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Criminologia

Conceito
Conjunto de conhecimentos que estudam o fenômeno e a causa da criminalidade. A
personalidade do delinquente, sua conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo.

Breve Histórico
 Confúcio (418 a.C.): Ter o cuidado de evitar os crimes, para depois não ter que ser
obrigado a castigar.
 Protágoras (415 a.C.): Pena é exemplo para os outros. É prevenção. Pena tem aspecto
exemplar para a sociedade.
 Sócrates, por Platão (347 a.C.): Crime é ausência de educação. Falta de educação.
 Platão: O ouro do home é sempre o motivo de seus males. Dinheiro alheio.
 São Tomas de Aquino (1274 d.C):
o Criou conceito de Justiça Distributiva (tratar os desiguais de forma desigual
para atingir a justiça).
o Suma contra os Gentios  pobreza gera crime.
o Suma Teologia  Furto famélico (do italiano “fome”), no sentido de
necessidade. Furto para matar a fome, para suprir as necessidades básicas.
Quando existir necessidades básicas. Quando existir necessidade grave, o mais
importante era salvar a situação, e não considerar o crime (estado de
necessidade).
o
 Santo Agostinho (430 d.C.)
o Pena tem quatro funções.
o Medida de defesa social + Medida regenerativa + ameaça.
 Ulpiano: Justiça é dar a cada um o que é seu.

Justiça Distributiva
 A justiça do Trabalho é um exemplo, onde são parte o Empregado e o Empregador. No
Brasil, o empregador é a parte mais forte, pela sua situação social (educação,
financeira, etc.). O empregado é a parte mais fraca da relação. O Direito do Trabalho
diferencia o tratamento, prevalecendo o entendimento de Ulpiano. Ela dá benefícios
processuais ao empregado (In Dubio pro Empregado).
 No Direito Penal, o Estado acusa a parte ré, que foi quem cometeu o crime contra a
vítima. O Ministério Público é a parte mais forte da relação (é o poder do estado –
monstro), então para compensar essa diferença, existe o “in dubio pro réu”.
 A Justiça Distributiva é tratar de forma mais benéfica, a parte mais fraca. Ela aumenta
os direitos do réu.
 Santo Agostinho: a sociedade se defende pelo direito Penal, através da pena. Regenera
o culpado, pois tem função regenerativa.
 Dois exemplos de Justiça Distributiva é a Justiça Penal e a Justiça do Trabalho.
 Ultima Ratio significa ultima saída.

Demonologia
 É um ramo da criminologia que entende que o crime é culpa do “demônio”. Essa teoria
foi usada num Júri em MG.
 Ela trata da possessão.
 Bodeler diz que o maior triunfo do demônio é se achar que ele não existe.
 Existem duas espécies de Possessão
o Possessão Natural: quando o demônio vem até você.
o Possessão Procurada: Quando você procura o demônio, para se aliar, fechar
um acordo. Nesta situação, a pessoa que chama ele, fica o demônio fica com
pelo demais no corpo.
o Demonologia entendia que os crimes, em especial o de morte (homicídio), era
praticado por pessoas possuídas.

Rousseau:
 Segundo ele, crimes eram cometidos por causa das propriedades. Na antiguidade, o
bem que mais tinha valor era a terra. Matava-se para ser o dono da propriedade, ou
seja, por causa latifundiária.

Becharia:
 Tem extrema importância no Direito. Suas ideais estão/são atuais. O homem entrega
um pouco de sua liberdade sua liberdade ao estado, em troca de segurança. Quando
acontece um crime, é como se esse contrato social, firmado entre o estado e a
sociedade, fosse quebrado.
 Contrato Social: É ceder a nossa soberania em troca de serviços do estado. Por causa
disso, ele tem que ser punido. Nos temos um acordo com o estado. Quando ocorre um
crime, quebra-se o contrato, e advirão consequências.

Ideias de Becharia
1. Aos Juízes não deve ser dado interpretaras leis penais (criminais).
 Para Becharia, a lei coloca limites na atuação do próprio estado.
 O XXXX do processo penal é a garantia. Deve ser feita hermética, para o
julgamento justo para o acusado, para garantir os direitos fundamentais. Hoje o
entendimento que se tem do Direito Penal é que se deve fazer deve-se fazer
hermenêutica, para se fazer um julgamento justo ao acusado.
 Hoje, o entendimento que se tem é que, na esfera criminal, o juiz interpreta muito
pouco. É um aplicador da lei. Segundo Becharia, o juiz não deve interpretar a lei
penal. Hoje ele não tem muito espaço para fazer isso.
2. As penas devem ser proporcionais aos delitos.
 A pena deve ser proporcional ao bem jurídico tutelado. Quanto maior a
importância do bem, maior a pena (e vice-versa). Ex.: 1) vida, 2) liberdade, 3)
incolumidade física e sexual, 4) honra, 5) bens patrimoniais de pequeno valor. Esta
ideia está totalmente de acordo com a atualidade
3. Não se pode admitir a tortura do acusado, por ocasião do processo.
 Não se admite a tortura. O estado não pode ser o bandido. Está de acordo com a
legislação processual penal.
4. Somente o magistrado é quem pode julgar o acusado.
 Somente quem tem conhecimento jurídico, pode julgar o acusado (preparação
técnica). A Exceção é o Tribunal do Júri, em que pessoas não habilitadas julgam a
pessoa no processo.
5. O réu jamais poder ser considerado culpado antes da sentença penal condenatória.

Cesare Lombroso (1909)


1. Criminoso (era estigmatizado como tal)

2. Sinais Físicos
 Crânio grande ou pequeno (desproporcional o resto do corpo).
 Maxilar inferior procidente (pra frente).
 Fartas sobrancelhas.
 Orelhas grandes.
 Grande envergadura de pés e mãos.

3. Sinais Psíquicos
 Sensibilidade dolorosa diminuída (pouca sensibilidade à dor – tatuagem).
 Crueldade
 Vaidade
 Precocidade sexual (depende da cultura)
 Aversão ao trabalho.

Classificação dos criminosos de Lombroso


 Criminoso nato (não é as características que influenciam o criminoso nato. Isso é
influenciado pelo contexto social que está inserido).
 Delinquente ocasional (Esporádico. Em determinadas situações comete o crime. Ex.:
adultério).
 Criminoso “meio louco” (Também conhecido como fronteiriço. Esta na linha entre a
normalidade e a anormalidade.

Lombroso diz que os possuidores de tais características, tem propensão (estigmas) a ser
criminoso.

Henrico Ferri (1929) – pensador do século XX. Morreu em 1929.

Classificação do criminoso, segundo Ferri.


 Criminoso nato (segue conforme Lombroso).
 Criminoso louco (alienado mental).
 Criminoso Ocasional (depende da ocasião).
 Criminoso habitual (é aquele que faz do crime sua profissão).
 Criminoso Passional (é movido pelo sentimento – exemplo adultério).

Rafael Garofalo (década de trinta)


 Foi o criado do termo Criminologia.
 Para ele, os delitos se dividem em: naturais e legais.
o Naturais: são aqueles que em qualquer sociedade são considerados crime. Ex.:
homicídio, latrocínio (matar para roubar).
o Legais: São aqueles definidos em lei. A sociedade os muda de acordo com o
tempo. Em alguns países é considerado crime, e em outros não. Ex.: Porte de
arma, trafico de drogas, adultério.

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