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ASSOCIAÇÃO PIAUIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA - APEC

CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO DO CESVALE


COORDENAÇÃO DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO “LATO SENSU” EM AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA

DESAFIOS DA GESTÃO DE RECURSOSDO TERCEIRO SETOR:UMA BREVE


ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS, OBRA KOLPING DO PIAUÍ.
DESAFIOS DA GESTÃO DE RECURSOS DO TERCEIRO SETOR: UMA BREVE
ANÁLISE DAORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS, OBRA KOLPING DO PIAUÍ.

Trabalho de conclusão de curso - artigo científico -


apresentado como pré-requisito para a obtenção do título
de Especialista em Auditoria Fiscal e Tributária do
Ensino Superior pela Associação Piauiense de Educação
e Cultura – APEC e Centro de Pós-graduação e Extensão
do CESVALE
DESAFIOS DA GESTÃO DE RECURSOS DO TERCEIRO SETOR: UMA BREVE
ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS,.

Trabalho de Conclusão de Curso, artigo cientifico, DESAFIOS DA GESTÃO DE


RECURSOS DO TERCEIRO SETOR: UMA BREVE ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO
SEM FINS LUCRATIVOS, OBRA KOLPING DO PIAUÍ, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Especialista em Auditoria Fiscal e Tributária outorgado pelaEnsino
Superior pela Associação Piauiense de Educação e Cultura – APEC e Centro de Pós-
graduação e Extensão

Aprovada em: ____/____/2019.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________

Centro de Pós-graduação e Extensão do CESVALE

____________________________________________________________
Prof(a)
1º Examinador(a)

____________________________________________________________
Prof(a)
2º Examinador(a)
DESAFIOS DA GESTÃO DE RECURSOS DO TERCEIRO SETOR:
CHALLENGES OF THIRD SECTOR RESOURCE MANAGEMENT:
UMA BREVE ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS, OBRA
A BRIEF ANALYSIS OF THE ORGANIZATION WITHOUT

OF PIAUÍ.

RESUMO

No cenário atual, as organizações sem fins lucrativos que formam o terceiro setor vêm
sofrendo grandes desafios para se manterem sustentáveis. Estas instituições vêm ganhando a
cada dia mais visibilidadepela atuação de seus serviços prestados a sociedade. Mas
atualmente, muitos são os desafios enfrentados por essas organizações para cumprir com seu
papel social, no qual se destinam. Essas entidades têm finalidade de atuação e necessita de
recursos financeiros para manterem seus projetos e suas atividades em pleno funcionamento.
Nestes últimos anos, esse setor vem passando por grandes mudanças em sua legislação e isso
vem impactando na captação de recursos, sejam públicos ou privados e exigindo das
organizações uma atenção maior em sua gestão financeira, mais planejamento, clareza e
objetividade nas prestações de contas.

Palavras chave: Terceiro setor, gestão financeira,planejamento, captação de


recursos,prestação de contas

In today's scenario, the non-profit organizations that make up the third sector are facing major
challenges in order to stay sustainable. These institutions are gaining more and more visibility
by the performance of their services rendered to society. But today, many are the challenges
faced by these organizations to fulfill their social role, in which they are intended. These
entities have the purpose of acting and require the financial resources to keep their projects
and their activities in full operation. In recent years, this sector has been undergoing a major
change in its legislation and this has impacted on the collection of resources, whether public
or private, and requiring organizations to pay more attention to their financial management,
more planning, clarity and objectivity in the rendering of accounts.

1 - INTRODUÇÃO
No Brasil não se sabe por certo quando surgiram as primeiras organizações sem fins
lucrativos, mas de acordo com vários estudos já datam que, em 1930 já existiam organizações
que prestavam serviço social, a um grupo de pessoas necessitadas.Essas organizações eram
ligadas a igreja católica e os serviços que eram prestados eram voltados à área da saúde,os
asilos.A Educação que eraoferecida nas escolas religiosas. A Santa Casa de Misericórdia foi
fundada em 1543, pressupõem que ela tenha sido uma das primeiras instituições do Terceiro
Setor a ter registro no Brasil (REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO, 2002, p.
30).
Este setor vem crescendo a cada dia com intuito de prestar serviços a um público geral
ou específico. Essas entidades não visam lucros e são chamadas de entidade sem fins
lucrativos. No Brasil, esse setor não é tão forte quanto a outros países, pois é constituído por
varias instituições e uma grande participação de voluntários.
Atualmente, o Brasil vem enfrentando um cenário muito crítico, e passa por
umperíodode grandes mudanças nos aspectos: econômico,político e social. Este cenário vem
se apresentando de forma mais preocupante nestes últimos anos.Consequentemente,esses
impactos vêm ocasionando um desequilíbrio na economia do país e gerando um aumento no
desemprego, decadência nos serviços de saúde, segurança e educação, perda na qualidade de
vida e o aumento da pobreza. Com essas mudanças serão necessárias diversas adequações em
todos os setores, especialmente no terceiro Setor, pois é o mais afetado, por cumprir um papel
social que deveria ser feito de forma direta ou indireta pelo governo.
Muitos são osdesafios apresentadoshoje no terceiro setor, os mais frequentessão:
sustentabilidade,falta de gestão, transparência na prestação de contas, qualificação
profissional, entre outros.Em virtude disso, a obtenção de recursos está cada vez mais escassa
devidoàsdiretrizes impostas pelo poder público, que orienta as mesmas a passarem por um
processo de adequação organizacional.Com a crise financeira, menos recursos são destinados
as entidades, estas, só consegue desempenhar seu papel perante a sociedade com os recursos
oriundos das contribuições e doações do setor privado e do apoio financeiro dogoverno. Em
muitos casos,devido falta de conhecimento técnico-profissional nessas entidades, as
gestõessão realizadasde forma amadora, issovem afetando a continuidade de muitas
organizações.
É imprescindível que as organizações sem fins lucrativos das quais fazem parte o
terceiro setor, independente das atividades a que se destine, possua uma boa gestão, tanto
administrativa quanto financeira, pois a maioria delas apresentam grandes dificuldades em
gerir seus recursos, impossibilitando a se manterem ou manterem a execução dos seus
programase projetos funcionando, assim como as despesas provenientes de seu
funcionamento.
A pesquisa tem como justificativa do tema, reconhecer a necessidade que as
organizações do terceiro setor têm em relação práticas de gestão, que podem auxiliá-las na
administração de seus recursos.
Diante desse cenário que apresenta diversos desafios para o alcance de uma gestão
eficiente e eficaz, busca-se responder a seguinte questão de investigação: Quais as
ferramentas de gestão usadas pelas organizações do terceiro para enfrentar osdesafios e
dificuldades do seu cotidiano institucional?
Este trabalho tem como objetivo investigar os principais desafios enfrentados pela
Terceiro Setor fazendo um paralelo com a gestão da OKE – PI, instituição do terceiro setor
localizada na cidade de Teresina- PI, que ao logo de sua existência neste Estado, vem
contribuindo para democratização e resgate da cidadania piauiense no processo de suas
atividades voltadas a geração de renda, captação de água para consumo humano e produção
de alimentos das famílias carentes.
O artigo está estruturado em seis tópicos: No primeiro tópico é apresentada a
introdução da pesquisa.No segundo tópico um breve histórico do Terceiro setor.Já no terceiro
tópico:gestão do terceiro setor,desafios e planejamento de gestão. No quarto tópico: captação
de recursos,desafios da captação de recursos, ética do captador de recursos, transparência na
prestação de contas eimplementação da Lei 13019/2014, no processo de gestão do terceiro
setor.No quinto tópico:os procedimentos metodológicos adotados foi a analise sistemática de
documentos e bibliografias direcionada a gestão financeira das organizações do terceiro setor
com uma breve abordagem da gestão financeira de uma entidade do terceiro setor, a OKE PI,
desta forma pretende-se atingir os objetivos propostos neste artigo, e por fim as considerações
finais.

2 – BREVE HISTÓRICO SOBRE O TERCEIRO SETOR

Segundo (Smith, 1991), A expressão “Terceiro Setor” começou a ser usada nos anos
70 nos EUA com termo Third Sector, de origem americana, era utilizado para identificar um
setor da sociedade no qual atuavam as organizações sem fins lucrativos, voltadas para a
produção ou a distribuição de bens e serviços públicos. O termo foi usado pela primeira vez
nos Estados Unidos da América, para definir as organizações de iniciativa privada formada
por associações e entidades sem fins lucrativos, com origem na sociedade.
No Brasil, o movimento começou a ter destaque com fortalecimento de organizações
que viriam a compor o terceiro setor, deve-se em grande parte, à fatores sócio-políticos nas
décadas de 70 e 80: a consolidação crescente do direito de acesso dos cidadãos a bens e
serviços por um lado e a incapacidade do Estado em assumir seu papel provedor nesta
demanda por outro (Fischer,2002, p. 41). Essas organizações assistenciais passaram a ter
garantia de sua existência jurídica como associações, fundações e sociedades civis sem fins
lucrativos em 1916, através do código civil, (Lei nº 3.071/1916).

2.1DEFINIÇÃOPARA O TERCEIRO SETOR

O terceiro setor é definido por organizações e fundações que geram bens e serviços
públicos, mas sem fins lucrativos,suprindo as falhas deixadas pelo Estado. Sua função
promover a solidariedade social e exercer cidadania.
Para Gonçalves (1999, p.2), o terceiro setor é definido como esfera de atuação pública
não estatal, formada a partir de iniciativas voluntárias, sem fins lucrativos no sentido comum.
De acordo com Araújo (2006),para diferenciar o terceiro setor a sociedade civil foi
dividia em três setores: primeiro,segundo e terceiro setor.
Primeiro setoré formado pelas instituições públicas – “Governo”,sobre tudo pelos três
poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário é caracterizado pela União, Estados,
Municípios,Distrito Federal, autarquias,entidades de caráter público etc, que exercem
múltiplas atividades, como as políticas administrativas, econômicas e financeiras, com o
objetivo de cumprir suas finalidades básicas.
Segundo setor - é formado pela iniciativa privada,ou seja, pelas empresas, atuam em
benefíciopróprio. Sua gestão é voltada a interesses individuais e visando lucros.
Terceiro Setor – é formado pelas organizações privadas e sem fins lucrativos, visando
atender às necessidades sociais baseadas no trabalho voluntário, na filantropia e na caridade.

2.2AS ORGANIZAÇÕES QUE COMPOEM O TERCEIRO SETOR

Existem várias organizações que fazem parte do terceiro setor, elastêm um papel
relevante para sociedade e existem para suprir as lacunas deixadas pelo governo, alcançando
os locais onde o Estado não desenvolve suas ações de assistência social e solidária, em prol do
bem comum e da cidadania. O terceiro setor é composto quase que sua totalidade por pessoas
voluntárias, que prestam serviços e não recebem nenhuma remuneração pelos trabalhos que
realizam.Está voltado para as mais diversas áreas que vai desde a erradicação da fome ate a
pauta dos direitos humanos.Os serviços mais comuns prestados pelas organizações do
terceiros setor são: serviços de saúde, educação, cultura,esporte,amparo a natureza, inclusão
social e outras atividades que possam proporcionar uma melhor qualidade de vida a
população.
O Terceiro setor é mantido através de iniciativas privadas, com recursos de doações de
empresas e pessoas físicas, incentivos do Governo com repasse de verbas públicas, realizando
bazares ou desenvolvendo atividades, prestando serviços ou vendas de produtos. Todas essas
organizações tem como meta o desenvolvimento político, econômico, social e cultural no
meio em que atuam.
Dentre os objetivos do terceiro setor, estão melhoria da qualidade de vida das pessoas
menos abastadas da sociedade, sejam elas: crianças, adultos, animais, meio ambiente, atuando
nas áreas de educação, saúde, esportes, lazer, qualificação profissional e promovendo inclusão
social.
Fazem parte do terceiro as seguintes organizações: a) ONG’S (Organização não
governamental); b)Entidadesfilantrópicas(entidades que prestam serviços a sociedade, em
especial, as pessoas carentes sem finalidade de obter lucros);c)OSCIP(Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público; d) Fundações;e)Institutos; f)Associações de
classes;g)Entidades beneficentes; h) As cooperativas.

3.GESTÃO DO TERCEIRO SETOR

Nos últimos anos, o terceiro setor vem ganhando bastante visibilidade no Brasil. As
organizações sem fins lucrativos por sua finalidade promovem serviços assistenciais de
caráter público, mas boa parte delas encontra-se, em estado precário,devido a fatores internos,
externos e também por falta de uma gestão mais eficiente. As organizações desse setor
possuem aspectos estruturais e operacionais distintos, se comparados ao primeiro e ao
segundo setor, assim exige uma gestão diferenciada.
Segundo Drucker (1997), é preciso deixar de olhar as organizações sem fins lucrativos
apenas pelo que elas não são, passando a valorizá-las pela sua atuação na sociedade, como
agentes de mudança individual e social.
Drucker (1994) afirma que as próprias instituições sem fins lucrativos sabem que
devem ser gerenciadas exatamente porque não têm “lucro convencional”. Elas sabem que
precisam aprender a utilizar a gestão como ferramenta, para que esta não as domine.
Devido à diversidade e complexidade do Terceiro Setor, não há um sistema único de
gestão devido às diferenças em sua composição, porte, organização, finalidade e forma de
funcionamento.

3.1 PRINCIAPAIS DESAFIOS DA GESTÃO DO TERCEIRO SETOR

As Organizações sociais que fazem parte do terceiro setor vêm sofrendo diversos
desafios para se manterem sustentáveis. Atualmente no Brasil, existem dois tipos de desafios:
Os conjunturais que decorrem das ações do governo, ou seja, as transformações políticas,
econômicas e sociais e os desafios estruturais, que diz respeitam aos fatores internos,
concernentes à gestão.
As dificuldades mais comuns nas organizações do terceiro setor são:a captação de
recurso, a falta de planejamento, gestão financeira,sustentabilidade, transparência na prestação
de contas, gestão de pessoas e marketing social.
Para Tachazawa (2014) o maior desafio enfrentado pelas organizações do terceiro
setor é a captação de recurso.
Já na opinião de Salamon (2005), defende outra causa como dificuldade primária.
“Ogrande desafio para o terceiro setor é da sustentabilidade”.
De acordo com Tenório (2006) para superar os desafios que ameaçam a existência e
eficiência da organização se faz necessário a criação de novos mecanismos que possam
melhorar as ações, objetivos, avaliar a atuação, aumentar a visibilidade e promover produtos e
serviços.
Outra questão apontada por Tenório (2006) é que, a fragilidade do setor está na
equipe, que é formada por funcionários e voluntários. Pois parte dessas ações são realizadas
por mão de obra voluntária, boa parte não possuem habilidades e conhecimentos adequados
para desenvolver as funções estabelecidas.

3.2 O PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NO TERCEIRO


SETOR
O planejamento é considerado uma ferramenta extremamente importante nas
organizações do terceiro setor, assim como nos demais setores, independente da sua
finalidade ou atividade exercida, ele deve ser sempre prioridade nas organizações, pois é
através dele que se pode projetar as ações da entidade, mensurar e avaliar o processo como
um todo. Essa prática não tem sido uma atividade comum nas entidades,por ser considerado
por alguns,uma atividade cara, outros acham desnecessário e de alto custo para as
organizações.
Segundo (Carvalho,2001) o Planejamento é a capacidade de criar um conjunto de
ações que possam servir como degrau para se alcançar um determinado fim e/ou objetivo.
Para Maximiano (2004, p.1331) [...]“Planejamento é o processo de tomar decisões
sobre o futuro. Decisões que procuram, de alguma formar influenciar o futuro, ou que serão
colocadas em práticas no futuro, são decisões de planejamento.
Planejar é criar planos para otimizar a realização de determinados objetivos, é decidir
com antecedência o que fazer, como fazê-lo e quando vai fazê-lo. Essa pratica não tem sido
uma atividade comum nas organizações de terceiro setor, pois muitos profissionais
subestimam sua importância e dessa forma, dificilmente, metas e objetivos não serão
alcançados conforme o estimado, levando as organizações a administrarem de forma errônea
suas finanças.
A sobrevivência de uma organização está relacionada diretamente com seu
planejamento.“As decisões tomadas no presente irão refletir no futuro”, Oliveira (2008).
Por isso, a ausência de um planejamento leva as organizações a tomarem decisões
erradas e colocar em risco a permanência e sobrevivência da organização.

3.2.1 TIPOS DE PLANEJAMENTO NO TERCEIRO SETOR

Segundo HOJI(1999) o planejamento são ações a serem executadas dentro de


determinadas condições e em cenários pré-formulados, com finalidade de estimar a
quantidade de recursos financeiros necessários à empresa, assim como as atribuições de
responsabilidades para atingir objetivos organizacionais.Conforme o autor, o planejamento
pode ser classificado em três tipos:planejamento estratégico, planejamento tático e
planejamento operacional.
a) Planejamento Estratégico:é de responsabilidade daalta gerencia,pois envolve a tomada
de decisão que afetarãoa empresa a longo prazo.
Para Oliveira (2004, p.36) o planejamento estratégicoé o processo administrativo que
proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela
empresa, visando otimizar o grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora
e diferenciada.
b) O planejamento Tático é um planejamento em médio prazo, com a finalidade de
potencializar aquilo que foi planejado estrategicamente.
Segundo Oliveira (2006, p.48) “[...] o planejamento tático tem por objetivo
desenvolver determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha
com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no planejamento
estratégico [...]”.
c) O Planejamento Operacional consiste num planejamento de curto prazo (de seis meses
a três anos) tem como objetivo maximizar os recursos da empresa a serem aplicados em
determinado período.
Planejamento Operacional pode ser considerado como a formalização, principalmente
através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação
estabelecida Oliveira (2006, p.49).

3.2.2 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO NAS


ORGANIZAÇÕESDO TERCEIRO SETOR

Nem sempre a gestão financeira é um caminho fácil de percorrer, por isso é necessário
ter conhecimentos e habilidades para gerir recursos. Os motivos que levam muitas empresas
brasileiras a fecharem as portas em menos de cinco anos é a falta de bom plano de gestão
financeira.Com a globalização e as mudanças ocorridas na economia, fica cada vez mais
difícil trabalhar de forma amadora e utilizando os improvisos. Atualmente é imprescindível
que as entidades, independente da finalidade e do ramo de atuação que elas exercem, realizem
o planejamento financeiro, este passa a ser uma ferramenta indispensável dentro da gestão,
pois ela é parte essencial nesse processo, é ela que da o direcionamento dentro de uma
organização.
ParaGitman(2004 p.92), “o planejamento financeiro oferece orientação para
direção,coordenação e o controle de providencias tomado pela organização para que atinja
seus objetivos”.
O planejamento financeiro no terceiro setor é tão essencial quanto nos demais setores e
deve ser prioridade, pois ele auxilia a organização a projetar suas receitas e despesas,é ele que
mostra como a empresa opera seus recursos, direcionando exatamente quanto a empresa tem
em caixa, quanto pode gastar ou quanto investir com seus recursos.
Com o planejamento financeiro, o gestor organiza melhor as diretrizes da organização
ou empresa com mais eficácia,concilia os recurso de acordo com as receitas e
despesas,verificando os gastos desnecessários que poderão ser reduzidos, fazendocom que a
mesma se desenvolva de forma sustentável e evitando o risco de falência.
C, p.588) menciona,

O planejamento financeiro é um dos aspectos importantes para


funcionamento e sustentação de uma empresa, pois fornece roteiros para
dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução de seus objetivos.
Dois aspectos-chave do planejamento financeiro são o planejamento de caixa
e de lucros.O primeiro envolve o planejamento do orçamento de caixa da
empresa; por sua vez, o planejamento de lucros é normalmente realizado por
meio de demonstrativos financeiros projetados, os quais são úteis para fins
de planejamento financeiro interno, como também comumente exigidos
pelos credores atuais e futuros.

3.3 CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA O TERCEIRO SETOR

No atual cenário que enfrenta nosso país, as organizações sem fins lucrativos para
manterem suas atividades em pleno funcionamento, necessitam de recursos para seus projetos
e para sua sustentabilidade.Nos últimos anos, essas organizações vêm buscando formas
inovadoras de captarrecursos, ou seja, a criação de plano sustentável, como a comercialização
de produtos e serviços. Cada empresa busca diferentes formas de captar recursos, sendo estas
mais eficientes, mesmo sabendo das dificuldades enfrentadas nesse processo. Entretanto, vale
ressaltar que, a captação de recursos faz parte da estratégia atual das organizações,
porém,cada uma opera de acordo com suas necessidades (Dimenstein, 2005).
Dentre as inúmeras dificuldades enfrentadas nesse setor, as mais frequentes são: a
elaboração de projetos que contemple os objetivos desejados pelas OS, profissionais
habilitados para elaborar bons projetos, abusca de parcerias na captação de empresas
interessadas em financiar projetos sociais, conhecer os incentivos fiscais e os benefíciosque a
OS possam usufruir, elaboração de um plano de Marketing social que possa tornar a
organização mais conhecida, dando visibilidade aos seus trabalhos realizados e atrair novos
financiadores.
Segundo Cruz (2000,p.142) “todas as organizações sem fins lucrativos, com interesses
de promover suas atividades,dependem de maneira fundamental da captação de recursos”.
De acordo com Tenório (2008,p.142),

A principal motivação para captação e mobilização de recursos é garantir a


viabilidade de um projeto e, ao longo prazo, de uma comunidade organizada,
mantendo-os estáveis e produtivos. Essa atividade integra as ações
necessárias para construir e garantir a sustentabilidade do projeto. Pode se
afirmar que, atualmente a maioria das organizações sem fins lucrativos é
vulnerável, bem como boa parte das iniciativas comunitárias possui poucos
recursos e, em geral uma única fonte de apoio. A captação e a
mobilização,quando planejadas,contribuem para que as comunidades
diversifiquem a origem de seus recursos e diminua o grau de vulnerabilidade
ao qual está exporta, como por exemplo, a mudança de prioridade ou política
de financiadores locais, nacionais, internacionais.

3.3.1 – OS DESAFIOS NA CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA O TERCEIRO


SETOR
A captação de recursos para os projetos desenvolvidos pelas organizações sem fins
lucrativos no Brasil sempre enfrentaram grandes dificuldades. Em meados da década de 80 a
maioria destas entidades era mantida com recursos dos próprios fundadores e com o apoio de
voluntários. Com o passar dos anos foi necessário uma maior mobilização na busca de
recursos e de novas parcerias para garantir a continuidade das atividades desenvolvidas.

3.3.2MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NO TERCEIRO SETOR E O DESAFIO DA


SUSTENTABILIDADE

As questões de financiamento de atividades das organizações da sociedade civil estão


cada vez mais complexas, mobilizar recursos compreende em um conjunto de atividades,
dentre elas o marketing que a entidade produz, seu planejamento, as relações públicas, as
estratégias, os projetos elaborados, os valores humanos e matérias necessários paraviabilizar a
finalidade de uma organização sem fins lucrativos.
Para ARMANI (2008), a mobilização de recursos não se limita à mera captação de
recursos financeiros, mas no conjunto de esforços que devem ser permanentes, planejado e
sistemático de fortalecimento para a garantia da sustentabilidade da instituição.
Cecília Regueira (2010) compartilha da opinião de que as organizações do terceiro
setor enfrentam no Brasil o seu maior desafio, que é a sustentabilidade, expõe que:

Sobreviver, crescer e perenizar suas iniciativas é um trio de desafios centrais


para a imensa maioria das organizações sociais brasileiras. Esse desafio tem
conexão direta com a necessidade de profissionalização de gastos e
aprimoramento contínuo das organizações sociais.

Portanto, o desafio de manter as entidades muito além da busca por recursos, está em
garantir a sustentabilidade de uma organização sem fins lucrativos, em preparar pessoas para
uma causa, fortalecendo assim, as organizações e promovendo um maior engajamento social.

3.3.3 - DESAFIO PARA A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO TERCEIRO


SETOR.

O Brasil vem passando por grandes transformações sociais, econômicas e políticas,


cada vez mais se faz necessário uma maior qualificação profissional. Mesmo com a
competitividade cada vez mais em alta e crescente o número de desempregados, a mão de
obra qualificada para o terceiro é muito escassa, a qualidade do trabalho desenvolvida por
uma organização sem fins lucrativos faz a diferença, sendo de fundamental importância para o
contexto institucional que existam profissionais desempenhando com qualidade o trabalho
que a instituição se proponha fazer, preparar pessoas para desenvolver não apenas atividades
cotidianas, mas esta apta a desempenhar aquelas que exijam uma maior complexidade.
KLIKISBERG (1997) defende uma formação qualificada para aqueles que irão
gerenciar projetos das entidades do terceiro setor nas áreas de atuação, sendo determinante
para a manutenção.

4. A ÉTICA DO CAPTADOR DE RECURSOS

A Associação Brasileira de Captadores de Recursos - ABCR, 1 instituiu o Código do


Captador de Recursos, trata-se de condutas e critérios éticos que objetiva regulamentar ações
e servir como referência para aqueles que desejam captar recursos no campo social.AABCR
asnormas tratam de legalidade, remuneração, confidencialidade e lealdade aos doadores,
transparência nas informações, conflitos de interesse, direitos do doador, a relação do
captador com as organizações para as quais ele mobiliza recursos e sanções. 2
1
A ABCR é uma organização sem fins lucrativos, criada na década de 90.
2
Sobre a legalidade: o captador de recursos deve respeitar incondicionalmente a legislação vigente
no País; Sobre a remuneração: o captador de recursos deve receber pelo seu trabalho apenas
remuneração pré-estabelecida; Sobre a confidencialidade e lealdade aos doadores: o captador de
recursos deve respeitar o sigilo das informações sobre os doadores obtidas em nome da organização
em que trabalha; Sobre a transparência nas informações: o captador de recursos deve exigir da
organização para a qual trabalha total transparência na gestão dos recursos captados; Sobre conflitos
de interesse; o captador de recursos deve cuidar para que não existam conflitos de interesse no
5. TRASPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS TERCEIRO SETOR

As organizações do terceiro setor vêm a várias décadas prestando grandes serviços a


sociedade, exercendo um papel que é de responsabilidade dos governos e que, por vários
motivos estas, não tem seu devido reconhecimento pelo papel social que desenvolve. Para que
essas organizações executem suas políticas públicas, elas precisam trabalhar de maneira
profissional, ser transparentes nas prestações de contas, tanto financeiras quanto nas ações
realizadas, pois a maiorias delas sobrevivem das captações de recursos feitas através de
doações, convênios ou Termo de Parceria com órgãos públicos ou empresas privadas.
A Prestação de contas é uma forma transparente de demonstrar a sociedade
que a instituição conseguiu alcançar seus objetos. A Contabilidade é uma ferramenta
indispensável na prestação de contas, a mesma fornece informações financeiras, econômicas e
patrimoniais, por meio de demonstrativos, que promove a transparência e autenticidade dos
recursos adquiridos e a aplicação dos mesmos.
Para Oliveira (2009. P. 51-52) basicamente, existem dois tipos de prestação de contas:
a prestação de contas financeira e a prestação de contas não financeira. A primeira se refere à
forma, ao destino, à distribuição e ao uso dos recursos financeiros e a segunda tem seu foco
nos resultados obtidos com a aplicação destes recursos, ou seja, os resultados obtidos em
relação à missão da organização, da sua atividade fim.
A prestação de contas além de ser de extrema importância para as organizações é
indispensável a todos osinteressados, sejam investidores, autoridades de órgãos públicos,
contadores, cliente,doadores, gestores, também são obrigadas a prestarem contas de seus
recursos e ações desenvolvidas,por uma questão de exigência legal ao TCU,pois elaatesta
atransparência que é o pilar fundamental de toda e qualquer organização.
Os Elementos contábeis normalmente requisitados numa prestação de contas são:
Relatório de Atividades, as Demonstrações Contábeis, as Informações Bancárias, o Inventário
patrimonial,Declaração de Informações Econômico-Fiscais a Pessoa Jurídica (DIPJ), Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) e Parecer do Conselho Fiscal.

desenvolvimento de sua atividade; Sobre os direitos do doador: o captador de recursos deve respeitar
e divulgar o Estatuto dos Direitos do Doador; Sobre a relação do captador com as organizações para
as quais ele mobiliza recursos: o captador de recursos, seja funcionário ou autônomo ou voluntário,
deve estar comprometido com o progresso das condições de sustentabilidade da organização; Sobre
sanções: sempre que a conduta de um associado da ABCR for objeto de denúncia identificada de
infração às normas estabelecidas neste Código de Ética.
6– PRINCIPAIS INSTRUMENTOS JURÍDICAS PARA O TERCEIRO SETOR
Antes do advento da Constituição Federal de 1988, as Organizações do Terceiro Setor
tinham como instrumento formal de parcerias o convênio. As normas que regiam este setor
eram ultrapassadas, o Código Civil de 1916 e demais legislação que norteava as relações do
Estado com as Organizações da Sociedade Civil eram inertes e privilegiavam apenas uma
determinada categoria, com a necessidade de estruturar essas relações iniciou-se um longo
processo de discussões nas bases institucionais na busca de mudanças que melhor define as
relações entre o Estado e o Terceiro Setor.
Com a mobilização das pessoas, entidades e demais agentes do segmento foi possível
assim a sistematização de uma legislação que atendesse as anseios do Terceiro Setor, nasceu
daí a Lei 13.019/14, que ficou conhecida como o novo Marco Regulatório das Parcerias entre
o Estado e as Organizações da Sociedade Civil sem fins econômicos, de interesse comum dos
mais variados segmentos de competências. O objetivo principal dessa legislação federal foi
uniformizar o procedimento administrativo.
Para BLUDENI (2017), a administração pública e as organizações da sociedade civil
sem fins econômicos mantém suas relações jurídicas e traz três novos instrumentos jurídicos a
ela atrelados que servirão como guia uniformizador a balizar essas relações jurídicas.
Os três instrumentos jurídicos trazidos pela autora como novidades para o setor, são o:
Termo de Colaboração; - Termo de Fomento e - Acordo de Cooperação.

7 – LEIS DE PARCERIAS APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

A LEI 13.019/2014 alterada pela LEI 13.204/2015 veio para regulamentar o regime
jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil,
objetivando regulamentar o regime de cooperação mútua, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de
fomento ou em acordos de cooperação.

7.1 – PRINCIPAIS MUDANÇAS NA LEI 13.019/2014


A Lei entrou em vigor em 2016, com aplicação imediata, para os órgãos da
união e dos estados, no caso dos repasses voluntários de recursos públicos (art. 1º) e em
2017 para municípios, a partir desta data não sendo mais da possível a celebração dos antigos
convênios entre órgãos públicos e organizações da sociedade civil.
Com o fim dos Convênios para as Organizações da Sociedade Civil entre órgãos
públicos. Surgem os novos instrumentos de parcerias, o Termo de Fomento e Termo de
Colaboração.
O reconhecimento da participação social, a solidariedade, a cooperação e o respeito à
diversidade para a construção e valores de cidadania e de inclusão social e produtiva. (art. 5º
I, II da Lei 13.019/14).
A lei permite a promoção do desenvolvimento local, regional e nacional, inclusivo e
sustentável. A preservação, a conservação e a proteção dos recursos hídricos e do meio
ambiente e a agregação de projetos.(Art. 5º III e VIII da Lei 13.019/14)
A Chamada pública obrigatória, o direito a informação, transparência e ao controle
social das ações públicas. A integração e a transversalidade dos procedimentos, mecanismos e
instâncias de participação social (art. 5º IV e V da Lei 13.019/14).
Permite a remuneração da equipe de trabalho com os devidos encargos sociais e um
limite de até 15% do valor do projeto. Além das despesas administrativas e contrapartida
financeira.

8 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Metodologia é o conjunto de atividades sistemáticas e racionais pelo qual se conduz


uma pesquisa a fim de se chegar a um objetivo, tendo como finalidade encontrar respostas
através da aplicação de métodos científicos, traçando o caminho a ser seguido, detectando
erros e auxiliando as decisões dos cientistas. (MARCONI; LAKATOS; 2009).
O trabalho dividiu-se em dois momentos. Primeiramente realizou-se um estudo
bibliográfico para dá sustentação a pesquisa, para isso foi necessário juntar um acervo de
informações a cerca do assunto, disponível em sites, livros, revistas, artigos e trabalhos
acadêmicos com intuito de organizar um leque de ideias que sintetizasse a importância da
gestão no enfrentamento aos desafios no terceiro setor.
Posteriormente adentrou-se na análise de uma situação real sobre a gestão da ONG
Obra Kolping do Piauí, do ponto de vista técnico, cujoo proposito é fazer um paralelo entre a
teoria aplicada nesta pesquisa e a realidade vivenciada na instituição. Dessa forma a análise
do caso se deu por meio de acompanhamento de quase uma década como prestadora de
serviço na entidade. O diagnóstico foi baseando nas questões de gestão administrativa,
financeira, políticos, sociais e nos problemas enfrentados pela ONG.
8.1 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS, OBRA
KOLPINGDO PIAUÍ
A Obra Kolping do Piauí é uma entidade sem fins econômicos com atuação em 70
municípios piauiense, com sede em Teresina- PI. Está ligada a Obra Kolping do Brasil e a
Obra Kolping Internacional. Foi fundada em 1983, com finalidades voltadas a geração de
trabalho e renda, inclusão social e resgate da cidadania. É composta por uma diretoria
estadual, coordenadores, equipe técnica e voluntária. Atualmente a instituição possui 18
funcionários contratados, sendo que 09 são contratos temporários, e os demais fazem parte do
quadro de funcionários permanente da instituição, ocupando diferentes funções. Ao longo de
sua trajetória a Kolping do Piauí vem desenvolvendo programas de inclusão social nas áreas
de sustentabilidadeeconômica e social, comunicação e cultura,convivência com semiárido,
mística e espiritualidade e economia solidaria. Conta com o apoio de vários parceiros que
acreditam e compartilham a ideia da inclusão social.
Graças a essas parcerias, a Obra Kolping vem desempenhando muitas ações nas quais,
vem ganhando grande visibilidade em todo Piauí. Em termos quantitativos, muitos são os
projetos executados por essa instituição, tendo como destaque: a construção de cisternas para
captação e armazenamento de água na região do semiárido, projeto de agroecologia, quintais
produtivos, pontos de culturas, inclusão digital,artesanato,piscicultura,apicultura entre outros.
Para que a instituição possa cumprir seu papel social, ela necessita de recursos para manter
seus projetos e custear as despesas provenientes de seu funcionamento, grande parte desses
recursos são oriundos de chamadas públicas ou parcerias com outras instituições ou empresas.
Atualmente a entidade conta com alternativas diversas de sustentabilidade, como a locações
de imóveis,espaços para realização de eventos e atividade de hotelaria.
Em relação a execução dos projetos a intuição vem desenvolvendocom eficiência seu
papel, como por exemplo na prestação contas dos recursos recebidos,atendendo as exigência
estabelecidas pela lei 13.019/14, por outro lado, existem pontos que precisam ser melhorados
em sua gestão administrativa e financeira, para não comprometer sua sustentabilidade futura.
O primeiro consiste na centralização das informações onde se evidencia as
dificuldades da entidade.Uma única pessoa concentra toda a gestão, gerenciando toda a
entidade, abrangendo desde os departamentos de captação de recursos, compras, financeiro,
execução e monitoramento dos projetos, sem delegar autonomia à equipe técnica,
executadotodas as atividades sem planejamento sistemático.
O segundo ponto crítico, refere-se a execução do planejamento estratégico e do
planejamento operacional. A instituição possui um calendário de atividades anual, mas não
faz as projeções orçamentárias, onde na maioria das vezes compromete os recursos
disponíveis.
Outro ponto a ser melhorado é na qualificação da equipe, a instituição não costuma
investir em qualificação profissional, e a falta de conhecimento técnico vem onerando os
resultados financeiros. Muitas atividades são realizadas por equipes ou pessoas sem
experiência e que não tem comprometimento com trabalho que realiza, e muitas das vezes se
faz necessários à correção dos erros ocasionados pela falta de profissionalismo da equipe.
A falta de gerenciamento e controle das finanças vem sendo considerada uma das
dificuldades que a organização tem por não investir em equipamentos e programas de
software que possibilite que as informações sejam geradas em tempo real.
Quando se trata de gestão financeira, refere-seà habilidade de administrar os recursos
para manter a instituição funcionando de forma organizada e eficiente. Como solução
paliativadas dificuldades apontadas na Obra Kolping do Piauí, sugere-se, que a mesma
promova uma gestão mais proativa, capacitada, adaptada as mudanças no contexto social,
político e econômico,uma organização gerenciada de maneira dinâmica,utilizando-se de
métodos de divisão de tarefas, ou seja, descentralizaçãono acumulo de funções promovendo
uma gestão compartilhada, onde mais pessoas possam de forma habilitada, conduzir os
processos financeiros e administrativos.
No que concerne o planejamento, as ações devem está sempre em consonância com
financeiro. A instituição deve investir em capacitação da equipe, pois irá minimizar os erros e
maximizar os resultados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração o que foi observado, conclui-se que o presente artigo traz
importantes ponderações sobre o Terceiro Setor e o indispensável papel que as ONG’s
desenvolvem em prol da sociedade, através dos serviços prestados nas mais diferentes áreas,
como saúde, educação, cultura, esporte, proteção à natureza, inclusão social e outras
atividades que promovam uma melhor qualidade de vida a população e o alcance da proteção
social a que todos tem direito, assegurado pela Constituição Federal.
Diante de todas as informações pesquisadas pode-se observar que o Terceiro Setor tem
sido o mais afetado pela crise dos últimos anos, os cortes de recursos destinados a este setor
trouxeram grandes dificuldadespara instituições sem fins lucrativos. A arrecadação financeira
é fundamental para a manutenção da organização e a ausência de recursos é um impedimento
para a continuidade do trabalho.
As dificuldades mais comuns nas organizações do terceiro setor apresentadas neste
contexto foram: a captação de recurso, a falta de planejamento, gestão
financeira,sustentabilidade, transparência na prestação de contas, gestão de pessoas. Dois
importantes pontos ganharam destaque no debate bibliográfico discutido por diversos autores
ao decorrer do estudo. O primeiro foi o planejamento financeiro no terceiro setor enfatizando
a gestão das organizações e o segundo foi os desafios enfrentados pelas entidades na captação
de recursos, na garantia da sustentabilidade e na qualificação profissional.
Por fim, cabe ressaltar que este trabalho apresenta algumas contribuições no sentido de
prover uma análise de gestão de uma ONG – Obra kolping do Piauí, com o intuito de
enriquecer o debate, realizada a partir da observação técnica, onde detectou–se que os
problemas enfrentados pela entidade estão inseridos no contexto de ideias defendida pelos
autores. Apresenta ainda soluções paliativas que em síntese busca promover uma gestão
eficiente, planejada, descentralizada, sustentável e constantemente promovendo a qualificação
de seus atores.

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