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Revista Saberes Especial SPC 2016 46

A INSTRUÇÃO PRIMÁRIA EM PARIPIRANGA


(1870-1920): Quando a escola não tinha
professor, e o professor não tinha escola

Ana Maria Ferreira de Oliveira*

RESUMO: A proposta desse trabalho é analisar o movimento


histórico de desenvolvimento das políticas púbicas do Ensino
Primário em Paripiranga, no início de sua formação triotrial e
social; situando-a no cenário regional do período,
principalmente no que diz respeito ao estado da Bahia, em
reorganização. Partindo de um referencial teórico cujas
premissas fundamentais residam na não linearidade do
processo histórico, mas na concepção da história como
substrato para o entendimento de todo o processo. Assim, as
fontes básicas e constitutivas da pesquisa foram as leis e
resoluções aprovadas pela Assembleia Provincial da Bahia; os
Relatório dos Presidentes de Província e as correspondências
oficiais entre setores da administração da província e suas vilas
e cidades, de 1870 a 1920. Considerou-se para tanto, as leis
que interferiram diretamente no desenvolvimento do ensino
primário na Bahia e consequentemente em Paripiranga. Dessas
fontes, puderam ser extraídos os dados documentais
essenciais ao estudo do processo de escolarização da
população de Paripiranga no final do século XIX, que se
percebeu marcado por iniciativas individuais, precariedade
estrutural e elitização do acesso ao saber.
PALAVRAS-CHAVE: Paripiranga, escolarização, formação social,
movimento histórico

RESUMEN: El propósito de este estudio es analizar el


movimiento histórico del desarrollo de las políticas públicas de
educación primaria en Paripiranga, al principio de su formación
trriotrial y social; colocándolo en la configuración regional de la
época, especialmente en relación con el estado de Bahía, en
situación de reorganización. A partir de un marco teórico cuyas
instalaciones fundamental residir en la no linealidad del
proceso histórico, sino en la concepción de la historia como un
sustrato para la comprensión de todo el proceso. Por lo tanto,
las fuentes básicas y cosntituitivas la investigación fueron las
leyes y las resoluciones aprobadas por la Asamblea Provincial
de Bahía; la Provincia de presidentes de los sectores de la
administración provincial entrre informe y la correspondencia
oficial y sus pueblos y ciudades, de 1870 a 1900. Se consideró
por tanto las leyes que interferían directamente en el
desarrollo de la educación primaria en Bahía y en
consecuencia, en Paripiranga. Estas fuentes, podrían extraerse
de las pruebas documentales esencial para el estudio del
proceso de escolarización de la población Paripiranga a finales
del siglo XIX, se observó marcada por iniciativas individuas,
inestabilidad estructural y el elitismo de acceso al
conocimiento.
PALAVRAS CLABE: Paripiranga, la educación, la formación
social, el movimiento histórico

* Formanda em Letras Vernáculas pela UniAGES; Formanda


em História pela Universidade Federal de Sergipe; Pós-
Graduanda em História de Cultura Afro-Brasileira pela
Faveni.
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INTRODUÇÃO
Assim, firma-
A compreensão dos processos sociais e
históricos que marcaram o desenvolvimento da mas ao mesmo tempo permite-se a oferta de
instrução primária da população de Paripiranga,
perpassa pela análise de importantes aspectos da esclarecimento acerca preceitos de cidadania, ou
história da educação no Brasil e na Bahia definições no que tange aos aspectos estruturais
oitocentista. Os olhares voltados para a educação e legais para a educação. A constituição, apesar
pública e as medidas administrativas adotadas das lacunas, gerou importantes discussões acerca
desde a pós Independência até a Primeira do ensino, ao demonstrar interesse e
República, se refletem nos lugares mais preocupação com a popularização da instrução
longínquos da nação. primária; porém, na prática, o acesso à educação
Os princípios liberais e democráticos que ficou reduzido aos grupos das camadas sociais
fundamentavam o novo regime proclamado mais privilegiadas que dispunham de recursos
mediante o processo de independência; financeiros para ingressar no universo das
impulsionaram as discussões acerca da educação primeiras letras.
popular brasileira durante o Império. Inflamaram- Carneiro (2015) em seus estudos sobre os
se os discursos sobre a escassez de mestres, dada níveis de alfabetismo na Bahia entre 1857-1878;
falta de incentivo financeiro e condições propícias tendo como foco a região nordeste da província 1;
à sua boa formação, a precariedade das nos dá a dimensão do nível de instrução da
instalações escolares ou a ausência delas; e a população de Bom Conselho, qual Paripiranga
necessidade urgente de investimento na estava interligada no período; ao verificar, a
instrução popular, considerando-a aspecto de partir da análise de Registros Eclesiásticos ou
grande importância para a viabilidade de um Paroquiais de Terras e Livros de Notas de
governo constitucional. Municípios, a percentagem de gabinetes da
Apesar dos discursos, primeira constituição região capazes de assinar o próprio nome. Dados
brasileira, outorgada em 24 de março de 1824, estes que, segundo a autora, mostram que havia
deu à educação, status de instrução popular; uma prática de escrita na região, realizada por
porém, limitou-se apenas à formalização da uma classe social específica detentora de terras e
educação como direito subjetivo dos cidadãos, de poder aquisitivo elevado em consideração à
inserido no texto constitucional, sem especificar maioria.
as incumbências efetivas do Estado dentro do
A capacidade de assinar dos indivíduos
processo de organização e oferta de instrução envolvidos na documentação gerada no âmbito do
pública. O texto trata apenas do estabelecimento registro de terras nas localidades de Bom Conselho,
da gratuidade da instrução primária para todos os 73/159 (45,91%), Tucano, 63/124 (50,80%) e
cidadãos e prevê a criação de colégios e Itapicuru, 76/88 (86,36%) é relativamente alta em
universidades, em seu artigo 179: relação aos dados do Censo de 1872 para a região
Nordeste, o que parece indicar se tratar de um grupo
A inviolabilidade dos direitos civis e políticos específico, com posses, representando uma
dos cidadãos brasileiros, que tem por base a especialização da escrita e, também, uma escrita
liberdade, a segurança individual e a propriedade, é majoritamente escrita por homens (64,08% -
garantida pela Constituição do Império, pela maneira 207/323 e 10,4% - 5/48) (CARNEIRO, 2015. p. 153).
seguinte:

XXXII - A instrução primária e gratuita a todos


os cidadãos. 1
XXXIII - Colégios e Universidades, aonde serão Denominação dada à cidade de Cicero Dantas, até 1905;
ensinados os elementos das Sciencias, Bellas Letras e quando teve seu nome alterado Pela Lei Estadual n.º 583,
Artes. (CONSTITUIÇÃO DE DO IMPÉRIO DO BRASIL. de 30-05-1905; e desde então o Município de Bom
1824. p. 54) Conselho passou a denominar-se Cícero Dantas, em
homenagem ao Barão de Jeremoabo (CERQUEIRA, 1989.
p.88-89).
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A autora traz ainda os resultados do censo quaes podesse conseguir melhor distribuição das
de 1872, que apresentam um índice de 25,44% de escolas. Bom preparo dos pro0fessores, prédioas,
mobílias, livros e utensílios, e fiscalização local, que é
alfabetizados em Bom Conselho, e referem-se à actualmente nulla, sou obrigado a dizer que a
capacidade uso da escrita da população, instrção definha e está muito a quem das
necessidades do cultivo intelectual dos habitantes
escrita entre fazendeiros, configurando mpassando de uma
realidade puramente orçamentária. (PORTELLA.
1889. p. 72-73).
capacidade de escrita não de dava na mesma
proporção entre homens e mulheres; pois, ainda
que as mulheres representassem à quase metade Os Presidentes de Província tinham por
dos inventariantes, representavam manos de um obrigação de seus cargos, apresentar anualmente
terço das pessoas aptas para assinar. à Assembleia Legislativa, relatando do ocorrido
Entendendo a educação como uma em sua administração no ano anterior. Tais
experiência e prática social histórica, percebe-se relatos constituem preciosas fontes de
que, na Bahia do final do século XIX, a educação informação acerca da estrutura social, política,
se constituiu numa necessidade geral, cultural e administrativa da província; de modo
independente de sexo, porém com superioridade que os registros relacionados à instrução pública
masculina, dado o contexto sociocultural; como na Bahia oitocentista, sobretudo na microrregião
numa força impulsionada pelas necessidades de Bom Conselho; apontam para à existência de
sociais de seu tempo. Assim, prática educativa, se uma estrutura educacional bastante precária e
produziu do estabelecimento das relações que os muito abaixo do vislumbrado pela administração
gêneros estabeleceram entre si na cultura; sob o provincial; que constantemente salientava a
signo das ideologias e das relações de cultura e de necessidade de mais investimentos e a
poder, estabelecidas entre os sexos, classes, realizações práticas.
etnias e gerações. Os estudos historiográficos da educação
Os Relatórios de Trabalhos do Conselho brasileira nesse período, deixam evidentes os
Interino de Governo2, mostram que até a esforços do Governo Imperial na instituição de
primeira República (1889); em quase todas as leis que viabilizassem o acesso ao ensino no país,
regiões brasileiras, em especial no sertão baiano, a partir da promulgação da Lei de 15 de outubro
a maioria das escolas funcionava em residências de 1827; apontada como a primeira lei da
particulares cedidas ou pertencentes ao próprio educação no Brasil; que vigorou por mais de cem
professor. As turmas eram separadas anos, e regulamentou a tomada de importantes
sexualmente; sendo que o número de meninos medidas educacionais; como a construção de
era sempre muito superior ao de meninas, dado o prédios escolares, remuneração de mestres,
contexto cultural onde a figura feminina estava definição do Método Lancaster3 como padrão de
associada ao recato, à maternidade ao serviço do ensino, estruturação curricular e admissão e
lar. No início, o ensino era ministrado por escolas do sexo feminino; esforços estes, que
professores leigos, e aos poucos chegam os favoreceram implantação de uma educação
mestres formados que, em sua maioria, se elitizada e voltada para a formação de bacharéis,
desdobram para atender às necessidades de deixando à margem da educação nacional.
instrução de uma cidade inteira. Paripiranga, nesse período de constantes
Nas ausências que, ao abrir a Assembleia
mudanças administrativas e reformas
educacionais; surge como povoação, em meados
e incremento a este reamo de serviço e mediante as do século XIX; como resultado de um processo

2 3
Criado em 20 de agosto de 1822, a partir da união Esse método, inventado na Inglaterra, consistia no
administrativas das Vilas da província, como forma de preparo dos alunos mais capazes, que se tornavam
fortalecimento do processo de Independência, monitores para os demais. Os resultados obtidos foram
consolidação e organização administrativa da Regência e do péssimos, o que não impediu sua adoção durante quinze
Império do Brasil. (ALMEIDA, 1822. p. 04). anos 1923-1838. (SAVELI 2010. P.146).
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de ocupação das terras do sertão baiano, sustenta a formação educacional de sua prole;
marcado pela doação de terras e prática da um reflexo do que ocorria no grande sertão da
pecuária extensiva. De início, as terras de Bahia Imperial.
Malhada Vermelha (hoje Paripiranga)
integravam a totalidade do território AS REFORMAS DA EDUCAÇÃO PRIMÁRIA NO
Jeremoabo; passando; depois passou a IMPÉRIO E SEUS REFLEXOS NA ESCOLARIZAÇÃO
pertencer a Bom Conselho, e compunha dos POPULAÇÃO DE PARIPIRANGA
dados de alfabetização apresentado por
Carneiro (2015); até sua emancipação política
em 1886. Historiando o processo de escolarização da
Silva (1982), historiador paripiranguense, população de Paripiranga no final do século XIX;
em sua obra Roteiro de Vida e Morte; um estudo nos primeiros tempo de sua organização
sobre a expansão do catolicismo no sertão territorial e administrativa; quando era conhecida
baiano; nos apresenta dados que sobre o como Arraial de Malhada Vermelha; vemos que,
povoamento de Malhada Vermelha em meados assim como ocorria em quase todos os arraiais e
do XVII, e descreve traços da população que vilas so sertão da Bahia, o processo de
habitou região de Jeremoabo a qual Paripiranga estruturação da instrução pública da população
pertencia no período, ao relatar a existência de foi marcado pela precariedade em todos os
população muito pequena, em relação à ares de aspectos de sua estrutura; em um período em
terra, assim como o estado de pobreza e que os olhos do Estado ainda não haviam
servidão em que viviam: alcançado os mais distantes recantos do sertão.
Todos entregues à roça de mantimentos para
Os registros de documentos, correspondência e
a dieta ordinária, plantando a mandioca, o milho , e imprensa local, demonstram o desejo latente da
o feijão; espalhando pequenos cafezais no população pela instrução de seus filhos, e a
sombreado da mata ou no cinturão das árvores inquietação diante das faltas de prédios públicos,
fruteiras adjacentes às moradias e destinados ao e de mestres que condicionassem o acesso da
consumo doméstico; aplicados à cultura da mamona
para o lume, e do algodão para roupa grosseira, e
maioria de baixo poder aquisitivo ao universo da
quando o comércio abriu condições, passaram a educação formal.
fornecer para fora... Trata-se evidentemente de um O decreto 1.331A, de 17 de fevereiro de
mundo rural, cujos limites naturais e sociais 1854, traz a proposta se uniformização do ensino,
estiveram sempre agravados pela peculiaridade como forma de suprir as carências de uma
ecológica e por instituições inadequadas. Uma
população que vive do campo ou em função dele. Os
estrutura educacional nacional verdadeiramente
censos de 1872 e 1892 apenas registram o cômputo eficiente. O decreto de 1854 contempla a
geral, respectivamente 13 034 e 17 278 habitantes. regulamentação da Instrução Primária e
(SILVA, 1982. p. 11-12). Secundária pública e privada, que ficam sob a
vigilância da Inspetoria Geral da Instrução
O contexto apresentado por Silva (1982) Primária e secundária (PERES, 2005). Desde então
nos traz uma noção da precariedade da vida da o ensino primário divide-se em elementar
população de Paripiranga, no início de sua caracterizado pela educação moral e religiosa e
formação; em um ambiente rural, desprovido das outras quatro matérias consideradas básicas e
estruturas administrativas e sociais que fundamentais para a construção do
permeiam o universo urbano. Um ambiente em conhecimento; e o superior, que contempla as
que as reformas educacionais promovidas pelo disciplinas básicas e outras dez. (PILETTI, 2006).
governo ainda não haviam chegado, e a As reformas ficaram inicialmente restritas
população vivia em condições de extrema ao Município da Corte, e somente após
simplicidade e analfabetismo; uma vez que o intensificação de protestos reivindicações a sua
conhecimento da leitura e da escrita era privilégio aplicação, foi estendida a todas as províncias e
dos mais abastados donos de terras, que gozavam houve então a uniformização das medidas e do
de condições financeiras e base familiar que ensino a nível nacional; para o qual também foi
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estendido alcance da Inspetoria Geral; ampliando investimentos na educação dos colonos, deixada
assim o rigor e as exigência sobre magistério a cargo da igreja católica desde o início da
público e particular. ocupação da terra; que apesar da forte atuação
Como nos aponta Peres (2005. p. 16-17), os jesuítas, não abarcavam a todas as localidades;
entre 1878-1789, ocorreram novas modificações até meados do século XVIII, o que se via nas
na normatização do ensino primário, secundário e pequenas povoações como Malhada Vermelha,
superior; que estabeleceram a não onde a presença da igreja se fazia através da
obrigatoriedade de frequência aos exames figura do vigário, acumulando funções de líder
preparatórios aos cursos superiores e de espiritual e político, sem que houvesse maior
participação nas aulas de ensino religioso, atenção à educação escolar; as crianças eram
reforçando em conformidade com a proposta de iniciadas nas letras por professores leigos com
laicidade do Estado Brasileiro. Entre às ações instrução mínima, que lecionavam em casa, a
educacionais trazidas pela reforma de 1854, estão meninos e meninas cujos pais possuíam
ainda: a liberdade para abrir escolas e o livre condições financeiras para o financiamento das
exercício da docência, sem a obrigatoriedade das aulas; aos demais, restavam às lições que a
provas de capacidade. Porém segundo a autora, vivência social cotidiana lhes proporcionava.
As mudanças na instrução pública
efetivadas pela Carta Régia de 06/11/1772, e
posteriormente a organização das Escolas
ASPECTOS DA POPULAÇÃO DE PARIPIRANGA NO Públicas Primárias, também tiveram reflexo no já
INÍCIO DO SÉCULO XIX E A ORGANIZAÇÃO DA Distrito de Malhada Vermelha; que 1869, não
EDUCAÇÃO COM PROFESSORES SEM ESCOLAS E possuía ainda uma escola pública, e o ensino
ESCOLAS SEM PROFESSORES primário era ainda mínimo e continuava a cargo
de educadores leigos; havia uma escola pública
Em meio a tantas outras povoações na sede da Freguesia, em Bom Conselho, 15
surgidas a partir da ocupação do sertão Baiano no léguas distante, como nos mostra o Jornalista
início do século XIX; num processo marcado pela paripiranguense Francino Silveira Déda, em seus
imposição da pecuária extensiva, e pela violência textos de memórias publicados no jornal local.
no trato com indígenas; o Arraial de Malhada
Vermelha4 desenvolvia-se na lavoura. Abatiam-se Em 1869, o Distrito de Malhada Vermelha não
as matas para o arroteamento dos terrenos, e possuía ainda uma escola pública, o ensino primário
era em parte mínima, ministrado por leigos; havia
Erguia-se o Arraial a cada edificação construída, a uma escola pública na sede da Freguesia, a 15 léguas
cada melhoramento social alcançado. De modo distante. Por isso, em 15-2-1869, os Irmãos Paulo
que já pelo idos de 1840; por necessidade e Cardoso de Menezes, Vitor Marculino de Menezes e
desejo de seus habitantes, representados pelo Lourenço Justino de Menezes, com apoio de
Major José Antônio de Menezes, em solicitação Estanisláo Garcia de Carvalho e outros, pediram ao
Governo da Bahia a criação de uma escola no
ao Vigário de Bom Conselho dos Montes do Povoado Malhada Vermelha onde residiam e no
Boqueirão, se fez construir a Capela de Nossa pedido, ofereciam uma casa pronta, com todos os
Senhora do Patrocínio. utensílios necessários. Grande gesto daqueles
O processo civilizatório que ali se conterrâneos e parentes e afinal, veio à primeira
desenvolvia e a situação de abandono intelectual escola primária. (DÉDA 1953. P. 04).
em que viviam os habitantes de Malhada
Vermelha, fomentava a necessidade de um O cenário descrito por Déda (1953),
sistema de instrução pública. Como o modelo de caracteriza a realidade educacional de Paripiranga
colonização Portuguesa não contemplava grandes na primeira metade do Século XIX, onde o
4 processo educativo de se dava por iniciativas
Primeira denominação dada à cidade de Paripiranga, no
início do processo de povoamento, em decorrência das
particulares, com aula ministradas por leigos em
condições geográficas do lugar e da coloração avermelhada residências cedidas por membros da população
de suas terras (SILVA, 1982, p. 05) ou pelos próprios professores que ministravam
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aulas em suas casas. Em suas crônicas recheadas de Geremoabo ao qual pertencia o Distrito,
de memórias da antiga Malhada Vermelha ou da pedindo a criação de uma escola onde residiam e
Villa de Patrocínio do Coité. no pedido, ofereciam uma casa pronta, com
Voltando à nossa quase mania de recordar o todos os utensílios necessários; conforme ofícios
passado de nossa terra, vamos relembrar aquele transcritos abaixo:
velho método de ensino rotineiro de Patrocínio do
Coité, de Professores Públicos ou particulares, com Illmo. Srs. Presidente e Senadores da Câmara
escolas em casa inaptáveis, onde se viam bancos Municipal.
toscos, compridos e duros, sem encosto e sem Os abaixo assinados moradores na povoação
apoiamento para o busto das crianças, que por denominada Malhada Vermelha, (Coité),
vezes, escreviam nos acentos dos próprios bancos, compreensiva dos districtos do Coité e Sabão, na
ajoelhadas no piso batido e fio do alojamento. O Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho deste
Mestre-Escola, sentado numa banca ordinária, onde município, convictos de que a instrução pública é
ficavam lápis, papéis, um tinteiro de barro, e uma uma das necessidades mais palpitantes de que
pedra redonda que os meninos conduziam quando devem curar as autoridades constituídas, como o
saíam para necessidade fisiológicas. Uma régua primeiro complemento da sociedade e felicidade dos
grossam, com a qual o professor avivava os alunos seus membros, pois muita vez a ignorância é a causa
com pancadas na cabeça e a célebre palmatória para efficiente dos desvios do homem, que por ella não
compreende os deveres que tem consigo mesmo,
palmatoadas contadas contadas por dúzias, e, os para com seus semelhantes e para consigo mesmo,
alunos humilhados enfezados, olhavam o professor, para com seus semelhantes e com Deus, á esta
mais como uma fera humana duque um Mestre Illustríssima Câmara, como fiel e legítima
amigo; estudavam pelo receio, com aquele barulho representante de seus munícipes, se dirigem,
infernal, com as pernas penduradas nos bancos pedindo pelos termos competentes a criação de uma
altos, em movimentos de balanço e a vozeria escola primaria na referida povoação. Distando ela
ensurdecedora, que ai se estabelecia, com a da sede da Freguesia 15 léguas, onde existe uma
cantilenas ritimadas do; - escola e sendo a sua população de muitos
habitantes, e absolutamente impossível que os
abaixo assinados e mais de famílias deem o devido
mais adeantados cantavam com voz mudad - ensino a seus filhos, que por essa forma ficam
privados desse beneficio tão salutar e eficaz, quanto
um ou dois decuriões, apontavam com palitos aos necessário. Para consecução desse fim, os abaixo
assinados oferecem ao governo uma casa pronta de
infernal era comandado pelo professor rotineiro todos os utensílios precisos para funcionar a escola e
que, com reguadas e palmatoadas estridentes sobre esperam que esta Illustríssima Câmara,
o lastro da banca, amedrontava os alunos para compenetrada do que vem eles expor, se digne de
ativarem os estudos. (DÉDA. 1954. p. 02) fazer chegar esta sua solicitação no Exmo. Governo
da Província para prover essa necessidade tão
Vemos no texto, uma descrição com urgente reclamada Pede a V. S. deferimento.
detalhes ricos sobre o ambiente das salas de (LIMITES DO ESTADO DA BAHIA. 1916. P. 406)
aulas, dos recursos e da metodologia de ensino
empregada pelos chamado Mestre-Escola; em
uma época onde a figura do professor era dotada O ofício emitido pela Câmara de
de respeito e autoridade fornecida pelo sistema Geremoabo em 18 e março de 1869, transmitindo
educacional vigente e pelo prestígio social dado á ao governo do Estado o pedido feito pelos
figura do professor, apesar da baixa remuneração habitantes do districto de Malhada Vermelha
e das péssimas condições de trabalho as quais (Coité) a respeito da necessidade de construção
estava submetido. de uma escola para instrução da população, e
Como mencionado por Déda (1953), a informando a favor, por pertencer o districto ao
instalação da Primeira escola pública na povoação termo da citada Villa, conforme Lei da Regência
ocorreu em 15 (quinze) de fevereiro de 1869, por de 1831:
iniciativa de alguns jovens como os irmãos Paulo
Illmo. Exmo. Conselheiro Presidente da
Cardoso de Meneses, Victor Marcionillo de
Província
Meneses e Lourenço Justiniano de Meneses, que A Câmara Municipal desta Villa,
dignaram-se em escrever ao Conselho Municipal acompanhando a justa solicitação de seus munícipes
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os habitantes da Povoação de Malhada Vermelha povoação, no final do século XIX; ambas


(Coité), faz chegar à alta presença de V. Ex.ª a inclusa funcionando em espaços improvisados, e exalta a
petição em original que os mesmos lhe dirigiram,
afim de que V. Ex.ª se digne provê-la com a creação
figura da Professora leiga Olímpia Garcia as Silva,
de uma cadeira para o ensino público primário da sua tia-avó; falecida em 12 de setembro de 1923,
referida povoação. Não é preciso que esta Câmara que ministrou aulas particulares e por décadas à
mostre os resultados benéficos a salutares que se parcela da população que possuía condições de
colhem do ensino do povo e por isso, sem addir mais pagar por suas aulas, transcrevendo em sua
palavras. Requer e pede a V. Ex.ª deferimento.
(LIMITES DO ESTADO DA BAHIA. 1916. Pag. 407. of.
coluna, nota publicada pelo semanário local, O
Nº. 161) Paladino, na ocasião se sua morte, noticiou aos
seus assinantes, com extremo pesar, a passagem
da Professora Olímpia; exaltando de forma
Enquanto a população aguardava a chegada bastante enfática, seus atributos enquanto
de um Mestre enviado pelo governo da província, educadora e cidadã, e um exemplo de mestra a
as aulas na nova escola eram ministradas pelos ser admirado e seguido.
próprios irmãos Menezes em residência da
família. Finalmente em 1879, chega o tão Era professora particular, e naquela época, a
aguardado mestre, designado pelo estado, para a imprensa local publicava o seu falecimento com a
cadeira de escola primária do sexo masculino
particular e gozava de gerais simpatias pelo seu bom
criada para Malhada Vermelha. Conforme consta iatura gozava
no Relatório dos Trabalhos do Conselho Interino de real estima por parte de toda a população da vila,
do Governo da Província da Bahia Dados da dado o seu caráter sem jaça e a sua lhaneza de trato;
Secretaria Geral da Instrução Pública, publicado e muito devemos ao magistério particular de D.
Olímpia Garcia as Silveira, principalmente naqueles
em 31 de dezembro 1878, onde foi registrada a
tempos em que na vila existiam duas escolas
nomeação o Professor Marcionillo Pedrilliano de públicas e mui particularmente a uma professora
Vasconcelos, para a cadeira de professor regente particular como era a solteirona D. Olímpia,
da então Freguesia; que se tornou mestre de possuidora de uma moral irrepreensível e bôa
várias gerações; de Malhada Vermelha a educação. Era ela leiga em pedagogia, mas
possuidora de um espírito rico em compreensão,
Patrocínio do Coité.
esclarecida e inteligente, sabia pela moral e pela
A escola pública, primeira existente na prática, ministrar o ensino primário adequado
época, localizada na sede do município, regida áqueles tempos, e muitos são os velhos de hoje que
pelo Prof. Marcionillo a partir de 1879, veio curar devem o que sabem a D. Olímpia Garcia da Silveira.
os anseios daqueles que tinham vontade de Coração magnânimo, espírito lúcido, critério
irrepreensível e francamente religiosa, não se
aprender. Marcionillo enfrentou problemas
limitava unicamente ao ensino do B-a-bá, e das
estruturais, como falta de estrutura física quatro operações de aritmética, ensinava a ler e
adequada, já que não havia prédio público com escrever corretamente amestrava os discípulos em
instalações específicas para funcionamento da redação de cartas, ensinava moral e religião; e os
escola; e as aulas continuaram a ser ministradas seus inúmeros discípulos tinham pela mestra
verdadeira admiração e respeito. (DÉDA.1953 p. 03)
em espaços cedidos e adaptados com mobilha
alguns materiais fornecidos pela população.
Nota-se no discurso transcrito por Déda
Já velho e no final da carreira, aposentou-
(1953), a importância da á figura do professore na
se, como após 30 anos de serviços prestados à
sociedade Paripiranguense do período. Um misto
educação dos paripiranguenses. Enquanto não
de exemplo de retidão moral, ética e capacidade
vinha o seu sucessor, ministrou seus
intelectual. No caso da mulher, a imagem da
ensinamentos a jovem Professora Emerentina
educadora se mistura à figura maternal, e
Maria de Meneses; que anos depois, dedicou
símbolo do dos valores femininos defendidos na
seus esforços à educação dos moradores do
época, marcados pela delicadeza, a pureza e o
recém-surgido povoado Maritá.
recato, bem como o maternalismo presente na
Déda (1953) relata a existência de apenas
dois mestres e de duas escolas públicas na metodologia de ensino aplicada.
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No início do ano de 1909, para maior comércio eu supria as necessidades básicas da


desenvolvimento do ensino primário e em população de grande maioria analfabeta; que de
substituição ao professor Marcionillo, chegou forma lenta, tratou de organizar estruturas
vindo de Mirandela, para a então Patrocínio do educacionais pela iniciativa de representantes da
Coité, o Professor Francisco de Paula Abreu. Com parcela mais abastada da população, ansiosa pela
o Professor Abreu, o ensino primário tomou presença de um mestre formado e apto ao
novos rumos. Português, Geografia, Aritmética, exercício do magistério, já até então contavam
História do Brasil, eram matrículas do currículo, com os esforços de leigos que ministravam aulas
além de noções de História Natural. particulares, para os filhos daqueles que podiam
O Professor Abreu como era conhecido, pagar.
conforme biografia publicada no semanário local, Durante décadas, dois mestres se
O Ideal de 1953, nasceu na cidade de Salvador, destacaram na tarefa de iniciar as crianças de
em 16 de março de 1879, na antiga Rua da Patrocínio do Coité no universo da Educação
Poeira. Filho do Sr. Inocêncio Joaquim Abreu e de Formal. Pelo menos duas gerações de Coiteenses
Úrsula Maria de Abreu; órfão de pai e mãe aos ou Paripiranguenses tiveram acesso ao
quinze anos de idade foi obrigado a trabalhar, conhecimento das letras através dos professores
começando sua vida como empregado na Fábrica Marcionillo Pedriliano de Vasconcelos e do
de Cigarros Leite e Alves. Após conclusão do Professor Francisco de Paula Abreu. Este último
Curso Preparatório para estudar Direito já com grande participação na formação de uma
lecionava particularmente, para completar a elite intelectual da cidade; colaborando nas
renda, e custear a compra de livros e os gastos discussões políticas e no desenvolvimento da
com os estudos. imprensa local.
Formou-se professor aos 22 anos, em 1901. Pela ausência de escolas de ensino
Lecionou durante um ano como professor na secundário e de cursos profissionalizantes;
cidade de Pojuca. A primeira nomeação para diversos jovens representantes dessas gerações,
exercer sua nobre função foi para o Arraial de cujas famílias possuíam situação financeira
Mirandela, onde conheceu e casou-se com D. privilegiada; tiveram que completar seus estudos
Cantionila de Carvalho Abreu, com quem teve em cidades vizinhas, ou até mesmo em outro
cinco filhos. estado; sendo que muitos deles retornaram
Chegou a Paripiranga em 30 de abril de depois de formados, e substituíram seus mestres,
1909, onde ministrou seus ensinamentos a três dando início a um novo ciclo de desenvolvimento
gerações. Homem de fina inteligência e um do processo de desenvolvimento da educação
talento excepcional. Astrônomo, botânico, formal em Paripiranga.
geógrafo, jornalista e filosofo; por várias vezes foi
convidado a ministrar seus ensinamentos na
capital. Membro da sociedade astronômica do
Brasil era um intransigente admirador da França.
Jornalista de mérito e com estilo de pura
erudição, dirigiu como redator-chefe do jornal O
Paladino, da então Patrocínio do Coité, até a sua
última publicação. Viveu em Paripiranga até o seu
falecimento em 1958,

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de estruturação da educação


em Malhada Vermelha teve início na segunda
metade do século XIX. O cenário socioeconômico
era marcado pela prática da agricultura, e um
Revista Saberes Especial SPC 2016 54

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Foto: Professor Abreu e alunos - Foto Acervo Digital do LEPH/ UniAGES.

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