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ESTABILIDADE NO CONTROLE DE
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Piracicaba - SP
Agosto – 2014
RAIZEN ENERGIA S/A – UNIDADE COSTA PINTO
PROGRAMA GERAÇÃO RAIZEN
ESTABILIDADE NO CONTROLE DE
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Mentores:
DANILO CARLOS AURELIANO
RAFAEL MORAES PANTOJO
Piracicaba - SP
Agosto – 2014
AGRADECIMENTOS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 2
2. OBJETIVO ......................................................................................................................... 2
3. EQUIPAMENTOS ............................................................................................................. 3
3.1. Gerador de Vapor (Caldeira) ....................................................................................... 3
3.2. Gerador de Energia ...................................................................................................... 4
3.3. Processo de Cogeração de Energia .............................................................................. 5
3.4. Capacidade de Geração e Exportação de Energia ....................................................... 6
4. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE CONTROLE ......................................................... 7
4.1. CLP – Controlador Lógico Programável ..................................................................... 7
4.2. EGCP-3 ........................................................................................................................ 7
4.3. Regulador 505.............................................................................................................. 8
5. CONTROLE DE CARGA DOS GERADORES ............................................................... 9
5.1. Controle PID ................................................................................................................ 9
5.2. Lógica Fuzzy .............................................................................................................. 10
5.3. Proposta para alteração no sistema de controle ......................................................... 11
6. RESUTADOS .................................................................................................................. 11
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 15
8. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 16
1. INTRODUÇÃO
A cana de açúcar, originariamente do sul e sudeste asiático, passou a ter um papel muito
importante na economia mundial depois da descoberta de seu potencial, como matéria prima
para a produção de açúcar e posteriormente do álcool.
Com o tempo, a cultura mostrou seu poder no Brasil e chamou a atenção da economia
interna, ganhando força e, tendo o apoio para que novos engenhos e lavouras fossem criados.
A partir do momento em que a demanda por açúcar na Europa aumentou, os engenhos passaram
a ser visto de outra forma, como uma potencial fonte de riqueza. Consequentemente, não
somente a demanda por açúcar aumentou, como também o inicio de uma concorrência interna
no país para a fabricação e novas tecnologias foram necessárias para atender o que se esperava.
Analisando e atuando com maior ênfase nos sistemas de geração de energia, nota-se que
há a oportunidade de melhoria em controles automáticos de seus principais equipamentos, como
por exemplo, nas turbinas a vapor que são acopladas aos geradores. Assim é possível obter
melhor desempenho operacional, além de retornos financeiros relevantes.
2. OBJETIVO
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Atuar no sistema de geração de energia, a fim de estabilizar o controle de carga
substituindo o controle PID do EGCP-3 por uma lógica Fuzzy a ser implantada no CLP.
3. EQUIPAMENTOS
Trata-se de Caldeiras do tipo Aquatubular, onde a água é escoada por tubos contidos em
uma parede d’água que cercam toda a fornalha, local onde é realizada a queima do bagaço. A
água vai para o tambor de vapor, de onde sai o vapor saturado que passará por dois
superaquecedores e será transformado em superaquecido.
A seguir, na tabela 1, são apresentados dados referentes à caldeira.
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Caldeira AT-SD-275
Produção de Vapor 275000 kg/h
Temperatura do Vapor 515 °C
Pressão de Operação do Vapor 67,3 kgf/cm²
Combustível Principal Bagaço de Cana
Tabela 1: Dados da Caldeira AT-SD-275
Fonte: Dedini indústrias de base, 2008
Como podemos observar acima, o vapor superaquecido sai do tambor de vapor com 67
kgf/cm² e temperatura de 515°C. Esse vapor é utilizado para mover as turbinas a vapor dos
geradores de energia instalados.
Os geradores de energia como o próprio nome diz são equipamentos responsáveis por
gerar energia elétrica. Trata-se de um equipamento que possui bobinas com várias espiras
imersas em um campo magnético produzido por imãs. Quando se introduz neste campo
magnético um eixo com movimento de rotação, é induzida nos condutores uma força a qual
chamamos de eletro motriz, transformando energia mecânica em elétrica.
O equipamento responsável pelo movimento do eixo é a turbina a vapor, onde o vapor
gerado na Caldeira é admitido para dentro da máquina proporcionando o movimento, ou seja,
convertendo energia potencial termodinâmica em trabalho mecânico.
Figura 2: Turbina
No caso da Costa Pinto, estão instaladas três turbinas com duplo estágio (alta pressão e
baixa pressão) conforme ilustrado na Figura 2, onde duas turbinas são de contra pressão (BTE-
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50) e uma de condensação (CTE-50). As turbinas de contra pressão possuem uma extração de
vapor de 21 kgf/² e escape de 1,5 kgf/², já na turbina de condensação a extração é de 1,5 kgf/cm²
e no seu escape é liberado vapor condensado (água).
Além disso, todo esse processo é controlado automaticamente com o auxílio de válvulas
condicionadoras, a fim de proporcionar um equilíbrio em toda planta industrial.
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3.4. Capacidade de Geração e Exportação de Energia
Cada gerador tem capacidade de gerar 31,25 MW/h, porém estão limitados via lógica
de programação de acordo com a necessidade da planta instalada. Os geradores 1 e 2 estão
limitados a 27 MW/h e o gerador 3 está limitado a 25 MW/h.
A figura 4 mostra o esquema instalado na Costa Pinto para geração e exportação de
energia.
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4. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE CONTROLE
4.2. EGCP-3
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utilizando um bloco PID interno, monitoramento, sincronismo e proteções que abrangem todo
sistema de geração de energia.
Figura 6: EGCP-3
Fonte: WOODWARD [1], 2014
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5. CONTROLE DE CARGA DOS GERADORES
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No controle de carga dos geradores o PID existente no EGCP-3 lê a carga gerada e
compara com o Set Point, gerando um sinal de saída (4 a 20mA) que é enviado ao regulador
505 pra que o mesmo manipule, por intermédio do CPC, as válvulas de admissão da turbina,
controlando a entrada de vapor.
Ao contrário da Lógica convencional a Lógica Fuzzy ou Lógica Difusa traz uma teoria
de que os valores de um determinado conjunto podem pertencer a outro conjunto, vejamos um
exemplo:
- Objeto Barato: Menor ou igual a R$ 10,00.
- Objeto Caro: Maior que R$ 10,00.
Se tivermos dois objetos onde um custa R$ 9,99 e outro custa R$ 10,01, em uma lógica
convencional eles pertenceriam a classes diferentes, porém na realidade fica difícil dizer que
eles não pertencem à mesma classe, pois estão muito próximos. Já na Lógica Fuzzy é possível
considerar através de um determinado grau de pertinência, que ambos estão praticamente na
mesma classe.
A Lógica Fuzzy tem a proposta de atuar nos sistemas de controle exercendo uma função
onde houvesse um “Expert” (Operador) atuando nos principais Set Points de controle, ou seja,
como se fosse possível prever que determinada variável iria oscilar ou iria mudar de valor, dessa
forma eliminando a necessidade da MV modular tantas vezes a ponto de gerar oscilações e
distúrbios nas variáveis a serem controladas. Trazendo para a prática, essa lógica consegue ler
não apenas uma PV, mais várias outras, adotando uma como prioritária. A intenção de se
monitorar mais variáveis é justamente modelar o sistema, para que ele entenda o processo como
um todo e mantenha o controle totalmente estável.
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5.3. Proposta para alteração no sistema de controle
A proposta desse trabalho é substituir o controle PID realizado no EGCP 3 por uma
lógica Fuzzy a ser implantada no CLP, pois como vimos trata-se de uma ferramenta muito mais
estável e que deixará o controle mais suave, evitando oscilação de carga e consequentemente
deixando de perder energia toda vez em que o PID detecta um erro entre o Set Point pedido e a
carga efetivamente gerada no momento.
Para isso a intenção é incorporar no bloco “Fuzzy” outras varáveis como, vazão de vapor
do momento, rotação da turbina, pressão de óleo P1, de forma a criar uma condição em que o
controle entenda os principais fatores que interferem no controle de carga e assim mantenha-o
o mais estável possível.
6. RESUTADOS
Para avaliar o quanto poderá ser ganho com a implantação da lógica Fuzzy, foi extraído
dados de processos de um dia escolhido aleatoriamente e com uma geração nominal de energia
no ano de 2014.
Nos gráficos abaixo, pode-se notar o quanto oscila o controle de carga dos geradores
de energia.
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Gráfico 2: Controle de Carga
Gerador 02 (Dia 20/05/2014)
Energia não gerada por Dia Energia não gerada por Dia Energia não gerada por Dia
TG 01 (MW) TG 02 (MW) TG 03 (MW)
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Considerando, através de históricos, que o consumo médio da unidade Costa Pinto é de
aproximadamente 20% de toda a energia gerada, obtemos os seguintes resultados.
Assim pode-se considerar que se o processo não sofresse nenhuma oscilação, o ganho
ideal seria de aproximadamente R$ 930.600,00 em uma safra. Porém como se trata de um
controle onde é priorizado o atendimento ao processo, há momentos em que o mesmo demanda
um consumo acima da capacidade de extração das turbinas, gerando oscilações. São nesses
momentos em que ocorre o desvio de uma quantidade de vapor através das válvulas
condicionadoras, ou seja, esse vapor não será convertido em energia elétrica.
Esses momentos de abertura das condicionadoras foram monitorados no mesmo dia em
que foram analisados os controles de carga da turbina.
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Depois de contabilizada a vazão que passou pela válvula condicionadora durante o dia,
chegou-se a conclusão que dos 18 MW deixados de serem vendidos, aproximadamente 10 MW
foram provenientes da abertura das válvulas condicionadoras, ou seja, aproximadamente 55%,
portanto temos um ganho real bem próximo de:
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7. CONCLUSÃO
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8. BIBLIOGRAFIA
COX, Earl. The Fuzzy Systems Handbook: a Practitioner's Guide to Building, Using and
Maintaining Fuzzy Systems. Professional, 1994 ; ISBN 0-12-194270-8
KOSKO, Bart. Neural networks and fuzzy systems: a dynamical systems approach to
machine intelligence. Prentice-Hall International, 1992; ISBN 0-13-612334-1
NATIONAL INSTRUMENTS. Explicando a Teoria PID. São Paulo, 2014. Disponível em:
< http://www.ni.com/white-paper/3782/pt/>. Acesso em: 16 abr. 2014 às 09h15min.
PRUDENTE, Francesco. Automação industrial PLC: teoria e aplicações: curso básico. Rio
de Janeiro: LTC, 2007.
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SIEMENS. Simatic s7-400. São Paulo, 2011. Disponível em:
<http://www.siemens.com.br/templates/produto.aspx?channel=3624&channel_ter_nivel=361
9&produto=5913>. Acesso em: 03 set. 2011 às 09h45min.
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