Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GABINETE
Pág 2
Pág 3
Pág 4
Pág 5
Pág 6
Pág 7
Pág 8
Pág 9
Pág 10
Pág 2
Pág 3
Pág 4
Pág 5
Pág 6
Pág 7
Pág 8
Pág 2
Pág 3
Pág 4
Pág 5
Pág 6
Pág 7
Pág 8
Pág 2
Pág 3
Pág 4
Pág 5
Pág 6
Pág 7
Pág 8
Pág 9
Pág 2
Pág 4
Pág 5
Pág 6
Ao final deste módulo o aluno será capaz de:
Essas são questões cujo conhecimento é bastante importante para os que atuam na
atividade de apoio e assessoramento político que se desenvolve num gabinete
parlamentar.
Um deles referese ao que seja o Poder Legislativo. Outro diz respeito ao Pacto
Federativo. Vamos estudálos, então!
Diz o artigo segundo da Constituição Federal de 1988 que são Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Em rápidas palavras, podemos afirmar que o Brasil adota uma administração pública
baseada na separação de poderes. É assim para evitar a tendência dominadora, e
antidemocrática, que resultaria de uma excessiva concentração de poder, e de suas
graves consequências para o sistema político nacional.
Pág 2
Ao Poder Legislativo, por fim, cumpre elaborar o ordenamento jurídico, que servirá de
regra para a sociedade de maneira ampla, para a atuação do Executivo e de parâmetros
para as decisões do Judiciário.
O Brasil é um Estado democrático de direito, onde imperam as leis. Cabe ao Poder
Legislativo elaborar essas leis, que devem ser coerentes e consistentes entre si e,
principalmente, devem atender aos interesses da sociedade.
Veja o que afirma a Constituição acerca das leis:
Aqui você já consegue compreender que dessa estrutura resulta uma diversidade de leis
que devem ser, necessariamente, compatíveis entre si. Esse ordenamento jurídico é
dinâmico e deve ser atualizado, sempre que necessário, em face da natureza mutante,
típica da sociedade de um país.
No Brasil, o Legislativo também fiscaliza as ações do Executivo, dentre outras
atribuições. É composto por representantes eleitos, aos quais são denominados
parlamentares, ou legisladores. Esse é o sistema representativo.
Você considera que haja algo que difira o legislador do cidadão comum?
O legislador é, na verdade, um cidadão comum que foi escolhido pelos demais para
representálos no Legislativo. Foi eleito, teve votos suficientes para compor a
representação de uma Casa de Leis. O legislador, ou parlamentar, desfruta de certas
prerrogativas, que visam garantirlhe liberdade e autonomia de opinião, palavra e voto,
como o foro privilegiado para julgamento por crime que lhe seja imputado. Está sujeito,
contudo, às leis que elabora, devendo obedecêlas, pela própria força da lei, e também
para dar o bom exemplo.
A equiparação do parlamentar ao cidadão comum, à luz da lei, é uma conquista que
amadureceu com o fortalecimento da democracia brasileira. Contudo, nem sempre foi
assim.
Pág 4
A obediência à lei é algo que deve ser absolutamente observado no gabinete
parlamentar. Valerse da posição parlamentar para prevalecer indevidamente é falta
grave, que pode vir a ser apurada pelas corregedorias, ou conselhos de ética, das
Casas. Esses são órgãos internos que investigam e propõem punições políticas, como a
perda de mandato por desvios de conduta de parlamentares, por exemplo.
Dizse do Poder Legislativo como sendo o parlamento, posto que seja de sua própria
natureza a discussão e o confronto de ideias, sendo franqueada a palavra e o direito ao
contraditório a todas as correntes, ou partidos políticos, que se encontrem
representadas num Parlamento, sejam elas majoritárias ou não.
É no estatuto do partido político que se percebe seu posicionamento ideológico, se
liberal ou socialista, se de direita ou de esquerda. Muitas vezes, contudo, percebese
que a matriz ideológica desaparece no debate parlamentar, posto que as necessidades
sociais transcendam, muitas vezes, à ideologia. Exemplo disso seria o debate de
emenda à Constituição que altere a idade mínima de ingresso na escola. No debate de
matéria dessa natureza devese levar em conta o que seja melhor para a criança, e não
as rivalidades partidárias. Outro exemplo seria o de projeto de lei municipal que afete o
ordenamento urbano do município, que deve priorizar o que seja melhor para a região e
seus habitantes, e não a ideologia política do autor, ou das forças antagônicas da
Câmara.
Pág 5
A razão de existir do Senado no Brasil está na necessidade de equilíbrio da federação.
Todo Estado federado necessita de um Senado, que tem a finalidade de garantir
igualdade às unidades da federação, independentemente das riquezas, nível de
desenvolvimento, ou população que apresentem. Não há federação real que sobreviva à
inexistência de um Senado. Tratase de Casa que promove o equilíbrio federativo.
Os poderes legislativos estadual e municipal são unicamerais. Para esses não há
instância revisora.
Destaquese que inexiste hierarquia de qualquer espécie entre os legislativos federal,
estadual e municipal. Suas produções legislativas são independentes e restritas à
competência legislativa de cada instância. Não cabe a um dos níveis qualquer atribuição
de fiscalização, ou controle, sobre os atos legislativos dos demais. É o Poder Judiciário
que controla a legalidade, e a constitucionalidade, da produção legislativa dessas três
instâncias. Dessa forma, podese afirmar que o Presidente de uma câmara municipal é
um chefe de Poder, tal qual o é o Presidente do congresso nacional.
Pág 6
Cada Estado possui 3 senadores, brasileiros natos, com 35 anos, ou mais. É assim para
afirmarse maior equilíbrio ao pacto federativo, posto que todos eles possuam a mesma
quantidade de senadores.
A atual composição partidária do Senado Federal, resultante das eleições de 2014, na
qual 1/3 das cadeiras foram renovadas, pode ser conhecida ao se clicar aqui.
Para as demais representações legislativas, visando garantir as presenças ideológicas
mais amplas nas casas, a eleição é proporcional. Isso pode fazer com que um vereador
com menos votos, por exemplo, conquiste uma vaga na câmara municipal, deixando de
fora candidato que tenha tido votação mais expressiva.
A razão de ser do Poder Legislativo se fundamenta já nos artigos primeiro e segundo da
Constituição Federal, que dizem:
I a soberania;
II a cidadania;
III a dignidade da pessoa humana;
IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Pág 7
Note, então, que do termo estado democrático de direito, se depreende que nossas leis
representam fundamentos para o funcionamento da sociedade e do Estado, válidas para
todos os brasileiros, sendo o Poder Legislativo exercido por representantes eleitos.
Acerca do federalismo brasileiro, podese afirmar que este date da proclamação da
república. Até então, o Brasil era uma monarquia constitucional representativa, com
Estado unitário, como se observa no seguinte fragmento da Constituição de 1824
(preservada a ortografia original):
Do Imperio do Brazil, seu Territorio, Governo, Dynastia, e Religião.
Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos
Brazileiros. Elles formam uma Nação livre, e independente, que não admite com
qualquer outra laço algum de união, ou federação, que se opponha á sua
Independencia.
Art. 2. O seu territorio é dividido em Provincias na fórma em que actualmente se
acha, as quaes poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado.
Art. 3. O seu Governo é Monarchico Hereditario, Constitucional, e Representativo.
Art. 4. A Dynastia Imperante é a do Senhor Dom Pedro I actual Imperador, e
Defensor Perpetuo do Brazil.
Art. 1º A Nação brasileira adota como forma de Governo, sob o regime
representativo, a República Federativa, proclamada a 15 de novembro de 1889, e
constituise, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas Províncias, em
Estados Unidos do Brasil.
Art. 2º Cada uma das antigas Províncias formará um Estado e o antigo
Município Neutro constituirá o Distrito Federal, continuando a ser a Capital da
União, enquanto não se der execução ao disposto no artigo seguinte.
Pág 8
Por fim, a inclusão do município como ente federado se deu com a Constituição de 1988,
como segue:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituise em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
I a soberania;
II a cidadania;
III a dignidade da pessoa humana;
IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V o pluralismo político.
Com a República, então se passou à forma federativa do Estado. A inclusão dos municípios
dentre os entes federados decorreu de um movimento denominado municipalismo, que
influenciou a constituição de 1988, que passou a compreender a União, Estados, Municípios
e Distrito Federal, como componentes autônomos da federação, num chamado pacto
federativo.
Segundo este movimento, caberia ao município a responsabilidade por tudo aquilo que
lhe fosse possível prover, e administrar, em termos de gestão pública. A grande
dificuldade decorrente desse novo modelo foi o fato de que transferência igual de
recursos, em termos da distribuição dos tributos, deixou de acontecer da forma que
seria necessária.
Assim diz a Constituição Federal:
Art. 30. Compete aos Municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local.
Pág 9
Como são três as categorias de entes federados, as estruturas políticoadministrativas
foram subdivididas. Presidência da República – Governo Estadual – Prefeitura Municipal
representam a divisão do Poder Executivo nas três esferas da federação.
Para o Poder Legislativo, igual subdivisão se deu: Congresso Nacional (composto por
Câmara dos Deputados e Senado Federal) – Assembleia Legislativa Estadual – Câmara
Municipal.
Quanto aos representantes eleitos para compor o Poder Legislativo, temos: o deputado
federal e o senador – Congresso Nacional; o deputado estadual – Poder Legislativo
estadual; o vereador – Poder Legislativo municipal.
A representação legislativa do Distrito Federal se chama Câmara Legislativa, para onde
são eleitos os deputados distritais. No pacto federativo, o Distrito Federal se equipara
ao Estado. Há no Brasil 26 Estados e 1 Distrito Federal, perfazendo 27 Unidades da
Federação. Essa é a razão de haver 81 senadores da república (27 x 3 = 81).
O Município, embora seja um ente federado, não é chamado de unidade da federação,
designação que cabe apenas a estados e DF. A União é, dos entes federados, o único
que administra e garante a soberania nacional, conceito associado à autodeterminação
e defesa do País perante os demais outros. Estados e municípios possuem autonomia
administrativa e legal.
Quanto à lei máxima de cada ente federado, temos: Constituição Federal – União;
Constituição Estadual – Estado; Lei Orgânica Municipal – Município. É necessário,
contudo, observarse a hierarquia e a compatibilidade dessas legislações, de forma a
assegurarse a necessária estabilidade do pacto federativo, ou seja: A Lei Orgânica
deve estar em conformidade com a Constituição Estadual e a Constituição Federal. A
Constituição Estadual deve estar em conformidade com a Constituição Federal.
Embora inexista hierarquia entre os entes federados, o processo de elaboração das leis
deve sempre respeitar a seguinte hierarquia:
Pág 10
Por fim, veja o que diz o artigo 37, da Constituição Federal, acerca dos princípios da
administração, integralmente válidos para o gabinete parlamentar:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e [...].
Agora que chegamos ao fim desta primeira lição, é bom que você reflita acerca de sua
importância como agente de Estado em todo esse processo aqui descrito. Seu trabalho
de gabinete dá suporte ao funcionamento de todo um modelo republicano constituído.
Pense sobre a real importância desses conceitos para o seu se diaadia de trabalho
no Legislativo.
Unidade 2 - O gabinete e a sociedade: interesse
público x política; eficácia e eficiência
Agora que já conhecemos os fundamentos da organização do Poder Legislativo e do Pacto
Federativo, passaremos a uma abordagem mais próxima da atividade diária de um gabinete
parlamentar. Vamos estudar sua interação com a sociedade e a supremacia do interesse
público perante o aspecto político da atividade. Conceituaremos eficiência e eficácia na rotina
de trabalho que se desenvolve no assessoramento parlamentar direto, buscando aplicar esses
conceitos na vida real.
Um dos aspectos mais aparentes da atividade de gabinete parlamentar é a interação
com a sociedade. As pessoas, de uma maneira geral, desconhecem a finalidade de uma
casa de leis, o que as fazem buscála com uma infinidade de demandas muitas vezes
distanciadas das reais possibilidades e da missão de um parlamentar.
Exemplos típicos são as constantes e variadas solicitações que diariamente chegam ao
gabinete. Pedidos de emprego, passagens, cestas básicas, bolsas de estudo, apoio junto
ao Judiciário, etc. Note que nada disso está diretamente relacionado à missão de
legislar e fiscalizar o Executivo. São demandas que, contudo, devem ser consideradas
pelo gabinete, no planejamento do mandato.
Pág 2
Devese, então, levar em conta os seguintes aspectos:
Os canais de comunicação com a sociedade devem ser bem trabalhados. Correio
eletrônico, correspondências postais, atendimento ao telefone, recepção a quem
chega pessoalmente no gabinete, triagem das solicitações recebidas, espaço na
agenda do parlamentar para atender ao público, devem ser serviços muito bem
conduzidos e priorizados.
Todas as demandas devem ser acolhidas com respeito, pois se tratam de reais
necessidades das pessoas. Nada de menosprezar os mais humildes, ou
considerar absurdo o que se solicita. O atendimento deve ser acolhedor,
atencioso, interessado. Dependendo do nível de demanda, cabe haver assessoria
dedicada exclusivamente a essa tarefa.
Devemse contabilizar as demandas. Numerosos pedidos por bolsas de estudo,
por exemplo, podem apontar por necessidade de políticas públicas mais
consistentes na área da educação. Aí sim se chega à missão do parlamentar –
promover o bemestar social pela atividade legislativa.
As pessoas devem ter respostas para suas solicitações. Falar a verdade, sem
promover falsas expectativas. Uma assessoria bem preparada no atendimento ao
público consegue ter empatia, que significa ser capaz de se colocar no lugar do
outro (e se fosse comigo?); ter objetividade, o que auxilia o cidadão a buscar
alternativas viáveis às suas necessidades.
Pág 3
O parlamentar deve receber um relatório diário com as ligações e visitas
recebidas no gabinete, e dar retorno, dentro das possibilidades.
Mensagens com críticas devem ser consideradas em seu fundo de verdade.
Devem, igualmente, ser respondidas. Muitas vezes o cidadão está desinformado
e necessita ser esclarecido sobre eventuais situações políticas das quais
discorde.
Convém que haja no gabinete alguém que redija correspondências, conforme o
estilo e perfil político do parlamentar. Esse é o chamado “ghost writer”, que é um
perfil profissional muito específico, e raro, na lida legislativa. Essa pessoa elabora
as respostas que serão assinadas pelo político. Deve, portanto, com correção
gramatical, empregar seus termos e hábitos de comunicação. Deve impregnar o
texto com a personalidade do parlamentar. Essa habilidade se assimila com o
tempo, por observação do político.
De fato, a via de contato do parlamentar com a sociedade representa um processo
administrativo da mais acentuada relevância, com forte impacto na opinião pública,
esteja seguro disso!
Não há equívoco em trabalhar o atendimento ao cidadão como se este fosse um cliente
do gabinete, e como se entre os gabinetes da Casa houvesse competitividade na
conquista desse cliente.
Um cidadão mal atendido certamente baterá na porta ao lado, onde possivelmente
encontrará melhor resposta ao seu anseio. Isso, indubitavelmente, atingirá a imagem
política do titular, com reflexos imediatos em sua relação com a população.
Pág 4
Mas, falandose em processo administrativo, há que se considerar o gabinete
parlamentar como sendo um local onde se faz política, inobstante o fato de ser uma
unidade da administração pública. Isso significa que o gabinete não deve atuar à
semelhança de uma representação partidária, ou de entidade organizada de
determinado setor.
No gabinete deve ser atendido, necessariamente, o seguinte (grifos nossos):
Guarde bem estes dois trechos da legislação brasileira. Imprimaos e os deixe afixados
em local sempre visível do gabinete!
Sob este aspecto, a situação do gabinete parlamentar é bastante delicada, posto que
seja muito tênue e sutil a interface entre a política e a gestão pública na área. Quem
atua nessa atividade deve conhecer os fundamentos da Administração Pública e
possuir percepção política.
Agir com impessoalidade significa dedicarse por igual aos interesses da sociedade,
desconsiderando, naquilo que diz respeito à atividade parlamentar, família, amizades,
religiões, etc., inclusive em seu aspecto administrativo. Observe, outrossim, que todos
esses princípios são perfeitamente compatíveis com o aspecto político, que atende ao
cidadão e prioriza a Supremacia do Interesse Público. Dessa forma, a política e o
interesse público se harmonizam e se complementam.
Este é, quem sabe, o aspecto mais desafiador para a atividade de gabinete. Devem,
tanto o parlamentar quanto a equipe, ser capazes de distinguir situações e colocar
limites bem definidos naquilo que acontece dentro de um gabinete.
Pág 5
O terceiro e último ponto que abordaremos nesta lição referese a dois conceitos muitas
vezes confundidos pelas pessoas, que são o de eficácia e de eficiência.
Em breves palavras:
Eficácia significa atingir objetivos, sem preocuparse com os meios para tanto
empregados.
Eficiência significa atingir objetivos com economia e racionalidade de recursos. Neste
conceito, consideramse os meios empregados para o atendimento dos resultados.
Eficácia tem a ver com o cumprimento de metas e objetivos. Eficiência guarda relação
com o emprego dos meios e recursos despendidos para o cumprimento dessas metas.
Este acaba sendo um critério um pouco subjetivo, onde se analisa tempo, quantidade de
pessoas envolvidas, insumos, custos, etc.
Em caso afirmativo, saiba que essas suas preocupações fazem de você um assessor
mais propenso à eficiência dos processos de trabalho. Contudo, se, para você, as coisas
estão dando certo, sem maiores preocupações com racionalidade, sua atitude é a de
uma pessoa apenas eficaz, ainda.
Pág 6
Uma pessoa eficiente consegue aproveitar melhor seu tempo, tem maior produtividade,
acarreta economia de insumos, como material de expediente, enfim, é um profissional
mais preparado para atuar em qualquer atividade que envolva a necessidade de alto
desempenho, o que é o caso do assessoramento parlamentar.
Um servidor meramente eficaz é aquele que cumpre com seu dever, visando o salário
do final do mês. Não contribui com a melhoria nos processos de trabalho, limitase à
rotina preestabelecida, não inova, não busca soluções melhores e diferenciadas em
termos de maximização de resultados. Este é, tipicamente, o burocrata, no sentido
pejorativo da palavra. Nada contra a burocracia de Max Weber, pelo contrario. O modelo
burocrático tornou possível o Estado moderno!
No gabinete, a escolha irrefletida de servidores efetivos ou comissionados pode
dificultar que haja eficiência nos processos de trabalho. A pessoa que assessora o
parlamentar na área da estratégia de mandato deve estar muito atenta a isso. Todos os
servidores devem apresentar atitudes, comportamentos, habilidades, competências e
conhecimento que favoreçam os melhores e maiores resultados. Afinal, exercer um
excelente mandato é a aspiração de todo parlamentar.
Muito mais do que mera definição teórica, para o servidor público a eficiência é um
mandamento. É assim desde a promulgação da emenda constitucional 19, que incluiu o
princípio da eficiência dentre os que regem a Administração Pública. Veja acima o artigo
37 da Constituição brasileira. Isto se deu no contexto da reforma do Estado, proposta na
década de 1990. Veja o seguinte exemplo:
A secretaria de estado da saúde deve adquirir / receber determinados remédios em três
meses. Em três meses os remédios estavam entregues – Houve eficácia.
Nesse processo de compra, que foi probo, em face do prazo exíguo, gastouse além do
estimado. Houve eficácia, porém, não houve eficiência, posto que se gastou além do
previsto. Pode ter havido falta de planejamento, com antecipação da necessidade.
Pág 7
O conceito de eficiência é mais abrangente que o de eficácia. É possível ser eficaz sem
ser eficiente (caso da compra dos remédios). Quanto ao contrário, ou seja, ser
eficiente, sem ser eficaz, entendese essa como possibilidade inaceitável, embora haja
autores que afirmem sua viabilidade. Aqui é preferível apelar à Constituição, que nos
impõe a eficiência como obrigação.
Ainda problematizando os conceitos eficiência e eficácia, considere o seguinte exemplo:
Certo órgão de governo tem setor de atendimento ao cidadão em que são feitos, em
média, 300 atendimentos por dia. Ao chegar, a pessoa pega uma senha e lê um belo
cartaz na parede que diz:
“Nesta agência você será atendido em, no máximo, 20 minutos.”
Do outro lado do balcão há uma equipe de 10 atendentes treinados e equipados com
sistema de informação em computador. A meta de 20 minutos é cumprida, o que
contribuiu com a credibilidade do órgão perante a sociedade. As pessoas saem
satisfeitas, consideramse bem atendidas, tudo de bom.
Porém, certo dia houve mudança gerencial. O novo gestor entendeu que, com
treinamento, sete atendentes conseguem cumprir essa meta de 20 minutos de espera,
o que liberará três servidores para outras atividades, também necessárias.
Assim se deu. Aconteceu o treinamento, reduziuse o número de atendentes para sete.
Ainda assim, o tempo de espera foi reduzido para 19 minutos!
Se, pelo contrário, com as medidas tomadas o tempo tivesse aumentado, extrapolando
os 20 minutos de espera, a meta teria deixado de ser cumprida, não fazendo sentido
falarse em eventual eficiência, resultante da realocação das três pessoas. E o pior de
tudo, o serviço prestado ao cidadão teria se degradado, com perda de credibilidade –
isso um bom gestor deve considerar trágico!
Pág 8
Agora que encerramos o conteúdo teórico de nossa Unidade, recapitulemos os
seguintes pontos aqui abordados:
Unidade 3 - O gabinete administrativo e o
legislativo
A este ponto de nosso estudo, a partir dos conceitos assimilados, já somos capazes de
compreender duas áreas importantes da lida no assessoramento parlamentar. A
primeira delas diz respeito ao processo administrativo do gabinete.
Administrar é agir, interferir. Enganase o gestor que considera ser suficiente passar
orientações e aguardar resultados, que estes virão. É preciso, por parte do chefe de
gabinete, envolvimento, compromisso e esforço constantes ao lado da equipe –
dissemos “ao lado” e não “à frente”.
A outra área está diretamente ligada à atividade fim do mandato, que é a produção
legislativa, a qual ocorre no Processo Legislativo. Para que as coisas andem bem nessa
área, é preciso haver alguém no gabinete que compreenda aspectos de técnica
legislativa, que é a forma como são escritas as leis; de juridicidade, que é a adequação
do projeto de lei ao ordenamento jurídico vigente; e de constitucionalidade, que é o
atendimento dos preceitos constitucionais, dentre outros conceitos, que buscaremos
compreender nesta lição.
É pelo processo administrativo que o gabinete se comunica com as áreas de apoio da
Casa, acionando os setores que prestam suporte ao trabalho realizado.
Outro exemplo é o provimento do gabinete com água mineral, café, açúcar, etc., em
que se buscam esses materiais periodicamente no setor devido.
Pág 2
Dicas ao gestor de RH:
Jamais fale mal de um membro da equipe para outro.
Não leve problemas da equipe ao parlamentar. Para ele, a administração do
gabinete deve ser despercebida, a menos que fato grave necessite da decisão de
instância política.
Quando necessário, seja uma ponte entre a equipe e o parlamentar.
Busque promover o desenvolvimento da equipe, por meio de capacitação nas
rotinas e recursos de trabalho, bem como no desenvolvimento emocional de
grupo. Que a equipe cresça, e você com ela!
A todo o momento não dê ordens, ou cobre as pessoas. Trabalhe com um
cronograma de atividades com tarefa (o que fazer?), prazo (quanto tempo?) e
meta (qual o resultado?). Seja flexível e hábil nas necessidades de repactuação.
Seja sincero e firme. Contudo, reserve espaço para a mudança de rumo. Afinal,
tudo na vida evolui, inclusive o chefe.
Observe e respeite o perfil das pessoas. Delegue a elas tarefas para as quais
estejam preparadas, tenham afinidade, e desempenhem satisfeitas com
qualidade. Senão, o trabalho se torna um castigo, e os problemas começarão a
surgir.
Leia bastante sobre Gestão Estratégica de Pessoas. Esta é uma moderna
disciplina da Administração que muito contribui com a formação de equipes e de
gestores.
Boa sorte!!!
Pág 3
Como vimos na lição anterior, vale recordar que outro aspecto relevante do Processo
Administrativo é a recepção do gabinete, porta de entrada para as pessoas que buscam
o parlamentar. Devese buscar treinar quem atue na área em técnicas de atendimento
ao público, e também nos recursos de informática que sejam disponíveis, como
agendas, cadastros de contatos, etc.
Ter simpatia, agilidade, saber sorrir e atender bem ao cidadão que busca o gabinete é a
premissa de quem atua numa recepção.
Acerca do Processo Administrativo como um todo, é importante que haja servidores
exclusivamente dedicados à atividade, posto que aí fica a base de tudo o mais que
acontece em um gabinete parlamentar.
São perfis profissionais adequados à atividade administrativa:
Agora que já sabemos um pouco sobre o funcionamento administrativo do gabinete,
como atua perante as demandas da sociedade, se relaciona com o meio externo e dá
suporte ao trabalho político do parlamentar, passaremos à investigação do Processo
Legislativo que acontece em uma casa de leis e de que forma o gabinete pode atuar
com maior eficiência nessa atividade tão essencial.
Uma lei é uma regra geral, aceita e aplicada indistintamente pelas instituições e pela
sociedade. A lei serve para garantir direitos de grupos menos protegidos, regulando
relações nas quais, na sua ausência, se estabeleceria a desigualdade cruel, que decorre
da diversidade de poder dos agentes sociais, especialmente no campo da economia.
Uma sociedade sem leis tenderia ao estado de barbárie, onde prevaleceria a vontade e
o poder do mais forte.
As leis regulam as relações entre os indivíduos, os grupos e o Estado em situações nas
quais sua ausência incorreria em risco para a harmonia social, por exemplo.
Outro aspecto a ser considerado é que, do nível de necessidade por produção
legislativa, percebese o grau de desenvolvimento de uma sociedade.
Pág 5
Ilusão que se tem acerca da produção legislativa é de que a lei resolve tudo. Nada
disso!
Uma lei jamais resolverá dilema para o qual a própria sociedade ainda não encontrou
solução. Por isso, o debate legislativo na casa de leis deve ter a ampla participação
social e dos grupos envolvidos. Senão, a lei será letra morta.
Para a elaboração das leis, o parlamentar deve contar com uma assessoria de processo
legislativo que conheça bem a Constituição Federal, a Constituição Estadual, a Lei
Orgânica do Município, o que varia conforme a instância da federação, e o Regimento
Interno da Casa.
É no regimento interno que se encontra o ritual de funcionamento da produção
legislativa, com todos os passos e instâncias decisórias aí existentes.
Caso a resposta seja 'não', sugerimos que você converse com seu parlamentar e o
mobilize para que esse vazio legal seja logo preenchido. Isso garantirá a segurança
jurídica tão necessária ao Poder Legislativo.
De uma maneira geral, o processo legislativo compreende 5 fases, quais sejam:
elaboração – construção do projeto de lei, a partir de demandas recebidas, ou
de iniciativa própria do parlamentar, em conformidade com as leis
(constitucionalidade e juridicidade) e com a técnica legislativa. Essa etapa deve
considerar eventuais resistências políticas e buscar equacionálas, de forma que
o projeto passe por tramitação legislativa mais tranquila.
despacho – deliberação do presidente da Casa quanto ao caminho que a
proposição percorrerá em sua tramitação. O despacho varia em conformidade
com a estrutura da Casa e o tipo da matéria.
instrução – tramitação legislativa propriamente dita, com relatorias, audiências
públicas, diligências e demais recursos legislativos disponíveis.
deliberação / votação – deliberação dos parlamentares acerca do projeto, que
pode ser pela aprovação como se encontra, aprovação com alterações
(emendas), ou pela rejeição.
Em seguida o projeto segue para o chefe do Executivo sancionálo (colocálo em
vigência), ou vetálo. O veto pode ser integral ou parcial, sendo deliberado
posteriormente pelo Legislativo.
Pág 6
Este é um roteiro que se aplica, de forma geral, aos legislativos federal, estadual e
municipal. De nossa primeira lição você deve se recordar que no legislativo federal,
contudo, há duas casas (Senado e Câmara). Isso acrescenta a etapa revisora do
processo, em que uma casa revisa as iniciativas da outra.
Além de realizar este acompanhamento interno e estar sempre ligado nos anseios da
sociedade, o que deve ser refletido na produção legislativa do parlamentar, a assessoria
legislativa deve ter conhecimento da técnica legislativa, que é a forma com que se
redigem as leis.
Pretendendo disciplinar este aspecto da elaboração legal, a Constituição brasileira, em
seu artigo 59, estabeleceu que a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis
federais seriam reguladas por lei específica – a Lei Complementar nº 95, de 1998.
Esta importante legislação federal serviu de base para a elaboração de manuais de
técnica legislativa, dentre os quais, o do Senado Federal.
Tanto o manual do Senado, quanto a própria LC nº 95, de 1998, são indicações de leitura
complementar ao final desta lição.
Pág 7
Diz a boa técnica legislativa que, na redação da lei, se deve:
Usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura
própria da área em que se esteja legislando.
Usar frases curtas e concisas.
Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais,
dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente.
Usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter
estilístico.
Expressar a ideia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras,
evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico.
Evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto.
Usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira
referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado.
Grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data,
número de lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto.
Indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissão, em vez de usar as
expressões ‘anterior’, ‘seguinte’ ou equivalentes;
Conhecer detalhes na LC nº 95, de 1998.
Pág 8
Unidade 4 - O gabinete político e o processo de
comunicação social
Agora que acabamos de conhecer um pouco da área legislativa do gabinete, cabenos
lançar a atenção sobre a força que direciona essa atividade. Legislar em que direção?
Para quem? Com que objetivo? Atuar o modo legislativo de forma individual, ou coligada
em grupo? A preferência legislativa adotará o caminho da intervenção, ou da liberdade
social (esquerda / direita)?
Na verdade, a resposta a essas e outras questões encontrase na definição de política.
Veja o que diz a Wikipedia:
Política A arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou
Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos
negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos, a ciência política é a
atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua
militância.
Demanda Social Articulação Política Política Pública
O aspecto político da atividade de gabinete tem a função de elo entre a demanda da
sociedade, e a realização da política pública, por meio do entendimento que o
parlamentar estabelece com os setores sociais, empresariado, órgãos de governo,
dentre os mais diversos agentes políticos existentes.
Pág 2
São atividades do processo político:
Acompanhar a agenda do parlamentar.
Acompanhar as pautas das frentes parlamentares.
Acompanhar as pautas do plenário e das comissões.
Acompanhar o parlamentar no plenário e nas comissões.
Articularse com as assessorias de parlamentares e da liderança do bloco, para
efeito de orientação de voto e de políticas partidárias.
Atuar com as áreas de apoio legislativo da Casa.
Atuar conjuntamente com a assessoria legislativa e a assessoria de comunicação
do gabinete.
Apoiar a atuação do titular em Comissões Parlamentares de Inquérito.
Atuar nas políticas do mandato em suas variadas agendas.
São perfis de uma assessoria política de gabinete:
Conhecer e estar alinhado com o pensamento político do titular.
Desfrutar da confiança e proximidade do parlamentar.
Lidar bem com situações novas e inesperadas e com a falta de rotina.
Ter arrojo e iniciativa para a proposição de soluções.
Conhecer o processo legislativo da Casa.
Há na atividade política do gabinete o viés de atenção social, que se reflete diretamente
no contato do parlamentar com os cidadãos, com a sociedade organizada e com os
poderes constituídos.
Pág 3
Não basta ser bem relacionado com as autoridades constituídas – governador,
secretariado, prefeitos, vereadores, dentre outros – se o cidadão é relegado ao segundo
plano. O parlamentar que se ocupa demais com a estrutura de governo e se esquece
das pessoas sem cargos deve ser trazido à realidade pela assessoria mais próxima, com
tato e sutileza.
Para tudo isso, existe a necessidade de comunicação precisa e qualificada, o que está
diretamente ligado ao relacionamento do parlamentar com a sociedade. Esta
preocupação com a comunicação visa à conquista de legitimidade e apoio por parte do
povo ao qual representa.
Surge desta necessidade mais um processo de trabalho do gabinete, que diz respeito à
assessoria de imprensa – o Processo de Comunicação.
De nada adianta ao parlamentar atuar em conformidade com suas bandeiras ideológicas
e de apoio popular, se ele não conseguir comunicar isso muito bem à sociedade. Aliás,
esse tem sido um desafio muito presente no Poder Legislativo – manter a sociedade
bem informada e esclarecida acerca daquilo que ocorre na Casa. A informação precisa
da atividade parlamentar contribui sobremaneira com a melhoria de qualidade da
atividade política de maneira geral, uma vez que todos que se dedicam a isso buscarão
conquistar opinião pública favorável.
As assessorias de imprensa parlamentares estão se tornando tão arrojadas que
passaram, elas próprias, a produzir e transmitir notícias de seus gabinetes para públicos
próprios, ou mesmo para os veículos tradicionais de comunicação. Agora, em vez de vir
o veículo buscar a notícia, é a própria fonte da informação que a gera e difunde, naquilo
que ficou conhecido como “mídia das fontes”.
Assim coloca o professor Francisco Sant’Anna (p. 25), no artigo intitulado Mídia das
Fontes: o difusor do jornalismo corporativo acerca do assunto:
Pág 5
Marketing político
A propaganda política, a pesquisa de opinião, as relações públicas, a agenda política, a
definição dos públicos estratégicos, a mídia e a persuasão são elementos de construção
da opinião pública, que compõem o marketing político.
Esse conceito, muito comum de ser ouvido em épocas que antecedem às eleições, deve
ser considerado e trabalhado pela assessoria de comunicação ao longo de todo o
mandato. Assim, a carreira política adquire consistência, amadurecimento.
Cabe ao marketing político do parlamentar garantir que a ação do político esteja bem
colocada perante a sociedade, tendo como retorno as informações que sirvam de eixo
para o alinhamento político do mandato. O parlamentar deve considerar em sua lida
legislativa aquilo que a assessoria apura em termos de opinião e tendência social.
Veja a definição da Wikipedia para marketing político:
Pág 6
Redes Sociais: Facebook e Twitter
Uma rede social é um recurso da Internet no qual grupos de pessoas se conectam
voluntariamente umas com as outras em razão de identidades e interesses comuns. Podem
ser redes de relacionamento, como o caso do orkut e do facebook, ou redes profissionais,
como o linkedin. Nelas, as pessoas postam comentários e trocam informações. É tudo muito
simples e rápido de utilizar.
Basta ter um computador ligado à Internet e pronto, a pessoa pode se cadastrar em
uma rede social, escolher os grupos dos quais deseja participar, obter e repercutir
informações.
Veja o que diz a Wikipedia sobre as redes sociais:
O emprego de redes sociais no assessoramento parlamentar tem se tornado cada dia
mais comum. Nele, a assessoria cria e administra o perfil do parlamentar na rede social,
nela postando comentários acerca da atividade política do mandato.
A rede social acaba representando um bom canal de retorno quanto à popularidade e
aceitação do parlamentar. O número de mensagens recebidas, a quantidade de pessoas
que compõem a rede, bem como o teor daquilo que é postado pelos membros, serve de
subsídio para uma autoavaliação de desempenho político do mandato.
Esta peculiaridade da construção coletiva leva a um conceito novo na comunicação, que
é o de Capital Social – o conjunto de habilidades, atribuições e conhecimentos que
permitem a um indivíduo influenciar as opiniões dos outros.
Pág 7
Para o emprego eficiente das redes sociais no assessoramento parlamentar, devemse
tomar alguns cuidados:
Ter regularidade nas postagens;
As informações devem ser postadas quase que de imediato ao acontecimento
dos fatos;
Comunicar a identidade do parlamentar no teor das mensagens, com simplicidade
e honestidade;
Ter agilidade. Pessoas mais jovens costumam ter esse perfil;
Ser capaz de lidar de forma inteligente com opiniões diversas e críticas, que
serão respondidas na rede, em público;
Postar não apenas fatos, mas opiniões, reflexões e pensamentos políticos;
Considerar a rede social como um investimento no futuro, de médio a longo
prazo.
Mensagens de twitter podem ser remetidas por mensagem de celular (SMS, ou
torpedo). Assim, o próprio parlamentar pode postar mensagens onde quer que esteja,
por meio do celular.
Considere que as redes sociais são recursos muito interessantes, devendose levar em
conta, contudo, que a efetividade depende de quem é o público alvo dessas redes. De
nada adianta muita elaboração nessa área, se o público do parlamentar não tem acesso
à Internet em maior escala, como é o caso típico das regiões interioranas do País.
Pág 8
YouTube
Não resta dúvida de que este é um recurso que pode dar grande visibilidade ao
parlamentar, especialmente com a disponibilidade atual de equipamentos de gravação
de vídeo, como máquinas fotográficas digitais e celulares que permitem gravar
flagrantes da atividade parlamentar, com imediata exposição na Internet.
O alcance desse tipo de mídia é relativo, posto que ainda não chegue à grande massa
da população, embora seja cada dia mais comum para as pessoas terem acesso à
Internet em suas casas, inclusive com acesso de alta velocidade.
Pág 9
São perfis de uma assessoria de imprensa, ou comunicação:
Ter agilidade no processo de elaboração e divulgação de notícias.
Conhecer bem e atuar no jornalismo político.
Ter boa redação jornalística.
Manter uma forte rede de contatos com as mídias regionais, especialmente com
os colunistas dos veículos de comunicação.
Ser capaz de pautar o parlamentar com temas de momento para
pronunciamentos e entrevistas.
Conhecer bem as redes sociais e demais recursos de comunicação disponíveis na
Internet.
Unidade 5 - Planejamento estratégico para o
gabinete parlamentar
A partir desta visão ampla que tivemos dos processos que ocorrem no gabinete parlamentar,
cabe, a este ponto, abordar a forma com que tudo isso deve ser planejado e posto para
funcionar, de forma que a organização “gabinete” atenda a objetivos prédefinidos e cumpra
sua missão.
Por tratarse de atividade política, muitos tendem a considerar que o gabinete não
comporta planejamentos de médio ou longo prazo, posto que a política é atividade
marcada pelo inusitado e pela mudança de rumos. Contudo, a despeito dessa
peculiaridade organizacional, de forma alguma o gabinete prescinde de um plano
estratégico que seja realizável, embora tenha dentre suas características mais
marcantes a necessária flexibilidade e acomodação às contingências políticas.
Outra premissa que deve ser levada em consideração quando se fala de planejamento
para a área é o fato de que o gabinete é uma instância do Poder Público, ou seja,
devem ser necessariamente considerados, e atendidos, os princípios constitucionais da
Administração Pública, já mencionados em unidades anteriores, que são: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Pág 2
Fora isso, um planejamento estratégico para o gabinete parlamentar segue os moldes
aplicáveis às demais organizações que, da prática de planejar a estratégia para atingir
objetivos, muito crescem e se beneficiam em termos de vantagem organizacional e
competitiva.
Para Henry Mintzberg et al. (2003), cientista da administração moderna, estratégia é
uma maneira de se pensar o futuro, para se tomar decisões, de forma integrada e
articulada a resultados. Essa concepção de estratégia condiz perfeitamente com o jogo
de xadrez, em que o jogador estrategista pensa o futuro na busca de seu objetivo, que
é o de vencer seu adversário, conforme os procedimentos definidos, que são as regras
do jogo.
Conforme a Wikipedia, “o planejamento estratégico é um processo gerencial que diz
respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua
execução, levando em conta as condições internas e externas à organização e sua
evolução esperada. Também considera premissas básicas que a organização deve
respeitar para que todo o processo tenha coerência e sustentação.”
A estratégia é o patamar mais elevado da cadeia decisória, sendo antecedida pelo nível
tático e, mais abaixo, pelo operacional. Considerando a contingência política, elaborar
um planejamento estratégico para o gabinete é um trabalho do grupo, com apoio de
facilitador externo, que deve envolver a todos os que nele atuam, principalmente o
próprio parlamentar. Planejar uma estratégia de gabinete sem a participação do titular
do mandato seria esforço inútil. Deixar de planejar a estratégia de futuro implica em
enorme gasto de energia com tarefas pequenas e desarticuladas, o que leva à perda de
tempo e desperdício de talento.
Executar um planejamento estratégico significa transmutar do planejado, ou virtual,
para o concreto, ou real.
Pág 4
Vamos agora sugerir missão, valores e visão de futuro para o gabinete:
Valores: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Visão de futuro: Ser referência na atividade políticolegislativa, abraçando com altivez
as causas populares, de forma a fortalecer nos cidadãos a convicção da importância do
Poder Legislativo para a cidadania e qualidade de vida dos brasileiros.
Perceba que na declaração de missão estão respondidas algumas questões relevantes:
Note que a declaração de missão é um tanto visionária, impossível de ser atendida no
curto prazo, o que garante maior longevidade ao planejamento estratégico.
Todos aqueles que atuam na atividade, isso em qualquer de seus processos de trabalho,
devem fazêlo com foco no cumprimento da missão.
Acerca da declaração de valores, estes se tratam de princípios éticos inflexíveis, que
devem garantir o alinhamento das missões individuais de cada funcionário, na direção
do planejamento realizado.
Por fim, a visão de futuro representa a meta final a que se destina o gabinete
parlamentar. É onde se pretende chegar pelo esforço organizado, contínuo e empenhado
de todos.
Pág 5
Rapidez nas decisões: Considerando que uma estratégia bem definida deixa claro
o rumo que se deve adotar, o processo decisório passa a ser mais simplificado e
rápido.
Melhoria na comunicação interna: As mensagens trocadas entre os membros da
equipe passam a ser mais bem compreendidas, em face do pressuposto
estratégico existente.
Meritocracia nas escolhas de gestores: Necessariamente a escolha do gestor da
equipe deve se dar em função de sua capacidade de liderar e conhecimento do
“negócio”. Negócio aqui significa a atividade a que se dedica o gabinete.
Mais delegação: O gestor sente mais confiança numa equipe com propósitos
alinhados, estando mais propenso à delegação de responsabilidade e confiança.
Alinhamento dos comportamentos individuais em função da estratégia coletiva: O
gabinete passa a ter personalidade própria, posto que todos que o compõem
adotam atitudes afinadas, sem perda de personalidade ou lapso de autonomia.
Capacitação continuada da equipe: Capacitação deve ser um dos objetivos
estratégicos, com indicadores. As escolas do legislativo possuem estrutura e
competência para a realização de cursos voltados às necessidades específicas da
área.
Mais conhecimento do ambiente externo em que se insere o gabinete, e também
do interno, com definição bem estabelecida de responsabilidades.
Melhor visão individual do todo que representa o mandato parlamentar. Pessoas
que sabem onde a organização “gabinete” pretende chegar, e por meio de quais
valores, conduzem a si mesmas de forma mais adequada e produtiva, com
engajamento e foco no resultado – Essa é a chamada Consciência Coletiva.
Mais qualidade de vida no trabalho – As pessoas se sentem mais felizes
trabalhando em um ambiente bem planejado e que prioriza o bem estar dos
funcionários (qualidade de vida no trabalho deve ser um dos objetivos
estratégicos).
Pág 6
Além destas vantagens pontuais e internas ao ambiente do gabinete, esteja seguro de
que o mandato como um todo sairá muito beneficiado com o planejamento. Isso se
refletirá em um contato mais franco e propositivo com a sociedade, implicando em
maior base de apoio popular, o que decorrerá naturalmente da estratégia adotada.
Para que se consiga realizar um planejamento estratégico que seja aplicável e efetivo
em seus propósitos, há que se contar com algumas condições indispensáveis:
Para tanto, é necessário pleno envolvimento do parlamentar, e da equipe, em um clima
organizacional que seja propício à modernização, à capacitação e ao aperfeiçoamento
dos processos de trabalho.
Exercício de Fixação - Módulo I
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I do curso Organização
de Gabinete Parlamentar.