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O mito da Constituição
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“O verdadeiro teste da civilização não é o


censo, nem o tamanho das cidades, nem as
colheitas – mas o tipo de homem que o país Entre em Contato
revela.” Conosco

— Ralph Waldo Emerson.

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da Economia
Mundial
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No caso de algum leitor ainda se apegar à platitude de que o Hoppe
sistema político se baseia na ideia de que nossa sociedade é
“uma sociedade de leis e não de homens”, gostaria de lhes Hans-Hermann
exortar a prestar mais atenção nos acontecimentos dos Hoppe –
últimos anos. O comportamento político não existe em Libertarianismo e a
abstrações como o “estado” ou o “governo” ou uma “Alt Right” – PFS
“constituição”, mas na atividade exercida por homens e 2017
mulheres que consideram a máquina do poder estatal um 06 novembro,2017
instrumento útil para realizar objetivos que eles mesmos
valorizam. Aqueles que anseiam dominar pessoas Autor: Hans-Hermann
controlando as ferramentas de violência que de nem o Hoppe
estado têm racionalizações para convencer as vítimas que
pretendem fazer da “razão de ser” de seu governo. De
explicações tais como “a vontade de Deus” ou mesmo o
“direito divino dos reis”, a autoridade de alguns para desfrutar PopularRecentes 
do poder coercitivo sobre outros – juntamente com o dever
de obediência de seus súditos – estão todas enraizadas nas
mentes das pessoas como se fossem auto evidentes como a
força da gravidade.

Os sentimentos humanistas do Iluminismo ajudaram a


transformar essas suposições autocráticas sobre a fonte da
autoridade política, substituindo como racionalização para o
estado o mito de um “contrato social”. Constituições formais
foram escritas, almejando criar um estado por contrato, se
utilizando do nome coletivo “Nós, o povo”. Na versão
americana, a autoridade política deveria ser desenvolvida a
partir de três ramos principais, com o poder legislativo
desfrutando do poder máximo; uma proposição que tornaria
difícil – se não impossível – para um indivíduo desfrutar de
uma autoridade não veri cada. Juntamente com a ilusão de
que o exercício do poder poderia ser contido por palavras
escritas em pergaminho, acreditava-se que pessoas razoáveis
poderiam, portanto, con ar no poder estatal. Que algumas
das ações mais repressivas da União Soviética foram
conduzidas sob uma constituição modelada vagamente no
modelo americano, deveria desiludir qualquer um do
pensamento de que os poderes governamentais poderiam ser
restringidos por palavras.

Tal arranjo soa tranquilizador – exceto para aqueles que se


preocuparam em ler o documento ou os casos decididos por
ele. Embora a Constituição contenha numerosas palavras,
algumas passagens são su cientes para con rmar o poder
irrestrito conferido ao estado. Algumas passagens
estabelecem que o conselho de defesa nacional é quem
promove a “defesa do estado democrático” e,
consequentemente o bem-estar geral do povo. Este poder se
baseia nas palavras de que apenas alguns poucos indivíduos
fazem todas essas leis necessárias e apropriadas para a
execução de tais poderes e todos os outros conferidos por
esta Constituição dentro de sua jurisdição.

Suponha que eu receba a autoridade para “fazer todas as leis


que fossem necessárias e apropriadas para promover o bem-
estar geral”. Que limites essas palavras colocariam em mim?
Que imunidade no exercício de meus poderes você manteria
para evitar qualquer domínio que eu pudesse exercer sobre
você? Foram apenas essas perguntas que levaram o britânico
Lord Thomas Macaulay a declarar, em 1857, “Sua
Constituição é toda vela e nenhuma âncora.” “Ah”, você
poderia responder, “mas esta Constituição contém
dispositivos que limitam a autoridade do governo”. No caso
de um con ito entre aquilo que um o cial do governo ordena
e a defesa individual violada, como e por quem essas
diferenças seriam resolvidas? Qual autoridade prevaleceria?
De nitivamente não são os artigos que estabelecem o poder
judiciário. Quando tal fato ocorreu nos Estados Unidos, no
caso Marbury Vs. Madison, em 1803, a Corte simplesmente
usurpou o poder da revisão judicial das ações de outros
ramos do governo – não sendo em nada relacionado com o
Artigo III daquela constituição, que estabelecia “o poder
Judiciário dos Estados Unidos” nem mesmo remotamente
expressasse tal intenção pelos autores – nem aquilo assumiu
o estatuto de soberano da autoridade política.

A própria Constituição deveria nos fazer re etir que “leis” não


existem no vácuo, mas são produtos da ação humana que,
por sua vez, são comportamentos guiados por indivíduos que
buscam seus próprios interesses. Com a legislação criada por
um sistema político que goza de monopólio do uso legal da
força, é claro que as leis são apenas o meio pelo qual algumas
pessoas perseguem seus ns às custas dos outros.

Desde a própria criação do governo nacional, até a forma


como seus diferentes ramos atuariam, sempre houve uma
confusão quanto ao signi cado das palavras usadas na
Constituição. Isto ocorre devido à natureza fundamental de
todas as palavras. Sendo abstrações, sua aplicação aos
eventos do mundo real depende inerentemente de sua
interpretação. Quando a Suprema Corte nos diz que terá tal
autoridade, está nos dizendo que o governo assim criado por
este documento será o intérprete de seus próprios supostos
“poderes limitados”.

Com esses poderes de interpretação que o governo tomou


para si, a Suprema Corte fornece um padrão consistente de
interpretação da autoridade congressional e executiva de
forma bastante ampla, ao mesmo tempo em que dá
interpretações restritas sobre os direitos do cidadão. A ideia
de que essas leis são “necessárias e indispensáveis” deve ser
vista como sendo “convenientes”, enquanto que a suposta
defesa das liberdades individuais é muitas vezes limitada por
palavras como “a liberdade de expressão (ou religião) não
inclui…” e assim por diante. A Constituição também permitiu
ao Congresso criar os ramos do governo conhecidos como
“agências reguladoras”, entidades que a maioria das pessoas
deveria combater com todas as forças. Este sistema baseia-se
na premissa de que funcionários de agências possuem uma
“especialização” no assunto a ser regulamentado (tal
“especialização”, no entanto, é resultante de conexões
pro ssionais com as próprias empresas a serem
regulamentadas!). No sistema político assim chamado
“democrático”, juízes federais não eleitos e os funcionários
não eleitos das agências reguladoras gozam do exercício de
poderes aos quais não respondem senão uns com os outros!

Com tais usurpações de autoridade política gerando pouca


objeção dos burgueses ignorantes, não é de se estranhar que
presidentes e governadores sejam atraídos para a prática de
emitir “ordens executivas”. Que maneira mais fácil de evitar
pressões associadas ao processo legislativo do que ser seu
próprio legislador?

A democracia é um sistema tão problemático que o “cidadão


comum” – termo usado pelos estatistas para desconsiderar os
interesses e preocupações daqueles que eles pretendem
representar – é capaz de in uenciar o Congresso para votar
de acordo com políticas que diferem dos objetivos de seus
mestres. Os primeiros nove presidentes dos EUA emitiram
um total de 40 ordens executivas, enquanto que os garotos
de Roosevelt adicionaram 4.809 deles próprios! Durante os
anos de Reagan até Obama, 1.478 ordens executivas foram
feitas. Totalmente consciente das di culdades que teria para
que o Congresso cooperasse com ele, violando a Segunda
Emenda, o Presidente Obama tentou contornar esta liberdade
constitucionalmente protegida criando suas próprias ordens
executivas de controle de armas. Donald Trump, seguindo os
exemplos de seus predecessores, está apenas começando
com suas adições.
No nível estadual, alguns governadores também têm entrado
na prática da ordem executiva. Em 2007, o então governador
Rick Perry emitiu um decreto obrigando as meninas do Texas
a receber a vacina contra o HPV (Gardasil). Sua ordem foi
manchada não apenas pela natureza involuntária de seu
édito, mas por suas conexões políticas com a empresa
farmacêutica que produziu a vacina, e acabou tendo sua
ordem rescindida. Mais recentemente, o governador de Ohio
John Kasich emitiu uma ordem executiva proibindo
prescrições de ópio que durou mais de sete dias. O
licenciamento estadual de médicos tem se baseado na
suposição de que apenas médicos pro ssionalmente
treinados devem ser capazes de tratar pacientes e prescrever
medicamentos e tratamentos. Como nem Perry nem Kasich
foram licenciados para praticar medicina em seus respectivos
estados, suas prescrições-decreto iriam violar as mesmas leis
que proíbem barbeiros de executar tonsilectomia, ou
professores escolares de se envolver em cirurgias cerebrais.
Enquanto pro ssionais médicos sem licença são proibidos de
tomar decisões médicas para os pacientes, tem sido comuns
casos em que, se um médico quiser empregar um
determinado procedimento com um paciente, ele ou ela
primeiro veri ca com os prestadores de seguros para
determinar se tal procedimento pode ser coberto. Se o
funcionário da companhia de seguros conclui que não pode
ser coberto, o médico provavelmente mudaria o tratamento
proposto. Nesse caso, o funcionário – e não o médico – teria
efetivamente a palavra nal sobre a tomada de decisão
médica. Se os presidentes e governadores têm o direito de
tomar essas decisões com base em alguns poderes ocultos e
presumidos, e outras guras políticas que podem entrar no
jogo? Será que prefeitos, superintendentes de escolas
públicas, funcionários dos correios ou os chefes de polícia
não seriam os próximos a ordenar prescrições para outras
pessoas?

À medida que a natureza egoísta da realpolitik torna-se cada


vez mais evidente para mais pessoas, torna-se mais difícil
para as mentes inteligentes ouvir tais sedativos – como a
sociedade sendo governada “por leis, não homens” – sem
darem risada. Da mesma forma que a realidade observada
acabou com a ideia de um universo centrado na Terra, a
humanidade pode estar nos estágios iniciais de descartar as
ilusões políticas sobre as quais fomos condicionados a
celebrar nossos compromissos mútuos com nossa
autodestruição.

Artigo original aqui.

Traduzido por Renato S. Grun 


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Por Butler Sha er | 02 maio,2017

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Sobre o Autor: Butler Sha er


é Professor Emérito na Southwestern University School of
Law. Ele é autor dos novos lançamentos: In Restraint of Trade:
The Business Campaign Against Competition, 1918–1938,
Calculated Chaos: Institutional Threats to Peace and Human
Survival, e Boundaries of Order. Seu último livro é The
Wizards of Ozymandias.

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