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GÊNSE, MORFOLOGIA E
CLASSIFICAÇÃO DO SOLO
NOTAS DE AULA
SUMÁRIO
Fatores de conversão para unidades do sistema internacional (si) e outras unidades ......................................................... 1
1. Introdução....................................................................................................................................................................... 3
1.1. Importância e objetivos da disciplina ...................................................................................................................... 3
1.2. Histórico da pedologia............................................................................................................................................. 4
2. A terra: composição, estrutura, dinâmica e equilíbrio do planeta................................................................................... 6
3. O solo como parte essencial do meio ambiente .............................................................................................................. 9
4. Material de srcem do solo ........................................................................................................................................... 10
minerais e rochas .......................................................................................................................................................... 12
4.1. Rochas ígneas ........................................................................................................................................................ 13
4.2. Rochas sedimentares.............................................................................................................................................. 13
4.3. Rochas metamórficas............................................................................................................................................. 14
5. Fatores de formação do solo ......................................................................................................................................... 20
5.1. Material de srcem................................................................................................................................................. 20
5.2. Relevo.................................................................................................................................................................... 21
5.3. Clima ..................................................................................................................................................................... 22
5.4. Organismos............................................................................................................................................................ 24
5.5. Tempo.................................................................................................................................................................... 25
6. Processos de formação do solo ..................................................................................................................................... 27
6.1. Processos básicos de formação do solo ................................................................................................................. 27
6.2. Processos gerais de formação do solo.................................................................................................................... 29
7. Perfil do solo e horizontes ............................................................................................................................................ 33
horizontes diagnósticos superficiais ............................................................................................................................. 37
horizontes diagnósticos subsuperficiais........................................................................................................................ 38
8. Propriedades morfológicas do solo............................................................................................................................... 42
8.1. Cor ......................................................................................................................................................................... 42
8.2. Textura e classe textural ........................................................................................................................................ 45
8.3. Estrutura................................................................................................................................................................. 46
8.4. Porosidade ............................................................................................................................................................. 47
8.5. Cerosidade ............................................................................................................................................................. 48
8.6. Consistência........................................................................................................................................................... 49
8.7. Cimentação ............................................................................................................................................................ 50
8.8. Nódulos e concreções minerais.............................................................................................................................. 50
8.9. Profundidade e espessura dos horizontes............................................................................................................... 51
9. Propriedades físicas do solo..........................................................................................................................................53
9.1. O solo como sistema trifásico................................................................................................................................ 53
9.2. Constituição física ................................................................................................................................................. 55
propriedades físicas do solo.......................................................................................................................................... 56
9.3. Textura do solo ...................................................................................................................................................... 59
9.4. Estrutura................................................................................................................................................................. 63
9.5. Porosidade ............................................................................................................................................................. 67
9.6. Densidade .............................................................................................................................................................. 67
9.7. Compacidade ......................................................................................................................................................... 67
9.8. Água do solo.......................................................................................................................................................... 71
10. Química do solo.......................................................................................................................................................... 75
10.1. Origem das cargas elétricas do solo..................................................................................................................... 75
10.2. Ph......................................................................................................................................................................... 77
10.3. Capacidade de troca de cátions (ctc).................................................................................................................... 78
10.4. Composição química e estrutura dos minerais de argila...................................................................................... 80
11.11.1.
Classificação
Objetivosde dasolos.................................................................................................................................................
classificação.................................................................................................................................... 84 83
11.2. Principais classes de solos brasileiros.................................................................................................................. 84
11.3. Solos com b textural ............................................................................................................................................ 92
11.4. Solos com b latossólico........................................................................................................................................ 92
11.5. Solos pouco desenvolvidos.................................................................................................................................. 93
11.6. Solos hidromórficos............................................................................................................................................. 94
11.7. Solos com b incipiente, b nítico, a chernozêmico, material orgânico e b plânico................................................ 95
11.8. Correlação entre o sistema atual e diferentes sistemas de classificação de solos ................................................ 99
11.9. Solos e ambientes brasileiros............................................................................................................................. 101
12. Referências bibliográficas: ....................................................................................................................................... 106
anexos............................................................................................................................................................................. 107
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2.000 Grama por quilograma, g/kg Quilograma por hectare (considerando- 0,0005
se um hectare com 2.000 t, 0-20 cm e
densidade ap. de 1,00 kg/dm3), kg/ha
0,001 Quilograma por hectare, kg/ha Tonelada (métrica) por hectare hectare 1.000
(considerando-se um hectare com 2.000
t, 0-20 cm e densidade ap. de 1,00
kg/dm3), t/ha
1 Centimol de carga por quilograma Miliequivalente por 100 g, meq/100 g 1
(CTC), cmolc/kg
10 Centimol de carga por quilograma Milimol de carga por quilograma, 0,1
(CTC), cmolc/kg mmolc/kg
0,1 Grama por quilograma, g/kg Porcentagem, % 10
1 Megagrama por metro cúbico, Mg/m3 Grama por centímetro cúbico, g/cm3 1
1 Miligrama por quilograma, mg/kg Partes por milhão, ppm 1
Comprimento
4,5454 Metro,
Metro, m PalmoSesmaria
(22 cm – (Brasil)
Brasil) 0,22
1,51 x 10-4 m Légua 6.600
0,4545 Metro, m Braça (10 palmos - Brasil) 2,2
0,621 Quilômetro, km (103 m) Milha (mile), mi 1,609
1,094 Metro, m Jarda (yard), yd 0,914
3,28 Metro, m Pé (foot - 12 polegadas), ft 0,3048
1,0 Micrômetro, m (10-6 m) Mícron (micron), 1,0
3,94 x 10-2 Milímetro, mm (10-3 m) Polegada (inch), in 25,4
10 Nanômetro, nm (10-9 m) Ângstrom (Angstrom), Å 0,1
Área
0,0001 Metro quadrado, m2 Hectare, ha 10.000
0,4132 Hectare, ha Alqueire paulista (5.000 braços2), alq 2,42
0,2066 Hectare, ha Alqueire mineiro/carioca/ 4,84
goiano/alqueirim (10.000 braços2)
0,3673 Hectare, ha Alqueire do norte (Brasil) 2,7225
Hectare, ha Alqueire baiano (Brasil)
0,1033
0,05165 Hectare, ha Alqueirão (Brasil) 9,68
19,36
2,2957 Hectare, ha Tarefa baiana (30 braços2 - Brasil) 0,4356
2,47 Hectare, ha Acre 0,405
247 Quilômetro quadrado, km2 (103 m)2 Acre 4,05 x 10-3
0,386 Quilômetro quadrado, km2 (103 m)2 Milha quadrada, mi2 2,590
2,47 x 10-4 Metro quadrado, m2 Acre 4,05 x 103
10,76 Metro quadrado, m2 Pé quadrado, ft2 9,29 x 10-2
1,55 x 10-3 Milímetro quadrado, mm2 (10-6 m)2 Polegada quadrada, in2 645
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2
Para converter a Coluna 1 (unidades do SI) Coluna 2 (outras unidades) Para converter a
coluna 1 em coluna 2 em
coluna 2, coluna 1,
multiplique por: multiplique por:
Volume
6,10 x 104 Metro cúbico, m3 Polegada cúbica, in3 1,64 x 10-5
2,84 x 10-2 Litro, L (10-3 m3) Bushel, bu 35,24
1,057 Litro, L (10-3 m3) Quarto (líquido), qt 0,946
3,53 x 10-2 Litro, L (10-3 m3) Pé cúbico, ft3 28,3
0,265 Litro, L (10-3 m3) Galão 3,78
33,78 Litro, L (10-3 m3) Onça (fluido), oz 2,96 x 10-2
2,11 Litro, L (10-3 m3) Pinta (fluido), pt 0,473
9,73 x 10-3 Metro3, m3 Acre-polegada 102,8
35,3 Metro3, m3 Pé cúbico, ft3 2,83 x 10-2
Massa
1,7144 x 10-5 Quilograma, kg Quintal (Brasil) 58.328
0,0681 Quilograma, kg Arroba (Brasil) 14,689
2,20 x 10-3 Grama, g (10-3 kg) Libra, lb 454
3,52 x 10-2 Grama, g Onça (avdp), oz 28,4
2,205 Quilograma, kg Libra, lb 0,454
10-2 Quilograma, kg Quintal (métrico), q 102
1,10 x 10-3 Quilograma, kg Ton (2000 lb), ton 907
1,102 Megagrama, Mg Ton (U.S.A.), ton 0,907
Rendimento (produção)
2,42 Quilograma por hectare, kg/ha Quilograma por alqueire paulista 0,4132
4,84 Quilograma por hectare, kg/ha Quilograma por alqueire mineiro 0,2066
2,7225 Quilograma por hectare, kg/ha Quilograma por alqueire do norte 0,3673
9,68 Quilograma por hectare, kg/ha Quilograma por alqueire baiano 0,1033
19,36 Quilograma por hectare, kg/ha Quilograma por alqueirão 0,05165
0,893 Quilograma por hectare, kg/ha Libra por acre, lb/acre 1,12
2,24 Metro por segundo, m/s Milha por hora 0,447
Temperatura
1,00(K-273) Kelvin, K Celsius, ºC 1,00(ºC+273)
(9/5 ºC)+32 Celsius, ºC Fahrenheit, ºF 5/9 (ºF–32)
Transpiração e Fotossíntese
3,60 x 10-2 Miligrama por metro quadrado segundo, Grama por decímetro quadrado hora,
2
27,8
mg/m s g/dm2 h
-3 Miligrama (H2O) por metro quadrado Micromol (H2O) por centímetro
5,56 x 10 180
segundo, mg/m2 s quadrado segundo, mol/cm2 s
-4
10 Miligrama por metro quadrado segundo, Miligrama por centímetro quadrado 104
mg/m2 s segundo, mg/cm2 s
35,97 Miligrama por metro quadrado segundo, Miligrama por decímetro quadrado hora, 2,78 x 10-2
Mg/m2 s Mg/dm2 h
Conversão de Nutrientes de Plantas
Elementar Óxido
2,29 P P2O5 0,437
1,20 K K2 O 0,830
1,39 Ca CaO 0,715
1,66 Mg MgO 0,602
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1. INTRODUÇÃO
O solo é base de toda a vida terrestre, estando presente praticamente em todo local na Terra,
onde o ser humano habita. Sua predominância como fator limitante à ocupação humana destaca a
importância de seu estudo, tanto para fins de exploração agropecuária (como a indicação de áreas
com maior potencial de produção vegetal), quanto para obras de engenharia e construções rurais.
Os primeiros seres humanos que habitaram a Terra viviam da extração direta de alimento
produzido pela natureza: frutos, sementes, folhas, raízes e animais encontrados mortos. Bem mais
tarde, desenvolveram a arte da caça, implicando na invenção de armas primitivas (com ossos,
pedras e madeira) como maças, machados, facas e lanças. Posteriormente, algumas plantas
utilizadas como alimento, puderam ser reproduzidas nas proximidades de suas moradias, por meio
do plantio de mudas
desenvolvimento e (manejo)
da lavra sementes.doPorém, os princípio
solo, cujo resultados
foi positivos surgiram
a base de toda somentede após
a tecnologia o
manejo
dos solos agrícolas existente nos dias atuais.
Em geral, quando enumeramos os elementos da natureza que são vitais para nós, pensamos
no ar, na água e nos alimentos. Com exceção dos peixes e outros produtos comestíveis retirados dos
mares e rios, é do solo que se srcinam os vegetais terrestres e, indiretamente, os animais que nos
fornecem carne, leite e inúmeros derivados que constituem a base da alimentação da maior parte
dos povos.
quandoAanalisamos
necessidade do incremento
alguns números: na produção de alimentos pode ser mais bem compreendida
A humanidade levou 1.830 anos para atingir o 1º bilhão de habitantes, 100 anos para o 2º
bilhão, 30 anos para o 3º bilhão e, no ano 2.000, aproximadamente 7,2 bilhões de pessoas na face da
Terra, sendo estimados para o ano 2.025, 8,3 bilhões de habitantes. Para atender a essa crescente
demanda da produção de alimentos, a FAO/ONU, estima que é necessário: a) aumento de 60% da
produtividade das culturas nos países em desenvolvimento e b) incorporar cerca de 200 milhões de
novos hectares ao processo produtivo, principalmente nas regiões tropicais do globo.
Se por um lado, a situação é preocupante quanto ao aumento da população, possivelmente
nenhum outro país tropical como o Brasil, tem tantas perspectivas positivas de aumento da
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4
produtividade das culturas e de expansão da área cultivada para a produção de alimentos, tanto para
o consumo interno como para produzir excedentes exportáveis.
características6 sob a influência ativa da água, ar e várias formas de organismos vivos e mortos”.
Definiu que o solo é um corpo formado por evolução natural, sob a influência de cinco fatores, dos
quais ele considerou a vegetação o mais importante.
K. D. Glinka (1867-1929) e S. S. Neustruyev (1874-1928) novamente enfatizaram o
conceito de solo como uma superfície geológica própria, uma crosta intemperizada que exibe
feições zonais correspondentes a zonas climáticas.
V. R. Williams (1863-1939) desenvolveu o conceito de gênese do solo como um processo
essencialmente biológico, predominando sobre o geológico. Ele enfatizou a fitociclagem (remoção
de nutrientes do solo pelas plantas e o retorno para a superfície na forma de folhas, liteira e raízes
mortas), que possibilitaria um aumento progressivo da fertilidade do solo, sendo que esse fenômeno
seria mais efetivo em pastagens.
P. E. Müller, em 1878, escreveu uma monografia sobre o húmus do solo, elucidando o
caráter biológico da gênese de solos florestais. Em 1912, Gedroiz introduziu o conceito de troca de
7
cátions nos solos.
Nos EUA, E. W. Hilgard (1833-1916), geólogo e cientista do solo, publicou trabalhos sobre
solos alcalinos e a relação entre solos e clima.
C. F. Marbut (1863-1935), então diretor do U. S. Soil Survey (Serviço de Levantamento de
Solos dos EUA) chamou a atenção dos cientistas norte-americanos para os estudos de Glinka e
Dokuchaev, iniciando os estudos sobre classificação de solos nos EUA em 1927.
Hans Jenny (1941) publicou o livro “Fatores de Formação do Solo”, um grande tratado
falando dos cinco fatores que governam a gênese do solo, que perdura até os dias atuais.
No Brasil, tem-se no IAC (1888-1893), os primeiros trabalhos científicos sobre o
esgotamento das terras e a maneira de corrigi-las.
F. W. Dafert e A. B. U. Cavalcanti apresentaram “As terras do Estado de São Paulo” com
análises químicas e físicas e uma tentativa de metodização das denominações vulgares dos solos.
Procuraram também definir, dentro dessas classes, as propriedades8 físicas e químicas. A adubação
já era uma preocupação e diversas considerações foram apresentadas neste trabalho.
O primeiro livro brasileiro sobre solos provavelmente foi “Elementos de Agrologia9” escrito
por Gustavo Dutra em 1897.
Os estudos sobre solos foram desenvolvidos por outras instituições, destacando-se o Instituto
de Química, do Rio de Janeiro e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, de Piracicaba.
Em 1947, é fundada a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), a qual lançou o
primeiro volume da Revista Brasileira de Ciência do Solo (RBCS) em 1977, a qual vem sendo
regularmente publicada até hoje.
conferem características de inter-relacionamento com outros horizontes componentes do perfil, dos quais se diferenciam
em virtude de diversidade de propriedades resultantes da ação da pedogênese.
6
característica (do solo): atributo intrínsecos do solo que pode ser medido ou estimado, servindo para sua definição,
independentemente do meio ambiente (ex.: textura do solo, cor do solo, etc.).
7
troca de cátions: intercâmbio entre cátions da solução do solo e os adsorvidos na superfície de qualquer material
carregado negativamente como colóides de argila ou orgânicos.
8
propriedade (do solo): atributo relativo ao comportamento do solo, resultante da interação entre as características e o
meio ambiente (ex.: retenção de água, densidade do solo, etc.).
9
agrologia: ramo da ciência que trata do conhecimento da terra nas suas relações com a agricultura.
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6
Plioceno 12.000.000
Mioceno 23.000.000 Mamíferos e fanerógamas
Terciário Oligoceno 35.000.000
Eoceno 55.000.000 Cadeias montanhosas
Paleoceno 70.000.000
Mesozóica Cretáceo 135.000.000 Dobramento moderno
Jurássico 180.000.000 (Andes, Himalaia, etc.)
Triássico 220.000.000
Paleozóica Permiano 270.000.000 Rochas sedimentares
Carbonífero 350.000.000
Devoniano 400.000.000
Siluriano 430.000.000
Ordoviciano 490.000.000
Cambriano 600.000.000
Pré-cambriana superior Algonquiano
(Proterozóica)
Pré-cambriana média Mais de dois bilhões
Pré-cambriana inferior Arqueano Aproximadamente Resfriamento superficial
(Arqueozóica) (início da Terra) 4,5 bilhões do magma
Rochas magmáticas e
metamórficas
Escudos cristalinos
Origem da litosfera
Observando a superfície do globo no seu conjunto, pode ser observado um grande número
de regiões naturais, em cujo interior, constituindo a paisagem, tem-se a ação de forma recíproca e
inseparável dos diferentes elementos físicos e biológicos.
Cada uma dessas regiões distingue-se das outras pelas seguintes características:
Modelo topográfico;
Cobertura vegetal;
Solos;
Regime climático;
Altitude;
Idade das superfícies.
Cada uma das características acima pode ser estudada separadamente, porém, seria difícil
dissociá-las inteiramente:
paisagens naturais é o conjunto
que possuem relaçãodos seuscom
direta efeitos conjugados
a estrutura que dará
geológica lugar às diferentesa
e conseqüentemente,
10
geomorfologia .
A importância da geomorfologia na formação dos solos tem sido destacada por muitos
cientistas que estudam a paisagem, sendo que, no Brasil, uma das mais antigas superfícies
geomorfológicas é a Sul Americana (Figura 2.1).
10
geomorfologia: ramo da geologia física que estuda as formas do relevo terrestre atuais e investiga a sua srcem e
evolução.
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O solo forma algo como se fosse a pele do planeta Terra, é a interseção da litosfera, biosfera,
atmosfera e hidrosfera; é, de certa forma, um fenômeno de superfície e, como tal, variável a
pequenas distâncias; exige estudo detalhado para ser mais bem compreendido nas suas funções
dentro das ecorregiões e como sinalizador das propriedades e limitações dos ecossistemas.
Assim, a dinâmica do planeta pode ser traduzida pela existência de um ecossistema
extremamente entrelaçado, que pode ser simplificado em três níveis tróficos básicos:
Produtores (autótrofos);
Consumidores
Decompositores.(heterótrofos);
A composição do ecossistema possui duas partes:
1. Organismos vivos em comunidade (biocenose);
2. Fatores abióticos que atuam sobre a biocenose (biótopo).
Em um contexto ambiental, o solo é a base para os processos ecológicos. É parte integrante
e essencial do biótopo (conjunto de fatores estreitamente ligados e atuantes sobre os organismos
vivos) (Figura 2.3).
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8
O solo está ligado à base da cadeia alimentar, já que os produtores (vegetais) nele se
desenvolvem;
O solo está ligado aos consumidores, fornecendo-lhes os produtores;
O solo está ligado aos decompositores, responsáveis pela reciclagem dos elementos.
A biosfera pode ser caracterizada através da constituição da atmosfera, hidrosfera e
pedosfera (representada pelo solo). Cada uma destas divisões é, em grande parte, composta pelas
reações e co-ações ecológicas dos organismos e pela interligação dos ecossistemas e dos ciclos
básicos entre eles.
Sem a vida, a Terra teria provavelmente uma crosta com ar e água e especialmente um solo
inteiramente diferente do atual. Dessa forma, o solo não é apenas um fator do ambiente, mas
também é produzido
organismos, por ele.de Osrcem.
sobre o material solo, em geral, é o resultado líquido da ação do clima e dos
O equilíbrio do planeta pode ser definido na seguinte citação: “tudo começa e termina no
solo”, sendo que a vida depende da energia do solo e dos elementos contidos na água e no ar, mas,
sobretudo, depende do solo, como suporte essencial.
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SOLO CLIMA
Figura 3.1. Inter-relações representadas pelo tetraedro.
No no
a) tetraedro da figura
tetraedro, 3.1, pode-se
os vértices observar
da base os seguintes
representam os aspectos:
fatores ecológicos: clima, solo e
organismos;
b) no vértice superior estão representados os aspectos socioeconômicos que podem se
relacionar aos três fatores ecológicos da base;
c) as arestas do tetraedro representam as inter-relações respectivas. Por exemplo: a aresta do
tetraedro que liga clima e aspectos socioeconômicos quer representar as relações entre estes dois
vértices especificamente, ou seja, a influência dos fatores climáticos sobre os aspectos
socioeconômicos;
d) as faces do tetraedro apresentam um nível maior de inter-relações, isto é, entre três
vértices. Por exemplo: no triângulo (face) clima-solo-aspectos socioeconômicos é facilmente
perceptível a inter-relação, em linhas gerais, no quadro que se presencia atualmente, por exemplo,
entre as áreas do Planalto Atlântico (no sul do ES, RJ e mesmo no Nordeste, etc.) e o Brasil
subárido;
e) o sólido, o tetraedro representa as inter-relações globais. Nossas preocupações não
chegam, muitas vezes, a passar das inter-relações unidimensionais, isto é, entre dois vértices
(representados por uma linha) e algumas vezes sem dimensão alguma (um ponto). No entanto, os
fatos se encontram inter-relacionados em todo o sólido (três dimensões);
f) como os fatores nos vértices do tetraedro podem sofrer mudanças, alterando seu campo de
inter-relações com os outros fatores, poder-se-ia adicionar, extra tetraedro, um outro fator: tempo;
g) o fator tempo, como se verá posteriormente, poderá alterar as inter-relações solo-
organismos-aspectos socioeconômicos para grande parte do território brasileiro nos próximos
decênios.
11
anisotropia: qualidade de certas substâncias ou corpos de apresentarem variações de uma determinada propriedade
conforme a direção que se examine. O perfil do solo tem anisotropia vertical devido à presença de horizontes
pedogenéticos; a passagem lateral de um tipo de solo para outro produz anisotropia horizontal.
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10
rocha de srcem:
12
material detrítico: depósito sedimentar de detrito (material produzido pela desintegração e/ou decomposição de
rochas ou restos orgânicos, capaz de ser transportado do seu local de srcem e depositado).
13
material saprolítico: formado por saprolito (manto de alteração de rochas constituído essencialmente de uma
mistura de minerais secundários e primários derivados de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares pela ação do
intemperismo químico e que mantém vestígios de estrutura srcinal da rocha, sendo comumente reconhecido como um
produto de alteração da rocha in situ, isovolumétrico e denominado como horizonte C).
14
Latossolo: do latim later, tijolo. O Latossolos são solos muito velhos, profundos como os de Brasília, que apresentam
em geral, baixa fertilidade natural e topografia bastante suavizada; apresentam pouca diferenciação no teor de argila
com a profundidade, sem minerais primários facilmente intemperizáveis e com estrutura tipicamente granular,
semelhante à terra de formiga, dando ao solo um aspecto arenoso. A cor vermelho-acinzentada (arroxeada) de
Latossolos desenvolvidos de rochas basálticas, com a estrutura já descrita, lembra pó de café.
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11
Figura 4.2. Influência da estrutura da rocha de srcem na idade relativa dos solos (no atual Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -
EMBRAPA, 2006), o Litossolo, Podzólico Vermelho-Amarelo e Terra Roxa Estruturada
são denominados: Neossolo Litólico, Argissolo Vermelho-Amarelo e Nitossolo
Vermelho, respectivamente).
b) máficas tendem
Teores de a ser amais
B tendem ser ricos em em
maiores Fe, solos
P, Co,oriundos
Cu e Zn,de
e mais pobres
rochas em B
pelíticas16 e Mo;
. O B é mais
concentrado nos sedimentos de srcem marinha;
c) Solos srcinados de rochas psamíticas 17 e graníticas tendem a ser mais arenosos (rochas
ricas em quartzo).
d) Rochas pelíticas são ricas apenas em K, sendo pobres em Ca, Mg e P. Devido à presença
de Al na muscovita e no feldspato, solos jovens dessas rochas têm alto teor de Al
trocável. Solos mais velhos, devido a gibbsita 18, há menores teores de Al trocável.
e) Dependendo do cimento, rochas psamíticas (arenitos) podem srcinar solos muito ricos.
Exemplo: arenito Bauru, com cimento calcário.
15
elemento-traço: presente em pequena quantidade no solo, de difícil mensuração pelos métodos atuais de análise
química.
16
pelítica: do grego pelos, lama, lodo; rocha sedimentar de textura fina (pelito) ou rocha metamórfica, derivada de um
pelito.
17
psamítica: do grego psammos, areia; rocha sedimentar de textura intermediária (psamitos), como o arenito.
18
gibbsita: mineral monoclínico, de composição Al(OH) 3. Constituinte principal de muitas bauxitas e componente
importante da fração argila de muitos Latossolos. O termo é uma homenagem a George Gibbs, mineralogista norte-
americano. Também conhecida como hidrargilita, do grego hidro, água, e argilos, argila branca, descoberta pela
primeira vez nos Urais. A gibbsita aparentemente dificulta o arranjo da caulinita face a face: ela age como uma cunha,
desorganizando o arranjo das partículas.
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Assim, a idade de um solo influi grandemente na variação das suas propriedades, porém,
esta variação está também relacionada com o material de srcem, o qual pode ser constituído por
minerais e/ou rochas, além de outros materiais.
MINERAIS E ROCHAS
Mineral: composto inorgânico natural com propriedades físicas, químicas e cristalinas definidas
(dentro dos limites do isomorfismo).
Rocha: (1) estritamente, qualquer agregado ou massa de matéria mineral formado naturalmente,
coerente ou não, constituindo uma parte essencial e mensurável da crosta terrestre. (2)
ordinariamente, qualquer massa de matéria mineral consolidada ou coerente, formada
naturalmente. (3) um agregado natural de um ou mais minerais (inclusive vidro e matéria
orgânica) que constitui parte essencial da crosta terrestre e é claramente individualizado.
Rocha leucocrática: rochas claras, contendo entre 0 e 30% de minerais de coloração escura.
Rocha contendo
mesocrática: rochas
entre de coloração
30 e 60% de mineraisintermediária
de coloraçãoentre as leucocráticas e as melanocráticas,
escura.
Rocha melanocrática: rochas escuras, contendo entre 60 e 90% de minerais de coloração escura.
O termo textura, utilizado neste tópico, é definido como o aspecto menor da rocha e diz
respeito ao tamanho, forma, arranjo e distribuição dos seus componentes mineralógicos (Figura
4.3).
Figura 4.3. Principais tipos de textura encontradas em rochas: (a) equigranular – tipo de textura em
que a maioria dos grãos tem aproximadamente o mesmo tamanho; (b) porfirítica – alguns
cristais diferem visivelmente em tamanho com relação aos demais; (c) orientada – ocorre
em rochas metamórficas. Neste tipo de textura, há certo paralelismo dos cristais lineares;
(d) clástica
minerais, – tipo de textura
arredondados de rochas
ou angulosos, sãosedimentares emum
cimentados por quematerial
fragmentos de rochas ou
mais fino.
19
argila: fração do solo menor que 0,002 mm em diâmetro equivalente.
20
silte: também conhecido como limo. É a fração do solo maior que 0,002 mm e menor que 0,05 mm (Escala
Americana) ou 0,02 mm (Escala Internacional ou de Atterberg) em diâmetro equivalente.
21
areia: fração do solo com partículas de diâmetro entre 0,05 e 2,00 mm (Escala Americana) e entre 0,02 e 2,00 mm
(Escala Internacional ou de Atterberg).
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Rochadistingüindo-se
ígnea extrusivapelo modoformada
: rocha de ocorrência
a partir(dique) e pelana
do magma textura (porfirítica
superfície ou microgranular).
terrestre. Subdividem-se
em vulcânicas e piroclásticas.
Rocha ígnea extrusiva vulcânica: rocha formada a partir da consolidação do magma sobre a
superfície terrestre, com textura porfirítica, podendo conter vidro em quantidade variável.
Rocha ígnea extrusiva piroclástica: rochas constituídas de fragmentos provenientes de atividade
vulcânica explosiva.
As rochas ígneas podem ainda ser classificadas de acordo com o conteúdo de sílica (SiO 2),
que se correlaciona também com a composição do magma parental em:
a) rochas ígneas ácidas: acima de 66% de SiO2 (granito, riolito, etc.);
b) rochas ígneas intermediárias: 52 a 66% de SiO2 (diorito, sienito, monzonito, etc.);
c) rochas ígneas básicas: 45 a 52% de SiO2 (gabro, basalto, etc.);
d) rochas ígneas ultrabásicas: abaixo de 45% de SiO 2 (peridotito).
22
argilomineral: composto basicamente de silicato de alumínio hidratado, podendo conter outros elementos como Mg,
Fe, Ca, Na, K, Li e outros, com estrutura cristalina constituída de camadas ou de fibras (ex.: caulinita, montmorilonita,
etc.).
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15
Nos quadros 4.4 e 4.5 estão resumidas as rochas mais comuns que ocorrem no sudeste do
Brasil.
Quadro 4.4. Características texturais e mineralógicas das principais rochas cristalinas (magmáticas e
metamórficas).
Seixos
tamanhodeecomposição,
forma variáveis Muita matrizcinza,
cores claras, argilosa; siltosa ou
amarelada, arenosa, cinza;
avermelhada; bem Diamictito
consolidada em afloramentos
A intemperização das rochas envolve processos físicos de desagregação, tais como: variação
de temperatura, congelamento da água, esfoliação, decomposição esferoidal, destruição orgânica,
bem como transformações químicas que determinam alterações mineralógicas e químicas,
envolvendo globalmente, os processos de hidrólise, oxidação, carbonatação, hidratação e
quelação.
23
goethita: oxidróxido de ferro, -FeOOH. É responsável pela coloração amarela dos solos. O termo é uma
homenagem a Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), poeta, dramaturgo, novelista e filósofo alemão.
24
hematita: óxido de ferro, -Fe2O3. É responsável pela coloração vermelha dos solos, devido seu alto poder
pigmentante. O termo é derivado do grego haima, atos, sangue.
25
lixiviação: dissolução e remoção dos constituintes de rochas e de solos.
26
caulinita: grupo de argilominerais do tipo 1:1 com estrutura de filossilicato, formados pelo empilhamento regular de
folhas silicato tetraédricas e folhas hidróxido octaédricas. A etimologia do termo indica a sua srcem baseada no monte
Kaoling (kao, alto; ling, monte), perto de Jauchu Fa, na China, de onde se extraiu o primeiro caulim.
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18
Exemplo:
NH3 NH3 NH3
Co
A intemperização da rocha pode ser estudada também a partir das mudanças de composição
durante os vários estágios de decomposição. Os seus minerais, quando expostos à superfície da
terra, apresentam uma resistência variável à decomposição. Na figura 4.4 tem-se a série de
estabilidade de minerais em face da meteorização (Goldich, 1938, citado por Moniz, 1972),
mostrando que ela é semelhante à ordem de cristalização de Bowen (1928) (Figura 4.5), na qual os
primeiros minerais a se formarem pela consolidação do magma são os menos estáveis, devido à
grande diferença entre as condições físico-químicas do meio em que se cristalizaram e as do meio
ambiente.
Minerais máficos Minerais félsicos
Olivina Bytonita
Augita Labradorita
Hornblenda Oligoclásio
Biotita Albita
Feldspato Potássico
Moscovita
Quartzo
Figura 4.4. Série de estabilidade dos minerais (a estabilidade cresce de cima para baixo).
As reações genéricas de alteração dos minerais mais comuns nas rochas seguem, então, a
série de estabilidade dos minerais. Exemplos:
Olivina serpentina
Piroxênio anfibólio biotita
Biotita vermiculita
Mica máfica ilita vermiculita montmorilonita
feldspato mica branca caulinita gibbsita
Para um melhor esclarecimento dos processos que ocorrem na rocha durante sua
decomposição e as transformações que ocorrem no próprio solo, é apresentada no quadro 4.6, a
seqüência de meteorização dos principais minerais de diâmetro inferior a 0,002 mm.
Quadro 4.6. Seqüência de meteorização de minerais com diâmetro inferior a 0,002 mm (os minerais
da fração argila mais freqüentes nos solos tropicais aparecem nos últimos quatro estádios).
onde:
m = material de srcem
cl
o ==organismos
clima
r = relevo
t = tempo
Antes da análise individual de cada um dos fatores, é conveniente lembrar que eles são
estreitamente interdependentes, funcionando de forma inter-relacionada. Cada um dos fatores
influencia e é influenciado por todos os outros. Se uma propriedade se altera, muitas outras também
são modificadas. Por exemplo: solos oriundos de material de srcem composto predominantemente
por quartzo (como o granito leucocrático) possuem geralmente alta capacidade de infiltração de
água, boa aeração e textura arenosa; caso tenha-se redução da quantidade de quartzo, pode-se
reduzir a infiltração de água, aumentar a compactabilidade e dificultar o trabalho de máquinas de
movimentação do solo, embora, quase sempre, tem-se também uma maior capacidade de retenção
de íons, refletindo em melhor fertilidade natural do solo.
sobre
os granito, xistos e rochas básicas e, raramente, sobre rochas muito resistentes como
quartzitos.
c) Produtos de alteração remanejados: evidenciados pelas linhas de pedra “stone-lines”
ou restos de couraça laterítica29. As causas principais deste remanejamento são a erosão,
a fauna e a flora.
27
sólum: parte superior e pressupostamente mais intemperizada do perfil do solo compreendendo os horizontes A e B.
28
in situ: que está em seu lugar natural ou normal.
29
laterita: termo utilizado para designar material rico em óxidos de ferro, pobre em húmus, que endurece
irreversivelmente quando exposto ao ar.
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21
5.2. RELEVO
O relevo refere-se às formas de terreno que compõem uma paisagem. Sua ação principal
consiste na dinâmica da água, seja no sentido vertical (infiltração), seja no sentido lateral (“run-
off”), assim como indiretamente sobre a temperatura e radiações.
A ação do relevo sobre as águas pluviais é apresentada esquematicamente na figura 5.2.1.
Quase toda a água, em relevo pouco movimentado, infiltra no solo com pouca perda por
escorrimento lateral (Figura 5.2.1-a), havendo a tendência de formação de solos profundos,
notadamente os Latossolos. Em relevos deprimidos (Figura 5.2.1-b), há a recepção das águas
fornecidas pela precipitação direta e aquelas oriundas das vertentes vizinhas, ocasionando
freqüentemente o aparecimento de solos hidromórficos. Em relevos muito acidentados, há grande
perda da precipitação por escorrimento lateral, favorecendo os processos erosivos e dificultando o
desenvolvimento de perfis profundos, tendendo à formação de Neossolos (Figura 5.2.1-c).
Figura 5.2.1. Ação do relevo sobre as águas pluviais (precipitação). (a) em relevo plano ou suave
ondulado as águas de precipitação encontram condições adequadas para drenar
externamente e também para infiltrar no solo; (b) em relevo deprimido há
preferencialmente acúmulo de água; (c) em condições de relevo fortemente movimentado
há maior drenagem que infiltração de água no solo.
O relevo condiciona também as variações de temperatura diurnas, sendo mais amplas nas
altitudes superiores, havendo maior radiação. Além disso, a orientação das vertentes tem efeito
também sobre a quantidade de radiação, precipitação e ventos recebidos.
30
pedogênese: (1) a maneira pela qual o solo se srcina com especial referência aos fatores e processos responsáveis
pelo seu desenvolvimento. (2) uma divisão da Ciência do Solo voltada para o estudo da formação do solo.
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22
5.3. CLIMA
Clima é o conjunto de fenômenos meteorológicos (temperatura, precipitação pluviométrica,
vento, etc.) que caracterizam o estado médio da atmosfera e a sua evolução em um determinado
local.
Os elementos climáticos mais influentes na pedogênese são: temperatura, precipitação
pluviométrica, vento, deficiência e excedente hídrico. Deve-se lembrar que há uma nítida diferença
entre clima atmosférico e clima do solo ou pedoclima. A alteração do material de srcem ou rocha
pela atividade climática e microrganismos pode srcinar diferentes composições do sólum
(horizontes A+B) de acordo também com o relevo predominante (Figura 5.3.1).
Temperatura
A temperatura depende em grande escala da latitude do ponto no globo terrestre, porque a
determinação da radiação máxima nesse ponto é calculada através da multiplicação da constante
solar pelo cosseno da latitude.
31
sesquióxido: óxidos, hidróxidos e oxidróxidos de ferro e alumínio. O termo sesquióxido vem do latim sesqui,
abreviação de sexisque (um e meio), mais óxido: óxido que contém uma vez e meia mais oxigênio que o protóxido,
alumínio ou ferro. Um solo rico em sesquióxidos tem altos teores de ferro e alumínio (Fe e Al ou Fe2O3 e Al2O3).
32
colóide: substância em estado de fina subdivisão, cujas partículas estão entre 10-4 e 10-7 de diâmetro. Está contido na
fração argila do solo.
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23
Ventos
Os ventos agem diretamente sobre o balanço hídrico dos solos, pela sua ação removedora da
umidade atmosférica sobre o mesmo, favorecendo os fenômenos de ascensão capilar e
ressecamento das camadas superficiais.
Atuam também sobre as coberturas vegetais, modificando o clima, transportando as massas
de ar quente ou frio, pelos efeitos abrasivos e erosivos, pela contribuição nos processos de adições
(sais, poeiras, areias, etc.) e de remanejo mecânico.
5.4. ORGANISMOS
Os organismos compreendem a microflora, macroflora, microfauna, macrofauna, e o ser
humano, que atuam sobre ou dentro do solo, como agentes pedogenéticos. Os microrganismos
(bactérias, fungos, actinomicetos33 e algas), raízes de plantas e animais viventes no solo são
exemplos desses organismos.
Tem-se, no quadro 5.4.1 uma estimativa do número relativo e da biomassa (peso por unidade
de volume ou área de solo) de grupos de organismos que ocorrem comumente em solos de regiões
de clima temperado.
Cobertura vegetal
A cobertura vegetal contribui para a atenuação da agressividade do clima e a amplitude das
variações térmicas e hídricas, criando condições mais favoráveis às atividades biológicas. Porém, há
uma grande variação de sua influência sobre a pedogênese em função de sua estrutura e tipo. Sabe-
se, por exemplo, que há reduções superiores a 80% da radiação solar em condições de cobertura
vegetal densa.
A cobertura vegetal fornece também ao solo a matéria orgânica bruta, que srcinará ácidos
húmicos e outros compostos com ações específicas sobre o material de srcem. Essa matéria
orgânica bruta varia sua influência de acordo com a forma de adição ao solo: a vegetação
graminóide, fornece maior quantidade de material em profundidade, devido ao seu sistema
radicular; a vegetação de grande porte contribui com a adição na superfície do solo.
O remanejamento mecânico efetuado nos vazios deixados pelas raízes que se decompõem,
assim como aqueles devidos à queda de árvores, influem nos processos de homogeneização dos
perfis.
33
actinomiceto: termo não taxonômico aplicado a um grupo de organismos com características intermediárias entre as
bactérias simples e os fungos verdadeiros.
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25
Fauna
A fauna possui papel diferenciado de acordo com o tipo de solo, sofrendo também grande
influência da porosidade e estrutura do solo. Nos solos hidromórficos, seu papel é discreto, porém,
em solos da região dos Cerrados, tem-se na ação de térmitas (cupins) uma das grandes contribuições
para a pedogênese, através da construção de ninhos com vários metros de altura e de base. Esta
atividade traduz-se no solo pela criação de galerias e pelo transporte de material, homogeneizando
os perfis.
A fauna age também pela subdivisão dos materiais grosseiros (folhas, galhos, etc.),
facilitando o ataque microbiano.
Ser humano
A influência do ser humano na pedogênese pode ser observada nas perturbações intensas das
camadas de solo, resultantes dos trabalhos de construção de estradas, modificações do pedoclima
devido às irrigações e drenagens, introdução de plantas, uso de agrotóxicos, manejo do solo, etc.
Porém, há de se ressaltar a alteração do clima pela atividade humana, onde, por exemplo,
observa-se a elevação da temperatura média do planeta, com conseqüências diretas sobre a
pedogênese.
5.5. TEMPO
De todos os fatores de formação do solo, o tempo é o mais passivo, pois não adiciona e nem
exporta material, muito menos gerando energia. Porém, sabe-se que o estado do sistema solo não é
estático, varia com o tempo.
Há uma clara distinção entre a idade e a maturidade de um solo. Um solo pode ter pequena
idade absoluta e ser bem mais maduro que outro com idade absoluta bem maior. A idade absoluta é
a medida dos anos passados desde o seu início de formação até o momento, enquanto maturidade é
a evolução sofrida pelo mesmo em igual período.
A estimativa do grau de maturidade ou idade relativa dos solos é baseada na diferenciação
de horizontes. Na prática, aceita-se que quanto maior o número de horizontes e maior sua espessura,
mais maduro é o solo (é uma inferência, não constituindo uma teoria definitiva).
Para Jenny (1941), um solo alcança sua maturidade quando se tem um equilíbrio entre o
tempo e a característica selecionada do solo, ou seja, uma característica do solo está em equilíbrio
com o meio quando suas propriedades não mudam mais com o tempo, isto é quando:
s = 0
t
onde: s = variação de uma característica qualquer do solo (igual a zero)
t = variação do tempo
Tem-se, na figura 5.5.1 a expressão gráfica da relação acima para diferentes solos, onde o
equilíbrio é alcançado quando a curva se torna e permanece horizontal, indicando que a relação de
mudança é insignificante. Observa-se também na mesma figura, que solos distintos, em igual
período de tempo, podem apresentar estágios de evolução diferente.
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26
Transformação
É toda modificação química, física ou biológica dos constituintes do solo, sejam eles
residuais, neoformados ou importados. O processo de transformação constitui talvez o mais sedutor
e complexo dos processos de pedogênese, sendo sua ação responsável pela organização de
horizontes de grande importância, tais como os horizontes Bw característicos dos Latossolos.
Os mecanismos que promovem as alterações físicas (cristalização dos sais, ação mecânica
das raízes) e químicas (dissolução, oxidação, hidrólise), as seqüências e índices das alterações, neo-
síntese das argilas, transformações e síntese de compostos orgânicos e produtos orgânico-minerais,
são alguns dos vários estudos relacionados com este processo.
Remoção
Refere-se ao processo pelo qual os constituintes do solo deixam o perfil. Algumas remoções
ocorrem pela superfície e outras em profundidade.
A partir da superfície, tem-se a exportação pelas colheitas que incluem todos os elementos
oriundos do solo que participam da formação dos tecidos vegetais e que são transportados nas
partes colhidas dos vegetais; remoção pelo fogo através da queima dos tecidos vegetais, grande
quantidade de material residual é solubilizado, perdendo-se nas águas de percolação lateral ou
interna, ou aindaremoção
por exemplo); pelo arraste mecânico
pelas nas enxurradas,
enxurradas ação do vento
nas áreas declivosas, ou volatilização
sempre (nitrogênio,
que a intensidade de
precipitação superar a capacidade de infiltração de água no solo – é um dos fenômenos mais ativos
34
mineral de argila: material fino normalmente cristalino, constituinte do solo e de outros depósitos terrosos, com
partículas dentro da fração argila, isto é, com diâmetro equivalente inferior a 0,002 mm. A denominação mineral de
argila está relacionada com a pequena dimensão das partículas e independe de sua composição química ou
mineralógica, ao contrário de argilomineral que se refere a um conjunto de minerais com uma determinada composição
e estrutura cristalina.
35
eluviação: remoção de material do solo, em suspensão ou em solução, de qualquer (quaisquer) horizonte(s) ou
camada(s). Usualmente a perda de material em solução é descrita pelo termo lixiviação.
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na pedogênese e na morfogênese; remoção pelo vento em áreas com fraca cobertura vegetal e
atingidas por ventos fortes, tendo pouca expressão no Brasil.
As remoções que ocorrem em profundidade, são as migrações da solução do solo que
ocorrem sob o efeito da gravidade em direção ao lençol freático. É uma continuação do processo de
transporte seletivo, ocorrendo quando o solo está saturado através dos grandes poros, fendas e
bioporos, etc. Normalmente são estudados através do uso de lisímetros. Um bom exemplo de
remoção em profundidade são as perdas de bases do solo.
Tem-se também como processo de remoção as migrações laterais cujo exemplo típico é a
formação das bancadas lateríticas pela movimentação de substâncias dissolvidas na solução dos
solos, em declive, com o ressurgimento em algum ponto da encosta onde há oxidação e
endurecimento de alguns dos compostos, como o ferro, por exemplo.
Translocação
A translocação compreende todo transporte seletivo no interior dos perfis, seja de
constituintes residuais, seja de neoformação, ou importados, e sua deposição em certos níveis dos
mesmos. Sua importância reside na individualização dos horizontes e, conseqüentemente, dos perfis
do solo.
Esse processo ocorre nos poros do solo, efetuando-se principalmente por intermédio de:
a) Solução livre do solo: de forma intensa nas fendas deixadas após períodos de
ressecamento, nos grandes poros e nos canais oriundos da decomposição de raízes
grossas, sendo minimizada nos macro e microporos do solo (depende da solubilidade das
substâncias transportadas). A cerosidade e o incremento de argila do horizonte A para o
B, srcinando o Bt (B textural) é um exemplo típico.
b) Soluções vasculares dos vegetais: os sistemas radiculares retiram certas substâncias de
profundidades maiores do solo, trazendo-as para as camadas superficiais, reciclando os
elementos do solo, porém, devido à respiração celular, há grande perda de água por
evapotranspiração. Caso os elementos retidos na parte aérea dos vegetais sejam
adicionados ao solo, tem-se o processo a seguir (adição).
c) Movimentos dos seres vivos: é o transporte realizado por seres vivos que se processa no
interior do perfil do solo. A atividade de térmitas (cupins) é um exemplo de como a
atividade de um grupo de insetos pode contribuir sobremaneira na formação de solos,
através da construção de galerias subterrâneas, com transporte de material em vários
sentidos, homogeneizando o perfil.
Adição
Considera-se adição tudo aquilo que entra no perfil do solo, vindo do mundo exterior por
qualquer mecanismo. Segundo o agente de transporte, temos os seguintes tipos de adição:
a) Adição eólica: ocorrem na superfície do solo, através do transporte efetuado pelo vento,
diretamente proporcional à sua velocidade e inversamente ao peso das partículas
transportadas. Normalmente são transportados pelo vento: poeiras, cinzas vulcânicas,
cinzas de queimadas, sais, etc.
b) Adição por precipitação pluvial: possui importância devido à adição da própria água,
constituinte dos seres
adição de materiais vivos e de
dissolvidos oualguns minerais do solo, além de ser responsável pela
carreados.
c) Adição por difusão: ocorre em virtude da variação da proporção de ar:água nos poros do
solo, de acordo com a umidade, promovendo um fluxo contínuo e bilateral do ar,
alterando a dinâmica de adição de oxigênio, nitrogênio e gás carbônico.
d) Adição pelo movimento interno da água: através do lençol freático, pelos movimentos
internos de drenagem e pela ascensão capilar, dentro do perfil. A presença de solos
salinos, está ligada à flutuação do lençol freático e ascensão capilar, principalmente nos
climas áridos.
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29
Há ainda outras formas de adição: adição pelos rios, adição pelos mares, adições
coluvionares, etc.
Podzolização
Consiste na translocação de material do horizonte A, acumulando-se no horizonte B. Caso o
material translocado seja matéria orgânica e óxidos de Fe e de Al, algo que acontece normalmente
quando o material é pobre em argila (quartzito ou arenito pobre ou sedimentos quartzosos, por
exemplo) e a drenagem é deficiente, tem-se um solo com B espódico (ou podzol). Normalmente,
esses solos ocorrem nas regiões frias do planeta, com vegetação de coníferas, mas, no Brasil, em
virtude de condições locais, como ao longo das áreas de restinga, trechos de Platôs Litorâneos, no
chamado Leque do Taquaril (Pantanal) e em trechos do rio Negro na Amazônia (AM e RR), tem-se
a formação de horizonte espódico, mesmo em condições de temperatura mais elevada.
Caso o material translocado seja argila silicatada (material de srcem geralmente mais
argiloso), que se deposita nas superfícies dos agregados do horizonte B e forma a cerosidade, tem-
se um solo com B textural (Bt).
Assim, conclui-se que:
a) Solos que sofreram o processo de podzolização têm os horizontes bem diferenciados,
provocados pela translocação;
b) Solos com B espódicos são bastante pobres e bastante ácidos, uma vez que a vegetação,
ao se decompor, provoca grande acidez ao solo, além de serem oriundos de material de
srcem pobre;
c) Solos com B textural são mais férteis que os com B espódico, apresentando mais argila
no horizonte B do que no horizonte A;
d) Como normalmente solos com B espódico e B textural situam-se em relevo
movimentado, tendem a ser facilmente erodíveis36, devido ao material arenoso e menos
estruturado do horizonte A. No caso do B textural, ainda tem-se um agravante, que é a
maior dificuldade de infiltração de água imediatamente abaixo do A, devido à diferença
de textura.
Latolização
Esse processo consiste na remoção de sílica e de bases do perfil, após transformação
(intemperismo) dosnaminerais
horizonte B, como constituintes. Praticamente não há translocação de material para o
podzolização.
Solos srcinados dessa classe de processos são aqueles com horizonte B latossólico, sendo
os mais desenvolvidos (velhos) da crosta terrestre. Normalmente ocupam as superfícies mais
elevadas (planaltos) em relação à paisagem circundante.
Assim, conclui-se que:
36
erodível: diz respeito a suscetibilidade de um solo à erosão. Expresso por termos, tais como: altamente erodível,
ligeiramente erodível, etc.
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30
a) Latossolos são solos profundos, com pouca diferenciação entre horizontes, bastante
intemperizados, com argilas de baixíssima atividade, pouca retenção de bases e virtual
ausência de minerais primários facilmente intemperizáveis;
b) Devido à lixiviação da sílica e de outros elementos, há um enriquecimento relativo em
óxidos de Fe e de Al (Figura 6.2.1). Estes, como agentes agregantes e a gibbsita, em
particular, que evita o ajuste face a face da caulinita, ao final do processo desenvolvem a
macroporosidade, dando à massa do solo um aspecto maciço poroso (esponjoso),
formada de estrutura granular muito pequena, resistência à erosão, maciez (quando seco)
e alta friabilidade37 (úmido), facilitando o trabalho de mecanização do solo, mesmo
depois das chuvas (Figura 6.2.2).
Al
O
Si
Tetraedro de Si e O Octaedro de Al e O
Na
Figura 6.2.2. Modelo de estruturação do solo, com participação de gibbsita (A) e hematita e goethita
(B), na fração argila (Ferreira, 1999).
Hidromorfismo
37
friabilidade: qualidade de consistência do solo. Facilidade de desagregação do material de solo, quando úmido.
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Quando se tem uma condição de saturação dos poros do solo por água, na maior parte do
tempo, tem-se a predominância do processo de hidromorfismo, ligado ao arejamento deficiente, que
condiciona uma decomposição lenta da matéria orgânica, provocando seu acúmulo e um ambiente
de redução (baixo potencial de oxi-redução), que transforma Fe e Mn em formas reduzidas
(solúveis), facilitando sua migração ou a toxidez para as plantas.
A ausência de Fe (III) (Fe oxidado) ou a presença de Fe (II) (Fe reduzido) faz com que o
solo tenha o aspecto acinzentado, esverdeado ou azulado (gleizado – cores cinzentas) abaixo da
camada de matéria orgânica (a coloração esverdeada ou azulada geralmente indica presença de Fe
(II)). Dessa forma, infere-se o seguinte:
a) Solos hidromórficos estão localizados nas depressões, onde se tem o acúmulo de
material (zona de acúmulo);
b) Quando drenados, natural ou artificialmente, podem apresentar deficiência de Fe e Mn,
que são levados para fora do alcance das raízes. O Mn é reduzido mais rapidamente que
o Fe, porém é reoxidado mais lentamente.
Halomorfismo
O halomorfismo é um processo no qual há concentração de sais, fornecendo ao solo certas
características peculiares. Os solos halomórficos ou salinos localizam-se em depressões onde possa
ocorrer excesso de sais e de água temporariamente. Os sais são trazidos das elevações
circunvizinhas pela enxurrada ou pelo lençol freático. Muitas vezes também o local é rico em sais
por causa de depósitos marinhos.
Se o excesso de sais é removido, ficando muitos íons sódio (Na) adsorvidos 38 nas argilas,
tem-se um solo alcalino (Planossolo Nátrico – nova classificação ou Solonetz – antiga
classificação). Se o Na é removido e substituído pelo H, tem-se o
Assim, tem-se algumas observações:
a) Sais e hidrogênio são floculantes39, portanto, quanto maior a presença destes elementos,
maior macroporosidade será encontrada no solo;
b) Devido à ação dispersante do Na, tem-se normalmente maior eluviação (translocação) de
argila do horizonte A para o B, em condições de alta concentração desse íon;
c) Quanto mais Na, maior o pH (alcalinidade) e quanto mais H, menor o pH (acidez).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, M.M.; FERNANDES, B. & CURI, N. Mineralogia da fração argila e estrutura de
Latossolos da região Sudeste do Brasil. R. Bras. Ci. Solo, 23:507-514, 1999.
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33
40
horizonte mineral: seção constituída dominantemente por material mineral, apresentando menos de 12% de carbono
orgânico se a fração mineral tiver 60% ou mais de argila, ou menos que 8% de carbono orgânico se a fração mineral não
tiver argila; ou valores intermediários de carbono orgânico proporcionais aos conteúdos intermediários de argila.
41
horizonte orgânico: seção constituída por material orgânico, em proporção superior ao especificado para o horizonte
mineral.
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34
Quadro 7.1. Algumas características e implicações dos horizontes ou camadas do perfil de solo
acima da rocha fresca.
Horizontes Interpretação
A Mais escuro e mais rico em matéria orgânica. Tende a ser mais bem expresso nas áreas
mais elevadas, menos quentes, ou com deficiência de drenagem. É nele que o contato
com a maioria das plantas e animais faz-se mais intenso. Há, em geral, mais raízes,
mais microrganismos, mais vida.
C Tende a ser o menos argiloso, mais silte, mais erodível e de coloração menos
homogênea dos horizontes. Dependendo da profundidade em que se encontra, algumas
raízes podem chegar até ele, sendo válida a mesma situação do horizonte B.
Os vários horizontes e camadas componentes de um perfil de solo nem sempre são evidentes
e nem sempre têm limites bem definidos. Em depósitos geológicos muito recentes, tais como
material aluvial depositado às margens de rios, lagos e encostas íngremes muito erodidas,
ser observados, tais como a incidência de raios solares, chuva, tempo de exposição do perfil às
intempéries (deve-se, neste caso, retirar e descartar uma camada vertical de material para melhor
visualização), e ainda se o perfil é truncado ou não (quando há perda de parte ou de todos os
horizontes superficiais ao B, ou inclusive, parte deste último). A identificação do perfil truncado
pode ser realizada através de comparação do perfil suspeito com um perfil de mata virgem, por
exemplo, nas mesmas condições pedológicas (relevo, tipo de solo, declive, etc.).
O “corpo de solo” é o seu perfil, consideradas suas dimensões laterais, e o menor volume
chamado de “solo” é o pedon. O conjunto de pedons é denominado polipedon (Figura 7.2).
Na figura 7.3, tem-se um perfil de solo hipotético, com descrições sucintas dos horizontes
mais comuns. Devido à particularidade da gênese de cada horizonte, não ocorrem todos
simultaneamente em um mesmo perfil, mas todo perfil contém algum(ns) deles.
Figura 7.3. Perfil de solo hipotético, contendo a maior parte dos horizontes principais.
Na figura 7.4 podem ser observados os perfis de alguns solos encontrados no Brasil e seus
respectivos horizontes.
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36
Quadro 7.2. Sufixos e sinais convencionais para distinções subordinadas de horizontes e camadas
principais.
Símbolo Definição
a Propriedades ândicas
b Horizonte enterrado
c Concreções
d Acentuada decomposição do material orgânico
e Escurecimento da parte externa dos agregados por matéria orgânica não associada a
sesquióxidos
f Plintita
g Glei
h Acumulação iluvial de matéria orgânica
i Incipiente desenvolvimento de horizonte B
j Tiomorfismo
k Presença de carbonatos
k Acumulação de carbonato de cálcio secundário
m Extremamente cimentado (consolidação)
n Acumulação de sódio
o Material orgânico mal ou não decomposto
p Aração ou outras pedoturbações
q Acumulação de sílica
r Rocha branda ou saprolito, aplicável ao horizonte C
s Acumulação iluvial de sesquióxidos com matéria orgânica
t Acumulação de argila silicatada
u Modificações e acumulações antropogênicas
v Características vérticas
x Cimentação aparente, reversível
w Intensa alteração com inexpressiva acumulação de argila, com ou sem concentração de
sesquióxidos
y Acumulação de sulfato de cálcio sob forma de gipsita (gipso)
z Acumulação de sais mais solúveis em água que o sulfato de cálcio
‘ Símbolo que qualifica o segundo horizonte repetido na mesma seqüência
“ Idem terceiro horizonte
Horizonte hístico
É definido pela constituição orgânica, resultante de acumulações de resíduos vegetais
depositados superficialmente, ainda que, no presente, possa encontrar-se recoberto por horizontes
ou depósitos minerais e mesmo camadas orgânicas mais recentes.
O horizonte hístico apresenta coloração escura e constitui-se de camadas superficiais
espessas em solos orgânicos ou de espessura maior ou igual a 20 cm quando sobrejacente a material
mineral. Mesmo após o revolvimento da parte superficial do solo (ex.: por aração), os teores de
matéria orgânica, após mesclagem com materiais minerais, mantêm-se elevados.
Este horizonte compreende materiais depositados nos solos sob condições de excesso de
água (horizonte H), por longos períodos ou todo o ano, ainda que no presente tenham sido
artificialmente drenados, e materiais onde não é observada influência recente de ambiente de
saturação por água (turfeiras e horizonte O), condicionada por má drenagem do perfil.
Horizonte A chernozêmico
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38
Horizonte mineral superficial, relativamente espesso, de cor escura, com alta saturação por
bases e macio quando seco. Presente em Chernossolos desenvolvidos em pradarias e os srcinados
em superfícies geomórficas recentes sobre rochas básicas ou calcário, em climas com prolongada
estação seca.
Horizonte A proeminente
As características do horizonte A proeminente são comparáveis àquelas do A chernozêmico,
no que se refere a cor, teor de carbono orgânico, consistência, estrutura e espessura; diferindo,
essencialmente, por apresentar saturação por bases (V%) inferior a 65%. Normalmente é ácido.
Horizonte A húmico
Horizonte mineral superficial de cor escura com valor 43 e croma44 4,0 ou menor, saturação
por bases (V%) inferior a 65% e que apresenta conteúdo de carbono orgânico inferior ao limite
mínimo para caracterizar o horizonte hístico. Presente em Latossolos húmicos, em condições de
topo quase plano ou no sopé das elevações, e em Gleissolos.
Horizonte A antrópico
É um horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo, pelo homem, como lugar
de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com adições de material orgânico em mistura ou
não com material mineral, ocorrendo, às vezes, fragmentos de cerâmicas e restos de ossos e
conchas. É semelhante ao A chernozêmico, porém, com maior conteúdo de fósforo. Presente em
solos conhecidos como Terras Pretas de Índios, formados em áreas submetidas a longo tempo de
cultivo e fertilização ou “fundos de quintal” de antigas aldeias indígenas.
Horizonte A fraco
Horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido, seja pelo reduzido teor de colóides
minerais ou orgânicos (teor de carbono orgânico inferior a 0,60%) ou por condições externas de
clima e vegetação, como as que ocorrem na zona semi-árida com vegetação de caatinga
hiperxerófila. Possui cores claras e pouco desenvolvimento da estrutura. Presente em Neossolos
Quartzarênicos (antigas Areias Quartzosas) e Luvissolos (antigo Solo Bruno Não Cálcico).
Horizonte A moderado
São incluídos nesta categoria os horizontes superficiais que não se enquadram no conjunto
das definições dos demais seis horizontes diagnósticos superficiais.
Em geral, o horizonte A moderado difere dos horizontes A chernozêmico, proeminente e
húmico pela espessura e/ou cor e do A fraco pelo teor de carbono orgânico e estrutura, não
apresentando ainda os requisitos para caracterizar o horizonte hístico ou o A antrópico. É o mais
comum nos solos não hidromórficos brasileiros.
Horizonte B latossólico
Horizonte mineral subsuperficial, com os constituintes evidenciando avançado estágio de
intemperização, através da alteração quase completa dos minerais primários menos resistentes ao
intemperismo e/ou de minerais de argila 2:1, seguida de intensa dessilicatização, lixiviação de bases
e concentração residual de sesquióxidos, argila do tipo 1:1 e minerais primários resistentes ao
intemperismo. Em geral é constituído por quantidades variáveis de óxidos de ferro e de alumínio,
43
valor (da cor): clareza relativa ou intensidade da cor, que é, aproximadamente, uma função da raiz quadrada da
quantidade total de luz.
44
croma (da cor): pureza relativa, intensidade ou saturação de uma cor. É diretamente relacionada à dominância de
determinado comprimento de onda da luz.
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minerais de argila 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes ao intemperismo, podendo haver a
predominância de quaisquer desses materiais. Apresenta aumento de argila pouco expressivo entre
os horizontes A e B numa distância máxima de 30 cm. Os valores limites do gradiente textural
(razão da média de argila dos horizontes B/A, excluindo o BC) são:
a) ≤ 1,5 se o horizonte A tem mais de 40% de argila, ou
b) ≤ 1,7 se o horizonte A apresentar teor de argila variando de 15 a 40%, ou
c) ≤ 1,8 se o horizonte A possui menos de 15% de argila.
Morfologicamente, em geral, a estrutura tem o aspecto maciço poroso, desfazendo-se em
granular forte pequena ou muito pequena, e a consistência úmida friável ou muito friável.
Horizonte B textural
Horizonte mineral subsuperficial com textura franco arenosa ou mais fina (mais que 15% de
argila) onde houve incremento de argila (fração < 0,002 mm), orientada ou não, desde que não
exclusivamente por descontinuidade, resultante de acumulação ou concentração absoluta ou relativa
decorrente de processos de iluviação e/ou formação in situ e/ou herdada do material de srcem e/ou
infiltração de argila ou argila mais silte, com ou sem matéria orgânica e/ou destruição de argila no
horizonte A e/ou perda de argila no horizonte A por erosão diferencial. O conteúdo de argila do
horizonte B textural é maior que o do horizonte A e pode, ou não, ser maior que o do horizonte C.
Este horizonte pode ser encontrado à superfície se o solo foi parcialmente truncado por erosão. Os
limites do gradiente textural (razão da média de argila dos horizontes B/A, excluindo o BC)
possuem os seguintes valores:
a) > 1,5 se o horizonte A tem mais de 40% de argila, ou
b) > 1,7 se o horizonte A apresenta teor de argila variando de 15 a 40%, ou
c) > 1,8 se o horizonte A possui menos de 15% de argila.
Quando ocorrem revestimentos por cerosidade, a quantidade e o grau de nitidez são menos
expressivos do que no horizonte B nítico.
Horizonte B incipiente
Horizonte subsuperficial, subjacente ao A, Ap ou AB, que sofreu alteração física e química
em grau não muito avançado, porém suficiente para o desenvolvimento de cor ou de estrutura, e no
qual mais da metade do volume de todos os suborizontes não deve consistir em estrutura da rocha
srcinal. Para ser diagnóstico, o horizonte B incipiente deve possuir, no mínimo, 10 cm de
espessura.
Horizonte B nítico
Horizonte mineral subsuperficial, não hidromórfico, textura argilosa ou muito argilosa, com
pequeno ou ausente incremento de argila do horizonte A para o B, insuficiente para caracterizar o B
textural. Possui superfícies reluzentes (“shiny peds”) dos agregados, descritas a campo como
cerosidade moderada ou forte.
Horizonte B espódico
Horizonte mineral subsuperficial que apresenta acumulação iluvial de matéria orgânica e
compostos de alumínio,
com acumulação com
iluvial de presença
matéria ou não
orgânica de ferro iluvial.
e alumínio, com ouPossui espessura mínima de 2,5 cm,
sem ferro.
“Ortstein”
É um horizonte B espódico, contínuo ou praticamente contínuo, cimentado por matéria
orgânica e alumínio, com ou sem ferro, ocupando 50% ou mais da área do horizonte e com 2,5 cm
ou mais de espessura.
Horizonte plíntico
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Horizonte litoplíntico
Camada consolidada contínua ou praticamente contínua, endurecida por ferro ou ferro e
alumínio, com ausência ou pequena quantidade de carbono orgânico. Difere do B espódico
cimentado (ortstein) por conter pouca ou nenhuma matéria orgânica.
Horizonte Glei
Horizonte mineral subsuperficial ou eventualmente superficial, com 15 cm ou mais de
espessura, caracterizado por redução de ferro em função do ambiente estagnado por água. Possui
cores neutras, em função do regime de umidade redutor, virtualmente livre de oxigênio dissolvido
em razão da saturação por água durante todo o ano, ou pelo menos por um longo período, associada
à demanda de oxigênio pela atividade biológica.
Horizonte E álbico
Horizonte mineral normalmente subsuperficial, no qual a remoção ou segregação de
material coloidal e orgânico progrediu a tal ponto que a cor do horizonte é determinada pela cor das
partículas primárias de areia e silte, ao invés do revestimento nessas partículas. Possui no mínimo
1,0 cm de espessura.
Fragipã
Horizonte mineral subsuperficial, com 10 cm ou mais de espessura, usualmente de textura
média ou algumas vezes arenosa ou raramente argilosa. Possui conteúdo de matéria orgânica muito
baixo, maior densidade do solo em relação aos horizontes subjacentes e é aparentemente cimentado
quando seco, tendo consistência dura, muito dura ou extremamente dura. O fragipã impede a
penetração das raízes e da água no horizonte em que ocorre.
Duripã
Horizonte mineral subsuperficial, com 10 cm ou mais de espessura, com grau variável de
cimentação por sílica, podendo ainda conter óxido de ferro e carbonato de cálcio. Apresenta
consistência muito firme ou extremamente firme quando úmidos e são sempre quebradiços, mesmo
depois de prolongado umedecimento. É mais resistente que o fragipã, sendo impeditivo também à
penetração das raízes e da água.
Horizonte cálcico
Horizonte de acumulação de carbonato de cálcio, normalmente no horizonte C, porém, pode
ocorrer no B ou A. Possui espessura mínima de 15 cm.
Horizonte petrocálcico
Horizonte cálcico que sofreu obturação com carbonatos e cimentado, sendo contínuo,
endurecido, maciço. É o horizonte cálcico em avançado estágio de desenvolvimento.
Horizonte sulfúrico
Possui 15 cm ou mais de espessura e é composto de material mineral ou orgânico, com valor
de pH de 3,5 ou menor, causado pelo ácido sulfúrico. Ocorre normalmente como resultado de
drenagem artificial e da oxidação de materiais minerais ou orgânicos ricos em sulfetos. Altamente
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tóxico para as plantas, forma-se também como resultado da mineração de superfície, construção de
estradas, dragagem ou outras operações de terra.
Horizonte vértico
Horizonte mineral subsuperficial, com argilas que se expandem e contraem, conforme o
ambiente torna-se mais ou menos úmido, respectivamente. Em função dessa característica, possui
superfícies de fricção (“slickensides”) em quantidade razoável (comum).
Horizonte B plânico
Tipo especial de horizonte B textural, subjacente a horizonte A ou E e precedido por uma
mudança textural abrupta. Horizonte adensado, com teores elevados de argila dispersa e pode ser
responsável pela retenção de lençol de água suspenso, de existência temporária.
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42
Drenagem
tendo-seAbasicamente
drenagem (condição de reduzida,
três formas: umidade oxidada
predominante) altera
hidratada a dinâmica
e oxidada do ferro no sistema,
desidratada:
Matéria orgânica
Apesar de certas restrições geográficas, a relação entre cor escura e matéria orgânica é
razoável, porém, não se pode generalizar tal condição.
Os Latossolos, ricos em óxidos, tendem a ter colorações que não refletem seu conteúdo de
matéria orgânica, havendo a mesma coloração (vermelho-escuro, por exemplo) para diferentes
níveis de matéria orgânica.
A maior responsável por tal fato é a hematita, um pigmento muito ativo: apenas cerca de 1 a
2% de hematita finamente pulverizada é suficiente para dar tonalidade avermelhada ao solo. Dessa
forma, em solos com ausência de hematita, predomina a relação entre cor escura e matéria orgânica.
Por
teor outro lado, orgânica.
de matéria solos como os Vertissolos apresentam colorações muito escuras, mesmo com baixo
Forma e conteúdo de Fe
O conteúdo de hematita (Hm) tende a estar refletido na intensidade da cor (Figura 8.1.1)
45
mosqueado: pontos ou manchas de cor ou tonalidade diferente entremeadas com a cor dominante da matriz de um
horizonte do solo. Pode ocorrer em vários horizontes ou camadas de solo, especialmente em zonas de flutuação do
lençol freático (drenagem imperfeita), podendo ser também decorrente de variações no material de srcem.
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43
Figura 8.1.1. Relação entre a taxa hematita (Hm)/hematita + goethita (Gt) e o matiz úmido de
horizontes B de Latossolos do Sudeste e do Sul do Brasil.
Em regiões com período seco pronunciado (sul do Planalto Central, grande parte dos
Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, etc.) há boa relação entre cor vermelha e
conteúdo de óxidos de ferro. Em áreas com umidade mais bem distribuída, sem período seco
pronunciado (parte da Amazônia, litoral sul da Bahia, planalto sul-rio-grandense, etc.), os solos
tendem a ser amarelados, independentemente do seu teor de óxidos de ferro.
Os solos derivados de rochas máficas (basaltos, diabásios, anfibolitos, etc.) tendem a ter
cores vermelho-escuras, refletindo a presença de hematita, ao passo que, em função do grande
poder pigmentante da hematita, os solos amarelos não a contêm.
Assim, solos derivados de rochas máficas serão mais vermelhos que solos srcinados de
rochas mais pobres em Fe. Quando se tem o bioclima muito seco, não há liberação rápida de Fe a
partir dos minerais primários (intemperização lenta), reduzindo a coloração vermelha. Quando o
bioclima é muito ativo, havendo muita umidade durante longos períodos e grande atividade
biológica (efeito da matéria orgânica, principalmente nos horizontes superficiais), o solo tenderá a
ser mais amarelado, em função da formação de goethita, a qual tende a predominar também nas
zonas de acúmulo (áreas depressionais, de pior drenagem, atualmente ou no passado). Dessa forma,
rochas semelhantes poderão srcinar solos mais vermelhos no Planalto Central e mais amarelos no
Rio Grande do Sul e na Amazônia.
Fixação46 de P
Os Latossolos, ricos em óxidos de Fe e de Al, fixam bastante P, impedindo a liberação deste
nutriente para a solução do solo. Solos srcinados de minerais máficos (ricos em Mg e Fe) possuem
normalmente alto teor de óxidos de Fe, fixando mais P do que solos srcinados de material pobre
em minerais máficos (arenito sem cimento ferruginoso, por exemplo).
Porém, a presença de gibbsita, Al(OH)3 com elevada capacidade de adsorção de P, pode
compensar a ausência de óxidos de Fe.
Deve-se sempre considerar a textura, simultaneamente ao conteúdo de óxidos de Fe e de Al,
pois, sob mesmas condições, solos mais argilosos apresentam maior fixação de P do que solos mais
arenosos (restringindo-se a solos afins).
Fertilidade geral
Normalmente, solos escuros, mais vermelhos, tendem a ter melhor fertilidade geral. Os solos
mais vermelhos, mais ricos em óxidos de Fe, têm, em geral, maiores teores de elementos-traço e de
fósforo total.
46
fixação: processo ou processos que ocorrem no solo, pelo qual certos elementos químicos essenciais ao
desenvolvimento vegetal são convertidos a uma forma praticamente insolúvel, como por exemplo, a fixação de fósforo
em solos ricos em Fe2O3.
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44
Os solos desferrificados são pobres em relação aos elementos-traço, o que leva à conclusão
que cupinzeiros esbranquiçados tendem a indicar baixos teores de Fe no material de srcem. Já em
áreas de rochas basálticas, devido ao elevado teor de Fe a ser reduzido, dificilmente tem-se a
expressão da cor cinzenta.
Sistema de cores
O sistema de cores utilizado em solos é aquele desenvolvido por Albert Henry Munsell
(Boston, EUA), em 1915, baseia-se na distribuição das cores ao longo de um círculo (Figura 8.1.2).
Observa-se que o autor buscou distribuir todos os pigmentos ou matizes (hue) das cores visíveis (R
– red, Y – yellow, G – green, B – blue e P – pink) ao longo de um eixo central, conhecido como
valor (value), que indica a tonalidade ou a contribuição do branco (% em relação ao preto) na
composição da cor final (varia do preto – 0 ao branco puro - 10). A intensidade do matiz é fornecida
pelo croma, que indica a contribuição do matiz (varia de 0 a 20) na cor final.
Figura 8.1.2. Árvore de cores de Munsell, composto pelos diferentes matizes, valores e croma.
M
E 62,5 62,5
G
A
T
R N 50,0 50,0
O E
L C
R
A O 37,5 37,5
V P O
EL
25,0 AR 25,0
AM
12,5 12,5
0,0 0,0
5R 7,5R 10R 2,5YR 5YR 7 ,5YR 10YR 2,5 Y 5Y
MATIZ
CROMA
Figura 8.1.3. a) Folha do matiz 2,5YR da Carta de Cores de Solo Munsell; b) respectiva distribuição
do matiz, do vermelho (R - red) ao amarelo (Y – yellow).
Observando-se a folha do matiz 2,5YR da Carta de Cores de Solo Munsell (Figura 8.1.3a),
verifica-se que o valor aumenta de baixo para cima e o croma da esquerda para a direita. O matiz
varia de 100% vermelho (5R) a 100% amarelo (5Y), tendo-se diversos matizes intermediários
(Figura 8.1.3b).
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45
Assim, observando-se o gráfico da figura 8.1.3b, por exemplo, para um matiz 7,5YR (eixo
das abscissas), a contribuição (ordenadas) da cor vermelha é de 37,5% e a cor amarela contribui
com 62,5%.
A cor é determinada na amostra dos horizontes em condição seca e úmida, triturada ou não.
solo. O A texturaembora
quartzo, de um seja
soloum
depende damuito
mineral rocharesistente
de srcemquando
e do grau de intemperização
de tamanho (idade)
maior do que cercadode
0,05 mm de diâmetro é, no entanto, pouco resistente se ocorre nas frações argila e silte. Tende a se
concentrar em muitas rochas sedimentares – arenitos (rochas psamíticas).
Solos srcinados de rochas psamíticas apresentam altos teores de areia e baixos teores de
argila. Por outro lado, solos derivados de rochas de textura fina (argilitos, folhelhos, ardósias, etc. –
rochas pelíticas), apresentam baixo teor de areia e alto teor de argila.
Materiais grosseiros, resistentes ao intemperismo, como quartzo e material cimentado por
óxidos de ferro, não são ativamente destruídos pelo intemperismo, nem removidos do sistema pela
erosão, resultando em camadas cascalhentas à superfície do solo, as quais podem ser posteriormente
cobertas por novo material, formando um leito de cascalhos (“stone-lines”). Caso sejam
arredondados, indicam atividade abrasiva por movimentação de água no passado.
A composição granulométrica (proporção de diferentes classes de partículas) geralmente é
determinada por tamisação (peneiragem) para a fração areia. Para as partículas menores, utiliza-se a
sedimentação diferencial das partículas, conforme seu tamanho.
A textura é representada pelo triângulo textural (Figura 8.2.1), onde se tem, nos vértices do
triângulo, 100% da fração correspondente, que decresce paralelamente à base que lhe é oposta.
O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006) recomenda o uso do
triângulo textural simplificado (Figura 8.2.1a) para análises de campo. Caso seja necessário maior
detalhamento, faz-se a determinação em laboratório das quantidades de cada fração, utilizando-se
então o triângulo textural do Soil Survey Manual (Figura 8.2.1b).
A classe textural franco (Figura 8.2.1b) não possui predominância marcante de nenhuma das
frações. Posicionando-se aproximadamente no meio do polígono pentagonal, tem-se diferentes
quantidades das frações: a argila, por ser mais reativa, ocorre em menor quantidade (20%),
enquanto areia e silte correspondem a 40% cada.
A fração argila, pela sua atividade, fornece seu nome a várias classes de textura, isto é, das
treze classes, sete levam o nome argila ou argilosa na sua denominação.
A avaliação da textura a campo, é feita através do tato, pela sensação ao esfregar um pouco
de solo entre os dedos. A areia provoca sensação de aspereza, o silte de sedosidade e a argila de
pegajosidade. Uma determinação a campo, pode obedecer aos limites de argila do Sistema
Brasileiro de Classificação de Solo (EMBRAPA, 2006): < 15% de argila – textura arenosa, 16 a
35%
muitode argila – textura média, 36 a 60% de argila – textura argilosa e > 60% de argila – textura
argilosa.
estéril (horizonte C intemperizado), formado a partir de flocos de caulinita, o qual não pode indicar
adequadamente o grau de intemperização do solo.
A relação silte/argila abaixo de 0,15 indica solos muito intemperizados. Além disso, o silte é
responsável pelo encrostamento do solo, devendo-se manter solos com elevado teor de silte
cobertos na maior parte do tempo.
O capim colonião, em função de seu hábito de crescimento (em touceiras), eleva a
suscetibilidade do solo à erosão (principalmente se forem siltosos), expondo-o à ação direta da
chuva e posterior encrostamento. Para tanto, deve ser manejado corretamente, mantendo-se sempre
o solo coberto.
0 0
100 100
90
10 90
10
20 20
a) A
80 b) A
80
MUITO
IL
P
IL MUITO
P
30
O
30
O
G ARGILOSA R G ARGILOSO R
R 70 C R 70 C
A E A E
E 40
N E 40
N
D 60 A
T D 60
T
A
M G M G
E E E E
G 50 G 50
M M
TA 50 D TA 50 ARGILA D
N ARGILOSA E N ARGILA
E
E 60
S E SILTOSA 60
S
C IL C ARGILA IL
R 40 T R 40
ARENOSA T
O E O FRANCO FRANCO E
P P 70
70
ARGILO
FRANCO ARGILOSO
30 30 SILTOSO
ARGILO
80
ARENOSO
80 20
20
MÉDIA SILTOSA FRANCO
FRANCO
90 FRANCO SILTOSO 90
10 10 A RE
IA ARENOSO
0 SILTE 0
10
FRA
10
ARENOSA AREIA N CA
01 01 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
00 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 00
8.3. ESTRUTURA
As partículas primárias (argila, silte e areia) geralmente se encontram agrupadas, formando
partículas maiores (agregados), dando ao solo a sua estrutura (Figura 8.3.1).
Se a massa do solo for coerente e não apresentar estrutura definida, diz-se que o solo é
maciço. Caso a massa se apresente solta, denomina-se de grãos simples.
.
Figura 8.3.1. Tipos de estrutura do solo: a) laminar; b1) prismático; b2) colunar; c1) blocos
angulares; c2) blocos subangulares e d) granular.
O agregado é a união de partículas primárias do solo, mas que não apresentam superfície de
fraqueza quando submetidos a uma determinada pressão, isto é, o agregado se quebra sem uma
determinada forma e tamanho, produzindo fragmentos de conformações não específicas. O
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47
fraturamento é ao acaso. A manipulação de torrões para distinção do tipo de unidade estrutural deve
ser feita com cuidado para que não haja alteração de sua morfologia. Para tanto, deve-se procurar
calmamente selecionar, com os dedos, separar e distinguir os agregados de estrutura.
Uma estrutura como a dos Latossolos oxídicos, que aparenta pó de café, é muitas vezes
descrita como maciça, porosa, formada de grânulos muito pequenos (microestrutura granular).
Assim, pode-se considerar que:
a) os óxidos de Fe e de Al, a matéria orgânica e o excesso de sais tendem a produzir
microestrutura granular;
b) a expansão e contração de todo o material, mais ou menos rico em argila, quando exposto a
ciclos de umedecimento e secagem, quando em meio mais conservador de umidade, tende a
destruir a estrutura granular, dando srcem à estrutura em blocos, em função de uma
deformação plástica dos agregados;
c) nos Latossolos oxídicos, a infiltração de água tende a ser maior no horizonte B do que no
horizonte A. O oposto ocorre quando a argila é mais ativa (material 2:1), em função da
presença de matéria orgânica na superfície, elevando a proporção de macroporos;
d) devido à estrutura granular, o horizonte Bw (B latossólico) tende a ser mais facilmente
erodível, em função da pequena coesão entre os grânulos (forma semelhante a esferas).
Assim, a erodibilidade de Latossolos só não é mais evidente devido à ocorrência de tais
solos em superfícies bem suaves (baixa declividade).
8.4. POROSIDADE
Todo solo possui poros, mas seu número, tamanho, distribuição e continuidade são variáveis
conforme o solo.
Ao se examinar a massa do solo com atenção, principalmente quando com o auxílio de uma
lupa, percebe-se que existem pequenos vazios naquela massa. Ao lhe adicionar água, esta se infiltra
com maior ou menor rapidez.
Os poros do solo são divididos em duas classes: microporos e macroporos, menores e
maiores do que cerca de 0,05 mm de diâmetro, respectivamente.
Assim, espera-se que um solo argiloso (muitas partículas < 0,002 mm) apresente grande
microporosidade e um solo arenoso (muitas partículas > 0,05 mm) apresente grande
macroporosidade.
Como visto anteriormente, as partículas primárias (argila, silte e areia) podem unir-se
formando partículas maiores, os agregados, isto é: partículas primárias unidas em um agregado
(Figura 8.4.1).
O sistema radicular dos vegetais, pela sua dimensão, pode se desenvolver melhor através dos
macroporos, tal fato contribui para um maior efeito da compactação 47 sobre o desenvolvimento
radicular (Figura 8.4.2).
Figura 8.4.2. Solo antes e depois de compactado, reduzindo a proporção de macroporos, com
elevação da microporosidade, que leva a água e nutrientes até as raízes.
Os agentes agregantes das partículas primárias incluem a matéria orgânica, Ca, óxidos de Fe
e de Al, que contribuem para o arejamento e infiltração de água. Os agentes desagregantes, como o
Na, a compactação e a puddlagem (orientação das argilas, sob a ação de implementos agrícolas, em
solos trabalhados quando os teores de água são muito elevados) têm o efeito inverso, prejudicando o
crescimento radicular.
A água é retida com mais força nos poros menores, nos poros maiores, a própria gravidade
retira a água. Assim, solos argilosos tendem a armazenar mais água que solos arenosos, embora a
disponibilidade desta água para as plantas muitas vezes seja limitada.
Dessa forma, a compactação do solo pode ser benéfica, desde que esteja em níveis
adequados, para a elevação da capacidade de armazenagem de água em solos com problemas de
déficit hídrico. Porém, a compactação em excesso pode criar situações adversas: menor infiltração
de água, maior erosão, menor crescimento de raízes, menor taxa de difusão de alguns elementos
como o fósforo, entre outros.
8.5. CEROSIDADE
É a película, formada durante alguns milênios, sobre os agregados dos horizontes
subsuperficiais, oriunda da deposição de argila iluviada dos horizontes superficiais. A cerosidade
pode ser formada também pelo rearranjo na superfície dos blocos, por exemplo.
Além das argilas silicatadas, outras substâncias podem depositar-se sobre os agregados,
recebendo o nome genérico decutãs. A cerosidade é o cutã argilã. Os revestimentos compostos de
manganês, ferro e matéria orgânica, recebem a denominação de mangã, ferrã e orgã,
respectivamente. A própria expansão e contração (horizonte vértico) pode dar um arranjo especial
(orientado) às partículas de argila do próprio agregado, no contato entre eles.
A cerosidade é uma característica típica do horizonte nítico (um tipo de B textural na
classificação anterior), o qual não possui gradiente textural expressivo, podendo também estar
presente no B textural do novo sistema de classificação, não sendo considerada a característica
principal, pois neste caso, tem-se a elevação expressiva do teor de argila em profundidade.
As raízes das plantas encontram algum obstáculo com a cerosidade, porém, esta película tem
importância na difusão de elementos como o P e o K.
Assim, pode-se fazer as seguintes comparações:
a) os blocos, através da contração (quando o solo está secando), tendem a se separar uns dos
outros sempre no mesmo lugar. Dessa forma, a cerosidade é a resultante de um processo
acumulativo;
b) a atividade biológica tende a destruir a cerosidade, tornando-se predominante na parte
inferior do perfil, principalmente em solos ricos em óxidos de Fe e de Al;
47
compactação: diminuição do volume do solo ocasionada por compressão, causando um rearranjamento mais denso
das partículas do solo e conseqüente redução do espaço poroso. A compactação resulta da ação antrópica, ao contrário
do adensamento que é um fenômeno natural.
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49
8.6. CONSISTÊNCIA
A coesão (atração das partículas entre si) e a adesão (atração das partículas por um outro
corpo), sob várias condições de umidade, dá a consistência ao solo. A consistência tem implicações
diretas no seu manejo (Figura 8.6.1).
LC LP LL
friabilidade plasticidade viscosida de
Figura 8.6.1. Estados de consistência do solo e seus respectivos limites de umidade: LC – limite de
contração, LP – limite de plasticidade e LL – limite de liquidez.
Solos muito plásticos e muito pegajosos (normalmente com minerais 2:1, e/ou horizonte
vértico) apenas podem ser trabalhados (arados, gradeados, etc.) em amplitude estreita de umidade.
Os Latossolos podem ser trabalhados em maior amplitude de umidade. Em solos mais
plásticos e mais pegajosos, de lugares mal drenados (agora ou srcinalmente) por exemplo, deve-se
ter mais cuidado com o conteúdo de água no solo por ocasião dos trabalhos de manejo, a fim de
evitar dificuldades no seu preparo e a puddlagem (Quadro 8.6.1).
Quadro 8.6.1. Relações gerais entre organização microscópica das partículas de argila, condições
em que ocorrem e seu efeito na consistência.
ORGANIZAÇÃO
Partículas bem organizadas, Partículas mal organizadas,
aumento de coesão e adesão diminuição de coesão e adesão
_______________________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
____________________________________________________________
Agentes _____________________________________________________________________
Compressão Presença de altos teores de óxidos de Al, Fe e matéria
Uso de máquinas, tendo o solo elevado teor de água orgânica
Argila com alta área específica Argila com baixa área específica (caulinita)
Ciclos de expansão-contração
_________________________________________
Condições em que ocorrem com freqüência ___________________________________________
Solos desferrificados, cinzentos, pobres em matéria Solos de natureza latossólica
orgânica
Solos menos intemperizados, pobres em matéria Solos com altos teores de matéria orgânica e cálcio
orgânica
________________________________________________________
Efeitos na consistência_______________________________________________________
Aumento de dureza, plasticidade, pegajosidade Aumento de friabilidade
provido de argilas com maior capacidade de troca catiônica, menos intemperizado e menos pobre
em nutrientes.
Quanto mais argiloso um solo, maiores as forças de coesão e de adesão. Para solos com o
mesmo teor de argila, quanto mais jovem, maiores serão também as forças de coesão e adesão.
O material muito rico em agentes desorganizadores não é bom para cerâmica comum, pois o
barro é amassado para elevar a sua coesão, assim, as argilas dos Solos Hidromórficos, pobres em
Fe, são geralmente as mais procuradas para isto.
Para o enchimento de vasos de mudas, deve-se priorizar a presença de agentes
desorganizadores, evitando-se o endurecimento do solo e a restrição ao crescimento das raízes.
Porém, caso haja excesso de desorganização, o torrão formado facilmente se romperá, dificultando
o transplantio.
Se o solo for argiloso, mas muito friável, desmanchando-se com facilidade sob qualquer teor
de água, então, deve possuir alto teor de agentes desorganizadores. Pode-se tratar de um solo muito
velho (Latossolo). Os solos cinzentos, por serem pobres em Fe, se forem friáveis, porosos e
argilosos, possuem alto teor de gibbsita, ocorrendo normalmente nos chapadões do Planalto Central,
em geral associados ao microrrelevo de murundus, relacionados às veredas48.
8.7. CIMENTAÇÃO
A cimentação ocorre através de agentes cimentantes das partículas do solo que impedem que
os torrões se desmanchem na água. Refere-se à consistência quebradiça e dura do material do solo,
determinada por qualquer agente cimentante que não seja mineral de argila, tais como: carbonato de
cálcio, sílica, óxido ou sais de ferro ou alumínio.
A cimentação não se altera com o umedecimento, persistindo a dureza e quebrajosidade do
material mesmo quando molhado. Sua classificação relaciona a resistência ao rompimento da massa
cimentada: fracamente cimentado, fortemente cimentado e extremamente cimentado.
As camadas cimentadas têm o nome genérico de pan (inglês) e pã (português). Como os pãs
têm, como comportamento típico, a restrição à movimentação de água e penetração de raízes, esse
termo tem sido também aplicado a horizonte que não tem, necessariamente, qualquer agente
cimentante mas que tem comportamento, quanto à água e raízes, semelhante ao dos pãs típicos.
Assim, horizontes B argilosos, contrastantes com horizontes A bastante arenosos, têm sido
chamados argipãs (claypans).
Outros exemplos de pãs são: fragipã, quebradiço, ortstein, “ironstone”, plintita, laterita ou
canga (plintita endurecida) e duripã.
48
vereda: várzea ou clareira de vegetação rasteira, com palmáceas. É um ambiente típico do Cerrado brasileiro.
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51
a) b)
Figura 8.8.1. Esquema evidenciando a diferença entre nódulos (a) e concreções (b) no solo.
c) d)
Profundidades: Profundidades:
Horizonte A: 0-30 cm Horizonte O1: 5-3 cm
Horizonte B: 30-50 cm Horizonte O2: 3-0 cm
Horizonte C: 50-100 cm+ Horizonte C: 60-80 cm
Espessuras: Espessuras:
Horizonte A: 30 cm Horizonte O1: 2 cm
Horizonte B: 20 cm Horizonte O2: 3 cm
Horizonte C: 50 cm+
Figura 8.9.1. Medida das profundidades dos horizontes: a) separação plana ou horizontal; b)
separação ondulada, irregular, descontínua ou quebrada; c) horizonte C medido em parte;
d) medição de baixo para cima dos horizontes O ou H.
A A A A
AB
AB AB AB
B1
B2
BC BC
B B B
C
C C C
C
a) b) c) d)
Figura 8.9.2. Transições entre os horizontes segundo a topografia: a) horizontal ou plana; b)
ondulada ou sinuosa; c) irregular; d) descontínua ou quebrada.
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53
Figura 9.1.1. Constituição hipotética do solo, com sua fase líquida (água), gasosa (ar) e sólida
(material mineral e material orgânico).
Fração argila
É plástica e pegajosa quando úmida, sendo dura e muito coesa quando seca, alta
higroscopicidade49, elevada superfície específica, alta CTC, poros muito pequenos, evidente
contração e expansão devido ao processo de umedecimento e secagem, forma agregados com outras
partículas. É a fração que mais influencia o comportamento físico do solo. Sua superfície é
carregada predominantemente por cargas negativas. Essas cargas negativas são neutralizadas por
uma nuvem de cátions, formando assim uma dupla camada elétrica.
Fração silte
É sedosa ao tato, apresentando ligeira coesão quando seca, poros de tamanho intermediário,
ligeira ou baixa higroscopicidade, superfície específica com valor intermediário, capacidade de
troca iônica baixa.
Fração areia
É solta, com grãos simples, não formando agregados, não plástica, não podendo ser
deformada, não pegajosa, não higroscópica, poros grandes, não coesa, pequena superfície
específica, capacidade de troca de cátions praticamente ausente.
49
higroscópico: material ou substância, que tem grande afinidade pelo vapor de água, sendo capaz de retira-lo da
atmosfera ou de qualquer mistura gasosa.
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55
É a relação entre a massa do solo seco (105-110 ºC) e o volume dos sólidos:
M
Dp s
Vs
Dp = densidade de partículas (g/cm3 ou Mg/m3)
Ms = massa do solo seco (g ou Mg)
Vs = volume do solo seco (cm3 ou m3)
Materiais utilizados
balança analítica (± 0,001 g);
estufa elétrica (± 105ºC);
dessecador;
balão
buretavolumétrico
(50 mL); (50 mL ou 100 mL);
álcool etílico.
Metodologia
1. Aferir o volume do balão volumétrico com a bureta, anotando o valor encontrado (Lb).
2. Pesar 40,000 g de TFSE e transferir a mesma para o balão volumétrico de 100 mL.
3. Preencher a bureta com álcool etílico, até a marca do zero.
4. Transferir 50 mL de álcool etílico para o balão volumétrico contendo a TFSE.
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57
É a relação entre a massa do solo seco (105-110 ºC) e o volume total do solo:
M
Ds s
VT
Onde:
Ds = densidade do solo (g/cm3 ou Mg/m3)
Ms = massa do solo seco (g ou Mg)
VT = volume total do solo (cm3 ou m3)
Aplicações:
a) Utilizada no cálculo da porosidade total;
b) Permite inferir sobre as condições de compactação do solo e conseqüentemente sobre o
impedimento mecânico.
Aplicações:
a) Armazenamento e movimento de água no solo;
b) Estudos sobre o desenvolvimento do sistema radicular;
c) Resistência mecânica do solo;
d) Fluxo e retenção de calor.
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58
Determinação:
Mesa de tensão
Funil de buchner
d) Umidade do solo
VT
Onde,
= umidade à base de volume (% ou cm3/cm3)
VH2O = volume de água (cm3)
VT = volume total da amostra de solo (cm3)
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= U . Ds
Onde:
= umidade à base de volume (% ou cm3/cm3)
U = umidade à base de peso ou umidade gravimétrica (%)
Ds = densidade do solo (g.cm3)
Quadro 9.3.1. Área específica e capacidade de troca de cátions (CTC) de diferentes partículas do
solo.
Partícula Área específica (m2/g) CTC (cmol/kg)
Caulinita (1:1) 10-20 3-15
Ilita (2:1) 70-120 10-40
Vermiculita (2:1) 300-500 100-150
Silte < 0,1 Baixo
Areia fina < 0,1 Muito baixo
Areia grossa < 0,01 Extremamente baixo
Como se observa no quadro 9.3.1, a fração que mais influencia o comportamento físico do
solo é a argila. A sua superfície é carregada predominantemente por cargas negativas. Essas cargas
negativas são neutralizadas por uma nuvem de cátions. As cargas da superfície da partícula mais os
cátions neutralizantes formam a dupla camada elétrica.
Figura 9.3.1. Concentração iônica e a teoria da dupla camada de Stern (o gráfico indica a redução da
concentração iônica com o aumento da distância da superfície da argila).
Os cátions monovalentes ficam hidratados, longe da micela de argila, com grande diâmetro,
formando uma dupla camada espessa, causando dispersão (Na+). A presença de cátions Al3+ e Ca2+,
por exemplo, causa floculação.
A ordem de preferência da troca de cátions é a seguinte:
Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > K+ > Na+ > Li+
a) Teste de campo
O uso do tato, mesmo sendo subjetivo e sujeito a erros, deve observar as seguintes
características:
Areia: sensação de atrito, aspereza. A fração areia é solta, com grãos simples, não
plástica, não pode ser deformada, não pegajosa, não higroscópica, predominam
macroporos na massa, não coesa, pequena área específica, CTC praticamente ausente;
Silte: sedosidade. Apresenta ligeira coesão quando seco, poros de tamanho
intermediário, ligeira ou baixa higroscopicidade, superfície específica com valor
intermediário, CTC baixa;
Argila: plasticidade e pegajosidade. A argila é plástica e pegajosa quando úmida, dura e
muito coesa quando seca, alta higroscopicidade, elevada superfície específica, alta CTC,
predomínio de microporos, contração e expansão, forma agregados com outras
partículas.
A análise através do tato, deve se basear nos diferentes teores de argila para a classificação
textural do solo (Quadro 9.3.2).
Quadro 9.3.2. Classes texturais do solo de acordo com o teor de argila (EMBRAPA, 1999).
Teor de argila Classe textural
Menor ou igual a 15% Arenosa
16 a 35% Média
36 a 60% Argilosa
Maior que 60% Muito argilosa
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b.1) Pré-tratamento
Utiliza-se o pré-tratamento para a eliminação dos agentes cimentantes, íons floculantes e sais
solúveis, buscando uma maior dispersão da amostra de solo.
Solos com teor de matéria orgânica superiores a 5%, faz-se a remoção (oxidação) da
M.O. com peróxido de hidrogênio (H 2O2);
Óxidos de Fe e Al são retirados com solução ditionito-citrato-bicarbonato de sódio
(prática questionável em solos tropicais, ricos em óxidos);
Carbonatos são retirados com ácido clorídrico;
Sais solúveis são retirados por diálise.
b.2) Dispersão
Destrói os agregados do solo, transformando-os em partículas individualizadas em
suspensão.
Método químico: NaOH ou hexametafosfato de sódio + carbonato de sódio, conhecido
como calgon;
Método mecânico: agitação suave e demorada ou agitação violenta e rápida;
Ultra-som
b.3) Separação das frações do solo
Areias são separadas por tamisação (peneiramento), já o silte e a argila são separados pelo
tempo de sedimentação, através da Lei de Stokes:
t= 9.h. 2
2(Dp-Df).g.r
Onde,
t = tempo de sedimentação (s)
h = profundidade de coleta (cm)
= viscosidade da água (centipoises)
Dp = densidade de partículas (g/cm3)
Df = densidade da água (ou do fluido) (g/cm 3)
g = aceleração gravitacional no laboratório (g/s2)
r = raio da menor partícula a se sedimentar (0,0001 cm)
Quadro 9.3.3. Tempo aproximado de sedimentação requerido por partículas de solo em água para a
profundidade de 10 cm.
AreiaPartícula
muito grossa Diâmetro
2,0 (mm) Tempo de0,03
sedimentação
s
Silte 0,05 4,5 min
Argila 0,002 7,7 h
Argila ultrafina 0,0000002 860 anos
A análise textural pode ser realizada através do método da pipeta ou método do hidrômetro
de Bouyoucos.
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O método de análise textural sugerido por Bouyoucos (1927) é usado quando se deseja uma
análise rápida dos separados do solo, sem que seja necessária grande precisão. Este método
normalmente
material é o mais (silte
em suspensão utilizado em análises
e argila) de rotina. O densidade
confere determinada método baseia-se no Com
ao líquido. princípio de de
a ajuda queumo
hidrômetro, Bouyoucos relacionou as densidades com o tempo de leitura e com a temperatura,
calculando com estes dados as porcentagens das partículas.
A realização da análise textural sem a adição de NaOH possibilita a obtenção do Índice de
Floculação (IF), que representa a capacidade de floculação das argilas no solo. Valores elevados do
IF indicam a formação de agregados estáveis e solos mais friáveis, permitindo melhor
desenvolvimento radicular e aeração, em função de uma melhor porosidade do solo. Solos ácidos,
ricos em Al são geralmente floculados. Cálcio e magnésio são floculantes, reduzindo o efeito tóxico
de altas concentrações de Al.
Materiais utilizados
balança analítica ( 0,001 g);
agitador Hamilton Beach;
água destilada;
NaOH 1N;
peneira n.º 270 (0,053 mm);
provetas (1.000 e 250 ml);
béquer (250 ml);
estufa elétrica ( 105ºC);
dessecador;
hidrômetro;
termômetro (ºC);
Metodologia
1. Pesar uma dada quantidade de TFSA que corresponda a 50 g de TFSE, transferindo-a
para o copo metálico do agitador, adicionando-se água destilada até a cobertura da
amostra.
2. Posteriormente, adicionar 10 ml de NaOH 1N, mantendo-se em repouso por 15 min.
3. Completar o volume do copo com água destilada até cerca de um terço de sua altura,
sendo então submetida à agitação durante cerca de 10 min a 12.000 rpm.
4. Passar toda a suspensão através da peneira 0,053 mm, para a proveta de 1.000 mL, cujo
volume deve ser completado com água destilada.
5. A fração areia deve ser colocada em béquer previamente tarado e identificado. Secar a
105-110ºC e determinar seu peso seco após esfriar em dessecador.
6. Determinar a temperatura da suspensão na proveta de 1.000 mL e calcular o tempo de
sedimentação da menor partícula de silte (diâmetro = 0,002 mm ou 0,0002 cm e raio r =
0,0001 cm), através da expressão:
9.h.
t=
2(Dp-Df).g.r 2
Onde:
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Temperatura
9
o
F= Co 32
5
o 5 o
C = ( F - 32)
9
9. Com a leitura corrigida do hidrômetro, calcular a porcentagem de argila.
10. Com os resultados da areia total e da argila, calcular por diferença a porcentagem do
silte.
11. Determinar a classe textural.
12. Repetir todo o processo anteriormente citado, retirando-se apenas o NaOH,
determinando a porcentagem de argila dispersa em água (ADA).
13. Por fim, calcular o Índice de Floculação (IF), através da seguinte equação:
arg ila total -ADA
IF 100
argila total
9.4. ESTRUTURA
“Estrutura do solo refere-se à agregação das partículas primárias do solo em unidades
compostas ou agrupamentos de partículas primárias, que são separadas de agregados adjacentes
por superfícies de fraca resistência” (Soil Survey Manual, 1951).
“Estrutura do solo é o arranjamento das partículas do solo e do espaço poroso entre elas;
incluindo ainda o tamanho, forma e arranjamento dos agregados formados quando partículas
primárias se agrupam, em unidades separáveis” (Marshall, 1962).
Assim, de acordo com as definições acima, compreende-se que a estrutura do solo é
basicamente o arranjamento (agregação) das partículas do solo, influenciado por fatores físicos,
químicos e biológicos. O pré-requisito para a agregação é que a argila esteja floculada. Entretanto,
não é suficiente, devendo haver a existência de substâncias cimentantes. Mas nem sempre esses dois
fatores explicam plenamente o aparecimento dos variados tipos de estrutura pois todos os fatores de
formação do solo influenciam a estrutura.
Em geral, a estrutura dos solos pode ser dividida conforme o tipo, classe e grau:
Tipo: blocos, prismática, granular e laminar;
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a) Emerson (1959)
A = quartzo – matéria orgânica – quartzo
B = quartzo – matéria orgânica – argila
C = argila – matéria orgânica – argila
C1 = face – face
C2 = canto (lado) – face
C3 = canto - canto
Determinação
A estrutura do solo pode ser avaliada através da determinação de algumas propriedades
físicas do solo, tais como:
Densidade do solo
Porosidade total
Distribuição dos poros por tamanho
Condutividade hidráulica do solo saturado (Ks)
Estabilidade de agregados
Ferreira (1988), observando a estrutura do solo, fez algumas observações a respeito das
propriedades acima (Quadro 9.4.1):
Latossolo
Caulinítico Ds
Aumenta % Macroporos
Diminui Ks
Diminui DMG
Diminui
Gibbsítico Diminui Aumenta Aumenta Aumenta
DMG = 10X
(n log d)
X=
n
Onde,
n = % dos agregados retidos em uma determinada peneira
d = diâmetro médio de uma determinada faixa de tamanho do agregado (mm)
Onde,
ni = % dos agregados retidos em uma determinada peneira (decimal)
di = diâmetro médio geométrico de uma determinada faixa de tamanho de agregados (mm)
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Exercício:
1) Calcular o diâmetro médio geométrico e o diâmetro médio em peso para a seguinte
condição:
9.5. POROSIDADE
Como já visto anteriormente, nas relações de massa e volume do solo, a porosidade pode ser
determinada através da obtenção do volume total de poros (VTP) através da marcha analítica (VTP
determinada) ou através do cálculo da expressão:
Ds
VTP calculado 1 - 100
Dp
A diferença entre ambos os valores fornece os poros bloqueados, que normalmente ocorrem
no solo, devido às interrupções dos canais e à oclusão de bolhas de ar dentro de agregados maiores.
Deve-se relembrar que a porosidade é função da textura e da estrutura do solo. O estudo da
porosidade é realizado normalmente através do uso da mesa de tensão, do funil de buchner e dos
extratores de placa porosa. Maiores detalhes sobre a porosidade serão discutidos no item 12 (Água
do Solo).
9.6. DENSIDADE
A densidade do solo também já foi vista nas relações de massa e volume do solo. Deve-se
relembrar que o estudo da densidade do solo fornece parâmetros associados diretamente à estrutura
do solo. Solos compactados, com alto grau de empacotamento, normalmente possuem maior
densidade do solo.
9.7. COMPACIDADE
O estudo da compacidade (compactação) do solo baseia-se no princípio que a compactação
em excesso é prejudicial à maioria das plantas, dificultando o desenvolvimento radicular e
reduzindo a produção.
Para o diagnóstico da compactação no campo, tem-se as seguintes observações:
Solo
- Presença de crostas;
- Aparecimento de trincas nos sulcos de rodagem do trator;
- Zonas endurecidas no solo;
- Empoçamento de água;
- Erosão hídrica excessiva;
- Presença de antigos resíduos vegetais, parcialmente decompostos;
- Necessidade maior de potência das máquinas de cultivo.
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68
Planta
- Baixa emergência;
- Variação no tamanho;
- Folhas amarelecidas;
- Sistema radicular superficial e horizontal;
- Raízes mal formadas e/ou tortas.
Consiste na aplicação de uma carga sobre o solo (corpo de prova), em um único sentido
(uniaxial) anotando-se a deformação ocorrida depois de determinado tempo. Assim, há a redução do
volume ocupado pelo solo (VT), com a manutenção da mesma massa (Ms), elevando
conseqüentemente, a densidade do solo (DS). Com o incremento da carga aplicada, tem-se maiores
reduções e maiores Ds, respectivamente. Plotando-se a Ds com o logaritmo da pressão aplicada,
tem-se a curva de compressão do solo (Figura 9.7.1).
a) b)
Ensaio de Proctor
Consistência do solo
É a manifestação das forças de adesão e coesão que atuam no solo em função da umidade.
As forças de adesão ocorrem entre corpos de diferentes naturezas, como as forças que ocorrem entre
as partículas do solo e as moléculas de água. As forças de coesão ocorrem entre corpos de mesma
natureza, como as forças que ocorrem entre as partículas do solo.
A crescente utilização de máquinas agrícolas levou à maior incidência de tráfego nas áreas
cultivadas. Muitas vezes, esse tráfego é feito sem que haja um controle da umidade do solo, que
indicaria o momento ideal de preparo das áreas. A umidade adequada localiza-se acima do limite de
contração e abaixo do limite de plasticidade, sendo denominada friabilidade. A determinação da
faixa de friabilidade do solo pode contribuir para uma maior sustentabilidade estrutural do solo,
informando a umidade ideal para o preparo do solo (Figura 9.7.4).
Figura 9.7.4. Estados de consistência do solo e a variação da faixa de friabilidade em função do tipo
de solo (Vertissolo e Latossolo).
Figura 9.7.5. Aparelho de Casagrande: 1. vista de cima da amostra colocada na cápsula metálica
depois de feito o corte com o cinzel; 2. corte A-B; 3. corte C-D antes da determinação
(aplicação dos golpes); 4. corte C-D após o fechamento do corte.
O limite de plasticidade é determinado pela confecção (rolando-se o solo com a mão sobre
uma placa de vidro esmerilhada) de um cilindro de 3 mm de diâmetro e comprimento mínimo de 50
mm. Quando o cilindro começar a apresentar fissuras, interrompe-se o ensaio e determina-se a
umidade do solo do cilindro. Após o mínimo de 3 repetições, faz-se a média aritmética simples das
repetições, obtendo-se o limite de plasticidade.
O limite de contração é obtido mediante a determinação da massa e do volume de uma
amostra seca em estufa (105-110ºC). Essa umidade é o limite abaixo do qual a maior parte dos solos
não apresenta redução de volume.
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71
O solo tem a propriedade de atrair e reter a água no estado líquido e em forma de vapor. A
molécula de água apresenta uma distribuição assimétrica de carga, a qual gera um dipolo elétrico
que é responsável por uma série de propriedades físico-químicas, como, por exemplo: solvente
universal, adsorção sobre superfície sólida e hidratação de íons e colóides.
Como o solo apresenta cargas elétricas, as moléculas de água se orientam para serem retidas.
Nesta interação solo-água, verifica-se a influência de forças de adsorção (coesão e adesão) (Figura
9.8.1a).
Além destas forças, a água do solo pode ser retida por capilaridade. A capilaridade atua na
retenção de água na região de baixa sucção (solo úmido). Na região de alta sucção (solo seco), as
forças de adsorção passam a dominar o fenômeno de retenção de água do solo (Figura 9.8.1b),
surge então um componente do estado de energia potencial da água no solo, o potencial mátrico ou
matricial.
a) b)
Figura 9.8.1. Interação água-solo. a) forças de coesão (H2O-H2O) e adesão (H2O-argila). b) retenção
da água nos capilares do solo.
Matéria orgânica
A matéria orgânica aumenta a capacidade de retenção de água do solo diretamente e
indiretamente através da melhoria das condições físicas do solo, devido a sua influência na estrutura
do solo.
Estrutura do solo
A retenção de água a baixa sucção depende do fenômeno de capilaridade e distribuição do
tamanho de poros, sendo grandemente afetada pela estrutura do solo. O manejo inadequado do solo
pode causar compactação do solo com conseqüente destruição da estrutura do solo o que diminuirá
a retenção de água a baixa sucção.
Água gravitacional
Quantidade acima da capacidade de campo
Localizada nos macroporos
Permanência efêmera no solo
Removida facilmente pela drenagem (ação gravitacional)
Provoca lixiviação no solo
Água retida no solo sob sucção abaixo de 0,1 atm
Água capilar
Quantidade compreendida entre a umidade higroscópica e a capacidade de campo
Localizada nos microporos
Parcialmente permanente no solo
Não removida pela drenagem
Água retida no solo sob sucção entre 0,1 e 31 atm
Atua como solução do solo
Água higroscópica
Localizada próximo da superfície das partículas do solo
Permanente no solo
Removida apenas no estado de vapor
Água retida no solo sob sucção entre 31 e 10.000 atm.
A classificação acima já não possui a mesma validade atualmente, uma vez que toda água do
solo é afetada pela gravidade da terra e não somente parte da água como sugerido acima. Entretanto,
ainda possui valor didático.
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73
a) b)
As características da curva de retenção de água são específicas para cada solo, podendo
ocorrer variações entre horizontes de um mesmo perfil do solo. Para altas umidades, há
predominância de fenômenos capilares, ligados à densidade e estrutura do solo. Para baixos teores
de umidade há predominância de fenômenos de adsorção, ligados à textura e área específica do
solo. Desde que a distribuição dos poros quanto ao tamanho não varie no tempo, a curva
característica de água do solo é única, não sendo necessária sua determinação anualmente.
A representação é feita em papel monolog (logaritmo somente nas ordenadas), permitindo
uma maior faixa de interesse, principalmente para a irrigação. Assim, pode-se estimar o potencial
matricial conhecendo-se a umidade ou vice-versa (Figura 9.8.4).
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74
a) b)
Figura 9.8.4. Variações de curvas características de água. a) diferenças entre um solo compactado e
um solo agregado; b) solo argiloso com distribuição de poros mais homogênea do que o
solo arenosos, onde predominam macroporos.
Figura 10.1.1. Relação entre idade dos solos e balanço de cargas elétricas.
As cargas negativas presentes na superfície dos minerais de argila e da matéria orgânica, são
2+ 2+ + +
capazes
adsorvidosde podem
adsorver
ser íons com cargas
substituídos, isto é,opostas
trocados(cátions):
uns pelosCaoutros.
, MgA esse
, K fenômeno
, H etc. Estes
dá-se ocátions
nome
de troca de cátions, e ao conjunto das cargas negativas dá-se o nome de capacidade de troca
catiônica (CTC ou T), que é normalmente expressa em cmol c/dm3 de solo ou meq/100 g de solo.
Ao somatório das bases, Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+ dá-se o nome de soma de bases (SB), via de regra
expressa em cmolc/dm3 ou meq/100 g de terra fina ou meq/100 cm3 de terra fina.
A fração argilosa do solo é composta principalmente de argilas silicatadas e oxídicas
(óxidos, termo inclusivo para óxidos, hidróxidos e oxidróxidos, de Fe e de Al).
As argilas silicatadas se formam pelo arranjo de tetraedros de sílica e octaedros de Al.
Normalmente, as argilas dos solos possuem predomínio de cargas negativas, as quais
permitem a Capacidade de Troca de Cátions. Estas cargas são o resultado de uma ou mais reações
distintas, descritas a seguir.
Cargas negativas
As cargas elétricas negativas da argila surgem principalmente a partir de três situações:
a) Substituição isomórfica: é a maior fonte de cargas negativas para argilas 2:1. Parte do
silício nas lâminas tetraédricas é substituído por íons de tamanho similar, como o Al 3+.
Da mesma maneira, o Mg2+ ou o Fe2+ substitui o Al3+ no octaedro das lâminas de argila,
havendo a sobra de uma carga negativa, sem alterar a estrutura cristalina do mineral.
Outros exemplos de substituição isomórfica são: Fe3+ por Mg2+; K+ por Na+ ou Ca2+.
A substituição isomórfica é controlada em função do:
50
Os fenômenos encontram-se de tal forma inter-relacionados que pode não haver muito sentido em dizer-se que um é
mais importante do que o outro. Um exemplo: quase não se fala na importância da floculação, isto é, da precipitação
dos colóides em suspensão – a limpeza da água suja. As águas do rio Amazonas, não fosse esse fenômeno, sujariam o
oceano, alterariam a atividade biológica, as trocas gasosas (por exemplo, absorção de CO 2) e isso modificaria, talvez, a
vida na Terra.
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b) Quebra (beirada) das lâminas dos octaedros e tetraedros : como as lâminas de argila
não possuem dimensão ilimitada, tem-se, no ponto de ruptura, a formação de cargas
elétricas.
c) Dissociação de hidroxilas nos vértices do sólido, na estrutura dos octaedros : é uma
fonte importante de cargas negativas, principalmente para argilas 1:1 e para os óxidos de
Fe e Al, além dos colóides orgânicos:
OH O- + H+
Cargas positivas
Predominam cargas positivas em solos latossolizados. A sua srcem está também ligada à
dissociação de hidroxilas dos compostos de Fe e de Al, e dos octaedros das argilas silicatadas.
Tem-se a seguinte reação:
Meio ácido: ROH + H + R+ + H2O
Meio alcalino: ROH + OH- RO- + H2O
Troca iônica
A troca iônica é: “o processo reversível pelo qual íons retidos na superfície de uma fase
sólida são substituídos por quantidade equivalente de outros íons, que estejam numa fase líquida ou
ligados a outra fase sólida, em contato com a primeira”.
A disponibilidade dos nutrientes no solo para as plantas é controlada por um complexo de
interações de fatores físicos, químicos e biológicos. Os íons do solo estão em equilíbrio dinâmico
entre as formas solúveis, trocáveis e não trocáveis.
A adsorção de íons é uma propriedade típica de substâncias com elevada superfície
específica. Colóides (constituintes da fração argila) têm carga elétrica efetiva negativa, mas
possuem, eventualmente, algumas cargas positivas (Figura 10.1.2).
10.2. pH
O pH do solo é utilizado principalmente para medir a acidez do solo. A acidez refere-se à
concentração do íon hidrogênio, representado pelo símbolo H+. A concentração do ácido é indicada
em mol/L onde 1 mol é igual a 6 x 1023 íon H+. Esta unidade de medida é adequada para soluções
com altas concentrações de ácidos ou de bases. Entretanto, para baixas concentrações de ácido
(0,000001 mol/L de H+) torna-se difícil a leitura e a interpretação dos resultados. Devido a este fato,
a acidez é medida em unidades de pH, onde:
log
pH = -log H +
H+
A escala de pH em solução aquosa varia de zero a 14, porque o produto das concentrações
de [H+] e [OH‾] a 25°C é constante e igual a 10-14, sendo 7 o ponto neutro [H+] = [OH‾], abaixo de 7
ácido [H+] > [OH‾] e acima de 7 alcalino [OH‾] > [H+]. Um fato a ser considerado é a escala
logarítmica do pH: alteração de uma unidade de pH representa 10 vezes a alteração na concentração
do ácido. Por exemplo: uma solução no pH 3 contém 10, 100 ou 1.000 vezes mais íon H+ do que as
soluções no pH 4, 5 ou 6, respectivamente.
Para o solo, o pH indica a concentração do íon H+ na solução. Como o íon H+ no solo está
em equilíbrio dinâmico entre as formas trocáveis e solúveis, o eletrodo de pH determina apenas a
concentração do íon H+ em solução, sem referir-se ao H+ adsorvido no solo (Figura 10.2.1).
Figura 10.2.2. Faixas de acidez e alcalinidade encontradas na maioria dos solos agrícolas.
Um ácido é uma substância que libera íons hidrogênio (H+). Quando saturado com H+, um
solo comporta-se como um ácido fraco51. Quanto mais H+ for retido no complexo de troca maior
será a acidez do solo. O alumínio também age como um elemento acidificante e ativa o H+. Os íons
básicos, tais como Ca2+ e Mg2+, tornam o solo menos ácido (mais básico).
A CTC é uma forma de quantificar as cargas negativas do solo associadas à argila e matéria
orgânica. A CTC total do solo pode ser dividida em permanente ou fixa, e variável ou dependente
de pH. A CTC permanente ou fixa está associada à argila em função da substituição isomórfica. A
CTC variável ou dependente de pH está associada à argila (grupos hidroxílicos expostos) e à
matéria orgânica (grupos carboxílicos e fenólicos expostos). Há uma grande variação da CTC de
acordo com a superfície específica do material em questão (Quadro 10.2.1).
Assim, cátions adsorvidos são disponibilizados para as plantas através da troca com íons H+
gerados pela respiração radicular. Para a absorção de ânions, há liberação de íons OH- ou HCO3-.
51
Ácido com baixo grau de dissociação, ou seja, baixa liberação de íons H +.
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CTC = S x
Onde,
S = superfície específica das argilas
p = densidade de cargas superficiais
A CTC do solo é obtida através da somatória dos cátions trocáveis (mEq) em 100 g de solo,
que é equivalente à unidade cmol kg -1 solo.
Assim:
Cátions (mEq/100 g solo) Ânions (mEq/100g solo)
Na+ = 5 Cl- = 0,8
+
K =5 HCO3- = 0,2__
Ca2+ = 10 ânions = 1,0
Mg2+ = 10
H+ = 5 .
cátions = 35
Dessa forma: CTC = cátions - ânions
CTC = 35 – 1,0
CTC = 34 mEq/100g solo
Análise química
Os resultados de análise química do solo, para fins de fertilidade, englobam alguns valores
da CTC:
Valor S ou SB
É a soma de bases trocáveis, calculado em cmol c/dm3 de TFSA (com uma casa decimal de
precisão), de acordo com a expressão:
S = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+
Valor V
É o índice de saturação por bases do valor T (CTC total), calculado em porcentagem
(número inteiro), de acordo com a seguinte expressão:
100 S
V=
T
Caso V seja maior ou igual a 50%, o solo é considerado eutrófico, caso seja inferior a 50%,
o solo é denominado distrófico. Alguns horizontes do solo são diferenciados conforme o V seja
maior ou menor que 65% (horizonte A chernozêmico,
Valor m
É o índice de saturação por alumínio trocável ou % de Al3+ na CTC efetiva do solo calculada
em porcentagem (número inteiro), de acordo com a seguinte expressão:
100 Al3+
m=
S + Al3+
Estrutura de silicatos
O íon Si4+ tem raio iônico de 0,39 Å e apresenta um número de coordenação 53 4, formando
tetraedros de silício (com 4 oxigênios), que constitui a unidade básica para o estudo dos minerais
52
difração dos raios X: método de análise não destrutivo da fração argila do solo. Baseia-se no uso de raios X para a
identificação do arranjo dos átomos ou íons em planos cristalográficos. Cada espécie mineral é caracterizada por um
arranjo específico de seus átomos constituintes, criando planos atômicos característicos que geram difração (reflexão)
dos raios X.
53
número de coordenação: é o número de íons de carga contrária em torno de um íons central. Os ânions, por terem
raio iônico maior, distribuem-se ao redor do cátion. Para que certo cátions se combine com certo arranjo de ânions, é
preciso que o diâmetro do cátion não seja superior ao espaço livre deixado pelos ânions. Assim, tem-se para diferentes
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silicatados (vide Figura 6.2.1). Os seguintes tipos de arranjamento dos tetraedros de silício são
possíveis nos minerais primários formadores da fração argila dos solos:
Cadeia dupla
estruturação de bases de dados e para os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) para fins de
estudos ambientais.
Nesta linha de organização, interpretação e integração da informação, a classificação de
solos, do ponto de vista do planejamento territorial, desempenha importante papel na segmentação
de paisagens, identificando áreas de maior potencial para fins de utilização e ocupação e áreas
impróprias ou não recomendadas, contribuindo desta forma para a preservação ambiental e uso
adequado de ecossistemas, dos quais, o solo, é um componente básico.
O novo sistema é estruturado com base em características de gênese do solo e propriedades
pedogenéticas que imprimem marcas distintas em cada tipo de solo conhecido.
Recomendações gerais
nas subordens (2° nível categórico) sugere-se que sejam usados critérios que permitam
discriminar de maneira precisa aquelas classes anteriormente individualizadas nos
levantamentos de solos no país (classificação anteriormente utilizada pela Embrapa Solos);
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horizontes subsuperficiais, entre os quais, fragipã, duripã, cálcico, sulfúrico e caráter sálico e
carbonático, quando presentes em determinadas classes de solos devem ser discriminados no 3°
nível categórico; sugere-se que o caráter abrupto e ácrico sejam usados neste nível categórico;
horizontes subsuperficiais que são definidores de classes principais de solos, tais como:
latossólico, incipiente, espódico, plíntico, glei e vértico, quando ocorrerem em posição não
diagnóstica no perfil, serão considerados no 4° nível categórico. Sugere-se que as características
solódica e com carbonato sejam utilizadas neste nível categórico. Usar sempre o típico (conceito
central da classe) no 4° nível categórico;
características diagnósticas, tais como: sódica, salino e carbonática, serão consideradas no 3° e
4° níveis categóricos em função da posição (profundidade) em que ocorrem, no perfil do solo.
Uma visão geral do sistema mostra 14 classes no nível de Ordem (1º nível categórico), 44
classes no nível de Subordem (2º nível), 150 classes no nível de Grande Grupo (3º nível) e 580
classes no nível de Subgrupo (4º nível). No 5º e 6º níveis, Família e Série, respectivamente, o
número de classes é imprevisível no momento, dependendo da intensidade de levantamentos
semidetalhados e detalhados que venham a ser executados nos anos futuros.
As novas classes do sistema, apenas do 1º nível categórico (Ordem) e a correspondência
aproximada com as designações empregadas na classificação que vinha sendo utilizada, são
mostradas a seguir:
Argissolos: solos com horizonte B textural e argila de atividade baixa, conhecidos
anteriormente como Podzólico Vermelho-Amarelo, parte das Terras Roxas Estruturadas e
similares, Terras Brunas, Podzólico Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro. Conceito:
compreende solos constituídos por material mineral, que têm como características diferenciais
argila de atividade
horizonte baixa
superficial, e horizonte
exceto o hístico,Bsem
textural (Bt), imediatamente
apresentar, abaixo deestabelecidos
contudo, os requisitos qualquer tipopara
de
serem enquadrados nas classes dos Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos.
Cambissolos: solos com horizonte B incipiente, assim designados anteriormente. Conceito:
compreendem solos constituídos por material mineral, com horizonte B incipiente subjacente a
qualquer tipo de horizonte superficial, desde que em qualquer dos casos não satisfaçam os
requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes Vertissolos, Chernossolos,
Plintossolos ou Gleissolos. Têm seqüência de horizontes A ou hístico, Bi, C, com ou sem R.
Chernossolos: solos escuros, ricos em bases e carbono. Anteriormente designados por
Brunizem, Rendzina, Brunizem Avermelhado, Brunizem Hidromórfico. Conceito: compreende
solos constituídos por material mineral que tem como características discriminantes, alta
saturação por bases, argila de atividade alta e horizonte A chernozêmico sobrejacente a um
horizonte B textural, B nítico, B incipiente, ou horizonte C cálcico ou carbonático.
Espodossolos: solos conhecidos anteriormente como Podzóis. Conceito: compreende solos
constituídos por material mineral com horizonte B espódico subjacente a horizonte eluvial E
(álbico ou não), ou subjacente a horizonte A, que pode ser de qualquer tipo, ou ainda, subjacente
a horizonte hístico com menos de 40 cm de espessura. Apresentam, usualmente, seqüência de
horizontes A, E, Bh, Bhs ou Bs e C, com nítida diferenciação de horizontes.
Gleissolos: solos com horizonte glei, conhecidos como Glei Húmico ou Pouco Húmico,
Hidromórfico Cinzento, Glei Tiomórfico. Conceito: compreende solos hidromórficos,
constituídos por material mineral, que apresentam horizonte glei dentro dos primeiros 50 cm da
superfície do solo, ou a profundidades entre 50 e 125 cm, desde que imediatamente abaixo de
horizontes A ou E (gleizados ou não), ou precedidos por horizonte B incipiente, B textural ou C
com presença de mosqueados abundantes com cores de redução. Exclui-se da presente classe,
solos com características distintivas dos Vertissolos, Espodossolos, Planossolos, Plintossolos ou
Organossolos.
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coloração preta,
Planossolos: cinzenta
solos com muito
grandeescura ou marrom
contraste e com
textural, elevados
estrutura teores de carbono
prismática, presençaorgânico.
de sódio,
anteriormente designados por Planossolos, Solonetz Solodizado, Hidromórfico Cinzento.
Conceito: compreende solos minerais imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte
superficial ou subsuperficial eluvial, de textura mais leve, que contrasta abruptamente com o
horizonte B imediatamente subjacente, adensado, geralmente de acentuada concentração de
argila, permeabilidade lenta ou muito lenta, constituindo, por vezes, um horizonte pã,
responsável pela detenção de lençol d’água sobreposto (suspenso), de existência periódica e
presença variável durante o ano.
Plintossolos: solos com plintita, conhecidos como Laterita Hidromórfica, Podzólicos Plínticos,
Latossolos Plínticos. Conceito: compreende solos minerais formados sob condições de restrição
à percolação da água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, de maneira geral
imperfeitamente ou mal drenados, que se caracterizam fundamentalmente por apresentar
expressiva plintização com ou sem petroplintita ou horizonte litoplíntico, na condição de que
não satisfaçam os requisitos estipulados para as classes dos Neossolos, Cambissolos, Luvissolos,
Argissolos, Latossolos, Planossolos ou Gleissolos.
Vertissolos: solos com propriedades provenientes de argilas expansíveis. Anteriormente tinham
a mesma designação. Conceito: compreende solos constituídos por material mineral
apresentando horizonte vértico e pequena variação textural ao longo do perfil, nunca suficiente
para caracterizar um horizonte B textural. Apresentam pronunciadas mudanças de volume com o
aumento do teor de umidade no solo, fendas profundas na época seca, e evidências de
movimentação da massa do solo, sob a forma de superfície de fricção (slickensides). Podem
apresentar microrrelevo tipo gilgai e estruturas do tipo cuneiforme que são inclinadas e formam
ângulo com a horizontal. Estas características resultam da grande movimentação da massa do
solo que se contrai e fendilha quando seco e se expande quando úmido, tornando-se muito
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plástico e muito pegajoso, devido à presença de argilas expansíveis ou mistura destas com
outros tipos de argilominerais.
No primeiro nível categórico (ordem) os nomes das classes são formados pela associação de
um elemento formativo com a terminação “ssolos”. São apresentados a seguir os nomes das classes,
seus respectivos elementos formativos e os seus significados (Quadro 11.2.1).
Quadro 11.2.1. Classes de solos, seus elementos formativos e termos utilizados para sua
memorização.
Classe Elemento formativo Termos de conotação e de memorização
Argissolo Argi Podzólico. Horizonte B textural Tb
Quadro 11.2.2. Nomes de alguns solos mais conhecidos no antigo sistema e seus prováveis
correspondentes no novo sistema.
Antigo Sistema Novo Sistema
Terra Roxa Estruturada Nitossolo Vermelho (distroférrico, distrófico, eutrófico, dependendo de
análises)
Latossolo Roxo Latossolo Vermelho (acriférrico, distroférrico, eutroférrico,
dependendo de análises)
Bruno Não Cálcico Luvissolo Crômico órtico
Latossolo Vermelho -
Escuro Latossolo Vermelho (ácrico, distrófico, eutrófico, depende de análises)
Latossolo UNA Latossolo Amarelo ou Vermelho-Amarelo (acriférricos, distroférricos,
dependendo de análises)
Rendzina Chernossolo Rêndzico (lítico, saprolítico)
Brunizem Avermelhado Chernossolo Argilúvico
Podzólico Vermelho - Nitossolo Vermelho (distrófico, distroférrico, eutrófico, eutroférrico)
Escuro (PE) ou Argissolo ou Luvissolo
Terra Preta do Índio Latossolo (ou Argissolo) Amarelo coeso antrópico
Solonchak Gleissolo Sálico (sódico, órtico)
Solos Salinos de Mangue Gleissolos Sálicos sódicos (geralmente)
Háplico
Quando necessário, é usado sempre no 2o nível categórico (Subordem). Háplico significa -
"o mais simples". Em uma chave taxonômica é aquela classe ou indivíduo que não apresenta a(s)
característica(s) que qualifica(m) classes ou indivíduos que lhe antecedem na seqüência da chave.
Órtico
Quando necessário, é usado sempre no 3 o nível categórico (Grande Grupo). Órtico significa
"verdadeiro", "o mais comum". No 3o nível as classes são separadas com base em características
diagnósticas definidas por tipo e arranjamento de horizontes, atividade da argila, saturação por
bases ou por alumínio ou por sódio ou por sais solúveis, entre outras. A inexistência de
característica diagnóstica prevista na seqüência leva a classe, por exclusão, ao Grande Grupo
"órtico".
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Típico
Usado sempre no 4o nível categórico (Subgrupo). Típico significa que o solo não possui
características extraordinárias ou intermediárias em relação a outras classes. O típico representa o
conceito central da classe, geralmente não definido, por desconhecimento de todas as classes
existentes.
Nenhum destes termos é definido por características próprias, constituindo sempre aquelas
classes ou indivíduos reconhecidos por exclusão, segundo a lógica utilizada na chave de
classificação do SiBCS.
Esta forma é considerada mais estética e também mais utilizada em textos clássicos sobre
solos no Brasil e em periódicos internacionais. O SiBCS preconiza letras minúsculas a partir do 3o
nível categórico. Todas as classes do 3º e do 4º níveis categóricos devem ter o sufixo “ ico” no fim
do nome, como nos exemplos acima.
Para da
designação as classe:
classes grupamento
do 5º nível textural,
categórico (famílias),desugere-se
distribuição cascalho ae seguinte seqüência
concreções na
no perfil,
constituição esquelética do solo, tipo de horizonte A (que não tenha sido utilizado em outros níveis
categóricos), mineralogia, saturação por bases, saturação por alumínio, teor de ferro, caráter
alofânico, características especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso, profundidade do sólum
(horizonte A+B) e reação do solo. O nome do solo no 5º nível categórico (família), é formado
adicionando-se ao nome de subgrupo, os qualificativos pertinentes, com letras minúsculas e
separados por vírgula, por exemplo: Latossolo Vermelho acriférrico típico, textura argilosa
cascalhenta, endoconcrecionário, A proeminente, gibbsítico – oxídico, aniônico (Congresso...
1995, folha 37, perfil XXV CBCS-6).
As classes do 6º nível categórico (séries) são definidas a partir de nomes de acidentes
geográficos, cidades, distritos, regiões, rios, pessoas ou termos geográficos que se destaquem na
paisagem. A criação, definição e conceituação de séries requer intenso trabalho de correlação de
solos em nível nacional e interinstitucional.
No Brasil, a série de solos nunca foi utilizada formalmente, isto é, definida, conceituada,
correlacionada e designada por nome próprio, em nível nacional. No entanto, o sistema de
classificação
classificação ededeve
solos permite
ter os limitesatingir estedefinidos
da classe nível. Série
como épara
umordens,
nível subordens,
categórico grandes
do sistema de
grupos,
subgrupos e famílias. A série é uma subdivisão da família, isto é, uma família pode ter um grande
número de séries.
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São solos constituídos por material mineral, cujas características diferenciais são a argila de
atividade baixa e horizonte B textural (Bt), imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte
superficial, exceto o hístico, não apresentando, contudo, os requisitos estabelecidos para serem
enquadrados nas classes dos Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos.
Parte dos solos desta classe apresenta um evidente incremento no teor de argila, com ou sem
decréscimo, do horizonte B para baixo no perfil. A transição entre os horizontes A e Bt é
usualmente clara, abrupta ou gradual.
São deouprofundidade
avermelhadas amareladas, evariável, desde forte
mais raramente, a imperfeitamente
brunadas ou acinzentadas.drenados,
A texturadevaria
cores
de
arenosa a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt, sempre havendo
aumento de argila daquele para este.
São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta, ou baixa,
predominantemente cauliníticos e com relação molecular Ki variando de 1,0 a 2,3, em correlação
com baixa atividade das argilas.
Definição - solos constituídos por material mineral com argila de atividade baixa e horizonte
B textural imediatamente abaixo de horizonte A ou E, e apresentando, ainda, os seguintes
requisitos:
horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superficial do
horizonte B textural;
horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superficial do
horizonte B textural.
Abrangência - nesta classe estão incluídos os solos que foram classificados pela Embrapa
Solos como Podzólico Vermelho Amarelo argila de atividade baixa, pequena parte de Terra Roxa
Estruturada, de Terra Roxa Estruturada Similar, de Terra Bruna Estruturada e de Terra Bruna
Estruturada Similar, todos com gradiente textural necessário para B textural, em qualquer caso
Eutróficos, Distróficos ou Álicos, e mais recentemente o Podzólico Vermelho-Escuro, com B
textural e o Podzólico Amarelo.
São solos constituídos por material mineral, com horizonte B latossólico imediatamente
abaixo de qualquer um dos tipos de horizonte diagnóstico superficial, exceto H hístico.
São solos em avançado estágio de intemperização, muito evoluídos, como resultado de
enérgicas transformações no material constitutivo (salvo minerais pouco alteráveis). Os solos são
virtualmente destituídos de minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo, e
têm capacidade
carbono, de troca
comportando de cátions
variações desdebaixa,
solosinferior a 17 cmolc/kg
predominantemente de argila com
cauliníticos, sem correção
valores depara
Ki
mais altos, em torno de 2,0, admitindo o máximo de 2,2, até solos oxídicos de Ki extremamente
baixo.
Variam de fortemente a bem drenados, embora ocorram variedades que têm cores pálidas, de
drenagem moderada ou até mesmo imperfeitamente drenados, transicionais para condições de maior
grau de gleização.
São normalmente muito profundos, sendo a espessura do sólum raramente inferior a um
metro. Têm seqüência de horizontes A, B, C, com pouca diferenciação de horizontes, e transições
usualmente difusas ou graduais. Em distinção às cores mais escuras do A, o horizonte B tem
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aparência mais viva, as cores variando desde amarelas ou mesmo bruno-acinzentadas até
vermelho-escuro-acinzentadas, nos matizes 2,5YR a 10YR, dependendo da natureza, forma e
quantidade dos constituintes - mormente dos óxidos e hidróxidos de ferro - segundo
condicionamento de regime hídrico e drenagem do solo, dos teores de ferro na rocha de srcem e se
a hematita é herdada dele ou não. No horizonte C, comparativamente menos colorido, a expressão
cromática é bem variável, mesmo heterogênea, dada a natureza mais saprolítica. O incremento de
argila do A para o B é pouco expressivo, e a relação textural B/A não satisfaz os requisitos para B
textural. De um modo geral, os teores da fração argila no sólum aumentam gradativamente com a
profundidade, ou permanecem constantes ao longo do perfil. Tipicamente, é baixa a mobilidade das
argilas no horizonte B, ressalvados comportamentos atípicos, de solos desenvolvidos de material
arenoso quartzoso, de constituintes orgânicos ou com ∆pH positivo ou nulo.
São, em geral, solos fortemente ácidos, com baixa saturação por bases, distróficos ou Álicos.
Ocorrem, todavia, solos com média e até mesmo alta saturação por bases, encontrados geralmente
em zonas que apresentam estação seca pronunciada, semi-áridas ou não, como, também, em solos
formados a partir de rochas básicas.
São típicos das regiões equatoriais e tropicais, ocorrendo também em zonas subtropicais,
distribuídos, sobretudo, por amplas e antigas superfícies de erosão, pedimentos ou terraços fluviais
antigos, normalmente em relevo plano e suave ondulado, embora possam ocorrer em áreas mais
acidentadas, inclusive em relevo montanhoso. São srcinados a partir das mais diversas espécies de
rochas, sob condições de clima e tipos de vegetação os mais diversos.
Definição - solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B latossólico,
imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da superfície do solo ou
dentro de 300 cm, se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura.
Abrangência - nesta classe estão incluídos todos os Latossolos, excetuadas algumas
modalidades anteriormente identificadas, como Latossolos plínticos.
São solos constituídos por material mineral ou por material orgânico pouco espesso com
pequena expressão dos processos pedogenéticos em conseqüência da baixa intensidade de atuação
destes processos, que não conduziram, ainda, a modificações expressivas do material srcinário, de
características do próprio material, pela sua resistência ao intemperismo ou composição química, e
do relevo, que podem impedir ou limitar a evolução desses solos.
Possuem seqüência de horizonte A-R, A-C-R, A-Cr-R, A-Cr, A-C, O-R ou H-C sem atender
contudo aos requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes dos Chernossolos,
Vertissolos, Plintossolos, Organossolos ou Gleissolos. Esta classe admite diversos tipos de
horizontes superficiais, incluindo o horizonte O ou H hístico, com menos de 30 cm de espessura
quando sobrejacente à rocha ou a material mineral.
Alguns solos têm horizonte B com fraca expressão dos atributos (cor, estrutura ou
acumulação
horizonte de minerais secundários e/ou colóides), não se enquadrando em qualquer tipo de
B diagnóstico.
Definição - solos constituídos por material mineral ou por material orgânico com menos de
30 cm de espessura, não apresentando qualquer tipo de horizonte B diagnóstico e satisfazendo os
seguintes requisitos:
ausência de horizonte glei, exceto no caso de solos com textura areia ou areia franca, dentro de
50 cm da superfície do solo, ou entre 50 cm e 120 cm de profundidade, se os horizontes
sobrejacentes apresentarem mosqueados de redução em quantidade abundante;
ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo de horizonte A;
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São solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que apresentam horizonte glei
dentro dos primeiros 50 cm da superfície do solo, ou a profundidades entre 50 e 125 cm desde que
imediatamente abaixo de horizontes A ou E (gleizados ou não), ou precedidos por horizonte B
incipiente, B textural ou C com presença de mosqueados abundantes com cores de redução.
Exclui-se da presente classe, solos com características distintivas dos Vertissolos, Espodossolos,
Planossolos, Plintossolos ou Organossolos.
O solo desta classe é permanente ou periodicamente saturados por água, salvo se
artificialmente drenados. A água de saturação ou permanece estagnada internamente, ou a saturação
é por fluxo lateral no solo. Em qualquer circunstância, a água do solo pode se elevar por ascensão
capilar, atingindo a superfície do mesmo.
Caracterizam-se pela forte gleização, em decorrência do regime de umidade redutor, que se
processa em meio anaeróbico, com muita deficiência ou mesmo ausência de oxigênio, devido ao
encharcamento do solo por longo período ou durante todo o ano.
O processo de gleização implica na manifestação de cores acinzentadas, azuladas ou
esverdeadas, devido a compostos ferrosos resultantes da escassez de oxigênio causada pelo
encharcamento. Provoca, também, a redução e solubilização de ferro, promovendo translocação e
reprecipitação dos seus compostos.
São solos mal ou muito mal drenados, em condições naturais, que apresentam seqüência de
horizontes A-Cg, A-Big-Cg, A-Btg-Cg, A-E-Btg-Cg, AEg-Bt-Cg, Ag-Cg, H-Cg, tendo o horizonte
A cores desde cinzentas até pretas, espessura normalmente entre 10 e 50 cm e teores médios a altos
de carbono orgânico.
O horizonte glei, que pode ser um horizonte C, B, E ou A, possui cores dominantemente
mais azuis
Sãoque 10Y,
solos quedeocasionalmente
cromas bastante baixos,
podem terpróximos do neutro.
textura arenosa (areia ou areia franca) somente nos
horizontes superficiais, desde que seguidos de horizonte glei de textura franco arenosa ou mais fina.
Afora os horizontes A, H ou E que estejam presentes, a estrutura é em blocos ou prismática
composta ou não de blocos angulares e subangulares. Quando molhado, o horizonte apresenta-se,
em geral, com aspecto maciço.
Podem apresentar horizonte sulfúrico, cálcico, propriedade solódica, sódica, caráter sálico,
ou plintita em quantidade ou posição não diagnóstica para enquadramento na classe dos
Plintossolos.
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qualquerSãotipo
solos
de constituídos por material
horizonte superficial, mineral,
desde que emcom horizonte
qualquer dos Bcasos
incipiente subjacente osa
não satisfaçam
requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes Vertissolos, Chernossolos, Plintossolos
ou Gleissolos. Têm seqüência de horizontes A ou hístico, Bi, C, com ou sem R.
Devido à heterogeneidade do material de srcem, das formas de relevo e das condições
climáticas, as características destes solos variam muito de um local para outro. Assim, a classe
comporta desde solos fortemente até imperfeitamente drenados, de rasos a profundos, de cor bruna
ou brunoamarelada até vermelho escuro, e de alta a baixa saturação por bases e atividade química
da fração coloidal.
O horizonte B incipiente (Bi) tem textura franco-arenosa ou mais argilosa, e o sólum,
geralmente, apresenta teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro decréscimo ou um
pequeno incremento de argila do A para o Bi. Admite-se diferença marcante do A para o Bi, em
casos de solos desenvolvidos de sedimentos aluviais ou outros casos em que há descontinuidade
litológica.
A estrutura do horizonte Bi pode ser em blocos, granular ou prismática, havendo casos,
também, de estruturas em grãos simples ou maciça.
teores elevados em silte, de modo que a relação silte/argila seja > 0,7 nos solos de textura média
ou > 0,6 nos de textura argilosa, principalmente nos solos do cristalino; e
5% ou mais do volume do solo constando de fragmentos de rocha semi-intemperizada, saprólito
ou restos de estrutura orientada da rocha que deu srcem ao solo.
Definição - solos constituídos por material mineral, que apresentam horizonte A ou hístico
com espessura < 40 cm seguido de horizonte B incipiente e satisfazendo os seguintes requisitos:
B incipiente não coincidente com horizonte glei dentro de 50 cm da superfície do solo;
B incipiente não coincidente com horizonte plíntico;
B incipiente não coincidente com horizonte vértico dentro de 100 cm da superfície do solo; e
não apresente a conjugação de horizonte A chernozêmico e horizonte B incipiente com alta
saturação por bases e argila de atividade alta.
Abrangência - esta classe compreende os solos anteriormente classificados como
Cambissolos, inclusive os desenvolvidos em sedimentos aluviais. São excluídos dessa classe os
solos com horizonte A chernozêmico e horizonte B incipiente com alta saturação por bases e argila
de atividade alta.
Chernossolos
São solos constituídos por material mineral que tem como características discriminantes, alta
saturação por bases, argila de atividade alta e horizonte A chernozêmico sobrejacente a um
horizonte B textural, B nítico, B incipiente, ou horizonte C cálcico ou carbonático.
São solos normalmente pouco coloridos (escuros ou com tonalidades pouco cromadas e
matizes pouco avermelhados), bem a imperfeitamente drenados, tendo seqüências de horizontes
A-Bt-C ou A-Bi-C, com ou sem horizonte cálcico, A-C carbonático, A-R cálcico ou carbonático,
sem apresentar, contudo, requisitos para serem enquadrados nas classes dos Vertissolos,
Planossolos ou Gleissolos.
É admitida, nesta classe, a presença de gleização ou de horizonte glei, assim como de
propriedade sódica, superfície de fricção e mudança textural abrupta, desde que com expressão
insuficiente, quantitativa e qualitativamente, ou em posição não diagnóstica quanto à seqüência de
horizontes no perfil, para serem enquadrados nas classes dos Vertissolos, Planossolos ou Gleissolos.
São solos moderadamente ácidos a fortemente alcalinos, com relação molecular Ki
normalmente entre 3,0 e 5,0, argila de atividade alta, com valor T por vezes superior a 100
cmolc/kg de argila, saturação por bases alta, geralmente, superior a 70%, e com predomínio de
cálcio ou cálcio e magnésio, entre os cátions trocáveis.
Embora sejam formados sob condições de clima bastante variáveis e a partir de diferentes
materiais de srcem, o desenvolvimento destes solos depende da conjunção de condições que
favoreçam a formação e persistência de argilominerais 2:1, especialmente do grupo das esmectitas,
e de um horizonte superficial rico em matéria orgânica e com alto conteúdo de cálcio e magnésio.
Definição - solos constituídos por material mineral, que apresentam A chernozêmico
seguido por:
horizonte B incipiente, B textural ou B nítico, com argila de atividade alta e saturação por bases
alta; ou
horizonte cálcico ou com caráter carbonático, coincidindo com o horizonte A chernozêmico
e/ou com horizonte C, admitindo-se entre os dois, horizonte Bi com espessura < 10 cm; ou
contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou mais de carbonato de
cálcio equivalente.
Abrangência - estão incluídos nesta classe a maioria dos solos que foram classificados pela
Embrapa Solos como Brunizem, Rendzina, Brunizem Avermelhado, Brunizem Hidromórfico.
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Nitossolos
São solos constituídos por material mineral, com horizonte B nítico (reluzente) de argila de
atividade baixa, textura argilosa ou muito argilosa, estrutura em blocos subangulares, angulares ou
prismática moderada ou forte, com superfície dos agregados reluzente, relacionada a cerosidade
e/ou superfícies de compressão.
Estes solos apresentam horizonte B bem expresso em termos de desenvolvimento de
estrutura e cerosidade, mas com inexpressivo gradiente textural.
Esta classe não engloba solos com incremento no teor de argila requerido para horizonte B
textural, sendo a diferenciação de horizontes menos acentuada que aqueles, com transição do A para
o B clara ou gradual e entre suborizontes do B difusa. São profundos, bem drenados, de coloração
variando de vermelho a brunada.
São, em geral, moderadamente ácidos a ácidos, com saturação por bases baixa a alta, às
vezes álicos, com composição caulinítico - oxídica e por conseguinte com argila de atividade baixa.
Podem apresentar horizonte A de qualquer tipo, inclusive A húmico, não admitindo,
entretanto, horizonte H hístico.
Definição - solos constituídos por material mineral, que apresentam horizonte B nítico com
argila de atividade baixa, imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos primeiros 50 cm do
horizonte B.
Abrangência - nesta classe se enquadram solos que foram classificados, na maioria, como
Terra Roxa Estruturada, Terra Roxa Estruturada Similar, Terra Bruna Estruturada, Terra Bruna
Estruturada Similar e alguns Podzólicos Vermelho-Escuros, Podzólicos Vermelho-Amarelos, como,
por exemplo, os perfis 10 e 11 do International Soil Classification Workshop (1978).
Organossolos
São solos pouco evoluídos, constituídos por material orgânico proveniente de acumulações
de restos vegetais em grau variável de decomposição, acumulados em ambientes mal a muito mal
drenados, ou em ambientes úmidos de altitude elevada, que estão saturados com água por poucos
dias no período chuvoso, de coloração preta, cinzenta muito escura ou marrom e com elevados
teores de carbono orgânico.
Em condições sujeitas a altas taxas de recepção de água (maiores que as causadoras de
gleização), a formação dos solos é dominada pela acumulação de material orgânico sobre a
superfície. Onde quer que os horizontes ou camadas superficiais permaneçam saturados de água na
maior parte do ano, os processos de alteração mineral e translocações de produtos secundários são
“substituídos” pela acumulação de matéria orgânica sobre as seções superficiais e formação de
“peat”.
Comumente apresentam um horizonte H ou 0 hístico sobre camadas orgânicas constituídas
por material orgânico do tipo sáprico ou fíbrico com grande proporção de resíduos vegetais em grau
variável de decomposição.
Apesar da relevância dos constituintes orgânicos, estes solos apresentam materiais minerais
em proporções variáveis,
Usualmente sendo
são solos sempre elevados
fortemente os teores de carbono
ácidos, apresentando orgânico.de troca de cátions e
alta capacidade
baixa saturação por bases, com esporádicas ocorrências de saturação média ou alta. Podem
apresentar horizonte sulfúrico, materiais sulfídricos, caráter sálico, propriedade sódica ou solódica,
podendo estar recobertos por deposição pouco espessa (< 40 cm de espessura) de uma camada de
material mineral.
Ocorrem normalmente em áreas baixas de várzeas, depressões e locais de surgentes, sob
vegetação hidrófila ou higrófila, quer do tipo campestre ou florestal. Ocorrem também em áreas que
estão saturadas com água por poucos dias (menos de 30 dias consecutivos) no período das chuvas,
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situadas em regiões de altitude elevada e úmidas durante todo o ano, estando normalmente assentes
diretamente sobre rochas.
Definição - solos constituídos por material orgânico em mistura com maior ou menor
proporção de material mineral e que satisfazem um dos seguintes requisitos:
solos que estão saturados com água no máximo por 30 dias consecutivos por ano, durante o
período mais chuvoso, e apresentando horizonte 0 hístico, sobrejacente a um contato lítico ou
sobrejacente a material fragmentar constituído por 90% ou mais (em volume) de fragmentos de
rocha (matacões, calhaus e cascalho) e que apresentam um dos seguintes requisitos:
30 cm ou mais de espessura, quando sobrejacente a um contato lítico; ou
40 cm ou mais de espessura; ou
60 cm ou mais de espessura se 50% ou mais do material orgânico consiste de restos de ramos
finos, raízes finas, cascas de árvores e flores, parcialmente decompostos e com diâmetros
menores que 2 cm.
solos saturados com água durante a maior parte do ano, na
maioria dos anos (ou artificialmente drenados), e apresentando uma das seguintes espessuras:
60 cm ou mais, se 50% ou mais do material orgânico é formado por fibras de esfagno e/ou sua
densidade aparente (úmida) é <0,15 g/cm3; ou
40 cm ou mais, quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer tomado,
cumulativamente, dentro dos 80 cm superficiais.
Abrangência - nesta classe estão incluídos os Solos Orgânicos, Semi-Orgânicos, Solos
Tiomórficos de constituição orgânica ou semi-orgânica e parte dos Solos Litólicos Turfosos com
horizonte O hístico com 30 cm ou mais de espessura.
Planossolos
São solos
subsuperficial minerais
eluvial, imperfeitamente
de textura mais leve, ouquemal drenados,
contrasta com horizonte
abruptamente com osuperficial
horizonte ou
B
imediatamente subjacente, adensado, geralmente de acentuada concentração de argila,
permeabilidade lenta ou muito lenta, constituindo, por vezes, um horizonte pã, responsável pela
detenção de lençol d’água sobreposto (suspenso), de existência periódica e presença variável
durante o ano.
Podem apresentar qualquer tipo de horizonte A ou E, e nem sempre horizonte E álbico,
seguidos de B plânico, tendo seqüência de horizonte A, AB ou A, E (álbico ou não) ou Eg, seguidos
de Bt, Btg, Btn ou Btng.
Característica distintiva marcante é a diferenciação bem acentuada entre os horizontes A ou
E e o B, devido à mudança textural abrupta entre os mesmos, requisito essencial para os solos desta
classe. Decorrência bastante notável, nos solos quando secos, é a exposição de um contato paralelo
à disposição dos horizontes, formando limite drástico, que configura um fraturamento muito nítido
entre o horizonte A ou E e o B.
Tipicamente, um ou mais horizontes subsuperficiais apresentam-se adensados, com teores
elevados em argila dispersa, constituindo, por vezes, um horizonte pã, condição essa que responde
pela restrição à percolação de água, independente da posição do lençol freático, ocasionando
retenção de água por algum tempo acima do horizonte B, o que se reflete em feições associadas
com umidade.
É típico do horizonte B a presença de estrutura forte grande em blocos angulares,
freqüentemente com aspecto cúbico, ou então estrutura prismática ou colunar, pelo menos na parte
superior do referido horizonte.
Por efeito da vigência cíclica de excesso de umidade, ainda que por períodos curtos, as cores
no horizonte B, e mesmo na parte inferior do horizonte sobrejacente, são predominantemente pouco
vivas, tendendo a acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não haver ocorrências e até predomínio
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de cores neutras de redução, com ou sem mosqueados, conforme especificado para o horizonte B
plânico.
Solos desta classe podem ou não ter horizonte cálcico, caráter carbonático, fragipã, duripã,
propriedade sádica, solódica, caráter salino ou sálico. Podem apresentar plintita, desde que em
quantidade ou em posição não diagnóstica para enquadramento na classe dos Plintossolos.
Os solos desta classe ocorrem preferencialmente em áreas de relevo plano ou suave
ondulado, onde as condições ambientais e do próprio solo favorecem vigência periódica anual de
excesso de água, mesmo que de curta duração, especialmente em regiões sujeitas a estiagem
prolongada, ainda que breve, e até mesmo sob condições de clima semi-árido.
Nas baixadas, várzeas e áreas de depressões, sob condições de clima úmido, estes solos são
verdadeiramente solos hidromórficos, com horizonte que é ao mesmo tempo glei e de concentração
de argila. Entretanto, em zonas semi-áridas e, mesmo em áreas onde o solo está sujeito apenas a um
excesso d’água por curto período, principalmente sob condições de relevo suave ondulado, não
chegam a ser propriamente solos hidromórficos.
Definição - solos constituídos por material mineral com horizonte A ou E seguido de
horizonte B plânico e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos:
horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem coincide com o horizonte B plânico;
horizonte glei, se presente, coincide com o horizonte B plânico ou ocorre abaixo do mesmo.
Abrangência - esta classe inclui os solos que foram classificados como Planossolos,
Solonetz-Solodizado e Hidromórficos Cinzentos que apresentam mudança textural abrupta.
Quadro 11.8.1. Nomes das ordens da Soil Taxonomy, elementos formativos e sua derivação.
Ordem Elemento formativo Derivação
Alfisol alf Relativamente rico nesses elementos: Al e Fe
Andisol and Japonês – ando, solo escuro
Aridisol id Latim – aridus, seco
Entisol ent Ent, de recente; lembra solos jovens
Gelisol el Material gélico, gelo
Histosol ist Grego – histos, tecido
Inceptisol ept Latim – inceptum, início
Mollisol oll Latim – mollis, macio
Oxisol ox Francês – oxide, óxido
Spodosol od Grego – spodos, cinzas de madeira
Ultisol ult Latim – ultimus, último
Vertisol ert Latim – verto, inventer
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A Soil Taxonomy ainda está muito incipiente em relação a solos tropicais, existindo
problemas como:
a aplicação do regime hídrico e térmico do solo, na carência de dados precisos, torna sua
separação, mesmo em alto nível categórico, muito problemática;
a Soil Taxonomy dá muito pouca ênfase ao solo como corpo tridimensional; há muita ênfase no
perfil e pouca ênfase na paisagem;
a Soil Taxonomy dá pouca ênfase na cor do solo;
a Soil Taxonomy é de difícil leitura até para aqueles cuja língua nativa é o inglês.
Embora muitos conceitos expressos na Soil Taxonomy sejam usados no Brasil, isto é feito
apenas parcialmente. Algumas diferenças são:
os Latossolos (ao contrário dos Oxisols) não incluem os solos de drenagem muito deficiente.
Aliás, há tendência de alguns solos hidromórficos constituírem uma classe à parte;
os solos srcinários de rochas máficas no SiBCS são distinguidos dos desenvolvidos de outras
rochas;
no SiBCS a vegetação é usada para caracterizar freqüentemente as condições climáticas (como
fase);
na atividade da fração argila, no Brasil, desconta-se com muita propriedade a contribuição da
matéria orgânica, enquanto na Soil Taxonomy isto não é feito.
Quadro 11.8.2. Nomes das ordens no sistema FAO-Unesco, Soil Taxonomy e SiBCS (aproximação).
FAO Soil Taxonomy SiBCS (aproximação)
Acrisols Ultisols Argissolos
Andosols Andisols -
Anthrosols
Arenosols Arents
Psamments -
Neossolos Quartzarênicos
Calcisols Calci- great groups Chernossolos Rêndzicos
Cambisols Inceptisols Cambissolos
Chernozems Cryolls Chernossolos
Ferralsols Oxisols Latossolos
Fluvisols Fluvents Neossolos Flúvicos
Gleysols Aquic suborders Gleissolos
Greyzems Cryolls -
Gypsisols Gyps- suborders, great groups -
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101
Área coberta por florestas equatorial e tropical (Figura 11.9.1). A floresta com muitas
palmáceas (babaçu) começa na divisa do AM/PA, para leste. Há cerrado nas transições, nas divisas
do Brasil ao norte e em direção ao Planalto Central ao sul. São comuns Latossolos Amarelos e
Argissolos Amarelos álicos (alta saturação por Al), pobres em Fe e de baixíssima capacidade de
troca catiônica. Nas áreas de ruptura do declive das elevações e nos locais de drenagem mais
deficiente são comuns os solos com plintita. Há solos ricos, relacionados com os aluviões dos rios
que são influenciados pelos sedimentos dos Andes, nas áreas de intrusões de rochas máficas e
alguns locais da ilha de Marajó.
saído bem. No Sul do Pará o colonião vai razoavelmente bem, desde que se lhe apliquem cerca de
50 kg de P2O5/ha, após cinco anos da instalação da pastagem. O uso de reservas extrativistas, no
entanto, parece ser o mais adequado para muitas áreas, e quase a única opção para algumas outras.
Esta é uma área rebaixada em relação às chamadas serras, como Martins, Araripe etc.
(Figura 11.9.2). O Seridó do Rio Grande do Norte e da Paraíba é um bom exemplo. Aí, nessas
áreas, percebem-se duas pedopaisagens distintas: a de intensa remoção de sedimentos, associada aos
afloramentos de rochas (inselbergs) ou em nível abaixo destes, formando elevações menores; e a
outra pedopaisagem que expressa acúmulo de sedimentos, estando mais próxima ao piso do vale.
Os Neossolos Litólicos e Luvissolos formam a primeira pedopaisagem, enquanto a segunda está
associada a solos com B textural ou B solonétzico. Pastagem e algodão arbóreo são os usos
principais. A cultura de vazantes, inclusive com o capim andrequicé [Echinochlea colunum (L.)
Link], é um exemplo marcante de convivência com as condições regionais. O capim-panasco
(Aristida adscensionis L.) é bastante comum nos Luvissolos. Os solos são rasos e pedregosos.
A falta de água controla a produção, mas, mesmo aí, a fertilidade do solo é fundamental. As
elevações (chapadas ou serras) dessa região constituem transição das áreas de caatinga (nas áreas
rebaixadas) para o cerrado do Planalto Central (Araripe) ou Mar de Morros Florestados já mais
próximo do litoral (Borborema).
Esta área acompanha uma faixa ao longo da costa brasileira até o Nordeste (a Zona da Mata)
(Figura 11.9.3).
O nome "Mar de Morros" é porque a região, vista de uma posição mais alta, lembra as ondas
do mar. A vegetação é dominantemente subperenifólia. Essa área é tipicamente gnáissico-granítica
e os solos apresentam relevo bastante acidentado. O horizonte C é em geral muito profundo e os
solos são geralmente pobres em nutrientes. Apesar do relevo acidentado, os Latossolos são muito
resistentes à erosão (têm permeabilidade acentuada e ainda alguma coerência entre os grânulos). Os
deslizamentos de terra são, no entanto, comuns, em razão do contraste entre o horizonte B, argiloso,
estreito, e o horizonte C, muito profundo, pouco coerente, muito siltoso, com grandes lâminas (silte
e areia) de caulinita. pastagens (capim gordura) e lavouras de café, nos solos mais pobres, e
pastagens de colonião e jaraguá e culturas anuais, nos solos melhores (e com maior A), constituem
o padrão geral de utilização. A cana-de-açúcar ocupa alguns desses solos. Essa área
pedobioclimática, em função da pluviosidade maior, mas também do profundo manto de alteração
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103
(maior armazenamento de água), intensamente dissecado, e com eficiente cobertura vegetal, é muito
bem provida de pequenos cursos de água. As implicações disto para uso ainda não foram
devidamente exploradas.
Domínio do Cerrado
No domínio do cerrado (Figura 11.9.4) as grandes chapadas e os trechos mais suaves são
formados por Latossolos com teores de Fe e gibbsita maiores que os da Amazônia; a
permeabilidade e a espessura do horizonte A são também maiores. O Neossolo Quartzarênico é
também comum. Nos trechos acidentados, geralmente com substrato de rochas pelíticas pobres, os
solos são muito rasos, quase que sem horizonte A, freqüentemente cascalhentos e muito
encrostados. O período seco é pronunciado, a umidade relativa é baixa e venta muito.
Grandes insumos na forma de corretivos, fertilizantes etc. têm incorporado muitas áreas de
pastagem nativa pobre ao processo produtivo.
O uso de máquinas, em poucos anos, tem compactado bastante o solo. Há muito
“reflorestamento” com eucalipto e algum plantio de café.
Os Neossolos Flúvicos e Gleissolos associados aos cerrados, em terreno relativamente mais
acidentado (rochas pelíticas), têm altíssimo teor de Al trocável, como os da área de Brasília.
Nas bordas das chapadas ocorre a tapiocanga, muito usada como piso de estrada.
Ao longo das linhas de drenagem (parte mais baixa da paisagem) existem florestas-galerias.
Nas transições para regiões mais secas, como no sul do Piauí, há transições para caatingas.
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104
Ocupam partes do Norte do Estado do Rio Grande do Sul até o Nordeste do Paraná (Figura
11.9.5). A temperatura é mais baixa que em outras regiões do Brasil. A deficiência de água é
também menor.
Os solos possuem altos teores de matéria orgânica e altos teores de Al trocável nos trechos
mais suaves. Porém, nos entalhamentos dos vales há também solos muito férteis.
A araucária é mais expressiva em alguns trechos de Santa Catarina, mas há gradações para
os campos que lhe estão geograficamente associados. Nessas áreas, trigo e soja têm sido bastante
cultivados.
Esta área corresponde à Campanha do Rio Grande do Sul (Figura 11.9.5). Aí os solos
apresentam
subtropicais. um relevo áreas
Há grandes suave, sendocom
de solos cobertos por devegetação
problemas drenagem.graminóide
Há um períodoe matas-galerias
seco no verão
(janeiro e fevereiro). A menor precipitação nessa época (a mais quente) e a pouca profundidade do
solo trazem problemas acentuados de falta de água. Os solos tendem a ser bastante escuros,
apresentando com freqüência argilas de alta atividade (Vertissolos, Chernossolos ou solos afins).
Latossolos com horizonte A escurecido ocupam as elevações. As pastagens extensas usadas para
gado de raças européias e o relativo vazio populacional humano são característicos.
Obviamente estes domínios pedobioclimáticos são muito amplos. Há áreas ainda de grande
significância, que podem apresentar caracteres transicionais entre domínios ou mesmo apresentar
características peculiares (Figura 11.9.6).
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105
ANEXOS
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108
Descrição Morfológica
Ap 0-14 cm, bruno - acinzentado muito escuro (10YR 3/2, úmido) e bruno - acinzentado (10YR 5/2, seco); franco -
argiloarenosa; moderada a forte muito pequena a média granular e grãos simples; ligeiramente dura, muito
friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição ondulada e clara.
E 14-30 cm, bruno - amarelado (10YR 5/5, úmido) e bruno muito claro-acinzentado (10YR 7/4, seco); franco -
argiloarenosa pouco cascalhenta; fraca pequena a média granular com aspecto maciço poroso; muito dura,
muito friável, ligeiramente plástica e pegajosa; transição ondulada e clara.
2Bt1 30-45 cm, vermelho (2,5YR 4/6, úmido) e vermelho (2,5YR 5/8, seco), mosqueado comum médio e
proeminente com cor semelhante ao horizonte superior e alguns cinzentos; argila; moderada muito pequena a
média blocos subangulares e angulares; cerosidade moderada e forte nas superfícies verticais; muito dura,
friável, plástica e muito pegajosa; transição ondulada e gradual.
2Bt2 45-88 cm, vermelho
cerosidade (2,5YRde4/8,
e alguns pontos úmido) semelhante
coloração e amarelo - ao
avermelhado (4YR
horizonte A2; 6/8, seco),
argila; mosqueado
moderada pequenadecorrente de
a média blocos
subangulares; cerosidade pouca e fraca a forte nas superfícies verticais; muito dura, friável, plástica e pegajosa,
transição ondulada e gradual.
2BC 88-108 cm, vermelho - amarelado (5YR 5/7, úmido) e amarelo - avermelhado (5YR 7/6, seco), mosqueado
pequeno e difuso de cores avermelhadas relacionadas a decomposição de minerais primários; franco - argilosa;
moderada pequena a média blocos subangulares; cerosidade pouca e fraca; muito dura, friável, plástica e
pegajosa; transição ondulada e gradual.
2C 108-130 cm, amarelo - avermelhado (5YR 6/8, úmido) e amarelo - avermelhado (5YR 7/8, seco), mosqueado
comum pequena e proeminente amarelo - claro-acinzentado (2,5Y 7/4) e bruno muito claro-acinzentado (10YR
8/4) e pouco pequeno e distinto vermelho (2,5YR 5/8); franco - argilosa; fraca pequena e média blocos
subangulares; dura, muito friável, plástica e pegajosa; transição descontínua e clara, localmente abrupta.
2Cr1 130-147 cm, coloração variegada, composta de branco (2,5Y 8/2), amarelo - claro - acinzentado (2,5Y 7/4),
amarelo (10YR 7/7), amarelo - avermelhado (5YR 7/7) e vermelho (2,5YR 5,5/8); franco; saprolito de
migmatito com estrutura e textura srcinais semiconservadas; dura, muito friável, plástica e ligeiramente
pegajosa; transição ondulada e gradual.
2Cr2 147-190+, amarelo - claro-acinzentado (2,5Y 7/5, úmido) e cinzento - claro (2,5Y 7,5/2, seco), mosqueado
comum médio e distinto bruno (2,5Y 8/2) e amarelo (10YR 7/8) e pouco pequeno e proeminente vermelho
(2,5YR 4/8); franco; saprolito de decomposição com estrutura e textura srcinais semiconservadas; dura, muito
friável, plástica e ligeiramente pegajosa.
Raízes: abundantes no Ap, comuns no E, poucas no 2Bt1e raras no 2Bt2.
Observações:
- a transição entre o horizonte E e 2Bt1 se apresenta como muito estreitos horizontes AB e BA;
- presença de linha de pedra pouco evidente na parte inferior do horizonte E;
- muitos poros muito pequenos, pequenos e médios no Ap e E; e poros comuns, muito pequenos e pequenos e poucos
médios nos demais horizontes.
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110
Relações moleculares
Ataque sulfúrico Fe2O3 Equivalente
C (orgânico) N Relação g/kg SiO2 SiO2
Horizonte Al2O3 livre de CaCO3
g/kg g/kg C/N Al2O3 R2O3
Fe2O3 g/kg g/kg
SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 P2O5 MnO (Ki) (Kr)
Ap
E 12,3
5,2 1,2
0,7 10
7 90
111 63
84 15
18 2,6
3,0 2,43
2,25 2,11
1,97 6,57
7,29 9,3
2Bt1 5,0 0,6 8 208 170 35 6,4 2,08 1,84 7,61 21,7
2Bt2 2,8 0,6 5 252 205 48 7,7 2,09 1,82 6,75 28,2
2BCt 2,5 0,5 5 255 205 48 7,3 2,13 1,85 6,67
2C 1,7 0,4 4 242 193 43 7,0 2,13 1,87 7,03 15,0
2Cr1 1,0 0,3 3 209 164 35 5,0 2,17 1,91 7,34
2Cr2 0,8 0,3 3 231 176 47 6,7 2,23 1,91 5,87
Micromorfologia
Horizonte 2Bt1 1. Matriz - S
1.1. Grãos doaoEsqueleto
distribuídos acaso por-toda
Os grãos angulosos
a matriz e subangulosos,
- S do solo, com absoluta
não apresentando predominância
disposição preferencialde
emquartzo,
relaçãosão
a qualquer
referencial. Os grãos são geralmente corroídos. A distribuição dos grãos em relação ao plasma é "porphyroskelic".
1.2. Plasma - É amarelo - avermelhado (7,5YR 7/8) com mosqueado difuso e abundante vermelho (2,5YR 5/8) luz
plana, sendo bruno - oliváceo (2,5Y 4/4) a bruno - acinzentado - escuro (2,5Y 4/2) com mosqueado difuso e
abundante vermelho - escuro (2,5YR 3/6) à luz polarizada. Apresenta aspecto contínuo, com fábrica tipo "masepic".
1.3. Vazios - São dos tipos "vughs", câmaras, canais e vazios.
2. Caracteres Pedológicos
São comuns "argilans" e "ferri - argilans" de iluviação em torno de canais e de "vughs". São abundantes "argilans"
de tensão.
Existem nódulos sesquioxídicos difusos comuns e abundantes.
Observam-se também pápulas de caulita.
Horizonte 2C 1. Matriz - S
1.1. Grãos do esqueleto - São angulosos e subangulosos. Encontram-se distribuídos ao acaso, sem nenhuma
disposição preferencial com relação a qualquer referencial da matriz- S. A distribuição dos grãos em relação ao
plasma é "porphyroskelic".
1.2. Plasma - É amarelo - avermelhado (7,5YR 6/8) à luz plana, sendo bruno - avermelhado - escuro e vermelho -
escuro (10R 3/6) à luz polarizada, com abundantes zonas de birrefringência amarelas (10YR 7/8) e vermelhas (10R
5/8) correspondentes a biotitas alternadas com mistura ferruginosa. O plasma é altamente misotrópico devido à
presença de biotita, formando uma estrutura semelhante à "Ommisepic" de Brewer. O plasma apresenta-se
predominante contínuo.
1.3. Vazios - Canais, câmaras e "craze planes".
2. Caracteres Pedológicos
Foram observados alguns "argilans" de iluviação, bem como algumas pápulas cauliníticas.
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112
Horizonte Diagnóstico
A espessura, teorSuperficial
de carbono orgânico e cor permite enquadrar em horizonte A moderado
(ver definição de horizontes diagnósticos superficiais)
Horizonte Diagnóstico Subsuperficial
O perfil tem horizonte "E", relação textural B/A de 2,1, logo, horizonte B textural, conforme
p.49-65 do SiBCS (EMBRAPA, 2006) ou Cap. 7 desta apostila.
Classificação do Solo
Das páginas 93 a 99 do SiBCS (ou Anexo 2 desta apostila) tem-se a chave para as Ordens,
vê-se que o perfil não se enquadra em nenhuma das classes definidas na seqüência da chave e
somente na última classe (ou a primeira desta apostila), Argissolos (solos com B textural e argila de
atividade baixa), se enquadra o perfil a ser classificado. A chave para Argissolos encontra-se no
capítulo 5 do SiBCS (EMBRAPA, 2006) (ou Anexo 2 desta apostila). Chave para o 2º nível dos
Argissolos: entrando-se na chave e seguindo a seqüência, vê-se que o perfil enquadra-se em
Argissolos Vermelho (cor 2,5YR nos primeiros 100 cm do horizonte Bt, inclusive BA). Definida a
classe de 2º nível, vai-se para a chave de 3º nível categórico: entra-se em Argissolos Vermelhos (p.
103) (ou p. desta apostila) e verifica-se que o perfil se enquadra em Argissolos Vermelhos
distróficos (classe 4.4), por apresentar baixa saturação por bases nos primeiros 100 cm do horizonte
B;
Vai-se para as classes do 4º nível categórico (p.113), o perfil se enquadra na classe 4.4.4,
Argissolo Vermelho distrófico abrúptico (Subgrupo), por apresentar mudança textural abrupta.
Assim, a seqüência utilizada para a classificação foi: Argissolo (ordem) Argissolo
Vermelho (subordem) Argissolo Vermelho distrófico (grande grupo) Argissolo Vermelho
distrófico abrúptico (subgrupo).
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113
ARGISSOLOS
Solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B textural com argila de
atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo, ainda, os seguintes
requisitos:
horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior
do horizonte B textural;
horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior do
horizonte B textural.
1 Argissolos Acinzentados
Solos com matiz mais amarelo que 5YR e valor 5 ou maior e croma < 4 na maior parte dos
primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
2 Argissolos Amarelos
Solos com matiz mais amarelo que 5YR na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte
B (inclusive BA).
3 Argissolos Vermelho-Amarelos
Solos com matiz 5YR ou mais vermelho e mais amarelo que 2,5YR na maior parte dos
primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
4 Argissolos Vermelhos
Outros solos com matiz 2,5YR ou mais vermelhos nos primeiros 100 cm do horizonte B
(exclusive BC).
1 Argissolos Acinzentados
1.1 Argissolos Acinzentados distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
12 Argissolos Acinzentados eutróficos
Outros solos com saturação por bases alta (V ≥ 50%), na maior parte dos primeiros 100 cm
do horizonte B (inclusive BA).
2 Argissolos Amarelos
2.1 Argissolos Amarelos distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
2.2 Argissolos Amarelos eutróficos
Outros solos com saturação por bases alta (V ≥ 50%), na maior parte dos primeiros 100 cm
do horizonte B (inclusive BA) (Embrapa, 1977-1979, v.1, p.474, perfil 119).
3 Argissolos Vermelho-Amarelos
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114
4 Argissolos Vermelhos
4.1 Argissolos Vermelhos distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
4.2 Argissolos Vermelhos eutroférricos
Solos com saturação por bases alta (V ≥ 50%), e teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36%, na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). (Embrapa, 1984,
tomo 2, p.553, perfil complementar 71).
4.3 Argissolos Vermelhos eutróficos
Outros solos com saturação por bases alta (V ≥ 50%), na maior parte dos primeiros 100 cm
do horizonte B (inclusive BA).
CAMBISSOLOS
Solos constituídos por material mineral com horizonte B incipiente imediatamente abaixo
do horizonte A ou horizonte hístico com espessura inferior a 40 cm.
1 Cambissolos Hísticos
Solos com horizonte O hístico com menos de 40 cm de espessura, ou menos de 60 cm
quando 50% ou mais do material orgânico for constituído de ramos finos, raízes finas, casca
de árvores e folhas, parcialmente decompostos (Ghani & Rocha, 1997, perfil 3; Brasil,
1973e, p.330, perfil 48).
2 Cambissolos Húmicos
Solos com horizonte A húmico.
3 Cambissolos Háplicos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
1 Cambissolos Hísticos
1.1 Cambissolos Hísticos alumínicos
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115
Solos com alto conteúdo de alumínio extraível (Al3+ ≥ 4 cmolc/kg de solo) na maior parte do
horizonte B (inclusive BA) (Brasil, 1973e, p.330, perfil 48).
1.2 Cambissolos Hísticos distróficos
Outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte do horizonte B
incipiente (inclusive BA).
2 Cambissolos Húmicos
2.1 Cambissolos Húmicos aluminoférricos
Solos com alto conteúdo de alumínio extraível (Al3+ ≥ 4 cmolc/kg de solo) e teor de Fe2O3
(pelo H2SO4 de 18% a < 36% na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
2.2 Cambissolos Húmicos alumínicos
Solos com alto conteúdo de alumínio extraível (Al3+ ≥ 4 cmolc/kg de solo) na maior parte do
horizonte B (inclusive BA) (Embrapa, 1984, tomo 2, p.629, perfil 74; Brasil, 1973e, p.324,
perfil 47).
2.3 Cambissolos Húmicos distroférricos
Solos com baixa saturação por bases (V < 50%) e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
2.4 Cambissolos Húmicos distróficos
Outros solos com saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte do horizonte B
(inclusive BA).
3 Cambissolos Háplicos
3.1 Cambissolos Háplicos alumínicos
Solos com caráter alumínico na maior parte do horizonte B (inclusive BA) (Embrapa, 1984,
tomo 2, p.660, perfil complementar 113).
3.2 Cambissolos Háplicos carbonáticos
Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 100 cm da superfície do solo.
(Embrapa, 1977-1979, v.2. p.773, perfil 234; v.2, p.781, perfil 238).
3.3 Cambissolos Háplicos sálicos
Solos com caráter sálico dentro de 100 cm da superfície do solo (Embrapa, 1977-1979, v. 2,
p.775, perfil 235).
3.4 Cambissolos Háplicos sódicos
Solos com caráter sódico dentro de 100 cm da superfície do solo.
3.5 Cambissolos Háplicos distroférricos
Solos com baixa saturação por bases (V < 50%) e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte do horizonte B (inclusive BA) (Embrapa, 1984, tomo 2, p.633, perfil
76).
3.6 Cambissolos Háplicos eutroférricos
Solos com alta saturação por bases (V ≥ 50%) e teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
3.7 Cambissolos Háplicos perférricos
Solos com teor de Fe2O3 (pelo H2SO4) ≥ 36% na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
3.8 Cambissolos Háplicos Ta eutróficos
Solos com argila de atividade ≥ 27 cmolc/kg de argila e alta saturação por bases (V ≥ 50%)
na maior parte do horizonte B (inclusive BA) (Brasil, 1971b, p. 301, perfil 37).
3.9 Cambissolos Háplicos Ta distróficos
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Outros solos com argila de atividade ≥ 27 cmolc/kg de argila e baixa saturação por bases (V
< 50%) na maior parte do horizonte B (inclusive BA) (Departamento Nacional da Produção
Mineral, 1976, v.12, p.254, perfil 16).
3.10 Cambissolos Háplicos Tb eutróficos
Solos com argila de atividade < 27 cmol c/kg de argila e alta saturação por bases (V ≥ 50%)
na maior parte do horizonte B (inclusive BA) (Embrapa, 1977-1979, v.2, p.791, perfil 242).
3.11 Cambissolos Háplicos Tb distróficos
Outros solos com argila de atividade < 27 cmolc/kg de argila e baixa saturação por bases (V
< 50%) na maior parte do horizonte B (inclusive BA) (Embrapa, 1984, tomo 2, p.533, perfil
77).
CHERNOSSOLOS
1 Chernossolos Rêndzicos
Solos com horizonte A chernozêmico seguido por:
horizonte cálcico ou caráter carbonático, coincidindo com o horizonte A chernozêmico
e/ou com horizonte C, admitindo-se entre os dois, horizonte Bi com espessura < 10 cm;
ou
contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou mais de
carbonato de cálcio equivalente.
2 Chernossolos Ebânicos
Solos que apresentam o caráter ebânico na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
3 Chernossolos Argilúvicos
Outros solos com horizonte B textural ou B nítico, imediatamente abaixo do horizonte A
chernozêmico.
4 Chernossolos Háplicos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
1 Chernossolos Rêndzicos
1 .1 Chernossolos Rêndzicos líticos
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Solos com contato lítico dentro de 50 cm da superfície do solo. (Embrapa, 1975b, p.324,
perfil 73).
1 .2 Chernossolos Rêndzicos saprolíticos
Outros solos que não se enquadram na classe anterior.
2 Chernossolos Ebânicos
2.1 Chernossolos Ebânicos carbonáticos
Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico, dentro de 100 cm da superfície do solo.
(Embrapa, 1980¡, perfil 01; Brasil, 1973e, p.263, perfil 148).
2.2 Chernossolos Ebânicos órticos
Outros solos que não se enquadram na classe anterior. (Embrapa, 1980j, perfil 06;
Congresso... [1991?], p.9, perfil 06).
3 Chernossolos Argilúvicos
3.1 Chernossolos Argilúvicos férricos
Solos com teor de Fe2O3 (pelo H2SO4 ≥ 18% na maior parte do horizonte B (inclusive BA)
(Embrapa, 1984 tomo 2, p.560, perfil 68; Brasil, 1973e, p.191, perfil 25; Embrapa, 1980b,
p.39, exame 31).
3.2 Chernossolos Argilúvicos carbonáticos
Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 120 cm da superfície do solo.
3.3 Chernossolos Argilúvicos órticos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
4 Chernossolos Háplicos
4.1 Chernossolos Háplicos férricos
Solos com teor de Fe2O3 (pelo H2SO4) ≥ 18% na maior parte do
horizonte B (inclusive BA).
4.2 Chernossolos Háplicos carbonáticos
Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 120 cm da superfície do solo.
4.3 Chernossolos Háplicos órticos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
GLEISSOLOS
Solos constituídos por material mineral com horizonte glei imediatamente abaixo de
horizonte A, ou de horizonte hístico com menos de 40 cm de espessura; ou horizonte glei
começando dentro de 50 cm da superfície do solo; não apresentam horizonte plíntico ou vértico,
acima do horizonte glei ou coincidente com este, nem horizonte B textural com mudança textural
abrupta coincidente com horizonte glei, nem qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do
horizonte glei.
1 Gleissolos Tiomórficos
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Solos com horizontes sulfúricos e/ou materiais sulfídricos, dentro de 100 cm da superfície
do solo.
2 Gleissolos Sálicos
Solos com caráter sálico (CE ≥ 7 dS/m), dentro de 100 cm da superfície do solo (Embrapa,
1980h, p.273, perfil GB-45).
3 Gleissolos Melânicos
Solos com horizonte H hístico com menos de 40 cm de espessura, ou horizonte A húmico,
proeminente ou chernozêmico.
4 Gleissolos
Outros solosHáplicos
que não se enquadram nas classes anteriores
1 Gleissolos Tiomórficos
1.1 Gleissolos Tiomórficos hísticos
Solos com horizonte H hístico com menos de 40 cm de espessura (Reunião... 1995, p.42,
perfil 8-ES)
1.2 Gleissolos Tiomórficos húmicos
Solos com horizonte A húmico.
1.3 Gleissolos Tiomórficos órticos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
2 Gleissolos Sálicos
2.1 Gleissolos Sálicos sódicos
Solos com caráter sódico dentro de 100 cm da superfície do solo. (Embrapa, 1980h, p.328,
perfil GB-57).
2.2 Gleissolos Sálicos órticos
Outros solos que não se enquadram na classe anterior
3 Gleissolos Melânicos
3.1 Gleissolos Melânicos alumínicos
Solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 120 cm a partir da superfície do
solo (Embrapa, 1980h, p.255, perfil GB-41; p.263, perfil GB-29).
3.2 Gleissolos Melânicos distróficos
Solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm a
partir da superfície do solo.
3.3 Gleissolos
Solos com Melânicos carbonáticos
caráter carbonático dentro de 120 cm a partir da superfície do solo (Embrapa,
1975b, p.294, perfil 63).
3.4 Gleissolos Melânicos eutróficos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores. (Brasil, 1973e, p.385, perfil 75).
4 Gleissolos Háplicos
4.1 Gleissolos Háplicos Ta alumínicos
Solos com argila de atividade alta (T ≥ 27 cmolc/kg de argila) e caráter alumínico na maior
parte dos primeiros 120 cm a partir da superfície do solo (Embrapa, 1975a, p.357, perfil 61).
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119
LATOSSOLOS
1 Latossolos Brunos
Solos com matiz mais amarelo que 2,5YR no horizonte BA ou em todo horizonte B, e
apresentando os seguintes requisitos:
horizonte A espesso com mais de 30 cm de espessura, com teores de carbono orgânico
acima de 1%, inclusive no horizonte BA;
textura argilosa ou muito argilosa em todo o horizonte B;
alta capacidade de retração do solo com a perda de umidade evidenciado pelo
fendilhamento acentuado em cortes de barrancos, expostos ao sol por curto espaço de
tempo (uma semana ou mais), formando uma estrutura do tipo prismática.
2 Latossolos Amarelos
Solos com matiz mais amarelo que 5YR na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte
B (inclusive BA).
3 Latossolos Vermelhos
Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
4 Latossolos Vermelho-Amarelos
Outros solos com matiz 5YR ou mais vermelhos e mais amarelos que 2,5YR na maior parte
dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
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120
1 Latossolos Brunos
1.1 Latossolos Brunos ácricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo.
1.2 Latossolos Brunos alumínicos
Solos com o caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B
(inclusive BA) (Brasil, 1973e, p.58, perfil 27).
1.3 Latossolos Brunos distróficos
Outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm
do horizonte B (inclusive BA).
2 Latossolos Amarelos
2.1 Latossolos Amarelos coesos
Solos com um ou mais horizontes com espessura mínima de 30 cm, que não satisfaz os
critérios para fragipã ou duripã, compreendendo o horizonte AB e/ou BA, e/ou parte do Bw,
os quais quando secos são muito resistentes à penetração do martelo pedológico ou trado e
que não apresentam uma organização estrutural visível (são maciços) e que se desfaz em
agregados com consistência a seco, no mínimo, dura, sendo normalmente muito dura, e às
vezes extremamente dura. A consistência úmida varia de friável a firme; a densidade do
solo deste horizonte é mais elevada que os horizontes subjacentes. A saturação por bases é
baixa (V < 50%), o teor de Fe2O3 (pelo H2SO4) é menor que 8% e o Ki é 1,7 ou maior, isto
é, são cauliníticos.
2.2. Latossolos Amarelos acriférricos
Solos com caráter dentro de 150 cm da superfície do solo e teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) de
18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
2.3 Latossolos Amarelos ácricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo.
2.4 Latossolos Amarelos distroférricos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
2.5 Latossolos Amarelos distróficos
Solos apresentando baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos primeiros 100
cm do horizonte B (inclusive BA)
2.6 Latossolos Amarelos eutróficos
Outros solos apresentando alta saturação por bases (V ≥ 50%) na maior parte dos primeiros
100 cm do horizonte B (inclusive BA).
3 Latossolos Vermelhos
3.1 Latossolos Vermelhos perférricos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) ≥ 36% na
maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
3.2 Latossolos Vermelhos aluminoférricos
Solos com caráter alumínico e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior
parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA) (Brasil, 1973e, p.70, perfil RS-
16).
3.3 Latossolos Vermelhos acriférricos
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121
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo e teores de Fe2O3 (pelo
H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive
BA).
34 Latossolos Vermelhos distroférricos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
3.5 Latossolos Vermelhos eutroférricos
Solos com saturação por bases alta (V ≥ 50%) e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
3.6 Latossolos Vermelhos ácricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo.
3.7 Latossolos Vermelhos distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
3.8 Latossolos Vermelhos eutróficos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores (Brasil, 1973h, v.2, p.81, perfil
20)
4. Latossolos Vermelho-Amarelos
4.1 Latossolos Vermelho-Amarelos acriférricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo e teores de Fe 2O3 (pelo
H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive
BA).
4.2 Latossolos Vermelho-Amarelos ácricos
Solos com caráter ácrico dentro de 150 cm da superfície do solo.
4.3 Latossolos Vermelho-Amarelos distroférricos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e teores de Fe 2O3 (pelo H2SO4) de 18% a <
36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
4.4 Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
4.5 Latossolos Vermelho-Amarelos eutróficos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
NEOSSOLOS
Solos com alta saturação por bases (V ≥ 50%) em todos os horizontes dentro de 50 cm da
superfície do solo (Brasil, 1973e, p.337, perfil RS-38).
1.6 Neossolos Litólicos distróficos
Outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) em pelo menos um horizonte dentro
de 50 cm da superfície do solo (Brasil, 19739, p.364, perfil RS-78).
2 Neossolos Flúvicos
2.1 Neossolos Flúvicos sálicos
Solos com caráter sálico dentro de 100 cm da superfície do solo.
2.2 Neossolos Flúvicos sódicos
Solos com caráter sódico dentro de 100 cm da superfície do solo.
2.3 Neossolos Flúvicos carbonáticos
Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 120 cm da superfície do solo.
2.4 Neossolos Flúvicos psamíticos
Solos com textura arenosa em todos os horizontes dentro de 120 cm da superfície do solo.
2.5 Neossolos Flúvicos Tb distróficos
Solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e saturação por bases baixa
(V < 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm da superfície do solo.
2.6 Neossolos Flúvicos Tb eutróficos
Solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e saturação por bases alta
(V ≥ 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm da superfície do solo.
2.7 Neossolos Flúvicos Ta eutróficos
Outros solos com argila de atividade alta (T ≥ 27 cmolc/kg de argila) e saturação por bases
alta (V ≥ 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm da superfície do solo.
3 Neossolos Regolíticos
3.1 Neossolos Regolíticos psamíticos
Solos com textura arenosa em todos os horizontes dentro de 120 cm da superfície do solo ou
até um contato lítico.
3.2 Neossolos Regolíticos distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm da
superfície do solo ou até um contato lítico.
3.3 Neossolos Regolíticos eutróficos
Outros solos com saturação por bases alta (V ≥ 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm
da superfície do solo ou até um contato lítico.
4 Neossolos Quartzarênicos
4.1 Neossolos
Solos com Quartzarênicos hidromórficos
presença de lençol freático elevado durante grande parte do ano, na maioria dos
anos, imperfeitamente ou mal drenados e apresentando um ou mais dos seguintes requisitos:
horizonte H hístico; e/ou
saturação com água permanente dentro de 50 cm da superfície do solo; e/ou
presença de lençol freático dentro de 150 cm da superfície do solo, durante a época
seca; e/ou
presença do lençol freático dentro de 50 cm de profundidade, durante algum tempo, na
maioria dos anos (ou artificialmente drenados) e satisfazendo a um ou mais dos
seguintes requisitos:
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124
croma zero;
matiz 10YR ou mais vermelho com valor (úmido) de 4 ou maior e croma 1;
matiz 10YR ou mais vermelho com croma 2 ou menor e mosqueados (ou
acumulação de ferro e/ou manganês) provenientes de redução e oxidação do ferro
e/ou manganês;
matiz 2,5Y ou mais amarelo, com croma 3 ou menor e mosqueados (ou áreas de
acumulação de ferro e/ou manganês), provenientes de redução e oxidação destes
elementos;
matiz 2,5Y ou mais amarelo e croma 1 ou menor;
matizes 5GY, ou 5G, ou 5BG ou 5B; e/ou
presença de ferro reduzido em quantidade capaz de desenvolver uma cor vermelha
intensa, com o emprego do indicador químico alfa, alfadipiridil (Childs, 1981).
4.2 Neossolos Quartzarênicos órticos
Outros solos que não se enquadrem na classe anterior.
NITOSSOLOS
Solos constituídos por material mineral que apresentam horizonte B nítico, com argila de
atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos primeiros 50 cm do horizonte
B (Embrapa, 1984, tomo2, p.441, perfil 56).
2 Nitossolos Háplicos
2.1 Nitossolos Háplicos alumínicos
Solos com o caráter alumínico, na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B
(inclusive BA) (Embrapa, 1984, tomo 2, p.441, perfil 56).
2.2 Nitossolos Háplicos distróficos
Solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).
2.3 Nitossolos Háplicos eutróficos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores. (Embrapa, 1977-1979, p.476,
perfil 120; p.516, perfil 138).
ORGANOSSOLOS
Solos constituídos por material orgânico, que apresentam horizonte O ou H hístico com
teor de matéria orgânica ≥ 0,2 kg/kg de solo (≥ 20% em massa), com espessura mínima de 40 cm
quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer tomado, cumulativamente, dentro
de 80 cm da superfície do solo, ou com no mínimo 30 cm de espessura, quando sobrejacente a
contato lítico.
maior (exceto quando o volume de fibras for igual ou superior a 75%). O material fíbrico é
usualmente classificado na escala de decomposição de von Post nas classes 1 a 4, e
apresenta cores (pelo pirofosfato de sódio) com valores e cromas de 7/1, 7/2, 8/1, 8/2 ou 8/3
(Munsell soil color charts, 1994, p.10YR).
1.2 Organossolos Tiomórficos húmicos
Solos que apresentem matéria orgânica parcialmente alterada por ação física e bioquímica,
em estágio de decomposição intermediário e que não satisfaz os requisitos para caracterizar
os materiais fíbrico ou sáprico, na maior parte dos horizontes ou camadas dentro de 100 cm
de superfície do solo. O teor de fibra esfregada varia de 17 a < 40% por volume. O material
hêmico é usualmente classificado na escala de decomposição de von Post na classe 5 ou 6.
PLANOSSOLOS
Solos com alta saturação por bases na maior parte do horizonte B (inclusive BA) (Brasil,
1973e, p.250, perfil RS-109).
3.4 Planossolos Háplicos distróficos
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
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129
MATERIAL ORGÂNICO
É aquele constituído por compostos orgânicos, podendo comportar proporção varivelmente
maior ou menor de material mineral, desde que satisfaça os requisitos que se seguem:
Doze por cento ou mais de carbono orgânico (expresso em peso), se a fração mineral contém
60% ou mais de argila; 8% ou mais de carbono orgânico, se a fração mineral não contém argila;
valores intermediários de carbono orgânico proporcionais a teores intermediários de argila (até
60%), isto é, % de C ≥ 8 + (0,067 x % de argila), tendo por base valores de determinação analítica
conforme o método adotado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa Solos).
Em qualquer caso, o conteúdo de constituintes orgânico impõe preponderância de suas
propriedades sobre os constituintes minerais.
Critério derivado de FAO (1974) e Estados Unidos (1975)
MATERIAL MINERAL
É aquele formado, essencialmente, por compostos orgânicos, em vários estágios de
intemperismo. O material do solo é considerado material mineral quando não satisfizer os requisitos
exigidos para material orgânico (item anterior).
Critério derivado de Estados Unidos (1975) e FAO (1974).
CARÁTER ALUMÍNICO
Refere-se à condição em que os materiais constitutivos do solo se encontram em estado
dessaturado e caracterizado por teor de alumínio extraível >_ 4 cmolc/kg de solo, além de apresentar
saturação por alumínio ≥ 50% e/ou saturação por bases < 50%.
Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o teor de alumínio extraível no
horizonte B.
CARÁTER SÓDICO
O termo sódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem saturação por
sódio (100 Na+/T) ≥ 15%, em alguma parte da seção de controle que defina a classe.
Critério derivado de Estados Unidos (1954).
CARÁTER SOLÓDICO
O termo solódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem saturação
por sódio (100 Na+/T) variando de 6% a < 15%, em alguma parte da seção de controle que defina a
classe.
Critério derivado de FAO (1974).
CARÁTER SALINO
Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio
(gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento da maioria das culturas, expressa por
condutividade elétrica do extrato de saturação igual ou maior que 4 dS/m e menor que 7 dS/m (a
25°C), em alguma época do ano.
Critério derivado de Estados Unidos (1951; 1954).
CARÁTER SÁLICO
Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio
(gesso), em quantidade tóxica à maioria das culturas, expressa por condutividade elétrica no extrato
de saturação maior que ou igual a 7 dS/m (a 25°C), em alguma época do ano.
CARÁTER CARBONÁTICO
Propriedade referente à presença de 15% ou mais de CaCO 3 equivalente (% por peso), sob
qualquer forma de segregação, inclusive concreções.
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131
PLINTITA
É uma formação constituída de mistura de argila, pobre em carbono orgânico e rica em ferro,
ou ferro e alumínio, com quartzo e outros materiais. Ocorre comumente sob a forma de mosqueados
vermelho, vermelho-amarelado e vermelho-escuro, com padrões usualmente laminares, poligonais
ou reticulados. É caráter inerente às formações dessa natureza transformarem-se irreversivelmente,
por consolidação, sob o efeito de ciclos alternados de umedecimento e secagem, resultando na
produção de material geralmente nodular. Quanto à gênese, a plintita se forma pela segregação de
ferro, importando em mobilização, transporte e concentração final dos compostos de ferro, que pode
se processar em qualquer solo onde o teor de ferro for suficiente para permitir a segregação do
mesmo, sob a forma de manchas vermelhas brandas. A plintita não endurece irreversivelmente
como resultado de um único ciclo de umedecimento e secagem. Depois de uma única secagem, ela
se reumedece e pode ser dispersa em grande parte por agitação em água com agente dispersante.
No solo úmido a plintita é suficientemente macia, podendo ser cortada com a pá. Após sofrer
endurecimento irreversível, essa formação não é mais considerada plintita, mas reconhecida como
material concrecionário ferruginoso semiconsolidado ou consolidado (ironstone) que vem a ser
reconhecido como petroplintita. Tais concreções podem ser quebradas ou cortadas com a pá, mas
não podem ser dispersas
A plintita por agitação
é um corpo distintoem
de água comrico
material agente
em dispersante.
óxido de ferro, e pode ser separada das
concreções ferruginosas consolidadas (“ironstone”) que são extremamente firmes ou extremamente
duras, sendo que a plintita é firme quando úmida e dura ou muito dura quando seca, tendo diâmetro
> 2mm e podendo ser separada da matriz, isto é, do material envolvente. Ela suporta amassamento e
rolamento moderado entre o polegar e o indicador, podendo ser quebrada com a mão. A plintita
quando submersa em água, por espaço de duas horas, não esboroa, mesmo submetida a suaves
agitações periódicas, mas pode ser quebrada ou amassada após ter sido submersa em água por mais
de duas horas.
As cores da plintita variam nos matizes 10YR e 7,5YR, estando comumente associadas a
mosqueados que não são considerados como plintita, como os bruno-amarelados,
vermelho-amarelados ou corpos que são quebradiços ou friáveis ou firmes, mas desintegram-se
quando pressionados pelo polegar e o indicador, e esboroam na água.
A plintita pode ocorrer em forma laminar, nodular, esferoidal ou irregular.
Critério derivado de Estados Unidos (1975) e Daniels et ai. (1978).
PETROPLINTITA
Material normalmente proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos repetitivos de
umedecimento e secagem sofre consolidação irreversível, dando lugar à formação de concreções
ferruginosas (“ironstone”, concreções lateríticas, canga, tapanhoacanga) de dimensões e formas
variáveis (laminar, nodular, esferoidal ou irregular) individualizadas ou aglomeradas.
Critério derivado de Sys (1967) e Daniels et ai. (1978).
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132
CARÁTER PETROPLÍNTICO
Horizonte constituído de 50% ou mais, por volume, de petroplintita, que são concreções de
ferro ou ferro e alumínio, numa matriz terrosa de textura variada ou matriz de material mais
grosseiro, identificado como horizonte Ac, Ec, Bc ou Cc.
O horizonte com caráter petroplíntico, para ser diagnóstico, deve apresentar no mínimo 15
cm de espessura.
Critério derivado de Reunião... (1979b), FAO (1990; 1994) e Embrapa (1988a).
CONTATO LÍTICO
Termo empregado para designar material subjacente ao solo (exclusive horizonte
petrocálcico, horizonte litoplíntico, duripã e fragipã). Sua coesão é de tal ordem que mesmo quando
úmido torna a escavação com a pá reta impraticável ou muito difícil e impede o livre crescimento
do sistema radicular, o qual fica limitado às fendas que por ventura ocorram. Tais materiais são
representados pela rocha sã e por rochas sedimentares parcialmente consolidadas (R), tais como
arenito, siltito, marga, folhelhos ou ardósia, ou por saprólito pouco alterado (CR).54
MATERIAIS SULFÍDRICOS
São aqueles que contêm compostos de enxofre oxidáveis e ocorrem em solos de natureza
mineral ou orgânica, localizados em áreas encharcadas, com valor de pH maior que 3,5, os quais, se
incubados na forma de camada com 1 cm de espessura, sob condições aeróbicas úmidas
(capacidade de campo), em temperatura ambiente, mostram um decréscimo no pH de 0,5 ou mais
unidades para um valor de pH 4,0 ou menor (1:1 por peso em água, ou com um mínimo de água
para permitir a medição) no intervalo de 8 semanas.
Materiais sulfidricos se acumulam em solo ou sedimento permanentemente saturado,
geralmente com água salobra. Os sulfatos na água são reduzidos biologicamente a sulfetos à medida
que os materiais se acumulam. Materiais sulfídricos, muito comumente, se acumulam em
alagadiços costeiros, próximos a foz de rios que transportam sedimentos não calcários, mas podem
ocorrer em alagadiços de água fresca se houver enxofre na água. Materiais sulfídricos de áreas altas
podem ter se acumulado de maneira similar no passado geológico.
Se um solo contendo materiais sulfídricos for drenado, ou se os materiais sulfídricos forem
expostos de alguma outra maneira às condições aeróbicas, os sulfetos oxidam-se e formam ácido
sulfúrico. O valor de pH, que normalmente está próximo da neutralidade antes da drenagem ou
exposição, pode cair para valores abaixo de 3. O ácido pode induzir a formação de sulfatos de ferro
e de alumínio. O sulfato de ferro, jarosita, pode segregar, formando os mosqueados amarelos que
comumente caracterizam o horizonte sulfúrico. A transição de materiais sulfídricos para horizonte
sulfúrico normalmente requer poucos anos e pode ocorrer dentro de poucas semanas. Uma amostra
54
O termo saprólito refere-se a material resultante do intemperismo, mais ou menos intenso da rocha e que ainda
mantém a estratificação srcinal da mesma e pode apresentar qualquer dureza compatível com esta condição de rocha
semi-alterada e conseqüentemente variados graus de limitações ao livre desenvolvimento do sistema radicular. O
símbolo CR deverá ser empregado no saprólito escavável com pá reta com dificuldade moderada. As classes de
dificuldade de escavação estão de acordo com as definições de Estados Unidos (1993, p.184).
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133
CARÁTER ÁCRICO
O termo ácrico refere-se a materiais de solos contendo quantidades iguais ou menores que
1,5 cmolc/kg de argila de bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+) mais AI3+ extraível por KCI 1 N e
que preencha pelo menos uma das seguintes condições:
pH KCI 1 N igual ou superior a 5,0; ou
∆pH positivo ou nulo.
Critério derivado de FAO (1994) e Estados Unidos (1994).
CAULINÍTICOS E OXÍDICOS
A relação molecular SiO2/(Al2O3 + Fe2O3), Kr é usada para separar solos cauliníticos e
oxídicos, conforme especificações a seguir:
solos cauliníticos: Kr maior que 0,75;
solos oxídicos: Kr igual ou menor que 0,75.
Critério derivado de Resende & Santana (1988).
CARÁTER EPIÁQUICO
Este caráter ocorre em solos que apresentam lençol freático superficial temporário resultante
da má condutividade hidráulica de alguns horizontes do solo. Esta condição de saturação com água
permite que ocorram os processos de redução e segregação de ferro nos horizontes que antecedem
ao B e/ou no topo deste.
Um solo apresenta caráter epiáquico se ele é, temporariamente, completamente saturado com
água na superfície, a menos que tenha sido drenado, por um período suficientemente longo para
possibilitar o aparecimento de condições de redução (isto pode variar de alguns dias nos trópicos a
algumas semanas em outras áreas), exibindo padrões de cores provenientes de estagnação de água.
As condições de redução são evidenciadas por:
valor de rH na solução do solo de 19 ou menos; ou
2+
presença
o de Fe
cor azul demonstrada
escura pelo resultante
bem definida, aparecimento de:
da borrifação, com solução 1% de cianida
férrica de potássio (K3Fe(lll)(CN)6), na superfície de uma amostra partida e
recentemente exposta ao ar e naturalmente molhada, em condições de campo; ou
o cor vermelha forte desenvolvida após borrifação, com solução 0,2% de dipiridil em
10% de ácido acético, de uma amostra partida recentemente e exposta ao ar e
naturalmente molhada, em condições de campo.
os padrões de cores provenientes de água estagnada na superfície do solo apresentam
mosqueados nas superfícies dos elementos de estrutura (ou na matriz do solo) de acordo
com os seguintes itens:
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134
mais claros (uma unidade ou mais em valor na escala Munsell) do que as partes não
reduzidas; ou
mais pálidos (uma unidade ou menos em croma na escala Munsell), e o interior dos
elementos de estrutura (ou partes da matriz do solo) é mais vermelho (uma unidade
ou mais de matiz do solo) e mais claro (uma unidade ou mais em croma), do que as
partes não reduzidas;
o croma dominante na superfície das unidades estruturais ou na matriz do solo
sempre aumenta com a profundidade.
O padrão de mosqueado pode ocorrer abaixo do horizonte A ou da camada arável (horizonte
Ap), ou imediatamente abaixo de um horizonte E, topo do horizonte B, ou no próprio horizonte E.
O padrão de distribuição das características de redução e oxidação, com concentrações de
óxidos de ferro e/ou manganês no interior dos elementos estruturais (ou na matriz do solo se os
elementos de estrutura estão ausentes), constitui uma boa indicação do caráter epiáquico.
Critério derivado de FAO (1998).
CARÁTER CRÔMICO
O termo crômico é usado para caracterizar as modalidades de solos que apresentam, na maior parte
do horizonte B, excluído o BC, predominância de cores (amostra úmida) conforme definido a
seguir:
matiz 7,5YR ou mais amarelo com valor superior a 3 e croma superior a 4; ou
matiz mais vermelho que 7,5YR com croma maior que 4.
CARÁTER EBÂNICO
Termo utilizado para individualizar classes de solos de coloração escura, quase preta, na
maior parte do horizonte diagnóstico subsuperficial com predominância de cores conforme definido
a seguir:
para matiz 7,5 YR ou mais amarelo:
o cor úmida: valor < 4 e croma < 3
o cor seca: valor < 6
para matiz mais vermelho que 7,5YR:
o cor úmida: preto ou cinzento muito escuro (Munsell)
o cor seca: valor < 5
CARÁTER PLÁCICO
O caráter plácico (do grego plax, pedra chata, significando um fino pã cimentado) é um
horizonte fino, de cor preta a vermelho escuro que é cimentado por ferro (ou ferro e manganês),
com ou sem matéria orgânica. Este horizonte constitui um impedimento a passagem da água e das
raízes das plantas. O horizonte plácico deve atender aos seguintes requisitos:
matéria
o horizonte é cimentado
orgânica, ou endurecido
acompanhados ou não depor ferroagentes
outros ou ferro e manganês, com ou sem
cimentantes;
o horizonte é contínuo lateralmente, exceto por fendas verticais espaçadas de, pelo
menos, 10 cm através das quais pode haver penetração do sistema radicular;
o horizonte tem uma espessura mínima de 0,5 cm e, quando associado com materiais
espódicos, a espessura é < 2,5 cm.
Critério derivado de Estados Unidos (1998).
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135
Os
seguintes
material atributos estão sendo
orgânico-fibrico utilizados orgânico,
- material na classe dos Organossolos:
constituído de fibras55, facilmente
identificável como de srcem vegetal. Tem 40% ou mais de fibras esfregadas 56, por
volume, e índice do pirofosfato igual a 5 ou maior. Se o volume de fibras for 75% ou
mais, por volume, o critério do pirofosfato não se aplica. O material fíbrico é usualmente
classificado na escala de decomposição de von Post nas classes 1 a 4 (Apêndice E).
Apresenta cores, pelo pirofosfato de sódio, com valores e cromas de 7/1, 7/2, 8/1, 8/2 ou
8/3;
material orgânico-hêmico - material orgânico em estágio de decomposição
intermediário entre fíbrico e sáprico. O material é parcialmente alterado por ação física e
bioquímica. Não satisfaz os requisitos para material fíbrico ou sáprico. O teor de fibra
esfregada varia de 17 a 40%, por volume. O material hêmico é usualmente classificado
na escala de decomposição de von Post na classe 5 ou 6;
material orgânico-sáprico - material orgânico em estágio avançado de decomposição.
Normalmente, tem o menor teor de fibras, a mais alta densidade do solo e a mais baixa
capacidade de retenção de água, no estado de saturação. É muito estável, física e
quimicamente, alterando-se muito pouco no decorrer do tempo, a menos que drenado. O
teor de fibra esfregada é menor que 17%, por volume, e o índice do pirofosfato é igual a
3von
ou Post,
menor.naOclasse
material sáprico
7 ou mais éalta.
usualmente classificado
Apresenta na escala
cores, pelo de decomposição
pirofosfato de
de sódio, com
valores menores que 7, exceto as cores 5/1, 6/1, 6/2, 7/1, 7/2, ou 7/3.
Critério derivado de Estados Unidos (1998).
55
Fibra - é definida como o material orgânico que mostra evidências de restos de plantas, excluídas as partes vivas,
retido em peneira de abertura 100 mesh (0,149 mm de diâmetro). Excetuam-se os fragmentos lenhosos que não podem
ser amassados com os dedos e são maiores que 2 cm na menor dimensão.
56
Fibra esfregada - refere-se à fibra que permanece na peneira de 100 mesh após esfregar, cerca de 10 vezes, uma
amostra de material orgânico entre o polegar e o indicador.
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CEROSIDADE
São películas muito finas de material inorgânico de naturezas diversas, orientadas ou não,
constituindo revestimentos ou superfícies brilhantes nas faces de elementos estruturais, poros, ou
canais, resultantes de movimentação ou segregação de material coloidal inorgânico (<0,002 mm);
quando bem desenvolvidos são facilmente perceptíveis, apresentando aspecto lustroso e brilho
graxo, sendo as superfícies dos revestimentos usualmente livres de grãos desnudos de areia e silte.
Comumente a parte constituída pela cerosidade, quando resultante de iluviação, contrasta com a
matriz sobre a qual está depositada (parte interna dos elementos estruturais), tanto em cor, como em
brilho e aparência textural. Nas saliências das arestas produzidas ao partir-se o agregado estrutural,
podem se tornar expostos bordos de fratura de películas argilosas de recobrimento de agregado,
perceptíveis por exame de seção transversal em lupa de dez ou sessenta aumentos.
Critério derivado de Estados Unidos (19751.
SUPERFÍCIE DE COMPRESSÃO
São superfícies alisadas, virtualmente sem estriamento, provenientes de compressão na
massa do solo em decorrência de expansão do material, podendo apresentar certo brilho quando
úmidas ou molhadas.
Constitui feição mais comum a solos de textura argilosa ou muito argilosa, cujo elevado teor
de argila ocasiona algo de expansibilidade por ação de hidratação, sendo que as superfícies não têm
orientação preferencial inclinada em relação ao prumo do perfil e usualmente não apresentam essa
disposição.
GILGAI
É o microrrelevo típico de solos argilosos que têm um alto coeficiente de expansão com
aumento no teor de umidade.
Consiste em saliências convexas distribuídas em áreas quase planas ou configuram feição
topográfica de sucessão de microdepressões e microelevações.
Critério conforme Estados Unidos (1975).
AUTOGRANULAÇÃO “SELF-MULCHING”
Propriedade inerente a alguns materiais argilosos manifesta pela formação de camada
superficial de agregados geralmente granulares e soltos, fortemente desenvolvidos, resultantes de
umedecimento e secagem. Quando destruídos pelo uso de implementos agrícolas, os agregados se
recompõem normalmente pelo efeito de apenas um ciclo de umedecimento e secagem.
Critério conforme Estados Unidos (1975).
RELAÇÃO SILTE/ARGILA
Obtida dividindo-se a porcentagem de silte pela de argila, resultantes da análise
granulométrica. A relação silte/argila serve como base para se ter uma idéia do estágio de
intemperismo presente em solos de região tropical. É empregada em solos de textura franco arenosa
ou mais fina e indica baixos teores de silte quando apresenta, na maior parte do horizonte B, valor
inferior a 0,7 nos solos de textura média ou inferior a 0,6 nos solos de textura argilosa. Essa relação
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MINERAIS ALTERÁVEIS
São aqueles instáveis em clima úmido, em comparação com outros minerais, tais como
quartzo e argilas do grupo das caulinitas, e que, quando se intemperizam, liberam nutrientes para as
plantas e ferro ou alumínio. Os minerais que são incluídos no significado de minerais alteráveis são
os seguintes:
minerais encontrados na fração menor que 0,002 mm (minerais da fração argila): inclui
todas as argilas do tipo 2:1, exceto a clorita aluminosa interestratificada; a sepiolita, o
talco e a glauconita também são incluídos neste grupo de minerais alteráveis, ainda que
nem sempre pertencentes à fração argila;
minerais encontrados na fração entre 0,002 a 2 mm (minerais da fração silte e areia):
feldspatos, feldspatóides, minerais ferromagnesianos, vidros vulcânicos, fragmentos de
conchas, zeólitos, apatitas e micas, que inclui a muscovita que resiste por algum tempo à
intemperização, mas que termina, também, desaparecendo.
Critério derivado de FAO (1990) e Estados Unidos (1994).
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138
Fortemente
de drenagemdrenado - aporosos,
são muito água é removida
de texturarapidamente do solo;
média a arenosa e bemospermeáveis.
solos com esta classe
Acentuadamente drenado - a água é removida rapidamente do solo; os solos com esta
classe de drenagem são normalmente de textura argilosa a média, porém sempre muito
porosos e bem permeáveis.
Bem drenado - a água é removida do solo com facilidade, porém não rapidamente; os
solos com esta classe de drenagem comumente apresentam textura argilosa ou média,
não ocorrendo normalmente mosqueados de redução, entretanto, quando presente, o
mosqueado é profundo, localizando-se a mais de 150 cm da superfície do solo e também
a mais de 30 cm do topo do horizonte B ou do horizonte C, se não existir B.
Moderadamente drenado - a água é removida do solo um tanto lentamente, de modo que
o perfil permanece molhado por uma pequena, porém significativa, parte do tempo. Os
solos com esta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de
permeabilidade lenta no solum ou imediatamente abaixo dele. O lençol freático acha-se
imediatamente
de água, atravésabaixo do solum lateral
de translocação ou afetando
internaa ou
parte inferior
alguma do horizonte
combinação B, por
dessas adição
condições.
Podem apresentar algum mosqueado de redução na parte inferior do B, ou no topo do
mesmo, associado à diferença textural acentuada entre A e B, a qual se relaciona com
condição epiáquica.
Imperfeitamente drenado - a água é removida do solo lentamente, de tal modo que este
permanece molhado por período significativo, mas não durante a maior parte do ano. Os
solos com esta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de
permeabilidade lenta no solum, lençol freático alto, adição de água através de
translocação lateral interna ou alguma combinação destas condições. Normalmente,
apresentam algum mosqueado de redução no perfil, notando-se na parte baixa indícios de
gleização.
Mal drenado - a água é removida do solo tão lentamente que este permanece molhado
por uma grande parte do ano. O lençol freático comumente está à superfície ou próximo
dela durante uma considerável parte do ano. As condições de má drenagem são devidas a
lençol freático elevado, camada lentamente permeável no perfil, adição de água através
de translocação lateral interna ou alguma combinação destas condições. É freqüente a
ocorrência de mosqueado no perfil e características de gleização.
Muito mal drenado - a água é removida do solo tão lentamente que o lençol freático
permanece à superfície ou próximo dela durante a maior parte do ano. Solos com
drenagem desta classe usualmente ocupam áreas planas ou depressões, onde há,
freqüentemente, estagnação de água. Geralmente, são solos com gleização e,
comumente, horizonte hístico.
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141
P Hipocrômico l lítico
Q Quartzarênico lf litoplíntico
R Regolítico n sódico
S Ferrocárbico o órtico
T Argilúvico p pálico
U Flúvico j perférrico
V Vermelho q psamítico
VA Vermelho-Amarelo r saprolítico
X Háplico s sáprico
Y Mésico t argilúvico
Z Sálico v argila atividade alta
w ácrico
wf acriférrico
x coeso
z sálico ou salino
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ARGISSOLOS - P
2º nível categórico
1 Argissolos Acinzentados - PAC
2 Argissolos Amarelos - PA
3 Argissolos Vermelho-Amarelos - PVA
4 Argissolos Vermelhos - PV
3º nível categórico
1 Argissolos Acinzentados
1.1 Argissolos Acinzentados distróficos - PACd
1.2 Argissolos Acinzentados eutróficos - PACe
2 Argissolos Amarelos
2.1 Argissolos Amarelos distróficos - PAd
2.2 Argissolos Amarelos eutróficos - PAe
3 Argissolos Vermelho-Amarelos
3.1 Argissolos Vermelho-Amarelos alumínicos - PVAa
3.2 Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos - PVAd
3.3 Argissolos Vermelho-Amarelos eutróficos - PVAe
4 Argissolos Vermelhos
4.1 Argissolos Vermelhos distróficos - PVd
4.2 Argissolos Vermelhos eutroférricos - PVef
4.3 Argissolos Vermelhos eutróficos - Pve
CAMBISSOLOS - C
2º nível categórico
1 Cambissolos Hísticos - CI
2 Cambissolos Húmicos - CH
3 Cambissolos Háplicos - CX
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145
3º nível categórico
1 Cambissolos Hísticos
1.1 Cambissolos Hísticos alumínicos - CIa
1.2 Cambissolos Hísticos distróficos - CId
2 Cambissolos Húmicos
2.1 Cambissolos Húmicos aluminoférricos - CHaf
2.2 Cambissolos Húmicos alumínicos - CHa
2.3 Cambissolos Húmicos distroférricos - CHdf
2.4 Cambissolos Húmicos distróficos - CHd
3 Cambissolos Háplicos
3.1 Cambissolos Háplicos alumínicos - CXa
3.2 Cambissolos Háplicos carbonáticos - CXk
3.3 Cambissolos Háplicos sálicos - CXz
3.4 Cambissolos Háplicos sódicos - CXn
3.5 Cambissolos Háplicos distroférricos - CXdf
3.6 Cambissolos Háplicos eutroférricos - CXef
3.7 Cambissolos Háplicos perférricos - CXj
3.8 Cambissolos Háplicos Ta eutróficos - CXve
3.9 Cambissolos Háplicos Ta distróficos - CXvd
3.10 Cambissolos Háplicos Tb eutróficos - CXbe
3.11 Cambissolos Háplicos Tb distróficos - CXbd
CHERNOSSOLOS - M
2º nível categórico
1 Chernossolos Rêndzicos - MD
2 Chernossolos Ebânicos - ME
3 Chernossolos Argilúvicos - MT
4 Chernossolos Háplicos - MX
3º nível categórico
1 Chernossolos Rêndzicos
1.1 Chernossolos Rêndzicos líticos - MDl
1.2 Chernossolos Rêndzicos saprolíticos - MDr
2 Chernossolos Ebânicos
2.1 Chernossolos Ebânicos carbonáticos - MEk
2.2 Chernossolos Ebânicos órticos - MEo
3 Chernossolos Argilúvicos
3.1 Chernossolos Argilúvicos férricos - MTf
3.2 Chernossolos Argilúvicos carbonáticos - MTk
3.3 Chernossolos Argilúvicos órticos - MTo
4 Chernossolos Háplicos
4.1 Chernossolos Háplicos férricos - MXf
4.2 Chernossolos Háplicos carbonáticos - MXk
4.3 Chernossolos Háplicos órticos - MXo
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146
ESPODOSSOLOS - E
2º nível categórico
1 Espodossolos Cárbicos - EK
2 Espodossolos Ferrocárbicos - ES
3º nível categórico
1 Espodossolos Cárbicos
1.1 Espodossolos Cárbicos hidromórficos - EKg
1.2
1.3 Espodossolos
Espodossolos Cárbicos
Cárbicos hiperespessos
órticos - EKo - EKu
2 Espodossolos Ferrocárbicos
2.1 Espodossolos Ferrocárbicos hidromórficos - ESg
2.2 Espodossolos Ferrocárbicos hiperespessos - ESu
2.3 Espodossolos Ferrocárbicos órticos - ESo
GLEISSOLOS - G
2º nível categórico
1 Gleissolos Tiomórficos - GJ
2 Gleissolos Sálicos - GZ
3 Gleissolos Melânicos - GM
4 Gleissolos Háplicos - GX
3º nível categórico
1 Gleissolos Tiomórficos
1.1 Gleissolos Tiomórficos hísticos - GJi
1.2 Gleissolos Tiomórficos húmicos - GJh
1.3 Gleissolos Tiomórficos órticos - GJo
2 Gleissolos Sálicos
2.1 Gleissolos Sálicos sódicos - GZn
2.2 Gleissolos Sálicos órticos - GZo
3 Gleissolos Melânicos
3.1 Gleissolos Melânicos alumínicos - GMa
3.2 Gleissolos Melânicos distróficos - GMd
3.3 Gleissolos Melânicos carbonáticos - GMk
3.4 Gleissolos Melânicos eutróficos - GMe
4 Gleissolos Háplicos
4.1 Gleissolos Háplicos Ta alumínicos - GXa
4.2 Gleissolos Háplicos Ta distróficos - GXvd
4.3 Gleissolos Háplicos Ta carbonáticos - GXvk
4.4 Gleissolos Háplicos Ta eutróficos - GXve
4.5 Gleissolos Háplicos Tb distróficos - GXbd
4.6 Gleissolos Háplicos Tb eutróficos - GXbe
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147
LATOSSOLOS - L
2º nível categórico
1 Latossolos Brunos - LB
2 Latossolos Amarelos - LA
3 Latossolos Vermelhos -LV
4 Latossolos Vermelho-Amarelos - LVA
3º nível categórico
1 Latossolos Brunos
1.1 Latossolos Brunos ácricos - LBw
1.2 Latossolos Brunos alumínicos - LBa
1.3 Latossolos Brunos distróficos - LBd
2 Latossolos Amarelos
2.1 Latossolos Amarelos coesos - LAx
2.2 Latossolos Amarelos acriférricos - LAwf
2.3 Latossolos Amarelos ácricos - LAw
2.4 Latossolos Amarelos distroférricos - LAdf
2.5 Latossolos Amarelos distróficos - LAd
2.6 Latossolos Amarelos eutróficos - LAe
3 Latossolos Vermelhos
3.1 Latossolos Vermelhos perférricos - LVj
3.2 Latossolos Vermelhos aluminoférricos - LVaf
3.3 Latossolos Vermelhos acriférricos - LVwf
3.4 Latossolos Vermelhos distroférricos - LVdf
3.5 Latossolos Vermelhos eutroférricos - LVef
3.6 Latossolos Vermelhos ácricos - LVw
3.7 Latossolos Vermelhos distróficos - LVd
3.8 Latossolos Vermelhos eutróficos - LVe
4 Latossolos Vermelhos-Amarelos
4.1 Latossolos Vermelho-Amarelos acriférricos - LVAwf
4.2 Latossolos Vermelho-Amarelos ácricos - LVAw
4.3 Latossolos Vermelho-Amarelos distroférricos - LVAdf
4.4 Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos - LVAd
4.5 Latossolos Vermelho-Amarelos eutróficos - LVAe
LUVISSOLOS - T
2º nível categórico
1 Luvissolos Crômicos - TC
2 Luvissolos Hipocrômicos - TP
3º nível categórico
1 Luvissolos Crômicos
1.1 Luvissolos Crômicos carbonáticos - TCk
1.2 Luvissolos Crômicos pálicos - TCp
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148
NEOSSOLOS - R
2º nível categórico
1 Neossolos Litólicos (Solos Litólicos) - RL
3º nível categórico
1 Neossolos Litólicos
1.1 Neossolos Litólicos hísticos - RLi
1.2 Neossolos Litólicos húmicos - RLh
1.3 Neossolos Litólicos carbonáticos - RLk
1.4 Neossolos Litólicos psamíticos- RLq
1.5 Neossolos Litólicos eutróficos - RLe
1.6 Neossolos Litólicos distróficos - RLd
2 Neossolos Flúvicos
2.1 Neossolos Flúvicos sálicos - RUz
2.2
2.3 Neossolos
Neossolos Flúvicos
Flúvicos sódicos - RUn- RUk
carbonáticos
2.4 Neossolos Flúvicos psamíticos - RUq
2.5 Neossolos Flúvicos Tb distróficos - RUbd
2.6 Neossolos Flúvicos Tb eutróficos - RUbe
2.7 Neossolos Flúvicos Ta eutróficos - RUve
3 Neossolos Regolíticos
3.1 Neossolos Regolíticos psamíticos - RRq
3.2 Neossolos Regolíticos distróficos - RRd
3.3 Neossolos Regolíticos eutróficos - RRe
4 Neossolos Quartzarênicos
4.1 Neossolos Quartzarênicos hidromórficos - RQg
4.2 Neossolos Quartzarênicos órticos – RQo
NITOSSOLOS - N
2º nível categórico
1 Nitossolos Vermelhos - NV
2 Nitossolos Háplicos - NX
3º nível categórico
1 Nitossolos Vermelhos
1.1 Nitossolos Vermelhos distroférricos - NVdf
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149
ORGANOSSOLOS - O
2º nível categórico
1 Organossolos Tiomórficos - OJ
2 Organossolos Fólicos - OO
3 Organossolos Mésicos - OY
4 Organossolos Háplicos - OX
3º nível categórico
1 Organossolos Tiomórficos
1.1 Organossolos Tiomórficos fíbricos - OJm
1 .2 Organossolos Tiomórficos hêmicos - OJy
1.3 Organossolos Tiomórficos sápricos - OJs
2 Organossolos Fólicos
2.1 Organossolos Fólicos fíbricos - OOm
3 Organossolos Mésicos
3.1 Organossolos Mésicos hêmicos - OYy
3.2 Organossolos Mésicos sápricos - OYs
4 Organossolos Háplicos
4.1 Organossolos Háplicos fíbricos - OXm
4.2 Organossolos Háplicos hêmicos - OXy
4.3 Organossolos Háplicos sápricos - OXs
PLANOSSOLOS - S
2º nível categórico
1 Planossolos Nátricos - SN
2 Planossolos Hidromórficos - SG
3 Planossolos Háplicos - SX
3º nível categórico
1 Planossolos Nátricos
1.1 Planossolos Nátricos carbonáticos - SNk
1.2 Planossolos Nátricos sálicos - SNz
1.3 Planossolos Nátricos órticos - SNo
2 Planossolos Hidromórficos
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PLINTOSSOLOS - F
2º nível categórico
1 Plintossolos Pétricos - FF
2 Plintossolos Argilúvicos - FT
3 Plintossolos Háplicos - FX
3º nível categórico
1 Plintossolos Pétricos
1.1 Plintossolos Pétricos litoplínticos - FFlf
1.2 Plintossolos Pétricos concrecionários distróficos - FFcd
1.3 Plintossolos Pétricos concrecionários eutróficos - FFce
2 Plintossolos Argilúvicos
2.1 Plintossolos Argilúvicos alumínicos - FTa
2.2
2.3 Plintossolos
Plintossolos Argilúvicos
Argilúvicos distróficos
eutróficos --FTe
FTd
3 Plintossolos Háplicos
3.1 Plintossolos Háplicos distróficos - FXd
3.2 Plintossolos Háplicos eutróficos - FXe
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VERTISSOLOS - V
2º nível categórico
1 Vertissolos Hidromórficos - VG
2 Vertissolos Ebânicos - VE
3 Vertissolos Cromados - VC
3º nível categórico
1 Vertissolos Hidromórficos
1.1 Vertissolos Hidromórficos sódicos - VGn
1.2 Vertissolos Hidromórficos sálicos - VGz
1.3 Vertissolos Hidromórficos carbonáticos - VGk
1.4 Vertissolos Hidromórficos órticos - VGo
2 Vertissolos Ebânicos
2.1 Vertissolos Ebânicos sódicos - VEn
2.2 Vertissolos Ebânicos carbonáticos - VEk
2.3 Vertissolos Ebânicos órticos - VEo
3 Vertissolos Cromados
3.1 Vertissolos Cromados sálicos - VCz
3.2 Vertissolos Cromados sódicos - VCn
3.3 Vertissolos Cromados carbonáticos - VCk
3.4 Vertissolos Cromados órticos - VCo