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A Democracia
na América Latina
IDÉIAS E CONTRIBUIÇÕES
A Democracia
na América Latina
Rumo a democracia de cidadãs e cidadãos
Layout e diagramação
buonodesign@terra.com.br
ADMINISTRADOR
Mark Malloch Brown
ADMINISTRADOR ASSOCIADO
Zéphirin Diabré
COORDENADOR DO PROJETO
Dante Caputo
Índice
09 PRÓLOGO
Do Administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
13 PREFÁCIO
Da Diretora Regional do PNUD para a América Latina e o Caribe
17 APRESENTAÇÃO
Do Coordenador do Relatório sobre a Democracia na América Latina
20 Capítulo 1
Finalidade, Metodologia e Estrutura do Relatório
24 Capítulo 2
O Problema
28 Capítulo 3
A Base Teórica: Democracia e Cidadania
34 Capítulo 4
O Estado da Democracia
54 Capítulo 5
O Ponto de Vista das Cidadãs e dos Cidadãos
62 Capítulo 6
O Ponto de Vista dos Líderes
72 Capítulo 7
Uma Agenda Ampliada para o Desenvolvimento da Democracia
77 Anexo
Dados destacados no Relatório
7
8
Prólogo
Do Administrador do
Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Não obstante, existem alguns sinais muito animadores por trás dessa situa-
ção. O primeiro é que, apesar das crises, os países da região não optaram
por um retrocesso ao autoritarismo; tendo, ao contrário, dado amplo apoio
às instituições democráticas. Em segundo lugar, os cidadãos estão começan-
do a distinguir entre a democracia como sistema de governo e o desempe-
nho dos governantes em particular. Muitos desses cidadãos nada mais são
do que “democratas insatisfeitos”, fenômeno que é bastante conhecido em
muitas democracias estabelecidas. Isso explica, parcialmente, por que os
movimentos de oposição não tendem, hoje em dia, para soluções militares,
mas para líderes populistas que se apresentam como alheios ao poder tradi-
cional e prometem perspectivas inovadoras.
Para que a democracia não definhe e possa crescer, a América Latina pre-
cisa trabalhar incansavelmente para que as instituições democráticas, das
legislaturas às autoridades locais, sejam transparentes, prestem contas dos
seus atos e desenvolvam as aptidões e capacidades necessárias para desem-
penhar suas funções fundamentais. Isso significa que será preciso assegurar
que o poder, em todos os níveis de governo, seja estruturado e distribuído
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Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
de tal forma que dê voz e participação real aos excluídos. Além disso, ele
deve proporcionar mecanismos pelos quais os poderosos, sejam eles líderes
políticos, empresários ou outros atores, fiquem obrigados a prestar contas
de suas ações.
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
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Prefácio
Da Diretora Regional
do PNUD para a
América Latina e o Caribe
HOUVE UM MOMENTO, NÃO FAZ MUITO TEMPO, em que muitos acreditaram que
a política estava morta: o mercado impessoal e o saber tecnocrático se encar-
regariam de levar-nos ao desenvolvimento. O mercado, porém, pressupõe a
segurança jurídica dada pelas instituições. E a tecnologia não diz para quê
nem para quem, mas apenas como.
Assim, a pedido dos governos, o PNUD vem dando cada vez mais atenção
ao desafio de consolidar a democracia na América Latina e no Caribe. De
fato, a maioria dos programas nacionais de cooperação tem em vista esse
propósito, mediante a modernização do estado e de seus diferentes ramos,
a reforma política, a governança local e a adequada inserção na aldeia glo-
bal. Em nada menos que 17 países, acompanhamos diálogos que ajudam a
construir consensos entre autoridades, forças políticas, sociedade civil e ato-
res não tradicionais. Por sermos uma organização de conhecimento, vários
projetos regionais e nacionais empenharam-se ou estão empenhados em
avaliar alternativas e difundir boas práticas no que tange à governabilidade.
1. Conselho Executivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e do Fundo de População
das Nações Unidas, Primeiro Período Ordinário de Sessões de 2002.
13
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
2. Esta definição foi proposta pela primeira vez no Informe Sobre Desarrollo Humano, Bogotá, Tercer
Mundo, 1990, p. 33.
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Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
A América Latina é múltipla e uma só. Por isso, o debate político tem que
ocorrer a partir das realidades e dos sonhos próprios de cada pais, razão pela
qual previmos encontros em cada um. Uma série de eventos regionais, a rede
de atores da governabilidade que acompanha o PRODDAL e, evidente-
mente, a “e-comunicação” interativa são outros tantos cenários nos quais
queremos prosseguir com este diálogo. Bem-vindos!
Elena Martínez
Administradora Auxiliar e Diretora Regional do PNUD para a América Latina e o Caribe.
15
16
Apresentação do Relatório
Do Coordenador do
Relatório
Nossa ambição é que ele venha a ser uma ferramenta para o debate das
sociedades, que chegue a elas e que lhes ajude a compreender melhor suas
democracias e suas necessidades de aprimoramento.
17
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Para esse fim, o relatório contém uma análise crítica da situação de nossas
democracias, feita a partir da própria democracia. Isso nos levou necessaria-
mente a destacar déficits e carências.
Não existe aqui nada parecido com uma reinvidicação sentimental dos políti-
cos, mas simplesmente a advertência de que a democracia não é uma cons-
trução idílica. Ela requer mulheres e homens dispostos a lutar neste turbulen-
to território em que se desenvolvem os interesses e as paixões, as lutas reais,
que são as lutas do poder.
18
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
Dante Caputo
Coordenador do Relatório
19
1
Capítulo "O relatório é um
subsídio prévio para
um processo mais amplo
de análise e diálogo social.
Seu propósito é o
de avaliar a democracia,
não apenas em sua dimensão
eleitoral mas também,
de forma mais
abrangente, como um
sistema de governo
de cidadãos e cidadãs."
Finalidade, Metodologia e
Estrutura do Relatório
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
22
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
23
2
Capítulo
Nunca antes se
registrou número tão
grande de países
com regimes
democráticos,
e nunca antes foram
tão duráveis as
democracias
latino-americanas.
Mas, o conquistado
não está assegurado.
O Problema
Por volta de 1978, abriu-se na região uma época sem precedentes. Pouco
a pouco, os regimes autoritários deram lugar a regimes democráticos. Nun-
ca antes se registrou número tão grande de países com regimes demo-
cráticos, e nunca antes foram tão duráveis as democracias latino-ameri-
canas.
25
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
26
27
3
Capítulo
É necessário utilizar
os direitos políticos
como alavancas para
promover o
desenvolvimento da
cidadania integral.
A expansão da
cidadania é um
impulso universal
de toda
democracia,
assim como é uma
tarefa de cada
país em particular.
A Base Teórica:
Democracia e Cidadania
DEMOCRACIA E CIDADANIA
Cidadania Integral
1. O marco teórico do relatório se inspira no conceito amplo de democracia, desenvolvido por Guillermo
O'Donnell e submetido a um rigoroso processo de revisão por um grupo de acadêmicos internacionais.
29
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
A OEA, por sua vez, adotou mecanismos para fortalecer a democracia e rea-
gir diante de situações que possam interrompê-la, e aprovou em 2001 a
Carta Democrática Interamericana. Juntamente com o Grupo do Rio, as
Cúpulas Ibero-americanas e outros fóruns regionais, esses mecanismos vêm
auspiciando uma agenda que destaca a importância da política e de uma
A Carta se apóia no princípio de que aqueles que procurarem romper a ordem constitucional
enfrentarão uma comunidade de países das Américas unidos na proteção às instituições
democráticas.
No capítulo da Carta sobre desenvolvimento integral e luta contra a pobreza, os seis artigos desta-
cam o estreito vínculo existente entre democracia e desenvolvimento econômico. Ali são também
destacados os temas de analfabetismo, criação de emprego produtivo, observância dos direitos
econômicos, sociais e culturais, a preservação e o manejo adequado do meio ambiente e o conceito
de educação ao alcance de todos. Estão também incluídas a eliminação de todas as formas de dis-
criminação e de intolerância, a promoção e proteção dos direitos humanos dos povos indígenas e
dos povos migrantes e o respeito à diversidade étnica, cultural e religiosa nas Américas. A Carta
condensa o que expressou a Cúpula de Presidentes das Américas de Quebec, sobre a subordinação
constitucional de todas as instituições do Estado à autoridade civil legitimamente constituída e o
respeito ao estado de direito de todas as entidades e setores da sociedade. Particularmente na
América Latina, há grande urgência de se recuperar a idéia de um Estado forte, eficaz e presti-
gioso: um Estado com capacidade de vigilância, regulação e controle. Há necessidade de um
Estado democrático, respeitoso e garantidor dos direitos de todos.
30
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
Amartya Sen,
2. Informe sobre Desarrollo Humano, Bogotá, Tercer Mundo, 1998. Desarrollo y libertad, 2000
31
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
A cidadania política inclui o direito de participar no exercício do poder político como membro de um
corpo investido de autoridade política ou como eleitor de seus membros. As instituições correspon-
dentes são o parlamento e os conselhos de governo local.
A cidadania civil compõe-se dos direitos à liberdade individual: liberdade da pessoa,de expressão,de
pensamento e de religião; direito à propriedade e a estabelecer contratos válidos; e direito à justiça.
Este último tem caráter diferente dos demais, por se tratar do direito de defender e fazer valer o con-
junto dos direitos de uma pessoa em igualdade com os demais, mediante os devidos procedimentos
legais. Isso nos ensina que as instituições diretamente relacionadas com os direitos civis são os tri-
bunais de justiça. Finalmente, a cidadania social abrange todo o espectro, desde o direito à segurança
e a um mínimo de bem-estar econômico até o de ter plena participação na herança social e de viver
a vida de um ente civilizado, conforme os padrões predominantes na sociedade. As instituições dire-
tamente relacionadas são, neste caso, o sistema educacional e os serviços sociais.
4. Isto se baseia principalmente nos documentos preparados por Guillermo O’Donnell para o Relatório:
“Nota sobre el estado de la democracia en América Latina” e “Acerca del estado en América Latina
Contemporánea: diez tesis para su discusión”.
32
33
4
Capítulo
Apesar da pobreza,
da desigualdade,
da violência
e das crises
institucionais, as
sociedades
latino-americanas
têm acalentado
e resgatado
suas democracias.
O Estado
da Democracia
A. A CIDADANIA POLÍTICA
0.9
0.8
0.7
Índice de Democracia Eleitoral
0.6
0.5
Mercosul e Chile
0.3
México
0.1
1977 1985 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
35
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
O Índice de Democracia Eleitoral (IDE) é uma nova medida do regime eleitoral democrático
produzida para este Relatório. Este tipo de medição teve uma evolução prolongada no
mundo acadêmico. Um passo importante na discussão desta metodologia foi dado na publi-
cação do PNUD “Relatório de Desenvolvimento Humano 2002, Aprofundar a democracia
em um mundo fragmentado”. A construção do índice baseia-se nos últimos avanços na
matéria, explicados na nota técnica do Compêndio Estatístico. O IDE apresenta uma agre-
gação de quatro componentes considerados essenciais num regime democrático, conforme
se observa na seguinte árvore conceitual.
36
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
O quarto componente gira em torno das eleições como meio de acesso aos
cargos públicos. São aqui suscitadas duas questões básicas. A primeira é se
os cargos públicos principais (chefes do executivo e parlamentares) são ocu-
pados ou não pelos ganhadores das eleições. A outra pergunta é se aque-
les que tomam posse em tais cargos neles permanecem durante os prazos
estipulados pela lei ou, caso sejam substituídos, se isso é feito de acordo
com as normas constitucionais. Nesta matéria, a situação atual da América
Latina é muito positiva. A transmissão da presidência passou a ser uma
prática normal. Isso contrasta com a situação durante o período 1950-1980
e é um dos mais claros sinais dos grandes avanços democráticos na região.
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Referências extra-regionais
Notas:
(*) Quando o número de eleitores registrados é superior a 100%, isso indica que o número de pessoas nas listas
eleitorais é maior que o de pessoas com direito de voto. Esta situação geralmente ocorre quando as listas eleitorais
não são adequadamente depuradas.
(**) Os dados da região representam a média de todos os países.
Fontes: Baeza 1998, EPIC 2002; Gratschew 2001 e 2002; International IDEA 2002b, León-Rosch 1998, Reyes 1998, várias Constituições
nacionais, e cálculos baseados em dados contidos no CD-ROM em Payne et al. 2002, e dados sobre as eleições de 2001 e 2002 obtidos de
fontes oficiais.
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Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
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Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
41
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
42
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
Colômbia 0,00 Muito baixo 0,59 Muito alto 0,29 Muito baixo
Costa Rica 0,50 Médio alto 0,23 Médio baixo 0,36 Médio baixo
El Salvador 0,50 Médio alto 0,33 Médio baixo 0,42 Médio alto
Equador 0,50 Médio alto 0,59 Muito alto 0,55 Muito alto
Guatemala 0,25 Médio baixo 0,29 Médio baixo 0,27 Muito baixo
Honduras 0,50 Médio alto 0,25 Médio baixo 0,38 Médio baixo
México 0,50 Médio alto 0,24 Médio baixo 0,37 Médio alto
Nicarágua 0,50 Médio alto 0,19 Muito baixo 0,34 Médio baixo
Panamá 0,50 Médio alto 0,43 Médio alto 0,46 Médio alto
Paraguai 0,50 Médio alto 0,19 Muito baixo 0,34 Médio baixo
Peru 0,13 Muito baixo 0,50 Médio alto 0,31 Médio baixo
Rep. Dominicana 0,50 Médio alto 0,37 Médio baixo 0,44 Médio alto
Referência extra-regional
Estados Unidos 0,48 Médio alto 0,15 Muito baixo 0,31 Médio baixo
Notas:
(1) Esta medida é a média entre os valores atribuídos segundo a capacidade de censura legislativa sobre o gover-
no e a capacidade de dissolução do Congresso por parte do Poder Executivo. As escalas foram padronizadas entre
0 e 1 para possibilitar sua comparação. (2) Média ponderada dos poderes legislativos do presidente. (3) O índice
geral dos poderes presidenciais formais é a média dos poderes presidenciais não legislativos e legislativos. (*) O nível
destes poderes é considerado por uma perspectiva regional comparada. Um nível “muito alto” em qualquer das
dimensões dos poderes indica implicitamente que tal país está acima do desvio padrão da média regional. “Médio
alto” significa que a sua classificação cai entre a média regional e o desvio padrão positivo. O mesmo método é
utilizado para qualificar os níveis “médio baixo” e “muito baixo”.
Fontes: Shugart e Carey 1992; Mainering e Shugart 1997; Carey e Shugart 1998; Samuels 2000; Altman 2000 e 2002; Payne et al.2002; e
Universidade de Georgetown e OEA 2002.
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
B. A CIDADANIA CIVIL
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Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
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Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
C. A CIDADANIA SOCIAL
Saúde
Embora seja alta, a taxa de mortalidade infantil (33,34 mortes por 1.000
nascimentos durante o qüinqüênio 1995-2000) é muito menor do que há
poucos anos (55,91 no qüinqüênio 1980-1985). A esperança de vida ao
nascer subiu 5 anos, de 64,7 para 69,7 anos entre aqueles dois períodos. A
desnutrição infantil crônica, medida pela baixa estatura em relação à idade,
embora tenha diminuído em 4 pontos na década de 1990, continua sendo
elevada, porque afeta 189 de cada 1.000 crianças.
Educação
A cobertura do sistema educacional vem melhorando, tendo chegado a
uma taxa de escolaridade primária de 92%, secundária de 55% e terciária
de 27%. O analfabetismo adulto, que era de 21,5% em 1980, caiu para
12,7%. Mas a média de escolaridade na região é de 5,2 anos, muito abaixo
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Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Emprego
Em 2002, a taxa de desemprego urbano aberto foi de 10,8%. O emprego
informal subia a 46,5% da força trabalhadora.
Pobreza
Em 2002, viviam na pobreza 218 milhões de latino-americanos, ou seja,
42,9%, e destes, 89,3 milhões (17,6%) eram indigentes.
Desigualdade
O coeficiente de Gini, que mede o grau de desigualdade na distribuição da
renda (sendo 0 a igualdade absoluta e 1 a desigualdade total), era 0,552, o
que define a América Latina como a região mais desigual do mundo. Os
10% mais ricos da população recebem uma renda 30 vezes maior que a dos
10% mais pobres.
90
20%
80
70
54,24%
População/Renda
60
50 60%
40
30
20
40,81%
10 20%
0 4,72%
População % da Renda Nacional Total recebida por cada setor da população
Nota: os dados são ponderados pela população e elaborados com base nas últimas cifras disponíveis de distribuição
da renda das famílias urbanas, por quintis e decis como percentagens da renda nacional total. A população da
Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, República
Dominicana, Uruguai e Venezuela corresponde ao ano 2000. Para o Brasil, El Salvador, Nicarágua e Paraguai foram
utilizados dados de 2001. Finalmente, os dados do Chile correspondem ao ano 2000, ao passo que os do Peru, a
1999.
O somatório da coluna da distribuição da renda não atinge 100% devido ao fato de que a soma da distribuição
da renda dividida por quintis e decis para alguns países também não alcança 100%.
48
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
AMÉRICA LATINA:
DEMOCRACIA, POBREZA E DESIGUALDADE
49
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
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Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
Uma cidadania efetiva não consiste unicamente em votar sem coação; é também
uma forma de relação entre os cidadãos e o Estado e dos cidadãos entre si.
Fonte: O’Donnell
51
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
REFORMAS E REALIDADES
Índice de Índice de Crescimento % de % de Coeficiente Desemprego
Reforma Democracia do PIB real per Pobreza Indigência de Gini Urbano
Econômica (1) Eleitoral (1) capita (2) (2) (2) (1)
anualizado (3)
Brasil
1981 - 90 0,52 0,70 1,7% 48,0 23,4 0,603 5,2
1991 - 97 0,75 1,00 0,4% 40,6 17,1 0,638 5,3
1998 - 03 0,79 1,00 1,1% 37,5 13,1 0,640 7,1
México
1981 - 90 0,61 0,31 1,7% 47,8 18,8 0,521 4,2
1991 - 97 0,78 0,70 0,4% 48,6 19,1 0,539 4,0
1998 - 03 0,81 1,00 2,1% 43,1 16,7 0,542 2,6
Sub-região América Central (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Rep. Dominicana)
1981 - 90 0,55 0,59 4,1% 55,3 31,1 0,551 9,1
1991 - 97 0,80 0,89 -3,5% 52,0 27,9 0,526 9,1
1998 - 03 0,85 0,97 2,8% 54,0 28,9 0,554 8,8
América Latina
1981 - 90 0,58 0,64 0,7% 46,0 20,4 0,551 8,4
1991 - 97 0,79 0,87 0,6% 42,8 18,3 0,574 8,8
1998 - 03 0,83 0,92 1,2% 42,8 17,7 0,577 10,4
(1) Média simples (2) ponderada pela população (3) de período a período.
O Índice de Reforma Econômica é constituído de cinco componentes: políticas de comércio internacional, políticas tributárias, políti-
cas financeiras, privatizações e contas de capital. O "Índice de Democracia Eleitoral" vai de 0 (igual a falta de democracia eleitoral)
a 1 (indica que os requisitos de democracia eleitoral são cumpridos). A taxa de crescimento do PIB real per capita anualizado foi cal-
culada da seguinte maneira: a) somaram-se os PIB reais (base: dólares de 1995) para os anos do período analisado, e dividiu-se o
resultado pelo número de anos no período; b) dividiu-se o resultado pela população média do período; c) dividiu-se o PIB per capi-
ta desse período pelo do período anterior, extraindo-se depois a raiz geométrica segundo o número de anos no período analisado.
Disso resulta a taxa anualizada de crescimento.
Notas do Quadro atualizado em maio de 2004, para a segunda edição.
Em todos os casos, as colunas sobre Pobreza e Indigência abarcam a porcentagem maior do território oferecida na base de dados
CEPAL. Nesse sentido, e para certos países, foram utilizadas séries com cobertura espacial diferente, com o critério de utilizar o da-
do mais abrangente. Isto implica que os dados de Pobreza e Indigência podem estar subestimados e, no caso desses países, os saltos
da série podem não refletir necessariamente os saltos nos níveis de Pobreza e Indigência. A atualização deste quadro foi feita com
base nos novos dados fornecidos pela CEPAL e nos novos dados populacionais do CELADE. A partir dos censos mais recentes, o
CELADE reestimou os dados populacionais da década de 90. Por conseguinte, isso se refletiu em todos os dados ponderados por
população e nos dados per capita. Este exercício acrescentou vários milhões de pessoas aos dados oficiais anteriores.
Fontes: Os dados sobre o Índice de Reforma Econômica são de Morley, Machado e Pettinato, CEPAL 1999; Lora 2001, e comunicação com Manuel Marfán, diretor
da Divisão de Desenvolvimento Econômico da CEPAL, 4 de fevereiro de 2003. A metodologia e os dados do Índice de Democracia Eleitoral são apresentados no
Compêndio Estatístico. Os outros dados são de várias publicações da CEPAL, com exceção dos dados sobre o coeficiente de Gini antes de 1990, cuja fonte é Deininger
e Squire 1998.
52
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
5
Capítulo Uma proporção
substancial de
latino-americanos dá
mais valor ao
desenvolvimento
econômico do que
à democracia
e estaria disposta a
deixar de lado a
democracia
caso um governo
não democrático
pudesse resolver
seus problemas
econômicos
O ponto de vista das
cidadãs e dos cidadãos
O apoio dado à democracia pelas cidadãs e pelos cidadãos é um compo-
nente chave da sua sustentabilidade. A experiência histórica mostra-nos que
as democracias foram derrubadas por forças políticas que contavam com o
apoio ou, pelo menos, a passividade de uma parcela significativa, por vezes
majoritária, da cidadania. As democracias tornam-se vulneráveis quando,
entre outros fatores, as forças políticas autoritárias encontram nas atitudes
da cidadania terreno fértil para agir. Daí a importância de conhecer e ana-
lisar os níveis de apoio com que conta a democracia na América Latina.
55
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Uma análise inicial para as percepções da cidadania, com base nas pesquisas
feitas pelo Latinobarómetro, indica que, até 1996, a democracia era preferi-
da, com relação a qualquer outro regime, por 61% dos cidadãos da região;
em 2002, a cifra era de 57%. Essa preferência pela democracia não implica
necessariamente firme apoio.
Para avançar na compreensão desta situação, o Relatório fez uma análise das
respostas a 11 perguntas que refletem não somente a preferência pela de-
mocracia como também atitudes frente ao modo de exercer o poder numa
democracia, as suas instituições básicas e diversos temas sociais.
O resultado mostra que muitos dos que dizem preferir a democracia em fa-
ce de outros regimes têm atitudes pouco democráticas com relação a diver-
sas questões sociais. Em 2002, quase a metade (48,1%) da população en-
trevistada em 18 países da América Latina manifestou preferência pelo
desenvolvimento econômico frente à democracia, enquanto uma proporção
semelhante (44,9%) indicou a disposição de apoiar um governo autoritário
se este resolvesse os problemas econômicos de seu país. Essas respostas são
um chamado de atenção.
56
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
46,6%
43,6% 43,0%
37,3%
33,8% 34,3% 34,5%
30,5%
26,5%
21,9%
19,7%
28,3%
57
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Notas:
(1) Inclui a República Dominicana.
(2) Com base no índice econômico elaborado a partir da posse de artefatos e do nível de instrução do chefe de família. Este índice
pode variar entre 0 e 10. Quando o nível fica situado entre 0 e 3,33, considera-se baixo o nível econômico; se fica entre 3,34 e 6,66,
considera-se médio o nível econômico; e se fica entre 6,67 e 10, o nível econômico é considerado alto..
(3) De acordo com o número de anos de socialização em que viveu uma pessoa, determina-se se ela foi socializada em democra-
cia, num período de transição ou num regime autoritário. Considera-se como 11 anos (ente os 7 e os 17 anos de idade) o número
de anos de socialização de uma pessoa.
(4) Indica-se com (*) quando a média de associação utilizada ou a análise de variância (ANOVA, por sua sigla em inglês) se mostra
significativa aos 5%. Indica-se com (**) quando o resultado é significativo a 1%. Quando não é pertinente o cálculo de uma medi-
da de associação, ou ANOVA, isto é indicada com dois pontos seguidos (..). Sobre as provas realizadas em cada caso, consultar o
Compêndio Estatístico do Relatório.
58
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
59
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Contudo, os níveis mais baixos de apoio estão associados com níveis de ins-
trução mais baixos, menores perspectivas de mobilidade social e desconfiança
nas instituições democráticas e nos políticos. Por sua vez, os cidadãos que
mais participam tendem a ser mais instruídos e de nível econômico mais alto.
43,5% Participativos
Não participativos
30,3%
24,6 Distância
Distância 26,2%
global = 7,63
global = 8,11
18,4
16,6
ORIENTAÇÃO POLÍTICA
Fonte: Elaboração própria com base no Latinobarómetro 2002.
60
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
América Central e
México (1) % de pessoas n= 7.387 7,30 20,20 35,20 6,90 5,00 25,40 .. ..
Região Andina % de pessoas n= 5.178 7.90 23,10 34,30 8,00 4,30 22,60 .. ..
Mercosul e Chile % de pessoas n= 5.330 6,60 23,80 29,20 11,10 5,20 24,00 .. ..
América Latina % de pessoas n= 17.895 7,30 22,10 33,20 8,50 4,80 24,20 .. ..
ns
Idade % 16 a 29 anos 33,10 51,00 28,30 34,90 31,70 49,70 26,80 **
% 30 a 64 anos 57,80 38,40 59,80 57,30 58,40 44,60 65,10
% 65 a 99 anos 9,00 10,60 11,90 7,80 9,80 5,80 8,10
Média de idade 39,68 35,78 42,06 38,72 40,58 33,96 40,83 ** *
Nível de instrução % sem instrução 9,20 14,10 11,70 9,30 6,90 9,20 6,30 ** **
% 1 a 6 anos 35,40 38,50 37,40 37,60 33,20 30,60 31,20
% 7 a 12 anos 39,50 39,80 38,40 39,90 43,20 43,70 37,70
% superior completa
ou incompleta 15,90 7,60 12,60 13,20 16,60 16,50 24,80
Média de anos
de estudo 8,79 7,64 8,23 8,58 9,18 8,97 9,77 ** **
Nível % baixo 45,40 52,80 51,30 47,60 42,90 44,10 35,80 ** **
socioeconômico (3) % médio 46,50 43,20 42,70 45,70 49,30 45,80 51,30
% alto 8,10 4,00 6,00 6,70 7,80 10,20 12,90
Média do índice
de nível econômico 3,85 3,45 3,60 3,73 3,95 4,02 4,29 ** **
Agenda não tratada % que mencionou
(4) tema não tratado 18,40 31,40 27,70 14,50 21,70 11,20 13,80 ** **
% que não mencionou
tema não tratado 81,60 68,60 72,80 85,50 78,30 88,80 86,20
* Cidadão inativo: não tem participação política ou a que exerce, além de esporádica, requer menor esforço para votar. Pode colaborar em atividades sociais.
* Cidadão ativo: entra em contato com autoridades e participa em manifestações públicas, sem, contudo, exercer atividades em todos os âmbitos de participação cidadã.
61
6
Capítulo
Perfil dos atores
consultados:
Políticos, 51%;
empresários, 11%;
intelectuais, 14%;
sindicalistas, 7%;
jornalistas, 6%;
líderes da sociedade
civil, 7%;
religiosos, 2,5%;
e militares, 1,5%
O ponto de vista
dos líderes
Reforma política 45
Aumentar a participação 13
Combater a desigualdade 32
Políticas sociais 8
Políticas econômicas 10
Combater a corrupção 9
Outros 17
63
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Finalmente, alguns dos líderes consultados indicam que existe uma relação
de concorrência entre partidos políticos e certas organizações da sociedade
civil. Para muitos deles, um aumento dessas formas de participação, quan-
do ocorre simultaneamente com uma crise ou uma retração dos partidos,
faz crescerem as exigências de índole particularista que dificultam a formu-
lação de políticas de governo em escala nacional e podem mesmo pôr em
risco a governabilidade.
64
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
“O suporte à democracia ... passa necessária e indispensavelmente pela sociedade civil, sobretu-
do pelas possibilidades de tornar visíveis os invisíveis. Isto simplesmente porque não podem exis-
tir direitos de cidadania que não sejam para todos. Direitos para alguns, por mais numerosos que
estes sejam,não são direitos,são privilégios.Cidadania é expressão de uma relação social que tem
a todos, sem exceção, como pressuposto.
Entre 30% e 60% da população de nossos países sofrem alguma forma de exclusão social,
negadora da sua cidadania. Quando não logram organizar-se e lutar para novamente se
incluírem politicamente e ter uma perspectiva de mudança na situação geradora de desigual-
dade, pobreza e exclusão social, eles constituem o enorme contingente de invisíveis de nossas
sociedades.As sociedades civis perdem, perde a democracia. Mas se, por alguma razão, os grupos
de invisíveis se organizam, a sociedade civil sai ganhando e ganha a democracia, porque a pre-
sença deles como atores concretos é a condição indispensável da sua inclusão sustentada na
cidadania. (...)
(...) Os invisíveis nas sociedades latino-americanas ... [são] aqueles que não fazem parte das
sociedades civis, simplesmente porque não têm identidade, projeto, organização social e forma de
luta para se afirmar, defender-se, para conquistar direitos e reconhecimento público. São os politi-
camente destituídos de todo poder real. A bem da verdade, é necessário reconhecer o avanço da
cidadania formal, aquela com direito ao voto, particularmente no período de recente democrati-
zação.”
65
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
66
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
67
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Nota: O total não soma 100% por terem sido permitidas respostas múltiplas.
Fonte: Ronda de consultas com líderes da América Latina, 2002
68
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
69
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
70
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
Agenda econômica
Agenda social
Desemprego 26 (16,6%)
Agenda política
A corrupção 10 (6,4%)
71
7
Capítulo
O Relatório
é um chamado
à ação.
Poder democrático é
a capacidade
de atuar de forma
efetiva frente
aos problemas de
expansão da
cidadania.
Fundamentalmente,
é, na “estatalidad”
que se constrói o
poder democrático
Uma agenda ampliada para o
desenvolvimento da democracia
O RELATÓRIO CHEGA À CONCLUSÃO de que a efetivação do desenvolvimento
democrático está intimamente vinculada à busca de maior igualdade social,
à luta eficaz contra a pobreza e à expansão dos direitos dos cidadãos. Assim,
é essencial revisar as políticas e ações até agora postas em prática, aprender
das experiências históricas recentes, perceber as realidades sociais emer-
gentes e explorar novos caminhos. Isso possibilitará a abertura do horizonte
a fórmulas para recriar o debate sobre a política e seu lugar na América
Latina, levando em conta a grande diversidade de realidades e a homogenei-
dade de problemas na região.
73
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
AGENDA DA CIDADANIA
Principais problemas. Média, América Latina, 2002
Corrupção 11,34
Outros 1,53
% população
Fonte: PRODDAL, Latinobarómetro 2002
74
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
75
76
Anexos
Dados Destacados
no Relatório
77
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
2. O estado da democracia
A CIDADANIA POLÍTICA
78
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
Latinobarómetro 2002).
A CIDADANIA CIVIL
A CIDADANIA SOCIAL
79
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
80
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
4. O modelo econômico
81
Equipe do Projeto
DIRETOR DO PROJETO
Dante Caputo
82
INSTITUIÇÕES QUE COLABORARAM NA ELA- Rossi, Maria Osmarina Marina Silva Vaz de
BORAÇÃO E DISCUSSÃO DO RELATÓRIO Lima, Pedro Simon, Luiz E. Soares, Luiz Suplicy
Comisión Económica para a América Latina e o Hafers, Vicentinho, Arthur Virgílio e Sérgio
Caribe (CEPAL), Banco Interamericano de De- Werlang.
senvolvimento (BID), Organização dos Estados
Americanos (OEA), Clube de Madri, Círculo de Chile: Andrés Allamand, Patricio Aylwin, Benito
Montevidéu; Corporación Latinobarómetro, Baranda, Edgardo Boeninger, Eduardo Frei, Juan
Fundação Chile XXI, Universidade de Bolonia, Pablo Illanes, Jorge Inzunza, Ricardo Lagos, Nor-
Centro de Estudios Sociales e Ambientales, Ins- bert Lechner, Arturo Martínez, Jovino Novoa, Ri-
tituto para la Democracia y Asistencia Electoral cardo Nuñez, Carlos Ominami, e Carolina Tohá.
(IDEA) e Asociación Civil Transparencia (Peru).
Colômbia: Ana Teresa Bernal, Belisario Betan-
AUTORES DE ARTIGOS SOBRE cur, Héctor Fajardo, Guillermo Fernández de So-
TEMAS DA AGENDA to, Luis Jorge Garay, Hernando Gómez Buendía,
Manuel Alcántara, Raúl Alconada Sempé, Wil- Julio Roberto Gómez, Carlos Holguín, Fernando
lem Assies, Natalio Botana, Fernando Calderón, Londoño, Antonio Navarro, Sabas Pretelt de la
Dante Caputo, Fernando Henrique Cardoso, Vega, Jorge Rojas, Ernesto Samper, Francisco
Jean-Paul Fitoussi, Eduardo Gamarra, Marco Santos, Horacio Serpa, Álvaro Valencia Tovar e
Aurélio García, Manuel Antonio Garretón, César Luis Carlos Villegas.
Gaviria, Julio Godio, Felipe González, Rosario
Green, Cândido Grzybowski, Osvaldo Hurtado, Costa Rica: Oscar Arias, Leonardo Garnier,
Enrique Iglesias, José Antonio Ocampo, Celi Eduardo Lizano, Elizabeth Odio Benito, Ottón
Pinto, Lourdes Sola, Augusto Ramírez Ocampo, Solis, Albino Vargas e Samuel Yankelewitz.
Rubens Ricupero, Joseph Stiglitz, Cardenal Julio
Terrazas e Francisco Thoumi. Equador: Rodrigo Borja, Marena Briones, Joa-
quín Cevallos, José Eguiguren, Ramiro González,
PARTICIPANTES NA RONDA DE CONSULTAS Susana González, Lucio Gutiérrez, Osvaldo
Argentina: Raúl Alfonsín, Jaime Campos, Elisa Hurtado, Miguel Lluco, Alfredo Negrete, Jaime
Carrió, Jorge Casaretto, Víctor De Genaro, Fer- Nebot, Benjamín Ortiz, Alfredo Palacio, Rodrigo
nando De la Rúa, Juan Manuel de la Sota, Jorge Paz, Gustavo Pinto, Mesías Tatamuez Moreno,
Elías, Rosendo Fraga, Aníbal Ibarra, Ricardo Luis Verdesoto e Jorge Vivanco.
López Murphy, Juan Carlos Maqueda, Joaquín
Morales Solá, Hugo Moyano, Adolfo Rodríguez El Salvador: Armando Calderón Sol, Gregorio
Saá, Rodolfo Terragno, Horacio Verbitsky e Os- Rosa Chávez, Humberto Corado, David Escobar
car Vignart. Galindo, Mauricio Funes, Salvador Samayoa,
Héctor Silva e Eduardo Zablah Touché.
Bolívia: Esther Balboa, Carlos Calvo, Carlos Me-
sa, Gustavo Fernández Saavedra, Martha García, Guatemala: Marco Vinicio Cerezo, Marco Au-
Fernando Mayorga, Jaime Paz Zamora, Jorge gusto García, Gustavo Porras, Alfonso Portillo,
Quiroga Ramírez, Edgar Ramírez, e Gonzalo Rosalina Tuyuc e Raquel Zelaya.
Sánchez de Losada.
Honduras: Isaías Barahona, Rafael Leonardo
Brasil: Frei Betto, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Callejas, Miguel Facusse, Carlos Flores Facusse,
José Márcio Camargo, Fernando Henrique Car- Ricardo Maduro e Leticia Salomón.
doso, Suely Carneiro, Marcos Coimbra, Fábio K.
Comparato, Paulo Cunha, Joaquim Falcão, José México: Sergio Aguayo, Luis H. Álvarez, Manuel
Eduardo Faria, Ruben César Fernandes, Argelina Arango, Raúl Benitez, Gilberto Borja Navarrete,
Figueiredo, Luiz Gonzaga Belluzo, Oded Grajew, Luis Felipe Bravo Mena, Felipe Calderón
Cândido Grzybowski, Helio Jaguaribe, Miriam Hinojosa, Cuauhtémoc Cárdenas, Jorge G.
Leitão, Ives Martins, Filmar Mauro, Henrique Castañeda, Eugenio Clariond, Rolando Cordera,
Meirelles, Antônio Delfim Netto, Jarbas Passari- Santiago Creel, Carlos Elizondo, Vicente Fox,
nho, João C. Pena, Celso Pinto, Márcio Juan Ramón de la Fuente, Amalia García,
Pochmann, João Paulo dos Reis Velloso, Clóvis Francisco Hernández, Felipe de Jesús Cantú,
83
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Santiago Levy, Carmen Lira, Soledad Loaeza, Rodrigo Borja, ex presidente do Equador; Kim
Andrés Manuel López Obrador, Roberto Ma- Campbell, ex-primeiro-ministro do Canadá e
drazo, Lorenzo Meyer, Arturo Montiel, Arturo presidente do Clube de Madri; Aníbal Cavaco
Núñez, José Francisco Paoli Bolio, Mariano Silva, ex-primeiro-ministro de Portugal; Fernan-
Palacios Alcocer, Beatriz Paredes, José Luis do Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil;
Reina, Jesús Reyes Heroles, Rosario Robles, Juan Eduardo Frei, ex-presidente do Chile; Felipe
Sánchez Navarro, Sergio Sarmiento. Bernardo González, ex-presidente do Governo Espanhol;
Sepúlveda, Luis Téllez, César Verduga, José Antonio Guterres, ex-primeiro-ministro de Por-
Woldenberg y Ernesto Zedillo. tugal; Osvaldo Hurtado, ex-presidente do Equa-
dor; Valentín Paniagua, ex-presidente do Peru;
Nicarágua: Carlos Fernando Chamorro, Violeta Jorge Quiroga Ramírez, ex-presidente da Bolí-
Granera, Wilfredo Navarro Moreira, René Núñez via; Carlos Roberto Reina, ex-presidente de
Tellez, Sergio Ramírez Mercado e José Rizo Honduras; Miguel Ángel Rodríguez, ex-presi-
Castellón. dente da Costa Rica; Ernesto Zedillo, ex-presi-
dente do México; Julio María Sanguinetti, ex-
Panamá: Miguel Candanedo, Norma Cano, Gui- presidente do Uruguai e presidente da Funda-
llermo Endara, Angélica Maytin, Martín Torrijos ción Círculo de Montevidéu; César Gaviria,ex-
e Alberto Vallarino. presidente da Colômbia e secretário-geral da
OEA; Enrique Iglesias, presidente do BID; José
Paraguai: Martín Almada, Nelson Argaña, Ni- Antonio Ocampo, ex-secretário-general da
canor Duarte Frutos, Pedro Fadul, Ricardo Fran- CEPAL, atuando como subsecretário-geral da
co, Cristina Muñoz, Enrique Riera, Milda Riva- ONU para Assuntos Econômicos e Sociais;
rola, Humberto Rubin, Miguel Abdón Saguier e Fernando Valenzuela, diretor geral adjunto de
Aldo Zucolillo. Relações Exteriores da União Européia; Guiller-
mo de la Dehesa, ex-secretário de Estado da
Perú: Julio Cotler, Jorge Del Castillo, Carlos Fer- Economia da Espanha; Miguel Ángel Fernández-
rero Costa, Lourdes Flores Nano, Gastón Garatea Ordoñez, ex secretário de Estado da Economía
Vori, Diego García-Sayán, Juan José Larrañeta, da Espanha; Ernesto Garzón Valdés, presidente
Roberto Nesta, Valentín Paniagua, Rafael do Club de Tampere; Antonio Álvarez-Couceiro,
Roncagliolo, Javier Silva Ruete, Luis Solari de la secretario-geral do Clube de Madri; Fernando
Fuente, Alejandro Toledo e Alan Wagner. Carrillo-Flórez, conselheiro principal, Escritório
do BID na Europa; Lucinio Muñoz, adjunto do
República Dominicana: Manuel Esquea Guerre- secretário-geral do Clube de Madri; e Jacques Le
ro, Leonel Fernández Reyna, Antonio Isa Conde, Pottier, reitor da Faculdade de Ciências Econô-
Carlos Guillermo León, Hipólito Mejía e Jacinto micas de la Universidad de Toulouse Le Mirail.
Peynado.
84
Rumo à democracia de cidadãs e cidadãos
María Hermínia Tavares de Almeida e José Gonzalo Perez del Castillo, Elías Santana,
Woldenberg. Edelberto Torres Rivas, Franciso Thoumi e Luis
Verdesoto.
Na análise do estado atual e das perspectivas da
democracia na América Latina participaram: Na discussão sobre democracia e multiculturalis-
Héctor Aguilar Camín, Raúl Alconada Sempé, mo nos acompanharam: Álvaro Artiga, Willem
Soledad Alvear, Julio Angel, Sergio Bitar, Dante Assies, Santiago Bastos, Antonio Cañas, Julieta
Caputo, Jorge Castañeda, Marcelo Contreras, Castellanos, Isis Duarte, Galo Guardián, Fran-
Nicolás Eyzaguirre, Álvaro Díaz, Marco Aurélio cesca Jessup, Carlos Benjamín Lara, Carlos
Garcia, Manuel Antonio Garretón, Gabriel Mendoza, Arodys Robles Soto, Ignacio Ro-
Gaspar, Rodolfo Gil, Alonso González, Eduardo dríguez, Gonzalo Rojas, Manuel Rojas, Letícia
Graeff, Katty Grez, Jorge Heine, José Miguel Salomón, Jorge Vargas, Edelberto Torres Rivas e
Insulza, Ricardo Lagos, Ester Levinsky, Thierry Agatha Williams.
Lemaresquier, Edgardo Lepe, Rodolfo Mariani,
Elena Martínez, Guttemberg Martínez, Gonzalo Na análise sobre democracia e economia partici-
Martner, Jorge Levi Matosso, Heraldo Muñoz, param: Raúl Alconada Sempé, Alberto Alesina,
José Antonio Ocampo, Carlos Ominami, Carlos Amat e León, José Luis Barros, María Elisa
Verónica Oyarzún, Augusto Ramírez Ocampo, Bernal, Tim Besley, Dante Caputo, Alberto
Juan Ramírez, Jorge Reyes, Camila Sanhueza, Couriel, Ricardo French-Davis, Enrique Ganuza,
Julio María Sanguinetti, Joseph Stiglitz, Federico Innocenzo Gasparini, Rebeca Grynspan, Eugenio
Storani, Juan Gabriel Valdéz e Isabel Vásquez. Lahera, Oscar Landerretche, Thierry Lema-
resquier, Manuel Marfán, Juan Martín, Elena
Na discussão sobre a crise da política, junta- Martínez, Gonzalo Martner, Oscar Muñoz,
mente com o Círculo de Montevidéu, partici- Arturo O’Connell, José Antonio Ocampo, Carlos
param: Carmelo Angulo Barturén, Danilo Ominami, Torsten Persson, Thomas Scheetz,
Arbilla, Dante Caputo, Antonio Álvarez Cru- Jorge Schvarzer, Andrés Solimano e Guido
ceiro, Joaquín Estefanía, Aníbal Fernández, Tabellini.
Eduardo Frei, Felipe González, Osvaldo Hur-
tado, Elena Martínez, Bartolomé Mitre, Alfredo Na análise sobre democracia e globalização, jun-
Negrete, Andrés Oppenheimer, Rodrigo Pardo, tamente com o Clube de Madri, participaram:
J. C. Pereyra, Rafael Poleo, Julio María San- Andrés Allamand, Antonio Alvarez-Couceiro,
guinetti, Martín Santiago, Enrique Santos, Rodrigo Borja, Dante Caputo, Fernando Hen-
Thomas Scheetz, Javier Solanas e Ernesto rique Cardoso, Fernando Carrillo-Flórez, Aníbal
Tiffenberg. Cavaco Silva, Tarcísio Costa, Miguel Darcy, Gui-
llermo de la Dehesa, Miguel Ángel Fernández-
Na análise sobre democracia e Estado, con- Ordóñez, Eduardo Frei, Ernesto Garzón Valdés,
tribuíram com sua participação: Diego Achard, Felipe González, Antonio Guterres, Carlos Lo-
Giorgio Alberti, Raúl Alconada Sempé, Antonio pes, Elena Martínez, Lucinio Muñoz, Carlos
Álvarez Couceiro, José Luis Barros, Rodrigo Ominami, Beatriz Paredes, Jorge Quiroga
Borja, Dante Caputo, Fernando Henrique Car- Ramírez e Fernando Valenzuela.
doso, Elisa Carrió, Marcelo Contreras Nieto,
Alberto Couriel, Sonia Draibe, Gilberto Dupas, Na discussão sobre condições para estabilidade
Gustavo Fernández Saavedra, Walter Franco, das instituições democráticas na América Cen-
Manuel Antonio Garretón, Rodolfo Gil, George tral participaram: Alberto Arene, Miguel Angel
Gray Molina, Edmundo Jarquín, José Carlos Barcárcel, Rafael Guido Béjar, Marcia Bermúdez,
Libânio, Rodolfo Mariani, Elena Martínez, Mar- Miguel Antonio Bernal, Roberto Cajina, Antonio
cus Melo, Arturo O´Connell, Guillermo O´Don- Cañas, Zenayda Castro, Carlos Cazzali, Elvira
nell, Beatriz Paredes, Celi Pinto, Eduardo Pi- Cuadra, Jorge Chediek, Francisco Díaz, Mirna
ragibe Graeff, Márcio Pochmann e Lourdes Sola. Flores, Dina García, Jorge Giannareas, Ricardo
Gómez, Valdrack Jaentschke, Francesca Jessup,
No debate sobre sociedade civil e narcotráfico Walter Lacayo, Semiramis López, José Raúl
participaram: Carlos Basombrío, Fernando Mulino, Isabela Orellana, Alfonso Peña, Kees
Calderón, Eduardo Gamarra, Luis Jorge Garay, Rade, Juan Carlos Rodríguez, María del Carmen
85
Idéias e Contribuições: A Democracia na América Latina
Sacasa, Gabriela Serrano, Héctor Hérmilo Soto, rado: Dante Caputo, Gonzalo Pérez del
Edelberto Torres Rivas, Arnoldo Villagrán, Knut Castillo, Edelberto Torres Rivas e Augusto
Walter. Ramírez Ocampo.
86