Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRÁFEGO
2
SUMÁRIO
1. Introdução .............................................................................................................. 8
2. Conceitos e definições ........................................................................................ 9
2.1. Diferença entre Trânsito e Tráfego .................................................................... 9
2.2. A diferença entre os termos “Incidente” e “Acidente de Tráfego” ................ 9
2.3. Tipificação dos acidentes de tráfego .............................................................. 10
2.3.1. Colisão no contexto dos acidentes de tráfego .......................................... 10
2.3.1.1. Colisão Frontal ou Anterior ................................................................... 11
2.3.1.2. Colisão Lateral ........................................................................................ 12
2.3.1.3. Colisão Traseira ou Posterior ............................................................... 12
2.3.1.4. Colisão Transversal ou Perpendicular ................................................ 13
2.3.1.5. Colisão com Objeto Fixo (Choque) ....................................................... 14
2.3.1.6. Colisão em Cadeia ou Múltipla (Engavetamento ou Tamponamento) .15
2.3.2. Capotamento ................................................................................................ 16
2.3.3. Tombamento ................................................................................................. 16
2.3.4. Saída de Pista (e precipitação) ................................................................... 17
2.3.5. Atropelamento .............................................................................................. 18
2.3.6. Outros tipos de acidentes ........................................................................... 19
2.4. Vias de tráfego ................................................................................................... 19
2.4.1. Vias urbanas ................................................................................................. 20
2.4.1.1. Via Local .................................................................................................. 21
2.4.1.2. Via Coletora ............................................................................................. 21
2.4.1.3. Via Arterial ............................................................................................... 22
2.4.1.4. Via de Trânsito Rápido ........................................................................... 23
2.4.2. Vias Rurais .................................................................................................... 24
2.4.2.1. Rodovia .................................................................................................... 24
2.4.2.2. Estrada ..................................................................................................... 25
2.5. Sinalização (de trânsito) .................................................................................. 26
2.5.1. Sinalização Vertical ...................................................................................... 27
2.5.2. Sinalização Horizontal ................................................................................. 28
2.5.3. Sinalização Luminosa .................................................................................. 30
2.6. Classificação dos veículos ............................................................................... 31
2.6.1. Automóvel ..................................................................................................... 33
2.6.2. Caminhonete ................................................................................................. 33
3
2.6.3. Camioneta ..................................................................................................... 34
2.6.4. Caminhão-trator ........................................................................................... 35
2.6.5. Caminhão ...................................................................................................... 36
2.6.6. Ciclomotor .................................................................................................... 37
2.6.7. Motocicleta, motoneta, triciclo e quadriciclo ............................................ 38
2.6.8. Micro-ônibus ................................................................................................. 40
2.6.9. Ônibus ........................................................................................................... 41
2.6.10. Reboque ........................................................................................................ 42
2.6.11. Semirreboque ............................................................................................... 43
2.7. Conceitos associados aos Acidentes de Tráfego .......................................... 43
2.7.1. Sítio do Acidente e Sítio de Colisão ou Impacto ....................................... 44
2.7.2. Sítio de Percepção (SP) e Tempo de Percepção (TP) ............................... 46
2.7.3. Sítio de Percepção Possível (SPP) ............................................................. 47
2.7.4. Sítio de Percepção Real (SPR) ................................................................. 48
2.7.5. Ponto de Reação (PR) .................................................................................. 48
2.7.6. Distância de Percepção-Reação (DPR) e Tempo de Percepção-Reação
(TPR) .............................................................................................................. 49
2.7.7. Tempo Psicotécnico (TP) ............................................................................ 51
2.7.8. Distância Mínima de Escapada (DME) e Ponto de Não Escapada (PNE) .52
2.7.9. Ponto de Repouso Final (PRF) ou Posição de Repouso (PR) ................. 54
2.7.10. Velocidade de Danos (VD) ........................................................................... 56
2.7.11. Velocidade de Frenagem (VF) ..................................................................... 58
2.7.12. Velocidade Crítica de Tangenciamento ..................................................... 59
2.7.13. Velocidade Crítica de Tombamento e Capotamento ................................ 59
2.7.14. Causa determinante ..................................................................................... 60
3. Principais causas de um Acidente de Tráfego ................................................ 61
3.1. Causas mais frequentes de acidentes de tráfego influenciadas pelo fator
humano .............................................................................................................. 62
3.1.1. Excesso de velocidade como Causa Determinante .................................. 63
3.1.2. Ultrapassagem em local inadequado ......................................................... 63
3.1.3. Falhas humanas devido ao consumo de álcool ou outras substâncias
entorpecentes ............................................................................................... 64
3.1.4. Desrespeito às sinalizações ........................................................................ 66
3.2. Falhas mecânicas .............................................................................................. 68
3.3. Condições da via ............................................................................................... 69
4
3.4. Fenômenos naturais ......................................................................................... 70
4. O passo a passo da análise de um Acidente de Tráfego ............................... 71
4.1. Realizando o levantamento, descrição e análise do sítio do acidente ........ 72
4.1.1. Localização geográfica e tipo de local ....................................................... 72
4.1.2. Identificação e tipificação do tipo de acidente .......................................... 73
4.1.3. Descrição das condições meteorológicas ................................................. 73
4.1.4. Descrição da via de tráfego ......................................................................... 74
4.1.4.1. Descrição do traçado e número de faixas de rolamento .................... 74
4.1.4.2. Descrição das condições físicas e alterações na via ......................... 76
4.1.5. Vestígios ....................................................................................................... 76
4.1.5.1. Identificação e posicionamento dos vestígios .................................... 76
4.1.5.2. Tipificação e descrição dos vestígios .................................................. 77
4.1.5.2.1. Marcas pneumáticas .............................................................................. 77
4.1.5.2.1.1. Marcas de rolagem (ou rolamento) ............................................ 77
4.1.5.2.1.2. Marcas de frenagem .................................................................... 78
4.1.5.2.1.3. Marcas de derrapagem ............................................................... 79
4.1.5.2.1.4. Marcas de aceleração ................................................................ 79
4.1.5.2.2. Outras marcas deixadas na via ............................................................. 80
4.1.5.2.3. Fragmentos ............................................................................................. 81
4.1.5.2.3.1. Dos veículos ................................................................................ 81
4.1.5.2.3.2. Dos demais objetos envolvidos ................................................. 82
4.1.5.2.4. Vestígios de atropelamentos ................................................................. 83
4.1.6. Fotografia ...................................................................................................... 84
4.1.7. Narrativa (Descrição) ................................................................................... 85
4.1.8. Medições ....................................................................................................... 86
4.1.8.1. O que deve ser medido .......................................................................... 86
4.1.8.2. Métodos de posicionamento ................................................................. 87
4.1.8.2.1. Triangulação ........................................................................................... 87
4.1.8.2.2. Método Cartesiano ................................................................................. 90
4.1.9. Constatação e descrição dos danos .......................................................... 91
4.1.9.1. Do veículo ................................................................................................ 91
4.1.9.1.1. Classificação dos danos ........................................................................ 92
4.1.9.1.2. Descrevendo a localização dos danos em um veículo ....................... 98
4.1.9.1.3. Tipos de danos ..................................................................................... 101
5
4.1.9.1.4. Orientação das deformações (danos) ................................................. 103
4.1.9.2. Outros danos constatados .................................................................. 104
4.1.10. Croqui .......................................................................................................... 104
4.2. Exemplo de Boletim de Acidente de Trânsito (BAT) ................................... 106
5. Reconstruindo um Acidente de Tráfego ........................................................ 109
5.1. A Física do Acidente de Tráfego ................................................................... 109
5.1.1. Relembrando alguns conceitos ................................................................ 109
5.1.1.1. Força ...................................................................................................... 109
5.1.1.2. Ação e reação: força peso versus força normal ................................ 111
5.1.1.3. Inércia ..................................................................................................... 111
5.1.1.4. Atrito ...................................................................................................... 112
5.1.1.5. Energia cinética .................................................................................... 113
5.1.1.6. Energia potencial .................................................................................. 114
5.1.1.7. Trabalho ................................................................................................. 115
5.1.1.8. Força centrípeta .................................................................................... 115
5.1.1.9. Quantidade de Movimento ................................................................... 116
5.1.1.9.1. O que é Quantidade de Movimento? .................................................. 116
5.1.1.9.2. Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento ................ 117
5.1.2. Cálculo da Velocidade de Frenagem ........................................................ 117
5.1.3. Estimativa da Velocidade de Danos ......................................................... 119
5.1.4. Uso do Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento ......... 120
5.1.4.1. Exemplo de cálculo em uma colisão perpendicular sem frenagem . 129
5.1.4.2. Exemplo de cálculo em uma colisão com a frenagem dos veículos 133
5.1.4.3. Exemplo do cálculo de velocidades com marcas de frenagem e
coincidindo-se o eixo X com a trajetória de um dos veículos ......... 138
5.1.5. Acidentes envolvendo motocicletas ........................................................ 144
5.1.5.1. Cálculo da velocidade da motocicleta baseada no encurtamento entre
os eixos .................................................................................................. 145
5.1.6. Atropelamentos .......................................................................................... 146
6. Referências Bibliográficas ................................................................................ 149
Anexo I - Tabelas Auxiliares para a Reconstrução de Acidentes de Tráfego .. 151
6
7
1. Introdução
8
2. Conceitos e definições
9
Incidente é um evento que a sua ocorrência resulta em dano à saúde de
pessoas, à propriedade ou ao meio ambiente.
E, de acordo com a norma NBR 10697:1989 da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas), um acidente de trânsito é todo evento não premeditado de
que resulte dano em veículo ou na sua carga e/ou lesões em pessoas e/ou animais, em que pelo menos
uma das partes está em movimento nas vias terrestres ou áreas abertas ao público. Pode originar-se,
terminar ou envolver veículo parcialmente na via pública. Ou seja, um acidente é uma ocorrência
não premeditada, ou seja, não planejada (ou “não esperada”).
Há aqueles que não concordam, mas, se pensarmos bem, um incidente
pode, em certos casos, ser uma ocorrência esperada. Podemos considerar os acidentes
(no geral) como uma das categorias de incidentes.
Observe que um Boletim de Acidente de Trânsito (BAT) pode vir com
um campo separado para o termo “incidente”. Como seria preenchido? Por exemplo:
pense em um veículo de carga parado em um acostamento. Por uma fragilidade na
carroceria, há a abertura parcial de uma de suas laterais, fazendo com que derrame parte
da carga, mas sem prejudicar os demais veículos e o fluxo daquele trecho da via.
10
envolvidos esteja em movimento, apesar de ocorrer situações – que podem ou não se
se enquadrar no conceito de colisão em acidentes de tráfego – em que o veículo está
parado e algum tipo de objeto colide com ele.
11
2.3.1.2. Colisão Lateral
12
Figura 3 – Crash test de uma colisão traseira (foto:
http://img516.imageshack.us).
13
Figura 4 – Colisão transversal entre um automóvel e um
caminhão (foto: http://gazetaweb.globo.com).
14
Figuras 5 e 6 – Colisões de automóveis envolvendo postes
em vias urbanas (fotos: http://noticias.terra.com.br/ e Luiz
Guarnieri/Futura Press).
15
2.3.2. Capotamento
2.3.3. Tombamento
16
No caso de ser constatado um capotamento em que o veículo ficou
tombado após a ocorrência, o mais correto é descrever como “...capotamento em que o
veículo Vx (V1, V2, etc) permaneceu tombado sobre a lateral esquerda/direita em sua posição final
(...)”
Nesse tipo de acidente o veículo sai totalmente da via, podendo ir parar, por
exemplo, no canteiro central de uma rodovia. Observa-se que após a saída de pista
pode haver também um capotamento, tombamento, uma colisão com objeto fixo, ou
mesmo uma precipitação, dentre outras possibilidades. O detalhe a ser observado no
caso da precipitação é que o veículo alça voo, tendo um tempo de queda livre logo em
sequência, o que possibilita, quando bem executada a análise do local e desde que
existam vestígios, cálculos para estimar a velocidade em que o veículo teria saído da
pista.
17
Figura 10 – Saída de pista de um ônibus na BR-282, em Santa
Catarina (fonte: http://www.clicrbs.com.br / foto: Hermínio Nunes).
2.3.5. Atropelamento
Nesse tipo de acidente de tráfego um ou mais veículos colidem com
pessoas e/ou animais. Destaca-se que no caso de morte ou ferimento de pessoas,
outros procedimentos legais devem ser tomados, tanto por parte do agente da
autoridade de trânsito, como do perito ou assistente pericial. Um dos procedimentos
obrigatórios no caso de morte é a realização de todas as medições necessárias para que
fique claro o posicionamento dos vestígios e da(s) vítima(s) no sítio do acidente.
É interessante observar também que muitos profissionais da área adotam
o termo atropelamento para referenciar acidentes que envolvem um veículo de maior
porte com aqueles de pequeno porte como, por exemplo, um automóvel e uma
bicicleta ou um ciclomotor. Outros preferem descrever este tipo de ocorrência como
colisão com ciclista ou com condutor de ciclomotor. Deve ser observado que o CTB
define os ciclistas que estão a pé, empurrando a sua bicicleta, como pedestres.
18
Figura 11 – Atropelamento de pedestre em
estacionamento (foto: http://images.google.com.br).
19
Observa-se que o conceito de via engloba as principais obras de
engenharia que “acompanham” as pistas ou faixas de rolamento (meio-fios, defensas,
alambrados, ilhas, sinalizações horizontais e verticais, etc.). Outra informação de
interesse: no CTB se define que as vias públicas são aquelas abertas à circulação.
Destaca-se que para efeito do Artigo 2º, Parágrafo Único, são
consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas
pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas (condomínios
fechados). As vias subdividem-se ainda em urbanas e rurais (próximos tópicos).
Outra observação importante é que as velocidades máximas permitidas
para as vias onde não há sinalização (listadas nas subseções a seguir) são valores
predefinidos no CTB. No caso de ser implantada uma sinalização para a velocidade
máxima permitida, é necessário um estudo para se chegar a uma velocidade que se
adeque às características daquela via, tendo como base alguns critérios como o número
de faixas de rolamento, existência ou não de imóveis lindeiros1, comércios, escolas,
hospitais, etc.
20
ainda um capítulo à parte, que diz respeito à forma como são conduzidas as
motocicletas nestas vias, por entre os outros veículos e sem outros cuidados básicos.
21
exista sinalização regulamentar, a velocidade limite nessas vias é de 40 Km/h (quarenta
quilômetros por hora). Nessa categoria de via destacam-se as ruas.
22
Figura 14 – Exemplo de via arterial: a famosa Avenida
Paulista (foto: http://www.pqn.com.br).
23
2.4.2. Vias Rurais
2.4.2.1. Rodovia
24
Figura 16 - Rodovia do Açúcar, no interior de São Paulo.
(foto: http://www.piracicaba.sp.gov.br).
2.4.2.2. Estrada
As estradas são definidas como vias rurais não pavimentadas. Nesse tipo de
via são “esquecidas” várias das normas que garantem uma boa segurança na circulação
dos veículos, tanto por parte do poder público (por exemplo, a largura mínima que ela
25
deveria ter) quanto pelos condutores. Contudo, alguns estados e vários municípios dão
preferência à abertura deste tipo de interligação viária, muito pelo seu custo final,
garantindo assim alguma forma de deslocamento aos seus cidadãos, mesmo não tendo
as condições ideais de trafegabilidade.
O condutor deve ter um cuidado redobrado para dirigir em estradas.
Acidentes como saídas de pista e capotamentos podem ocorrer na ausência de uma
direção defensiva adequada.
26
(simples ou dupla), estacionamentos em locais proibidos que ocasionam uma retenção
no fluxo do trânsito da via ou dificuldade de visibilidade de um outro condutor, etc.
De acordo com o CTB, sinalização é o “conjunto de sinais de trânsito e
dispositivos de segurança colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização adequada,
possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que nela circulam.”
As sinalizações subdividem-se em algumas categorias, sendo as principais
para o nosso estudo: as verticais, horizontais e luminosas (temos ainda as sonoras, os
sinais do agente de trânsito e do condutor, dentre outras possibilidades). Devemos
destacar que as sinalizações seguem padrões e normas preestabelecidos pelo Contran
(Conselho Nacional de Trânsito), conforme pode ser visto nos Anexos do CTB
(volumes do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito).
Uma última e importante observação: de acordo com o artigo 89 do
CTB, temos:
27
• advertir os condutores sobre condições com potencial risco existentes na via ou nas suas proximidades,
tais como escolas e passagens de pedestres;
• indicar direções, localizações, pontos de interesse turístico ou de serviços e transmitir mensagens
educativas, dentre outras, de maneira a ajudar o condutor em seu deslocamento.”
Alguns importantes exemplos de sinalização vertical podem ser vistos
nas figuras 18, 19, 20 e 21.
Figura 18 – Placa R-1 Figura 19 - Placa R-2 Figura 20 – Placa R-19 Figura 21– Placa R-3
(Parada obrigatória). (Dê a preferência). (Velocidade máxima (Sentido proibido).
permitida)
28
● Complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação, visando enfatizar a
mensagem que o sinal transmite;
● Regulamentar os casos previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).”
Boa parte das sinalizações horizontais são marcações que ficam pintadas
sobre a pista, como as faixas de retenção e as faixas de pedestre. Mas existem também
as sinalizações afixadas sobre a superfície da pista, ou ainda aquelas em alto-relevo, que
possibilitam aos portadores de deficiência visual perceber a existência do componente.
Ainda de acordo com o manual supracitado, a sinalização horizontal é classificada em:
● Marcas Longitudinais: separam e ordenam as correntes de tráfego;
● Marcas Transversais: ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e disciplinam os
deslocamentos de pedestres;
● Marcas de Canalização: orientam os fluxos de tráfego em uma via;
● Marcas de Delimitação e Controle de Parada e/ou Estacionamento: delimitam e
propiciam o controle das áreas onde é proibido ou regulamentado o estacionamento e/ou a parada de
veículos na via;
● Inscrições no Pavimento: melhoram a percepção do condutor quanto as características de
utilização da via.
29
2.5.3. Sinalização luminosa
30
nas faixas de retenção, pois no momento do acidente somente os dois veículos trafegavam nas vias.
Daí, por telefone, você solicita ao gerente que fique em frente ao computador e anote, no momento
exato em que falar com ele, o horário que está sendo marcado no computador que captura as imagens
(o sinal terá acabado de ficar vermelho ou verde nesse momento, e a diferença entre o envio do sinal do
aparelho celular e retorno geralmente é muito baixo para interferir nos cálculos finais). Contudo, você
precisa de mais uma informação: se no intervalo de tempo entre a colisão e a sua chegada ao local não
havia uma programação anterior do semáforo, ou seja, uma configuração automatizada que poderia
ter mudado o intervalo de tempo entre a “abertura” (luz verde) e o “fechamento” (luz vermelha) do
mesmo. Tendo ligado no órgão responsável pela instalação do equipamento, você é informado que o
intervalo de tempo entre as mudanças era sempre o mesmo nesse período do dia. Daí, contando
quantos segundos o semáforo permanece vermelho (ou verde), você pode retroceder na linha do tempo e
verificar, de acordo com o horário indicado no arquivo da imagem gravada pela câmera do comércio,
em qual situação o semáforo se encontrava no momento do fato (o ideal é o uso de um rádio, que dará
uma diferença de milésimos de segundo entre o seu pedido e a resposta da pessoa que se encontra em
frente ao computador). Mas é uma possibilidade viável de uso de imagens para a descoberta da
culpabilidade.
31
análise forense de um acidente de tráfego. Os veículos são classificados quanto à tração,
tipo e espécie:
32
veículo, ou seja, o seu CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo). Ou
utilize os sítios dos Detran’s estaduais, ou algum outro sistema informatizado.
2.6.1. Automóvel
2.6.2. Caminhonete
33
Existe muita confusão entre os conceitos de caminhonete e camioneta.
Até mesmo alguns funcionários dos órgãos executivos de trânsito dos Estados e do
Distrito Federal (Detran’s) tem dúvida em alguns casos, populando com informações
erradas as bases de dados desses órgãos e, por conseguinte, do Renavam (Registro
Nacional de Veículos Automotores).
Apesar de hoje em dia ainda poder acontecer alguns erros na classificação
correta dos veículos, esse tipo de falha é pouco comum, sobretudo devido à forma
como estão integradas as bases de dados. Os casos existentes estão ligados comumente
a veículos antigos.
Várias informações são enviadas diretamente pelas montadoras,
importadores e pela Receita Federal do Brasil (RFB) antes do emplacamento do
veículo. Tal procedimento é denominado de pre-cadastramento.
2.6.3. Camioneta
34
perguntando: os automóveis onde o bagageiro (porta-malas) é no mesmo
compartimento dos passageiros não poderiam ser considerados camionetas? Bem, uma
das diferenças básicas (mas sutis) é que os compartimentos de carga das camionetas são
projetados para o transporte de um volume maior de itens, e não apenas algumas malas.
Quando da apresentação do projeto do veículo pelas montadoras, observa-se a
finalidade de cada um dos seus compartimentos.
No caso dos automóveis do tipo “peruas” (wagons), muitos deles trazem
em sua classificação de tipo/espécie os dizeres: automóvel/misto. Mas isso é um
pequenos detalhes diante do foco de nossos estudos. Todos esses pormenores serão
“apreendidos” durante as experiências práticas com as quais tiverem contato.
2.6.4. Caminhão-trator
35
veículo automotor destinado a tracionar ou arrastar outro. Como pode ser visto no item 2.6.5, o
caminhão diferencia-se por ter um chassi preparado para a instalação de uma carroceria
(ou carroçaria). Outra diferença bastante conhecida dos mecânicos é que os caminhões-
tratores costumam ter um motor com uma maior potência se comparados aos
caminhões.
2.6.5. Caminhão
36
Figura 30 – Caminhão com carroceria do tipo betoneira, marca
Ford. (foto: http://www.mzls.com.br).
2.6.6. Ciclomotor
37
Figura 31 – Exemplo de ciclomotor (popularmente chamado de
“garelli”, que também é uma das marcas existentes); (foto:
http://www.users.globalnet.co.uk/~pattle/nacc).
38
Figura 32 – Motocicleta marca Ducati, modelo 749. (foto:
http://www.saberweb.com.br).
39
Figura 34 – Quadriciclo marca Yamaha, modelo YFM 700 R .
(foto: http://www.yamashow.com.br).
2.6.8. Micro-ônibus
40
2.6.9. Ônibus
41
2.6.10. Reboque
42
2.6.11. Semirreboque
43
2.7.1. Sítio do Acidente e Sítio de Colisão (Ponto de Colisão ou Impacto)
44
farão parte do Ponto de Colisão (por exemplo, um poste em uma colisão com objeto
fixo).
O primeiro conceito é mais geral, podendo englobar alguns elementos
como faixas de rolamento, defensas, barreiras físicas, árvores que possam ter
influenciado na visão de algum dos condutores, etc. Dessa forma, um animal (morto)
que tenha atravessado a pista em um local com faixa dupla de proibido ultrapassagem
100 m antes do Sítio/Ponto de Colisão poderá fazer parte do Sítio do Acidente (caso
você confirme através de vestígios, como sangue no para-choques, ele pode ter sido um
elemento que fez com que o condutor adentrasse a contramão de direção justamente
em um ponto onde havia alto risco – faixa dupla de proibido ultrapassagem - desviando
a sua trajetória e fazendo com que ocorresse o acidente). Contudo, este ponto onde
está esse animal e essa faixa não fará parte do Sítio/Ponto de Colisão, que está restrito à
área onde efetivamente ocorreu o impacto.
Para determinar a correta localização do Sítio de Colisão, devem ser
observados detalhes como marcas pneumáticas, pedaços de vidros, lascas de pintura,
partes plásticas e metálicas, lama, vestígios biológicos, etc. Também ajudam a
caracterizar o Sítio de Colisão mudanças na direção das marcas de frenagem,
arrastamentos na pista, sulcagens, etc.
Observe ainda que a velocidade com que os veículos colidiram pode
influenciar na distância na qual os vestígios se encontram do Sítio de Colisão.
Obviamente, objetos ou pedaços dos veículos a grandes distâncias é menos comum em
vias urbanas, já que as velocidades não costumam ser tão altas como nas rodovias.
De acordo com Ranvier Feitosa Aragão, autor do livro Acidentes de
Trânsito – Aspectos Técnicos e Jurídicos (3ª edição):
“Sítio de colisão é a área onde se inicia o acidente de tráfego propriamente dito, a fase
mecânica e concreta, aquela em que os veículos interagiram fisicamente. Indica a posição e a
situação dos veículos no exato momento em que entraram em contato e, em correlação com as
posições finais dos veículos e da orientação dos danos, indica o sentido e direção da marcha
dos veículos.”
45
Deve ser observado ainda que os dois termos técnicos (sítio de acidente e
de colisão) são usados por muitos profissionais como se fossem sinônimos.
Particularmente, não vejo problema nesse caso, mas é sempre bom para o profissional
ter ciência sobre o que ele está escrevendo para que não haja confusão no seu
documento pericial.
Figura 39 – Colisão frontal entre dois automóveis, onde podem ser vistas as
áreas demarcadas como sítio do acidente e sítio de colisão.
46
segundo depois?). Esse intervalo de tempo é o que chamamos de Tempo de Percepção,
e varia de condutor para condutor3.
Esse intervalo de tempo pode sofrer algumas influências como, por
exemplo: idade, estado de saúde do condutor, alterações físicas ou mentais do mesmo,
consumo de substâncias químicas, etc. A partir dessa “percepção” é que será dado
início à efetiva reação do condutor (vide próxima subseção).
3
Na verdade as diferenças são muito pequenas, já que é uma reação quase instantânea do
cérebro.
47
2.7.4. Ponto de Percepção Real
48
Raciocinemos mais um pouco: pense que o setor frontal do veículo
estará alguns metros à frente do ponto na via onde está o início das marcas (pela
distância entre os eixos, o que é óbvio) no momento em que o sistema de freios
começa a atuar e inicia o “desenho” de tais linhas na pista. Esses poucos metros
poderiam, a princípio, alterar o nosso cálculo da real distância percorrida até o início da
reação do condutor, já que o setor frontal é o que primeiro vai alcançar a lateral do
outro veículo quando ocorrer a colisão, para a situação apresentada no nosso exemplo.
Contudo, esta pequena diferença não influenciará nas nossas estimativas e cálculos
finais. Expliquemos o porquê disso.
Basta você imaginar que o sistema de freios não é acionado
instantaneamente. Com base nesta informação, podemos deduzir que o condutor reagiu
um pouco antes do início das marcas visualizadas por você no local, já que elas não
começaram a ser “pintadas” na pista antes da efetiva atuação dos freios. Logo, essa
diferença na distância entre os eixos acaba sendo compensada. Ademais, não é
garantido que as primeiras marcas tenham sido deixadas pelos pneumáticos traseiros,
que poderiam ter continuado o seu giro um pouco mais, ou seja, os rodados dianteiros
poderiam ter “travado” antes. Dessa forma, é uma boa aproximação marcar nos croquis
o Ponto de Reação no início das marcas de frenagem, sem prejuízo para a conclusão
final do perito. Pode ser oneroso tentar obter diferenças de um ou dois metros em
relação ao Ponto de Percepção ou o Ponto de Reação.
49
Observação:
Alguns autores definem a distância percorrida entre o Ponto de Percepção e
o Ponto de Reação como Distância de Percepção. E a distância percorrida
entre o Ponto de Reação e o Sítio ou Ponto de Colisão como Distância de
Reação.
Para finalizar este tópico, chamamos o intervalo de tempo entre a
percepção do perigo iminente e a reação do condutor de Tempo de Percepção-Reação
ou Tempo de Reação.
50
2.7.7. Tempo Psicotécnico
51
explicitamente tal valor quando da elaboração do seu documento pericial. Basta inseri-
lo no valor final e único do Tempo Psicotécnico.
Em tempo: existem autores, como Taoka, cujos estudos e tabelas
estabelecem tempos psicotécnicos maiores (1,5 s, 1,8 s ou mais).
52
Suponha que o Ponto de Percepção Real (PPR) estivesse a 17,6 m da linha tracejada
que divide a via perpendicular onde trafegava V2.
Se adotarmos um tempo psicotécnico de 1s (condutor em boas
condições de saúde, jovem, dirigindo durante o dia), pergunta-se: seria a distância de
17,6 m suficiente para a parada total de V1, levando-se em conta a distância necessária
para a frenagem?
Bem, para uma velocidade de 40 Km/h, asfalto seco e em boas
condições, um automóvel necessitará de aproximadamente 7,86 m (8 m) de espaço para
uma frenagem completa (com o sistema de freios funcionando adequadamente, é
claro). Logo, se efetuarmos o cálculo completo, temos: 11,11 m (Distância de
Percepção-Reação para um Tempo Psicotécnico de 1s) + 7,86 m (Distância de
Frenagem) = 18,97 m. Ou seja, o Ponto de Não Escapada fica, na verdade, a cerca de
19 m de distância da linha tracejada que divide a via onde trafegava V2.
Figura 41 – Mesma situação apresentada na figura 40, com destaque para o Ponto de Não Escapada; nesse
caso, o acidente ocorreria, já que o condutor de V1 só percebeu o perigo a 17,6 m, ou seja, depois do limite
estabelecido pelo PNE.
53
Teoricamente, qualquer Ponto de Percepção Real a uma distância inferior
a 19 m (em relação ao Ponto de Colisão do exemplo apresentado) seria um ponto na
via a partir do qual o condutor não escaparia daquela ocorrência de acidente.
Raciocinando um pouco mais, você irá deduzir que, dependendo da
velocidade e da distância de V2, o acidente poderia ser evitado mesmo se o condutor de
V1 tivesse ultrapassado o Ponto de Não Escapada calculado. Você irá pensar também
em várias outras situações que poderiam acontecer: V2 poderia “passar direto” pelo
Ponto de Colisão antes de V1 alcançar tal ponto; V1 poderia executar uma manobra
evasiva, saindo da pista e evitando a colisão (mas não um acidente); V2 poderia
executar tal manobra; V1 poderia frear e ficar parado durante 1 s a cerca de 50 cm da
linha tracejada, com V2 vindo a colidir com ele; dentre várias outras situações e
universos paralelos que possam existir!
Mas como é um estudo teórico, o raciocínio que devemos fazer é que o
condutor de V2 não teria tempo hábil para uma reação adequada. Dessa forma, para a
reprodução realizada em nosso exemplo em busca do entendimento da dinâmica do
fato, V1 “ficará” com a maior parte do ônus da reação, já que dirigia em via não
preferencial.
54
verificar a necessidade da remoção do veículo por estar, por exemplo, causando risco
aos demais condutores que estão trafegando na via, o mesmo deverá ser retirado.
Vejamos os artigos do CTB relacionados (grifos nossos):
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar providências
para remover o veículo do local, quando necessária tal medida para assegurar a
segurança e a fluidez do trânsito:
Infração - média;
Penalidade - multa.
55
Figura 42 – Figura mostrando o Sítio do Acidente e os Pontos de Repouso Final de
ambos os veículos envolvidos.
56
Na verdade, dependendo do acidente, será um cálculo bastante impreciso
e de difícil conclusão. Como nos ensinam os grandes mestres, algumas variáveis
interferem na precisão desses cálculos. Contudo, em velocidades mais baixas podem ser
utilizadas algumas tabelas em conjunto com o conhecimento daquele que está
realizando a análise do acidente. Concordo também que é um conceito que pode
parecer um tanto vago em um primeiro momento. Entretanto, se for feita uma análise
de forma correta, pode ser possível definir faixas de velocidades na(s) qual(is) esse(s)
veículo(s) estaria(m) no momento da colisão (na verdade, o mais comum é dizer que o
mesmo estava a pelo menos “X” Km/h). Para tanto devem ser considerados itens
como nível de deformação (amassamento da lataria), empeno de superfícies metálicas
mais rígidas (tal como a longarina de um chassi), quebra de peças, etc.
Observe que as tabelas aqui comentadas têm como base crash tests, muitos
deles realizados com veículos fabricados no exterior, o que diminui ainda mais o nível
de precisão dessas estimativas.
Portanto, é um método que levará muito em conta a experiência de quem
está realizando a análise, já que certos danos dificilmente acontecerão em velocidades
inferiores a um determinado valor.
57
2.7.11. Velocidade de Frenagem (VF)
58
Outra observação importante: este conceito será utilizado também para o
caso de “ganho” de energia, ou seja, em que um veículo (ou outro ator) estava com “X”
e passou a ter “X + Y” de energia cinética.
Todas as fórmulas e cálculos relacionados a este conceito iremos
aprender após uma pequena revisão da física básica aplicada à área de acidentes de
tráfego.
59
altura em relação ao solo e a bitola (distância entre os rodados de um mesmo eixo).
Para relembrar os dois tipos de acidentes, vide subseções 2.3.2.e.2.3.3.
Também veremos mais adiante como efetuar os cálculos necessários para
determinar tais “velocidades críticas”.
60
3. Principais causas de um Acidente de Tráfego
Tabela 1
61
mesmo que de forma empírica, que o fator humano é a principal causa dos acidentes de
tráfego (algo que a maioria dos especialistas - senão todos – tem como opinião
formada). Se raciocinarmos bem (e generalizarmos um pouco), podemos enquadrar
muitos dos problemas mecânicos que levam à ocorrência de acidentes como falhas
humanas, seja pela falta de revisão do veículo nos prazos estabelecidos, seja por um
projeto que saiu da prancheta com algum problema.
E, pensando em projetos, você se lembra dos pneus Firestone que estavam
dando problemas nos Estados Unidos vários anos atrás (sobretudo os instalados nas
camionetas Ford Explorer)? E que teriam causado a morte de várias pessoas? Ou o
sistema de rebatimento do banco traseiro do Volkswagen Fox, que foi a causa de alguns
acidentes não fatais?
Mesmo sendo o fator humano a principal variável dessa complexa
equação, pesquisas e estatísticas mostram que a maioria dos acidentes são influenciados
por mais de uma causa. Dessa forma, uma falha do condutor pode vir junto com um
pequeno desvio causado por um buraco na pista, um atropelamento pode ter sido
influenciado pelo clima naquele momento, ou seja, se não estivesse chovendo teria sido
possível, mesmo na velocidade (acima) em que se encontrava o veículo, que o condutor
desviasse, evitando assim a fatalidade.
62
3.1.1. Excesso de velocidade como Causa Determinante
Imagino que todos aqueles que já viajaram por uma rodovia viram
ultrapassagens em locais que, a princípio, não possibilitavam uma visibilidade adequada,
estivessem estes locais sinalizados ou não. Muitos acreditam que as faixas contínuas são
pintadas nas vias sem muito critério, mas isso não é verdade! Claro que os engenheiros
de tráfego e/ou aqueles responsáveis por este trabalho de sinalização das vias cometem
falhas. Contudo, passe a observar: quase a totalidade das faixas estão adequadamente
63
aplicadas nos locais onde se encontram, seja uma curva, um aclive (subida), declive
(descida) ou proximidade de um cruzamento perigoso.
Em muitos casos não é uma tarefa tão difícil identificar um veículo que
colidiu com outro ao entrar na contramão em um local onde não poderia ter efetuado
tal manobra. Entretanto, cuidados devem ser tomados. Por exemplo: suponha o caso
em que um automóvel (V1), ao efetuar uma ultrapassagem em uma ponte sobre um
segundo veículo (V2), acabe forçando um terceiro (V3) a sair da pista e, dessa forma,
cause um acidente gravíssimo, fazendo com que esse último caia no rio sobre o qual
está construída tal ponte. Nesse caso, o acidente poderia ser categorizado como uma
saída de pista seguida de uma precipitação, caso nenhuma testemunha apareça para
contar a história e os outros condutores se evadam do local. Sendo assim, a vítima
poderia ser acusada de ter efetuado alguma manobra imprudente, ou mesmo ter
dormido ao volante, o que de fato não ocorreu. O famigerado “dormiu ao voltante”
seria um dos campeões mundiais na ocorrência de acidentes!!!
Logo, sugere-se sempre uma observação minuciosa de todo o local para
garantir que os vestígios nos “contem” realmente o que ocorreu naquele caso.
64
Para o perito ou assistente pericial é importante saber que, caso ocorra
um acidente com vítimas (sobretudo, fatais), alguns procedimentos deverão ser
executados pelos responsáveis pelo atendimento à ocorrência.
Revisemos alguns artigos do CTB, alterados pelas mudanças que
ocorreram através da chamada Lei Seca e posteriores (grifos nossos):
...
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.
(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012).
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do
veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de
1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
...
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.
(...)
...
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita
o condutor às penalidades previstas no art. 165. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
65
...
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo
de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran,
permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine
dependência. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem,
vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito
admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
66
comportamento dos condutores, identificamos nas cidades condutas que normalmente
não são vistas em rodovias ou estradas, como o desrespeito a um semáforo com luz
vermelha, já que esse tipo de sinalização é pouco comum em tais vias.
Nas vias urbanas, entretanto, os casos de avanço da sinalização de PARE
e de semáforos são bastante comuns, e muitas vezes o perito ou assistente pericial se
confrontará com uma situação difícil de ser analisada. Pense, por exemplo, na segunda
situação apresentada (avanço de sinalização semafórica), e imagine que ambos os
condutores relatem que deram continuidade à marcha após o sinal ter ficado verde.
Nesses casos, se não existem testemunhas, fica realmente difícil uma conclusão final, a
não ser que o semáforo tenha fotosensor (os famosos “pardais”), ou nas proximidades
exista alguma câmera de segurança que tenha capturado uma imagem que possa lhe
auxiliar. Caso você tenha essa sorte, uma consulta ao órgão executivo de trânsito do
município e/ou ao comerciante onde está instalada a câmera poderá resolver o impasse.
Outra possibilidade é a seguinte: imagine que exista uma fila de veículos
parados antes da faixa de retenção de um semáforo, estando o sinal vermelho para esses
veículos e verde para aqueles que trafegam na via perpendicular. Caso um desses
veículos da primeira fila resolva “furar” o sinal e acabe colidindo com um outro que
vinha de forma regular pela outra via, é bem possível que o número de testemunhas
seja maior, já que os condutores dos veículos que estavam aguardando podem se
deparar com uma via interditada, causando um grande tumulto e chamando a atenção
das pessoas no local. Ademais, é possível que você chegue a tempo de ver a
configuração do acidente de uma forma bastante clara, permitindo uma conclusão
adequada sobre a dinâmica do fato. Observe ainda que podem ser encontradas marcas
de frenagem indicando a reação do condutor que trafegava na via onde fluía o trânsito
naquele momento, ou seja, a possível via que preferencial naquele caso (não que isso já
obrigatoriamente um sinal de não culpabilidade, é claro!).
67
3.2. Falhas mecânicas
Nos casos em que são encontrados indícios de que uma falha mecânica
pode ter sido a principal causa do acidente, é interessante que se busque um
profissional que possa auxiliar o perito ou assistente na detecção dessa possível falha.
Nesses casos, um bom mecânico, torneiro mecânico ou mesmo um engenheiro (de
materiais, se necessário) é importante.
Um exemplo de teste que pode ser feito pelo profissional que está
realizando a análise é no sistema de freios (caso a colisão não o tenha afetado, é claro).
Para tanto, pode ser feito um teste estático, verificando-se a pressão do pedal contra o
pé, e um dinâmico, com o veículo em movimento, em que se observa se aquele modelo
de veículo está se comportando dentro de uma faixa tolerável para aquela velocidade e
tipo de via, ou seja, se a ação de frenagem está sendo executada na distância esperada,
respondendo adequadamente.
Um bom profissional deverá ainda observar folgas no sistema de direção
(aproveitando para olhar a barra de direção), nível do óleo de freio, desgaste dos pneus,
possíveis vazamentos de combustível, danos na parte inferior do veículo, dentre vários
outros itens. Na verdade, o ideal seria que todo profissional da área fizesse um bom
curso de mecânica.
É importante apenas tomar cuidado com as possíveis alterações que
podem ter sido causadas por terceiros, como o motorista do guincho, por exemplo, que
pode ter entortado (ou desentortado) alguma peça para facilitar o transporte. Daí entra
mais um item: a entrevista com o profissional que transportou o veículo danificado!!
68
3.3. Condições da via
69
reparos mais constantes, é menos comum que vejamos buracos de maiores proporções
nas vias urbanas. Mas não deixe de se atentar para pedras ou óleo na pista, por
exemplo. Quem já teve a péssima oportunidade de dirigir um veículo sobre uma pista
com óleo sabe como é perder totalmente o controle da dirigibilidade da máquina.
70
Queda de árvores;
Neve, dentre outros com menor ocorrência.
Esse tópico tem como objetivo fornecer os passos necessários para que
possa ser realizada uma análise de um acidente de tráfego. Caso o trabalho seja feito de
forma correta, é possível que seja identificada com maior precisão a causa determinante
e, por conseguinte, o(s) condutor(es) responsável(is) pela ocorrência.
É interessante em um acidente que você anote todas as informações,
es(des)crevendo, desenhando, fotografando e, posteriormente, aplicando os
conhecimentos que adquiriu para esclarecer as dúvidas existentes.
De posse da prancheta, câmera fotográfica, trena, formulários, etc., o
perito ou assistente técnico encontrará vários tipos de situações, desde aqueles
acidentes mais simples, sem vítimas fatais ou feridos, até aqueles em que você
encontrará várias vítimas fatais, tendo a infeliz visão de um carro de funerária ou do
IML.
Ademias, imagine que por vezes os ânimos poderão estar exaltados entre
aqueles que estão envolvidos diretamente na ocorrência, com cada um querendo
colocar a sua versão do fato. Contudo, você tem como tarefa manter o foco e se ater
aos vestígios observados no sítio do acidente. Além disso, sugiro que sempre ouça as
testemunhas, já que podem ser dirimidas várias dúvidas, sobretudo se os relatos de
várias pessoas apontarem para a mesma história.
Os agentes responsáveis pela aplicação das leis de trânsito, sejam Policiais
Militares, Policiais Rodoviários Federais, ou outros que pertençam a órgãos como as
agências ou superintendências de trânsito, têm procedimentos específicos quando do
atendimento das ocorrências, seja em relação ao posicionamento de viaturas nas vias,
seja na forma como será preenchido o boletim ou relatório de acidente. Um exemplo
prático é o caso dos acidentes com vítimas, em que a viatura deve estacionar em uma
71
distância tal que seja possível ao veículo de resgate se posicionar o mais próximo
possível das pessoas que serão atendidas. Outro procedimento que é estabelecido em
manuais é o uso de sinalização especial, como os conhecidos “cones”, as luzes
intermitentes das viaturas, as sirenes, etc.
72
etc.); contudo, como já foi dito: o interessante é que profissional faça uso
também de um bom GPS.
Direção e sentido: você identificará aqui se os veículos trafegavam do ponto A
para o ponto B ou do ponto B para o ponto A; por exemplo: “...ambos os veículos
trafegavam no sentido norte-sul da avenida Marechal Deodoro da Fonseca...”, “...sendo que o
veículo 1 trafegava de Goiânia para Anápolis...”, “...e o veículo 2 trafegava no sentido
Palmas-Araguaína...”, etc.
73
Observe, contudo, que o perito ou assistente poderá encontrar cenas
totalmente diferentes daquelas em que ocorreram os acidentes quando chegar ao local,
já que um asfalto pode secar em poucos minutos, dependendo do clima da região. E
não é raro que você demore uma, duas ou até mais horas para chegar ao sítio do
acidente. Nesses casos, o testemunho e possíveis vestígios são muito importantes. Por
exemplo, observe se existem poças d’água compatíveis com chuva recente, ou a terra
em volta encontra-se úmida. No caso de neblina ou cerração, é bem provável que
apenas as testemunhas possam confirmar essa informação, a não ser que exista ali uma
estação de captação de informações do serviço de meteorologia.
Outra informação importante: a fumaça, apesar de não estar relacionada
diretamente com o clima, é um problema recorrente nas regiões onde a vegetação
encontra-se seca e/ou são constantes as queimadas, como é o caso da região Centro-
Oeste. Dessas ocorrências podem sair relatos que não são compatíveis com os
vestígios. Por exemplo, o condutor pode argumentar que havia uma queimada no leito
da rodovia, o que prejudicou a sua visão. Bem, é possível que o outro condutor
confirme tal versão, mas pode ser que não. Daí você procurará identificar onde estaria
tal incêndio, e se realmente era possível que tivesse interferido na ocorrência. Por
exemplo, a que distância estão os focos de vegetação queimada? Estão com sinais de
recenticidade?
74
Especificamente para o nosso estudo, você é importante que você
descreva o traçado no sítio do acidente, e em suas imediações. Por exemplo: “dez metros
antes do sítio do acidente havia uma curva fechada, ou seja, de pequeno raio e, próximo ao ponto de
colisão, a entrada de um posto de combustível em um trecho de reta”. Ou seja, o traçado é uma
curva fechada seguida de uma reta (se necessário, o raio da curva poderá ser medido
posteriormente).
Deve ser especificado também se a pista é simples ou dupla, pois isso
tem grande influência na caracterização dos acidentes e na abordagem a ser realizada.
Por exemplo, são relativamente raras colisões frontais de veículos em pistas duplas, ou
seja, são acidentes comumente vistos em rodovias de pistas simples.
O número de faixas de rolamento é outro dado que também deve
constar dentre as informações a serem preenchidas: uma, duas, três faixas de rolamento
em cada sentido da via. Isso é importante porque a existência de um espaçamento
maior possibilita também áreas de escape maiores, o que influenciará nas tentativas de
desvio por parte de condutores na iminência de uma colisão. Na figura a seguir pode
ser vista uma pista dupla com seis faixas de rolamento, sendo três em cada sentido. **
Figura 44 – Pista dupla com três (3) faixas de rolamento em cada sentido:
total de seis (6) faixas de rolamento.
75
4.1.4.2. Descrição das condições físicas e alterações na via
A) “...próximo ao sítio de colisão havia vários buracos, sendo o maior deles com cerca de 1,2 m x
0,75 m; pela análise da trajetória de V2, há indícios de que o mesmo possa ter desviado desse
buraco antes da colisão...”;
B) “...na pista sentido Goiânia-Anápolis havia brita e areia...”.
4.1.5. Vestígios
76
4.1.5.1. Identificação e posicionamento dos vestígios
4
PCQM => Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento, que veremos nos próximos tópicos.
77
Além disso, a observação de tais marcas permite que o profissional
constate se foi uma simples rolagem, uma frenagem simples, uma derrapagem, etc.
78
No sítio http://www.webartigos.com são fornecidos detalhes interessantes
sobre esse tipo de marca pneumática:
“As marcas de frenagem tendem a ser retilíneas, exibindo internamente linhas longitudinais,
conforme figura exibida a seguir:”
“As marcas de derrapagem tendem a ser curvilíneas, exibindo internamente linhas transversais
ou transversais oblíquas, dependendo do estado dinâmico do veículo, conforme figuras exibidas
a seguir:”
79
4.1.5.2.1.4. Marcas de aceleração
80
Esses tipos de marca são muito comuns em acidentes com motocicletas,
onde tais veículos acabam tombando. É comum também quando ocorrem
capotamentos, ou quando o pneumático do veículo se solta, fazendo com que a roda
entre em contato com a superfície da via.
81
4.1.5.2.3. Fragmentos
82
determinado ponto da via mas, contudo, um dos veículos esteja parado no
acostamento. É dedutível, em conjunto com outras observações como marcas
pneumáticas, que aquele local onde estão os vestígios físicos seja a sede de impacto
daquele acidente. Claro que outras observações serão necessárias para que se confirme
essa informação, mas a posição dos vestígios poderá ser crucial nesse caso para que
você determine uma possível dinâmica dos fatos.
83
pessoa comparados às peças danificadas do veículo (lembre-se que, ao frear, a frente de
um veículo tende a abaixar).
Anote tudo, peque por excesso (e não por falta) de informações, faça um
croqui que possa descrever de forma adequada o local e tire bastante fotografias, de
vários ângulos (vide a próxima seção para as dicas sobre fotografias). Observe as
vestimentas em busca de furos, rasgos, marcas, manchas de tinta que, posteriormente,
possam ser relacionados ao veículo. Conforme nos ensina o Perito Ranvier Feitosa
Aragão, em sua obra Acidentes de Trânsito – Análise da Prova Pericial”:
4.1.6. Fotografia
84
outra vegetações, construções ou qualquer outra coisa que, para você, possa ter
interferido de alguma forma no fato.
Após fotografar o sítio como um todo, mostre a possível trajetória de
cada veículo até o sítio de colisão e, na sequência, uma visão geral da posição final de
cada um dos envolvidos.
Posteriormente, fotografe cada um dos veículos em diferentes ângulos.
Sugere-se aqui fotografias que peguem, por exemplo: parte anterior (frente) mais lateral
direita, parte posterior (traseira) mais lateral esquerda, e assim por diante; ou seja, você
se posicionará em uma linha que fará uma diagonal (de pequeno ângulo) com o veículo
(claro que fotos que englobem apenas a região anterior e/ou posterior do veículo são
bem-vindas). Não se esqueça, é claro, de tirar fotos gerais e aproximadas dos danos de
cada um. Isso ajudará você a montar o quebra-cabeça do acidente, podendo algumas
vezes “encaixar” um dano ao outro.
Seguindo o trabalho fotográfico, busque clicar vestígios específicos, tais
como: marcas de frenagem, derrapagem, pedaços de vidro, manchas de óleo, etc. Não
se esquecer também de incluir os pontos de referência usados na amarração dos
veículos e vestígios.
No documento que for redigir, busque inserir as fotografias em uma
sequência lógica, e sempre coloque legendas.
85
Figura 52 – Exemplos de posições em que um veículo deve ser fotografado.
86
2. V1 seguia em sua mão de direção na Rodovia BR-452, sentido Itumbiara-Rio
Verde, quando, ao tentar efetuar um ultrapassagem sobre a ponte do Rio dos Bois,
colidiu de frente com V2, que vinha em sentido contrário.
4.1.8. Medições
87
4.1.8.2.1. Triangulação
88
Figura 53 – Colisão transversal entre dois automóveis e as medições posicionando V1, tomando-se
como referências os dois postes de uma das ruas.
89
hipotenusa, respectivamente. Sugeriu-se esses valores por ser mais simples e
exata a extração da raiz quadrada (32 + 42 = 52).
Destaca-se que sempre pode e deve ser feito ser feito o uso do GPS
para a adoção de pontos de referência. Dessa forma, a possibilidade de erro é
bem menor do que a de um hodômetro de um veículo, no caso de ser necessária
uma reprodução simulada. No caso da falta ou a impossibilidade de uso de um
desses equipamentos, as dicas citadas continuam valendo.
Observa-se ainda que, apesar de não ser esse o método mais prático
para o posicionamento de vestígios, podem existir casos em que o mesmo é
aplicável. No meu ponto de vista (de quem trabalhou em rodovias), um caso que
pode ser interessante é quando o acidente ocorre exatamente no ponto de maior
90
angulação de uma curva, pois considero um pouco mais complicado traçar-se as
linhas “imaginárias” do método cartesiano.
Destaco que você irá se deparar constantemente com Boletins de
Acidentes de Tráfego ou similares onde existem croquis utilizando esse método,
pois o mesmo é bastante usado pelas Polícias Rodoviárias, seja a Federal ou as
Estaduais.
91
Figura 55 – Exemplo do uso de método cartesiano em via coletora dentro de uma cidade.
4.1.9.1. Do veículo
92
Pensemos em um exemplo prático, em que ambos os veículos foram
tirados de suas posições e encontram-se no acostamento. Daí você observa que um
deles sofreu maiores danos em sua região anterior direita (frente, lado direito) e o outro
na região posterior de sua lateral direita (parte de trás da lateral direita). O que você
pode concluir a partir disso?
Pelo estudo da orientação dos danos, tudo indica que o primeiro veículo
(V1) circulava da direita para a esquerda em sua via de tráfego antes de ocorrer uma
colisão transversal com o segundo veículo (V2), vindo a atingir a região posterior da
lateral direita desse último (lado do passageiro).
Baseado nessa informação, você irá verificar quem estava circulando por
qual via, e se existe sinalização horizontal ou luminosa, como um semáforo, para que
possa ser determinada a culpabilidade. Suponha, pois, que exista um sinal de PARE no
sentido em que trafegava o primeiro veículo. A princípio, ele deveria ter respeitado a
sinalização vertical e, caso não tenha existido nenhum outro fator que alterasse os fatos
observados, seria o condutor desse veículo o culpado pelo acidente.
Considerando o disposto nos artigos 106, 123, inciso III, 124, incisos IV, V, X, 126, 127, e 240
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997– Código de Trânsito Brasileiro; resolve:
93
Art. 1° - O veículo envolvido em acidente deve ser avaliado pela autoridade de trânsito ou seus
agentes, na esfera das suas competências estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro e
deve ser classificado, conforme estabelecido nesta Resolução.
§ 6º O cumprimento dos procedimentos previstos nos parágrafos deste artigo, não dispensa o
registro completo do acidente no Boletim de Ocorrência de Acidente de Trânsito-BOAT.
I – Danos de pequena monta, quando o veículo sofrer danos que afetem peças externas e/ou
peças mecânicas e estruturais, mas que, quando substituídas ou recuperadas, permitem que o
veículo volte à circular sem requerimentos adicionais de verificação;
II – Danos de média monta, quando o veículo sofrer danos em suas peças externas, peças
mecânicas e estruturais, mas que, quando substituídas ou recuperadas, permitem que o veículo
volte à circular após a realização de inspeção de segurança veicular e a obtenção do Certificado
de Segurança Veicular – CSV;
III – Danos de grande monta, quando o veículo sofrer danos em suas peças externas, peças
mecânicas e estruturais que o classifiquem como veículo irrecuperável.
94
avarias que, se somados, estejam nos respectivos limites de pontuação estabelecidos nos artigos
4º, 5º, 6º e 7º da presente Resolução.
§ 4º Os itens não definidos no relatório de avarias não serão considerados para classificação do
dano.
I – Danos de pequena monta, quando o veículo sofrer danos que afetem peças externas e/ou
peças mecânicas e estruturais, mas sua pontuação não ultrapasse 20 pontos;
II – Danos de média monta, quando o veículo sofrer danos em suas peças externas, peças
mecânicas e estruturais e sua pontuação, esteja compreendida entre 21 e 30 pontos;
III – Danos de grande monta, quando o veículo sofrer danos em suas peças externas, peças
mecânicas e estruturais e sua pontuação, seja superior a 30 pontos, os quais determinam o
veículo como irrecuperável.
I – Danos de pequena monta, quando o veículo sofrer danos que afetem peças externas
e/ou peças mecânicas e estruturais, mas sua pontuação, não ultrapasse 16 pontos, desde que
não afete nenhum componente estrutural;
II – Danos de média monta, quando o veículo sofrer danos em suas peças externas, peças
mecânicas e estruturais e sua pontuação, esteja acima de 16 pontos, desde que não afete dois
ou mais componentes estruturais;
III – Danos de grande monta, quando o veiculo sofrer dano em dois ou mais componentes
estruturais,independente do somatório de pontos.
95
Parágrafo único: O envio da documentação poderá ser efetuado por meio eletrônico, desde
que contenha de forma visível a assinatura, o nome e matrícula da autoridade de trânsito ou do
agente de fiscalização que emitiu o documento, ficando facultado o encaminhamento destes
documentos por via postal.
Art. 8° O desbloqueio do veículo que tenha sofrido dano de média monta só pode ser
realizado pelo órgão ou entidade executiva de trânsito do Estado ou Distrito Federal no qual o
veículo esteja registrado ;
§ 1º Deve ser exigido para desbloqueio de veículo com dano de média monta:
III – Certificado de Segurança Veicular – CSV expedido por Instituição Técnica Licenciada-
ITL, devidamente licenciada pelo DENATRAN e acreditada pelo INMETRO – Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
§ 2º – O órgão ou entidade executiva de trânsito no qual está registrado o veículo com dano de
média monta, de posse dos documentos previstos no parágrafo anterior, deve fazer constar no
campo “observações” do CRV/CRLV o número do Certificado de Segurança Veicular – CSV.
§ 4º – Caso não ocorra a recuperação do veículo, deve seu proprietário providenciar a baixa do
registro de acordo com o art. 126 do CTB e regulamentação complementar.
Art. 9° O proprietário de veículo com danos de grande monta, ou seu representante legal, no
prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da notificação prevista no Art. 7º
desta Resolução, deve apresentar o veículo, nas mesmas condições em que se encontrava após
o acidente, ao órgão ou entidade executiva de trânsito para ser submetido à avaliação, com
96
emissão de laudo oficial firmado em nome do órgão ou entidade, por profissional legalmente
habilitado, visando à confirmação do dano.
I – Caso o laudo oficial reclassifique o dano do veículo para média monta, o órgão ou entidade
de trânsito que detiver o registro do veículo deve alterar a restrição administrativa no cadastro
para média monta, ficando o desbloqueio do veículo sujeito aos procedimentos descritos no
artigo 8º desta Resolução.
II – Caso seja confirmada a classificação de grande monta, o proprietário deve ser notificado
sobre a obrigatoriedade da baixa do registro do veículo, podendo recorrer da decisão no prazo
de 60 (sessenta) dias, a contar do recebimento da notificação.
III – Caso o proprietário não apresente recurso ou haja indeferimento, ou ainda, não tenha
apresentado o veículo na forma prevista no caput deste artigo, o órgão ou entidade de trânsito
que detiver o registro do veículo deve proceder à baixa do seu cadastro, independentemente da
apresentação dos elementos identificadores do veículo.
§ 2º O veiculo objeto de baixa do registro terá sua estrutura, monobloco, carroceria ou chassi
destruídos.
Art. 10 As disposições contidas nesta Resolução também se aplicam aos veículos que sofrerem
acidentes antes de serem cadastrados, cabendo o envio de ofício com a documentação com a
classifi cação de danos ao DENATRAN, para bloqueio administrativo no pré-cadastro da Base
Índice Nacional – BIN, e demais procedimentos daí decorrentes.
Art. 11 O veículo classificado com danos de média ou grande monta não pode ter sua
propriedade transferida, excetuando-se para as companhias seguradoras, nos casos de
acidentes, em que por força da indenização se opere a sub-rogação nos direitos de propriedade.
97
§ 3º - Efetivada a transferência de propriedade para a razão social da companhia seguradora,
novamente deve ser bloqueado o cadastro do veículo, seguindo-se o disposto nos artigos 8º e
9º desta Resolução.
Art. 12 Esta Resolução entra em vigor em 1º de agosto de 2009, quando serão revogados aos
artigos 9º, 10 e 11 da Resolução CONTRAN nº 25/98. (...)”
98
Observa-se ainda que a classificação estabelecida pelo Contran não tem
relação direta com aquela usada pelas seguradoras, cujo critério é sobretudo econômico,
como já discorremos em anteriormente.
99
LEA - Parte ou porção anterior da
PAD - Parte ou porção anterior direita
lateral esquerda
LEM - Parte ou porção mediana da
AAE – Ângulo anterior esquerdo
lateral esquerda
LEP - Parte ou porção posterior da
AAD – Ângulo anterior direito
lateral esquerda
LDA - Parte ou porção anterior da
PPE - Parte ou porção posterior esquerda
lateral direita
LDM - Parte ou porção mediana da
PPM - Parte ou porção posterior mediana
lateral direita
LDP - Parte ou porção posterior da
PPD - Parte ou porção posterior direita
lateral direita
100
Figura 58 – Croqui de localização dos danos em uma motocicleta.
101
4.1.9.2. Tipos de danos
Amassamento:
É o termo mais comum usado, e designa afundamentos na superfície metálica da
carroceria do veículo; destaca-se, contudo, que outros tipos de materiais também
podem ser amassados (por exemplo, um parachoque). Geralmente, o termo
amassamento é usado quando a superfície do veículo sofreu danos devido a um
outro veículo ou objeto. No caso de atropelamentos, é comum a manutenção do
termo afundamento para designar a avaria ocorrida na carroceria.
Arrastamento:
Quando um veículo tomba ou capota e percorre uma certa distância sobre a via,
ele fica com marcas de arrastamento (que são deixadas também no asfalto).
Marcas semelhantes podem ser feitas quando o veículo passa tangenciando uma
coluna do estacionamento de um prédio, por exemplo (daí podemos chamar
também de atritamento – vide próximo item).
Atritamento:
Conjunto de riscos no veículo que podem vir também com algum amassamento.
Na minha singela opinião, o arrastamento pode ser considerado um tipo de
atritamento (vide item anterior).
102
Arrancamento:
Quando uma peça é removida violentamente da estrutura do veículo, dizemos
que houve um arrancamento. Por exemplo, existem vários casos em que peças
como o parachoque, o parabrisa, ou mesmo o motor se desprenderam devido à
violência do impacto.
Dilaceramento ou cisalhamento:
Para facilitar a visualização desse tipo de dano, imagine um animal cravando as
suas garras em algo e puxando violentamente. O despedaçamento da estrutura
metálica (por exemplo) deixa marcas características, que são enquadradas nessa
categoria.
Empenamento:
Imagine o caso de um automóvel que colide com o parachoque de um
caminhão, mas sem arrancá-lo, deixando o mesmo empenado, ou seja,
“entortado”.
Estampamento:
Esse é o caso de quando o veículo fica “marcado” pelo formato do objeto com
o qual o mesmo colidiu. O exemplo clássico é o do carro que colide lateralmente
com um poste, ficando com um formato semicircular na estrutura de sua
carroceria.
Esmagamento:
Suponha o caso de um veículo como um caminhão que tombe sobre um
automóvel. Nesse caso deverá ocorrer o esmagamento do automóvel. De forma
geral, como cita Ranvier Feitosa Aragão: “(...) destruição “violenta” produzida pela
ação do impacto de um corpo maior sobre um menor; (...)” .
103
Mossa:
Termo muito comum usado na área de acidentes. Quando uma pessoa senta no
capô de um veículo ou dá um soco em uma porta, pode gerar o que chamamos
de mossa, ou seja, um pequeno amassamento ou afundamento.
Quebramento:
Quebra de qualquer peça ou outro equipamento do veículo.
Trincamento:
Podemos dizer que o trincamento é uma quebra microscópica (ou de menor
dimensão) de uma estrutura, mas sem a separação completa da mesma; por
exemplo, temos o trincamento de um parabrisa.
Sanfonamento:
Você já deve ter visto esse tipo de dano em um veículo. O exemplo clássico é
quando ocorre uma colisão frontal de um dos veículos, onde o capô é
“empurrado” para trás, semelhante ao fole de uma sanfona.
104
(da frente para a traseira), no sentido da região posterior para a região anterior (da
traseira para a frente), etc.
4.1.10. Croqui
105
Figura 60 – Exemplo simples de um croqui finalizado com o auxílio do aplicativo disponibilizado no
site http://dibujar.croquisaccidente.es.
106
4.2. Exemplo de Boletim de Acidente de Trânsito (BAT) da PRF
Figura 62 – Página do Boletim de Acidente de Trânsito (BAT) da Polícia Rodoviária Federal que traz
as informações sobre o condutor; obviamente, o boletim tem tantas páginas quantos forem os
condutores envolvidos no acidente.
107
Figura 63 – Uma das páginas do BAT (varia de acordo com o número de veículos) que contém:
descrição do veículo envolvido, acontecimentos com o mesmo, dados da carga (se aplicável), tipos e
graus de avarias, classificação de monta, e local para onde foi encaminhado o veículo (se aplicável).
108
Figura 64 – Página do BAT que contém o croqui e a narrativa do acidente de tráfego.
109
5. Reconstruindo um Acidente de Tráfego
5.1.1.1. Força
110
Sabemos que para um veículo se movimentar (saindo de sua situação
anterior de repouso), é necessário a aplicação de uma força. Um outro importante
conceito é o seguinte:
Para um corpo de massa constante, a força resultante sobre ele possui módulo igual ao
produto entre massa e aceleração, ou seja: F = m.a
“Quando dois corpos interagem, a força provocada por um dos corpos sobre o
outro é sempre igual em módulo, possui a mesma direção e sentido contrário à
força que o outro corpo exerce sobre ele.”
111
5.1.1.2. Ação e reação: força Peso versus força Normal
5.1.1.3. Inércia
112
travar; e também é exigida uma força maior para que seja iniciado o movimento. Isso
será visto em detalhes nas próximas seções.
5.1.1.4. Atrito
113
Figuras 68 e 69 – Visão microscópica da atuação da força de atrito (fontes das figuras:
http://www.cepa.if.usp.br e http://www.fisica.ufs.br).
Fa = μ.N, onde:
Fa => Força de atrito (unidade no SI => Newton – N)
μ => Coeficiente de atrito (adimensional)
N => força normal (unidade no SI => Newton – N)
Ec = ½ m.v2, onde:
114
5.1.1.6. Energia potencial
Quando levantamos algum objeto, temos que aplicar uma força sobre o
mesmo. Sabemos que ao segurarmos esse objeto a uma altura de 1,5 m e depois soltá-lo
a essa mesma altura, esse objeto vai adquirir uma determinada velocidade antes de
atingir o chão. Ou seja, ele sofreu uma aceleração imprimida pela força gravitacional;
sabemos também que essa aceleração é de cerca de 9,8 m/s2 (esse valor varia – muito
pouco, por sinal – de acordo a nossa localização no globo terrestre). Obviamente,
quanto mais alto esse objeto estiver, mais alta será a velocidade com a qual ele alcançará
o solo, já que a aceleração continua sendo aplicada (claro, não podemos nos esquecer
da resistência do ar).
No caso supracitado, dizemos que esse corpo tinha uma energia
potencial gravitacional quando estava a 1,5 metros de altura em relação ao solo e que,
ao ser solto, essa energia foi transformada em energia cinética quando o objeto foi
acelerado pela força da gravidade (lembre-se que existem outros tipos de energia
potencial). Uma fórmula simples para o cálculo da energia potencial gravitacional é
dada a seguir:
Ep = m.g.h , sendo:
Ep => energia potencial (unidade do SI => Joule – J)
m => massa do corpo (unidade do SI => quilogramas - Kg)
g => aceleração da gravidade (unidade do SI => metros por segundo ao quadrado –
m/s2)
h => altura do corpo em relação ao referencial (unidade do SI => metros - m)
115
5.1.1.7. Trabalho
T = F.d, onde:
T => trabalho realizado (unidade do SI => joule - J);
F => força (unidade do SI => Newton – N)
d => deslocamento (unidade do SI => metro – m)
116
5.1.1.9. Quantidade de Movimento
117
5.1.1.9.2. Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento
sendo:
Vfre => velocidade de frenagem, dada em m/s;
μ => coeficiente de atrito da superfície em estudo (vide tabela de
coeficientes);
g => aceleração da gravidade;
d => distância da frenagem (medida no local – dada em m).
118
em acidentes de tráfego (vide tabelas em anexo). Outra variável que se altera muito
pouco é a aceleração da gravidade. Estudos demonstram que a propagação de erros
devido a essa variação é mínima.
Obviamente, a não ser que o veículo tenha somente freado e parado sem
colidir com nenhum outro veículo ou objeto, a velocidade mostrada nas fórmulas acima
não era a velocidade em que o mesmo estava quando iniciou a frenagem. Por quê?
Bem, essa velocidade nos dá a “energia perdida” devido ao atrito existente entre os
pneus do veículo e a via de tráfego. Contudo, se ele colidiu, ele perdeu energia também
durante essa colisão (através de alterações nas estruturas físicas dos materiais que
compõem os participantes do acidente, através de energia sonora, térmica, etc).
Devemos, dessa forma, utilizar algum método para estimar essa
“velocidade de danos”, de forma a adicioná-la à velocidade de frenagem para
conseguirmos a velocidade na qual o veículo iniciou todo o processo. Para tanto,
podem ser utilizadas tabelas de crash tests – que nos dão pouca precisão - ou um outro
método mais preciso, como o PCQM, por exemplo.
Outro detalhe importante que deve ser observado: para o uso das
fórmulas supracitadas, parte-se do princípio que houve a máxima desaceleração do
veículo, ou seja, uma atuação eficiente do sistema de freios. Quando se percebe que não
houve a atuação das quatro rodas durante a frenagem, pode ser usada a seguinte
fórmula:
Sendo:
Vfre => velocidade de frenagem, dada em Km/h;
μ => coeficiente de atrito da superfície em estudo (vide tabela de
coeficientes);
d => distância da frenagem (medida no local – dada em m);
η=> número de rodas envolvidas na frenagem (na verdade, o índice de
eficiência das rodas, conforme destacado no trecho a seguir).
119
Para complementar a fórmula acima, citamos um trecho do livro
“Acidentes de Trânsito – Análise da Prova Pericial”, de Ranvier Feitosa Aragão:
Nesse sentido, Gary L. Stephens indica que, para veículos de passeio
com motor dianteiro, a eficiência de frenagem de cada roda dianteira
será de 35% e de cada roda traseira 15%; com motor traseiro, será de
30% em cada roda dianteira e 20% em cada roda traseira. Para
motocicletas a eficiência de frenagem será de 60% no eixo dianteiro e de
40% no eixo traseiro. Para composição rodoviária de transporte de
cargas, devido à transferência de peso, a eficiência de frenagem será de
70%, sendo 5% para cada roda dianteira do caminhão-trator e de 9% para
cada par traseiro de rodado duplo; para o semirreboque, cada conjunto
duplo de rodas terá uma eficiência de 6%.”
120
Vejamos a seguir alguns valores sugeridos para o cálculo da velocidade de
danos:
Tabela 3 - Velocidades de danos (fonte: livro Acidentes de Trânsito – Análise da Prova Pericial, de
Ranvier Feitosa Aragão).
121
Dessa forma, temos que QMi = QMf, ou seja, a Quantidade de Movimento
Inicial (QMi ) é igual à Quantidade de Movimento Final (QMf). Isso significa que:
122
Que é a velocidade na qual o veículo trafegava imediatamente antes do início do
acidente de tráfego, ou seja, antes da frenagem ou da colisão com qualquer obstáculo
será dada por:
Onde:
VPC => velocidade pré-colisão ou de marcha
μ => coeficiente de atrito
g => aceleração da gravidade
d => distância de frenagem
VIP => velocidade de impacto
Observe que:
1. se d = 0 => não houve frenagem e, dessa forma, V PC = VIP, ou seja,
a velocidade de marcha será igual à de impacto.
2. se o veículo frear totalmente e não houver impacto, então VIP = 0 , e
a fórmula se resume àquela vista para o cálculo da velocidade de
frenagem.
123
Figura 70 - Exemplo de decomposição de um vetor.
124
Logo, o módulo de V ≈ 100, que é o valor original. Se fôssemos falar de
direção e sentido do vetor mostrado, poderíamos dizer, de forma simples e genérica,
que o mesmo vai de baixo para cima e da esquerda para a direita. Guarde o raciocínio
visto nos parágrafos anteriores, pois irá utilizá-lo bastante quando aplicando o PCQM
nos acidentes de tráfego.
Outra representação gráfica que deve ser lembrada pelo profissional da
área é a da figura a seguir, onde é mostrado o vetor resultante de dois outros vetores.
125
Suponha que os módulos dos vetores V1 e V2 sejam 100 e 80,
respectivamente; e que α = 70º, e β = 20º. Logo, os componentes nos eixos X e Y de
cada um deles será:
V1x = 100. cos 70º ≈ 100.0,342 = 34,2 e V1y = 100. sen 70º ≈ 100.0,939 = 93,9
V2x = 80.cos 20º ≈ 80.0,939 ≈ 75,12 e V2y = 80.sen 20º ≈ 80.0,342 ≈ 27,36
126
V2f => velocidade final do veículo 2 (o quanto ele adquiriu ou perdeu após a colisão)
127
No gráfico mostrado na figura 68 temos o seguinte:
V1i => vetor da velocidade inicial do veículo 1 (através desse vetor obtemos
informações sobre a velocidade que o veículo tinha no momento da colisão efetiva, ou
seja, velocidade de entrada do mesmo, e a direção e sentido em que ele se aproximou,
em relação ao eixo X)
V2i => vetor da velocidade inicial do veículo 2 (idem de V1i para o veículo 2)
V1f => vetor da velocidade final do veículo 1 (através desse vetor obtemos
informações sobre o quanto ele adquiriu ou perdeu de velocidade após a colisão, ou
seja, a sua velocidade de saída, e que direção e sentido tomou em relação ao eixo X)
V2f => vetor da velocidade final do veículo 2 (idem de V1f para o veículo 2)
128
m1. V1i .cos 0º + m2. V2i .cos λ = m1. V1f .cos α + m2. V2f .cos β
m1. V1i .1 + m2. V2i .cos λ = m1. V1f .cos α + m2. V2f .cos β
m1. V1i = m1. V1f .cos α + m2. V2f .cos β - m2. V2i .cos λ
V1i = m1. V1f .cos α + m2. V2f .cos β - m2. V2i .cos λ =>
m1 m1 m1
V1i = V1f .cos α + m2. V2f .cos β - m2. V2i .cos λ (Equação 1)
m1 m1
m1. V1i .sen 0º + m2. V2i .sen λ = m1. V1f .sen α + m2. V2f .sen β
m1. V1i .0 + m2. V2i .sen λ = m1. V1f .sen α + m2. V2f .sen β
m2. V2i .sen λ = m1. V1f .sen α + m2. V2f .sen β
129
2) Traçar os vetores das quantidades de movimento finais dos veículos baseados
em V1f e V2f, observando-se os ângulos de saída;
3) Calcular V1f e V2f utilizando a equação de velocidade de frenagem:
130
Para o nosso exemplo adotamos o eixo X como a linha de trajetória de
V1, e o eixo Y coincidindo com a linha da trajetória de V2 (perpendicular). Logo,
temos:
Ângulo α => ângulo do vetor de V1f em relação ao eixo X => 97º (medido no local
com trena, papel e transferidor), observando-se um ponto que seja o mais próximo
possível do centro de massa do veículo
Ângulo β => ângulo do vetor V2f em relação ao eixo X => 165º (medido no local
com trena, papel e transferidor ou, de forma mais precisa, através de desenhos feitos
em papel milimetrado ou computador); qualquer um dos métodos exige que seja
observado um ponto o mais próximo possível do centro de massa do veículo (sugere-
se, para automóveis, que essa distância esteja a um terço do seu comprimento, medido
a partir do parachoque dianteiro)
m1 => massa do veículo 1 (suponha que seja 1.100 Kg, desprezando-se a massa do
condutor e de outros objetos)
m2 => massa do veículo 2 (suponha que seja 900 Kg, idem a m1)
131
Suponha também que não existam marcas de frenagem, ou seja, que os
condutores dos veículos não tiveram, a princípio, tempo de reagir de forma adequada
ao evento.
Sabendo que o valor médio do coeficiente de atrito para essa via é de 0,8
(olhar tabelas de coeficientes para asfalto seco), e que foram utilizadas as quatro rodas
no deslocamento após a colisão, medem-se as distâncias que os mesmos ficaram do
132
V1i = - V1f .cos α - m2. V2f .cos β + m2. V2i .cos λ (multiplicou-se por -1 => cos 180º)
m1 m1
133
condutor de V2 pode ser descrito como a causa determinante do acidente, já que a
velocidade de V1 não influenciou diretamente no sinistro.
Outra observação importante é que V2 poderia frear facilmente nessa
velocidade (em uma curta distância, diga-se de passagem). É dedutível que o condutor
desse veículo dirigia sem a devida atenção, já que não imprimia grande velocidade.
Podemos verificar através de outros cálculos que os componentes no
eixo X e eixo Y nos permitiriam chegar aos mesmos resultados.
134
Analisemos este exemplo. Refazendo as contas e observando as
medições realizadas no local, temos:
A. Marcas de frenagem:
V1 totaliza 6,4 m de frenagem total com as quatro rodas
V2 totaliza 5 m de frenagem total com as quatro rodas
135
D. Ângulos de “entrada” e “saída” em relação aos eixos traçados a partir do
ponto de colisão
136
V1 => deslocou-se 9 m
V2 => deslocou-se 5 m
Logo:
Logo:
137
Da equação 5:
V1i.1045.cos 20º + V2i.1250.cos 100º = 11,88.1045.cos 115º + 8,86.1250.cos 65º
981,98.V1i – 217,06.V2i ≈ -5246,63 + 4680,5
981,98.V1i – 217,06.V2i = - 566,13 => 981,98.V1i= - 566,13 + 217,06.V2i
Da equação 6:
V1i.1045.sen 20º + V2i.1250.sen 100º = 11,88.1045.sen 115º + 8,86.1250.sen 65º
357,41.V1i + 1231.V2i ≈ 11251,45 + 10037,36 => 357,41.V1i + 1231.V2i = 21288,81
Substituindo em , temos:
Logo,
V1i≈ 0,221.V2i -0,5765 => V1i≈ 0,221.16,41 – 0,5765 ≈ 3,05 m/s (≈ 10,98 Km/h)
Logo,
138
Dessa forma obtemos as velocidades dos veículos antes do início das
frenagens, ou seja, antes do início da aplicação dos freios.
139
A. Marcas de frenagem:
V1 totaliza 9,0 m de frenagem total com as quatro rodas
V2 totaliza 2,0 m de frenagem total com as quatro rodas
140
Primeiramente, vejamos o quanto de velocidade teria sido perdida
durante as frenagens de ambos os veículos antes da colisão (adotando-se um coeficiente
de atrito de 0,65 para asfalto polido e veículo de passeio – consultar tabela no anexo):
Logo:
141
QIY => Resultante no eixo Y da quantidade de Movimento Inicial
Logo:
E
V1i.m1 .sen 0º + V2i.m2.sen λ = V1F.m1 .sen α+ V2F.m2.sen β
E
V2i.m2.sen λ = V1F.m1 .sen α + V2F.m2.sen β
142
V1i ≈ -3,804 + 11,098 – 2,972 = 4,322 m/s (15,56 Km/h)
Logo,
143
Suponha que você e seu parceiro tenham medido uma distância de 8,1 m
(do início da frenagem até o final da faixa de retenção da sinalização de PARE). Dessa
forma, V1 teria 3,5 + 4,6 = 8,1 m para a sua parada total, se reagisse no mesmo ponto
da via. Nesse caso, podemos calcular a velocidade máxima em que o veículo poderia
estar usando a fórmula de velocidade de frenagem.
Figura 75 - Croqui mostrando maiores detalhes do acidente da figura 71, incluindo Ponto de
Percepção e Ponto de Reação.
144
ainda em suas colocações, afirmando que V1 poderia ainda ter invadido uns 2 m da via
perpendicular, ficando no limite, mas ainda assim não colidindo com V2.
Obviamente, a precisão nos cálculos depende da precisão das medições e
do uso correto dos coeficientes disponíveis, além da experiência do Perito ou
Assistente Pericial. Observe que se a via fosse classificada como coletora (40 Km/h), a
velocidade de 41,6 Km/h não poderia ser apontada enfaticamente como a causa
determinante do acidente, pois a diferença é muito pequena para tal afirmação.
Ademais, ao observar o sítio do acidente você poderia escrever que a causa
determinante foi uma entrada inopinada (repentina) de V1 na via perpendicular devido
a uma falta de reação em tempo hábil do condutor desse veículo, o que impossibilitou
que o mesmo freasse na distância que tinha disponível para percorrer, não tendo
também o condutor de V2 condições de reação.
145
O que varia bastante é o coeficiente de atrito, que depende da massa da
motocicleta e da(s) roda(s) onde foi aplicada a frenagem (vide tabela I.4 no Anexo I).
Outro ponto a ser destacado é que caso ocorra uma instabilidade na motocicleta que
faça com que ela caia e se arraste pelo pavimento, deverá ser utilizado um outro valor
de coeficiente de atrito para o cálculo. Esses coeficientes estão na faixa de 0,35 a 0,50
para asfalto seco e de 0,30 a 0,40 para pavimento molhado.
146
Vmc = 1,609.[(2,18.(2,54.ΔLwb)) + 10,3] => Vmc = 1,609.(5,5372.ΔLwb + 10,3)
5.1.6. Atropelamentos
Outro assunto muito importante dentro de nossa área de estudo são os
atropelamentos. Dentre desse estudo, temos algumas metodologias e fórmulas para o
cálculo da projeção de pedestres, para os casos em que é possível identificar o sítio de
colisão e o ponto na via onde o pedestre caiu após a sua projeção, além do ponto final
de repouso.
Conforme cita no seu livro o autor Ranvier Feitosa, existem algumas
fórmulas de mais fácil uso. Observar, contudo, a seguinte nomenclatura:
147
Fórmula Geral:
Onde:
Onde:
D) Método de Casteel
148
149
6. Referências Bibliográficas
6. WARNER, Charles Y.; SMITH, Gregory C.; JAMES, Michael B.; GERMANO,
Geoff J.. Friction Aplications Accident Reconstruction: Reconstruction of Motor Vehicle Accidents -
A Technical Compendium.
150
151
ANEXO I
152
Cascalho solto 0,40 – 0,70 0,40 – 0,70 0,45 – 0,75 0,45 – 0,75
Pedra compactada 0,55 – 0,75 0,55 – 0,75 0,55 – 0,75 0,55 – 0,75
Gelo 0,10 – 0,25 0,07 – 0,20 0,05 – 0,10 0,05 – 0,10
Neve compactada 0,30 – 0,55 0,35 – 0,55 0,30 – 0,60 0,30 – 0,60
Neve derretida 0,10 – 0,25 0,10 – 0,20 0,30 – 0,60 0,30 – 0,60
153
I.3 – Tabela de Coeficientes de Atrito (Situações diversas)
(Do livro Acidentes de Trânsito – Análise da Prova Pericial, do autor Ranvier Feitosa Aragão)
Coeficiente
Tipo de situação
de Atrito
Caminhão pickup (camioneta), deslizando sobre sua lateral sobre
0,30 – 0,40
concreto
Veículo de passageiros (de passeio), deslizando apoiado sobre o teto
0,30
sobre o concreto
Veículo de passageiros (de passeio), deslizando apoiado sobre o teto
0,40
sobre asfalto rugoso (áspero)
Veículo de passageiros (de passeio), deslizando apoiado sobre o teto
0,50 – 0,70
sobre cascalho
Veículo de passageiros (de passeio), deslizando apoiado sobre o teto
0,50
sobre grama (relva) seca
Superfícies metálicas (larga e plana) deslizando sobre asfalto 0,4
Superfícies metálicas (larga e plana) deslizando sobre terra batida seca 0,2
Superfícies metálicas (larga e plana) deslizando sobre superfície
0,6
metálica (larga e plana) – (golpe lateral violento, roçar, abalroamento)
Veículo com veículo (de passeio), abalroamento 0,55
Freio motor (engatado), em marcha pesada (rápida, alta) 0,1
Freio motor (engatado), em marcha leve (baixa) 0,1 – 0,2
Resistência ao rolamento, pneu com calibragem normal 0,01
Resistência ao rolamento, pneu com calibragem parcial 0,013
Resistência ao rolamento, pneu vazio (furado) 0,017
Deslizando, derrapando, sobre neve compactada 0,15
Deslizando, derrapando, sobre gelo ou granizo 0,07
Motocicleta deslizando sobre sua lateral, tombada 0,55 – 0,70
Corpo humano deslizando 1,1
Corpo humano rolando 0,8
154
I.4 – Tabela de Coeficientes de Atrito para Motocicletas
155
I.6 – Tabela de Intensidade das Avarias baseada na Velocidade de Danos
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
156
40 8,333 2,000 4,840 15,173
50 10,417 2,500 7,563 20,480
60 12,500 3,000 10,891 26,391
70 14,583 3,500 14,823 32,906
80 16,667 4,000 19,361 40,028
90 18,750 4,500 24,504 47,754
100 20,833 5,000 30,252 56,085
110 22,917 5,500 36,605 65,022
120 25,000 6,000 43,563 74,563
130 27,083 6,500 51,126 84,709
140 29,167 7,000 59,294 95,461
150 31,250 7,500 68,067 106,817
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
157
Tabela I.7.3 – Dados considerados: μ = 1,3; g=9,81 m/s2; Tr = 1,25 s; Taf=0,18 s
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
158
90 37,500 4,500 24,504 66,504
100 41,667 5,000 30,252 76,919
110 45,833 5,500 36,605 87,938
120 50,000 6,000 43,563 99,563
130 54,167 6,500 51,126 111,793
140 58,333 7,000 59,294 124,627
150 62,500 7,500 68,067 138,067
Tabela I.7.5 – Dados considerados: μ = 1,3; g=9,81 m/s2; Tr = 1,8 s (Taoka); Taf=0,18 s
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
159
Tabela I.7.6 – Dados considerados: μ = 1,3; g=9,81 m/s2; Tr = 2,0 s; Taf=0,18 s
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
Tabela I.7.7 – Dados considerados: μ = 1,3; g=9,81 m/s2; Tr = 2,5 s (Noite); Taf=0,18 s
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
160
110 76,389 5,500 36,605 118,494
120 83,333 6,000 43,563 132,896
130 90,278 6,500 51,126 147,904
140 97,222 7,000 59,294 163,516
150 104,167 7,500 68,067 179,734
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
161
40 11,111 2,000 5,720 18,831
50 13,889 2,500 8,938 25,327
60 16,667 3,000 12,871 32,538
70 19,444 3,500 17,519 40,463
80 22,222 4,000 22,881 49,103
90 25,000 4,500 28,959 58,459
100 27,778 5,000 35,752 68,530
110 30,556 5,500 43,260 79,316
120 33,333 6,000 51,483 90,816
130 36,111 6,500 60,421 103,032
140 38,889 7,000 70,074 115,963
150 41,667 7,500 80,443 129,610
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
162
Tabela I.7.11 – Dados considerados: μ = 1,1; g=9,81 m/s2; Tr = 1,5 s; Taf=0,18 s
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
Tabela I.7.11 – Dados considerados: μ = 1,1; g=9,81 m/s2; Tr = 1,8 s (Taoka); Taf=0,18 s
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
163
110 55,000 5,500 43,260 103,760
120 60,000 6,000 51,483 117,483
130 65,000 6,500 60,421 131,921
140 70,000 7,000 70,074 147,074
150 75,000 7,500 80,443 162,943
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
Tabela I.7.13 – Dados considerados: μ = 1,1; g=9,81 m/s2; Tr = 2,5 s (Noite); Taf=0,18 s
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
164
40 27,778 2,000 5,720 35,498
50 34,722 2,500 8,938 46,160
60 41,667 3,000 12,871 57,538
70 48,611 3,500 17,519 69,630
80 55,556 4,000 22,881 82,437
90 62,500 4,500 28,959 95,959
100 69,444 5,000 35,752 110,196
110 76,389 5,500 43,260 125,149
120 83,333 6,000 51,483 140,816
130 90,278 6,500 60,421 157,199
140 97,222 7,000 70,074 174,296
150 104,167 7,500 80,443 192,110
Distância
Distância Distância
Velocidade percorrida Distância total
percorrida durante o percorrida durante a
(Km/h) durante o Taf percorrida (m)
Tr (m) frenagem (m)
(m)
165
Tabela I.7.15 – Dados considerados: μ = 0,9; g=9,81 m/s2; Tr = 1 s; Taf=0,18 s
166
110 38,194 5,500 52,874 96,568
120 41,667 6,000 62,924 110,591
130 45,139 6,500 73,848 125,487
140 48,611 7,000 85,646 141,257
150 52,083 7,500 98,319 157,902
Tabela I.7.18 – Dados considerados: μ = 0,9; g=9,81 m/s2; Tr = 1,8 s (Taoka); Taf=0,18 s
167
40 20,000 2,000 6,992 28,992
50 25,000 2,500 10,924 38,424
60 30,000 3,000 15,731 48,731
70 35,000 3,500 21,412 59,912
80 40,000 4,000 27,966 71,966
90 45,000 4,500 35,395 84,895
100 50,000 5,000 43,697 98,697
110 55,000 5,500 52,874 113,374
120 60,000 6,000 62,924 128,924
130 65,000 6,500 73,848 145,348
140 70,000 7,000 85,646 162,646
150 75,000 7,500 98,319 180,819
168
Tabela I.7.20 – Dados considerados: μ = 0,9; g=9,81 m/s2; Tr = 2,5 s; Taf=0,18 s
169
110 22,917 5,500 67,980 96,397
120 25,000 6,000 80,902 111,902
130 27,083 6,500 94,948 128,531
140 29,167 7,000 110,117 146,284
150 31,250 7,500 126,410 165,160
170
40 13,889 2,000 8,989 24,878
50 17,361 2,500 14,046 33,907
60 20,833 3,000 20,226 44,059
70 24,306 3,500 27,529 55,335
80 27,778 4,000 35,957 67,735
90 31,250 4,500 45,507 81,257
100 34,722 5,000 56,182 95,904
110 38,194 5,500 67,980 111,674
120 41,667 6,000 80,902 128,569
130 45,139 6,500 94,948 146,587
140 48,611 7,000 110,117 165,728
150 52,083 7,500 126,410 185,993
171
Tabela I.7.24 – Dados considerados: μ = 0,7; g=9,81 m/s2; Tr = 1,8 s (Taoka); Taf=0,18 s
172
110 61,111 5,500 67,980 134,591
120 66,667 6,000 80,902 153,569
130 72,222 6,500 94,948 173,670
140 77,778 7,000 110,117 194,895
150 83,333 7,500 126,410 217,243
Tabela I.7.26 – Dados considerados: μ = 0,7; g=9,81 m/s2; Tr = 2,5 s (Noite); Taf=0,18 s
173
40 8,333 2,000 12,585 22,918
50 10,417 2,500 19,664 32,581
60 12,500 3,000 28,316 43,816
70 14,583 3,500 38,541 56,624
80 16,667 4,000 50,339 71,006
90 18,750 4,500 63,710 86,960
100 20,833 5,000 78,655 104,488
110 22,917 5,500 95,172 123,589
120 25,000 6,000 113,263 144,263
130 27,083 6,500 132,927 166,510
140 29,167 7,000 154,164 190,331
150 31,250 7,500 176,974 215,724
174
Tabela I.7.29 – Dados considerados: μ = 0,5; g=9,81 m/s2; Tr = 1,25 s; Taf=0,18 s
175
110 45,833 5,500 95,172 146,505
120 50,000 6,000 113,263 169,263
130 54,167 6,500 132,927 193,594
140 58,333 7,000 154,164 219,497
150 62,500 7,500 176,974 246,974
Tabela I.7.30 – Dados considerados: μ = 0,5; g=9,81 m/s2; Tr = 1,8 s (Taoka); Taf=0,18 s
176
40 22,222 2,000 12,585 36,807
50 27,778 2,500 19,664 49,942
60 33,333 3,000 28,316 64,649
70 38,889 3,500 38,541 80,930
80 44,444 4,000 50,339 98,783
90 50,000 4,500 63,710 118,210
100 55,556 5,000 78,655 139,211
110 61,111 5,500 95,172 161,783
120 66,667 6,000 113,263 185,930
130 72,222 6,500 132,927 211,649
140 77,778 7,000 154,164 238,942
150 83,333 7,500 176,974 267,807
Tabela I.7.32 – Dados considerados: μ = 0,5; g=9,81 m/s2; Tr = 2,5 s (Noite); Taf=0,18 s
177
As tabelas a seguir também foram retiradas do livro do mestre Ranvier
Feitosa Aragão. De acordo com ele, os dados estatísticos foram tabulados por Casteel e
Moss, e introduzidos no Brasil pelo Dr. Marcos Henrique dos Santos, perito do
Instituto de Criminalística do Distrito Federal.
178