Você está na página 1de 8

DESENVOLVIMENTO DE UMA BOMBA DE CALOR ÁGUA-ÁGUA

ACIONADA A BIOGÁS PARA UTILIZAÇÃO EM PROCESSOS DE


AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO EM LATICÍNIOS VISANDO A
RACIONALIZAÇÃO DE ENERGIA NO NÍVEL DE PRODUÇÃO LEITEIRA

Rodrigo Aparecido Jordan, Luís Augusto Barbosa Cortez


Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas
CEP 13083-970, Campinas-SP, tel: (019) 3788-1007 fax: (019) 3788-1010

Lincoln de Camargo Neves Filho


Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas
CEP 13083-970, Campinas-SP, tel: (019) 3788-4025

Jorge de Lucas Jr.


Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP
Jaboticabal-SP, tel: (016) 3209-2637

RESUMO indústriais em países mais desenvolvidos. São


equipamentos muito eficientes, podendo gerar
É grande o desperdício na utilização um efeito 3 a 5 vezes superior a energia elétrica
da energia. Um fator que contribui utilizada. Este projeto busca o desenvolvimento
sensivelmente para aumentar este problema de uma bomba de calor tipo água-água acionada
está relacionado com o uso direto da com biogás, proveniente da digestão anaeróbia
eletricidade para aquecimento de água em de esterco bovino, para resfriamento de leite e,
processos. Em grande parte da agroindústria aquecimento de água utilizada na limpeza e
leiteira, o problema se repete, na maioria dos desinfecção de equipamentos e instalações de
casos, em se tratando de pequenas unidades, a ordenha, visando a eficientização do uso da
forma utilizada para "produzir" calor é através energia elétrica no nível de propriedade leiteira.
da utilização de tanques providos de
resistências elétricas chamados de "boilers". ABSTRACT
Este procedimento faz os custos de
processamento e o desperdício de energia It is big the waste in the use of the energy. A
aumentarem, pois, os equipamentos que factor that contributes sensibly to increase
utilizam corrente elétrica diretamente para this problem is related with the direct use of
aquecimento de água possuem uma eficiência the electricity for heating of water in
exergética muito baixa. A questão então se processes. In a large part of the industry
volta para o desenvolvimento de um milkmaid, the problem he/she repeats, in
equipamento que utilize racionalmente a most of the cases, if being about small units,
energia elétrica. Pouco conhecidas no Brasil, as the form used " to produce " heat is through
bombas de calor são empregadas no the usePelaof called provided tanks of eletric
aquecimento de residências e processos grande disponibilidade de
resisten
resistances of " boilers ". This procedure makes substrato orgânico nas propriedades leiteiras,
the processing costs and the waste of energy proveniente dos animais estabulados é possível
they increase, therefore, the equipments that use ainda, através de um biodigestor, realizar o
electric current directly for heating of water acionamento da bomba de calor com um motor
they possess an efficiency very low exergetic. a biogás, havendo a possibilidade da
The subject then goes back to the development substituição total do uso da energia elétrica por
of an equipment that uses the electric energy uma fonte de energia disponível em abundância
rationally. Not very known in Brazil, the bombs e pouco aproveitada.
of heat are used in the heating of residences and Este trabalho, faz parte de um projeto
industrial processes in developed countries. ainda em fase inicial. A apresentação deste no
They are very efficient equipments, could molde em que está, objetiva divulgação do
generate an effect 3 to 5 times superior the used mesmo e a demonstração do potencial de
electric energy. This project search the utilização das bombas de calor em processos de
development of a bomb of heat type water- aquecimento para a economia de energia. Para
water worked with biogás, coming of the tanto, serão mostradas as etapas do projeto a
digestion without air of bovine manure, for serem seguidas, o equipamento que será
cooling of milk and heating of water used in the montado e, alguns resultados preliminares de
cleaning and disinfection of equipments and simulações matemáticas e testes iniciais com
facilities of it milks, seeking the efficiency of adaptações simples em um equipamento de
the use of the electric energy in property refrigeração.
milkmaid's level.
MATERIAIS E MÉTODOS
INTRODUÇÃO
O projeto será conduzido nas seguintes
Após o processamento do leite, as etapas:
instalações e os equipamentos precisam ser
limpos e desinfetados com a utilização de água 1º) Concepção do projeto.
quente a uma temperatura em torno de 60º C. 2º) Aquisição das peças e equipamentos.
Na maioria dos casos, em se tratando de 3º) Realização das adaptações necessárias aos
pequenas unidades, a forma utilizada para equipamentos e peças adquiridos.
produzir calor é através da utilização de 4º) Testes de consumo e potência com o motor
aquecedores elétricos de fluxo contínuo ou a biogás.
tanques providos de resistências elétricas 5º) Desenvolvimento do sistema de controle e
também chamados de “boilers”, equipamentos aquisição de dados.
de alto consumo que contribuem para o 6º) Montagem da bomba de calor.
desperdício de energia elétrica e o aumento da 7º) Testes operacionais com a bomba de calor
conta paga pelos produtores. em nível de laboratório.
Neste caso, o aumento da eficiência no 8º) Testes operacionais com a bomba de calor
uso da energia elétrica pode ser obtido com o em nível de campo.
desenvolvimento de um único equipamento que 9º) Estudo de caso para uma fazenda de
desempenhe a função do tanque de resfriamento produção de leite.
de leite e do aquecedor elétrico. Uma bomba de
calor tipo água-água que, com o mesmo
A primeira parte será realizada na
consumo de energia do equipamento resfriador
UNICAMP, nas instalações do Laboratório de
de leite, aqueça também, a água para limpeza
Energia Termodinâmica da Faculdade de
dos equipamentos e instalações.
Engenharia Agrícola - FEAGRI. Esta consistirá
Para uma significativa redução da
nas etapas de concepção e montagem da bomba
potência frigorífica do equipamento, pode ser
de calor, aquisição das peças, adaptação do motor
utilizado no lugar do evaporador tipo expansão
ciclo Otto para biogás, desenvolvimento dos
direta da bomba de calor, uma serpentina
sistemas de comando e aquisição de dados. Nesta
montada num tanque de água, para termo-
primeira parte serão também realizados os testes
acumulação de gelo no lado frio. Assim, a
operacionais em nível de laboratório.
bomba de calor trabalha no intervalo entre cada
A etapa de concepção do projeto que
ordenha acumulando gelo para o resfriamento
envolve os cálculos para dimensionamento da
do leite e água quente para utilização na
capacidade da bomba de calor para aquecimento e
limpeza das instalações. A água quente é
resfriamento e, a capacidade de cada componente,
acumulada num reservatório isotérmico,
encontra-se pronta. Necessita
conectado ao condensador da bomba de calor.
dados, um estudo de caso para uma fazenda
leiteira com um plantel de 100 animais e 50
Necessitando agora, da aquisição das peças para matrizes em lactação permanente.
montagem da bomba de calor e início do testes.
As adaptações a serem realizadas serão muito Dimensionamento da Bomba de
simples ou, nenhuma, no caso de alguns Calor
componentes desenvolvidos para equipamentos
de refrigeração, mas que se adaptam A bomba de calor foi dimensionada
perfeitamente as exigências deste projeto. com base em uma fazenda de produção de leite,
Os testes operacionais em nível de com uma média diária de produção de 20 litros
laboratório, serão realizados com o objetivo de por vaca, com duas ordenhas ao dia, somando
obter parâmetros para melhores ajustes da uma produção total de 1000 litros de leite.
bomba de calor, como por exemplo: o consumo Sendo ordenhados 600 litros pela manhã e 400
de biogás e a adequação do modelo matemático litros á tarde. A primeira ordenha é realizada no
aos valores reais de produção de gelo e água período dás 4:00 às 6:00 horas e a segunda
quente. Também, adequação e testes com o ordenha, dás 16:00 às 18:00 horas. A Figura 1
sistema de aquisição de dados, prevendo mostra a curva de carga térmica para
situações que poderão ocorrer a campo, resfriamento, representado pelas duas ordenhas.
evitando paradas e perca de experimentos. Os
dados colhidos nesta etapa já serão usados nas
análises do equipamento. Nos testes de
laboratório, a alimentação do motor a biogás da
bomba de calor será feita com gás natural
veicular, devido á semelhança da sua
composição com o biogás.
Nos testes operacionais serão
realizadas medidas de pressão, temperatura e
vazão do fluído frigorífico da bomba de calor
na entrada e saída do compressor, evaporador e
do condensador; medidas de temperatura,vazão
e pressão da água na entrada e saída do Figura1. Carga térmica com os picos das ordenhas.
condensador; consumo de biogás pelo motor da
bomba de calor; espessura de gelo; medidas da
temperatura e massa do leite e da água de
resfriamento e, temperatura ambiente para A bomba de calor trabalhará no
obtenção dos parâmetros necessários à análise intervalo de 10 horas entre cada ordenha,
do processo com base nas Leis da produzindo gelo e água quente. Com á termo-
Termodinâmica. acumulação de gelo, a capacidade média,
A segunda parte dos testes calculada para a bomba de calor foi de 2,09
operacionais, os testes de campo, serão kW. Se fosse utilizado um sistema de expansão
realizados no Campus da UNESP de direta, a capacidade da bomba de calor deveria
Jaboticabal, onde serão utilizadas as instalações ser igual á carga térmica em cada ordenha,
de produção de biogás do Departamento de implicando num aumento significativo da
Engenharia Rural da Faculdade de Ciências potência e do custo do equipamento.
Agrárias e Veterinárias. Estas instalações O fluído usado no circuito frigorífico
constam de dois biodigestores, um modelo da referida bomba será o R22 (ASHRAE,
Indiano e outro modelo Chinês, um gasômetro 1996). Para montagem do protótipo, serão
e uma estação de purificação e compressão de utilizados os seguintes componentes com suas
biogás automotivo. Nesta fase a bomba de calor respectivas capacidades:
será transportada até a instalação de biogás e - um motor a gasolina, com potência de 3 kW,
conectada ao gasômetro. adaptado para biogás;
Por uma questão de custo e - um tanque resfriador de leite com sistema de
desperdício, nestes testes, o leite será termo-acumulação embutido, para duas
substituído por água, pois ambos apresentam ordenhas com capacidade total para 1000
calores específicos semelhantes. Em testes com litros de leite;
tanques refrigeradores de leite é utilizado o - um compressor aberto operando com R22
mesmo procedimento (Portaria N.º 18 de 10 de com capacidade para 3 kW de refrigeração;
abril de 2001, Regulamento Técnico para - um evaporador tipo serpentina com
Fabricação, Funcionamento e Ensaios de capacidade para 3 kW de refrigeração;
Tanques Refrigeradores de Leite a Granel). - um tanque isotérmico para água quente com
Após a finalização dos testes capacidade para 1000 litros;
operacionais, será realizado com base nestes - um trocador de calor a água para utilização
com R22 , com capacidade de 4 kW;
- um tanque de líquido para R22;
- uma válvula de expansão termostática com
uma capacidade de 3 kW de refrigeração;
- filtro secador, válvulas, tubulações de cobre,
etc.
O evaporador será um acumulador de
gelo que fará parte do tanque refrigerador de
leite com sistema de termo-acumulação. Para o
mesmo e para o tanque de leite, foi realizado o
dimensionamento completo da capacidade e das
dimensões físicas, incluindo simulações de
operação em computador com modelagem
matemática para o processo de congelamento.
A modelagem foi feita com base nas equações
que descrevem a formação de gelo e no balanço
Figura 2. Tanque refrigerador de leite com sistema de
de energia entre a água, o gelo e o leite. termo-acumulação de gelo, em corte.
O tanque refrigerador de leite e a
serpentina (Figuras 2 e 3), foram
dimensionados com uma geometria especial, de
forma a proporcionar uma maior troca de calor
entre o leite e a água do reservatório do banco
de gelo, aproveitando a convecção natural,
evitando-se a utilização de mais um auxiliar
elétrico para agitação da água e promoção da
troca de calor.
A adaptação do motor ciclo Otto para
funcionar com biogás, será feita através da
adaptação na entrada do carburador, de uma
válvula que controla a mistura de ar e biogás na
admissão.
A Figura 4 mostra um esquema
simplificado do funcionamento geral da bomba
de calor a ser montada para o experimento.
Figura 3. Detalhe da montagem da serpentina (evaporador)
do tanque refrigerador de leite.

Figura4. Esquerma de funcionamento da bomba de calor.


O refrigerante R22, após passar pela h j = entalpia específica na entrada ou saída do
válvula de expansão (VE), evapora-se no fluxo, kJ/kg;
evaporador tipo serpentina (EV), instalado no •

tanque refrigerador de leite (TRL). Com a Ι = componente gerador de irreversibilidade,


evaporação, o refrigerante retira calor da água, kW;
ocorrendo o sub-resfriamento da mesma e a e xj = exergia específica na entrada ou saída do
formação de gelo em torno do evaporador. O fluxo, kJ/kg;
compressor (CP) da bomba de calor acionado T R = temperatura na superfície de controle onde
pelo motor a biogás (MB) então aspira o vapor
aquecido do evaporador (EV) e descarrega-o no acontece a transferência de calor, K;
condensador (CD), que é o trocador de calor s = entropia específica do fluxo, kJ/kgK;
resfriado a água, onde ocorre a condensação do h0 , s 0 = entalpia e entropia específica do fluxo
refrigerante e a transferência de calor para a no estado de referência.
água que circula no através deste. A água Estado de referência: T0 = temperatura do meio,
aquecida no condensador (CD) retorna ao p 0 = pressão atmosférica.
tanque de água quente (TAQ). Após o
estrangulamento pela válvula de expansão (VE)
o refrigerante retorna ao evaporador (EV) A eficiência exergética ou eficiência de
completando o ciclo. Segunda Lei é igual a:

EXERGIA DE SAÍDA
Avaliação Energética e Exergética ESL = ...............(4)
para o Sistema EXERGIA DE ENTRADA

As equações de balanço que Na avaliação da bomba de calor, o


descrevem os fluxos de energia e exergia serão parâmetro de maior interesse é o coeficiente de
usadas como ferramentas de princípio para desempenho (C.O.P.), que relaciona a
derivar as relações matemáticas para cada quantidade de energia térmica produzida com a
componente do sistema. Assim, considerando quantidade de energia utilizada pelo sistema.
operações para estados de regime permanente Este parâmetro permite medir a eficiência e
de fluxo, as equações são expressas como: compara este a outros sistemas semelhantes.

balanço de energia O coeficiente de desempenho para esta bomba


de calor é dado por:
• • • •
0 = ∑ (m.h) j − ∑ (m.h) j + W cv − Q ............ (1) No lado de resfriamento do leite:
saída entrada •
QL
COPRe frig = •
...............................................(5)
balanço de exergia W

• • No lado de aquecimento da água:


0= ∑ (m xe x
) j − ∑ (m xe x ) j + •
entrada saída QH
COPBomb = •
...............................................(6)
W
⎛ T ⎞ • • •
+ ⎜⎜1 − 0 ⎟⎟. Q − WCV − I .................................. (2)
⎝ TR ⎠ onde:

e x = h − h0 − T0 ( s − s 0 ) .................................(3) QL = calor retirado no evaporador, kW;

QH = calor rejeitado no condensador, kW;

W = trabalho fornecido ao compressor, kW;
onde:
Com base do poder calorífico do
• biogás e no consumo deste pelo motor, será
Q = fluxo de calor no componente, kW; possível estimar a energia fornecida ao

W cv = trabalho produzido por componente, kW; compressor.

m j = entrada ou saída de massa, kg/s;
Avaliação Econômica

A avaliação econômica será feita com


base na realização de um estudo de caso para
uma fazenda leiteira com 50 animais em
lactação. Onde, será comparado o desempenho
financeiro do sistema de aquecimento da bomba
de calor proposta, com sistemas de aquecimento
utilizando energia elétrica em forma direta
(resistências elétricas), energia solar, gás e óleo Figura 5. Formação de gelo, congelamento e descongelamento
(queima direta). e, variação da temperatura da água e do leite ao longo
do tempo.
Para uma análise simplificada, serão
considerados os seguintes parâmetros:
- Custo inicial de implantação do sistema;
- Custo de operação;
- Custo de manutenção;
- Benefícios advindo da energia elétrica
economizada;
- Benefício do biofertilizante produzido;
- Vida útil;
- Taxa de retorno;

O custo de manutenção e a vida útil


serão estimados com base em históricos de
funcionamento para equipamentos similares.
Para a bomba de calor, a vida útil média está
em torno de 10 anos. Figura 6. Calor retirado no evaporador, calor rejeitado no
A taxa de retorno é a relação entre o condensador e trabalho requerido ao longo do
investimento inicial e o benefício do sistema, no tempo.
caso, a energia economizada mais o
biofertilizante produzido, levando-se em
consideração um certo índice infracionário. Trabalhando nas faixas de temperatura
Quanto menor esta taxa, mais atraente torna-se de evaporação e condensação de –5ºC e 50ºC
o investimento. respectivamente, os dados obtidos com a
A avaliação econômica é um dos simulação mostraram ser possível aquecer em
fatores de maior relevância pois, associada aos cada ciclo de refrigeração entre 1000 e 1200
resultados das análises técnicas pode viabilizar litros de água até 50ºC, considerando uma
ou inviabilizar um projeto. Do ponto de vista temperatura inicial da água de 25º C e, produzir
geral, mesmo que um projeto seja viável entre 120 e 160 kg de gelo e 500 litros de água
tecnicamente, caso não seja economicamente, gelada a uma temperatura entre 0,5 e 0,9ºC,
torna-se inviável frente à necessidade do com um consumo máximo de biogás de 21,56
aumento da eficiência através da redução de m3 , o que dá um total de 43,12 m3 por dia. O
custos. coeficiente de desempenho (C.O.P.) teórico,
obtido nas simulações foi de 3,62 para o
Resultados Preliminares sistema de resfriamento e, de 4,62 para o
sistema de aquecimento. Para o sistema real
este coeficiente sofrerá uma diminuição. Porém,
As Figuras 7 e 8 mostram os gráficos
espera-se nos testes com a bomba de calor, que
com os resultados da modelagem matemática
este se mantenha acima de 2,5 para o
simulando a formação de gelo e o
aquecimento.
descongelamento, a variação da temperatura da
Em testes realizados com uma simples
água e do leite, o calor retirado no evaporador,
adaptação de um trocador de calor casca-tubo
o calor rejeitado no condensador e o trabalho
em um antigo sistema de refrigeração do
requerido para bomba de calor.
Laboratório de Refrigeração da Faculdade de
Nas simulações feitas para o
Engenharia de Alimentos da Unicamp, utilizado
dimensionamento desta bomba de calor, foi
para aulas práticas, acionado por um
considerada uma temperatura de condensação
compressor aberto, com uma potência de 2,6
constante igual a 50º C, que é a temperatura de
kW, foi possível obter 3,67 kW de energia para
condensação máxima de projeto.
A minha família, em especial a meus
pais.
resfriamento e 4,71 kW de energia para A Fapesp pela bolsa de estudos
aquecimento. O evaporador era do tipo casca- concedida e apoio financeiro ao projeto.
tubo, e resfriava uma solução de etilenogricol a Ao Curso de Pós-Graduação em
1,7ºC, com uma temperatura de evaporação de Engenharia Agrícola da Unicamp.
–9,1ºC. O sistema operava com R12. A
temperatura de condensação era de 40,4ºC, com REFERÊNCIAS
uma diferença de temperatura de entrada e saída
da água do condensador de 3ºC, onde foi 1. ASHRAE. Applied heat pump and heat
possível aquecer 250 litros de água até uma recovery systems. Ashrae - Ashrae
temperatura de 39,6ºC, começando-se com Handbook. Atlanta, Ashrae, 1996.
uma temperatura inicial da água de 24,1ºC, em Cap. 8. 22p.
um tempo de 2 horas, com uma vazão de 1
m3/h. O C.O.P. obtido para o aquecimento de 2. BENINCASA, M.; ORTOLANI, A. F.;
água foi de 1,88, um pouco baixo por se tratar LUCAS JUNIOR, J. Biodigestores
de um equipamento antigo e uma adaptação um convencionais. Faculdade de Ciências
tanto ‘grosseira’. Mesmo nestas condições, com Agrárias e Veterinárias. Jaboticabal,
este resultado já é possível ter-se uma idéia do 1991. 25p.
potencial para recuperação de calor para
aquecimento de água em processos. Calor este 3. CEMIG. Companhia Energética de Minas
que não é aproveitado sendo perdido para o Gerais. Utilização de bomba de calor
ambiente. no edifício sede da Cemig. N. T.
02111- CM/UE - 44, 12p, 1992.
CONCLUSÕES
4. CESP. Companhia Energética de São Paulo.
Mesmo, em se tratando de um projeto Projeto de uma bomba de calor
ainda em fase inicial, os resultados até aqui experimental. Proposta n.º 50380
obtidos através de simulações e testes (não publicado). CESP. São Paulo.
preliminares com adaptações em sistemas de 1979.
refrigeração e, informações adquiridas na
revisão bibliográfica, apontam um potencial 5. CORTEZ, L. A. B.; NEVES FILHO L. C.
significativo para a recuperação de calor com a Aplicação de bombas de calor na
utilização de bombas de calor em processos agricultura e na agroindústria
onde existem demandas sucessivas de frio e brasileira. Anais do III Congresso
calor, como no caso do processo estudado neste Nacional de Energia. La Serena, Chile.
trabalho. 17-19 de abril de 1996. p. 337-343.

A utilização da bomba de calor neste 6. CORTEZ, L. & R. BOILY. La rentabilité


processo pode trazer uma significativa des récupérateurs de chaleur du lait.
contribuição na redução dos gastos com energia Apresentado no 11e Colloque de
elétrica para aquecimento de água. Génie Rural, Université Laval,
Quebéc, Canadá. 1984. 45 p.
Pode ser alcançada a substituição total
da energia elétrica, tanto para aquecimento, 7. COMASTRI FILHO, J. A. Biogás,
como para resfriamento, com o uso do biogás independência energética do
no acionamento da bomba de calor. Pantanal Mato-grossense.
EMBRAPA. UEPAE de Corumbá.
Circular Técnica, 9. Corumbá. 1981.
PALAVRAS CHAVES 53p.

Bomba de calor, refrigeração, economia de 8. GARCIA, F. P. & PELLEGRINI M. C.


energia, aquecimento, biogás. Dimensionamento, construção e
operação de digestores rurais de
AGRADECIMENTOS pequeno porte. CESP. Companhia
Energética de São Paulo. São Paulo.
A Deus que continue iluminando o 1982. 17p.
meu caminho.
A minha esposa Edneia pela Simpósio Tecnologia e Aplicação
compreensão e motivação. Racional de Energia Elétrica e de
9. GELLER, H. S.; GOLDEMBERG, J.; Fontes Renováveis na Agricultura,
MOREIRA, J. R.; HUKAI, R.; 1997, Campina Grande.
SCARPINELLA, C.; YSOHIZAWA, Anais...Campina Grande: UFPB,
M. Eletricity conservation in Brazil: 1997. 176p.
potencial and progress, energy.
Great Britain v(13): 469-483, 1988. 20. SANTIAGO, A. C. & CRESTANA, M. S.
M. PROGÁS – Normas técnicas
10. GELLER, H. S. O uso eficiente da para projetos de biodigestores.
eletricidade: uma estratégia de Governo do Estado de São Paulo,
desenvolvimento para o Brasil. Rio Secretaria de Agricultura e
de janeiro: INEE, 1994, 226p. Abastecimento. Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (CATI).
11. HARDOIM, P. C. & GONÇALVES, A. D. Com. Téc. N. 27. Campinas. 1981.
M. A. Avaliação do Potencial do 13p.
Emprego do Biogás nos
Equipamentos Utilizados em 21. SILVA, A. & CORTEZ, L. A. B. Projeto
Sistemas de Produção de Leite. integrado de utilização de biogás e
Anais do 3º Encontro de Energia no energia solar visando a operação de
Meio Rural. Campinas, SP. 12-15 de um sistema de refrigeração de leite
setembro de 2000. p. 70. por absorção. Projeto de dissertação
de mestrado do Engenheiro Andrés da
12. JANNUZZI, G. M. Planejando o consumo Silva sob orientação do Prof. Luís
de energia elétrica através de Augusto Barbosa Cortez da Faculdade
programas de difusão de tecnologias de Engenharia Agrícola, UNICAMP.
mais eficientes. Revista Brasileira de Campinas. 1991. 39p. (Não
Energia. Rio de Janeiro, RJ. v(3): 176- publicado).
188, n.º 1, 1993.

13. JANNUZZI, G. M.; SWISHER, J. N.P.


Planejamento integrado de recursos
energéticos: meio ambiente,
conservação de energia e fontes
renováveis. Campinas, SP: Autores
Associados, 1997. 246 p.

14. LUCAS JUNIOR, J. & SILVA, F. M.


Biogás, produção e utilização.
Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias. Jaboticabal, (s.d.). 8p.

15. MME. Ministério de Minas e Energia.


Modelo energético brasileiro.
Brasília: 1991. Versão II.91p.

16. MME. Ministério de Minas e Energia.


Balanço energético nacional 2000.
Brasília : MME, 2000. 152p.

17. OLIVEIRA, A. C. C. & SÁ JUNIOR, J. C.


Uso eficiente de energia elétrica.
Recife: Ed. Universitária da UFPE,
1998. 113p.

18. PROCEL. Manual de conservação de


energia elétrica na indústria. [S.1. :
s.n., 198-]. 80 p.

19. SERAPHIM, O. J. Tecnologia e aplicação


racional de energia elétrica e de
fontes renováveis na agricultura. In:

Você também pode gostar