ser
datada;
 A quantidade de amostra coletada depende da abundância
do mineral a ser datado. Uma rocha rica em zircão não é
necessário um volume grande para a extração da quantidade
suficiente para a análise;
 Quando não se conhece antecipadamente a mineralogia da
rocha, sugere-se a coleta de amostras com aproximadamente
10 kg, para não ter que retornar ao campo apenas para uma
nova coleta de amostras
 Obs.: se em 10 kg da amostra não encontrarmos o mineral
desejado, dificilmente o encontraremos em um volume maior.

Decaimento do U-Th-Pb
Radioativos
204Pb Único que não
238U é radiogênico
= 99,2743%
206Pb 238U
U 235U = 0,7200% Pb 207Pb 235U
234U = 0,0055%
208Pb 232Th

3 isótopos de meia-vida muito curta produto


do decaimento 238U, 235U e 232Th

Th 232Th = 100,00% 5 isótopos produtos do decaimento


do 238U, 235U e 232Thcom meia-vida
primário muito curta

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238U →8 + 6 - + 206Pb +Q 238 = 1,55 x 10-10 a-

237U → 7 + 4 - + 207Pb +Q
235 = 9,8485 x 10-10

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232Th → 6 + 4 - + 208Pb +
Q

235 = 4,9475 x 10-10 a-1

A vantagem do sistema U-Pb é que dois isótopos do mesmo elemento


PAI desintegram-se em dois isótopos do mesmo elemento filho. Dessa
forma, podem ser gerados dois sistemas geocronológicos distintos para o
calculo da idade, a partir da equação fundamental:

F* = N (et - 1)

206Pb*/204Pb = 238U/204U (et - 1)

207Pb*/204Pb = 235U/ 204Pb (et - 1)

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 Devem ser utilizados sistemas que não tenham Pb inicial, ou seja que
todo o Pb presente seja derivado do decaimento do U. Em função da
geoquímica contrastante do U e Pb, diversos sistemas minerais
possuem essa característica:

 uraninita e torianita (óxidos)


 *zircão (ZrSiO4), torita. alanita, *titanita (silicatos)
 *monazita, apatita e xenotima (fosfatos)

 O zircão, seguido da monazita e da titanita são os sistemas mais


utilizados na datação pelo método U-Pb.
 Técnica anaítica: SHRIMP (Sensitive High Resolution Ion
Microprobe), ICP-MS com lase e DI (diluição isotópica).

Minerais datados por U/Pb


 Zircão é o mineral mais indicado, no
momento de sua cristalização, só aceita U
na sua estrutura.
 Todo urânio de ocorrência natural contém
238U e 235U na relação 138:1, se
desintegram para 206Pb e 207Pb

respectivamente.

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Diagrama Concórdia

As duas equações são utilizadas para compor um diagrama binário


para o cálculo da idade. Esse diagrama é denominado de Diagrama
Concórdia porque, nele é representada a linha CONCÓRDIA, na
qual as idades calculadas pelos sistemas isotópico 238U→ 206Pb*, e
235U→ 207Pb* são coincidentes ou concordantes.

206Pb*/204Pb = 238U/204U (e t - 1)

207Pb*/204Pb = 235U/ 204Pb (et - 1)

Diagrama Concordia =
co-evolução da
composição isotópica
do 206Pb and 207Pb via:

238U  206Pb

235U  207Pb

Figure 9-
9-16a. Concordia diagram illustrating the
Pb isotopic development of a 3.5 Ga old rock with
a single episode of Pb loss. After Faure (1986).
Principles of Isotope Geology. 2nd, ed. John
Wiley & Sons. New York.

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No entanto, os minerais (ou frações de minerais) analisados não plotam exatamente


em cima da linha concórdia por uma série de razões, sobretudo pelo fato de que o
sistema U-Pb não seria totalmente fechado nos minerais utilizados na datação.

Discórdia = perda de
206Pb e 207Pb

Dificilmente são obtidas idades concordante. Todavia, as diversas frações de


minerais se alinham ao longo de uma reta denominada de discórdia, cuja interseção
com a concórdia indica a idade dos minerais.

Diagrama concórdia U/Pb


0.4
A 0.4 B
2000 2000

0.3 0.3
1600 1600
Pb/ U
Pb/238U

238

1200 1200
0.2 0.2
206
206

800 800

0.1 0.1
Intercepto superior: 2229 ± 200 Ma Intercepto superior: 2258 ± 4.8 Ma
400 400 Intercepto inferior: 579 ± 20 Ma
Intercepto inferior: 395 ± 760 Ma
MSWD = 428 MSWD = 0.23

0.0 0.0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
207 207 235
Pb/235U Pb/ U

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• A datação de zircão, monazita e titanita indica a idade de formação


desses minerais.

• Rochas ígneas – U/Pb em zircão dá a idade de cristalização da rocha


(magmatismo), Porém, em alguns casos podemos ter idade herdada de
uma fonte mais antiga.

• Rochas metaígneas (ortoderivadas) - Zircão da idade de cristalização


(intercepto superior) e metamorfismo (intercepto inferior – perda de
episódica de Pb, perda contínua não tem significado geológico), idade
da monazita e titanita, geralmente indica a idade de metamorfismo.

• A interpretação das idades U-Pb em zircão, monazita e titanita, pode


não ser tão simples. Tem que ser feito um estudo de populações para
análise por diluição isotópica. Por SHRIMP ou ICP-MS não precisa.

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