Você está na página 1de 5

Teoria Social 2 – Investigando a Teoria Sociológica

1 . Sociologia/Antropologia como maneiras de encontrar o mundo social e


a teoria social como a articulação dos objetos, problemas e temas que
emergem desse encontro.

2 . Ciências sociais como tipo de sensibilidade, de estilo, de resposta e de


visão do mundo social.

3 . O desafio da teoria social é construir um distanciamento dos


fenômenos que os indivíduos comuns rotineiramente tratam como
evidentes, para permitir que vejamos o mundo de modo diferente - Teoria
como a possibilidade de enxergar com olhos diferentes!

4 . Analogia com os artistas, os quais, pelo distanciamento, pela introdução


de uma perspectiva especial, pela adoção de um ângulo de visão próprio,
pela construção de uma ênfase particular, revelam o mundo em contraste
com visões e compreensões comuns – a tarefa de dar contornos, de
delinear cartografias, de construir um mundo significativo.

5 . A relação com a teoria como algo além da habilidade de manipular


conceitos, na medida em que envolve uma atitude mental, uma postura
subjetiva – um pensar com/pesquisar com.

6 . Focalizar os teóricos em seus pontos de maior e menor consistência.

7 . Teoria como a proposição de

 categorias e de categorizações – de estabelecimentos de lógicas de


agrupamento de fenômenos e de elementos que o constituem, de
acordo com certas características escolhidas: modo classificatório,
típico-ideal e dialético.
 Metáforas, modelos, imagens – diagramas.

8 . O estudo das teorias como uma avaliação da medida em que os modos


de categorização e das metáforas (imagens, modelos, diagramas)
contribuem para a análise da vida social.
9 . Os limites do poder das ciências sociais falarem sobre o mundo social
de modo científico (o que queremos é falar de modo científico?).

10. Teorias como fontes de categorias, idéias, de vocabulário e sintaxes


(COMPONDO A GRAMÁTICA DA PESQUISA, DO QUESTIONAMENTO), com
as quais construímos nossas análises e comentários sobre o mundo social
com caráter de sociológico, antropológico...

11 . Atitude diante de teorias:

 Uma avaliação própria – marcadamente dessacralizante - a respeito


do que deve ser retido e do que deve ser abandonado na
construção das análises sobre fenômenos sociais.
 O trabalho para ser o máximo consciente dos efeitos de adotar uma
teoria sobre as maneiras de ver e falar sobre o mundo social
(próprias e dos outros).

12 . Teoria social como a articulação de mais de uma disciplina ou de tipos


de conhecimento e a lição da abrangência dos clássicos (Weber – Direito,
História, Economia; Durkheim – Filosofia Política e Direito; Simmel –
Estética e Filosofia Moral; Marx – Economia Política e Filosofia).

USOS DAS TEORIAS

1 . Como as teorias nos ajudam a ver o mundo de outra forma daquelas


vistas pelas pessoas comuns? Como elas nos ajudam a reconstruir o
mundo social?

 Narrar – o que aconteceu/está acontecendo?


 Explicar – por que aconteceu/está acontecendo?
 Descrever e Interpretar – como aconteceu/está acontecendo e quais
os desdobramentos possíveis?

CRITÉRIO DO DISTANCIAMENTO – o que os atores dos processos,


instituições, dinâmicas vêem e dizem e que os cientistas sociais veem e
dizem, fazendo parte da matriz dos fenômenos.
2 . Usando as palavras usadas por todos no cotidiano, reconstruir, pela
mediação da teoria e da metodologia, um desenho do funcionamento
desse cotidiano capaz de revelar, de chocar, de chacoalhar os que
experienciam esse cotidiano descrito.

 Atores e a construção de primeira ordem do mundo


 Teóricos/sociólogos/antropólogos e as construções de segunda
ordem do mundo

3 . Teorias e metodologias como enquadramentos do mundo nos quais


alguns aspectos são mais ou menos destacados, visíveis.

4 . Teorias formais(gerais) e substantivas(específicas), estas podendo ser


derivadas daquelas, como também envolvendo uma derivação lógica ou
empírica e implicando em programas empíricos de pesquisa ou apenas de delineando como
diagnósticos culturais realistas.

TEORIAS
SUBSTANTIVAS FORMAIS
Diagnósticos culturais Teorização substantiva Derivação da realidade
realistas e formal a partir da teoria
Sem programa Com programa Sem programa
empíricos de pesquisa empírico de pesquisa empírico de pesquisa
(intuicionistas) (lógicos)
Bauman (liquidez) Bourdieu Adorno
Beck (risco) Douglas Giddens (inicial)
Giddens Elias Habermas
(modernidade) Foucault Luhmann
Freud Parsons
Geertz Schutz
Goffman Simmel
Marx
Weber
De Toqueville

5 . Exemplo de descrições sociológicas nas quais de integram a teorização


formal e a substantiva

1 . Marx, os camponeses e as classes “em si” e “para si” (p. 34)


2 . Weber e a comparação entre os efeitos do confucionismo e do
protestantismo (aplicando princípio teórico formal do peso das
idéias nas práticas dos atores) sobre o processo de racionalização do
mundo. (p. 35)
3 . Simmel e as formas sociais - teorização lógica, dedutiva, sem
pesquisa empírica, que resulta na apresentação de proposições
gerais a respeito de formas sociais subjacentes à imensa variedade
de fenômenos sociais e de listagens de casos-exemplos (a
importância do aspecto quantitativo na determinação dos
fenômenos sociais, aproximação-distanciamento que o segredo
produz)(p. 41-

6 . Teoria como tentativas de reduzir a variedade infinita de fenômenos


sociais e a própria sociedade aos limites de esquemas, tipologias, variáveis
interrelacionadas.

7 . Teorias como maneiras diferentes de falar (em relação à fala cotidiana)


e como construtos intelectuais que podem operar para o distanciamento
do analista em relação ao senso comum.

8 . Armadilhas do contato com teorias:

 A apropriação alienada de vocabulários


 A colonização do olhar e a diminuição da capacidade de espanto e
de interrogação do ‘real’

CATEGORIAS

1 . Características e elementos que servem para organizar a abordagem


que fazemos do mundo

2 . O campo teórico como o resultado da escolha das categorias a


empregar e das maneiras de categorizar os fenômenos sociais.

3 . Três principais abordagens das categorias:


1 Classificação/taxonomia: aqui os fenômenos sociais são divididos e
agrupados para estabelecer relações mais ou menos fixas de
semelhança e diferença
2 Dialética – composição bipartite dos fenômenos
3 Tipos ideais – composição em termos de seleção de características-
parâmetros para a análise dos fenômenos

Você também pode gostar