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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE À


INCÊNDIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Taís Gomes

Santa Maria, RS, Brasil

2014
PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIO

Taís Gomes

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da


Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS) como requisito parcial para a
obtenção do grau de Engenheira Civil.

Orientador: Prof. Dr. Antônio L. Guerra Gastaldini

Santa Maria, RS, Brasil

2014
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Departamento de Estruturas e Construção Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIO

elaborado por
Taís Gomes

como requisito parcial para obtenção do grau de


Engenheira Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Antônio L. Guerra Gastaldini, Dr.


(Presidente/Orientador)

Joaquim C. Pizzutti dos Santos, Dr. (UFSM)

Jorge L. Pizzutti dos Santos, Dr. (UFSM)

Santa Maria, 17 de Dezembro de 2014


Projeto não é custo, é sempre investimento.
(Telmo Brentano)
AGRADECIMENTOS

Ao professor e orientador, Antônio L. Guerra Gastaldini, pelo esforço pessoal, pelo


seu tempo e paciência, pelos conhecimentos técnicos que transmitiu na graduação, pelos
conselhos que levarei para toda a vida profissional e por ser uma fonte de inspiração e
respeito.
À minha família, com destaque para minha mãe Rudi Cleusa, meu padrasto Álvaro e
meus avós, Júlio e Vanda, por acreditarem e confiarem no meu potencial, por serem meus
exemplos, por estarem presentes em todos os momentos, mesmo que a distância, iluminando
minha jornada. Obrigado pelo afeto e dedicação e, por muitas vezes, renunciar aos seus
sonhos para que eu pudesse realizar os meus. Essa conquista também é de vocês.
Aos meus amigos, em especial ao Diego e à Camila, por fazer das horas mais difíceis
as mais divertidas. À Dona Júlia, pessoa maravilhosa e cheia de energia, que me acolheu em
sua casa como se eu sempre fosse parte de sua família, por sua infinita paciência e
generosidade.
À todos aqueles que, das mais variadas formas e nas mais variadas ocasiões,
colaboraram para a realização deste trabalho.
RESUMO
Trabalho de conclusão de curso
Departamento de Estruturas e Construção Civil
Universidade Federal de Santa Maria

PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIO


AUTORA: Taís Gomes
ORIENTADOR: Prof. Dr. Antônio L. Guerra Gastaldini
DATA E LOCAL DA DEFESA: Santa Maria, 18 de Dezembro de 2014.

O presente TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) trata sobre a prevenção e combate


a incêndios em edificações em geral. Apresenta as novas leis e as normas que regulamentam
os projetos de prevenção a incêndio no Estado do Rio Grande do Sul, especificamente na
cidade de Santa Maria, e que servirão como base principal deste trabalho. Destaca as
características do fogo e formas de extingui-lo. Descreve como se dá o desenvolvimento do
incêndio, suas fases e suas classes. Lista os principais equipamentos de combate e técnicas de
prevenção a incêndios, suas peculiaridades de instalação e elaboração. Apresenta também a
situação atual da área de segurança contra incêndios e os desafios que ainda precisam ser
superados para uma prevenção mais eficaz.

Palavras-chave: Projeto. Segurança. Incêndio.


ABSTRACT

Completion of Course Work


Undergraduate Course in Civil Engineering
Federal University of Santa Maria

PROJECT OF PREVENTION AND FIRE FIGHTING


AUTHOR: Taís Gomes
LEADER: Prof. Dr. Antônio L. Guerra Gastaldini
Date and place of defense: Santa Maria, December 17, 2014

This Conclusion Course Work deals with the prevention and control of fires in
buildings in general. Presents the new laws and regulations governing fire prevention projects
in the state of Rio Grande do Sul, specifically in the city of Santa Maria, which will serve as
the primary basis of this work. Highlights the characteristics of fire and how to extinguish it.
Describes how is the development of the fire, its phases and its classes. List the principal
fighting equipment and fire-prevention techniques, your installation quirks and project design.
It also presents the current situation of the fire safety area and the challenges that still need to
be overcome to more effective prevention.

Keywords: Project. Security. Fire.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Natureza de incêndios no Estado de São Paulo no ano de 2006 ................. 31


Tabela 2 - Classificação das edificações quanto à sua ocupação .................................. 33
Tabela 3 - Classificação das edificações quanto à altura ............................................... 35
Tabela 4 - Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta ............. 35
Tabela 5 - Classificação das edificações quanto às suas características construtivas .... 36
Tabela 6 – Classificação quanto à ocupação ................................................................... 37
Tabela 7 – Alteração na Tabela 1 da Lei 14.376/2013 ................................................... 38
Tabela 8 – Classificação quanto à altura ........................................................................ 38
Tabela 9 – Classificação quanto à carga de incêndio ..................................................... 39
Tabela 10 – Carga de incêndio relativa à altura de armazenamento .............................. 40
Tabela 11 – Classificação quanto ao risco ...................................................................... 41
Tabela 12 – Medidas segurança ocupação residencial .................................................... 42
Tabela 13 – Tabela 6J.1 .................................................................................................. 43
Tabela 14 – Tabela 6G.2 ................................................................................................. 44
Tabela 15 – Dados para o dimensionamento das saídas .................................................. 45
Tabela 16 - Tipo de Sistemas ......................................................................................... 49
Tabela 17 - Componentes para cada hidrante simples ou mangotinho .......................... 50
Tabela 18 - Classificação das edificações e aplicabilidade dos sistemas ...................... 51
Tabela 19 - Aplicabilidade dos tipos de sistemas e volume de RTI mínima (m³) ......... 53
Tabela 20 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho ....................... 54
Tabela 21 - Componentes para cada hidrante ou mangotinho ....................................... 54
Tabela 22 – Temperatura de rompimento dos sprinklers segundo a cor ........................ 59
Tabela 23 – Recomendações para cada unidade extintora .............................................. 60
Tabela 24 - Número de saídas e tipos de escadas ........................................................... 63
Tabela 25 - Distâncias máximas a serem percorridas ..................................................... 64
Tabela 26 – Exigência de alarme .................................................................................... 70
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Triângulo do Fogo .................................................................................... 16


Figura 2 – Quadrado do Fogo .................................................................................... 17
Figura 3 – Incêndio no Edifício Joelma, em 1º de Fevereiro de 1974 ....................... 25
Figura 4 - Cálculo Carga de Incêndio ........................................................................ 41
Figura 5- Dispositivo de recalque no passeio ............................................................. 48
Figura 6 – Sistema tipo 1 - Mangotinho com tomada de água para mangueira de
40 mm ......................................................................................................................... 50
Figura 7 – Sistema tipo 2 - Hidrante duplo com mangueira semi-rígida acoplada .... 51
Figura 8 – Rede de tubulações ..................................................................................... 58
Figura 9 – Distribuição de extintores em edificação de risco médio ........................... 60
Figura 10 – Rota de fuga edificação tipo Y ................................................................ 64
Figura 11 – Iluminação de emergência ....................................................................... 67
Figura 12 – Exemplos de sinalização ........................................................................... 71
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Curva de evolução do incêndio celulósico ................................................... 21


LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – SOLICITAÇÃO DE ANÁLISE .......................................................... 81


ANEXO B – MEMORIAL DESCRITIVO DO PRÉDIO ....................................... 82
ANEXO C – MEMORIAL DESCRITIVO DOS EXTINTORES DE
INCÊNDIO ................................................................................................................ 84
ANEXO D – MEMORIAL DESCRITIVO DO SISTEMA AUTOMÁTICO DE
EXTINÇÃO DE INCÊNDIO ..................................................................................... 86
ANEXO E – MEMORIAL DESCRITIVO DA INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
DE HIDRANTES E MANGOTINHOS .................................................................... 87
ANEXO F – MEMORIAL DESCRITIVO DA ILUMINAÇÃO DE
EMERGÊNCIA ............................................................................................................ 88
ANEXO G – MEMORIAL DESCRITIVO DO ALARME DE INCÊNDIO .......... 89
ANEXO H – MEMORIAL DESCRITIVO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ... 90
ANEXO I – EXEMPLO DE PLANTA INCLUÍDA NO PPCI COM AS
SIMBOLOGIAS DOS SISTEMAS DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO DE
INCÊNDIO .................................................................................................................... 92
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 Justificativa ........................................................................................................... 14
1.2 Objetivos ................................................................................................................ 14
1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 14
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 14
1.3 Metodologia ............................................................................................................ 15
1.4 Estrutura de apresentação do trabalho ............................................................... 15

2 CONCEITOS BÁSICOS ......................................................................................... 16


2. 1 Conceito de fogo .................................................................................................... 16
2.2 Formas de transmissão do calor ............................................................................ 18
2.3 Métodos de extinção do fogo ................................................................................. 18
2.4 Conceito de incêndio ............................................................................................... 19
2.4.1 Principais causas de incêndio ................................................................................ 20
2.4.2 Fatores que influenciam o incêndio ....................................................................... 20
2.5. Classes de incêndios ............................................................................................... 22

3 LEGISLAÇÃO ........................................................................................................... 24
3.1 Breve histórico da segurança contra incêndio no Brasil ...................................... 24
3.2 Normas, leis e decretos ............................................................................................ 27
3.3 Código de obras ....................................................................................................... 28

4 PPCI ............................................................................................................................. 29
4.1 Projeto arquitetônico .............................................................................................. 31
4.2 Classificação da classe de ocupação e classes de risco ......................................... 32
4.2.1 Classificação segundo a NBR 9077 ....................................................................... 33
4.2.2 Classificação segundo a Lei Complementar nº 14.376 atualizada ......................... 36
4.3 Determinação das medidas de segurança contra incêndio .................................. 41
4.4 Cálculo da população ............................................................................................. 45
4.5 Sistema de hidrantes e mangotinho ....................................................................... 46
4.5.1 Partes do sistema .................................................................................................... 46
4.5.2 NBR 13714/2000 versus IT 22/2011 ..................................................................... 49
4.5.2.1 Dimensionamento pela NBR 13714 ................................................................... 49
4.5.2.1 Dimensionamento pela IT 22 .............................................................................. 52
4.5.3 Hidrantes versus mangotinhos ................................................................................ 54
4.5.4 Cálculo hidráulico ................................................................................................... 56
4.6 Sistema de chuveiro automático ............................................................................. 56
4.6.1 Partes do sistema ..................................................................................................... 57
4.7 Extintores .................................................................................................................. 59
4.7.1 Número de extintores e sua distribuição ................................................................. 59
4.7.2 Recomendações gerais ............................................................................................ 61
4.8 Saídas de emergência ............................................................................................... 61
4.8.1 Número de saídas e tipo de escadas ....................................................................... 62
4.8.2 Distâncias máximas a serem percorridas ................................................................ 63
4.8.3 Largura das saídas de emergência .......................................................................... 64
4.9 Sistema de iluminação de emergência .................................................................... 65
4.9.1 Características do sistema ........................................................................................ 65
4.9.2 Distribuição das luminárias ...................................................................................... 67
4.10 Sistema de detecção e alarme de incêndio ............................................................ 67
4.10.1 Sistema acionado manualmente ............................................................................. 68
4.10.2 Sistema acionado por detectores automáticos ....................................................... 68
4.10.3 Exigência de alarme ............................................................................................... 69
4.11 Sinalização de emergência ..................................................................................... 70
4.12 Brigada de incêndio e SPDA ................................................................................. 71
4.13 Laudos Técnicos ..................................................................................................... 72
4.13.1 Laudo de segurança estrutural ............................................................................... 72
4.13.2 Laudo de materiais de acabamento ....................................................................... 73

5 DESAFIOS DA ÁREA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (SCI) ............ 74

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 77

ANEXOS .......................................................................................................................... 80
1 INTRODUÇÃO

A Prevenção e Combate a Incêndios surgiu já na pré-história, quando o homem


começou a utilizar o fogo para as mais variadas atividades: aquecimento, preparo de
alimentos, têmpera de metais, etc. Durante sua evolução, constatou-se que os seres humanos
sempre tentaram dominar as forças da natureza. Porém, a exemplo de tantas outras, o fogo,
que tantos préstimos faz ao homem, quando fora de controle possui uma capacidade imensa
de destruição, através dos denominados incêndios (sinistros). Seus efeitos são destruidores, na
forma de perdas patrimoniais e também humanas.
Com o intuito de proteger-se, uma série de medidas de combate ao fogo foram sendo
adotadas, bem como o desenvolvimento de novos equipamentos, novas técnicas e o mais
importante, novas legislações e constantes atualizações das mesmas. Infelizmente, foram
necessárias muitas mortes para que legislações de prevenção contra incêndio fossem criadas e,
depois de criadas, muitas outras ainda foram necessárias para que tais normas fossem
cumpridas. Pode-se ter como exemplo o recente incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, que
deixou como legado uma maior exigência dos órgãos fiscalizadores, duas novas Leis
Complementares do Estado do Rio Grande do Sul, a de nº 14.376 de 26 de dezembro de 2013,
e a nº 14.555 de 02 de Julho de 2014, e um crescimento da importância a essa prevenção em
todo o país.
Tem-se atualmente uma enorme quantidade e variedade de normas e leis que devem
ser cumpridas, tanto em nível federal como estadual e mesmo municipal, sobre os mais
variados tipos de edificações, que detalham todos os equipamentos necessários, condutas no
momento do incêndio, manutenção, bem como cuidados especiais já na elaboração de
projetos e construção. E é nesse momento que entra a nossa contribuição para a sociedade
como profissionais, quando se assume a responsabilidade de organizar todo o Projeto de
Prevenção e Combate à Incêndio (PPCI), com toda a sua abrangência, buscando ao máximo
prevenir qualquer incidente e, no caso do mesmo ocorrer, minimizar as perdas materiais e
evitar as humanas.
No entanto, vale salientar que a consciência da importância da prevenção de incêndios
não deve ser apenas dos profissionais ligados à área, como arquitetos, engenheiros, bombeiros
e profissionais da saúde, mas ser inerente a todos, sendo vitais campanhas com ênfase em
conhecimentos básicos (os riscos do fogo, os perigos de brincadeiras com fogos de artifícios e
balões, riscos elétricos, riscos dos produtos químicos domésticos, entre outros) e treinamento
14

básico (uso correto de extintores, mangotinhos, formas de propagação do fogo, procedimento


de emergência, rotas de fuga, etc.). “O incêndio existe onde a prevenção falha” (FERIGOLO,
1977, p. 7).

1.1 Justificativa

Analisar quais critérios das Normas, Leis e Decretos deve-se observar e/ou respeitar
na elaboração de um Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio de qualquer edificação, seja
ela comercial, residencial ou industrial, bem como a documentação necessária no
encaminhamento aos órgãos fiscalizadores. Também serão apontadas algumas dificuldades
que surgem na elaboração do mesmo, devido às mais variáveis causas.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo desse trabalho consiste em definir, em nível de projeto das edificações, os


aspectos de dimensionamento, equipamentos, treinamento e documentação de prevenção de
incêndios exigidos pela Legislação vigente no Estado do Rio Grande do Sul, bem como outras
que também são recomendadas tecnicamente, como instruções técnicas do Corpo de
Bombeiros de São Paulo, normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e
Código de Obras da cidade de Santa Maria. Também serão comparados os níveis de
segurança e rigidez de cada uma delas e as dificuldades na definição de um plano final para
elaboração de um PPCI correto e efetivo.

1.2.2 Objetivos específicos

• Revisar a diferença entre fogo e incêndio, conceito de fogo, métodos de transmissão


do calor, métodos de extinção do fogo e classes de incêndio.
• Abordar os maiores incêndios no Brasil e suas consequências na legislação.
• Iniciando o PPCI: analisar cada aspecto e suas respectivas normas.
• Enfatizar as dificuldades encontradas.
15

1.3 Metodologia

O trabalho proposto consiste em uma revisão bibliográfica acerca do tema “Projeto de


Prevenção e Combate a Incêndio”, e foi elaborado com base em artigos, livros e resenhas de
diversos autores, bem como consultas a normas, leis e decretos.

1.4 Estrutura de apresentação do trabalho

Primeiramente, este trabalho se propõe a realizar uma revisão bibliográfica acerca dos
conceitos de fogo e incêndio. Após, aborda-se a questão da legislação nacional, estadual e
municipal, com um breve histórico de grandes incêndios no Brasil. Em seguida, serão
desenvolvidos detalhadamente os principais sistemas de proteção e combate a incêndio que
podem ser exigidos para a segurança de uma edificação, bem como um resumo das normas e
leis a que se deve ter atenção no seu dimensionamento. Para encerrar, faz-se uma análise
crítica acerca das dificuldades dos profissionais nessa área, que possui uma grande demanda
no momento e é objeto de muitos estudos.
2 CONCEITOS BÁSICOS

2. 1 Conceito de fogo

Segundo Ferigolo (1977, p. 11) “para fazermos uma prevenção de incêndio adequada é
necessário primeiro colocarmos o fogo sob todos os seus aspectos: sua constituição, suas
causas, seus efeitos e, principalmente, como dominá-lo”.
O fogo é o resultado de uma reação química, denominada combustão, que se
caracteriza pelo desprendimento de luz e calor.
Essa reação de combustão só acontece se houver a presença simultânea de três
elementos essenciais, em suas devidas proporções: combustível, calor e um comburente
(oxigênio do ar). Esses elementos formam a clássica figura do Triângulo do Fogo (Figura 1).

Figura 1 – Triângulo do Fogo


Fonte: Manual de Prevenção Contra Incêndios (1986).

- Combustível: é o elemento que, ao mesmo tempo em que alimenta o fogo, serve de


campo de propagação para o mesmo. São todas e quaisquer substâncias sólidas, líquidas ou
gasosas que, após atingir uma temperatura de ignição, combinem quimicamente com outra,
gerando uma reação exotérmica, liberando calor e luminosidade.
Os materiais orgânicos são todos combustíveis. Já os inorgânicos apenas alguns. A
combustibilidade de um corpo depende de sua maior ou menor facilidade de combinação com
o oxigênio, sob ação do calor.
- Comburente: trata-se do oxigênio existente no ar atmosférico. É o elemento
ativador do fogo, que dá vida às chamas e intensifica a combustão, tanto que em ambientes
17

pobres em oxigênio o fogo não tem chamas e em ambientes ricos em oxigênio as chamas são
intensas, brilhantes e de altas temperaturas.
Normalmente, o oxigênio está presente no ar a uma concentração de 21%. Quando
esta concentração é inferior a 15%, não haverá combustão (UMINSKI, 2003, p. 2).
- Calor: é o elemento que serve para dar início ao fogo, para mantê-lo e incentivar sua
propagação. Pode ser resultado da ação da luz solar, queda de meteoros, raios, curto-circuitos
em redes elétricas ou mesmo de descuidos humanos, como pontas de cigarros, aparelhos
aquecedores, velas acesas, fósforos, etc.
Os combustíveis, em geral, precisam ser transformados em gases para queimar e o
calor necessário para vaporizá-los varia muito de corpo para corpo. A gasolina, por exemplo,
vaporiza a uma temperatura bem baixa, enquanto que a madeira ou mesmo o carvão exigem
mais calor. Aumentando o calor, pode-se vaporizar quase todos os combustíveis. Vale
ressaltar que, após vaporizar, é necessário ainda mais calor para que a queima do material
aconteça. Exemplo disto é a gasolina, que vaporiza a cerca de 40ºC, mas só queima a uma
temperatura de 275ºC (FERIGOLO, 1977, p. 12).
Essa representação mais famosa do fogo pelo triângulo nada mais é do que uma
representação didática. Na realidade, existe ainda um quarto elemento, sem o qual o fogo não
se mantém: a reação química em cadeia. Portanto, uma representação mais adequada é a do
Quadrado do Fogo (Figura 2).

Figura 2 – Quadrado do Fogo


Fonte: Ferigolo (1977, p. 14).
18

A reação química em cadeia nada mais é do que a transferência de energia de uma


molécula em combustão para outra intacta. Os combustíveis, após entrarem na fase de
combustão, geram mais calor. Esse calor vai gerar o desprendimento de mais gases
combustíveis que, novamente, combinados com o oxigênio do ar, darão continuidade à reação
de combustão. Deste modo, tem-se uma reação em cadeia, com uma transformação gerando
outra transformação (UMINSKI, 2003, p. 3).

2.2 Formas de transmissão do calor

Segundo Ferigolo (1977) é vital, tanto no estudo de prevenção quanto de extinção do


fogo, conhecer como o calor pode ser transmitido. Essa transmissão de energia se processa
através do ar atmosférico ou da própria estrutura do corpo combustível e dos líquidos e gases
nas suas proximidades. O calor se propaga sempre dos pontos mais quentes para os mais frios
de três maneiras diferentes e, muitas vezes, associadas:
- Condução: a transferência de calor se faz por contato direto entre um corpo e outro,
de molécula em molécula, ou através de um meio intermediário, sólido, liquido ou gasoso que
seja condutor de calor. Não há transferência de calor por condução através do vácuo e os
sólidos são melhores condutores que os gases. (Ex.: barra de ferro levada ao fogo).
- Convecção: a transferência de calor se faz através de movimentos de massas de
gases ou líquidos. Uma massa de ar, ao ser aquecida, se torna mais leve, menos densa, e tende
a subir para as partes mais altas do ambiente. Muitas vezes, essas massas de ar podem levar
calor suficiente para que, ao ascenderem e se deslocarem horizontalmente em um ambiente
fechado, iniciar o fogo em materiais combustíveis com os quais entrem em contato.
- Irradiação: a transferência de calor se faz por meio de ondas caloríficas que se
deslocam através do espaço vazio. (Ex.: calor que recebemos do sol).

2.3 Métodos de extinção do fogo

Como citado anteriormente, a condição imprescindível para ocorrer o surgimento do


fogo é a união dos elementos combustível, oxigênio e calor. A extinção se dá quando se
elimina um desses elementos ou se interrompe o processo de reação química em cadeia,
impedindo que o fogo continue. Têm-se quatro métodos básicos de extinção:
19

- Resfriamento: consiste em retirar ou diminuir o calor do material incendiado, até o


ponto em que não libere mais vapores que reajam com o oxigênio, impedindo o avanço do
fogo. É o processo mais usado. Exemplo: uso de água.
- Abafamento: consiste em impedir ou diminuir o contato do oxigênio com o material
combustível. Não havendo concentração suficiente de comburente no ar para reagir
(concentração de O2< 15%) não haverá fogo. Exemplos: cobertura total do corpo em chamas,
fechamento hermético do local, emprego de areia, terra, etc. Como exceções, existem
materiais que possuem oxigênio em sua composição, como os peróxidos orgânicos e a
pólvora.
- Isolamento: consiste na retirada, diminuição ou interrupção do material
(combustível) não atingido pelo fogo, com suficiente margem de segurança, para fora do
campo de propagação do fogo. Exemplos: interrupção de vazamento de um liquido
combustível, realização de aceiro em incêndios florestais, retirada manual do material,
fechamento de válvula de gás, etc.
- Interrupção da reação química em cadeia: consiste em utilizar determinadas
substâncias que têm a propriedade de reagir com algum dos produtos intermediários da reação
de combustão, evitando que esta se complete totalmente. Pode-se impedir que materiais
combustíveis e comburentes se combinem colocando-se materiais mais reativos e menos
exotérmicos na queima. Exemplos: bicarbonato de sódio (extintor de PQS), bicarbonato de
potássio, etc.

2.4 Conceito de incêndio

O livro Segurança Contra Incêndio no Brasil (2008), escrito sob a coordenação de


Alexandre Seito, fornece algumas definições. Pela própria NBR 13860, tem-se que: “incêndio
é o fogo fora de controle”. Pela Internacional ISO 8421-1, tem-se que: “incêndio é a
combustão rápida disseminando-se de forma descontrolada no tempo e espaço”.
Sabe-se que sempre será um dever dos profissionais da engenharia prevenir e lutar
contra aquilo que ameaça bens materiais e vidas.
Como resultado da queima de combustíveis, o incêndio produz:
- gases;
- chamas;
- calor;
- fumaça.
20

Todas estas substâncias são altamente prejudiciais e ameaçadoras da saúde humana,


podendo provocar queimaduras, irritação nos olhos e lesões ao aparelho respiratório
decorrente dos gases liberados (monóxido de carbono, amoníaco, etc.).

2.4.1 Principais causas de incêndio

As causas de um incêndio podem ser classificadas em três grupos (FERIGOLO, 1977,


p. 20):
- Causas naturais: não dependem da vontade do homem. Ex.: raios, vulcões,
terremotos, calor solar, combustão espontânea, etc.
- Causas acidentais: muito variáveis. Ex.: chamas expostas, eletricidade, balões, ratos,
etc.
- Causas criminosas: fraudes para receber seguros, queima de arquivo, inveja, crimes
passionais, piromania, etc.

2.4.2 Fatores que influenciam o incêndio

Segundo Seito et al. (2008, p. 43), não existem dois incêndios iguais, pois são vários
os fatores que concorrem para seu início e desenvolvimento, podendo-se citar:
• forma geométrica e dimensões da sala ou local;
• superfície específica dos materiais combustíveis envolvidos;
• distribuição dos materiais combustíveis no local;
• quantidade de material combustível incorporado ou temporário;
• características de queima dos materiais envolvidos;
• local do início do incêndio no ambiente;
• condições climáticas (temperatura e umidade relativa);
• aberturas de ventilação do ambiente;
• aberturas entre ambientes para a propagação do incêndio;
• projeto arquitetônico do ambiente e ou edifício;
• medidas de prevenção de incêndio existentes;
• medidas de proteção contra incêndio instaladas.
21

O incêndio inicia-se bem pequeno e seu crescimento dependerá dos materiais


disponíveis e sua distribuição no ambiente. Há certo padrão de evolução que pode ser
identificado, como citado no Gráfico 1.

Gráfico 1 - Curva de evolução do incêndio celulósico


Fonte: Seito et al. (2008, p. 44)

Três fases distintas podem ser identificadas no gráfico: a primeira fase é o incêndio
incipiente, tendo-se um crescimento lento, em geral de duração entre cinco a vinte minutos até
a ignição, em que inicia a segunda fase, caracterizada pelas chamas que começam a crescer
aquecendo o ambiente. O sistema de detecção de fumaça e alarme deve operar na primeira
fase e o combate a incêndio e consequente extinção tem grande probabilidade de sucesso.
Quando a temperatura do ambiente atinge em torno de 600ºC (a esta temperatura, estruturas
de aço comumente usadas na construção civil começam a perder sua resistência, tendo início
os riscos de desabamento), o que ocorre rapidamente, todo o ambiente é tomado por gases,
vapores combustíveis e fumaça desenvolvidos na pirólise dos combustíveis sólidos. Havendo
líquidos combustíveis, eles irão contribuir com seus vapores e ocorrerá a inflamação
generalizada (flashover) e o ambiente será tomado por grandes labaredas. Caso o incêndio
seja combatido antes dessa fase (por chuveiros automáticos, hidrantes e mangotinhos) haverá
grande probabilidade de sucesso na sua extinção. A terceira fase é caracterizada pela
diminuição gradual da temperatura do ambiente e das chamas, o que ocorre por exaurir o
material combustível (SEITO et al., 2008, p.44).
22

2.5 Classes de incêndios

Essa Classificação foi elaborada pela NFPA - Associação Nacional de Proteção a


Incêndios/EUA, e adotada pelas seguintes instituições: IFSTA - Associação Internacional para
o Treinamento de Bombeiros/EUA; ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR;
e Corpos de Bombeiros/BR.
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem
como a situação em que se encontram. Essa classificação determina a necessidade do agente
extintor adequado.
- Classe “A”: fogo em combustíveis sólidos como, por exemplo, madeiras, papel,
tecido, borracha, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixa como resíduos, sendo
que a queima acontece na superfície e em profundidade. O melhor método de extinção é o
resfriamento, sendo os agentes extintores que podem ser usados são a água e PQS ABC.
- Classe “B”: fogo em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, como, por
exemplo, gasolina, óleo, querosene, GLP, etc. É caracterizado por não deixar resíduos e
queimar apenas na superfície exposta. O melhor método de extinção é por abafamento, sendo
os agentes extintores que podem ser usados são a espuma, o PQS BC e PQS ABC. Não se
deve usar a água.
- Classe “C”: fogo em materiais e equipamentos energizados, como, por exemplo,
motores, transformadores, geradores, etc. É caracterizado pelo risco de vida que oferece,
sendo importante nunca usar extintor de água. O melhor método de extinção é por interrupção
da reação em cadeia ou por abafamento, com o uso de extintores de PQS BC, PQS ABC e
CO2. O extintor de CO2 é o mais indicado por não deixar resíduos que danifiquem os
equipamentos.
- Classe “D”: fogo em metais combustíveis, como, por exemplo, magnésio, selênio,
antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio, etc. É
caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns,
principalmente se contem água. O melhor método de extinção é por abafamento, com o uso de
extintores de pó químico seco especial (PQSE).
Existem algumas classes especiais adotadas por normas internacionais e pouco
conhecidas ainda no Brasil:
- Classe “K”: fogo envolvendo óleo vegetal e gordura animal, tanto no estado sólido
ou liquido, tendo como exemplo de ambientes as cozinhas comerciais ou industriais. Essa
23

classe é ainda pouco conhecida no Brasil. O melhor método de extinção é por abafamento e
também nunca se deve usar água. Esta classe possui agente extintor especial para sua classe,
com alto custo.
- Classe “E”: fogo envolvendo material radioativo e químico em grandes proporções,
sendo necessário equipamentos e equipes altamente treinadas.
3 LEGISLAÇÃO

3.1 Breve histórico da segurança contra incêndio no Brasil

O livro Segurança Contra Incêndio no Brasil (2008) fornece um resumo objetivo da


evolução das normas, leis e técnicas de prevenção e combate a incêndios no Brasil,
destacando claramente que esses avanços foram resultado direto da reação da sociedade aos
maiores incêndios ocorridos na história do País, que deixaram prejuízos materiais e ceifaram
muitas vidas humanas. Infelizmente, foram necessárias muitas perdas para que legislações
fossem criadas, melhoradas e, principalmente, cumpridas.
No Brasil, pela ausência de grandes incêndios e grande número de vítimas, até a
década de 1970 o problema “incêndio” ficou restrito apenas à atuação do Corpo de
Bombeiros. A regulamentação era escassa, sem absorver conhecimentos internacionais e
exclusiva aos Códigos de Obras de cada município, assim como a ABNT se envolvia apenas
na fiscalização da produção de extintores. Não haviam normas sobre saídas de emergência,
iluminação, sinalização, rotas de fuga e escadas protegidas.
Por fim, ao longo dos anos, houve mudanças em todo esse quadro descrito acima até
se chegar à legislação atual, após uma sequência de tragédias.
O maior incêndio em perda de vidas, até hoje, aconteceu em 1961, na cidade de
Niterói (RJ), quando por causas criminosas o toldo do Gran Circo Norte-Americano pegou
fogo e caiu sobre os espectadores. Não havia sinalização ou saídas suficientes e nenhum
pessoal treinado. O resultado foi 250 mortos e 400 feridos. Ainda assim, tanto as seguradoras
quanto o poder público ainda não tinham sido impactados para gerar mudanças. Mais uma vez
o início da revolução nessa área da construção civil só veio depois de mais dois grandes
incêndios.
O primeiro foi no ano de 1972, no Edifício Andraus, de 31 andares, construído em
concreto armado e com fachada em vidro, no centro da cidade de São Paulo. O incêndio
deixou 16 mortos e 336 feridos. Os números só não foram piores porque as pessoas se
refugiaram no heliponto do edifício e ficaram protegidas pela laje de cobertura, sendo
resgatadas por helicópteros. Depois do ocorrido, a Prefeitura de São Paulo criou grupos de
trabalho para estudar reformulações nas legislações e Código de Obra da cidade, mas as
sugestões terminaram engavetadas, sem qualquer efeito prático.
25

Dois anos depois, em 1974, acontece o grande incêndio no Edifício Joelma, de 23


andares, em concreto armado, também localizado na cidade de São Paulo. O saldo é
assustador, com 179 mortos e 320 feridos, gerando grande comoção devido às imagens fortes
de pessoas se projetando do prédio.

Figura 3 – Incêndio no Edifício Joelma, em 1º de Fevereiro de 1974


Fonte: Seito et al. (2008, p. 24).

Devido à proximidade, tanto espacial quanto temporal, do incêndio no Edifício


Andraus, o impacto na opinião pública foi gigantesco. Percebeu-se a inaptidão dos poderes
tanto municipal quanto estadual para lidar com situações de risco, tanto pelo despreparo do
Corpo de Bombeiros quanto pelas consequências de grandes falhas nas legislações. É nesse
momento que se tem o início da criação de Comissões, Decretos, Normas e aperfeiçoamento
de todos os sistemas existentes atualmente, unificando toda a linguagem de incêndio para
todas as regiões do País, sendo o Estado de São Paulo sempre um pioneiro nessa área.
Pode-se ainda, com base no livro Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndios nas
Edificações (2011), de autoria do Professor e Engenheiro Civil Telmo Brentano, citar uma
lista de grandes incêndios nacionais:
- Conjunto Nacional (São Paulo, 1978);
- Edifício Grande Avenida (São Paulo, 1981);
- Torres da CESP (São Paulo, 1987);
- Lojas Americanas (Porto Alegre, 1973);
- Lojas Renner (Porto Alegre, 1976);
26

- Edifício Andorinhas (Rio de Janeiro, 1986).


E como não se destacar o mais recente deles, a maior tragédia da história do Estado do
Rio Grande do Sul e uma das motivações do desenvolvimento dessa monografia, o incêndio
na Boate Kiss, em Santa Maria, no dia 27 de Janeiro de 2013, deixando 242 mortos e 680
feridos. Como é usual, esse acontecimento colocou novamente em pauta a segurança contra
incêndio nas edificações do país, levando a novas pesquisas, criação de duas novas Leis
Complementares no Estado do RS, que tornaram mais rígidas a concessão de alvarás,
fornecendo novos detalhamentos de procedimentos e equipamentos de emergência, bem como
maior segurança para espaços com aglomeração de pessoas, como casas de shows e eventos
públicos.
Ao mesmo tempo, a mídia associou o incêndio em Santa Maria com outro ocorrido em
30 de dezembro de 2004, em Buenos Aires, no Boliche República Cromagnon, que deixou
175 mortos e 714 feridos. Indica-se como causa do incêndio o uso de fogo de artifício no
interior da edificação, o qual teria inflamado o material de acabamento do teto. Houve
problemas com as rotas de fuga - quatro, das seis portas de saída, apresentavam alguma forma
de bloqueio, para evitar acesso gratuito de pessoas. A maioria das vítimas teve problemas por
inalação de fumaça e gases aquecidos, com queimaduras nas vias aéreas. Não por acaso há
muitas semelhanças.
A partir de todos esses dados, pode-se concordar com Alexandre Seito:

Entendemos que para os locais de reunião de público ainda não temos um controle
efetivo das lotações, não fornecemos adequada informação a seus frequentadores
para que eles possam sair em segurança e denunciar abusos, nem cuidamos
adequadamente dos materiais de acabamento. Esses incêndios apontam para uma
medida de proteção contra incêndio essencial para essa ocupação, que falhou em
ambos: o gerenciamento.

Apenas resta aos profissionais da área de elaboração e fiscalização de PPCIs,


finalmente, aprender com os fatos ocorridos e colocar em prática seus conhecimentos para
evitar que a história se repita.
27

3.2 Normas, leis e decretos1

Pela própria definição usada pela ABNT, “norma técnica é um documento,


estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para um
uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados,
visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto.” Esse organismo
reconhecido é a própria ABNT e nessas normas técnicas entram as NBRs, que podem ser
meras recomendações feitas pela ABNT com base em estudos e testes em laboratórios, bem
como o conhecimento acumulado ao longo do tempo pelos profissionais em cada área, porém,
quando são mencionadas pelo poder público em Decretos, Leis ou Portarias, torna-se
obrigatório o seu cumprimento. Há um infinito número de NBRs, principalmente na área da
Engenharia Civil, sendo vital sua consulta, especialmente na área de Prevenção e Combate a
Incêndio, devido às constantes atualizações nas mesmas.
As leis são criadas pelo Estado para estabelecer as regras que devem ser seguidas,
constituindo um ordenamento, cuja máxima é a própria Constituição Federal. A totalidade das
leis que governam uma sociedade é chamada legislação. No caso de PPCIs, existem duas
novas leis muito importantes no Estado do Rio Grande do Sul, aprovadas pela Assembleia
Legislativa Estadual, a Lei Complementar nº 14.376, de 26 de Dezembro de 2013, e a
seguinte Lei Complementar nº 14.555, de 02 de Julho de 2014, ambas aprovadas por pressão,
tanto popular quanto dos órgãos fiscalizadores e de Engenharia, após o incidente na Boate
Kiss. Também cabe citar a Lei Estadual nº 10.987, de 11 de agosto de 1997, que estabelece
normas sobre sistemas de prevenção e proteção contra incêndios, dispõe sobre a destinação da
taxa de serviços especiais não emergenciais do Corpo de Bombeiros e dá outras providências.
Já um decreto é usualmente utilizado pelo chefe do poder executivo para fazer a
regulamentação de leis; ou seja, o decreto detalha a Lei, não podendo ir contra ela ou além
dela. No Estado do Rio Grande do Sul, o decreto mais importante na área de incêndio é o
Decreto Estadual nº 37.380, de 28 de abril de 1997, que institui as Normas Técnicas de
Prevenção de Incêndios e determina outras providências, com subsequentes alterações feitas
pelo Decreto Estadual nº 38.273, de 09 de Março de 1998. Este constituiu um marco na
segurança contra incêndio no Estado, pois obrigou todas as edificações residenciais coletivas,

1
Todas as Leis, Decretos e demais Portarias e Instruções Técnicas podem ser consultadas no site oficial do
Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) no endereço <http://www.bombeiros-
bm.rs.gov.br>. Uma lista das NBRs vigentes na área de Incêndios pode ser consultada em:
<http://www.abntcatalogo.com.br/normagrid.aspx>.
28

comerciais, industriais e de localização temporária, como circos, espetáculos musicais, etc., a


terem um PPCI.
Existem ainda as Portarias e Instruções Técnicas (ITs), emitidas pelo Corpo de
Bombeiros da Brigada Militar, destinadas à padronização de procedimentos e definição de
questões em que a Legislação é vaga. O Corpo de Bombeiros é o órgão que planeja, estuda,
analisa, aprova, vistoria e fiscaliza instalações e equipamentos de prevenção e proteção contra
incêndio em todo território do Estado.
A fim de facilitar a compreensão no estudo de PPCI, pode-se observar uma hierarquia,
que ao mesmo tempo representa o crescente grau de detalhamento e especificidade das regras
de dimensionamento dos vários sistemas componentes dos PPCIs (EUZEBIO, 2011, p. 19):
- 1º Constituição Federal;
- 2º Constituição Estadual;
- 3º Lei Estadual;
- 4º Decretos Estaduais;
- 5º Normas citadas pelo Decreto;
- 6º Leis e Decretos Municipais;
- 7º Portarias, Instruções Técnicas e Pareceres do Corpo de Bombeiros.

3.3 Código de obras

Código de Obras é o conjunto de leis municipais que controla o uso do solo urbano.
Como o próprio Código de Obras da Cidade de Santa Maria explica em seu Art. 2º: “este
Código dispõe e é aplicado sobre o projeto arquitetônico, a execução, a reforma, a
modificação, a utilização, o licenciamento e a fiscalização das edificações, construções e
obras, no Município de Santa Maria”.
Dentro do Código de Obras, estão inclusos artigos detalhando procedimentos e normas
a serem seguidos para elaboração de Projetos de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCIs),
destacando, muitas vezes, a NBR 9077 e também o cumprimento das leis municipais e
estaduais para aprovação dos mesmos.
4 PPCI

O PPCI é o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e pode ser elaborado apenas


por profissionais habilitados (Engenheiros Civis e Arquitetos), fiscalizado e aprovado pelo
Corpo de Bombeiros, mediante vistorias e concessão de alvarás, sendo exigido por órgãos
públicos para qualquer imóvel, a fim de proporcionar maior segurança às pessoas. É
obrigatório para todas as edificações existentes, mesmo aquelas que se encontram em situação
de construção ou reforma (naquelas que possuírem ampliação de área superior a 10% da sua
área total).
Segundo Brentano (2011), os principais objetivos do Projeto de Prevenção e Combate
a Incêndio devem ser a proteção da vida humana, a proteção do patrimônio e, por último, a
continuidade do processo produtivo.
A elaboração do PPCI de uma edificação deve ser focada em duas premissas básicas:
- evitar o início do fogo;
- havendo a ocorrência de foco de fogo, devem ser previstos meios apropriados para
confinar o fogo no seu local de origem, permitir a desocupação da edificação com segurança e
rapidez e facilitar o acesso e o combate ao fogo de forma rápida e eficaz.
Ainda segundo Brentano (2011), as medidas de proteção da edificação ao fogo podem
ser classificadas em passivas e ativas.
As medidas de proteção passiva são aquelas tomadas durante a fase de elaboração do
projeto arquitetônico e de seus complementares, com o objetivo de evitar ao máximo a
ocorrência de um foco de fogo, e, caso aconteça, reduzir as condições propícias para o seu
crescimento e alastramento para o resto da edificação e para as edificações vizinhas. Podem-
se citar como exemplos:
• afastamento entre edificações;
• segurança estrutural das edificações;
• compartimentações horizontais e verticais;
• controle da fumaça de incêndio;
• controle dos materiais de revestimento e acabamento;
• controle das possíveis fontes de incêndio;
• saídas de emergência;
• sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);
• brigada de incêndio;
30

• acesso das viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação.


As medidas de proteção ativa, também chamadas de medidas de combate, são aquelas
tomadas quando o fogo já está ocorrendo. São sistemas e equipamentos que devem ser
acionados e operados, de forma manual ou automática, para combater o foco de fogo, com o
objetivo de extingui-lo ou, em último caso, mantê-lo sob controle até sua auto-extinção, e
também auxiliar na saída dos ocupantes da edificação com segurança e rapidez. Podem-se
citar como exemplos:
• sistema de detecção e alarme de incêndio;
• sistema de sinalização de emergência;
• sistema de iluminação de emergência;
• sistema de extintores de incêndio;
• sistema de hidrantes ou mangotinhos;
• sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”);
• sistema de espuma mecânica, em alguns tipos de risco;
• sistema de gases limpos ou CO2, também em alguns tipos de risco.
O PPCI deve ser entregue ao Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul
(CBMRS) para análise e aprovação. Este consiste em memoriais, laudos com suas respectivas
ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) e plantas com os detalhamentos dos sistemas
citados, usando simbologia padrão.
Deixando de analisar a importância da segurança contra incêndio pelo ponto de vista
mais vital, que é o da proteção de vidas humanas, pode-se concluir facilmente que a
elaboração de um PPCI correto, seguro e dentro da legislação também possui alta vantagem
econômica, tanto para o setor público quanto para o setor privado.
No caso do setor privado, um incêndio gera o prejuízo decorrente da destruição total
ou parcial da estrutura, lucros cessantes, perda de estoques, demolição e limpeza da área,
gastos com indenizações, publicidade negativa, entre outros. No caso do poder público, tem-
se gastos com equipamento, recursos e pessoal de Corpo de Bombeiros, de hospitais, perda de
população economicamente ativa e também o pagamento de benefícios sociais, como
aposentadoria por invalidez, entre outros.
Em ambos os casos, o custo de um incêndio supera e muito o custo da elaboração,
instalação e fiscalização do PPCI de uma edificação e, felizmente, a sociedade vem se dando
conta disso, como relata o Engenheiro Civil Mário César Borges, em entrevista publicada em
23 de Fevereiro de 2014, no jornal Correio do Estado:
31

O empresário entende que uma edificação de elevado valor pode ser totalmente
destruída em função da inexistência de um equipamento preventivo que significa de
3 a 5% do valor total do imóvel. Deve-se ter em mente também que a aprovação de
um projeto de segurança contra incêndio, a instalação de equipamentos preventivos
e a obtenção do Certificado de Vistoria do Corpo de Bombeiros, além de garantir a
segurança, acarreta a redução do valor do seguro.

O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP),


diferentemente do corpo de bombeiros de outros estados brasileiros, não disponibiliza dados
estatísticos em seu sítio na Internet. Por outro lado, edita, anualmente, seu “Anuário
Estatístico de Ocorrências”, detalhando, de modo bastante minucioso, dados sobre os vários
atendimentos que realiza. Com base nesses dados, pode-se perceber a importância da proteção
contra incêndios nas edificações (SEITO et al., 2008, p. 359).

Tabela 1 - Natureza de incêndios no Estado de São Paulo no ano de 2006

Fonte: Seito et al. (2008, p. 359)

4.1 Projeto arquitetônico

Projeto Arquitetônico é o primeiro a ser iniciado, e deve ser o último a ser concluído
(Eng. Civil Telmo Brentano)

Nada mais fácil, importante e eficiente do que planejar a Prevenção de Incêndio no


momento em que a edificação está sendo projetada (FERIGOLO, 1977, p. 160).
Em entrevista, a Professora da USP Rosaria Ono (REVISTA TÉCHNE, 2013, p. 26),
especialista em arquitetura preventiva afirma: “a segurança contra incêndio nas edificações
32

começa com um bom projeto arquitetônico. A concepção das áreas de circulação, a


especificação adequada dos materiais de acabamento e revestimento e o posicionamento de
portas e janelas podem facilitar - ou impedir - o fogo de começar e se propagar.”. Também
destaca:

Hoje, por exemplo, fala-se somente em “aprovar o projeto no Corpo de Bombeiros”,


que é simplesmente uma aprovação no final do processo, depois de ele já estar todo
desenvolvido. Nessa fase, grande parte da concepção já está pronta e, às vezes, é
tardio querer atender a algumas questões tardiamente (REVISTA TÉCHNE, 2013,
p. 26).

Como será visto ao longo deste estudo, o dimensionamento de muitas partes de uma
edificação vai depender também das normas de incêndio. Desta forma, vãos e orientações de
paredes, portas, corredores, número de saídas, instalações hidráulicas, elétricas, tipo de laje,
material de pisos, tetos, entre outros, terão que absorver determinadas condições de
segurança. Mesmo no caso de edificações existentes, é dever do profissional da engenharia
e/ou arquitetura fazer levantamento do imóvel e, se necessário, fazer as modificações.

4.2 Classificação da classe de ocupação e classes de risco

Para a classificação de qualquer edificação, primeiramente devem ser consideradas as


atividades que estarão sendo realizadas naquele espaço, bem como o tipo de material da
estrutura e o material de acabamento de obras já existentes ou definidos em projeto. Também
deve ser feita toda a descrição do proprietário e a localização do imóvel no “Memorial”,
contido no Anexo A deste trabalho, que é fornecido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio
Grande do Sul, em seu site oficial, seguindo a Instrução Normativa 001.1/2014, que fornece
instruções normativas de prevenção e proteção contra incêndio provisórias para aplicação da
Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013. No mesmo memorial, também
devem ser fornecidos os dados do Responsável Técnico (Engenheiro Civil ou Arquiteto),
juntamente com seu número de registro no respectivo órgão de representação de classe. É
necessário também informar a área construída da edificação (em m²) e sua altura (em m). A
altura pode ser medida de duas maneiras (NBR 9077/2001):
Altura descendente: medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível
de descarga, sob a projeção do paramento externo da parede do prédio, ao ponto mais alto do
piso do último pavimento, não considerando pavimentos superiores destinados
exclusivamente a casas de máquinas, caixas d’água e outros.
33

Altura ascendente: medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível da
descarga, sob a projeção do paramento externo da parede da edificação, ao ponto mais baixo
do nível do piso do pavimento mais baixo da edificação (subsolo).

4.2.1 Classificação segundo a NBR 9077

A NBR 9077/2001 é a uma norma que trata de “Saídas de Emergência em Edifícios”,


sendo a principal e mais importante NBR da área de prevenção de incêndios. É a base tanto
para as Leis Complementares citadas anteriormente quanto para todas as Legislações de
Prevenção de Incêndio pelo país.
Suas recomendações devem ser seguidas, sendo ela mencionada tanto por Decretos
Estaduais quanto pelo Código de Obras de Santa Maria.
Para a classificação da “Classe de Ocupação”, temos as classes A (1 a 3), B (1 e 2), C
(1 a 3), D (1 a 3), E (1 a 6), F (1 a 8), G (1 a 5), H (1 a 5), I (1 a 3) e finalmente J. Cada uma
delas representando um tipo de ocupação, conforme a Tabela 2.
Pela grande extensão das tabelas de classificação em função de “Classe de Ocupação”
apenas partes das mesmas serão colocadas neste trabalho.
34

Tabela 2 - Classificação das edificações quanto à sua ocupação

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 1, p.25

A norma também apresenta tabelas de classificação em função de altura (Tabela 3) e


das dimensões em planta (Tabela 4).
35

Tabela 3 - Classificação das edificações quanto à altura

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 2, p.27

Tabela 4 - Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 3, p.28

Porém, uma das tabelas mais importantes da norma é a classificação de acordo com as
características construtivas (Tabela 5), que é resultado de uma análise tanto da segurança
estrutural da edificação quanto dos materiais de acabamento utilizados. Essa classificação é
utilizada para preencher o item “Características Construtivas (NBR 9077 - tipo):” no
“Memorial”, contido no anexo B deste trabalho.
36

Tabela 5 - Classificação das edificações quanto às suas características construtivas

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 4, p.28

4.2.2 Classificação segundo a Lei Complementar nº 14.376 atualizada

A Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, estabelece normas sobre


Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio
no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Utiliza-se o termo “atualizada”,
pois ela sofreu algumas alterações pela Lei Complementar n.º 14.555, de 02 de julho de 2014.
Ambas foram aprovadas após o incidente na Boate Kiss.
A Lei utiliza como critérios de classificação:
• altura;
• área total construída;
• ocupação e uso;
• capacidade de lotação;
• carga de incêndio (novidade na Legislação Estadual).
Carga de incêndio consiste na soma das energias caloríficas possíveis de serem
liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num
ambiente, pavimento ou edificação, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e
tetos (Lei 14.376/2013, p.3). Essa carga será importante para classificar a “Classe de Risco”
da edificação e também para dimensionamento de sistemas de combate a incêndio.
Pode-se observar que a tabela de classificação da “Classe de Ocupação” da Lei 14.376
atualizada (Tabela 6) é muito semelhante a da NBR 9077/2001 (Tabela 2), o que é
37

compreensível, uma vez que a Lei se utilizou da norma técnica. Porém, existem diferenças. A
tabela fornecida pela Lei é muito mais detalhada, incluindo novas classificações: F-9, F-10, F-
11, F-12, G-6, H-6, dividindo a classe J (1 a 4) e criando as classes L (1 a 3) e M (1 a 7).

Tabela 6 – Classificação quanto à ocupação

Fonte: Lei 14.376/2013, anexo A, Tabela 1, p.21

Percebe-se também uma cobrança por maior segurança em locais públicos ou com
grande aglomeração de pessoas, pelas alterações da nova Lei 14.555, simbolizada pela Tabela
7 abaixo.
38

Tabela 7 – Alteração na Tabela 1 da Lei 14.376/2013

Fonte: Lei 14.555/2014, p. 6

Tem-se a classificação em função da altura (Tabela 8).

Tabela 8 – Classificação quanto à altura

Fonte: Lei 14.376/2013, anexo A, Tabela 2, p.25

Um dos pontos críticos para aprovação das Leis Complementares é a “Classe de


Risco” da edificação (a ser preenchida no “Memorial”, no anexo B) em função também da
carga de incêndio. Essa carga de incêndio pode ser definida levando em conta o tipo de
ocupação (Tabela 9), pela altura de armazenamento no caso de depósitos (Tabela 10), ou
mesmo calculada (Figura 4).
39

Tabela 9 – Classificação quanto à carga de incêndio

Fonte: Lei 14.376/2013, anexo A, Tabela 3.1, p. 26


40

Tabela 10 – Carga de incêndio relativa à altura de armazenamento

Fonte: Lei 14.376/2013, anexo A, Tabela 3.2, p.32


41

Figura 4 - Cálculo Carga de Incêndio


Fonte: Lei 14.376/2013, anexo A, Tabela 3.3, p.34

Tabela 11 – Classificação quanto ao risco

Fonte: Lei 14.376/2013, anexo A, Tabela 3, p.25

4.3 Determinação das medidas de segurança contra incêndio

A Lei 14.376 atualizada também define quais as medidas de segurança necessárias,


quais os sistemas de proteção e combate a incêndio que precisam ser dimensionados e
presentes em cada tipo de edificação. Para cada edificação, analisando área ou altura da
construção e a classe de ocupação, têm-se tabelas (Exemplo: Tabela 12) determinando essas
medidas a serem cumpridas.
42

Tabela 12 – Medidas segurança ocupação residencial

Fonte: Lei 14.376/2013, anexo B, Tabela 6A, p.38

Com o uso destas tabelas é possível preencher o restante do “Memorial” contido no


anexo B.
É importante destacar que, na hipótese da edificação possuir mais de uma função ou
atividade, deve-se sempre utilizar os parâmetros da “pior” situação, ou seja, aquela com
maiores exigências, conforme mencionado na Lei 14.376 atualizada: “§ 4.º Nas ocupações
mistas, para determinação das medidas de segurança, proteção e prevenção contra incêndio a
serem implantadas, adotar-se-á o conjunto das exigências de maior nível de segurança para a
edificação, avaliando-se os respectivos usos, as áreas, as alturas e a carga de incêndio”.
43

Podem-se utilizar também critérios de isolamento de risco para dividir as edificações e os


sistemas de classificação.
Exemplo Teórico: em uma mesma edificação de 1000 m², altura de 5m, tem-se um
depósito de metais (Classe J-1) e uma oficina (Classe G-4) funcionando. Não se consegue
isolar nenhuma das duas áreas e deve-se analisar a necessidade ou não se instalação de
sistema de hidrantes e mangotinhos:
Pela parte da edificação J-1, ao consultar-se a Tabela 6J.1 da Lei 14.376, constata-se
que o sistema não é exigido.

Tabela 13 – Tabela 6J.1

Fonte: Lei 14.376


44

Porém, pela parte da edificação G-4, ao consultar-se a Tabela 6G.2 da Lei 14.376,
constata-se que o sistema é exigido nesse caso.

Tabela 14 – Tabela 6G.2

Fonte: Lei 14.376

Portanto, toda a área da edificação deverá ser protegida por um sistema de hidrante e
mangotinhos. A mesma interpretação vale para qualquer medida de segurança ou mesmo no
dimensionamento de saídas de emergência, rotas de fuga, cálculo de população, número de
extintores, entre outros.
45

4.4 Cálculo da população

O cálculo da população é feito utilizando a NBR 9077/2001, conforme a tabela de


dimensionamento das saídas. A população será a razão entre a área da edificação e o dado de
“pessoas por área” fornecido pela tabela (Tabela 15) para cada classe de ocupação.

Tabela 15 – Dados para o dimensionamento das saídas

Fonte: NBR 9077/2001, Tabela 5, p. 29

Nota-se que muitas das classes mencionadas pela Lei 14.376 não constam nessa tabela
e a mesma Lei não faz nenhuma menção ao cálculo da população ou às unidades de passagem
para dimensionamento das saídas de emergência.
46

4.5 Sistema de hidrantes e mangotinho

O sistema de combate a incêndios sob comando através de hidrantes e mangotinhos é


um conjunto de equipamentos e instalações que permitem acumular, transportar e lançar a
água (agente extintor) sobre os materiais incendiados. O sistema é composto basicamente por
reserva de incêndio, bombas de recalque, rede de tubulação, hidrantes e mangotinhos, abrigo
para mangueira e acessórios e registro de recalque. É fundamental, que ao utilizar o sistema, a
chave principal de energia da edificação ou setor seja desligada, a fim de evitar acidentes
(UMINSKI, 2003, p.28).
O objetivo do sistema é dar condições de combater, com recursos próprios, focos de
incêndio em todos os pontos da edificação, bem como oferecer uma opção de auxílio, no caso
de necessidade, para o Corpo de Bombeiros. A principal norma utilizada para
dimensionamento do sistema é a NBR 13714/2000.
Conforme o Decreto Estadual nº 37.380/97, em seu Artigo 9º do Anexo Único, as
edificações deverão ser dotadas de instalações hidráulicas de combate a incêndio quando:
• possuírem altura superior a 12m;
• não sendo residenciais, tiverem área total construída superior a 750m²;
• forem destinadas a postos de serviços ou garagens com abastecimento de
combustíveis, independente da área construída;
• forem destinadas à residência, possuírem área de pavimento superior a 750m²;
• servirem como depósito de GLP, de acordo com Portaria nº 27/96 do DNC;
• servirem de depósitos de líquidos inflamáveis e combustíveis, de acordo com a PNB
nº 216/71 de extinto CNP e PNB 98 da ABNT.

4.5.1 Partes do sistema

Reserva de incêndio: compartimento destinado a armazenar uma quantidade de água


que, efetivamente, deverá ser fornecida para o uso em combate a incêndio. Poderão ser
elevadas, no nível do solo, semienterradas ou subterrâneas, e devem obedecer a especificações
de construção no Anexo A da NBR 13714/2000 (UMINSKI, 2003, p.28).
Seu volume será calculado em função da vazão necessária na ponta dos esguichos e do
tempo de funcionamento simultâneo dos dois esguichos mais desfavoráveis, exigido pela
norma, que é de 60 minutos para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para sistema do tipo 3.
47

Bomba de recalque: tem a finalidade de efetuar a alimentação forçada de água no


interior das tubulações e entra em funcionamento mediante acionamento manual ou
automático. Sua especificação decorre do dimensionamento do sistema e utiliza
conhecimentos da engenharia hidráulica, obedecendo às condições contidas na NBR
13714/2000.
Tubulação: conjunto de tubos, conexões e acessórios destinados a conduzir a água,
desde a reserva de incêndio até os hidrantes. Devem ser feitos de material resistente ao calor.
Os materiais termoplásticos devem ser usados somente enterrados e fora da edificação. As
tubulações mais usadas são as de aço e cobre. A tubulação do sistema não deve ter diâmetro
nominal inferior a DN65 (2 ½”). Toda a tubulação deve ser pintada da cor vermelha e os
acessórios de cor amarela (registros e válvulas) (UMINSKI,2003, p.29).
Hidrante: é o ponto de tomada de água no qual há uma (simples) ou duas (duplo)
saídas, contendo válvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueiras
de incêndio e demais acessórios. Os hidrantes poderão ser externos ou internos, de coluna ou
de parede (interior do abrigo). Deverão ter conexões de engate rápido, com diâmetros iguais
aos adotados pelo Corpo de Bombeiros. As válvulas dos hidrantes devem ser do tipo globo
angulares de diâmetro DN65 (2 ½”), Poderá ser utilizada, para os hidrantes, válvula angular
com diâmetro DN40 (1½") para sistemas que utilizem mangueiras de 40 mm, desde que
comprovado seu desempenho para esta aplicação, enquanto que as válvulas para mangotinhos
devem ser do tipo abertura rápida, de passagem plena e diâmetro mínimo DN25 (1”).
Todos os pontos de hidrantes devem receber sinalizações que permitam sua rápida
localização e não podem, de maneira alguma, ficar obstruídos ou comprometer a fuga dos
ocupantes. Devem ser localizados nas proximidades das portas externas e/ou acessos à área a
ser protegida, a não mais de 5 m, em posições centrais nas áreas protegidas, fora das escadas
ou antecâmaras de fumaça e de 1,0 m a 1,5 m do piso. No caso dos hidrantes externos, quando
afastados de, no mínimo, 15 m ou 1,5 vezes a altura da parede externa da edificação a ser
protegida, poderão ser utilizados até 60 m de mangueira (preferencialmente em lances de 15
m), desde que devidamente dimensionados hidraulicamente. Recomenda-se que sejam
utilizadas mangueiras de 65 mm de diâmetro para redução da perda de carga do sistema e o
último lance de 40 mm para facilitar seu manuseio (NBR 13714/2000).
A sinalização do solo só será obrigatória nos locais destinados à fabricação, depósito e
movimentação de mercadorias.
48

Abrigo de mangueira: compartimento (cor vermelha) embutido ou aparente, dotado


de porta, destinado a armazenar mangueiras, esguichos e outros equipamentos, capaz de
proteger contra as intempéries e danos diversos.
Esguicho: é o dispositivo adaptado na extremidade da mangueira, destinado a dar
forma, direção e controle ao jato de água. Atualmente, permite-se apenas a utilização de
esguichos do tipo reguláveis. O alcance do jato compacto produzido por qualquer sistema não
deve ser inferior a 8 m, medido da saída do esguicho ao ponto de queda do jato.
Mangueira: equipamento constituído essencialmente de um duto flexível dotada de
uniões tipo engate rápido. As mangueiras mais utilizadas possuem comprimento de 15, 20 ou
30m. Elas sempre devem ser guardadas nos abrigos na forma aduchada ou em zig-zag, nunca
enroladas. Isto é muito importante no tempo de reação ao incêndio (UMINSKI, 2003, p.31).
Registro de recalque: o sistema deve ser dotado de um registro de recalque (também
chamado de hidrante de recalque), que consiste no prolongamento da tubulação, com
diâmetro mínimo de 63mm até a entrada principal da edificação. Quando estiver no passeio,
deve estar enterrado em caixa de alvenaria, com tampa articulada e requadro em ferro
fundido, pintada em vermelho, com a palavra “Incêndio” gravada, nas dimensões de
0,40x0,60m, afastada 0,50m da guia do passeio. É recomendável que no interior a caixa haja
em dreno para escoamento da água. (Figura 5). Também pode ser instalado na fachada da
edificação ou em muro de divisa. O importante é garantir a aproximação de viatura do Corpo
de Bombeiros para que eles realizem o recalque da água sem problemas (UMINSKI, 2003, p.
33).

Figura 5- Dispositivo de recalque no passeio


Fonte: NBR 13714/2000, Figura 1, p.5
49

4.5.2 NBR 13714/2000 versus IT 22/2011

Conforme afirmado anteriormente, o Estado de São Paulo sempre foi um pioneiro da


área de segurança contra incêndio, sendo um exemplo a ser seguido, e esse fato ainda persiste.
São Paulo tem, na opinião do Engº. Profº. Telmo Brentano (2011), assim como na de muitos
outros profissionais da área, a melhor Legislação de Segurança Contra Incêndio do Brasil. A
Lei Estadual é atualizada a cada 10 anos, em média, e as Instruções Técnicas do CBPMESP
são revisadas e novas são criadas a cada 5 anos, em média.
Por essa razão, novas leis de vários Estados do Brasil já seguiram, com adaptações, a
Legislação do Estado de São Paulo. Atualmente, no Estado do Rio Grande do Sul, essas
Instruções Técnicas estão sendo utilizadas como referência pelos profissionais na elaboração
do PPCI.
No caso particular do dimensionamento dos sistemas de hidrantes e mangotinho, a IT
22/2011 do CBPMESP apresenta parâmetros mais reais de dimensionamento, uma
compreensão mais fácil e simples na sua leitura e maior detalhamento dos sistemas.

4.5.2.1 Dimensionamento pela NBR 13714

Pelo dimensionamento através da NBR 13714/2000 há apenas 3 tipos de sistemas


(Tabela 16).

Tabela 16 - Tipo de Sistemas

Fonte: NBR 13714/2000, Tabela 1, p. 6.


50

Tabela 17 - Componentes para cada hidrante simples ou mangotinho

Fonte: NBR 13714/2000, Tabela 2, p. 6.

Sendo Tipo 1 o sistema de mangotinho (Figura 6) e o Tipo 2 (Figura 7) e Tipo 3 o


sistema de hidrante duplo com mangotinho.

Figura 6 – Sistema tipo 1 - Mangotinho com tomada de água para mangueira de 40 mm


Fonte: NBR 13714/2000, Figura D.1, p.24.
51

Figura 7 – Sistema tipo 2 - Hidrante duplo com mangueira semi-rígida acoplada


Fonte: NBR 13714/2000, Figura D.2, p.25.

A escolha do sistema depende mais uma vez da “Classe de Ocupação” da edificação


(Tabela 18). Como observado anteriormente, seguindo o exemplo da NBR 9077/2001, a NBR
13714/2000 também não contempla várias classes contidas na Lei 14.376.

Tabela 18 - Classificação das edificações e aplicabilidade dos sistemas

Fonte: NBR 13714/2000, Anexo D, Tabela D.1, p.23.

Outra questão a ser analisada é a de RTI (Reserva Técnica de Incêndio). A NBR


13714/2000 determina que o volume de reserva de incêndio seja calculado considerando que
52

as vazões mencionadas na Tabela 16 sejam mantidas por um tempo mínimo de 60 minutos.


No cálculo, deverão ser feitas algumas considerações. Essas vazões não precisam ser
mantidas somente na ponta do esguicho mais desfavorável hidraulicamente, mas considerando
o funcionamento simultâneo de:
• dois hidrantes, quando instalados dois, três ou quatro hidrantes;
• três hidrantes, quando instalados cinco ou seis hidrantes;
• quatro hidrantes, quando instalados mais de seis hidrantes.
O resultado desse cálculo, na maioria das vezes, para a maioria das edificações, é um
volume de reserva muito grande, fora da realidade de custo-benefício e mesmo de espaço das
construções brasileiras.

4.5.2.1 Dimensionamento pela IT 22

No dimensionamento através da IT 22/2011 do CBPMESP tem-se 5 tipos de sistemas.


Para determinação do sistema a ser instalado na edificação são utilizados os critérios de área
construída, classe de risco e classe de ocupação, sendo já fornecidos diretamente os valores de
RTI (Tabela 19). Pode-se observar também uma maior variedade de classes de ocupação
classificados, se comparado com a NBR 13714/2000.
Percebe-se também um maior cuidado, maior exigência e maior clareza ao definir as
pressões mínimas para cada sistema (Tabela 20).
53

Tabela 19 - Aplicabilidade dos tipos de sistemas e volume de RTI mínima (m³)

Fonte: IT 22/2011, Tabela 3, p.499.


54

Tabela 20 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho

Fonte: IT 22/2011, Tabela 2, p.499.

Tabela 21 - Componentes para cada hidrante ou mangotinho

Fonte: IT 22/2011, Tabela 4, p.500.

4.5.3 Hidrantes versus mangotinhos

Em artigo publicado pelo Professor da PUC-RS Telmo Brentano, intitulado “Sistema


de mangotinhos x Sistema de hidrantes”, o mesmo se pergunta: “de que adianta ter uma
instalação hidráulica bem projetada e executada, com grande vazão, se ela não é adequada ao
perfil dos ocupantes da edificação, que certamente não saberão utilizá-la, principalmente
numa situação de pânico?”.
Esse questionamento é trazido em função do fato de que a maioria das edificações
construídas atualmente são as de risco mais baixos, principalmente as edificações residenciais
coletivas. Este tipo de edificação constitui a grande parte das edificações das cidades de
55

médio a grande porte. Seguindo a NBR 13714/2000, prédios residenciais coletivos são
obrigados a ter instalação hidráulica de proteção contra incêndio Tipo 1. Porém, a própria
norma abre um precedente, sendo que há duas opções: sistemas de hidrantes com vazão
mínima de 130 l/min ou sistema de mangotinhos com vazão mínima de 80 l/min.
Apesar de apresentar maior custo de instalação do que o de hidrante, Beltrano
apresenta razões pelas quais o sistema de mangotinhos é mais adequado para as edificações
residenciais e demais ocupações de risco leve, baseado principalmente no fator tempo, vital
no combate a um incêndio:
• sua operação é mais simples, rápida e fácil que a do sistema de hidrantes;
• permite o combate imediato porque o mangotinho e seu esguicho estão
permanentemente acoplados, sempre prontos para serem operados;
• pode ser operado por somente uma pessoa sem maiores dificuldades, desde que
tenha recebido um mínimo de treinamento (igual a de uma mangueira de jardim, somente que
de maior porte);
• com esguicho regulável, sua ação sobre o foco do incêndio é mais eficaz,
consumindo menos água;
• pode ser usado sem estar todo desenrolado;
• apresenta menores problemas de manutenção e tem durabilidade maior;
• requer menor reserva de água, menores diâmetros das canalizações e menor
ocupação do espaço físico.
Para utilizar o sistema de hidrante, são necessárias, de preferência, duas pessoas, uma
vez que há vazões maiores e a mangueira é mais pesada, seguindo uma sequência de operação
(UMINSKI, 2003, p.34):
1. retirar a mangueira do interior do abrigo;
2. acoplar as adaptações da mangueira no esguicho e no registro do hidrante;
3. abrir o registro do hidrante;
4. ligar a bomba de recalque, se necessário;
5. iniciar o combate.
Ainda assim, o sistema de hidrante ainda é o mais usado no Brasil, mesmo em
edificações em que a opção de uso de mangotinho é permitida.
56

4.5.4 Cálculo hidráulico

Definindo a rede de distribuição, posicionamento de hidrantes e reservatórios, pode-se


dimensionar todo o sistema (diâmetro da tubulação, tipo de bomba, entre outros) para atender
as vazões e pressões necessárias. Devem ser apresentados no PPCI as plantas com os
esquemas da rede, bem como a planilha de cálculo, além de preenchimento do “Memorial”,
presente no Anexo E.
Esses cálculos não serão abordados neste trabalho pela sua complexidade. Para
maiores informações, uma boa base de consulta, contendo exemplos práticos de
dimensionamento, tanto de sistemas de hidrantes quanto de sistema de chuveiro automático, é
recomendado o livro “Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndios nas Edificações”
(BRENTANO, 2011). Também existem no mercado softwares que auxiliam na elaboração e
cálculo da rede.

4.6 Sistema de chuveiro automático

O sistema de chuveiros automáticos (“Sprinklers”) é uma instalação hidráulica de


combate a incêndio, que funciona sem a interferência humana, detectando e extinguindo um
princípio de incêndio. É um sistema constituído por um reservatório de água ligado a uma
rede de tubulações fixas nas quais são instalados os chuveiros automáticos convenientemente
espaçados, de forma que, em caso de incêndio, o sistema entre em operação automaticamente,
lançando água sobre o local afetado e, ao mesmo tempo, acionando o seu dispositivo de
alarme (UMINSKI, 2003, p.35).
Seu objetivo consiste extinguir um incêndio no seu início, rápida e automaticamente,
evitando sua propagação. Sua principal vantagem é a de evitar danos em locais não atingidos
pelo fogo, pois só entrarão em funcionamento os chuveiros próximos ao mesmo. A principal
norma utilizada para dimensionamento do sistema é a NBR 10897/2014, mas tem-se ainda a
IT 23/2011 do CBPMESP, que pode ser consultada. No caso especial de depósitos e áreas de
armazenamento, utiliza-se a NBR 13792/1997 ou a IT 24/2011 do CBPMESP.
De acordo com Decreto Estadual nº 38.273/98, em seu Art. 8º do Anexo Único, as
edificações deverão ser dotadas de sistemas automáticos de extinção de incêndios conforme a
seguinte classificação:
• prédios classificados como de risco grande, que possuam área construída acima de
1.500 m²;
57

• prédios classificados como área de risco médio que possuam área construída acima
de 3.000 m² ou mais de 20m de altura;
• prédios classificados como de risco pequeno que possuam área construída acima de
5.000 m² ou 30 m de altura, exceto os residenciais;
• prédios classificados como de risco grande ou médio, quando estiverem abaixo do
nível da soleira de entrada e com área superior a 500 m².
Apesar do altíssimo custo de projeto, instalação e manutenção de que todos os
projetistas fogem, e frisa-se mais uma vez que esse custo é irrisório comparado ao valor total
da construção, este é o sistema mais eficaz de combate a incêndio. Em artigo “Chuveiros
automáticos – sprinklers”, o Engº. Jorge Roder apresenta os dados de uma pesquisa realizada
ao longo da década de 80 nos EUA (SOLOMON, 1996), que apresentou os seguintes
resultados:
• 8% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 1 sprinkler;
• 48% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 2 sprinkler;
• 89% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por até 15 sprinkler.
Os critérios de dimensionamento não serão abordados nessa monografia, devido a sua
alta complexidade, o que exige um estudo mais aprofundado e abrangente. Assim como no
dimensionamento de hidrantes, também devem ser apresentados no PPCI esquemas em
planta, planilha de cálculo e preenchimento do “Memorial”, apresentado no Anexo D.

4.6.1 Partes do sistema

Abastecimento de água: todo sistema de chuveiros deve possuir pelo menos um


abastecimento de água exclusivo e de operação automática.
Sistema de bombeamento: conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos
destinados a levar a água de uma cota mais baixa para uma mais alta.
As bombas de recalque devem ser exclusivas do sistema, não podendo ser usadas para
outros fins. Também devem ser providas de dispositivo de partida automática, com
acionamento provocado pela queda de pressão hidráulica na rede do sistema de chuveiros,
quando um chuveiro é acionado. Podem ser elétricas ou de motor a explosão. No caso de ser
elétricas, devem dispor de ligação independente da rede elétrica da edificação. Ensaios de
funcionamento devem ser efetuados anualmente (UMINSKI, 2003, p.36).
Conjunto de tubulações: as tubulações básicas (Figura 8) que formam uma instalação
de chuveiros automáticos possuem as seguintes denominações e funções:
58

• ramais: são as ramificações onde os chuveiros automáticos são instalados


diretamente ou utilizando-se braços horizontais de tubo com comprimento máximo de 60 cm;
• tubulações subgerais: são as que alimentam os ramais;
• tubulações gerais: são as que alimentam as subgerais;
• tubulações de subidas ou descidas: são as tubulações verticais, de subidas ou
descidas, conforme o sentido de circulação da água. Estas tubulações fazem as ligações entre
as redes de chuveiros dos diversos níveis ou pavimentos, as ligações das subgerais com os
ramais ou ainda as dos chuveiros individuais com os ramais, quando a subida ou descida
excede 30 cm de comprimento;
• subida principal: é a tubulação que liga a rede de suprimento dos abastecimentos de
água com as tubulações gerais e onde é instalada a válvula de alarme ou chave detectora de
fluxo d’água que controla e indica a operação do sistema.

Figura 8 – Rede de tubulações


Fonte: Uminski (2003, p.36)

Chuveiros automáticos - sprinklers: são aparelhos instalados em vários pontos da


tubulação e equipados com um elemento que, ao ser submetido a uma temperatura
anteriormente fixada, funde-se ou rompe-se, permitindo a passagem livre da água da rede de
distribuição. Está água, ao atingir a base do sprinkler, é distribuída na forma de um chuveiro
sobre o foco de incêndio (UMINSKI, 2003, p.37).
O sprinkler possui uma ampola “Quartzoid”, na qual se encontra um determinado
volume de fluido especial, controlado com precisão, e fabricado para diversas temperaturas de
funcionamento (Tabela 22).
59

Tabela 22 – Temperatura de rompimento dos sprinklers segundo a cor

Fonte: NBR 6135/1992, Tabela 3, p.2.

4.7 Extintores

O sistema de combate por extintores de incêndio é considerado um sistema móvel,


portátil, que necessita de um operador que desloca o equipamento em questão até o local do
fogo para extingui-lo.
O Decreto nº 37.380/98 estipula, em seu Art. 8º, que fica obrigatória a instalação de
extintores de incêndio em todas as edificações, sendo que a existência de outros sistemas de
proteção não exime essa obrigatoriedade.
Em relação à especificação e dimensionamento de extintores, nos edifícios
residenciais devem ser utilizadas a NBR 12693/2013 e em locais de trabalho a NR 23 do
Ministério do Trabalho. Contudo, a NR 23 é adequada para todos os casos, com exceção de
depósitos de combustíveis e centrais de GLP, que possuem legislação específica (NBR
13523/2008 e NBR 17505-7/2013) e, por isso, é a mais usada no dimensionamento no Estado
do Rio Grande do Sul. Também pode ser consultada a IT 21/2011 do CBPMESP.
Como foi visto no Capitulo 2.5 deste trabalho, para cada “Classe de Incêndio” há um
tipo de extintor adequado que poderá ser usado, dependendo dos materiais presentes no local
a ser protegido.
No PPCI, deverá constar em planta a localização de todos os extintores, bem como o
“Memorial” preenchido e disponibilizado no Anexo C deste trabalho.

4.7.1 Número de extintores e sua distribuição

O número de extintores a ser instalado na edificação deverá obedecer a Tabela 23,


abaixo, que leva em conta apenas o risco de incêndio e também estabelece a distância máxima
a ser percorrida por qualquer ocupante da edificação, no momento do incêndio, desde o local
de permanência do extintor até qualquer ponto da área a ser protegida. Com base no critério
60

de distância máxima e de área coberta por cada unidade extintora, é possível realizar a
distribuição dos extintores (Figura 9).

Tabela 23 – Recomendações para cada unidade extintora

Fonte: NR 23

Figura 9 – Distribuição de extintores em edificação de risco médio


Fonte: arquivo pessoal, anexo I

O dimensionamento do número de extintores utilizando a NBR 12693/2013 ou a IT


21/2011 terá como critérios principais a carga de incêndio da edificação e a capacidade
extintora. A capacidade extintora é o poder do agente extintor de extinguir o fogo, obtido em
ensaio prático e normatizado, e a maneira mais correta de conseguir esse dado é consultando
as informações dadas pelo fabricante do extintor de incêndio escolhido.
61

4.7.2 Recomendações gerais

Recomendações presentes na legislação, quanto ao sistema de proteção por extintores


de incêndio (EUZEBIO, 2011, p.71):
• o extintor deve ser instalado em uma altura entre 0,60m e 1,60m, considerando a
borda inferior e a parte superior do extintor (alça), respectivamente;
• deve ser instalado em local visível, desobstruído, de fácil acesso e protegido de
intempéries;
• não pode ser instalado nas paredes das escadas;
• é importante ter prazo de validade da manutenção da carga (1 ano) e teste
hidrostático (5 anos) atualizados;
• deve-se evitar intercalar diferentes tipos de extintores;
• é importante opera-los corretamente e, portanto, investir em treinamento de pessoal;
• só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras
ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – INMETRO;
• independentemente da área ocupada, deverá existir pelo menos 2 extintores para
cada pavimento;
• em locais com armazenagem e transporte de materiais deverá ser pintada de
vermelho, com bordas amarelas, uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não
poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m;
• a sinalização do local do extintor deve ser feita por placas com setas visíveis de
qualquer ponto do prédio, normalmente nas cores vermelho e amarelo, e indicando a classe de
incêndio a que o extintor se destina. Essa sinalização deverá estar a uma altura de 1,80m do
piso acabado (até a base da placa ou seta);
• quando da inspeção deverá ser apresentada nota fiscal de compra ou de manutenção
dos equipamentos.

4.8 Saídas de emergência

A saída de emergência é o caminho devidamente protegido, parte da rota de fuga, a ser


percorrida pelo usuário de uma edificação em caso de incêndio, até atingir a via pública ou
espaço aberto protegido em comunicação com a mesma (CÓDIGO DE OBRAS E
EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, 2009, p.59).
62

A norma que fornece os parâmetros de dimensionamento de saídas de emergência


adotadas pelas legislações estaduais e municipais por todo o país é a NBR 9077/2001. O
Código de Obras da cidade de Santa Maria (2009, p.44) destaca, em seu Art.155:

§ 3º. As especificações para instalações dos Sistemas de Segurança, Prevenção e


Combate a Incêndio devem ser dimensionadas e executadas por profissional
habilitado, em conformidade com as legislações específicas referente à prevenção e
combate a incêndios, cabendo ao Município fazer a análise, somente, em relação ao
presente Código, à NBR 9077 e à legislação municipal específica.

As saídas de emergência constituem-se de portas, corredores, escadas, rampas ou


combinações destes elementos, objetivando a saída segura das pessoas de uma edificação, em
caso de incêndio, até o exterior, bem como facilitar o acesso do Corpo de Bombeiros para o
combate ao fogo e ações de resgate (EUZEBIO, 2011, p.32).
A NBR 9077/2001, define os seguintes itens de segurança:
• larguras das saídas de emergência;
• distâncias máximas a serem percorridas em caso de incêndios (rotas de fuga);
• número de saídas e de escadas e definição do tipo de escadas que uma edificação
requer;
• exigência de alarme de Incêndio.
No PPCI, as dimensões, sentidos de abertura de portas, rotas de fuga, entre outros,
devem ser apresentados em planta, assim como descritas no “Memorial”, Anexo H.

4.8.1 Número de saídas e tipo de escadas

Primeiramente, é importante descrever os tipos de escadas que uma edificação pode


vir a requerer para garantir a segurança da saída dos ocupantes no momento do incêndio
(NBR 9077/2001, p.3):
• escada à prova de fumaça pressurizada (PFP): é escada à prova de fumaça, cuja
condição de estanqueidade à fumaça é obtida por método de pressurização;
• escada enclausurada à prova de fumaça (PF): é escada cuja caixa é envolvida por
paredes corta-fogo e dotada de portas corta-fogo, cujo acesso é por antecâmara igualmente
enclausurada ou local aberto, de modo a evitar fogo e fumaça em caso de incêndio;
• escada enclausurada protegida (EP): é escada devidamente ventilada situada em
ambiente envolvido por paredes corta-fogo e dotada de portas resistentes ao fogo;
63

• escada não enclausurada ou escada comum (NE); é escada que, embora possa fazer
parte de uma rota de saída, se comunica diretamente com os demais ambientes, como
corredores, halls e outros, em cada pavimento, não possuindo portas corta-fogo.
Também é necessário esclarecer as diferenças entre portas e paredes corta-fogo, e
portas e paredes resistentes ao fogo. Paredes e portas resistentes ao fogo são quaisquer
capazes de resistir estruturalmente aos efeitos de qualquer fogo ao qual possam vir a ficar
expostas, durante um tempo determinado, sendo que esse tempo depende do material
empregado. Já a parede corta-fogo é um tipo de separação corta-fogo que, sob a ação do fogo,
conserva suas características de resistência mecânica, é estanque à propagação da chama e
proporciona um isolamento térmico tal que a temperatura medida sobre a superfície não
exposta não ultrapasse 140°C. E a porta corta-fogo é um conjunto de folha de porta, marco e
acessórios que tem sua própria norma específica, a NBR 11742/2003.
Na Tabela 24, retirada da norma, pode-se especificar o tipo de escada e o número de
saídas obrigatórias, levando em conta a área da edificação e, mais uma vez, a “Classe de
Ocupação”.

Tabela 24 - Número de saídas e tipos de escadas

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 7, p.30

4.8.2 Distâncias máximas a serem percorridas

Distâncias máximas a serem percorridas no momento do incêndio são as distâncias


máximas que devem ter as rotas de fuga traçadas, desde qualquer ponto da edificação até um
64

local protegido e/ou logradouro. Essas rotas devem constar nas plantas entregues ao Corpo de
Bombeiros (Ex.: Figura 10).
A definição dessa distância leva em conta os fatores de características construtivas
(Tabela 5), “Classe de Ocupação”, número de saídas da edificação e presença ou não de
sistema de chuveiros automáticos, conforme se pode constatar na tabela abaixo:

Tabela 25 - Distâncias máximas a serem percorridas

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 6, p.30

Figura 10 – Rota de fuga edificação tipo Y


Fonte: arquivo pessoal, Anexo I

Um importante detalhe de projeto a ser observado é que todas as portas de saída de


emergência devem sempre abrir no sentido do trânsito de saída, conforme a Figura 10.

4.8.3 Largura das saídas de emergência

As larguras mínimas das saídas de emergência, em qualquer caso, devem ser de


1,10m. A largura das saídas deve ser dimensionada em função do número de pessoas que por
65

elas transitar. Para tanto, utiliza-se a Tabela 15, inserida no Capítulo 4.4 deste trabalho.
Observados os critérios “Classe de Ocupação” e número de pessoas por área, consegue-se
obter um valor “Capacidade U de passagem”. Uma unidade “U” equivale a 0,55m. Basta
multiplicar o valor retirado da tabela por 0,55m e tem-se a largura mínima requerida da saída
de emergência.

4.9 Sistema de iluminação de emergência

Os sistemas de iluminação de emergência têm como objetivo proporcionar iluminação


suficiente e adequada, a fim de permitir a saída fácil e segura das pessoas em caso de
interrupção da alimentação normal, bem como proporcionar a intervenção de equipes de
socorro (UMINSKI, 2003, p.38).
Para a elaboração de projeto de iluminação de emergência, instalação, manutenção do
sistema e demais orientações, deve ser utilizada a NBR 10898/2013, conforme indicado no
Art.12 do Decreto nº 38.273/98. No PPCI, os locais de instalação das luminárias precisam
constar em planta e o preenchimento do “Memorial” deve ser feito conforme Anexo F.
O sistema pode ser classificado basicamente quanto às fontes de energia a serem
utilizadas:
• Sistema centralizado de acumuladores: composto por central de comando (painel de
controle), acumuladores de energia (baterias), rede de alimentação (instalação elétrica), e
luminárias.
• Grupo moto-gerador: composto por um grupo moto-gerador automatizado, painel de
controle, rede de alimentação e luminárias.
• Conjunto de blocos autônomos: são aparelhos com lâmpadas incandescentes ou
fluorescentes, contendo pequenas baterias e os dispositivos necessários para colocá-lo em
funcionamento. É o sistema mais comumente usado em edificações.

4.9.1 Características do sistema

Fontes de Energia: as fontes de alimentação de energia deverão estar localizadas de


forma que (UMINSKI, 2003, p.40):
• não podem situar-se em compartimentos acessíveis ao público nem tampouco onde
haja risco de incêndio;
66

• devem estar isoladas de outros compartimentos por paredes que resistam ao fogo por
período no mínimo de 2 horas;
• devem estar ventiladas de forma adequada e dotadas de dispositivo de escapamento
de ar;
• não podem oferecer riscos de acidentes aos usuários;
• devem permitir fácil acesso para inspeção e manutenção.
A fonte de energia do sistema centralizado poderá ser utilizada em conjunto com o
sistema de detecção e alarme de incêndio. A troca do estado de vigília para estado de
funcionamento, no caso de sistema centralizado de acumuladores, não pode demorar mais do
que 5 segundos e, no caso de grupo moto-gerador, não mais que 12 segundos.
Eletrodutos e condutores: os fios condutores e suas derivações não devem ser
propagantes de chama e devem estar embutidos em eletrodutos rígidos. No caso de serem
externos (instalação aparente), devem também ser metálicos, pintados de cor vermelha ou em
PVC rígido antichama, conforme a NBR 15465/2008.
Autonomia: todos os sistemas de iluminação de emergência devem ter autonomia de
funcionamento mínimo de 1 hora, garantindo-se que, durante este período, haja uma
iluminação de intensidade adequada, uma vez que a visibilidade fica prejudicada pela fumaça.
Tipos de luminárias: as luminárias poderão possuir lâmpadas fluorescentes,
incandescentes ou mistas, podendo ser classificadas como luminárias de aclaramento (servem
para clarear o ambiente) ou balizamento (servem para dar orientação, como, por exemplo,
indicações de saída). A tensão das luminárias de aclaramento e balizamento para iluminação
de emergência em áreas com carga de incêndio deve ser de, no máximo, de 30 Volts
(UMINSKI, 2003, p.41).
Os pontos de iluminação de emergência devem ser distribuídos nas áreas de riscos,
circulação de uso comum, escadas, corredores e rotas de fuga. Em locais onde seja possível a
presença de fumaça, a instalação deve estar a uma altura tal que fique abaixo do “colchão” de
fumaça. Também é importante, no caso de blocos autônomos, que periodicamente se deixe
esgotar a carga das baterias, para que não fiquem “viciadas”. Esse procedimento pode ser
feito desligando da fonte de alimentação (tomadas), de forma intercalada, uma luminária sim
e outra não (EUZEBIO, 2011, p.74).
67

4.9.2 Distribuição das luminárias

Segundo a norma, a distância máxima entre dois pontos de iluminação de ambiente


deve ser equivalente a quatro vezes a altura da instalação destes em relação ao nível do piso e
nunca deve ultrapassar 15 m. A distância máxima entre o ponto de iluminação e a parede não
deve ultrapassar 7,5 m.

Figura 11 – Iluminação de emergência


Fonte: arquivo pessoal, anexo I

4.10 Sistema de detecção e alarme de incêndio

Os sistemas de detecção e alarme de incêndio são constituídos de conjuntos de


elementos dispostos de forma planejada e adequadamente interligados que fornecem
informações de princípios de incêndios por meio de indicações sonoras e visuais, além de
controlar os dispositivos de segurança e de combate automático instalados no edifício. O
objetivo consiste em detectar o incêndio através de três fenômenos físicos: fumaça, elevação
da temperatura do ambiente e radiação da luz de chama aberta. O alarme pode ser acionado
por meio de acionadores manuais ou de detectores automáticos (UMINSKI, 2003, p.41).
As exigências quanto à instalação, manutenção e elaboração de projetos estão na NBR
17240/2010, sendo obrigatório preenchimento do “Memorial” na entrega do PPCI conforme
Anexo G. O recomendado é entrar em contato com empresas de instalação de alarmes durante
o desenvolvimento do projeto e instalação, a fim de conhecer os detalhes.
68

4.10.1 Sistema acionado manualmente

Para que o sistema de alarme entre em funcionamento, é necessária a interferência do


ser humano. O sistema é composto por:
Central de alarme: consiste em equipamento destinado a processar os sinais
provenientes dos circuitos de detecção automática ou manual, convertê-los em indicações
adequadas e comandar e controlar os demais componentes do sistema. Deve estar localizada
sempre em área de fácil acesso, longe de locais com risco de fogo e, sempre que possível, sob
vigilância humana constante, como, por exemplo, portarias e sala de bombeiros.
A central deverá possuir meios para identificação dos circuitos de detecção e
indicativa de área ou local afetado, que possibilitem fácil entendimento para pessoal de
supervisão e dispositivos manuais destinados ao acionamento de todos os alarmes sonoros
(UMINSKI, 2003, p.42).
Fonte de energia alternativa: dispositivo destinado a fornecer energia para os
equipamentos e sistemas de emergência, na falha ou ausência da fonte de energia principal.
Podem ser um conjunto de baterias ou gerador de energia de funcionamento automático. O
sistema deve funcionar em regime de alarme de fogo por 15 minutos, considerando o
funcionamento simultâneo de todas as indicações sonoras e visuais.
Circuito de alarme: circuito destinado ao comando dos indicadores e avisadores
sonoros e visuais. Os condutores (fios elétricos) devem ser rígidos e, quando não protegidos
por eletrodutos incombustíveis, devem ter isolamento resistente à propagação de chamas. Os
eletrodutos podem ser aparentes ou embutidos, metálicos, plásticos ou de qualquer outro
material que garanta efetiva proteção mecânica dos condutores.
Acionadores manuais: dispositivos destinados a transmitir a informação de um
princípio de incêndio por iniciativa do elemento humano. Devem ser alojados no interior de
caixas lacradas com tampa de vidro ou plástico, facilmente quebrável. Os acionadores devem
ser instalados a uma altura entre 1,20m e 1,60m do piso acabado, na forma embutida ou de
sobrepor, na cor vermelha de segurança. Uma sinalização na parede em uma altura máxima de
2,50m deve ser prevista. A distância máxima a ser percorrida por uma pessoa, em qualquer
ponto da área protegida, até o acionador manual mais próximo, não deve ser superior a 16
metros, e a distância máxima entre acionadores é de 30m. Esses critérios são usados na
distribuição dos acionadores na edificação. Na separação vertical, cada andar da edificação
deve ter pelo menos um acionador manual.
69

Avisadores acústicos e visuais: dispositivos que emitem sinais audíveis e visuais de


alerta combinados. Devem ser instalados, em quantidade suficiente, em locais que permitam
sua visualização e audição em qualquer ponto do ambiente, nas condições normais de trabalho
do ambiente. Os avisadores não podem ser instalados em áreas como corredores ou escadas,
no intuito de aumentar o raio de ação do equipamento. O som e a frequência de repetição
devem ser únicos na área e não podem ser semelhantes a outros sinalizadores que não
pertencem à proteção contra incêndio. Preferencialmente, devem ser instalados junto aos
hidrantes ou próximos às portas de saída de emergência (EUZEBIO, 2011, p.81).

4.10.2 Sistema acionado por detectores automáticos

Detectores automáticos são dispositivos que, quando sensibilizados por fenômenos


físicos ou químicos, detectam princípios de incêndio, enviando um sinal a uma central
receptora. Agem, portanto, de forma semelhante aos acionadores manuais, porém
automaticamente. Dividem-se basicamente em três grupos (UMINSKI, 2003, p.44):
Detectores de fumaça: dispositivo destinado a atuar quando ocorre a presença de
gases ou partículas, visíveis ou não, produzidos pela combustão. A área máxima de ação é de
81 m², para instalação em tetos planos, a uma altura de instalação de até 8 m.
Detectores de temperatura: dispositivo destinado a atuar quando a temperatura
ambiente ultrapassa um valor determinado. A área máxima de ação é de 36 m², para
instalação em tetos planos, a uma altura de instalação de até 7 m.
Detectores de chama: dispositivo destinado a atuar em resposta a uma radiação
visível ou não. Sua instalação deve ser executada de forma que seu campo de visão seja
suficiente e não impedido por obstáculos. Os tipos mais utilizados são o detector
infravermelho e detector ultravioleta.

4.10.3 Exigência de alarme

A exigência de alarme de incêndio para cada “Classe de Ocupação” pode-se dar em


função da tabela fornecida pela NBR 9077/2001 (Tabela 26), ou de forma mais completa,
pelas tabelas da Lei 14.376 atualizada, já citadas anteriormente.
70

Tabela 26 – Exigência de alarme

Fonte: NBR 9077/2001, Anexo, Tabela 8, p.33

4.11 Sinalização de emergência

Os detalhes de projeto e instalação da sinalização de emergência nas edificações estão


nas duas partes da NBR 13434, sendo que a NBR 13434-1/2004 trata de princípios de projeto
e a NBR 13434-2/2004 trata de símbolos e suas formas, dimensões e cores.
A sinalização, que se dá por meio da colocação de placas, deve ser exaustiva e de fácil
visualização e entendimento. Sua projeção deve levar em consideração o fato de que irá
orientar pessoas em pânico, de forma que jamais as pode deixar em dúvida quanto ao que
fazer ou a rota a seguir.
Observações importantes (EUSEBIO, 2011, p.77):
• deve ser fotoluminescente;
• deve sinalizar os equipamentos de prevenção de incêndio, as portas, as rotas de fuga
e escadas, indicando as saídas, bem como balizando todos os obstáculos, mudanças de
direção, indicando pavimentos em caixas de escada e etc.;
• deve sinalizar locais de riscos pontuais (Central de GLP, produtos tóxicos e
inflamáveis, quadro de comando de energia elétrica, subestação, transformadores, depósito de
GLP, caldeiras, entre outros);
• deve proibir fumo em locais onde a lei determina ou em que haja risco de incêndio
ou explosão;
• as dimensões devem ser de fácil visualização e deve ser colocada a uma altura
adequada com a altura das pessoas;
• não podem ser instaladas em meio à poluição visual, prejudicando sua função;
71

• no caso de boates e casa de shows, é importante também colocar a sinalização a


meia altura, em torno de 0,50m do piso.
Toda sinalização deverá constar nas plantas do PPCI.

Figura 12 – Exemplos de sinalização


Fonte: Euzebio (2011); Figura 2, p.77

4.12 Brigada de incêndio e SPDA

A instalação de equipamentos de proteção nas edificações não garante que, no caso de


um foco de incêndio, ele seja extinto ainda no princípio. Por isso, é necessário e
imprescindível que os ocupantes tenham conhecimentos básicos sobre a operação desses
equipamentos e saibam agir ordenadamente, atuando de forma eficaz durante uma situação de
emergência. Para esse propósito, existem as brigadas de incêndio, que são um grupo de
pessoas, voluntárias ou não (empresas), treinadas em combate a incêndio e prestação de
primeiros socorros. A norma que rege as brigadas de incêndio é a NBR 14276/2006. Para as
edificações em que é exigida brigada de incêndio, cópias dos certificados de realização de
cursos de TPCI (Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndio) das pessoas treinadas,
válidos por 4 anos, devem ser inclusas no PPCI.
O SPDA é o Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas e destina-se a
proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas (raios). O Decreto
Estadual nº 37.380/97 estabelece, em seu Art. 16, que as edificações com mais de três
pavimentos ou área total construída superior a 750 m² deverão ter SPDA. O dimensionamento
é feito usualmente por engenheiros elétricos, como uma extensão das instalações elétricas da
72

edificação. No PPCI, deverá constar o SPDA com sua respectiva ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica). A norma que rege o dimensionamento é a NBR 5419/2005.

4.13 Laudos Técnicos

Laudos são justificativas técnicas que utilizam dados e normas para explicar e
defender uma decisão de projeto tomada. Na área de proteção contra incêndio, vários tipos de
laudos técnicos podem ser requeridos pelo Corpo de Bombeiros, que devem ser
acompanhados de sua respectiva ART. Porém, os laudos mais comumente cobrados são o de
Segurança Estrutural e Materiais de Acabamento.

4.13.1 Laudo de segurança estrutural

Neste laudo, o profissional precisa descrever os tipos de materiais que compõem as


estruturas da edificação e garantir que o tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) de
cada uma delas seja compatível com o exigido por tabela da NBR 14432/2001. Novamente, a
Legislação do CBPMESP é mais completa nesse caso, pois em sua IT 08/2011 apresenta,
além da tabela contida na norma, tabelas de TRRF específicas para alvenarias e para paredes
de drywall. A nova Norma de Desempenho, NBR 15575, determina apenas que os sistemas
devem atender aos requisitos da NBR 14432/2001.
Outro quesito a ser apresentado no laudo é a compartimentação da estrutura, quando
requerida. Neste caso, também é recomendável utilizar a legislação paulista, pois a IT
09/2011 apresenta mais detalhes de esquemas de compartimentação horizontal e vertical das
estruturas.
A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação de incêndio no
pavimento de origem para outros ambientes no plano horizontal. É feita através da colocação
de paredes corta-fogo, portas corta-fogo, vedadores corta-fogo, registros corta-fogo
(dampers), selos corta-fogo, cortina corta-fogo e afastamento horizontal entre aberturas (IT
09/2011).
A compartimentação vertical se destina a impedir a propagação de incêndio no sentido
vertical, ou seja, entre pavimentos elevados consecutivos. É feita através da colocação de
entrepisos corta-fogo, enclausuramento de escadas por meio de parede de compartimentação,
enclausuramento de poços de elevador e de montacarga por meio de parede de
compartimentação, selos corta-fogo, registros corta-fogo (dampers), vedadores corta-fogo,
73

elementos construtivos corta-fogo de separação vertical entre pavimentos consecutivos,


selagem perimetral corta-fogo e cortina corta-fogo (IT 09/2011).
Pelo Decreto nº 38.273, em seu Art. 15, em edificações com mais de uma classe de
risco poderá ser empregado o sistema de isolamento de riscos, com a finalidade de definir os
sistemas e equipamentos de proteção contra incêndio. Este isolamento de risco poderá ser
obtido por compartimentação, contanto que nos casos de risco grande e médio a resistência ao
fogo deverá ser de quatro horas e nos de risco pequeno de duas horas. O isolamento também
poderá ser realizado através de afastamento, guardando-se a distância de três metros entre
aberturas e cinco metros entre edificações.
No PPCI, além do laudo escrito, deverá constar o detalhamento em planta dos
esquemas de compartimentação.

4.13.2 Laudo de materiais de acabamento

Os materiais de acabamento a serem classificados são os materiais de piso,


paredes/divisórias, teto/forro e cobertura. Esse é o laudo com maior dificuldade de ser
confeccionado, pela dificuldade de encontrar os dados necessários, uma vez que a
classificação dos materiais em classes incombustível (Classe I) ou combustíveis (Classes II a
VI) deve ser feita utilizando os dados de uma norma de 1986, a NBR 9442/1986, corrigida em
1988, que estabelece a determinação do índice de propagação superficial de chama pelo
método do painel radiante, e a NBR 8660/2013, que estabelece ensaio de reação ao fogo em
pisos. Consultando as normas, pode-se perceber que são complexas no entendimento e não
abordam muitos dos materiais de acabamento empregados hoje em dia.
Mais uma vez, pode-se utilizar a IT 10/2011, do CBPMESP, que possui valores mais
detalhados. Quando o material empregado for incombustível (classe I), não haverá
necessidade de apresentar ART do emprego de Materiais de Acabamento e de Revestimento,
mas isso é difícil de acontecer, especialmente em construções mais antigas.
Juntamente com o laudo, também deverá ser apresentada planta com as classes dos
materiais de acabamento indicadas. Vale ressaltar que é preciso um enorme cuidado na
especificação dos materiais, pois a edificação poderá não se encaixar mais em nível de risco
de incêndio leve ou médio, mas sim no alto, que requer mais sistemas de proteção e maiores
custos.
5 DESAFIOS DA ÁREA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (SCI)

Seito et al. (2008), apresenta algumas das dificuldades que atualmente ainda persistem
na área de PPCI:
• Os currículos das faculdades de engenharia possuem um conteúdo extenso e
apertado, não permitindo absorver outros conhecimentos, sendo necessária uma profunda
reformulação para que a SCI seja absorvida. Os profissionais com essas deficiências em suas
formações são aqueles que projetarão, construirão e aprovarão os projetos, gerando um perigo
latente em SCI em todas as cidades.
• A dinâmica das cidades brasileiras, que se modernizam para serem competitivas,
dentro dos mercados globais, aumenta a complexidade da produção e dos serviços que,
paralelamente às exigências da população urbana, tem provocado o aumento dos riscos de
incêndios nas edificações. Para atender a população, são implantados grandes depósitos de
materiais combustíveis e perigosos, criando locais com enorme potencial de incêndio. A
maioria dos municípios brasileiros não está preparada para essa enorme tarefa.
• A produção e importação de materiais modernos de construção que são usados nas
edificações levam à necessidade de se conhecer seus comportamentos em situação de
incêndio. Os riscos podem variar muito com o uso de novos materiais sem controle de sua
reação e resistência ao fogo. Desta maneira, torna-se necessário ensaiar todos os materiais e
sistemas construtivos do mercado, o que nem sempre tem sido feito.
• No país, a arquitetura e o urbanismo ainda não têm a questão da SCI absorvida
plenamente nas práticas de projeto e construção, sendo que é na fase de projeto arquitetônico
que começa a prevenção e combate.
• Algumas edificações, tais como edifícios altos, grandes depósitos, centros de
compras, instalações industriais e tantas outras necessitam de projetos diferenciados, pois
envolvem grandes riscos, sendo que no Brasil essas construções não têm obedecido a todas as
exigências.
• No Brasil, as condições econômicas e a migração em massa para as cidades têm
criado riscos pelo crescimento e alastramento de favelas e cortiços. Já houve inúmeros casos
de incêndios nos quais a maioria das vítimas é uma criança que estava sozinha em
subhabitações ou barracos.
• Há carência de falta de medidas estruturais para aplicar as medidas necessárias de
SCI, pois carece-se de: profissionais formados especificamente na área de PPCI; laboratórios
75

completos e em número compatível com as dimensões do Brasil; legislação em nível


nacional, estadual e municipal unificada, clara e detalhada; técnicos, instaladores e operadores
de sistemas de SCI qualificados; toda a produção nacional de materiais de construção
ensaiada e catalogada; e exigência de conformidade com a legislação de todos os produtos
importados, etc.
• Para que se possam tomar decisões, é preciso uma base consistente de dados dos
incêndios, caracterizando suas causas e consequências e, para isto, utilizando-se técnicas de
estatística e pesquisa científica. Infelizmente, esses dados são escassos na atualidade.
• Normalizar e certificar é um instrumento importante para garantir a qualidade e o
desempenho dos materiais, componentes e sistemas construtivos. O envolvimento dos três
segmentos da sociedade (poder público, consumidores e produtores) tem sido pequeno,
precisando ser ampliado. As normas precisam ser melhoradas.
• Devido à constante evolução nos últimos anos, é importante o profissional da área
sempre estar atento às mudanças na legislação, novos equipamentos, pois é necessário haver
uma reciclagem contínua nesta área.
• Existe uma grande dificuldade na adaptação de construções existentes, mais antigas,
às normas atuais. É importante que se crie alternativas para esses casos.
• É importante engajar toda a população na prevenção contra incêndio com
campanhas e treinamento em escolas e veículos de comunicações. Quanto mais claros forem
os treinamentos, melhores serão a retenção e a automação dos procedimentos necessários à
prevenção de incêndios e à saída das pessoas das edificações.
• Por fim, pode-se citar, como um grande problema, a enorme burocracia envolvendo
a aprovação e análise do projeto, o que leva um PPCI a ficar até um ano para finalmente ser
aprovado. Este é um problema latente no Brasil, em todas as áreas.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como se pode constatar, a prevenção e combate a incêndio nas edificações não só


abrange a atuação dos profissionais de Engenharia e Arquitetura no dimensionamento dos
sistemas, mas também precisa contar com o comprometimento e constante aperfeiçoamento
dos órgãos públicos de fiscalização e normatização, e, principalmente, com o interesse e
participação da sociedade em geral, a fim de garantir a preservação de vidas.
Para que a participação da sociedade seja efetiva, é vital o conhecimento básico das
características do fogo e o comportamento do incêndio, bem como o manuseio básico dos
equipamentos de segurança.
No que diz respeito à normatização, o Brasil apresentou vários avanços nas ultimas
décadas. Infelizmente, a maioria desses avanços foram resultado de grandes catástrofes.
Então, já está mais do que no momento de todos trabalharem a fim de garantir que situações
como a da Boate Kiss, por exemplo, não aconteçam mais. Esse trabalho consiste em
contribuir para melhoras na legislação e cobrar maior rigor na fiscalização, principalmente na
manutenção dos sistemas de combate a incêndio, e maior investimento em pesquisa. Também
se precisa obter, no dimensionamento e projeto, o maior nível de segurança possível, sempre
lembrando que o profissional está assumindo parte da responsabilidade pelas vidas dos
ocupantes das edificações em caso de incêndio.
O Brasil apresenta uma variedade muito grande de normas, leis, decretos, instruções
técnicas, portarias, entre outros, no que diz respeito à área de incêndio, tanto em nível federal
quanto estadual e municipal. Algumas são mais detalhadas, mais atuais, outras mais antigas e
um tanto incompletas. Não há uma legislação unificada e isto acaba por dificultar e deixar
muitas brechas para interpretações, o que termina levando a erros e, consequentemente,
maiores riscos. Esse panorama acaba, também, por obrigar os profissionais da área a estar em
constante estado de estudo e aprendizado, sempre atento às evoluções e tendo em mente que é
“sempre melhor prevenir do que remediar”, o que abre um promissor mercado de trabalho,
com grande crescimento da demanda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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relação à queima utilizando uma fonte radiante de calor. Rio de Janeiro, 2013.

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<http://www.correiodoestado.com.br/noticias/para-engenheiro-e-preciso-levar-a-seguranca-
contra-incendio-a-serio-pa/208856/>. Acesso em: 20 out.2014.

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Paulo, 2011.

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Paulo, 2011.

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_____. _____. Decreto nº 38.273, de 09 de março de 1998: altera as Normas Técnicas de


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Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1998.

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risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Porto Alegre, RS:
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____. _____. Decreto nº 37: Instrução Normativa n° 0001.1/2014, de 22 de abril de 2014:


baixa instruções normativas de prevenção e proteção contra incêndio provisórias para
aplicação da Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013. Porto Alegre, RS:
Comando do Corpo de Bombeiros Militar do Estado Do Rio Grande Do Sul, 2014.

_____. _____. Lei Complementar n° 14.555, de 02 de julho de 2014: altera a Lei


Complementar n.º 14.376, de 26 de dezembro de 2013, que estabelece normas sobre
segurança, prevenção e proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio
no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Porto Alegre: Assembleia
Legislativa, 2014.
79

_____. Município de Santa Maria. Lei complementar nº 070, de 4 de novembro de 2009:


dispõe sobre o Código de Obras e Edificações do Município de Santa Maria e dá outras
providências. Santa Maria, 2009.

BRENTANO, Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações. 4.


ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.

_____. Sistema de mangotinhos x sistema de hidrantes. Disponível em:


<http://www.telmobrentano.com.br/artigos.php?id=4>. Acesso em: 28 nov.2014.

EUZEBIO, Sandro da Cunha. PPCI fácil: manual completo de prevenção de incêndios.


Pelotas, RS, 2011.

FERIGOLO, Francisco Celestino. Prevenção de incêndio. Porto Alegre: Sulina, 1977.

FERNANDES, Ivan Ricardo. Engenharia de segurança contra incêndio e pânico. 22. ed.
Curitiba, PR: CREA-PR, 2010.

ONO, Rosaria. Arquitetura preventiva: depoimento. [21 de Setembro, 2013]. São Paulo:
Revista Téchne, Editora PINI, edição 198, p.26. Entrevista a Renato Faria e Ana Sachs.

ROTER, Jonas. Chuveiros automáticos: sprinklers. Disponível em:


<http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1185>. Acesso em: 18 out.2014.

SEITO, Alexandre Itiu et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto
Editora, 2008.

UMINSKI, Alessandra S. de Carvalho. Técnicas de prevenção e combate a sinistros. Santa


Maria, RS: Colégio Nossa senhora de Fátima, 2003.
ANEXOS
ANEXO A – SOLICITAÇÃO DE ANÁLISE
MODELO “A”

Ao Ilmo Sr. Comandante do Corpo de Bombeiros Militar

Cidade: Data:

Encaminhamos a V. S.ª, para ANÁLISE, o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio

(PPCI).

Nome:

Endereço:(rua, n.º, bairro, CEP)

Ocupação: Área Total Construída: _____ m2

Classe de Risco: Altura: ________m

Proprietário: CNPJ/CPF:

Responsável Técnico: CREA/CAU:

Solicitamos a devolução de uma via, após a aprovação.

Atenciosamente,

Assinatura do proprietário:
ANEXO B – MEMORIAL DESCRITIVO DO PRÉDIO

1. DADOS DO IMÓVEL:
Razão Social: .........................................................................................................................................................................................
Nome Fantasia:.......................................................................................................................................................................................
Endereço: ............................................................................................. n.º: .......................... Complemento: ......................................
Bairro: ................................................................................................................ CEP: ..........................................................................
Ponto de Referência:.......................................................................................... Município:..................................................................
CNPJ:................................................................................................................. Matrícula do Imóvel:...................................................
2. DADOS DO PROPRIETÁRIO/RESPONSÁVEL:
Nome: ....................................................................................................................................................................................................
Endereço: ............................................................................................. n.º:............................ Complemento: .....................................
Bairro: .................................................... CEP: …..........................…...Telefone (fixo): ....................... Celular: ...................................
3. RESPONSÁVEL PELO PPCI:
Nome: ..................................................................................................................................... Nº CREA/CAU: …................................
Endereço: ............................................................................................. n.º:............................ Complemento: .....................................
Bairro: .................................................... CEP: …..........................…...Telefone (fixo): ....................... Celular: ...................................
4. CARACTERÍSTICAS DO IMÓVEL:
Edificação: ( ) À construir ( ) Existente ( ) Existente com aumento de área ( ) Outros: ________________________
2 2 2
Área Edificada (m ): ................... Área do maior pavimento (m ): .................. Altura (m): ................. Área Subsolo (m ):...................
Ocupação: .............................................................................................................................................................................................
Descrição da Ocupação: .......................................................................................................................................................................
População: .............................................. Classe de Risco: ......................................... N.º de Pavimentos: ........................................
Características Construtivas (NBR 9077 - tipo): ...................................................................................................................................
Elevadores (Quantidade):.......................................................................................................................................................................
Escadas (Quantidade):................................ Escada Comum: .................................. Escada Enclausurada: ......................................
Possui edificação c/ pavimentos recuados em relação aos pavimentos inferiores com altura maior que 12 m: ( ) Sim ( ) Não
Distância máxima da via de acesso para carros de combate a incêndio (m):........................................................................................
Possui caldeiras, vasos de pressão e congêneres: ( ) Sim ( ) Não
Depósito de GLP ou outros gases: ( ) Sim ( ) Não

5. MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO:

Extintores de Incêndio: ( ) Sim ( ) Não Sistema Automat.: ( ) Sim ( ) Não Controle de Fumaça: ( ) Sim ( ) Não
Saídas de Emerg.: ( ) Sim ( ) Não Alarme de Incêndio: ( ) Sim ( ) Não Cont. Mat. Acabam.: ( ) Sim ( ) Não
Detecção: ( ) Sim ( ) Não Hidráulica: ( ) Sim ( ) Não Plano de Emergência: ( ) Sim ( ) Não
Iluminação Emerg.: ( ) Sim ( ) Não Sinalizações: ( ) Sim ( ) Não Sist. de Esp. e Resf.: ( ) Sim ( ) Não
Segurança Estrutural: ( ) Sim ( ) Não SPDA: ( ) Sim ( ) Não Compartimentação: ( ) Vert ( ) Horiz
Central Predial de GLP: ( ) Sim ( ) Não Brigada de Incêndio: ( ) Sim ( ) Não
Outros: ..................................................................................................................................................................................................
6. OUTRAS INFORMAÇÕES:
83

Fontes de energia existentes: ..............................................................................................................................................................


Fontes de risco existentes: …...............................................................................................................................................................

_______________________, RS, _____ de ___________ de ______

_________________________ ________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSAVEL TÉCNICO
ANEXO C – MEMORIAL DESCRITIVO DOS EXTINTORES DE
INCÊNDIO

1. PPCI Nº_____________

2. EXTINTORES:
CAPACIDADE
N.º DE ORDEM AGENTE EXTINTOR CARGA LOCALIZAÇÃO VALIDADE
EXTINTORA

3. UNIDADES EXTINTORAS EXIGIDAS: ........................

4. UNIDADES EXISTENTES: .......................

5. Nº/ANO DA NORMA UTILIZADA: …...........................................................................

_______________________, RS, _____ de ________________ de _________

_____________________________ ______________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSÁVEL TÉCNICO
MODELO “E”

MEMORIAL DESCRITIVO DA
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS

1. PPCI Nº_____________

2. CANALIZAÇÃO OU REDE PREVENTIVA:


2.1 - Diâmetro da Canalização (polegadas): .........................................................................
2.2 – Material da Canalização: …...........................................................................................

3. HIDRANTES:
3.1 - Nº de Hidrantes: ................................................ 3.2 – Saída: ( ) Simples ( ) Dupla
3.3 - Tipo de engate e diâmetro (polegadas): ….................................................................

4. MANGUEIRAS:
85

4.1 - Mangueiras: Tipo: .................................... 4.2 - Quantidade: ........................................


4.3 - Diâmetro: .................................................. 4.4 - Comprimento do lance: ................. m.

5. ESGUICHO:
5.1 - Tipo de Esguicho: ( ) Especial ( ) Tronco cônico

6. RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO:


6.1 - Reserva Técnica de Incêndio: ( ) Superior ( ) Inferior
6.2 - Capacidade: .......................................... litros.

7. MOTOBOMBA:
7.1 - Vazão: ................................. L/min 7.2 - Potência (CV): …................................
7.3 - Alimentação: ( ) Elétrica ( ) À combustão interna

8. PRESSÃO/VAZÃO:
8.1 - Saída de incêndio mais favorável (pressão e vazão): …............................................
8.2 - Saída de incêndio menos favorável (pressão e vazão): ............................................

9. OBSERVAÇÕES: .............................................................................................................

10. Nº/ANO DA NORMA UTILIZADA: ..................................................................................

______________, RS, _____ de ______________ de _______.

__________________________ ___________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSÁVEL TÉCNICO
ANEXO D – MEMORIAL DESCRITIVO DO SISTEMA AUTOMÁTICO
DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

1. PPCI Nº_____________

2. RESERVATÓRIO:
2.1 - Localização: Elevado ( ) Inferior ( )
2.2 - Capacidade: ................ litros. 2.3 - Reserva técnica de incêndio: ................... litros.

3. Altura provável do empilhamento em cada pavimento do prédio: .............................

4. Classe de risco para cobertura: .....................................................................................

5. Norma utilizada: ...............................................................................................................

6. DADOS GERAIS:
6.1 - Área de cobertura dos bicos: ............................ m²
6.2 - Distância máxima entre os bicos: ..................... m
6.3 - Altura do bico até o empilhamento: .................. m
6.4 - Temperatura de acionamento: ......................... ºC
6.5 - Espaçamento entre a rede e o teto: .................. m
6.6 - Registro de paragem: Sim ( ) Não ( )
6.7 - Válvula de retenção: Sim ( ) Não ( )
6.8 - Registro de passeio com válvula de retenção: Sim ( ) Não ( ) Local: …............
6.9 - Válvula de Governo Sim ( ) Não ( ) Quantidade: ….....................
6.10 - Alarme Hidráulico (gongo hidráulico) Sim ( ) Não ( )
6.11 - Saída para teste: Quantidade: ................. Localização: ..........................................
6.12 - Manômetro, pressostato e alarme visual e sonoro: Sim ( ) Não ( )
6.13 - Vazão do bico mais favorável: .................................................................................
6.14 - Vazão do bico menos favorável: ..............................................................................
6.15 - Diâmetro da canalização principal: ..........................................................................
6.16 - Diâmetro da canalização secundária: ......................................................................

7. OBSERVAÇÕES: ..............................................................................................................

8. Nº/ANO DA NORMA UTILIZADA: ....................................................................................

______________, RS, _____ de ______________ de _______.

__________________________ ___________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSÁVEL TÉCNICO
ANEXO E – MEMORIAL DESCRITIVO DA
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS
1. PPCI Nº_____________

2. CANALIZAÇÃO OU REDE PREVENTIVA:


2.1 - Diâmetro da Canalização (polegadas): .........................................................................
2.2 – Material da Canalização: …...........................................................................................

3. HIDRANTES:
3.1 - Nº de Hidrantes: ................................................ 3.2 – Saída: ( ) Simples ( ) Dupla
3.3 - Tipo de engate e diâmetro (polegadas): ….................................................................

4. MANGUEIRAS:
4.1 - Mangueiras: Tipo: .................................... 4.2 - Quantidade: ........................................
4.3 - Diâmetro: .................................................. 4.4 - Comprimento do lance: ................. m.

5. ESGUICHO:
5.1 - Tipo de Esguicho: ( ) Especial ( ) Tronco cônico

6. RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO:


6.1 - Reserva Técnica de Incêndio: ( ) Superior ( ) Inferior
6.2 - Capacidade: .......................................... litros.

7. MOTOBOMBA:
7.1 - Vazão: ................................. L/min 7.2 - Potência (CV): …................................
7.3 - Alimentação: ( ) Elétrica ( ) À combustão interna

8. PRESSÃO/VAZÃO:
8.1 - Saída de incêndio mais favorável (pressão e vazão): …............................................
8.2 - Saída de incêndio menos favorável (pressão e vazão): ............................................

9. OBSERVAÇÕES: .............................................................................................................

10. Nº/ANO DA NORMA UTILIZADA: ..................................................................................

______________, RS, _____ de ______________ de _______.

__________________________ ___________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSÁVEL TÉCNICO
ANEXO F – MEMORIAL DESCRITIVO DA ILUMINAÇÃO DE
EMERGÊNCIA

1. PPCI Nº_____________

2. DADOS DO SISTEMA:
2.1 - Localização da central:..............................................................................................

2.2 - Capacidade/alimentação:
a. Das Baterias: (A/H).............................. Nº de baterias: ..........................................
c. Do gerador: (KVA)............................... d. Tensão de saída: .................................
e. Carga máxima admissível: (W)............ f. Duração de funcionamento: ..................
g. Localização: ...........................................................................................................

2.3 - Luminárias:
a. tipo e potência: (W) ................................................................................................
b. Quantidade:....................................... c. Potência total: (W) .................................

2.4 - Sinalização de Saídas:


a. tipo e potência: (W) ......................................................................................................
b. Quantidade:....................................... c. Potência total: (W) .................................

3. OBSERVAÇÕES: .............................................................................................................
...............................................................................................................................................

4. Nº/ANO DA NORMA UTILIZADA: ....................................................................................

______________, RS, _____ de ______________ de _______.

__________________________ ___________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSÁVEL TÉCNICO
ANEXO G – MEMORIAL DESCRITIVO DO ALARME DE INCÊNDIO

1. PPCI Nº_____________

2. DADOS DO SISTEMA:
2.1 - Localização da central................................................................................................

2.2 - Capacidade/alimentação:
2.2.1. a. Das Baterias (A/H): ........................... b. Nº de baterias: ............................
c. Duração de funcionamento: .............. d. Localização: ................................
2.2.2. a. Do gerador (KVA): ............................ b. Tensão de saída: ........................
c. Combustível: ................... d. Capacidade do tanque de combustível: .......... litros
e. Duração de funcionamento: ......................... f. Localização: .................................

2.3 - Acionadores e avisador:


a. Altura: ........................ m do piso acabado.
b. Distância para atingir um acionador: ............................ m
c. Tipo de som:
- Bitonal: SIM ( ) NÃO ( )
- Intermitente: SIM ( ) NÃO ( )
d. Outro tipo de avisador: ............................................................................................
e Localização: .............................................................................................................
f. Tempo de retardo do acionamento Geral e Evacuação:....................... min

3. OBSERVAÇÕES:..............................................................................................................

4. Nº/ANO DA NORMA UTILIZADA: ....................................................................................

______________, RS, _____ de ______________ de _______.

__________________________ ___________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSÁVEL TÉCNICO
ANEXO H – MEMORIAL DESCRITIVO DAS SAÍDAS DE
EMERGÊNCIA

1. PPCI Nº_____________

2. PORTA:
2.1 - Tipo de porta: .......................................... 2.2 - Dimensões (alt./larg.): ......................
2.3 - Tempo de resistência: ............................. 2.4 - Sentido de abertura: ........................

3. ACESSO/DESCARGA:
3.1 - Tipo (comum/enclausurado):.........................................................................................
3.2 - Dimensões do(s) acesso(s):..........................................................................................
3.3 - Dimensões da(s) descarga(s):.......................................................................................

4. ESCADA:
4.1 – Quantidade:..................................... 4.2 - Tipo de escada:...........................................
4.3 - Material da parede: .......................................................................................................
4.4 - Espessura da parede: ...................................................................................................
4.5 - Tempo de resistência ao fogo:.......................................................................................
4.6 - Tipo e resistência das portas da escada:.......................................................................
4.7 - Sistema de fechamento da porta: ........... 4.8 - Diferença entre porta/soleira (mm):......
4.9 - Dimensões da escada (largura/pé direito):.....................................................................
4.10 - Quantidade de lances (entre pavimentos): ............... 4.11 - Altura do lance:..............
4.12 - Quantidade de degraus por lance:...............................................................................
4.13 - Dimensões do patamar(L x C):.....................................................................................
4.14 - Largura e altura do degrau: .........................................................................................
4.15 - Tipo de material do piso:..............................................................................................
4.16 - Material do corrimão: ...................................................................................................
4.17 – Corrimão em ambos os lados da escada: ( ) Sim ( ) Não
4.18 - Tipo de material antiderrapante do piso: .....................................................................
4.19 - Tipo e dimensão das janelas: ......................................................................................
4.20 - Dimensões do alçapão de entrada de ar da escada:...................................................
4.21 - Dimensões do alçapão de saída de ar da escada:......................................................

5. ANTECÂMARA:
5.1 - Material da parede: .......................................................................................................
5.2 - Espessura da parede: ...................................................................................................
5.3 - Tempo de resistência ao fogo:.......................................................................................
5.4 - Dimensões da antecâmara:...........................................................................................
5.5 - Tipo e resistência da porta da antecâmara:...................................................................
5.5 - Sistema de fechamento da porta: .......... 5.6 - Diferença entre porta/soleira(mm):.......
5.7 - Tipo de material do piso:................................................................................................
5.8 - Dimensões do duto de ar da antecâmara: ....................................................................

6. OBSERVAÇÕES: ..............................................................................................................

7. Nº/ANO DA NORMA UTILIZADA: ....................................................................................

______________, RS, _____ de ______________ de _______.


91

__________________________ ___________________________
PROPRIETÁRIO RESPONSÁVEL TÉCNICO
ANEXO I – EXEMPLO DE PLANTA INCLUÍDA NO PPCI COM AS
SIMBOLOGIAS DOS SISTEMAS DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO DE
INCÊNDIO
93

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