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247 – 02/07
Introdução ao
Terceiro Setor
Questões básicas de conceito, gestão,
aspecto legal, administração, contábil e
financeira.
1 São Paulo: Av. Dr. Altino Arantes, 776 – Conj. 32 – Vila Clementino – CEP: 04042-003 - Fone: (11) 5583-3775
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Índice
Introdução
Capítulo I Conceito
Capítulo VI Da titulação
Por outro lado, o povo brasileiro, sendo emotivo, é induzido a prática da benemerência e
caridade, fazendo com que seus atos não dêem a importância adequada ao aspecto legal,
pois é abordada pela emergência de uma solução prática, criando um manto de
justificativa à impunidade, induzindo a erros e ilegalidades.
Desta forma, em nome da emergência, têm sido praticado erros nos conceitos sociais e
uso da metodologia de trabalho equivocado, que por sua vez, em vez da solução, tem
criado problemas de efeito retardado, comprometendo o futuro da sociedade local, sem
planejamento, desconsiderando a participação de profissionais e estrutura administrativa
necessária, sem definir estratégia e desrespeita as legislações, partindo para um
improviso total e imediatista.
Em conseqüência destes fatores, inicia-se um processo de irregularidades que por sua vez
se transformam em ilegalidade com graves conseqüências.
Para orientar as instituições elaboramos nesta oportunidade uma apostila de orientação sobre os
Aspectos Legais destas, cuja solicitação originou-se da observação das dificuldades das instituições,
seus gestores e profissionais afins.
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Capitulo I – Conceito
Terceiro Setor consiste nas organizações sem fim lucrativo, podendo ser da iniciativa privada ou
publica, podendo receber a denominação de associação, fundação, igreja e sindicato, conforme
definido no Código Civil.
Por outro lado os gestores das instituições do Terceiro Setor, tem trabalhado de forma
equivocada como uma ferramenta para satisfazer um sonho ou um ideal e não tem
trabalhado de forma associativa em conjunto com outros profissionais, pois não houve
um conceito inicial das ações para montagem da instituição, criando assim o inicio do
desastre.
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Capitulo II - Diagrama dos Setores
PETROBRAS
BANCO DO BRASIL
Fundação Bradesco
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Capitulo III – Discussão inicial
Para constituição de uma instituição do Terceiro Setor há necessidade de observar uma
série de parâmetros como:
- aspecto conceitual,
- aspecto jurídico,
- aspecto administrativo,
- aspecto operacional,
- aspecto estratégico,
- aspecto financeiro.
Portanto a base do processo começa pelo conceito da instituição, o qual deverá ser
definida por uma equipe de pessoas de vários segmentos profissionais e experiências para
estabelecer um conceito inicial da instituição.
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Capitulo IV - Etapas para constituição
Para constituição de uma instituição do Terceiro Setor, após a discussão e definição do conceito
inicial, as etapas passam por um processo que consiste das seguintes fases:
Definidas as fases apresentadas acima, inicia-se o processo de montagem da instituição que consta
das seguintes etapas:
A definição de um modelo de estatuto é a fase mais importante, pois traduz toda estratégia
operacional e administrativa de uma instituição, bem como define o conceito e a filosofia adotada
pelo grupo na busca do seu objetivo.
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Capitulo V – Do processo de registro
Para legalização de uma instituição do terceiro setor no seu processo de registro, as etapas
consistem em:
Conforme o tipo de atividade desenvolvida pela entidade, será necessário observar as exigências
complementares da documentação bem como observar a Constituição Federal no seu artigo 5º,
inciso XIII.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
-------------
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
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Capitulo VI - Da titulação
A expedição da titulação pelo setor governamental, não garante a legalização. Trata-se
apenas de um reconhecimento pelo respectivo órgão perante as legislações pertinentes,
permitindo a sua participação em determinados programas e seus respectivos
orçamentos.
6 – certificado de filantropia,
Caso não atenda as exigências do órgão que expede a titulação ou o registro, o mesmo
poderá sofrer punições ou cassação do titulo, portanto deverão estar atentos aos
requisitos.
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Capitulo VII - Da administração
Administrar uma instituição do Terceiro Setor, é mais complexo do que administrar uma
empresa sociedade anônima de capital aberta, portanto há necessidade de uma
orientação básico como:
- regras de departamentos,
A falta deste profissional na gestão das instituições do Terceiro Setor é tão grande, o que
resulta no caos total de administração, sem organograma, sem normas, sem
arquivamento de documentos, sem controle financeiro, sem plano anual de atividade,
numa improvisação total, em nome da benemerência e do bem social.
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Capitulo VIII – Do operacional
Para atender todas as exigências legais cabíveis para gestão de uma instituição do
Terceiro Setor, há necessidade de infra-estrutura mínima de administração e definir
diretriz operacional, começando com controle simples como:
Adotar práticas e normas para tramite de toda documentação deverá ser condicionante, o
qual deverá ser revisada anualmente para avaliação e ao mesmo tempo analisar a relação
das atividades da entidade e a necessidade da comunidade local.
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Capitulo IX – Documentos contábeis
Tradicionalmente a contabilidade das instituições do Terceiro Setor é realizada de forma
simplificada, tratado como uma micro empresa, começando assim os primeiros erros na
contabilidade, criando um ciclo de mal entendidos e equívocos, comprometendo o
funcionamento das instituições.
- balanço financeiro,
- balanço patrimonial,
- balanço social e ambiental.
Caso não tenha esta preocupação o lançamento poderá acarretar em problemas, não
conseguindo demonstrar as operações da contabilidade com as atividades da instituição.
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Capitulo X – Da aprovação de contas
Cabe ao conselho fiscal a aprovação de contas, como definido no estatuto, no entanto
esta pratica não tem sido cumprido de formalidade, como deveria ser o procedimento
normal.
Além deste fator devemos observar a questão das auditorias exigidas pelas legislações
pertinentes, conforme origem e montante do valor manipulado pela instituição no
exercício, devendo observar as recomendações do CNAS – Conselho Nacional de
Assistência Social.
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Capitulo XI – Das certidões
O conjunto de certidões necessárias para avaliação da legalidade e regularidade de uma instituição
consiste em:
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Capitulo XII – Das instalações
Para iniciar as atividades, a instituição deverá respeitar como qualquer outra pessoa
jurídica, todas as legislações pertinentes aos seus objetivos, onde devemos observar as
seguintes recomendações:
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Capitulo XIII – Dos Alvarás
Há uma série de alvarás necessários para iniciar as atividades, após a conclusão da obra
tais como:
- Alvará ambiental,
Para cada tipo de atividade há uma relação de profissionais habilitados para tal tarefa,
que são regulamentados pelas legislações federais, possuindo seus respectivos conselhos,
onde os profissionais são registrados.
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Capitulo XVI – Registro nos conselhos
Algumas atividades estão sujeitas a registros complementares, além da exigência do
profissional habilitado e credenciado.
- conselho de farmácia
a manutenção de uma farmácia interna com medicamentos exige uma instalação
adequada bem como todos os procedimentos adequados para condicionamento
dos medicamentos e sua manipulação.
- conselho médico
para cuidar das crianças, como há necessidade de um médico pediatra e
ortopedista, há necessidade de salas especificas com instalações adequadas para
atendimento e manutenção do equipamento.
- conselho de enfermagem
para cuidar das crianças, principalmente menores de dois (2) anos, há
necessidade da assistência de enfermeira com especialidade em pediatria, e as
instalações deverão atender a estas necessidades.
Assim a creche deverá obter o registro nestes órgãos atendendo suas respectivas
recomendações técnicas e profissionais.
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Capitulo XVII – Da gestão em rede
Como a atividade da instituição é de interesse publico, o mesmo estando inserido dentro
das atividades dos seus respectivos conselhos municipais, há necessidade e obrigação de
atuar em conjunto ou sintonia com as demais instituições.
Com a gestão compartilhada das instituições, poderá delinear uma forma de atuação mais
segura no município, atuando de forma conjunta, apoiando as dificuldades e necessidade
dos demais.
Os eventos deverão ter abrangência regional e nunca deverá limitar a um município, pois
ao disseminar da informação na região, criar uma concorrência saudável dos gestores de
instituições, abrindo espaço para debate mais amplo e seguro.
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Capitulo XVIII – Diferença entre benemerência e
responsabilidade
Apresentamos a seguir quadros comparativos entre a diferença da filantropia,
benemerência e a questão da responsabilidade qual nortear a Norma Brasileira, bem
como as recomendações internacionais sobre o tema.
Diferença
Filantropia e responsabilidade social
Fonte:
Francisco Paulo de Melo Neto
Quadro comparativo
Responsabilidade e irresponsabilidade social
Irresponsabilidade social Responsabilidade social
(ética do dinheiro) (nova ética social)
Promover o individualismo Promover o associativismo
Ênfase na competição e competitividade Ênfase na solidariedade
Prevalece o discurso único do mercado Prevalece o debate civilizado
Banalização dos problemas sociais Priorização dos problemas sociais
Adoção de comportamentos antiéticos Adoção de comportamento ético
Gera alienação Gera participação
Deterioração do trabalho Enobrecimento e
revigoramento do trabalho
Contaminação do caráter das pessoas Exaltação do caráter das pessoas
Ampliação das desigualdades Redução das desigualdades
Fonte:
Francisco Paulo de Melo Neto
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Capitulo XIX - Conclusão
Como mencionamos no início, a confecção deste material teve origem na solicitação feita
pelas instituições presentes ao FÓRUM das ONGs, realizado em Londrina, no ano de 2000,
onde as mesmas sentiram a necessidade de maiores informações sobre a questão legal
pertinente as suas atividades.
Esta apostila visa orientar os gestores das instituições, na identificação das interfaces
legais com os objetivos das mesmas, servindo como roteiro de orientação para entidade e
para as empresas parceiras e patrocinadoras.
Por outro lado, acabam por aceitar certas irregularidades e buscam até justificativas por
falta de recursos e de orientação, envolvendo-se pelo manto da caridade e do
voluntariado.
Tais fatos acabam por camuflar a realidade ou pior ainda por conduzir a situações de
riscos, acidentes e até mortes.
O trabalho voluntariado do Terceiro Setor, não pode mais ser confundido como terapia
ocupacional de executivos, aposentados e senhoras, ou ainda pela busca de vantagens
tributárias, mas reconhecido como um compromisso de seriedade e responsabilidade
como cidadão.
Não podemos pregar a desobediência civil às leis vigentes, por sermos uma instituição do
Terceiro Setor. Estamos sim com imunidade e isenção tributária, mas as responsabilidades
com as legislações, não criam exceções.
O APTO – Centro de Difusão e Estudo do Terceiro Setor, foi constituído com objetivo de
auxiliar estas instituições na profissionalização da gestão e na busca de novos modelos de
desenvolvimento econômico e social.
Por outro lado o APTO tem concentrado seus trabalhos de difusão sobre o tema Terceiro
Setor, junto às faculdades e universidades para divulgar junto aos professores,
coordenadores de cursos e reitores de todo Brasil, para estimular a formação de
profissionais que atuem neste segmento.
Temos também realizado encontros nacionais do Terceiro Setor bem como de Agencias
de Desenvolvimento, com objetivo de nivelar informações e definir forma de atuação, na
composição de uma rede de instituições e profissionais.
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Capitulo XX - Capítulos nos estatuto
Apresentamos a seguir algum dos capítulos que deverá conter nos estatutos das
instituições do Terceiro Setor, o qual varia por tipo de atividade e sua forma de atuação,
portanto não se trata de modelo, mas sim de roteiro para elaboração do estatuto.
Os capítulos apresentamos acima são apenas para orientação, pois para cada tipo de
atividade que a instrução venha a realizar, há necessidade de compor a estrutura do
estatuto em função das legislações pertinentes.
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Observação:
3 – o estatuto é a espinha dorsal da instituição, portanto deverá ser o mais completo possível e de
forma transparente.
4 – as matérias a serem remetidas para regimento interno, deverão ser apenas os assuntos
contidos no estatuto, não podendo abordar ou regulamentar assuntos que não contenham
no estatuto.
5 – como pratica, serão realizadas revisões periódicas do estatuto da instituição, pelo menos a cada
dois (2) anos, pois é necessária a sua adequação às legislações obrigando-se, ao mesmo tempo, a
sua releitura pelos associados, criando assim o habito de nivelar a informação.
Takashi Yamauchi
APTO – Centro de Difusão e Estudo do Terceiro Setor
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